quinta-feira, 9 de abril de 2020

BOM DIA! BOA TARDE! BOA NOITE! Oração da noite, Oração da manhã e Oração do entardecer - Deus te abençoe!



Oração da Noite

Boa noite Pai.
Termina o dia e a ti entrego meu cansaço.
Obrigado por tudo e… perdão!!
Obrigado pela esperança que hoje animou meus passos, pela alegria que vi no rosto das crianças;
Obrigado pelo exemplo que recebi daquele meu irmão;
Obrigado também por isso que me fez sofrer…
Obrigado porque naquele momento de desânimo lembrei que tu és meu Pai; Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa, pela comida, pelo meu desejo de superação…
Obrigado, Pai, porque me deste uma Mãe!
Perdão, também, Senhor!
Perdão por meu rosto carrancudo; Perdão porque não me lembrei que não sou filho único, mas irmão de muitos; Perdão, Pai, pela falta de colaboração e serviço e porque não evitei aquela lágrima, aquele desgosto; Perdão por ter guardado para mim tua mensagem de amor;
Perdão por não ter sabido hoje entregar-me e dizer: “sim”, como Maria.
Perdão por aqueles que deviam pedir-te perdão e não se decidem.
Perdoa-me, Pai, e abençoa os meus propósitos para o dia de amanhã, que ao despertar, me invada novo entusiasmo; que o dia de amanhã seja um ininterrupto “sim” vivido conscientemente.
Amém!!!

Oração da manhã

Bom-dia, Senhor Deus e Pai!
A ti, a nossa gratidão pela vida que desperta, pelo calor que
cria vida, pela luz que abre nossos olhos.
Nós te agradecemos por tudo que forma nossa vida, pela terra, pela água, pelo ar, pelas pessoas. Inspira-nos com teu Espírito Santo os pensamentos que vamos alimentar,as palavras que vamos dizer, os gestos que vamos dirigir,a comunicação que vamos realizar.
Abençoa as pessoas que nós encontramos, os alimentos que vamos ingerir.
Abençoa os passos que nós dermos, o trabalho que devemos fazer.
Abençoa, Senhor, as decisões que vamos tomar, a esperança que vamos promover,a paz que vamos semear,a fé que vamos viver, o amor que vamos partilhar.
Ajuda-nos, Senhor, a não fugir diante das dificuldades, mas a abraçar amor as pequenas cruzes deste dia.
Queremos estar contigo, Senhor, no início, durante e no fim deste dia.
Amém.

Oração do entardecer

Ó Deus!
Cai à tarde, a noite se aproxima.
Há neste instante, um chamado à elevação, à paz, à reflexão.
O dia passa e carregam os meus cuidados.
Quem fez, fez.
Também a minha existência material é um dia que se passa,
uma plantação que se faz, um caminho para algo superior.
Como fizeste a manhã, à tarde e a noite, com seus encantos,
fizeste também a mim, com os meus significados, meus resultados.
Aproxima de mim, Pai, a Tua paz para que usufrua desta
hora e tome seguras decisões para amanhã.
Que se ponha o sol no horizonte, mas que nasça
em mim o sol da renovação e da paz para sempre.
Obrigado, Deus, muito obrigado!
Amém!

Tríduo Pascal - Sexta-feira Santa


HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 10/04/2020

ANO A


Jo 18,1-19,42

Comentário do Evangelho

Nosso olhar diante do sofrimento do Homem que passou fazendo o bem.

Nesse dia as palavras devem ceder lugar ao silêncio e à contemplação. Trata-se, ao fazer memória da paixão e morte do Senhor, de estar com ele. É a oportunidade de permitir que o nosso olhar, encontrando Jesus no seu sofrimento, nos transforme profundamente segundo a graça de Deus. Ao apresentar Jesus à multidão, depois de ser duramente açoitado e humilhado, Pilatos o faz com essas palavras: “Eis o homem!”. De fato, Jesus é o homem que realiza o projeto de Deus para o ser humano feito à sua imagem e semelhança. Mas esse homem é, também, o homem desfigurado pelo mal presente na humanidade, desfigurado a ponto de não parecer humano pela maldade do coração do ser humano. O que desfigura o servo de Deus é o mal que seduz e destrói. Aquele que “passou pela vida fazendo o bem” é acusado, segundo nosso relato, de ser um malfeitor. Aquele que só falou o bem e fez a muitos viverem pelo sopro de sua palavra, aquele que é a Palavra encarnada do Pai, é condenado como blasfemo. A iniquidade humana ceifa dramática e violentamente a vida, apoiando-se na mentira, na confusão e na dissimulação. Mesmo no que a história humana tem de mais perverso, Deus revela o seu plano de amor. Para nós que celebramos a paixão do Senhor é ocasião de, olhando para o Crucificado, nos perguntarmos: “Que poderei retribuir ao Senhor por tudo aquilo que ele me fez?”.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, confirma minha condição de discípulo do Reino instaurado por Jesus na história humana, fazendo-me acreditar sempre mais na força da justiça e do amor.
Fonte: Paulinas em 18/04/2014

Vivendo a Palavra

Jesus de Nazaré – humano como nós – depois de passar a vida fazendo o bem, sofre condenação injusta, é duramente martirizado, morre crucificado e nos convida a segui-lo em seu caminho de Filho muito amado do seu Pai. Mas ressuscita! Assim, com Ele, também nós ressuscitaremos para a glória no Reino do Céu.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/04/2014

VIVENDO A PALAVRA

Jesus de Nazaré – humano como nós – depois de passar a vida fazendo o Bem, sofre condenação injusta, é duramente martirizado e morre crucificado entre dois ladrões. Mas Ele ressuscitou! E nos convida a segui-Lo em seu Caminho de Filho muito amado do Pai Misericordioso. Assim, também nós, morrendo com Ele, com Ele ressuscitaremos para a glória no Reino do Céu.

