domingo, 8 de dezembro de 2013

Nossa Senhora da Imaculada Conceicão - 08 de Dezembro





Mais do que memória ou festa de um dos santos de Deus, neste dia estamos solenemente comemorando a Imaculada Conceição de Nossa Senhora, a Rainha de todos os santos.
Esta verdade, reconhecida pela Igreja de Cristo, é muito antiga. Muitos padres e doutores da Igreja oriental, ao exaltarem a grandeza de Maria, Mãe de Deus, usavam expressões como: cheia de graça, lírio da inocência, mais pura que os anjos.

LITURGIA DIÁRIA - O Domingo – Crianças

Dia 8 – Missa da Imaculada Conceição

A exemplo de Maria, comprometidos com o Reino!


Compromisso da Semana:

Nesta semana, vamos rezar a oração da Campanha para a Evangelização, que tem como tema: “Eu vos anuncio uma grande alegria” (Lc 2,10).
Pai santo, quisestes que a vossa Igreja
fosse no mundo fonte de salvação
para todas as nações,
a fim de que a obra do Cristo que vem

continue até o fim dos tempos.
Aumentai em nós o ardor da evangelização,
derramando o Espírito prometido,
e fazei brotar em nossos corações
a resposta da fé.

Por Cristo, nosso Senhor

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 08/12/2013

8 de Dezembro de 2013

ANO A


Lc 1,26-38

Comentário do Evangelho

Bendita aquela que acreditou.

O dogma da Imaculada Conceição foi definido em 1854, pelo Papa Pio IX, na bula Ineffabilis Deus, em que, resumidamente, ele afirma: “Declaramos, pronunciamos e definimos como doutrina revelada por Deus o quanto segue: A Beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua concepção, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original”. O dogma da Imaculada Conceição está em função da encarnação do Verbo de Deus.
O texto do evangelho proposto para esta festa é o anúncio do anjo Gabriel a Maria. Este relato faz parte de um conjunto de textos denominado de “evangelhos da infância” (Mt 1–2; Lc 1–2). Lucas relaciona o anúncio do nascimento de Jesus à gravidez de Isabel: “... no sexto mês… o anjo Gabriel foi enviado por Deus... a uma virgem…” (v. 26). Isto se explica porque os evangelhos da infância, em Lucas, estão construídos num paralelismo constante entre João Batista e Jesus, com a finalidade de mostrar que Jesus é maior que João: João Batista é o precursor, Jesus, o Messias. O relato enfatiza a iniciativa absoluta de Deus na encarnação do seu Filho (cf. v. 35).
Maria é a que recebeu o favor de Deus (cf. v. 28), isto é, a que foi especialmente favorecida por Deus. O favor de Deus a Maria se manifesta na sua eleição para ser a mãe do Filho de Deus. A iniciativa de Deus na encarnação do Verbo conta com a colaboração do ser humano: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem?” (v. 34). Se a idade e a esterilidade de Isabel e Zacarias foram divinamente superadas na concepção de João Batista, a dificuldade humana da virgindade de Maria deve ser superada pelo poder divino na concepção de Jesus. E, segundo Lucas, o foi pela intervenção do Espírito Santo, o “poder do Altíssimo” (v. 35).
Na sua resposta: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra” (v. 38), Maria identifica-se com Ana, mãe de Samuel (cf. 1Sm 1,11). Na sua visita a Isabel, ela será caracterizada por aquela que creu: “Bendita aquela que creu: o que lhe foi dito da parte do Senhor se cumprirá!” (v. 45).
Carlos Alberto Contieri, sj
ORAÇÃO
Pai, dá-me a graça de ser fiel a ti, como Maria, a perfeita discípula que soube discernir a tua santa vontade, e se mostrar solícita em realizá-la.

Vivendo a Palavra

Para saborear a singeleza da cena da Anunciação, precisamos nos livrar das estruturas mentais que nos foram impostas pela cultura pós-moderna: abdicar do desejo de explicações, da vontade de comprovar tudo, da necessidade de compreender os Mistérios e, simplesmente, nos entregarmos ao Espírito de Deus que já mora em nós.

