domingo, 2 de outubro de 2016

LEITURA ORANTE DO DIA 02/10/2016



LEITURA ORANTE

Lc 17,5-10 - "Aumenta nossa fé!"


Preparo-me para a Leitura Orante, fazendo uma rede de comunicação
e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que se encontram neste ambiente
virtual. Rezamos, em sintonia com a Santíssima Trindade.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém
Senhor, nós te agradecemos por este dia.
Abrimos, com este acesso à internet,
nossas portas e janelas para que tu possas
Entrar com tua luz.
Queremos que tu Senhor, definas os contornos de
Nossos caminhos,
As cores de nossas palavras e gestos, a dimensão de nossos projetos,
O calor de nossos relacionamentos e o rumo de nossa vida.
Podes entrar, Senhor em nossas famílias.
Precisamos do ar puro de tua verdade.
Precisamos de tua mão libertadora para abrir
Compartimentos fechados.
Precisamos de tua beleza para amenizar nossa dureza.
Precisamos de tua paz para nossos conflitos.
Precisamos de teu contato para curar feridas.
Precisamos, sobretudo, Senhor, de tua presença
Para aprendermos a partilhar e abençoar!
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Lc 17,5-10
Os apóstolos pediram ao Senhor:
- Aumente a nossa fé.
E ele respondeu:
- Se a fé que vocês têm fosse do tamanho de uma semente de mostarda, vocês poderiam dizer a esta figueira brava: "Arranque-se pelas raízes e vá se plantar no mar!" E ela obedeceria.
Jesus disse:
Façam de conta que um de vocês tem um empregado que trabalha na lavoura ou cuida das ovelhas. Quando ele volta do campo, será que você vai dizer: "Venha depressa e sente-se à mesa"? Claro que não! Pelo contrário, você dirá: "Prepare o jantar para mim, ponha o avental e me sirva enquanto eu como e bebo. Depois você pode comer e beber." Por acaso o empregado merece agradecimento porque obedeceu às suas ordens? Assim deve ser com vocês. Depois de fazerem tudo o que foi mandado, digam: "Somos empregados que não valem nada porque fizemos somente o nosso dever."
Refletindo
Os discípulos pedem a Jesus: "Aumente a nossa fé". O exemplo da mostarda faz entender que não se trata de aumentar quantitativamente a capacidade de crer. Trata-se de qualidade. Jesus, com o exemplo do grão de mostarda, demonstra que basta pouco para fazer coisas consideradas impossíveis. A imagem da figueira brava que pode ser arrancada "pelas raizes" e jogada no mar, revela o que pode realizar a confiança total em Deus. Já a parábola do servo desmonta toda pretensão humana que busca usar ou instrumentalizar Deus através de relacionamento em favor dos próprios "direitos"ou  interesses. É uma crítica a uma religião mercantilista, que procura negociar com Deus em favor da teologia da prosperidade. Na verdade, "somos empregados que não valem nada". Fizemos apenas o "nosso dever".

