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domingo, 1 de setembro de 2024
HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 01/09/2024
COLETÂNEA DE HOMÍLIAS DIÁRIAS, COMENTÁRIOS E REFLEXÕES DO EVANGELHO DO DIA, DE ANOS ANTERIORES - 01/09/2024
ANO B
22º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Ano B - Verde
“Sejam cumpridores da Palavra e não meros ouvintes.” Tg 1,22
Mc 7,1-8.14-15.21-23
Ambientação
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: O Senhor nos alimenta com sua Palavra e com a Eucaristia, estreitando assim os laços que nos unem a ele e aos irmãos: leis, normas e preceitos devem favorecer esta comunhão. O discípulo do Reino, deve fazer o caminho inverso ao dos fariseus, sua preocupação maior consiste em não se deixar contaminar pelas malícias que brotam do coração.
Fonte: https://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/29-de-agosto-de-2021---22-tc.pdf (29/08/2021)
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, louvado seja o Senhor que aqui nos reúne neste dia a Ele dedicado. É sempre bom louvar e agradecer ao Senhor, receber dele sua Palavra que é luz para nosso caminho. De nossa parte, queremos viver retamente segundo os seus preceitos, buscando fazer a vontade dele em nossas vidas para estar diante dele com sinceridade, amando-nos uns aos outros. Que este nosso culto de adoração e de louvor encontre reflexo em nossas vidas.
Fonte: https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-45-b-49-22o-domingo-do-tempo-comum-v02.pdf (29/08/2021)
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Mais uma vez Jesus nos reúne para nos alimentar com sua palavra e com a Eucaristia, estreitando assim os laços que nos unem a ele e aos irmãos. Contudo, faz-se necessário ter bem claro o que é o ensinamento da Palavra de Deus e o que é fruto da tradição humana. O discípulo do Reino, no pensamento de Jesus, deve fazer o caminho inverso ao dos fariseus. Por isso, sua preocupação maior consiste em não se deixar contaminar pelas malícias que brotam do coração. As leituras de hoje nos falam dos mandamentos de Deus. São sábios e quem os observa terá a vida. Diz Moisés na primeira leitura: "Se vocês obedecerem, viverão, entrarão e tomarão posse da terra que o Senhor lhes dará". Mas a observância, nos diz Jesus no evangelho, não é exterior, tem que vir do coração. Para isso é necessária, antes de tudo, a conversão. Uma sociedade sem esta obediência terá conflitos, lutas, violência, roubos, assassinatos, adultérios e insegurança. Isto será fonte de morte e não de vida. As leis do Senhor são justas. Recordemo-nos sempre: nosso Deus está próximo de nós e atento aos nossos pedidos.
Fonte: NPD Brasil em 29/08/2021
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: O Senhor nos alimenta com sua Palavra e com a Eucaristia, estreitando assim os laços que nos unem a ele e aos irmãos: leis, normas e preceitos devem favorecer esta comunhão. O discípulo do Reino, deve fazer o caminho inverso ao dos fariseus, sua preocupação maior consiste em não se deixar contaminar pelas malícias que brotam do coração. Iniciamos o mês da Bíblia, e com toda a Igreja, queremos destacá-la e valorizá-la ainda mais, fazendo dela nossa proposta de vida.
Fonte: https://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/02-de-setembro-de-2018---22-tc-novo%5b25011%5d.pdf (02/09/2018)
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, louvado seja o Senhor que aqui nos reúne neste dia a Ele dedicado. É sempre bom louvar e agradecer ao Senhor, receber dele sua Palavra que é luz para nosso caminho. De nossa parte, queremos viver retamente segundo os seus preceitos, buscando fazer a vontade dele em nossas vidas para estar diante dele com sinceridade, amando-nos uns aos outros. Que este nosso culto de adoração e de louvor encontre reflexo em nossas vidas.
Fonte: https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/af_49_22o_domingo_do_tempo_comum.pdf (02/09/2018)
A RELIGIÃO PURA E SEM MANCHA
Na liturgia da Palavra, Marcos retrata a polêmica dos fariseus e saduceus, “apegados à tradição dos
antigos”, com Jesus. Para estes
grupos, o judeu deveria observar
leis, como as citadas no Evangelho de hoje, para não se tornar
impuro, estado que resultaria em
restrições à vida cotidiana da pessoa e a obrigaria a se submeter
a ritos de purificação. O espírito
das pessoas ligadas a estes grupos é duro, pois ao perguntam a
Jesus, “Por que os teus discípulos
não seguem a tradição dos antigos, mas tomam refeição com as
mãos impuras?” (Mc 7,5), acusam Jesus e os seus de impureza.
Marcos ao incluir esta lição em
seus escritos, certamente, desejava fazer resplandecer o caráter
gratuito da salvação em Jesus
Cristo, que na cruz salva o ser humano de todas as raças e nações
dos males que habitam o seu coração (Mc 7,21-22). Assim, anunciava àquelas pessoas o mistério
do pecado, “É de dentro, do coração humano, que saem as más intenções” (Mc 7,21). Esta realidade convida os homens e mulheres
à humildade, sentimento ausente
naqueles que se gabavam de
cumprirem as leis, e acusavam os
outros.
Neste sentido, Jesus mostra aos
fariseus que o cumprimento do
extenso código de leis que haviam elaborado não os aproximava de Deus, “Este povo me honra
com os lábios, mas seu coração
está longe de mim. É inútil o culto
que me prestam” (Mc 7,6-7a). O
caminho proposto por Deus é outro, “Religião pura e sem mancha
diante do Deus e Pai é esta: assistir os órfãos e as viúvas em suas
dificuldades” (Tg 1,27).
Este chamado é dirigido a toda a
Igreja, a todos os seguidores de
Jesus Cristo. Isto exige discernimento e coragem para novas respostas. As comunidades e os seus
discípulos são chamados à conversão contínua, pois há o perigo
de acomodação à manutenção
de tradicionais estruturas, organizações e concepções que não
testemunham Jesus Cristo e nem
edificam o Reino. O Sínodo Arquidiocesano é uma grande oportunidade para esta parcela do povo
de Deus descortinar caminhos
para renovar sua ação evangelizadora. Portanto, “Sede praticantes
da Palavra, e não meros ouvintes”
(Tg 1,22).