Reflexão

Jesus se insere na história da humanidade e, ao fazê-lo, também passa a ter uma história. Ele é verdadeiramente homem e assume em tudo a condição humana, menos o pecado Ao comemorarmos a Imaculada Conceição da Virgem Maria, estamos comemorando um fato da história do próprio Cristo, pois a Imaculada Conceição de Maria está condicionada ao nascimento de Cristo, uma vez que Deus estava preparando o ventre digno de receber seu próprio Filho. Com isso, podemos perceber a ação do Deus que é Senhor da história e que, agindo na própria história da humanidade, conta com a colaboração de todos para a realização do seu plano.

Recadinho


Em que consiste levar a sério a vida cristã? - Há momentos na vida em que é difícil portar-se de modo cristão? Dê um exemplo.
Você está procurando rezar mais nesse período do Advento? - Como você vive a fraternidade e a paciência nesse período? - Em que consiste sua oração diária?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R

Comentário do Evangelho

ALEGRA-TE, CHEIA DE GRAÇA

A saudação do anjo Gabriel surpreendeu Maria. Quem era ela senão uma humilde habitante de Nazaré, cidade sem importância das montanhas da Galiléia? Mulher sem maiores pretensões do que a de ser fiel a Deus; uma virgem já prometida em casamento a José, mas sem viver conjugalmente com ele, conforme as tradições de seu povo? Afinal, que méritos tinha para ser uma “agraciada”, “plena da graça” divina?
Maria estava longe de compreender o projeto de Deus a seu respeito. Sua humildade de mulher simples do interior não lhe permitia pensar grandes coisas a respeito de si mesma. Quiçá tenha sido este o motivo por que fora escolhida por Deus para ser mãe do Messias. Livre de toda forma de orgulho e autosuficiência, Maria podia abrir seu coração para receber a graça de Deus que haveria de torná-la templo do Espírito Santo. Ela tornou-se objeto da atenção divina, no seu anseio de salvar a humanidade. Deus queria contar com alguma pessoa disposta a se tornar “escrava do Senhor”, e permitir que a vontade divina acontecesse em sua vida, sem objeções. Foi para Maria que se voltaram os olhares de Deus!
Tudo quanto o anjo comunicara a Maria era grande demais para o seu entendimento, e superava sua capacidade de pô-lo em prática. Abriu-se para ela uma perspectiva nova, ao lhe ser prometida a assistência do Espírito Santo. Este seria a força que lhe permitiria levar a bom termo a missão divina que lhe fora comunicada pelo anjo.
Oração
Pai, plenifica-me com tua graça, como fizeste com Maria, de forma que eu possa ser fiel como ela ao teu desígnio de salvação para a humanidade.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, que preparastes uma digna habitação para o vosso filho pela imaculada conceição da virgem Maria, preservando-a de todo pecado em previsão dos méritos de Cristo, concedei-nos chegar até vós purificados também de toda culpa por sua materna intercessão. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Nada é impossível... Lc 1, 26-38
Para os racionalistas, em nosso mundo há coisas possíveis e coisas impossíveis. Assim, eles se empenham em negar a hipótese do milagre. Afinal, se Deus existe e deu à matéria as suas leis físicas, químicas e biológicas – argumentam eles -, o próprio Criador acaba, agora, prisioneiro de suas leis e está proibido de alterá-las aqui no tempo dos homens.
Ora, o incômodo Evangelho de hoje – quando a Santa Igreja celebra, jubilosa, a Imaculada Conceição de Nossa Senhora – apresenta de uma só tacada dois dos “impossíveis” para os homens: a gravidez de Isabel, uma estéril, e a gravidez de Maria, uma virgem.
Não é que Deus queira brincar com nossas limitações humanas. O Senhor apenas demonstra que está decidido a mudar nossa história, livrando-nos do pecado e trazendo a salvação ao nosso alcance. Se, para isso, é preciso demonstrar que tudo está sob o seu domínio e senhorio - mesmo as nossas impossibilidades -, ele o fará sem maiores pudores.
Uma vez, em viagem missionária a Irapuã, SP, vivemos um momento de oração logo após cantar meu cântico “Nossa Senhora dos Impossíveis”, inspirado em relato do saudoso Dom Valfredo Tepe, então Bispo emérito de Ilhéus. Naquele momento, convidei os presentes a entregarem seus impossíveis a Mãe de Deus. Uma senhora, estéril, casada há doze anos, e que já esgotara os recursos da medicina na tentativa de ter um filho, ousou fazer tal entrega. Em algumas semanas, já de volta a Belo Horizonte, recebi a notícia de que ela engravidara poucos dias depois daquele encontro. Quando revisitei Irapuã, pude conhecer o filho impossível... para os homens...
Na solenidade da Imaculada Conceição, a Igreja lembra que Deus preparou Maria de modo especial para sua missão como Mãe de Deus. Simples e pobre, jovem roceirinha de Nazaré, Deus tornou possível sua missão única e inigualável, ao fazê-la cheia do Espírito Santo.
Da mesma forma, se nos deixarmos encher pelo mesmo Espírito, daremos conta de nossa missão, com tudo o que ela nos apresentar de possível e de impossível...
Orai sem cessar: “Com Deus, realizaremos grandes feitos!” (Sl 60 [59], 14)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br