2.Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Pensando na forte expressão “somos servos inúteis” ou na tradução que li “empregado que não vale nada”, recordo-me das palavras sábias e experientes do bem-aventurado Tiago Alberione, ao reler a história de Deus na sua vida. Disse ele: “Sou como um “semicego” (AD 202), iluminado e guiado passo a passo; uma vez mais o instrumento inadequado” (cf. AD 209). OU noutra tradução: "somos servos quaisquer".
Meditando
Os bispos na Conferência de Aparecida lembraram: "Jesus convida a nos encontrar com Ele e a que nos vinculemos estreitamente a Ele porque é a fonte da vida (cf. Jo 15,1-5) e só Ele tem palavra de vida eterna (cf. Jo 6,68). Na convivência cotidiana com Jesus e na confrontação com os seguidores de outros mestres, os discípulos logo descobrem duas coisas originais no relacionamento com Jesus. Por um lado, não foram eles que escolheram seu mestre foi Cristo quem os escolheu. E por outro lado, eles não foram convocados para algo (purificar-se, aprender a Lei...), mas para Alguém, escolhidos para se vincular intimamente a sua pessoa (cf. Mc 1,17; 2,14). Jesus os escolheu para “que estivessem com Ele e para enviá-los a pregar” (Mc 3,14), para que o seguissem com a finalidade de “ser d’Ele” e fazer parte “dos seus” e participar de sua missão. (DAp,131).
E eu me interrogo:
Como é meu discipulado?
Tenho consciência de que sou uma pessoa escolhida por Deus para seu serviço?
De que sirvo a Deus e não a mim mesmo?
E a minha fé, transporta montanhas?
O papa Francisco na Carta Encíclica Laudato sì diz:
"A fé permite-nos interpretar o significado e a beleza misteriosa do que acontece. A liberdade humana pode prestar a sua contribuição inteligente para uma evolução positiva, como pode também acrescentar novos males, novas causas de sofrimento e verdadeiros atrasos. Isto dá lugar à apaixonante e dramática história humana, capaz de transformar-se num desabrochamento de libertação, engrandecimento, salvação e amor, ou, pelo contrário, num percurso de declínio e mútua destruição. Por isso a Igreja, com a sua acão, procura não só lembrar o dever de cuidar da natureza, mas também e «sobretudo proteger o homem da destruição de si mesmo».
Apesar disso, Deus, que deseja actuar conosco e contar com a nossa cooperação, é capaz também de tirar algo de bom dos males que praticamos, porque «o Espírito Santo possui uma inventiva infinita, própria da mente divina, que sabe prover a desfazer os nós das vicissitudes humanas mais complexas e impenetráveis».[48] De certa maneira, quis limitar-se a Si mesmo, criando um mundo necessitado de desenvolvimento, onde muitas coisas que consideramos males, perigos ou fontes de sofrimento, na realidade fazem parte das dores de parto que nos estimulam a colaborar com o Criador. Ele está presente no mais íntimo de cada coisa sem condicionar a autonomia da sua criatura, e isto dá lugar também à legítima autonomia das realidades terrenas. Esta presença divina, que garante a permanência e o desenvolvimento de cada ser, «é a continuação da ação criadora». O Espírito de Deus encheu o universo de potencialidades que permitem que, do próprio seio das coisas, possa brotar sempre algo de novo: «A natureza nada mais é do que a razão de certa arte – concretamente a arte divina – inscrita nas coisas, pela qual as próprias coisas se movem para um fim determinado.
Como se o mestre construtor de navios pudesse conceder à madeira a possibilidade de se mover a si mesma para tomar a forma da nave». (LS 79-80).

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo com a
Oração do Mês Missionário 2016
Pai de misericórdia, que criaste o mundo
e o confiaste aos seres humanos.
Guia-nos com teu Espírito para que,
como Igreja missionária de Jesus,
cuidemos da Casa Comum com responsabilidade.
Maria, Mãe Protetora, inspira-nos nessa missão. Amém.

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Sinto-me discípulo/a de Jesus.
Meu olhar deste dia será iluminado pela presença de Jesus Cristo, acolhido no meu coração e no coração das demais pessoas.

nção
O Senhor o abençoe e guarde!
O Senhor lhe mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de você!
O Senhor lhe mostre seu rosto e lhe conceda a paz!' (Nm 6,24-27).
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Mês missionário 2016
Tema: Cuidar da Casa Comum é nossa missão
Lema: “Deus viu que tudo era muito bom...” (Gn 1, 31)

Ir. Patrícia Silva, fsp
patricia.silva@paulinas.com.br
http://leituraorantedapalavra.blogspot.com.br/

Leitura Orante
27º domingo do tempo comum, domingo 02 de outubro de 2016


SOMOS SERES DE GRATUIDADE

“Somos simples servidores; fizemos o que devíamos fazer” (Lc 17,10)

Texto Bíblico: Lc 17, 5-10

1 – O que diz o texto?

O evangelho de hoje nos propõe uma atitude que, à primeira vista, parece inaceitável: o empregado não deve reclamar quando, depois de todo o serviço no campo, em vez de ganhar elogio, ele ainda deve servir o jantar. Ele é um simples servidor do Reino, tem de fazer seu serviço, sem discutir.
Mas a intenção de Jesus é outra: Ele aponta para a dedicação integral no servir. A parábola desmascara a atitude daquele que, no serviço do Reino, busca seus próprios interesses, alimenta sua vaidade e busca ser o centro das atenções.
“Somos simples servidores”. Servindo com simplicidade, não em função de compensações egoístas, mas em função da retidão, da fidelidade e da gratuidade, seremos indispensáveis para o projeto de Deus.
O chamado de Jesus é para “colaborar”, para trabalhar com Ele; e deste chamado ninguém é excluído, porque Ele abriu essa possibilidade para todos (“chama todos e cada um em particular”).
Qualquer que seja o trabalho , ele se define pelo afeto pessoal a Jesus, pela identificação com seu projeto libertador.