Dom Luiz Carlos Dias
Bispo
Auxiliar de São Paulo
Fonte: https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/af_49_22o_domingo_do_tempo_comum.pdf (02/09/2018)
DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELO CUIDADO DA CRIAÇÃO E “TEMPO DA CRIAÇÃO”.
Em agosto de 2015, o Papa Francisco instituiu o dia 1º de Setembro como o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, este foi mais um gesto que revelou a preocupação do Papa Francisco com o meio ambiente, assunto que aborda desde o início de seu pontificado.
Segundo o Papa, o objetivo deste dia é proporcionar aos fiéis e às comunidades eclesiais a “preciosa oportunidade para renovar a adesão pessoal à própria vocação de guardião da criação, esta data é uma ocasião para elevarmos a Deus um hino de ação de graças pela sua obra maravilhosa que confiou aos nossos cuidados, invocando a sua ajuda para a proteção da criação e a sua misericórdia pelos pecados cometidos contra o mundo em que vivemos”.
Neste dia também se inicia o Tempo da Criação, que terminará em 04 de outubro (Festa de São Francisco de Assis). Portanto, no mês dedicado à Sagrada Escritura, depósito do conteúdo salvífico à nós revelado pelo Senhor, também somos convidados à dirigirmos nosso olhar para a criação, primeira expressão do imenso amor de Deus por nós.
Fonte: https://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/29-de-agosto-de-2021---22-tc.pdf (29/08/2021), https://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/02-de-setembro-de-2018---22-tc-novo%5b25011%5d.pdf (02/09/2018) e NPD Brasil em 29/08/2021
Comentário do Evangelho
O principal para Jesus
Jesus está diante de "inquisidores" enviados pelos chefes religiosos de Jerusalém à Galileia. Sua função é espiar Jesus e preparar o arquivo para a condenação. Todas as faltas devem ser anotadas. Então o questionam porque percebem que alguns discípulos seus comem com as mãos impuras. Estão infringindo a tradição dos antigos. Está em foco a questão da "tradição", que é mencionada seis vezes no texto. No caso atual estão sendo feridos os códigos de pureza, que eram um dos elementos fundamentais para definir a identidade étnica e nacionalista do povo, dentro da reivindicada característica de superioridade da eleição por Deus. Jesus remove estes princípios exclusivistas afirmando o essencial para Deus: a vida e o amor para todos. Com a citação do profeta Isaías, "é inútil o culto que me prestam, as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos" (Is 29,13...), Jesus questiona como o apego à tradição humana leva a abandonar o principal, o amor ao próximo, que é o mandamento de Deus.
Eram muitas "as leis e os decretos" a serem observados. Eles eram apresentados como o traço característico da superioridade do povo de Israel em relação aos outros povos (primeira leitura). Estas leis e decretos, apresentados como "Lei de Moisés", eram resultado de acréscimos sucessivos, ao longo do tempo, a partir do núcleo do Decálogo. Prevalecia neste conjunto de leis, criadas pelas elites religiosas do Templo de Jerusalém, a mera tradição humana que até chegava a opor-se ao verdadeiro projeto de Deus. Com sua ideologia estas leis geravam a humilhação e a submissão que abriam as portas para a exploração do povo fiel.
Com uma inversão, Jesus revela que a impureza é, na realidade, o apego à materialidade do culto, relegando a segundo plano, ou omitindo-se, os gestos concretos de amor ao próximo, aos mais carentes e necessitados. "A religião pura e sem mancha diante de Deus e Pai é esta: assistir os órfãos e as viúvas em suas dificuldades e guardar-se da corrupção do mundo" (segunda leitura).
A partir do alimento que, sendo ingerido, segue o destino comum, Jesus destaca que o contraste pureza x impureza não está no exterior, corpo, ou nos alimentos, mas no coração. Comumente o coração é apresentado como fonte de pensamento e emoção. Aqui o coração é apresentado como fonte de ação, boa ou má. Os fariseus, apegando-se às tradições humanas e interesseiras, afastam-se da justiça de Deus em seus corações.
José Raimundo Oliva
Oração
Senhor Jesus, não permitas que eu me iluda, buscando uma pureza exterior, quando a que te agrada é a que provém do meu interior.
Fonte: Paulinas em 02/09/2012
Comentário do Evangelho
A oposição entre lábios e coração
A perícope de Mc 7,1-23 é a mais significativa, no segundo evangelho, no que concerne à prática da Lei. As várias explicações que Marcos dá a respeito da tradição dos judeus quanto à lei de pureza dão forte indício de que os seus destinatários são cristãos oriundos do mundo pagão. Os versículos que nos ocupam, no evangelho de hoje, são uma controvérsia com os fariseus e escribas sobre o puro e o impuro. No centro do texto está a oposição entre lábios e coração; oposição entre dizer e a adesão, de fato, ao mandamento de Deus. Essa contradição, considerada por Jesus como hipocrisia, faz com que, em nome da “tradição humana”, o manda- mento de Deus seja abandonado ou anulado. Na verdade, o texto da controvérsia do capítulo sétimo mostra em que consiste a religião autêntica. Segundo o Deuteronômio, a Lei é dom de Deus para a vida e a posse da terra prometida é um caminho de verdadeira felicidade. Efetivamente, o dom da Lei visa preservar o dom da vida e o dom da liberdade. Na conclusão da controvérsia sobre o puro e o impuro, Jesus dá um princípio para que os discípulos compreendam que o mal, o qual distorce e rompe a harmonia da criação, desfigura o ser humano e o distancia de Deus, se encontra enigmaticamente no coração do próprio homem. Se o Levítico ordena separar o puro do impuro (cf. Lv 10,10; 20,24b-25), Jesus parece abolir esta lei, observando que se trata de tradição humana (cf. M 7.8.9). É com o coração, e não com as mãos, que os discípulos devem se preocupar. O que importa é a pureza do coração. O coração e os rins são para a Escritura a sede do saber e do discernimento, a fonte de uma vida em conformidade ou não com a vontade de Deus. É a pureza do coração, e não simples práticas externas, que revela o grau de engajamento da pessoa em relação ao Reino de Deus. A pureza do coração implica não permitir que o mal que existe no ser humano se exteriorize. Considerar o mal como algo exterior a si é, no mínimo, um modo de exprimir a incompreensão acerca da realidade do próprio mal e de não assumir a responsabilidade ante as consequências da inclinação enigmática e perversa do coração do ser humano. O que Jesus exige é uma religião centrada na pureza do coração.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Senhor Jesus, não permitas que eu me iluda, buscando uma pureza exterior, quando a que te agrada é a que provém do meu interior.