Reflexão

Conhecer Jesus significa conhecer também o mistério da cruz e a grande mensagem que esse mistério nos traz: Deus amou tanto o mundo que lhe enviou seu Filho Unigênito, não para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele, e ele derramou o seu próprio sangue derramado na cruz, fazendo-se oferenda perfeita para expiação dos nossos pecados. Conhecer Jesus através do mistério da cruz significa tornar-se capaz de fazer-se também oferenda a Deus, amando até o fim, tornar-se uma perfeita oblação a Deus pela salvação da humanidade e, hoje, tornar-se oblação é antes de tudo tornar-se um missionário da vitória do Cristo sobre o pecado e a morte.
Fonte: CNBB em 18/04/2014

Reflexão

A narrativa do julgamento, condenação e morte de Jesus, segundo o Evangelho de João, mostra como Jesus enfrenta as forças que se opõem ao seu projeto. O relato se inicia num jardim, como em Gênesis. Este livro mostra que Adão não resistiu às forças do mal; Jesus, ao contrário, não se rende, mas assume livremente o caminho do Calvário para não trair sua missão. Jesus morre na mesma hora em que eram sacrificados os cordeiros para a ceia pascal, ele é o nosso cordeiro pascal. Não morre por ser essa a vontade de Deus, mas porque enfrentou o poder político e religioso da sua época. Suas últimas palavras (“tudo está consumado”) revelam que sua missão chegou ao fim e ele foi fiel ao Pai até o extremo. Ao celebrarmos a paixão e a morte de Jesus, não podemos esquecer a dor, a paixão e a morte de tantas pessoas do nosso povo. Muitos continuam a ser crucificados pelo descaso das autoridades, pelo desemprego, pela miséria, pela fome, pela violência.
Oração
Ó Jesus, Mártir e Redentor nosso, aceita o silêncio respeitoso em reconhecimento pelo teu extremo gesto de amor em favor de toda a humanidade. Ajuda-nos, Senhor, a compreender e valorizar o mistério da entrega de tua vida para nos salvar. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

Recadinho

Eis o lenho da Cruz do qual pendeu a salvação do mundo! Vinde, adoremos!”
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 18/04/2014

Comentário do Evangelho

O REI ULTRAJADO

A paixão revelou a dignidade real de Jesus, embora, tenha havido uma radical contradição entre a interpretação de Jesus e a dos seus inimigos e algozes.
Ao ser interrogado por Pilatos, Jesus respondeu: "Eu sou rei", depois de fazer a autoridade romana concluir, por si mesma: "Tu o dizes!"
A soldadesca insana ultrajou Jesus, servindo-se de mímicas burlescas próprias de uma investidura real: colocaram-lhe uma coroa de espinhos na cabeça, vestiram-no com um manto de púrpura. A seguir, prostraram-se, ironicamente, diante dele, saudando-o como rei dos judeus.
Por ordem de Pilatos, foi preparada uma inscrição, em três línguas, para ser afixada sobre a cabeça de Jesus, indicando a causa da condenação: "Jesus nazareno, rei dos judeus". Alertado a mudar o teor da inscrição, Pilatos apelou para a sua autoridade: "O que escrevi, está escrito". O evangelista observa que muitos judeus leram a inscrição, por ter sido Jesus crucificado perto da cidade.
O Mestre, porém, tinha consciência de que seu Reino não era deste mundo, e estava estruturado de maneira diferente. Fundava-se na fraternidade, na justiça, na partilha, no perdão reconciliador. Os reinos deste mundo não serviam de modelo para Jesus fazer os discípulos entenderem o que se passava com o seu Reino. Por conseguinte, nem Pilatos nem os judeus tinham condições de compreender em que sentido Jesus era rei.
Oração
Pai, confirma minha condição de discípulo do Reino instaurado por Jesus na história humana, fazendo-me acreditar sempre mais na força da justiça e do amor.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, pela paixão de nosso Senhor Jesus Cristo destruístes a morte que o primeiro pecado transmitiu a todos. Concedei que nos tornemos semelhantes ao vosso Filho e, assim como trouxemos pela natureza a imagem do homem terreno, possamos trazer pela graça a imagem do homem novo. Por Cristo, nosso Senhor.
Fonte: Dom Total em 18/04/2014

