quarta-feira, 22 de maio de 2024

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE DEUS TE ACOMPANHE…

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 22/05/2024

ANO B


Mc 9,38-40

Comentário do Evangelho

Jesus não é monopólio da comunidade

Os versículos precedentes (30-37) já nos permitiram afirmar que, diante da discussão de quem seria o maior dentre eles, os discípulos revelam a sua incompreensão em relação ao mistério de Cristo e da sua condição de discípulo.
Quem é esse “alguém” que expulsava demônios em nome de Jesus (cf. v. 38), e a que grupo pertencia, nós não o sabemos, uma vez que o texto não nos oferece nenhuma informação a respeito. E isso porque tal informação ou identificação não é importante.
O nome de Jesus, sua pessoa, não é monopólio da comunidade. O Senhor não é prisioneiro de nenhum grupo, pessoa ou instituição. A sua ação, que liberta o homem das cadeias do mal, não se circunscreve nos limites de um único grupo, pois “ninguém que faz milagres em meu nome poderá logo depois falar mal de mim” (v. 39). Ademais, ninguém pode fazer o bem se Deus não mover o coração. Deus está na origem do bem; o Senhor está na origem de toda ação que protege e promove a vida do ser humano; é pela autoridade de Cristo (= no nome de) que o mal é vencido.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, livra-me da atitude fanática e exclusivista de pensar que só quem pertence declaradamente ao círculo de discípulos de Jesus está em condições de fazer o bem.
Fonte: Paulinas em 22/05/2013

Comentário do Evangelho

Onde há o bem realizado, Deus aí está

A incompreensão dos discípulos progride. Somente a experiência do mistério pascal dará a eles a graça da compreensão do mistério de Jesus Cristo e da sua condição de discípulos. Aqui aparece um novo tema da incompreensão dos discípulos. O porta-voz do grupo dos discípulos, aqui, é João, um dos filhos de Zebedeu (cf. Mc 1,19), talvez por seu caráter pretensioso, o que aparecerá com maior clareza mais adiante no relato (Mc 10,35-40). Os discípulos pretendem que nenhum exorcismo possa ser praticado em nome de Jesus, se a pessoa que o pratica não participa do grupo dos discípulos. Por isso, eles impediram aquele anônimo de praticar o exorcismo (cf. v. 38). Atitude que Jesus reprova, pois o seu nome e o bem que por ele se realiza não é monopólio da comunidade nem de qualquer outro grupo. Onde há o bem realizado, Deus aí está. Deus está na origem de toda iniciativa que promove e protege a vida; Deus é a fonte de todo esforço sincero e verdadeiro de arrancar das forças do mal o ser humano. Os discípulos, e o leitor com eles, devem compreender que o bem não é propriedade de nenhum grupo e que, onde o mal é vencido, essa vitória é fruto do poder de Jesus Cristo, dado ao ser humano pela graça do Espírito Santo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, livra-me da atitude fanática e exclusivista de pensar que só quem pertence declaradamente ao círculo de discípulos de Jesus está em condições de fazer o bem.
Fonte: Paulinas em 26/02/2014

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Quem não está contra nós está a nosso favor


Os discípulos se fecham dentro do seu grupo. Talvez tenham compreendido que não devem disputar o primeiro lugar entre eles. “Entendo, podiam dizer, que eu não sou o maior nem o primeiro, mas o grupo no qual eu estou, sim, este é o maior e o primeiro.” Assim pensando, mostram que não saíram de si mesmos. Por que meu grupo é o maior e o melhor? Porque eu estou nele! E não aceitam que alguém possa fazer alguma coisa boa em nome de Jesus, se não pertencer ao grupo dos discípulos. Jesus abre-lhes a mente e o coração para que abram o próprio grupo e considerem o valor de quem está fora. Nem todos precisam estar dentro para ter o espírito de Jesus.
É mais fácil e mais cômodo pensar o mundo em dois grupos, nós e os outros, do que pensar-se fermento no meio da massa. Nós somos a comunidade dos salvos, e os outros, não? Jesus nos libertou da visão do mundo em forma puramente geográfica, quando disse à samaritana que Deus quer adoradores em espírito e em verdade, e não atrelados geograficamente a Jerusalém ou ao monte Garizim, na Samaria.
Quem não é cristão, não é necessariamente contra Jesus. Já dizia Santo Agostinho que muitos que parecem estar dentro, de fato, estão fora, e vice-versa. Mais do que pôr as pessoas dentro do nosso grupo, é preciso sair para fora e marcar presença. Aqueles que professam a fé em Jesus Cristo vivem no meio do mundo para que todos façam a obra de Deus, cada um segundo as suas convicções. “Oxalá todos profetizassem!”, dizia Moisés.
Cônego Celso Pedro da Silva,