Fonte: Paulinas em 30/08/2015
Vivendo a Palavra
Tiago é claro em sua carta: “Religião pura é esta: socorrer os órfãos e as viúvas em aflição, e manter-se livre da corrupção do mundo.” São ações que nascem dentro de nós e não preceitos externos que somos obrigados a seguir para salvar aparências. Sigamos a lei do Amor, gravada em nosso coração.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/09/2012
Vivendo a Palavra
Nosso Mestre deixa a grande receita da religião verdadeira, não da defesa de aparências: “as coisas que saem de dentro da pessoa é que a tornam impura.” Não poucas vezes nós ainda somos tentados a cumprir preceitos rituais, sem privilegiar a busca da Justiça e da Misericórdia...
Fonte: Arquidiocese BH em 30/08/2015
VIVENDO A PALAVRA
Tiago é claro em sua carta: “Religião pura é esta: socorrer os órfãos e as viúvas em aflição, e manter-se livre da corrupção do mundo.” São ações que nascem dentro de nós e não preceitos externos aos quais somos obrigados a seguir para salvar aparências. Sigamos a lei do Amor, gravada em nosso coração.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/09/2018
vIVENDO A PALAVRa
Cuidar da higiene é coisa boa, conveniente e saudável. O erro dos fariseus e de alguns doutores da Lei era afirmar que lavar as mãos, bem como outras práticas como essas, era condição para agradar a Deus. Quem não o fizesse tornava-se impuro. Então, esses senhores vindos de Jerusalém se achavam no direito de censurar e desprezar Jesus e seus discípulos. Imediatamente Jesus entra em ação e, falando à multidão, explica o equívoco. Cita o estimado profeta Isaías: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”. E convida a todos a deslocar o foco: não se fixar no exterior das pessoas (questão secundária), mas levar em conta o que se passa no seu interior, pois é aí que brota o mal. Cabe a cada um examinar se suas práticas religiosas são autênticas e agradáveis a Deus ou se não passam de culto vazio.
Fonte: Arquidiocese BH em 29/08/2021
Reflexão
CONSERVAR OU MUDAR?
Ao longo da caminhada cristã, ficamos presos a certas normas e abandonamos outras.
Conservamos as que presumimos serem as melhores, as fundamentadas no evangelho, e abandonamos aquelas que já caducaram e não dizem mais nada aos dias atuais.
Nem sempre é fácil fazer a escolha mais acertada. Muitas vezes nos agarramos à “doutrina tradicional da Igreja”, mas esquecemos a fundamentação bíblica ou descuramos do dever de nos adequar aos novos tempos. O Vaticano II foi grande janela que se abriu no século passado, mostrando a necessidade de adequação. Uma tradição só é válida se nos ajuda a observar os mandamentos, ou seja, a viver intensamente o projeto de Jesus.
Nossas tradições – que nós criamos – servem para “disfarçar nossa perversidade” ou nos ajudam a manter o coração unido a Deus e aos irmãos? Ainda hoje encontramos, no seio das comunidades, “fariseus” e “legisladores” que pretendem ditar normas de conduta ou ficam presos a certas leis já superadas e esquecem o fundamental e irrevogável: o amor a Deus e ao próximo.
O farisaísmo não é privilégio do passado, mas tentação a nos ameaçar continuamente. Não estamos livres das pragas que mancham a Igreja: o legalismo, o preconceito, a exterioridade; um cristianismo meramente ritualista e superficial; maior preocupação em obedecer passivamente às normas recebidas do que em dar uma resposta pessoal e comprometida aos chamados de Deus e aos apelos dos irmãos.
Ser fiel observante de “regrinhas” dá a sensação de dever cumprido e até de prestígio diante de Deus. Isso é muito mais fácil do que construir a própria vida no amor e na liberdade de filhos e filhas de Deus, disponíveis para as necessidades do próximo. O amor para com Deus e com os irmãos não tem regras predeterminadas. Não podemos esquecer que a verdadeira religião passa pelo próximo. A religião pura e santa aos olhos de Deus é esta: assistir órfãos e viúvas, isto é, as pessoas excluídas, renegadas pela sociedade. Não é difícil descobrir onde estão os “órfãos e as viúvas” de nossa sociedade.
Pe. Nilo Luza, ssp
Fonte: Paulus em 02/09/2012
Reflexão
Depois de vários domingos lendo o sexto capítulo de João, a liturgia retoma o Evangelho de Marcos. Entram em cena fariseus e legisladores questionando por que os discípulos de Jesus não lavam as mãos antes das refeições. A preocupação deles não se refere tanto à questão de higiene, mas sobre a pureza (puro e impuro). Para eles, a maneira de manter-se puro era observar rigorosamente a lei do jeito com que eles interpretavam a vontade de Deus. Estabelecem a distinção entre sagrado e profano. São puros, santos, consagrados os que observam a lei; são impuros ou profanos (separados ou longe de Deus) os que não a cumprem minuciosamente. Jesus procura corrigir essa mentalidade, dizendo que eles deixam de lado o mandamento de Deus para se preocupar com a tradição dos homens. O que torna impuro não é tanto o que entra na pessoa, mas o que sai do coração. Pois é do coração do homem e da mulher que brotam as más intenções, que provocam os males às pessoas e à sociedade. Portanto, a relação com Deus não depende da observância de normas, e sim da atitude para com os outros.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 02/09/2018
Reflexão
Higiene é coisa boa, conveniente e saudável. O erro dos fariseus e de alguns doutores da Lei era afirmar que lavar as mãos, bem como outras práticas como essa, era condição para agradar a Deus. Quem não o fizesse tornava-se impuro. Então, esses senhores vindos de Jerusalém se achavam no direito de censurar e desprezar Jesus e seus discípulos. Imediatamente Jesus entra em ação e, falando à multidão, explica o equívoco. Cita o estimado profeta Isaías: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”. E convida a todos a deslocar o foco: não se fixar no exterior das pessoas (questão secundária), mas levar em conta o que se passa no seu interior, pois é aí que brota o mal. Cabe a cada um examinar se suas práticas religiosas são autênticas e agradáveis a Deus ou se não passam de culto vazio.