2 – O que o texto diz para mim?

Trabalhar para buscar o louvor, o interesse próprio, o lucro, o reconhecimento, a fama, o poder... esvaziam o sentido da missão em favor da evangelização, pois são próprios de uma mentalidade calculista e materialista da sociedade em que vivo, que procura compensação em tudo o que se faz. Na perspectiva de Deus, o fundamental é ativar o espírito de serviço e disponibilidade, que nunca poderá ser pago. Quem vive no espírito de comunhão nunca achará que está fazendo demais para os outros.
Esta é a grandeza e recompensa do servidor no grande trabalho que realiza em favor do Reino: ultrapassar-se sempre, mas no amor; o êxito? entregar a Deus!
Afinal, é o Senhor quem realiza em mim o querer e o fazer, para além de minha boa disposição (Fil. 2,13).
A grandeza, a dignidade, a capacidade redentora de toda atividade em favor dos outros provém do fato de ser vivido numa profunda união pessoal com Cristo e com o desejo intenso de que minha ação esteja em sintonia com a vontade e a glória do Pai, e não com as minhas buscas de compensações.

3 – O que a Palavra me leva a experimentar?

Generosidade, gratuidade, doação: palavras quase desconhecidas do meu vocabulário e em meu contexto social. Mas são elas que me levam em direção aos outros, libertando-me de meu pequeno eu. São elas que me afastam da mesquinhez, da vaidade, do egoísmo, da busca do “próprio amor, querer e interesse”. Por serem mais afetivas, mais espontâneas, ligadas ao coração, elas revelam-se na ação, não em função de um mandato, de uma lei, de um interesse..., mas unicamente de acordo com as exigências do amor, da solidariedade...
São elas que alargam o meu coração até dilatar-me às dimensões do universo, rompendo meus estreitos limites e lançando-me a compromissos mais profundos. Sentindo-me livre para qualquer desafio e cada nova entrega é uma libertação maior: são novas oportunidades de serviço, de maior aproximação d’Aquele que veio, não para ser servido, mas para servir e para dar sua vida pelo mundo.

4 – O que a Palavra me leva a falar com Deus?

Senhor, é decisivo algumas indicações que contribuem para fazer do serviço ao Reino uma “experiência espiritual”: a pureza de motivações (por que faço isso? para quem faço?), a capacidade de “contemplar”, o crescer em gratuidade e a relativização de compensações, o deixar-se ajudar, a capacidade de agradecer...
A atitude de gratidão (consciência viva daquilo que cada dia me é dado gratuitamente) me motiva a viver o trabalho como serviço, libertando-me radicalmente das dimensões de rotina, de carga, e esvaziando-me de toda pretensão egoísta.
Quando vivo o meu trabalho a partir da gratidão, o esforço que o mesmo trabalho exige brota de um modo mais natural, mais espontâneo...; por isso, “cansa” menos, “desgasta” menos...
Se vivo a partir da gratidão, fico menos “dependente” da compensação que os outros poderiam dar à minha entrega ou ao meu serviço. Como dizia S. Inácio aos estudantes de Coimbra, “são outros os soldos” que nos compensam.
Uma tentação sutil, é esperar reconhecimento e até elogios das pessoas pelo serviço prestado. Quem cai nesta tentação, passa a necessitar deste tipo de gratificação para manter seu entusiasmo e seu élan apostólico. Fica a impressão que, no apostolado, ao invés de buscar agradar a Deus, busca-se recompensas humanas. Quando não há elogios e reconhecimentos explícitos, interpreta-se isso como uma ingratidão e uma falta de valorização, provocando uma baixa na própria motivação e entrega.
A verdadeira maturidade espiritual coincide com o sentido da gratuidade, ou seja, ajustar-se ao modo de agir de Deus, superando todo auto-centramento e todo voluntarismo; quem assim vive experimenta o consolo de sentir-se amado, perdoado e chamado por Deus, pois “o ser humano é fundamentalmente um ser de gratuidade”.

5 – O que a Palavra me leva a viver?