8 de dezembro – 2º DOMINGO DO ADVENTO – IMACULADA CONCEIÇÃO
O SENHOR ESTÁ CONTIGO!

I. INTRODUÇÃO GERAL

O pecado e a encarnação aparecem na bíblia como dois movimentos que têm por objetivo a eliminação do abismo entre o Criador e a criatura. O pecado significa que o ser humano quis superar a distância que existe entre ele e seu Criador, pretendendo fazer-se igual a Deus. A encarnação é o movimento inverso. Deus, de fato, superou a distância entre nós e ele, quando o Verbo eterno se fez homem.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Lc 1,26-38): Faça-se em mim conforme a tua palavra

O evangelho de hoje nos apresenta um modelo de colaboração no propósito de Deus para a salvação humana. O texto enfatiza dois aspectos principais: a presença eficaz de Deus que realiza o seu propósito e a colaboração humana que diz “sim”. Em Maria, vemos esses dois aspectos se realizarem. A atitude dela se torna, para nós, um paradigma a ser seguido.
O texto é bem estruturado e nos apresenta a realização das promessas feitas ao povo de Israel no passado. Todo o discurso está permeado de alusões às profecias messiânicas do Antigo Testamento (cf. Is 7,14; 49,6; 2Sm 7,12-14). Com isso se quer conectar o cumprimento das promessas salvíficas a este menino cujo nascimento constitui o início de sua efetivação.
Alguns termos são de extrema importância e nos ajudam a compreender melhor o sentido profundo desse texto.
A saudação contém duas expressões importantes: “cheia de graça”, uma alusão à alegria messiânica que ora se inicia, e “o Senhor está contigo.” Esta última expressão não é dita a pessoas em circunstâncias normais, ainda que possa haver exceções (cf. Rt 2,4), mas se refere ao povo de Deus em sua totalidade ou a alguma pessoa que Deus tenha convocado para realizar um trabalho árduo. A presença eficaz de Deus dirige a pessoa à finalidade proposta por ele.
A expressão “cobrir com sua sombra” faz alusão à nuvem que cobria o tabernáculo no deserto, representando a glória de Deus que ali habitava (cf. Ex 40,34). A mesma expressão é utilizada no texto da transfiguração (cf. Lc 9,34), porque era símbolo da presença de Deus. O tabernáculo no deserto era chamado de Tenda do Encontro (cf. Ex 27,21), pois ali Deus se encontrava com o ser humano através da representação da nuvem. Dessa forma, quando o texto, ao se referir a Maria, utiliza a expressão “cobrir com sua sombra” a identifica com a Tenda do Encontro, e significa que no útero dela Deus e o ser humano se encontram no Menino que vai nascer.
Ante a vontade de Deus, Maria deu a resposta: aceitou. Ela proclama-se “serva do Senhor”, frase usual no ambiente oriental quando um subalterno se dirige ao seu superior com o propósito de aceitar seus desígnios. Essa disposição para a obediência é uma manifestação de confiança (fé) na Palavra de Deus.