Oração
Senhor Jesus, de teus ensinamentos aprendemos que o mal está dentro do ser humano. Somos nós que o produzimos. Por isso te pedimos, Jesus: dá-nos coragem e disposição para investigar a maldade que se aninha em nosso interior e força de vontade para eliminar tudo o que nos torna impuros. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 29/08/2021
Meditando o Evangelho
PUREZA E IMPUREZA
Num encontro reservado com seus discípulos, Jesus ensinou-os a distinguir, de maneira conveniente, a pureza da impureza. Os critérios usados pelos mestres da Lei e pelos fariseus eram inadequados para quem se fizera discípulo do Reino. Era preciso guiar-se por um parâmetro diferente: a impureza não provém do exterior, e sim de dentro do coração humano. Por conseguinte, o processo de purificação deveria começar do interior. É inútil preocupar-se com lavar as mãos, antes das refeições, ou fazer coisas do gênero, se a pessoa tem o coração carregado de malícias.
O raciocínio de Jesus é elementar. O interior do ser humano é inacessível às realidades materiais. Por exemplo, é bem conhecida a trajetória dos alimentos: eles são consumidos e digeridos; aquilo que não presta é eliminado do corpo. Trata-se de um processo natural. Por que dar-lhe uma relevância que não possui?
A atenção deve concentrar-se no interior, donde provêm as maldades que tornam a pessoa indigna de estar na presença de Deus. Podem os fornicadores, os ladrões, os assassinos, os adúlteros, os cobiçosos, os malvados, os fraudulentos, os despudorados, os invejosos, os maledicentes, os soberbos e os impiedosos apresentar-se diante de Deus, sem antes passarem por um processo radical de purificação? Bastaria que lavassem as mãos ou tomassem apenas um banho? Deus não exige deles algo muito mais profundo?
Oração
Pai, cria, no meu coração, a pureza verdadeira que me permite estar na tua presença, seguro de que minha vida te agrada.
Fonte: Dom Total em 30/08/2015
Meditando o evangelho
O QUE SAI DO CORAÇÃO
Uma antiga denúncia profética foi retomada por Jesus. O profeta Isaías teve a perspicácia de perceber o descompasso entre o culto faustoso praticado no templo de Jerusalém e as violências e injustiças que campeavam na cidade. O louvor proclamado com os lábios não correspondia às maldades praticadas com as mãos. O apego exagerado a certas tradições religiosas não chegava a gerar a conversão do coração.
Algo semelhante passava-se com uma ala do farisaísmo no tempo de Jesus. A veneração afetada dos fariseus às normas legais não os impedia de dar vazão às suas más intenções. Aí se revelava o que eram por dentro. A piedade exterior era fachada de um interior cheio de perversidade. A observância escrupulosa das normas de pureza mostrava-se inútil, pois não chegava a atingir seu verdadeiro objetivo: tornar a pessoa internamente pura para Deus.
O discípulo do Reino, no pensamento de Jesus, faz o caminho inverso ao dos fariseus. Sua preocupação maior consiste em não se deixar contaminar pelas malícias que brotam do coração. Pouco lhe importam as coisas exteriores. Comer sem ter lavado as mãos é menos importante do que sentar-se à mesa e partilhar o pão com os necessitados. Ser muito atento na limpeza das louças e talheres só tem sentido se tiver o respaldo de uma vida centrada na prática do amor e da justiça.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, não permitas que eu me iluda, buscando uma pureza exterior, quando a que te agrada é a que provém do meu interior.
Fonte: Dom Total em 02/09/2018 e 29/08/2021
PONTOS DE REFLEXÃO
I LEITURA. Dt 4,1-2.6-8.
O povo da primeira Aliança está para receber como oferta a “Terra Prometida”, depois de quarenta anos de fatigante peregrinação no deserto, onde encontrou provas e tentações de todos os géneros. Deus oferece-lhe agora como guia e salvaguarda a Sua própria Palavra.
São “leis” e “preceitos” destinados a iluminar o coração e a mente no encontro com Deus, com os irmãos e com os estrangeiros. Começa assim um “tempo novo”, numa “terra nova”, lugar de culto e de louvor a JAVE, mas também ocasião de amor e de respeito pelos irmãos e pelos pobres. O próprio Deus é o garante. Ele propõe e promete mais uma vez a Israel que o acompanha e o protege com a “nuvem luminosa” da Palavra, escutando todos os seus pedidos. Ele fará sentir a Sua luminosa presença, mediante uma predileção contínua e uma misericórdia renovada e paciente.
Abre-se assim para o povo da Aliança um caminho do suspirado sabor de fidelidade e de observância, fundado na escuta obediente a um pacto. Afastar a fácil pretensão de “acrescentar ou suprimir” seja o que for. Tudo isto, depois, não minimizará a liberdade acabada de conquistar ao sair do Egito, mas será sinal de “inteligência” e de “sabedoria”, não só perante as suas consciências, mas também perante os outros povos.
II LEITURA Tg 1,17-18.21b-22.27
“Feliz o servo que restitui todos os seus bens ao senhor Deus porque Lhe pertencem”, assim dizia São Francisco numa das suas admonições. Acerca deste ponto é importante não nos deixarmos enganar: tudo o que de verdade temos de bom é “dom” de Deus.
Ele é o “Pai das luzes”, criador dos luminares celestes, mas também de todos os bens do espírito. Obviamente, Deus não muda e não produz trevas e escuridão! Ele fez-nos a dádiva da existência, exercendo assim a Sua paternidade para conosco, e iluminando o nosso caminho com a Sua “palavra”, que é luz de “verdade”, para que tornássemos aos Seus olhos “primícias das Suas criaturas”. A Palavra manifesta a verdadeira face de Deus, e revela a nova Lei, que é “lei de liberdade” e, ao mesmo tempo, “lei régia”. Abre-se para nós uma ocasião impensável, que afinal é fonte única e promissora de salvação e de vida nova.
Uma situação tão feliz não deve conduzir-nos a uma escuta distraída e superficial da palavra, mas sim tornar-nos “cumpridores” convictos dela. De outro modo, quem se decide por uma vida ociosa, engana-se a si mesmo e também aos irmãos. Esta é a religião, entendida como relação e diálogo, que Deus Pai considera pura e genuína: cuidar dos pequeninos e dos “órfãos”, sem se manchar nem se deixar contagiar pelas coisas deste mundo.