A gratuidade só pode ser vivida equilibradamente em toda sua profundidade e intensidade por aquele que é plenamente consciente de sua pobreza e indignidade radical, por aquele que, por ter-se sentido pecador e amado ao mesmo tempo, não deseja ser nem melhor nem mais perfeito, senão mais filho(a) de Deus pelo compromisso e doação.
E, precisamente movido pelo amor filial, deseja ativar todos os seus talentos e recursos, até o extremo de suas possibilidades, com o desejo de só agradar a Deus que tanto lhe ama.
Gratuidade, fruto maduro, resultado espontâneo do consolo do perdão e do amor, que habilita o ser humano a entrar no fluxo da ação salvífica do próprio Deus.
Gratuidade, abandono da confiança em si mesmo e esvaziamento do culto ao próprio eu.
“Gratuidade”: cair na conta de que tudo é dom e graça de Deus, que as boas obras, por mínimas que sejam, são um presente que Deus me concede poder realizá-las, que todo trabalho que se faça (mais ou menos importante, mais público ou mais escondido, com ou sem compensações...) é uma maneira pessoal de colaborar com Aquele que fez de sua vida uma entrega por pura gratuidade.

Fonte:
Bíblia Novo Testamento – Paulinas: Lc 16,19-31
Pe. Adroaldo Palaoro, sj – reflexão do Evangelho
Desenho: Osmar Koxne

Sugestão:
Música: Eu vivo na fé do Filho de Deus
Autor: Pe. Ney Brasil
Intérpretes: Rita Kfouri / Debora Reis / Ricardo Moreno / Marcelo Mattos
CD: Com Maria a mãe de Jesus
Gravadora: Paulinas Comep
http://www.nospassosdepaulo.com.br/2016/09/leitura-orante-27-domingo-do-tempo.html

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 02/10/2016

Ano C


Lc 17,5-10

Comentário do Evangelho

O que importa, aqui, não é o tamanho da fé, mas em que ela nos faz apoiar nossa vida e nossa vocação.

Talvez, muitos leitores do evangelho de hoje se sintam confusos pelo que aí é dito; outros tantos se deixarão levar pelo imediatamente percebido na leitura, sem aprofundar o sentido do texto. Tentemos ajudar o leitor a conhecer a mensagem que o autor quis transmitir com o seu texto.
“Aumenta a nossa fé!” (v. 5). Esta é a súplica dos apóstolos, os enviados. A fé é fundamentalmente adesão à pessoa de Jesus Cristo e, em razão dessa adesão, ela se transforma em testemunho. Tendo já sido enviados em missão (9,1-6), os apóstolos experimentaram a necessidade de uma comunhão estreita com Jesus. Sem esta relação estreita, o “sucesso” da missão fica comprometido. A fé oferece a possibilidade de fazer tudo em Deus, sem se deixar seduzir pelo prestígio, nem desanimar pelo fracasso. A fé está ligada à missão. Diante da súplica dos Doze, que também é a nossa, Jesus responde: “Se tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria” (v. 6). A fé, dizemos nós, remove montanhas! É preciso bem compreender, pois o que importa, aqui, não é o tamanho da fé, mesmo porque ela não é mensurável, mas em que ela nos faz apoiar nossa vida e nossa vocação. É a confiança no poder de Deus, na palavra de Cristo, que pode transformar a realidade tanto pessoal como social. É Deus quem age, não importa qual seja a nossa fé ou o nosso grau de confiança nele. Quando a ação do discípulo no desempenho de sua missão é feita em nome do evangelho, não há nada que seja impossível. “Para Deus tudo é possível”, dirá o Anjo Gabriel a Maria (1,37). Para o discípulo apoiado na palavra de Jesus Cristo, não há nada que possa desencorajá-lo.
“Somos simples servos…” (v. 10). Muitas vezes nós traduzimos esta frase deste modo: “Somos servos inúteis!”. Se o fôssemos, porque Deus nos chamaria ao seu serviço? A questão é outra. Em primeiro lugar, o apóstolo é servidor de Deus e dos homens. Antes de se assentar à mesa, no banquete do Reino de Deus, há um trabalho a ser feito, o anúncio do Reino, o testemunho de Jesus Cristo (cf. At 1,8). Em segundo lugar, a expressão “simples servos, pois fizemos o que devíamos ter feito” diz respeito à gratuidade do serviço. A recompensa do apóstolo é Deus mesmo, seu verdadeiro salário é ser admitido como operário na vinha do Senhor. Quem é enviado não tem nenhum direito sobre Deus, nem sobre seus semelhantes. A gratuidade exige não só deixar de buscar recompensa, mas renunciar ao prestígio pessoal e à segurança pessoal. Deus é a sua força e proteção.
Fonte: Paulinas em 06/10/2013