2. I Leitura (Gn 3,9-15.20): Onde estás?

O texto de Gn 3,10-11 alerta sobre a inviabilidade atual do propósito divino de habitar com a criação, pois o casal humano, em decorrência do pecado, se esconde de Deus. E como o ser humano é o responsável pela criação, então, esta, em sua totalidade, fica afastada de Deus. Por isso, para a fé de Israel a presença divina na criação somente poderá ser eficaz quando o ser humano parar de se esconder de Deus, isto é, quando a humanidade ouvir a voz daquele que a interpela: “Onde estás?” (Gn 3,9). A escuta da voz de Deus possibilitará ao ser humano o arrependimento que, no sentido bíblico, significa “retorno” à aliança ou à “colaboração” (trabalhar junto) com Deus.
O pecado, muito mais que uma revolta contra Deus, é um aviltamento da natureza do ser humano. O chamado de Deus procura reconduzir a humanidade — e, com esta, a criação inteira — à sua própria dignidade. Assim, o arrependimento (ou a colaboração) do ser humano significa a criação retornando ao seu verdadeiro propósito.
Quando cada ser humano se arrepender, então, manifestar-se-á toda a beneficência da criação. E, quanto mais se retarda o arrependimento do ser humano, mais demora a presença divina na criação. Assim sendo, a plena manifestação da criação em sua beneficência depende da decisão humana. O mundo vindouro não significa apenas a vinda de Jesus, mas é também o retorno do ser humano para Deus. É o retorno do Criador (cf. Is 52,8) e da criatura.

3. II Leitura (Ef 1,3-6.11-12): Santos e imaculados diante de Deus

A segunda leitura consiste num hino cristológico (a Cristo) com forte teor batismal. Seu tema principal é a obra de Deus através de Cristo. As consequências dessa obra no ser humano são a filiação divina, o perdão dos pecados, o tornar-se membro do Corpo de Cristo e a ação santificadora do Espírito Santo. Todos esses temas fazem parte de uma catequese batismal. Portanto, o hino também esclarece o sentido do batismo para nós.
A partir desse texto, fica esclarecido que, antes de tudo, a eleição (vocação à filiação divina) não é algo acidental. A encarnação não aconteceu para resolver o problema do pecado humano. Quer dizer, a encarnação não foi determinada pelo ser humano, não é consequência de suas ações. A eleição que recebemos para nos tornar filhos de Deus faz parte do propósito divino desde toda a eternidade. A eleição do ser humano em Cristo é anterior à criação. Deus tomou a iniciativa de nos tornar filhos no Filho.
Por isso, desde toda a eternidade, cada ser humano é chamado a ser “sem mancha” (imaculado, v. 4). Esse termo (ámomos), no Antigo Testamento, designava o cordeiro do sacrifício (cf. Lv 1,3.10) e muitas vezes é traduzido em português por “sem defeito” ou “irrepreensível”, mas literalmente significa “sem mancha” ou “imaculado”. No Novo Testamento, o mesmo termo se refere à vida daquele que se une a Cristo.
É fato que o ser humano sempre pecou, apesar de ter recebido um chamado, desde toda a eternidade, para ser santo e imaculado. E já que “todos pecaram” (Rm 3,23; 5,12) a graça da encarnação (a vida inteira de Jesus) se tornou redenção, libertação da tirania do pecado que escraviza o ser humano.
Como a graça é anterior ao pecado, pois é anterior à criação (v.4), a eleição significa que somos atingidos pela graça desde o primeiro momento de nossa existência. Disso decorre que a vivência do batismo é a adesão consciente e livre à graça da eleição eterna que se opõe ao pecado e realiza em nós aquilo a que fomos chamados: ser santos e imaculados diante de Deus.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

Maria, dotada de “uma santidade inteiramente singular” (LG 56), representa a humanidade nova redimida por Cristo, ou seja, a Igreja.
A homilia deve mostrar que esta festa mariana harmoniza-se com o espírito do Advento. Enquanto a Igreja se prepara para a vinda do Senhor, é adequado celebrar Maria como figura da Igreja, ou seja, da nova humanidade redimida por Cristo e chamada a ser santa e sem mancha, conformando-se à vontade do Criador.
Uma exaltação exagerada a Maria pode quebrar o dinamismo litúrgico do Advento que enfatiza a espera pelo Senhor. Uma ênfase exagerada nos privilégios de Maria, pode também favorecer uma devoção desraigada de Cristo. Pode, além disso, ofuscar o papel da graça da eleição à filiação divina, vocação de todo ser humano, a qual foi decidida desde toda a eternidade, age desde a criação e vai se consumar na segunda vinda de Cristo. Maria teve papel singular na história da salvação e não deve ofuscar a obra redentora de Cristo. A homilia deve remeter-se a Cristo, o protagonista, e deixar a Maria o papel de coadjuvante, a saber, a de representante da humanidade renovada pela redenção realizada por Jesus.