EVANGELHO. Mc 7,1-8.14-15.21-23
A página do Evangelho apresenta um novo debate cerrado entre Jesus, os “fariseus” e os “escribas2 acerca de algumas “tradições” consideradas pelo Senhor como humanas, e por isso julgadas fruto da invenção de todos os que estão longe de Deus, embora se julguem perto d´Ele. Uma tradição só se pode considerar positiva e válida se estiver colocada no “hoje de Deus” e como auxílio na prática dos Mandamentos. É este o novo critério que Jesus apresenta aos Seus interlocutores, consideradas pessoas que “honram a Deus com os lábios, mas o seu coração está longe d´Ele”.
É sabido que os fariseus-os “puros” no significado etimológico da palavra-, e em geral todos os hebreus, respeitem uma tradição antiga: não comem sem antes cumprirem o rito de “lavar as mãos até ao cotovelo”. Mesmo quando voltam de fora de casa, por exemplo, “do mercado”, não se sentam à mesa sem antes se purificarem. Há ainda outras coisas- mais pequenas- a que eles se prendem escrupulosamente, como a limpeza dos “copos”, dos “jarros” e das “vasilhas de cobre”. Poder-se-ia dizer: isto não tem mal nenhum! Mas o mal não está tanto nas precauções, ditadas também pelas regras da limpeza e da higiene, mas sim quando se limitam ao aspecto externo e se esquece o dado mais importante, o “coração”, julgado pelo homem da Bíblia o centro dos afetos, das motivações e da própria atuação da pessoa.
Jesus portanto dá razão ao profeta Isaías que tinha, no passado, definido como “hipócritas” os israelitas, porque a sua astúcia e esperteza eram capazes de deixar de lado o “mandamento de Deus”, escudando-se por detrás das simples “tradição dos homens.
As “leis” têm o seu lugar numa experiência religiosa, enquanto sinais indicadores de um caminho a percorrer. No entanto, é preciso que o crente tenha o discernimento suficiente para dar à “lei” um valor justo, vendo-a apenas como um meio para chegar mais além no compromisso com Deus e com os irmãos. A finalidade da nossa experiência religiosa não é cumprir leis, mas aprofundar a nossa comunhão com Deus e com os outros homens sendo, eventualmente, ajudados nesse processo por “leis” que nos indicam o caminho a seguir.
Padre José Granja
Reitor da Basílica dos Congregados, Braga.
Fonte: Alexandrina Balasar Free em 02/09/2012
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A FONTE DO BEM E DO MAL
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Na relação com Deus, o moralismo exacerbado é algo abominável, nascido no rigorismo de normas e preceitos, sendo um fardo insuportável que as pessoas vão arrastando vida afora, achando que isso as faz merecedoras da Salvação que Deus oferece. Os inventores dessas mil “regrinhas” para se conseguir a salvação, se deleitam em ensinar as pessoas a andarem, naquilo que eles têm a coragem de chamar de “caminhos do Senhor”. A Santa Igreja tem o seu Código de Direito Canônico, que tem como objetivo ajudar o cristão membro da Igreja, a viver santamente desfrutando ao máximo da graça e santidade que Jesus oferece, entretanto, não é a pura observância dos cânones, que irá levar alguém a fazer a experiência de Deus em sua vida.
O problema está em que, com tantas regras e normas, muitas vezes inventadas por lideranças religiosas, pastorais, movimentos e associações, abafa-se na vida do cristão aquilo que é essencial, uma relação com Deus a partir do seu íntimo, isso é, a partir do coração, centro de decisão e da Vida. A pregação de que devemos fugir das coisas do mundo e só buscar as coisas de Deus, é perigosamente alienadora, pois agindo nessa linha, tudo aquilo que é humano, e que não faz parte da esfera do sagrado, torna-se profano e portanto, motivo de condenação ao pecador.
Conheci um deficiente visual, que tocava sanfona no Mercado Municipal, para ganhar uns trocados, e o seu repertório, bastante variado, agradava a todas as idades. No final do dia embolsava as doações e ia embora, todo feliz. Sempre alegre e extrovertido, era alguém feliz e que sabia fazer feliz as pessoas que o rodeavam para ouvir suas músicas ou suas histórias engraçadas. Um dia alguém o levou a uma igreja cristã e depois de algumas participações começou o processo de sua conversão, e daí uma vez convertido, e tendo conhecido Jesus, foi orientado para que não mais tocasse aquelas músicas do mundo, que eram pecaminosas diante de Deus, e assim, o “Ceguinho da Sanfona” como era mais conhecido, mergulhou numa grande tristeza que acabou em depressão, nunca mais o vi.
Os Fariseus eram pessoas muito piedosas e fiéis ao judaísmo, mas entre eles havia os “fanáticos” que observavam rigorosamente todas as leis e normas, e adoravam impor o cumprimento da mesma aos demais. Os discípulos de Jesus andavam muito felizes por tê-lo encontrado, e a alegria era tanta que nem se importavam com certas regras, entre elas a de lavar as mãos antes de tomar refeições, e não o faziam por despeito ou por provocação aos Fariseus, é que realmente o encontro com Jesus de Nazaré despertara neles algo novo e inaudito, que nenhuma religião tinha ainda oferecido, era algo que vinha de dentro, do mais íntimo do seu ser, mas os Judeus do Farisaísmo cobraram de Jesus a observância da lei “Por que os seus discípulos não lavam as mãos antes de comer, como faz um judeu piedoso?”. A novidade maravilhosa que Jesus oferecia, não era mais importante do que o cumprimento da lei.
Como é triste quando na comunidade as pessoas são cobradas por alguns, que se julgam justos e Santos, cobra-se conversão, exige-se coerência de vida, retidão de caráter, testemunho de vida, conduta moral irrepreensível, principalmente desprezar e fugir de tudo o que não é sagrado. Ocorre que as pessoas que não tem esse perfil, ou não são perseverantes acabam deixando a comunidade, uma vez que se sentem constrangidas por ficarem ouvindo “pelas costas” a respeito de sua vida “torta”.
Jesus dá um basta a toda essa hipocrisia e coloca uma relação nova com o Pai, não mais a partir da conduta e aparência exterior, mas sim do coração, fonte do bem e do mal, sendo que o que dele provém é que determina as nossas ações, podendo contaminar com o mal, ou contagiar com o Bem. A partir dessa verdade, ninguém mais poderá ser julgado, uma vez que só Deus tem acesso ao coração humano, onde o seu amor de Pai, manifestado em Jesus, transborda o coração dos que nele creem, fazendo-o irradiar esse amor por onde andam, pautando todas as suas decisões e atitudes, a ponto de São Paulo dizer, “que o amor é a plenitude da lei.”