Meditando o evangelho

A TAREFA CONCLUÍDA

A última palavra de Jesus crucificado foi uma proclamação de que sua missão específica tinha atingido seu ápice e ele a dava por concluída. A exclamação: “Tudo está consumado” pode ser entendida sob diversos ângulos. Significava que Jesus tinha sido fiel ao Pai, no grau mais elevado. Proclamava que a Encarnação chegara a seu limite. Nada de autenticamente humano deixou de ser assumido por Jesus, mesmo os aspectos mais trágicos da existência humana. Desta forma, convocava os discípulos a serem também fiéis ao Pai, mesmo sendo vítimas da injustiça e da maldade humana. As últimas palavras de Jesus, na cruz, sintetizavam sua contínua disposição de assumir, com radicalidade, todas as coisas e fazê-las bem, não se contentando com a mediocridade nem se deixando intimidar pela grandiosidade da missão. Podiam ser tomadas como alerta aos discípulos. Uma vez cumprida a missão reservada a Jesus, convinha que cada qual se sentisse apelado a realizar, com as mesmas disposições do Mestre, a parte que lhe competia.
As palavras finais de Jesus não podem ser tomadas como capitulação ou conformismo diante da injustiça de que foi vítima. Nem como consciência de ter sido vencido pelas forças da morte. Jesus concluiu sua missão terrena certo de que sua vida foi pura entrega ao Pai a serviço da salvação da humanidade. Tarefa que realizou de maneira perfeita!
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, sustenta a minha fraqueza e ajuda-me a ser, como tu, perfeitamente fiel ao Pai.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A Semente plantada em um jardim, tornará realidade o Sonho de Deus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Além de ótimo Teólogo, São João Evangelista era também poeta, aliás, o amigo Alex, professor de Teologia Moral sempre diz que Poesia e Teologia tem tudo a ver, com certeza porque ambas falam ao coração. Neste evangelho da Paixão do Senhor, João remonta ao Jardim do Éden onde começou o desígnio de Deus a respeito do homem, Deus plantou a humilde semente chamada Adão, como na parábola dos vinhateiros cuidou dela com todo amor e carinho, colocou em seu redor a melhor terra, protegeu-a com muros, fez uma torre de Vigia, preparou um lagar onde essa uva de primeira qualidade se tornaria o vinho inebriante e inigualável das Bodas de Caná, mas a uva ali produzida, em vez de doce tornou-se amarga... Como um lavrador sábio e paciente Deus se recolheu a seu canto, aparentemente abandonando a plantação que foi invadida e pisoteada pelos animais. Entretanto Deus esperou o tempo oportuno para de novo plantar a semente e esse tempo da plenitude chegou, com a encarnação do seu próprio Filho Jesus Cristo.
O evangelho de hoje, contrapõe tristeza e alegria, derrota e gloria, tragédia pleno êxito, João conta os fatos às avessas, olhando precisamente com os olhos de Deus. Podemos ilustrar a reflexão dizendo que João se comporta como aquela mãe, que sentada em sua cadeira preferida faz paciente o seu bordado á mão, nós homens somos como a criança que olha por baixo e vendo o bordado as avessas não entende como a mãe se dedica a um trabalho que não tem nada de bonito.
Que pode haver de belo nessa narrativa da paixão do Senhor, em uma ceia marcada por momentos de tensão, a traição de Judas, o anuncio da negação de Pedro, a prisão de Jesus no Horto das Oliveiras, as falsas testemunhas diante do Sumo Sacerdote, e finalmente a sua caminhada até Pilatos de onde saiu açoitado, massacrado, com a cruz aos ombros até o alto do morro onde iria ser pregado no madeiro, e padecer um a morte horrível, vergonhosa e humilhante?????
A Cristologia de João é alta e ele vê assim, de cima para baixo, e enxerga a beleza do amor de Deus manifestado plenamente em Jesus Cristo, que refaz em si Adão e nós todos, iniciando a nova criação, não mais subordinada ao Mal, mas livre para tomar decisão, contrária as forças do mal...
No Jardim da torrente de Cedron tem início a tragédia e o inicio de uma Vitória definitiva, ao mesmo tempo, quando Judas vem até o Mestre acompanhado de seus inimigos para prendê-lo. Olhando por baixo do bordado, podemos dizer que o sonho do novo Reino começa ali a se desfazer, porém, nosso irmão João Evangelista não pensa assim, podem reparar na postura de Jesus...
"Consciente de tudo o que iria acontecer, saiu ao encontro deles... A quem procurais?" Jesus poderia ter pedido ajuda aos discípulos, se esconder para dentro da mata, fazer uma oração forte ao Pai para acabar com os seus perseguidores. Mas não! Livremente vai ao encontro do seu destino, ninguém o prende, Ele se entrega. "Recuaram e caíram por terra..." A liberdade, a decisão e a firmeza que eles vêem em Jesus os surpreende fazendo-os cair por terra. É Jesus quem novamente toma a iniciativa, é ele quem está no controle "A quem procurais?" E eles responderam "A Jesus de Nazaré!".
Aqui nota-se como é grande o amor de Jesus pelos seus, não porque intercedeu por eles, para que os soldados o deixassem ir em paz, mas porque deu a cada um deles a liberdade de decidir, de que lado queriam ficar... Pedro queria ficar com Ele, mas do seu modo, armado de uma espada e tentando resolver a situação pela violência. É o pensamento humano da pós-modernidade que Pedro ali representa. Que solução a maioria das pessoas propõe, para resolver o problema da violência nas grandes metrópoles? Exatamente com mais violência, quando a sociedade depara nos noticiários sensacionalistas da TV muitos corpos de marginais mortos na invasão do morro, ou quando há algum massacre em um grande presídio, a população vibra e sente-se de certa forma "vingada". Somos todos da mesma opinião de Pedro, de que a violência combate a violência. Para nossa decepção Deus não pensa assim, pois a atitude de Jesus mandando o velho Pedro guardar a espada manifesta isso claramente.
O episódio dramático e trágico tem o seu desfecho em um outro Jardim onde Jesus, pelo gesto piedoso de José de Arimatéia, irá ser sepultado. Agora a mãe terra receberá a semente definitiva do Novo Reino. Os que mataram Jesus pensavam que o estavam esmagando e que tinham acabado com ele de vez, nem imaginavam que apenas colaboravam na semeadura de um Reino que iria superar todos os Reinos do Mundo. José de Arimatéia e Nicodemos é o cristão paciente que ainda crê, apesar da grande tragédia que se abateu sobre eles, e porque creem se dispõe a "plantar a semente" esmagada, triturada, no seio da terra, alimentando no coração a esperança de que algo de novo vai acontecer, a história há de ter um final feliz.
Que destino aguarda a humanidade? De tragédia em tragédia, e por conta de uma violenta crise de valores e decadência moral, o homem se arrasta para o caos das trevas sem nenhuma luz. Será que Deus abandonou a humanidade? Uma grande maioria inclusive de cristãos, perdeu a esperança e fazem da religião do Cristianismo apenas um consolo para as dores e decepções desta vida, fechando-se em suas comunidades ou grupos, sentindo-se protegidos do terrível mal que aflige a humanidade...
José de Arimatéia pensa diferente, ele entra no Palácio de Pilatos porque tem algo a dizer. Vai plantar a semente na profundeza da terra. Pilatos autoriza o sepultamento de Jesus, que mal pode fazer um cadáver? Tudo o que Jesus representava de ameaça e perigo, contra a Religião Oficial e o Império Romano, agora não mais existia, sobrou de Jesus um corpo rígido, um cadáver cheio de marcas da violência, era preciso mesmo enterrá-lo para tirá-lo dos pensamentos, do coração e da consciência. Morto e enterrado!
Hoje os poderosos que também manipulam, enganam, mentem, massacram e oprimem, fizeram a sua opção por um Cristo morto, preso nas igrejas, e que não incomoda a ninguém, um Cristo impotente para influenciar o homem em suas decisões pelo Bem, uma lembrança de alguém que se tornou célebre para toda humanidade, mas que já passou...
A postura firme de Jesus diante dos seus inquisidores, a sua determinação em levar adiante a missão que o Pai lhe confiou, a sua firmeza diante dos poderosos desse mundo, e o seu despojamento para Servir a todos, resgatando todos os homens das garras do mal, deve servir nessa sexta feira como um grito de incentivo e alerta para nossas comunidades.
Em meio a tanto desânimo e falta de esperança, entre tantos corações que perderam a capacidade de sonhar, precisamos nos arriscar como José de Arimatéia e transformar tantos enterros em semeaduras, confiantes de que a Vida é mais forte que a morte, e de que em cada tragédia a Vida se refaz e o Reino sem torna mais forte e indestrutível, os homens não conseguirão impedir que o Sonho de Deus se torne realidade, esta é a grande lição dessa Sexta Feira Santa, para todos nós.