Vivendo a Palavra

Como os Apóstolos, também nós devemos pedir ao Pai que aumente a nossa fé. Paulo lembra a Timóteo que ‘Deus não nos deu um espírito de medo, mas um espírito de força, de amor e de sabedoria’. Portanto, sejamos agradecidos e cultivemos com zelo e carinho a semente de fé depositada em nós.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/10/2013

Vivendo a Palavra

Jesus nos ensina seu jeito gratuito de servir. Devemos cumprir nossa missão de anunciar com a vida a chegada do Reino do Céu, mas sem nenhuma preocupação com o reconhecimento de nosso mérito, sem a cobrança de retribuições por parte do Pai Misericordioso. Agradecidos, simplesmente, porque tudo é dom de Deus.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg05.php

Meditação

Diante das dificuldades da vida, o que lhe dá forças? - Você reza pedindo que Deus fortaleça sua fé? - Que lugar ocupam em sua vida a humildade e a arrogância? - Você serve com alegria? - Sabe ser disponível socorrendo os pobres e os simples?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 06/10/2013

XXVII – DOMINGO DO TEMPO COMUM
A fé como um grão de mostarda

Meus caros irmãos e irmãs,

Todos os textos da liturgia deste domingo nos falam sobre a fé, que é o fundamento de toda a vida cristã. Lançando um olhar para o Evangelho, encontramos um pedido feito pelos apóstolos a Jesus: “Aumenta a nossa fé!’ (Lc 17,5-6). E o Senhor responde: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria” (v. 6).
Sem responder diretamente ao pedido dos apóstolos, Jesus recorre a uma imagem paradoxal para expressar a incrível vitalidade da fé. Com isto, podemos dizer que a fé, mesmo que seja em pequena medida, é capaz de realizar coisas impensáveis, extraordinárias, como erradicar uma árvore frondosa e transplantá-la no mar. É suficiente ter um pouco de fé, mas precisa ser verdadeira, sincera.
A fé do cristão envolve uma escolha concreta: a de seguir o Mestre. Este seguimento do discípulo pode ser rápido, mas também pode ser lento e pode até ser interrompido. Ao longo da caminhada cristã podemos necessitar de reforço. O que os apóstolos pedem a Jesus, neste sentido, é uma maior firmeza na decisão de segui-lo. Jesus, com frequência já havia assinalado para eles uma caminhada difícil. São eles convidados a tomar a cruz todos os dias, a deixar tudo para seguir o Mestre, renunciando a família e os bens (cf. Lc 14,26ss). Muitos sentem-se tentados a rever a própria escolha (cf. Jo 6,60). Diante desses desafios necessitam de uma maior firmeza na fé, por isto pedem: “Senhor, aumenta a nossa fé” (v. 5).
No entanto, os discípulos têm consciência de que essa adesão não é um caminho cômodo e fácil, pois supõe um compromisso radical, a vitória sobre a própria fragilidade, a coragem de abandonar o comodismo e o egoísmo para seguir um caminho de exigência. Pedir a Jesus que lhes aumente a fé significa, portanto, pedir-lhe que lhes acrescente a coragem de fazer uma opção; significa pedir que lhes dê a decisão para aderirem incondicionalmente à proposta de vida que Jesus lhes veio apresentar.
Inicialmente Jesus faz uma referência a um grão de mostarda. Lembremos que, para uma semente se desenvolver, faz-se necessário a ação do homem, elemento fundamental para que o pequeno grão venha se tornar grande árvore. O serviço de lançar a semente na terra exige a disposição para preparar o solo e, ao mesmo tempo, o cuidado constante para que a semente lançada encontre as condições necessárias para germinar, crescer e produzir frutos. Assim também com a fé, que é dom de Deus: faz-se necessário cultivá-la para que ela possa se desenvolver.
Como a semente, que para crescer necessita desse empenho e dedicação do agricultor, exigindo dele serviço generoso e perseverante, alimentado pela esperança dos futuros frutos, também a fé no coração do crente deve crescer em vista da salvação, da implantação do Reino de Deus.
Quando Jesus diz sobre a amoreira: “‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria” (v. 6), dentro do conjunto de ensinamentos do texto, isto insinua não quer insinuar que a fé seja uma força mágica, utilizada para gestos ou mesmo manifestações fantásticas. Esta imagem utilizada por Jesus quer mostrar que, com a fé, tudo é possível. O símbolo da amoreira, árvore que atinge até 6 metros de altura, de raízes profundas, que ninguém consegue desarraigar, serve para dizer que a fé, sendo um dom de Deus, produz em quem crê, uma verdadeira conversão, pois é capaz de desenraizar o ser humano até mesmo das situações mais profundas de pecado e conduzi-lo para uma nova situação de vida, talvez impensável segundo cálculos humanos.