E que adianta saber lavar corretamente jarras e copos, ou tomar banho cada vez que se chega da praça, como os fariseus? Não frequentar certos ambientes ou casas, evitar a companhia de certas pessoas, não ler certas revistas, não assistir certos filmes, mas ter o coração cheio de mágoa, rancor, amargura? E mais ainda, destilar o veneno da intriga, da desconfiança, provocar ou sentir inveja, ciúmes? Toda e qualquer preocupação com ações exteriores, só será edificante se o coração estiver convertido, caso contrário, ressoará em nossos ouvidos a severa advertência do Senhor, com relação ao Farisaísmo desde século “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
2. Nada que, de fora, entra na pessoa pode torná-la impura - Mc 7,1-8.14-15.21-23
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Retomamos o Evangelho de Marcos nos domingos. “A Lei do Senhor é perfeita, conforto para a alma. Os preceitos do Senhor são retos, alegram o coração. O mandamento do Senhor é claro, ilumina os olhos.” Assim canta e medita o salmista, e nós com ele. A Lei de Deus ilumina os caminhos de nossa vida, nos orienta e nos torna sábios e prudentes. Tem o dom da prudência quem sabe escolher os meios para atingir o fim que se propõe. É sábio quem se lembra dos mandamentos e os guarda. Eles são o nosso professor, o pedagogo que nos ensina e quer o nosso bem. Diz o Deuteronômio que nada se deve acrescentar a eles nem ser tirado. A lei escrita expressa a vontade de Deus, que passa pelo discernimento do Espírito. O discernimento nos mostra qual é a vontade de Deus aqui e agora, o que Deus quer de mim neste momento. Pedimos a Deus que, na instabilidade deste mundo, nossos corações estejam fixos onde estão as verdadeiras alegrias, porque irrequieto está o nosso coração enquanto não repousar na vontade de Deus. Marcos, no Evangelho, nos mostra como muitas vezes, ou algumas vezes para não exagerar, dizemos que é vontade de Deus o que não é. Há leis religiosas que são preceitos humanos ou tradição criada por costumes. Não são más. Podem, porém, ocultar a verdadeira vontade de Deus. Não se deve confundir o mandamento de Deus com preceitos humanos. As práticas exteriores são boas e úteis. Importa, porém, o que está no coração. Deus vê o que está oculto, o que é projeto de vida, o que é intenção. O discernimento nos ajuda a perceber se o que fazemos é inspirado por Deus ou pelo demônio. O teste é sempre a caridade. Agimos por ciúmes, agimos por rivalidade, gostamos de provocar, sabemos armar ciladas, criar armadilhas, mas sabemos também estender a mão a quem precisa de apoio para se erguer. O que quero realmente quando tomo uma decisão? Ouvimos a Palavra e não a praticamos, e assim nos enganamos a nós mesmos. Dizemos ser religiosos e não assistimos os órfãos e as viúvas em suas necessidades e nos envolvemos na corrupção deste mundo. Sabemos que não é esta a religião pura e sem mancha diante de Deus. Não vemos a Deus, mas vemos as pessoas. O modo como as tratamos é o teste da verdadeira religião. O caminho do discernimento da vontade de Deus começa com o exercício da sensibilidade fraterna, movida pelos impulsos do Espírito, que são sempre impulsos de amor.
Fonte: NPD Brasil em 29/08/2021
REFLEXÕES DE HOJE
DOMINGO
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 02/09/2018
HOMILIA DIÁRIA
A pureza deve começar pelo coração
Postado por: homilia
setembro 2nd, 2012
Jesus se encontrava no meio de conflitos que a Sua prática provocava. Então, os chefes dos judeus enviam uma delegação para investigar e “bisbilhotar” a vida pessoal de Jesus. A intenção dos fariseus e doutores da Lei era ver se Ele transgredia a Lei e a tradição, ou seja, se transgredia a Torá e as inúmeras prescrições orais, pois ambas tinham o mesmo valor – visto que provinham de Deus – e mexer no aparato legal era opor-se a Deus ou querer igualar-se a Ele.
O problema em discussão era sobre o lavar ou não as mãos conforme Levítico 15,11. Quem não lavava as mãos antes de comer desrespeitava as tradições, pois tudo o que era comprado no mercado devia ser purificado na hipótese de ter sido contagiado por uma pessoa ritualmente impura. Antes fosse assim, para evitar doenças contagiosas como as que enfrentamos em nossos dias. Mas não. A tradição judaica tinha barreiras e preconceitos em relação aos pagãos, que eram suspeitos de impureza. E, por falta de lógica divina nestes rituais, Jesus quebra a barreira citando Isaías 29,13 e chamando os doutores da Lei de hipócritas.
A resposta de Jesus é abrangente, descaracterizando o mérito das leis de pureza e das demais tradições opressoras. Dirige-se à multidão e pede que ouça e entenda. E explica que a impureza não está nos objetos e nas pessoas, mas é uma consequência das opções de vida das pessoas, e vem do coração. Logo em seguida, faz uma lista do que traz a verdadeira impureza aos homens: más intenções, imoralidades, roubos, assassinatos, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho e falta de juízo.
No Evangelho deste 22º Domingo do Tempo Comum, somos convidados a tomar consciência de que algumas práticas sobre a higiene são importantes, mas não mudam a natureza do homem. Veja por exemplo: hoje cães e gatos são tratados com todas as normas de higiene, vão aos salões de beleza, são levados aos parques de diversão e… não mudam de natureza.
Não é o “shampoo” ou o “desodorante” que purificam o homem, como apregoava o costume farisaico e, hoje, o faz a publicidade comercial e nossa sociedade consumista. Ter mãos limpas não significa ter um coração limpo. Um grande sorriso pode muito bem esconder uma antipatia. Palavras bonitas, muitas vezes, buscam somente reconhecimento e aplausos. A maioria dos nossos políticos tem uma linguagem cheia de demagogia, que não expressa o que sentem e fazem.