2. Os soldados trançaram uma coroa de espinhos, a puseram na cabeça de Jesus e o vestiram com um manto... - Jo 18,1–19,42
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Medite aos pés da cruz com Gregório de Matos, poeta baiano: “A vós correndo vou, braços sagrados, nessa cruz sacrossanta descobertos que, para receber-me, estais abertos, e, por não castigar-me, estais cravados. A vós, divinos olhos, eclipsados de tanto sangue e lágrimas cobertos, pois, para perdoar-me, estais despertos, e, por não condenar-me, estais fechados. A vós, pregados pés, por não deixar-me; a vós, sangue vertido, para ungir-me; a vós, cabeça baixa, pra chamar-me; a vós, lado patente, quero unir-me; a vós, cravos preciosos, quero atar-me, para ficar unido, atado e firme”.

Homilia

O amor assumido na cruz

Sexta Feira Santa ou simplesmente da Paixão e Morte de Jesus. Somos levamos a contemplar e vivenciar o mistério da iniqüidade humana na pessoa de Jesus sim, mas e, sobretudo o mistério do Seu triunfo definitivo. O rito da apresentação e adoração da cruz vem como conseqüência lógica da proclamação da paixão de Cristo. A Igreja ergue diante dos fiéis o sinal do triunfo do Senhor, que havia dito: “Quando vocês levantarem o Filho do Homem, saberão que Eu sou” (Jo 8, 28)
Enquanto apresenta a cruz, o celebrante canta por três vezes: “Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo”. A assembléia, cada vez, responde: “Vinde, adoremos!”. Durante a procissão da adoração, entoam-se cânticos apropriados.
Jesus morre no momento em que, no templo, se imolam os cordeiros destinados à celebração da páscoa; a sua imolação é uma imolação “real”, um sacrifício realizado uma vez por todas, porque a vitima espiritual tornou inúteis as vítimas materiais. Outros pormenores completam o quadro: a Jesus não são quebradas as pernas, em conformidade com as prescrições rituais (Ex 12,46); do seu lado traspassado jorra o sangue, com o qual são misteriosamente assinalados os que pertencem ao novo povo, aqueles que Deus salva (cf Ex 12,7.13). Cristo crucificado é, pois, o “verdadeiro Cordeiro pascal”: ele é a “nossa Páscoa” imolada (cf 1 Cor 5,7). “Verdadeiro ,porque e a realidade daquilo que os sacrifícios antigos exprimiam: a salvação recebida e esperada, a aliança com Deus e a inserção em seu desígnio. Esta descrição não é uma novidade; os profetas, e especialmente o Segundo Isaias (2~ leitura), descrevem o Servo do Senhor no momento em que realiza sua missão de libertar o povo dos pecados e de torná-lo agradável a Deus, como um cordeiro inocente, carregado dos delitos do seu povo, e que, em silêncio, se deixa conduzir ao matadouro. E é de sua morte, aceita livremente, que provém a justificação “para todos”.
Jesus morre no momento em que, no templo, se imolam os cordeiros destinados à celebração da páscoa; a sua imolação é uma imolação “real”, um sacrifício realizado uma vez por todas, porque a vitima espiritual tornou inúteis as vítimas materiais. Outros pormenores completam o quadro: a Jesus não são quebradas as pernas, em conformidade com as prescrições rituais (Ex 12,46); do seu lado traspassado jorra o sangue, com o qual são misteriosamente assinalados os que pertencem ao novo povo, aqueles que Deus salva (cf Ex 12,7.13). Cristo crucificado é, pois, o “verdadeiro Cordeiro pascal”: ele é a “nossa Páscoa” imolada (cf 1 Cor 5,7). “Verdadeiro ,porque e a realidade daquilo que os sacrifícios antigos exprimiam: a salvação recebida e esperada, a aliança com Deus e a inserção em seu desígnio. Esta descrição não é uma novidade; os profetas, e especialmente o Segundo Isaias (2~ leitura), descrevem o Servo do Senhor no momento em que realiza sua missão de libertar o povo dos pecados e de torná-lo agradável a Deus, como um cordeiro inocente, carregado dos delitos do seu povo, e que, em silêncio, se deixa conduzir ao matadouro. E é de sua morte, aceita livremente, que provém a justificação “para todos”.
O dramático diálogo com Pilatos mostra Jesus silencioso, enquanto a autoridade, neste momento a serviço do pecado do mundo que cega o povo, decide sua morte e o condena.
Não seria completa a compreensão do mistério de Jesus se não contemplássemos também, como o Apocalipse de João, o Cordeiro glorioso, que está diante de Deus com os sinais das suas chagas, dominador do mundo e da história (Ap 5,6ss); o Cordeiro que se imolou por amor da Igreja e para o qual a Igreja tende cheia de amor. Na cruz se iniciaram as núpcias do Cordeiro, que terão sua realização plena na festa do céu (cf Ap 19,7-9).
