Dom Pietro Parolin. Foto:
Conferência Episcopal Venezuelana
CARACAS, 12 Set. 13 / 01:45 pm (ACI/EWTN Noticias).- O novo Secretário de
Estado do Vaticano, Dom Pietro Parolin, que assumirá o cargo o próximo 15 de
outubro, assinalou que as reformas na Igreja empreendidas pelo Papa Francisco não
se tratam "apenas de voltar ao passado" em formas externas, mas de
"voltar para os princípios institucionais da Igreja", e também
destacou que o Santo Padre está em continuidade com seus predecessores.
Em
entrevista ao jornal venezuelano El Universal, o até agora Núncio Apostólico
nesse país, destacou a importância de levar em consideração que na Igreja
Católica "temos
dois mil anos de história. Agora, esta história não passou em balde (em
vão)".
"Não
se trata apenas de voltar ao passado, pelo menos nas formas externas, mas sim
de voltar para os princípios institucionais da Igreja. E quero destacar o tema
da continuidade porque às vezes parece (e não sei se exagero) que o Papa
Francisco vai revolucionar tudo, mudar tudo".
As
mudanças na Igreja, indicou, "não podem colocar em perigo a essência da
Igreja, que tem uma continuidade na história proveniente de sua fundação por
Jesus Cristo".
"A
Igreja nunca poderá mudar ao ponto de adaptar-se completamente ao mundo. Se o
fizesse e se perdesse nele, já não cumpriria sua missão de ser sal e luz para
todos", assinalou.
Dom
Parolin indicou também que, ante as ideias de convocar um concílio
"Vaticano III", ele considera que "devemos ir ao Concílio
Vaticano II, o qual fixou as diretrizes para que a Igreja cumpra sua missão no
mundo de hoje".
"É
importante aplica-las, como disseram os Papas anteriores, cada um segundo seu
próprio enfoque".
O novo
Secretário de Estado da Santa Sé assinalou também que "a Igreja é uma
estrutura muito especial e as categorias políticas para analisar a realidade
dos estados não podem ser aplicadas a ela automaticamente".
"Esta
não é uma monarquia nem uma democracia no sentido formal da palavra",
disse, mas é "uma comunhão onde há diferentes responsabilidades, a última
das quais recai sobre o Papa. Ele está em comunhão com outros e não há Papa sem
comunhão".
Ao ser
consultado sobre o tema do celibato, embora "não seja um dogma da
Igreja", Dom Parolin remarcou que "o esforço que a Igreja fez para
estabelecer o celibato eclesial deve ser considerado. Não se pode dizer,
simplesmente, que pertence ao passado".
O
celibato sacerdotal, disse, "permanece na Igreja porque ao longo de todos
estes anos, ocorreram acontecimentos que contribuíram para desenvolver a
revelação de Deus".
O novo
Secretário de Estado do Vaticano também se referiu ao tema da homossexualidade,
assegurando que quando o Papa Francisco disse que "se uma pessoa é gay,
procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?", em sua viagem
de retorno à Santa Sé depois da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro,
o que estava dizendo é que "a doutrina da Igreja é muito clara sobre este
ponto moral".
Jesus,
explicou o Prelado, "pede-nos que cresçamos e nos adequemos à imagem que
ele tem de nós. A conduta de cada um somente Deus pode julgar e isto foi o que
o Papa disse".
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