É preciso que acolhamos com muita atenção as palavras de exortação de São Tiago (Segunda Leitura). Não basta só ouvir a Palavra do Senhor, mas é fundamental colocá-la em prática, para não nos iludirmos e deixarmos a Palavra correr em nossas veias. A hipocrisia estava em apenas ouvir a Palavra e não praticá-la: “um povo que louva a Deus com os lábios, mas tem o coração distante Dele”. Jesus denuncia a manipulação da Palavra de Deus pelos fariseus e afasta o formalismo exterior da religião judaica. Não vai contra a Lei de Moisés nem contra a tradição autêntica, mas denuncia a hipocrisia. De fato, os fariseus denunciam os discípulos porque não lavam as mãos antes das refeições, segundo uma tradição rabínica do Talmude.
As abluções não existiam por simples motivos higiênicos, mas porque eram símbolos da pureza moral, necessária para se aproximar de Deus. Porém, os fariseus viam somente o lado externo da aproximação de Deus, não levando em consideração o Salmo 23,3-4: “Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará em seu lugar? Quem tem mãos inocentes e coração puro”. A pureza de coração era a condição para participar do culto e ver o rosto de Deus. A pureza deve começar pelo coração, como afirma o Salmo 23, pois é dele que procedem as coisas más.
O coração do homem continua sentindo os mesmos impulsos de impureza, como egoísmo, intenções desvirtuadas, a degradação do amor humano e uma “avalanche” de impureza e sensualidade. Hoje campeia, sobretudo, a obscenidade. Obsceno é uma palavra que vem do antigo texto grego e romano e significava aquilo que, por respeito aos espectadores, não devia ser representado em cena por pertencer à intimidade pessoal. Mesmo aquela civilização pagã, que tinha normas morais relaxadas, entendia que certas coisas não deviam ser feitas diante de outras pessoas.
Senhor Jesus, não permita que eu me iluda buscando uma pureza exterior, quando a que Lhe agrada é a que provém do meu interior. Amém.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 02/09/2012
HOMILIA DIÁRIA
Peçamos a Deus a graça de ter o coração puro
Peçamos a Deus a graça de ter o coração puro. É preciso purificar a alma, os sentidos, a vontade e encher o coração com boa disposição, bondade, pureza e tantos outros elementos necessários para que nossa vida seja correta.
“O que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior.” (Marcos 7, 15)
O embate de Jesus com os fariseus é porque estes se preocupam muito com a casca, com o externo e com aquilo que é visível aos olhos humanos. Eles se incomodam porque os discípulos de Jesus, a exemplo do Mestre, comem sem lavar as mãos, fato que lhes [fariseus] causa repugnância.
Isso não significa que Jesus não tivesse higiene e não lavasse as mãos [antes das refeições], mas sim que Ele quis demonstrar algo muito mais profundo ao fazer isso. Existem muitas pessoas que lavam as mãos, tomam três banhos por dia, se arrumam e limpam de forma até frenética o corpo, passam maquiagem, fazem limpeza de pele, mas não fazem o essencial: limpar o coração. Muitas se preocupam em mostrar uma face bonita para aos outros, mas não cuidam do que têm dentro de si.
O Senhor nos diz, nesta passagem bíblica, que não é o que está fora de nós que nos torna impuros, mas aquilo que sai de nós. Isso porque é dentro do nosso coração onde guardamos e acumulamos as más intenções, as injustiças, as barbaridades, a falta de juízo, a devassidão e todas aquelas coisas impuras e maldosas que os outros nem imaginam que estejam guardados dentro de nós. Isso, sim, é algo mau!
Nós até podemos chegar diante de Deus maltrapilhos, com as roupas rasgadas, pois seremos muito bem recebidos, amados e abraçados por Ele. Contudo, nós não podemos chegar para participar do banquete eterno com o coração cheio de maldades, devassidões e impurezas. Por isso o trabalho da nossa vida, meus irmãos, a vida inteira, não é para simplesmente cuidar de ter boa pele ou boa aparência. O trabalho da nossa vida deve ser cuidar do nosso coração e ter o cuidado de não sermos excessivamente voltados para um lado da vida e nos esquecer do essencial, daquilo que sai de nosso interior.
O trabalho fundamental da nossa existência humana é cuidar do que está dentro de nós. A primeira coisa, para isso acontecer, deve ser a purificação interior: purificar a alma, os sentidos e a vontade. E purificar é justamente lapidar, tirar o que está estragado, renunciar ao que não convém, não deixar acumular dentro de nós tantas coisas velhas e tranqueiras que nos deixam cada vez mais podres por dentro.
E uma vez que vamos nos limpando, nos purificando e fazendo essa renovação interior ao longo da vida, é preciso encher o coração com coisas boas, com boa disposição, bondade, vontade reta, pureza e com tantos outros elementos necessários para termos uma vida correta.
Que Deus nos dê a graça hoje de ter um coração purificado por Sua Palavra para que vivamos uma vida autêntica no meio dos homens!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: https://homilia.cancaonova.com/pb/homilia/pecamos-a-deus-a-graca-de-ter-o-coracao-puro/ (30/08/2015)
HOMILIA DIÁRIA
Precisamos cuidar daquilo que guardamos em nosso interior
Precisamos, cada vez mais, mergulhar no nosso interior e contemplar as belezas que temos dentro do nosso coração
“O que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior.” (Marcos 7,15)
O Evangelho de hoje nos apresenta o drama dos fariseus e de boa parte dos judeus, porque eles só comiam depois de lavar bem as mãos, segundo a tradição que receberam dos antigos.
Lavar as mãos para fazer as refeições é uma atitude higiênica, e não tenha dúvida de que faz muito bem à saúde! A questão, no entanto, é ficarmos somente no ato de lavar as mãos, pois isso quer dizer lavar o corpo, ou seja, cuidar do exterior para que tudo aparente estar bem, mas não cuidamos daquilo que é o essencial.
Muitas vezes, há um exagero na maneira de ver as coisas! “Temos de lavar bem esse alimento, se não, ele vai ‘nos estragar’”. Sabemos os danos que um alimento não lavado pode causar, por isso é muito importante cuidarmos da higiene, e aqui não discutimos esse fato. O problema da humanidade e de cada um de nós são os extremos da vida, porque cuidamos excessivamente de um lado e, às vezes, relaxamos ou descuidamos do outro.
O Evangelho de hoje nos aponta a necessidade de cuidarmos do nosso interior, pois o que o faz se deteriorar e ficar impuro não é o que comemos, não é aquilo que vem de fora, mas o que já está dentro de nós: os maus pensamentos, os maus sentimentos, a cobiça, o adultério, o sentimento negativo em relação ao outro e a inveja. É dentro do nosso coração que guardamos ressentimentos, mágoas, rancores e acumulamos o ódio.