Neste dia, “em que Cristo, nossa Páscoa foi imolado” (1 Cor 5,7), toma-se clara realidade o que desde há muito havia sido prenunciado em figura e mistério; a ovelha verdadeira substitui a ovelha figurativa, e mediante um único sacrifício realiza-se plenamente o que a variedade das antigas vítimas significava.
Com efeito, “a obra da Redenção dos homens e perfeita glorificação de Deus, prefigurada pelas suas obras grandiosas no povo da ANTIGA Aliança, realizou-a Cristo Senhor, principalmente pelo mistério pascal da sua bem-aventurada Paixão, Ressurreição de entre os mortos e gloriosa Ascensão, mistério este pelo qual, morrendo, destruiu a nossa morte ,e ressuscitando, restaurou a nossa vida. Foi do lado de Cristo adormecido na Cruz que nasceu o admirável sacramento de toda a Igreja”.
A celebração da “Paixão do Senhor” focaliza o significado original do sofrimento de Jesus que culmina em sua morte na cruz. Trata-se do “Amor em Plenitude” que é assumido na cruz. Mas, é importante ressaltar que, antes de assumir a cruz de madeira, Jesus assumiu outras grandes e difíceis cruzes:
Podemos ver no mesmo hoje em dia muitas cruzes levadas por Jesus: uma da traição de Judas e outra da negação de Pedro, a da condenação por parte de Pilatos e o povo e a terceira é a minha e tua meu irmão e minha irmã.
Portanto, celebrar a morte de Jesus na cruz nos faz pensar nas muitas cruzes que, ainda hoje, colocamos sobre os seus ombros através da injustiça, do egoísmo, da falta de ternura, da impiedade, da violência, das drogas, etc. Faz-nos pensar também sobre as muitas cruzes que os filhos colocam sobre os ombros de seus pais; as cruzes que os pais colocam sobre os ombros frágeis de seus filhos; as cruzes que os esposos colocam-se mutuamente sobre os ombros um do outro e sobre seus próprios ombros; as cruzes que todos colocamos sobre os ombros da comunidade, da Igreja, da sociedade, etc. Mas não se esqueça que a Cruz de Cristo nos leva a gloria da Ressurreição para a Vida Eterna.
Reitoria São Vicente
Fonte: Liturgia da Palavra em 18/04/2014

HOMILIA DIÁRIA

Que sejamos capazes de dar a nossa vida para o resgate do próximo

Assim como o Senhor deu a vida por nós, que nós também aprendamos a dar a nossa vida pelo próximo!

”Com efeito, temos um sumo sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado” (Hebreus 4,15).

Nesta Sexta-feira da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, nós contemplamos o Cordeiro de Deus, o Cristo Jesus, que morre pelos nossos pecados. Sim, nós não precisamos mais do sacrifício de ovelhas, de cordeiros; não, nós não precisamos mais disso, porque um só se compadeceu de nós, um só se humilhou por nós, um só deu a Sua vida por nós!
Meus irmãos, se o Senhor Jesus foi capaz de fazer isso por nós, não sejamos soberbos! Que nós também sejamos capazes de dar a nossa vida para o resgate de muitos e para a salvação daqueles que Deus colocou ao nosso lado.
Hoje um grande silêncio toma conta da face de toda a Terra, mas, sobretudo, do coração daqueles que são os discípulos e os seguidores de Jesus Cristo. Não é um silêncio de túmulo e de tristeza não! O Senhor morreu uma vez só, nós hoje fazemos memória de Sua paixão, nós hoje contemplamos o Cristo Crucificado. Não é para ter dó de Jesus, não é para ficar com piedade de Jesus. É o contrário, é para o Senhor ter piedade de nós, ter compaixão de nós e pela Sua sagrada cruz, pela Sua sagrada Paixão, pela Sua dolorosa Paixão, que Ele possa nos lavar dos nossos pecados e ter misericórdia de nossa natureza humana tão frágil e tão pecadora.
O que nós hoje queremos é contemplar o Crucificado e permitir que a obra que Ele realizou na cruz produza frutos em nossa vida. Nós, hoje, queremos morrer para aquilo que ainda não conseguimos morrer: o pecado que está latente dentro de nós, o pecado que cresce, muitas vezes, dentro de nós e aos quais não somos capazes de dizer ”não” a ele. É uma luta, a Palavra de Deus diz que nós não lutamos até o sangue contra o pecado.
E hoje nós queremos olhar para o Senhor Crucificado e pedir: ”Senhor, tem compaixão e misericórdia de mim, porque eu sou pecador. Que a Tua compaixão gloriosa, que a Tua Paixão na cruz seja redentora para mim, que ela me purifique inteiramente, ela me faça um homem livre, despojado, crucificado, amante da cruz e  amando os crucificados que a vida coloca diante de nós”.
Que nós saibamos cuidar, amar e ter delicadeza com Cristo Jesus, que se apresenta a nós por intermédio de tantas pessoas que são crucificadas pelos seus sofrimentos, pelas suas dores. E assim como o Senhor deu Sua vida por nós, que nós a cada dia aprendamos também a dar a nossa vida pelo próximo.
Uma Sexta-feira Santa abençoada para você e para sua casa!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 18/04/2014