Porém, a fé, acolhida como dom de Deus, exige do crente uma atitude de humildade, por isto, Jesus, na segunda parte do texto, faz uma alusão ao trabalho realizado pelo servo (v. 7-10). Na verdade, cada discípulo de Jesus deve assumir de forma perseverante e fiel a sua condição de servo, que reconhece o serviço prestado aos demais, levando-os ao crescimento.
Estejamos conscientes disso: Somos servos de Deus. O servo está sempre sujeito à vontade de seu patrão. Não basta servir a Deus durante apenas uma época da vida. Não basta cumprir a vontade de Deus em algumas realizações e por algum tempo somente, mas toda a nossa vida deve ser consagrada ao serviço de Deus. A atitude do discípulo fiel deve ser a de quem cumpre o seu papel com humildade, sentindo-se um servo que apenas fez o que lhe competia. O servo não procura a sua glória, mas somente a alegria de ter realizado o seu dever.
Jesus educou os seus discípulos para crescer na fé, acreditar e confiar cada vez mais nele, a fim de que pudessem edificar a própria vida sobre a rocha. Por isso, os próprios apóstolos solicitam: “Aumenta a nossa fé” (Lc 17, 6). Os discípulos não pedem dons materiais, nem privilégios, mas sim a graça da fé, para que ela seja a base de tudo e os oriente e os ilumine ao longo da vida. Como de fato, o Senhor atendeu a esse pedido, pois todos eles acabaram por dar a vida em testemunho supremo da firme adesão a Cristo e aos seus ensinamentos.
Nós também nos sentimos por vezes enfraquecidos na fé, diante das dificuldades, da carência de meios e, como os apóstolos, precisamos de mais fé. Ela pode aumentar, mediante nosso pedido assíduo, com a oração diária e com a prática das boas obras, em nome de Cristo. A nossa fé não pode ficar adormecida, mas deve reanimar a cada momento, sendo fortalecida pela prática da oração. A oração é o respiro da fé: numa relação de confiança, de amor, não pode faltar o diálogo, e a oração é o diálogo da alma com Deus.
Quem reza caminha como um peregrino que busca a luz, entra na vontade de Deus. Em alguns momentos, quando estamos na noite longa do sofrimento e do ódio erigido contra nós, pode acontecer nossa súplica: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste” (Mc 15,34). É uma oração, um grito de fé para Deus. É o grito de Jesus na Cruz, um grito de abandono filial à única vontade do Pai. Enquanto rezava no Gólgota, Jesus disse: “Abba, Pai, tudo te é possível; afasta de mim este cálice! Contudo, não se faça o que eu quero, senão o que tu queres” (Mc 14,36). Estar em oração é olhar para Deus e deixar-se olhar por Ele, é procurar Deus e deixá-lo mostrar o seu rosto e revelar a sua vontade. Na oração é Deus que fala e nós escutamos atentamente nos colocando em busca da sua vontade. É nestes momentos de provação que precisamos que ele reanime a nossa fé.
Que possamos sempre lembrar de pedir: “Senhor, eu creio, mas aumentai a minha fé”. Sempre que uma dificuldade bater à nossa porta, ou mediante uma situação de perigo, quando estivermos fracos, diante da dor, das dificuldades, peçamos em oração esse acréscimo de fé: “Senhor, aumentai a minha fé”. O pedido dos Apóstolos a Jesus “aumenta a nossa fé” é uma bela oração também para nós pois, para aquele que tem fé, tudo é possível. E principalmente, quando alguma dificuldade surgir, tenhamos força, fé e humildade para acolher a mão de Jesus, que vem nos levantar sempre.
A fé á um dom gratuito de Deus ao homem e para viver, crescer e perseverar na fé, é necessário que cada cristão procure se alimentar da Palavra de Deus. A nossa fé precisa ser sustentada pela esperança e permanecer enraizada na fé da Igreja (cf. CIgC 162). Somente pela luz da fé e pela meditação da Palavra de Deus é possível sempre e por toda parte proclamar as maravilhas do Senhor.
Saibamos olhar com esperança para o futuro e vivamos com coragem os valores do Evangelho, para fazer resplandecer a luz do bem. Com a força da fé tudo é possível! Que o Cristo venha em nosso auxílio e alimente em cada um de nós o desejo de proclamar, com as palavras e as obras, a sua presença e o seu amor e que possamos viver com coragem os valores do evangelho, para fazer resplandecer a luz do bem. Assim seja.
Anselmo Chagas de Paiva, OSB
Mosteiro de São Bento/RJ
http://cnbbleste1.org.br/2016/09/xxvii-domingo-do-tempo-comum/