Aíla Luzia Pinheiro Andrade
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail: aylanj@gmail.com.

8 de dezembro: Imaculada Conceição

O SIM AOS PLANOS DE DEUS
Maria é o grande dom de Deus em benefício da humanidade não pelo fato de ter sido a mãe de Jesus, mas principalmente por ter dado seu “sim” ao projeto de Deus. Dom que ainda não descobrimos em toda sua beleza e em todo seu esplendor.
Não se trata apenas de pesquisar ou indagar aquilo que Maria fez e falou, querer saber sobre sua missão e seus privilégios. É preciso contemplá-la principalmente em sua realidade de mulher, em sua identidade humana e em seu jeito de ser igual a qualquer outra mulher.
O Concílio Ecumênico Vaticano II, realizado há cinquenta anos, apresentou-nos a devoção a Maria em seus aspectos bíblicos, ecumênicos e antropológicos. Houve verdadeira redescoberta de Maria numa Igreja que se voltou para os esquecidos, os sem-privilégios e os empobrecidos.
Ela, porém, não pode ser vista apenas como a mãe dos deserdados, mas também como a mulher das grandes decisões, aberta à ação do Espírito Santo, envolvida na divulgação da fé e disposta a colaborar com os planos do Pai.
Repensando no mistério daquela que foi preservada do pecado original, precisamos crer que também a nós é possível derrotar o mal que nos ameaça. Acreditar, acima de tudo, que podemos acabar com o ateísmo e a falta de fé em que a humanidade está mergulhada.
Maria é proclamada feliz e cheia de graça porque o Senhor está com ela, assim como está com as mulheres e os homens de todos os tempos. Acreditar na presença de Deus caminhando com o ser humano e assumir o compromisso que isso exige é o grande desafio de hoje.
Maria nos mostra que o mal pode ser vencido, mas só se tivermos a coragem de dar nós também o “sim” a Deus. Não esquecendo que dizer “sim” a Deus é dizer “sim” também ao ser humano, que busca vida e dignidade.
Pe. Virgílio, ssp

8 de dezembro – IMACULADA CONCEIÇÃO

LIBERDADE PARA GERAR VIDA
O pecado é uma desonra. Ele mancha o projeto de Deus. Humilha o que há de mais humano em nós e desfigura o dom mais sagrado que recebemos de Deus: a vida. Por isso, dizer que Nossa Senhora é imaculada, isenta da desonra do pecado, é dizer que ela é livre. E mais: é dizer que Deus é absoluto.
Em Maria começa nova criação. Não a partir do nada, mas pela força do Espírito Santo, que reveste de vida um mundo marcado pelo pecado. Concebido do seio da virgem, é Deus que nos dá Jesus. Maria está em função do projeto salvador. A salvação que Deus nos oferece é graça,mas não exclui a participação da humanidade.
A concepção virginal de Maria é símbolo e realidade da nossa obediência a Deus. Maria realiza exemplarmente o ser humano.Em sua virgindade se manifesta quem é Deus. Ele escolhe o fraco, o sem sentido.
Mas não foi algo automático. Maria trilhou durante sua vida o caminho do amadurecimento da fé e de sua relação com Deus. Esse caminho todo cristão é também chamado a trilhar. Veja-se a lógica de Deus: ao escolhê-la, mulher pobre e humilde, de um lugar longínquo (Galileia), ele escolhe os fracos e desprezados. A figura de Maria, portanto, restaura e valoriza a dignidade da mulher e, assim, de todos os humilhados do mundo.
Sua maternidade virginal aponta para a ação de Deus, que toma a iniciativa de comunicação íntima com a humanidade. Maria é a criatura aberta à comunicação de Deus. Por isso, é a mais humana. Acolhendo o Verbo encarnado em seu seio, realiza plenamente o ser humano, direciona-se à transcendência, supera o passageiro e aponta para a realização escatológica, o futuro em Deus. Quanto mais alguém realiza a comunicação com Deus, mais humano se torna.
Portanto, na figura de Maria, o gênero humano alcançou a mais alta comunicação com Deus. A gestação do Filho, que nela se deu particularmente em seu corpo, ocorre em todo ser humano aberto à vontade divina.
Maria é o símbolo da entrega a Deus, da obediência da fé. Sua maternidade é modelo da Igreja que gera filhos e filhas pelo batismo, mediante a fé. Trata-se de maternidade entendida não só como dignidade, mas como um serviço a todo o gênero humano. Maria é a serva do Senhor (Lc 1,38), nela se cumpre a Palavra. Seu serviço é humilde e comporta humilhação. Sua existência é um itinerário de fé, no qual se manifesta a perseverança no serviço a Deus, na obediência ao chamado.
Em Maria está provado que o ser humano é capaz de receber o dom de Deus.
Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp

Liturgia de 08.12.2013

Imaculada Conceição de Maria

Canal do youtube: Dermeval Neves



A Voz do Pastor

Imaculada Conceição De Maria

Domingo 08/12/13

Canal do Youtube: arqrio



Que a Imaculada Conceição de Maria brilhe sobre nós!

Peçamos a Virgem Maria que nos mostre o caminho. Peçamos que a sua Imaculada Conceição brilhe sobre nós para nos ajudar a combater o pecado em nossa vida.
“O anjo entrou onde Maria estava e disse: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!’” (Lc 1,28). 
Nós, hoje, celebramos a pedra preciosa do coração de Deus, a pedra e a pérola preciosa na qual Deus enalteceu o Seu Reino, na qual o Reino de Deus se manifestou entre nós. 
É óbvio que Jesus é o Nosso Salvador. Somente Ele é o nosso Redentor, Aquele que nos salva. Mas Jesus quis ser precedido por uma “aurora luminosa”, que veio preparar e aguardar Sua vinda. Essa aurora luminosa é a Imaculada Conceição da Bem-aventurada  – a sempre Virgem – Maria. 
O que hoje nós celebramos em festa, meus irmãos, é a forma como a Santíssima Virgem Maria, a Mãe de Jesus, foi concebida, como ela foi pensada por Deus. Uma vez que nos perdemos, nós nos tornamos os “degradados filhos de Eva”, porque Eva foi a primeira mulher criada sem pecado. Deus quis uma nova humanidade, uma nova criação e pensou no “novo Adão” e também na “nova Eva” [quando Adão e Eva desobeceram a Ele e pecaram]. 
Se o Senhor Jesus é o “novo Adão”, se Ele, sim, veio para ser o Homem por excelência, para salvar a humanidade do pecado, Ele quis ter uma Mãe santa, desde o momento de sua concepção. A “nova Eva”, que nós celebramos na Igreja hoje é Maria. Ela foi pensada por Deus e concebida por Ele sem pecado  – já no ventre de sua mãe  – por privilégio, por graça, por escolha do próprio Deus. 
Por que a Virgem Maria é Imaculada? Por que ela foi concebida sem pecado? Por uma simples questão: primeiro, porque Deus quis. Foi Ele quem quis em vista dos méritos do Seu Filho, Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Ele quis que a Sua Mãe fosse guardada, preservada. Um privilégio que Deus concedeu a ela. 
Mas, sabe, cada um de nós recebeu privilégios de Deus. E quanto maior é o privilégio, maior é a graça, e maior também é a responsabilidade. 
Nós, hoje, exaltamos Nossa Senhora, não só porque ela foi concebida sem pecado, mas porque ela conservou a graça, porque ela foi fiel a essa graça e viveu uma vida de acordo com a vontade do Senhor. 
Nós, pobres pecadores, miseráveis homens, muitas vezes, sucumbimos a nossas faltas, pecados e fazemos até crescer o pecado em nós. Olhemos, hoje, para a Santíssima Virgem Maria, a Imaculada, a sem pecado. Recorramos à sua proteção de Mãe. Peçamos a ela que nos mostre o caminho, a direção. Peçamos que a sua Imaculada Conceição brilhe sobre nós para nos ajudar a combater o pecado em nossa vida. 
Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Facebook Twitter
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

Em união com todos que se encontram neste ambiente virtual, 
iniciamos nossa Leitura Orante do Advento, com a

Canção do Advento

Ó vem, Senhor, não tardes mais!
Vem saciar nossa sede de Paz!