Oração Final
Pai Santo, que o teu Espírito nos faça compreender que a morte é o caminho necessário para a Ressurreição. E que nós vivamos cheios de esperança as dores inevitáveis desta vida, na certeza de que elas fazem parte da história que nos leva ao teu abraço paterno e definitivo. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/04/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que o teu Espírito nos faça compreender que a morte é o caminho necessário para a Ressurreição. E que nós vivamos cheios de esperança as dores inevitáveis desta vida, na certeza de que elas fazem parte da história que está nos levando ao teu abraço paterno e definitivo. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

LITURGIA DIÁRIA - 10/04/2020


Tema do dia

PAIXÃO DO SENHOR: FORTALEÇAM O CORAÇÃO, VOCÊS QUE ESPERAM NO SENHOR

Diante do meu Servo, reis verão uma coisa que nunca ouviram contar. Ele cresceu como broto na presença do Senhor, como raiz em terra seca. Ele não tinha aparência, beleza para atrair o olhar, nem simpatia para que pudéssemos apreciá-lo. (Is 52,13-53,12)

Oração para antes de ler a Bíblia


Meu Senhor e meu Pai! Envia teu Santo Espírito para que eu compreenda e acolha tua Santa Palavra! Que eu te conheça e te faça conhecer, te ame e te faça amar, te sirva e te faça servir, te louve e te faça louvar por todas as criaturas. Fazei, ó Pai, que pela leitura da Palavra os pecadores se convertam, ojustos perseverem na graça e todos consigamos a vida eterna. Am.

Sexta-feira da Paixão do Senhor da Páscoa
Cor: Vermelho


Primeira Leitura (Is 52,13 – 53,12)
Sexta-feira Santa – Paixão do Senhor - 10/04/2020

Leitura do Livro do profeta Isaías:

13Ei-lo, o meu Servo será bem-sucedido; sua ascensão será ao mais alto grau. 14Assim como muitos ficaram pasmados ao vê-lo — tão desfigurado ele estava que não parecia ser um homem ou ter aspecto humano —, 15do mesmo modo ele espalhará sua fama entre os povos. Diante dele os reis se manterão em silêncio, vendo algo que nunca lhes foi narrado e conhecendo coisas que jamais ouviram.
53,1Quem de nós deu crédito ao que ouvimos? E a quem foi dado reconhecer a força do Senhor? 2Diante do Senhor ele cresceu como renovo de planta ou como raiz em terra seca. Não tinha beleza nem atrativo para o olharmos, não tinha aparência que nos agradasse. 3Era desprezado como o último dos mortais, homem coberto de dores, cheio de sofrimentos; passando por ele, tapávamos o rosto; tão desprezível era, não fazíamos caso dele. 4A verdade é que ele tomava sobre si nossas enfermidades e sofria, ele mesmo, nossas dores; e nós pensávamos fosse um chagado, golpeado por Deus e humilhado!
5Mas ele foi ferido por causa de nossos pecados, esmagado por causa de nossos crimes; a punição a ele imposta era o preço da nossa paz, e suas feridas, o preço da nossa cura. 6Todos nós vagávamos como ovelhas desgarradas, cada qual seguindo seu caminho; e o Senhor fez recair sobre ele o pecado de todos nós.
7Foi maltratado, e submeteu-se, não abriu a boca; como cordeiro levado ao matadouro ou como ovelha diante dos que a tosquiam, ele não abriu a boca. 8Foi atormentado pela angústia e foi condenado. Quem se preocuparia com sua história de origem? Ele foi eliminado do mundo dos vivos; e por causa do pecado do meu povo foi golpeado até morrer. 9Deram-lhe sepultura entre ímpios, um túmulo entre os ricos, porque ele não praticou o mal nem se encontrou falsidade em suas palavras. 10O Senhor quis macerá-lo com sofrimentos. Oferecendo sua vida em expiação, ele terá descendência duradoura, e fará cumprir com êxito a vontade do Senhor.
11Por esta vida de sofrimento, alcançará luz e uma ciência perfeita. Meu Servo, o Justo, fará justos inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas. 12Por isso, compartilharei com ele multidões e ele repartirá suas riquezas com os valentes seguidores, pois entregou o corpo à morte, sendo contado como um malfeitor; ele, na verdade, resgatava o pecado de todos e intercedia em favor dos pecadores.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Salmo Responsorial (Sl 30)
Sexta-feira Santa – Paixão do Senhor - 10/04/2020

— Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.
— Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.

— Senhor, eu ponho em vós minha esperança;/ que eu não fique envergonhado eternamente!/ Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito,/ porque vós me salvareis, ó Deus fiel.
— Tornei-me o opróbrio do inimigo,/ o desprezo e zombaria dos vizinhos,/ e objeto de pavor para os amigos;/ fogem de mim os que me veem pela rua./ Os corações me esqueceram como um morto,/ e tornei-me como um vaso espedaçado.
— A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio,/ e afirmo que só vós sois o meu Deus!/ Eu entrego em vossas mãos o meu destino;/ libertai-me do inimigo e do opressor!
— Mostrai serena a vossa face ao vosso servo,/ e salvai-me pela vossa compaixão!/ Fortalecei os corações, tende coragem,/ todos vós que ao Senhor vos confiais!