Precisamos cuidar daquilo que guardamos em nosso interior, porque a beleza humana reflete aquilo que vem de dentro e não de fora. O cuidado que precisamos ter é para não vivermos de cascas nem de aparências. Vivemos na era da maquiagem e do retoque, para darmos atenção só àquilo que as pessoas vão ver em nós. Mas, na verdade, a Palavra de Deus diz que a essência humana está dentro do coração do homem.
Precisamos, cada vez mais, mergulhar no nosso interior e contemplar as belezas que temos dentro do nosso coração, porque, graças a Deus, muita coisa bela foi semeada em nós. No entanto, nossa beleza está se estragando com as coisas velhas e estragadas que deixamos acumular dentro do nosso coração.
Que beleza e que pureza de vida aquela criança que é carregada no colo! Mas, à medida que cresce, o mundo vai jogando coisas velhas dentro daquele coração; então, crescem e alguém diz: “Nem parece aquele menino que eu conheci: tão bonzinho, tão bonito, tão cheio de coisas belas e bonitas!”. A verdade é que o tempo pode nos melhorar, mas ele também pode nos piorar. E não é melhorar a aparência para ser bela segundo os critérios mundanos. O que nos torna piores é não cuidarmos daquilo que está dentro de nós e se acumula dentro do nosso coração.
Hoje, a Palavra de Deus nos convida a irmos no fundo da nossa alma e olharmos o que está dentro de nós para purificar, limpar e renovar. Algumas coisas são importantes: exame de consciência diário, olhar para nossa consciência, rever os nossos atos, as nossas atitudes e práticas, e não abrirmos mão de uma boa confissão para renovar, lavar, purificar e não nos conformarmos com o mal que quer morar em nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 02/09/2018
HOMILIA DIÁRIA
Purifiquemos o nosso interior de todos os males
“Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. Todas estas coisas más saem de dentro, e são elas que tornam impuro o homem.” (Marcos 7,21-23)
Você vê que os fariseus e os mestres da Lei estão criando questões com Jesus em torno das práticas exteriores: comer ou não comer sem lavar as mãos. Sabemos que é importante lavar as mãos para comer, ainda mais nos tempos em que estamos vivendo. Descobrimos, mais do que nunca, que a higiene das mãos e do corpo em si é fundamental, mas a grandeza do coração do homem, o que diz o que o ser humano é, não são essas práticas, isso é obrigação higiênica.
Eles estavam observando como é que os copos eram lavados, como as jarras eram lavadas, como cada prato era lavado. Sabe aquela pessoa que chega na sua casa e repara em tudo? Repara até onde você colocou isso, onde colocou aquilo. Desculpa, onde eu coloco qualquer coisa na minha casa, não diz aquilo que eu sou. Se eu visto uma camisa e coloco para dentro ou fora da calça, não diz quem eu sou.
Cuidado! Porque nós estamos querendo avaliar, julgar, dizer, determinar quem são as pessoas nas suas práticas externas, e estamos nos esquecendo de olhar para o nosso interior. É de dentro do coração humano que saem as más intenções, as maldades, as fraudes; é de dentro do nosso coração que sai a devassidão, a calúnia, o orgulho, a falta de juízo e todas as intempéries. Ou seja, precisamos cuidar do nosso interior, purificar o nosso interior.
Precisamos cuidar do nosso interior, purificar o nosso interior
Tomar banho é uma maravilha, e ai de nós se não tomarmos pelo menos um banho por dia; há quem tome dois, três… Mas isso não torna você uma pessoa melhor ou pior que as outras, até pode fazer de você uma pessoa mais higiênica, e que seja! Eu não faço competição de banho, de quantas vezes lavo as mãos, de quantas vezes passo álcool gel nas minhas mãos, mas eu sei que para eu ser um ser humano melhor, uma pessoa melhor, para eu ser um cristão autêntico, eu preciso purificar meu coração todos os dias.
Se eu preciso fazer higiene corporal todos os dias, você imagina quanto mais eu preciso fazer a minha higiene mental, a minha higiene emocional, a minha higiene interior, mas é questão de higiene mesmo, é questão de purificação mesmo. Porque essas coisas entram em nós e, muitas vezes, não saem de nós, elas ficam em nós. Começamos a pensar mal de alguém e aquele mal fica em nós, começamos a ter mau juízo de alguém, esse mau juízo fica impregnado em nós, deixamos as impurezas, os adultérios, as coisas impuras deste mundo entrar em nós e não nos purificamos.
A purificação pela penitência, pela renovação interior, pela confissão, pelo arrependimento, pela oração; essas coisas más ficam dentro de nós e, daqui a pouco, começamos a colocar para fora o olhar, a boca. Os sentidos estão exprimindo aquilo que nós guardamos, aquilo que nós não purificados.
Olhemos para o coração puro de Jesus, olhemos para o coração imaculado de Maria; e peçamos que Deus purifique o nosso coração de todo mal, para que não fiquemos nas práticas externas sem purificar o nosso interior.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 29/08/2021
Oração Final
Pai Santo, que toda a nossa vida seja uma oração – encontro consciente contigo, que sabemos estar presente em nós e entre nós. Que nossa prece jamais seja um amontoado de fórmulas e gestos vazios para parecermos melhores do que somos. Inspira-nos, Pai Amado, pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina em unidade com o Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/09/2012
Oração Final
Pai Santo, faze-nos amigos de teus preceitos. Que os sigamos todos, de maneira transparente, e encorajemos os irmãos a fazerem o mesmo. Mas, Pai amado, que sejamos movidos, sobretudo, pelo desejo de sermos justos, misericordiosos e fraternos com todos. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 30/08/2015
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que toda a nossa vida seja uma oração – encontro consciente contigo que, como sabemos, estás sempre presente em nós e entre nós. Que nossa prece jamais seja um amontoado de fórmulas memorizadas e gestos vazios para parecermos melhores do que somos. Inspira-nos na oração, Pai querido, pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina em unidade com o Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/09/2018
oRAÇÃO FINAl
Senhor Jesus, de teus ensinamentos aprendemos que o mal está dentro do ser humano. Somos nós que o produzimos. Por isso te pedimos, Jesus: dá-nos coragem e disposição para investigar a maldade que se aninha em nosso interior e força de vontade para eliminar tudo o que nos torna impuros. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 29/08/2021
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