1. Ó vem, como chega a brisa do vento,

Trazendo aos pobres justiça e bom tempo!

2. Ó vem, como chega a chuva no chão

Trazendo fartura de vida e de pão!

3. Ó vem, como chega a luz que faltou

Só tua palavra nos salva Senhor!

4. Ó vem, como chega a carta querida

Bendito carteiro do Reino da Vida!

5. Ó vem, como chega o filho esperado

Caminha conosco Jesus Bem amado!

6. Ó vem, como chega o Libertador

Das mãos do inimigo nos salva Senhor

Veja a melodia desta canção em: http://leituraorantedapalavra.blogspot.com/


1- LEITURA (VERDADE

- O que a Palavra diz?

Leio com toda atenção, na minha Bíblia, o texto do Evangelho: Lc 1,26-38.

O lugar onde acontece este fato é uma pequena aldeia da Galileia: Nazaré. A pessoa a quem Deus envia seu mensageiro é uma jovem como as outras de seu tempo: Maria. Fica preocupada e pede explicações. Por isso, fica sabendo que o que lhe acontecerá é obra do Espírito Santo e que o Menino do qual será Mãe é o próprio Filho de Deus. Sabendo que a Deus nada é impossível, com fé, faz seu ato de disponibilidade ao Projeto de Deus: “Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer!” Aprendo com Maria a buscar perceber os sinais de Deus, a dialogar com Deus, a ouvi-lo, a discernir a vontade de Deus e a dizer “sim”.


2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

- O que a Palavra diz para mim?
Como acolho os “anúncios” de Deus na minha vida?

Muitas vezes o anúncio é para uma mudança de vida, outras é o imprevisto que me faz trocar meus projetos, outras vezes um problema de saúde, no trabalho, em família. Respondo com fé e disponibilidade?


O anúncio de Nazaré continua hoje, de muitas formas e através de muitas pessoas. Os bispos nos ajudam nesta reflexão:

“A Virgem de Nazaré teve uma missão única na história da salvação, concebendo, educando e acompanhando seu filho até seu sacrifício definitivo. Desde a cruz Jesus Cristo confiou a seus discípulos, representados por João, o dom da maternidade de Maria, que nasce diretamente da hora pascal de Cristo: “E desse momento em diante, o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19,27). Perseverando junto aos apóstolos à espera do Espírito (cf. At 1,13-14), ela cooperou com o nascimento da Igreja missionária, imprimindo-lhe um selo mariano que a identifica profundamente. Como mãe de tantos, fortalece os vínculos fraternos entre todos, estimula a reconciliação e o perdão e ajuda os discípulos de Jesus Cristo a experimentarem como uma família, a família de Deus. Em Maria, encontramo-nos com Cristo, com o Pai e com o Espírito Santo, assim como com os irmãos.”( DAp 267).

3- ORAÇÃO (VIDA)

- O que a Palavra me leva a dizer a Deus?


Agora, canto com o Padre Zezinho a canção que é uma oração a Maria,
Estamos no 2º Domingo do Advento. Vamos acender a 2ª vela e rezar:~

Outra vela, na coroa, acendemos,
Penitentes nos caminhos do Senhor.
Consolando os aflitos, busquemos.
Novos céus e nova terra, com ardor!

Uma vela, na coroa, acendemos,

Toda sombra se esvai com sua luz;

Vigilantes, o Senhor esperemos:
Chegou o tempo do Advento de Jesus!


4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?

Quero hoje perceber melhor os anúncios de Deus e com fé e disponibilidade vou dar minha resposta.

BÊNÇÃO

A bênção do Deus de Sara, Abraão e Agar,
a bênção do Filho, nascido de Maria,
a bênção do Espírito Santo de amor,
que cuida com carinho,
qual mãe cuida da gente,
esteja sobre todos nós. Amém!

Sugestão:

Leia, na íntegra, a Exortação apostólica Evangelii Gaudium, do papa Francisco, acessando:

http://paulinascomunica.blogspot.com.br/


Irmã Patrícia Silva, fsp

Pai Santo, dá-nos um coração simples e nos transforma em crianças do teu Reino de Amor. Que nós sigamos pela vida confiantes no teu cuidado paterno e levemos aos companheiros de caminhada a força de nossa fé e a alegria de nossa esperança. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.