Segunda Leitura (Hb 4,14-16; 5,7-9)
Sexta-feira Santa – Paixão do Senhor - 10/04/2020

Leitura da Carta aos Hebreus

Irmãos: 14Temos um sumo sacerdote eminente, que entrou no céu, Jesus, o Filho de Deus. Por isso, permaneçamos firmes na fé que professamos. 15Com efeito, temos um sumo sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado. 16Aproximemo-nos então, com toda a confiança, do trono da graça, para conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça de um auxílio no momento oportuno.
5,7Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi atendido, por causa de sua entrega a Deus. 8Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus, por aquilo que ele sofreu. 9Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Anúncio da Paixão de Cristo (Jo 18,1-19,42)
Sexta-feira Santa – Paixão do Senhor - 10/04/2020


Os soldados trançaram uma coroa de espinhos, a puseram na cabeça de Jesus e o vestiram com um manto...

Narrador 1: Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo João.
Naquele tempo, 1Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Havia aí um jardim, onde ele entrou com os discípulos. 2Também Judas, o traidor, conhecia o lugar, porque Jesus costumava reunir-se aí com os seus discípulos. 3Judas levou consigo um destacamento de soldados e alguns guardas dos sumos sacerdotes e fariseus, e chegou ali com lanternas, tochas e armas. 4Então Jesus, consciente de tudo o que ia acontecer, saiu ao encontro deles e disse:
”A quem procurais?”
Narrador 1: 5Responderam:
— “A Jesus, o Nazareno”.
Narrador 1: Ele disse:
 “Sou eu”.
Narrador 1: Judas, o traidor, estava junto com eles. 6Quando Jesus disse: “Sou eu”, eles recuaram e caíram por terra. 7De novo lhes perguntou:
 “A quem procurais?”
Narrador 1: Eles responderam:
— “A Jesus, o Nazareno”.
Narrador 1: 8Jesus respondeu:
”Já vos disse que sou eu. Se é a mim que procurais, então deixai que estes se retirem”.
Narrador 1: 9Assim se realizava a palavra que Jesus tinha dito:
 “Não perdi nenhum daqueles que me confiaste”.
Narrador 2: 10Simão Pedro, que trazia uma espada consigo, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O nome do servo era Malco. 11Então Jesus disse a Pedro:
 “Guarda a tua espada na bainha. Não vou beber o cálice que o Pai me deu?
Narrador 1: 12Então, os soldados, o comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o amarraram. 13Conduziram-no primeiro a Anás, que era o sogro de Caifás, o Sumo Sacerdote naquele ano. 14Foi Caifás que deu aos judeus o conselho: “É preferível que um só morra pelo povo”.
Narrador 2: 15Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. Esse discípulo era conhecido do Sumo Sacerdote e entrou com Jesus no pátio do Sumo Sacerdote. 16Pedro ficou fora, perto da porta. Então o outro discípulo, que era conhecido do Sumo Sacerdote, saiu, conversou com a encarregada da porta e levou Pedro para dentro. 17A criada que guardava a porta disse a Pedro: “Não pertences também tu aos discípulos desse homem?” Ele respondeu: “Não!”
18Os empregados e os guardas fizeram uma fogueira e estavam se aquecendo, pois fazia frio. Pedro ficou com eles, aquecendo-se. 19Entretanto, o Sumo Sacerdote interrogou Jesus a respeito de seus discípulos e de seu ensinamento. 20Jesus lhe respondeu:
“Eu falei às claras ao mundo. Ensinei sempre na sinagoga e no Templo, onde todos os judeus se reúnem. Nada falei às escondidas. 21Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que falei; eles sabem o que eu disse”.
Narrador 1: 22Quando Jesus falou isso, um dos guardas que ali estava deu-lhe uma bofetada, dizendo: “É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?” 23Respondeu-lhe Jesus:
— ”Se respondi mal, mostra em quê; mas, se falei bem, por que me bates?”
Narrador 1: 24 Então, Anás enviou Jesus amarrado para Caifás, o Sumo Sacerdote. 25Simão Pedro continuava lá, em pé, aquecendo-se. Disseram-lhe: “Não és tu, também, um dos discípulos dele?” Pedro negou: “Não!” 26Então um dos empregados do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha cortado a orelha, disse: “Será que não te vi no jardim com ele?”
Narrador 2: 27Novamente Pedro negou. E na mesma hora, o galo cantou. 28De Caifás, levaram Jesus ao palácio do governador. Era de manhã cedo. Eles mesmos não entraram no palácio, para não ficarem impuros e poderem comer a páscoa. 29Então Pilatos saiu ao encontro deles e disse: “Que acusação apresentais contra este homem?” 30Eles responderam:
— “Se não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti!”
Narrador 2: 31Pilatos disse: “Tomai-o vós mesmos e julgai-o de acordo com a vossa lei”. Os judeus lhe responderam:
— “Nós não podemos condenar ninguém à morte”.
Narrador 2: 32Assim se realizava o que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer. 33Então Pilatos entrou de novo no palácio, chamou Jesus e perguntou-lhe: “Tu és o rei dos judeus?” 34Jesus respondeu:
 “Estás dizendo isso por ti mesmo ou outros te disseram isso de mim?”
Narrador 2: 35Pilatos falou: “Por acaso, sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?” 36Jesus respondeu:
 “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui”.
Narrador 2: 37Pilatos disse a Jesus: “Então, tu és rei?” Jesus respondeu:
 “Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”.
Narrador 1: 38Pilatos disse a Jesus: “O que é a verdade?” Ao dizer isso, Pilatos saiu ao encontro dos judeus, e disse-lhes: “Eu não encontro nenhuma culpa nele. 39Mas existe entre vós um costume, que pela Páscoa eu vos solte um preso. Quereis que vos solte o rei dos Judeus?” 40Então, começaram a gritar de novo:
— “Este não, mas Barrabás!”
Narrador 1: Barrabás era um bandido. 19,1Então Pilatos mandou flagelar Jesus. 2Os soldados teceram uma coroa de espinhos e a colocaram na cabeça de Jesus. Vestiram-no com um manto vermelho, 3aproximavam-se dele e diziam:
— “Viva o rei dos judeus!”
Narrador 1: E davam-lhe bofetadas. 4Pilatos saiu de novo e disse aos judeus: “Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós, para que saibais que não encontro nele crime algum”. 5Então Jesus veio para fora, trazendo a coroa de espinhos e o manto vermelho. Pilatos disse-lhes:
— “Eis o homem!”
Narrador 1: 6Quando viram Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a gritar:
— “Crucifica-o! Crucifica-o!”
Narrador 1: Pilatos respondeu: “Levai-o vós mesmos para o crucificar, pois eu não encontro nele crime algum”. 7Os judeus responderam: “Nós temos uma Lei, e, segundo essa Lei, ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus”. 8Ao ouvir essas palavras, Pilatos ficou com mais medo ainda. 9Entrou outra vez no palácio e perguntou a Jesus: “De onde és tu?” Jesus ficou calado. 10Então Pilatos disse: “Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar?” 11Jesus respondeu:
 “Tu não terias autoridade alguma sobre mim, se ela não te fosse dada do alto. Quem me entregou a ti, portanto, tem culpa maior”.
Narrador 2: 12Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas os judeus gritavam:
— “Se soltas este homem, não és amigo de César. Todo aquele que se faz rei, declara-se contra César”.
Narrador 2: 13Ouvindo essas palavras, Pilatos levou Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado “Pavimento”, em hebraico “Gábata”. 14Era o dia da preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Pilatos disse aos judeus: “Eis o vosso rei!” 15Eles, porém, gritavam:
— “Fora! Fora! Crucifica-o!”
Narrador 2: Pilatos disse: “Hei de crucificar o vosso rei?” Os sumos sacerdotes responderam:
— “Não temos outro rei senão César”.
Narrador 2: 16Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado, e eles o levaram. 17Jesus tomou a cruz sobre si e saiu para o lugar chamado “Calvário”, em hebraico “Gólgota”. 18Ali o crucificaram, com outros dois: um de cada lado, e Jesus no meio. 19Pilatos mandou ainda escrever um letreiro e colocá-lo na cruz; nele estava escrito:
— “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus”.
Narrador 2: 20Muitos judeus puderam ver o letreiro, porque o lugar em que Jesus foi crucificado ficava perto da cidade. O letreiro estava escrito em hebraico, latim e grego. 21Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: “Não escrevas ‘O Rei dos Judeus’, mas sim o que ele disse: ‘Eu sou o Rei dos judeus’”. 22Pilatos respondeu: “O que escrevi, está escrito”.
Narrador 1: 23Depois que crucificaram Jesus, os soldados repartiram a sua roupa em quatro partes, uma parte para cada soldado. Quanto à túnica, esta era tecida sem costura, em peça única de alto abaixo. 24Disseram então entre si: “Não vamos dividir a túnica. Tiremos a sorte para ver de quem será”. Assim se cumpria a Escritura que diz:
— “Repartiram entre si as minhas vestes e lançaram sorte sobre a minha túnica”.
Narrador 1: Assim procederam os soldados. 25Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. 26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe:
”Mulher, este é o teu filho”.
Narrador 1: 27Depois disse ao discípulo:
 “Esta é a tua mãe”.
Narrador 1: Dessa hora em diante, o discípulo a acolheu consigo. 28Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse:
”Tenho sede”.
Narrador 1: 29Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. 30Ele tomou o vinagre e disse:
”Tudo está consumado”.
Narrador 1: E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.