XXVII DOMINGO COMUM - Lc 17,5-10
Somos meros servos de Deus


A Palavra de Deus que hoje nos é dirigida fala de dois temas: a fé e a atitude correta que o homem deve assumir perante Deus. As leituras são um convite a reconhecermos nossa pequenez e a acolher com gratidão os dons que Deus nos concede.
Na primeira parte do Evangelho, vemos um pedido por parte dos apóstolos ao Senhor: “aumenta a nossa fé!”. Não sabemos precisamente o que tenha feito os apóstolos pedirem ao Senhor para que aumentasse a fé deles; podemos imaginar que seja algo ligado ao perdão ilimitado (texto imediatamente anterior): por ser uma tarefa muito difícil, principalmente quando se tem que perdoar o próximo que nos magoa constantemente; às vezes, a paciência e o amor querem fraquejar. Por isso, é necessário muita fé.
Os apóstolos e nós, hoje, nos damos conta como é fraca a nossa fé em Deus. Mas, como eles, não abandonamos a luta nem diminuímos os nossos trabalhos, mas pedimos ao Senhor uma fé mais firme. E é o que devemos fazer mesmo! Só Deus pode vir em nosso auxílio.
Jesus não responde directamente ao pedido dos apóstolos. Mas, com a sua resposta, ressalta a importância da fé. Somente se tivermos uma autêntica confiança em Deus, acontecerá aquilo que para a razão humana é impossível. Esta impossibilidade é exemplificada através da imagem do “transportar montanhas” (aqui uma amoreira). Não há limites para o poder de Deus. Mesmo que Deus nos peça coisas aparentemente impossíveis, ele pode nos tornar capazes de realizá-las. E mesmo que esta fé seja microscópica como uma pequena semente de mostarda, se for verdadeira fé, Deus fará com que ela desenvolva. (contraste entre a pequenez da semente de mostarda de 2mm de diâmetro e a altura dessa árvore de até 5 metros de altura).
Na I leitura, vemos o profeta Habacuc que discute com Deus: como fazer para acreditar em Deus se as coisas estão indo mal? E Deus responde: “o justo viverá por sua fé”. Talvez estejamos na mesma situação de Habacuc? Quanta violência, injustiças, tragédias, e quanta falta de fé. É preciso termos fé, é necessário confiar.
Em tudo aquilo que Jesus faz, ele encoraja os apóstolos a crerem. Ele diz a Pedro: “eu orei por ti para que tua fé não desfaleça” (Lc 22,32). Desta forma, o Senhor cumpre o pedido feito por seus apóstolos de aumentar a fé deles. Também nós devemos contar com a oração de Jesus e pedir esta forma de relação fundamental com Deus: a confiança nele.
Com a parábola do servo, Jesus indica-nos um outro aspecto essencial da nossa relação com Deus. Esta parábola não pretende mostrar o comportamento de Deus com relação ao homem, mas quer indicar qual a justa atitude em que nos encontramos perante ele. Jesus não quer passar a ideia de um Deus como um patrão que manda, é servido sem agradecer, e alimenta os seus servos só com o resto! Não! O que importa aqui é: qual a justa visão que os apóstolos devem ter de sua relação com Deus: os servos devem fazer tudo aquilo que o seu patrão ordena. Observando estas ordens, fazem somente o seu dever e não merecem nada por isso. Devem aceitar esta realidade.
Reconhecer a nossa relação de dependência a Deus significa entender que não somos independentes. Ninguém veio à existência sozinho. Também não somos autónomos, não podemos viver a nossa vida a nosso bel prazer sem prestarmos contas a Deus. Temos deveres para com Deus. Mas também devemos estar conscientes de que ele nunca nos pede nada de arbitrário ou absurdo. O dever é aquele de nos comportarmos como administradores fiéis: da nossa vida, das nossas capacidades, dos nossos dons.
Nunca devemos pensar que cumprindo a vontade do Senhor temos direitos e privilégios perante Deus. Devemos ser conscientes que o que fazemos não é outra coisa que o nosso dever. Às vezes, podemos pensar que o fato de rezarmos, de fazermos caridade, de cumprir a vontade de Deus represente um favor a ele e que por isso, ele deve ser grato connosco. Há muita gente que pensa assim. Pois, saibamos que Deus se alegra pelo nosso esforço. Mas, ele não precisa disso. De jeito nenhum. Nós é que precisamos dele sempre. De nossa relação com Deus devemos excluir qualquer pretensão.
Assim, com humildade e modéstia, a nossa condição perante Deus é fazer tudo aquilo que é nosso dever, e por isso, o Evangelho chama-nos de simples servos, não de “servos inúteis”. A palavra grega utilizada aqui traduzida por inútil indica a falta de mérito, a humildade, a pequenez, e não a inutilidade: a ideia de não servir para nada. Não somos servos inúteis, pois trabalhamos no arado de Deus, mas nem por isso deixamos de ser somente simples servos que devem cumprir a sua missão com amor.
Fonte: Perfil do google+ ulrish pais em 06/10/2013
https://plus.google.com/103578079364508417074/posts/EqKuFcMxdPu