(Todos se ajoelham - Silêncio.)

Narrador 2: 31Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz. 32Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro que foram crucificados com Jesus. 33Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; 34mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.
— 35Aquele que viu, dá testemunho e seu testemunho é verdadeiro;
Narrador 2: e ele sabe que fala a verdade, para que vós também acrediteis. 36Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz:
— “Não quebrarão nenhum dos seus ossos”.
Narrador 2: 37E outra Escritura ainda diz:
— “Olharão para aquele que transpassaram”.
Narrador 1: 38Depois disso, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus — mas às escondidas, por medo dos judeus —, pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus. Pilatos consentiu. Então José veio tirar o corpo de Jesus. 39Chegou também Nicodemos, o mesmo que antes tinha ido de noite encontrar-se com Jesus. Levou uns trinta quilos de perfume feito de mirra e aloés. 40Então tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no, com os aromas, em faixas de linho, como os judeus costumam sepultar.
Narrador 2: 41No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. 42Por causa da preparação da Páscoa, e como o túmulo estava perto, foi ali que colocaram Jesus.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.


Oração para depois dler a Bíblia


Dou-Te graças, meu Deus, pelos bons propósitos, afetos e inspirações que me comunicastes nesta meditação; peço-Te ajuda para colocá-los em prática. Minha Mãe Imaculada, meu protetor São José e Anjo da minha guarda, intercedem todos por mim. Amém.