Meditando o evangelho

A FORÇA DA FÉ

Quando os discípulos pediram a Jesus para aumentar-lhes a fé, queriam que ela se tornasse mais autêntica e existencial. Quando isto acontecesse, eles estariam aptos para testemunhá-la com a vida, de acordo com o que acreditavam. Não é questão de aumento quantitativo da fé. Mesmo que seja mínima, mas autêntica, ela tem o formidável poder de fazer coisas impossíveis.
Esta é a mensagem da parábola da árvore transplantada para o mar. Uma fé minúscula seria suficiente para ordenar a uma árvore arrancar-se e plantar-se no mar. Essa ordem será imediatamente executada, quando resultar da confiança inabalável em Deus.
A profundidade da fé manifesta-se na maior ou menor capacidade de realizar as obras dela decorrentes. E as obras decorrentes da fé são as do amor. Quanto mais temos fé, mais somos misericordiosos com o próximo, cultivamos uma disposição contínua para perdoar, buscamos, em tudo, ser fraternos e solidários com os outros, empenhamo-nos pela causa da justiça.
As obras da fé são, em última análise, o dever fundamental da comunidade cristã. Realizá-las é obrigação. Quem as pratica, sabe que faz o que Deus quer. Portanto, tem consciência de ser um simples servo inútil, cuja única grandeza consiste em fazer o que é seu dever.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://www.domtotal.com/religiao/eucaristia/liturgia_diaria.php)
Oração
Espírito de fé operosa, robustece minha fé pequena, capacitando-me para realizar as obras do amor e da misericórdia.
http://www.domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.php?data=2016-10-02

REFLEXÕES DE HOJE


O2 DE OUTUBRO-DOMINGO
http://liturgiadiariacomentada2.blogspot.com.br/

HOMÍLIA DIÁRIA

Deus precisa estar sempre à nossa frente

Quando as montanhas dos problemas, das preocupações estão à nossa frente, nem conseguimos enxergar que Deus é maior
“Os apóstolos disseram ao Senhor: ‘Aumenta a nossa fé!’” (Lucas 17, 5).



Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova


http://homilia.cancaonova.com/homilia/deus-precisa-estar-sempre-a-nossa-frente/

Oração Final
Pai Santo, não permitas que nos acostumemos com a tua Criação. Mantém-nos encantados com tua generosidade. Faze-nos reconhecer o teu carinho paternal criando este universo maravilhoso e os irmãos que nos acolhem na caminhada de volta ao Lar Paterno. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg06.php