Vivendo a Palavra

João interpreta o sentimento bem humano do exclusivismo. Nós pretendemos conservar para nosso pequeno grupo privilégios e vantagens. Jesus ensina a abertura do coração. Assim deve ser a nossa Igreja, se queremos que ela seja a Igreja de Jesus: acolhedora, misericordiosa e fonte de esperança para todos.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/05/2013

VIVENDO A PALAVRA

A inveja é um obstáculo que encontramos pelo caminho. Nós cremos, mas às vezes desejamos para nós a exclusividade da fé. Ficamos enciumados quando irmãos que “não nos seguem” testemunham em suas vidas a Presença do Cristo e seguem o seu Caminho. Nossa Igreja deve estar de portas abertas e, de coração generoso e humilde, reconhecer que o Espírito sopra onde quer.

Reflexão

Uma das maiores dificuldades que podemos encontrar para a compreensão da ação divina no mundo encontra-se no fato de querermos submetê-la aos nossos critérios de inteligibilidade, principalmente no que diz respeito à religião institucional. O que acontece é que muitas vezes o agir divino fica vinculado a critérios meramente humanos ou a ritualismos que estão mais para prática de magia, alquimia e bruxaria do que para um relacionamento filial, de confiança e entrega. Outras vezes, esse agir divino é condicionado ao cumprimento de princípios legais que determinam se Deus pode agir ou não. Devemos nos lembrar que o Senhor é Deus e não nós.
Fonte: CNBB em 22/05/2013 24/02/2014

Reflexão

Estaria o apóstolo João com uma ponta de inveja diante da expulsão de demônios por alguém que não pertence ao grupo de Jesus? Justamente após o fracasso dos discípulos de Jesus, que foram incapazes de curar o menino epilético. Esse “alguém” representa os não judeus. O que ele tem que os discípulos não têm? Provavelmente ele tem fé no poder de Deus manifestado em Jesus. O nome de Jesus não é monopólio de uma comunidade. O que Jesus mais deseja é que o bem se alastre, que o Reino de Deus chegue a todos. Então, não é o caso de se incomodar com o bem que os outros fazem. Os fariseus é que assim procedem em relação a Jesus. Reta intenção e vontade de fazer o que Jesus faz, isso é o que conta para Deus. Não se trata de dar espetáculo. O que está em jogo é o bem realizado em favor do próximo.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 23/05/2018

Reflexão

Temos uma atitude mesquinha dos discípulos de Jesus, proibindo alguém de fazer o bem, ao expulsar demônios. O Mestre responde com uma frase que é expressão de tolerância cristã: “quem não está contra nós, está a nosso favor”. Quem faz o bem em nome de Jesus, mesmo não fazendo parte do seu grupo, é discípulo dele. Todo o bem feito em favor de alguém é bem-vindo, venha de onde vier e de quem quer que seja. O nome de Jesus não é monopólio de uma comunidade ou grupo. De fato, vemos muitas pessoas fazendo o bem, independentemente de pertencerem ou não a uma instituição religiosa. Sabemos que Deus age livremente sobre toda a realidade humana, também através de pessoas que não são cristãs. Deveríamos nos alegrar ao ver tudo o que acontece de bom em favor de alguém. Quem faz o bem é parceiro no projeto de Jesus.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 23/02/2022

Reflexão

Estaria o apóstolo João com uma ponta de inveja diante da expulsão de demônios por alguém que não pertence ao grupo de Jesus, justamente após o fracasso dos discípulos de Jesus, que foram incapazes de curar o menino epilético? Esse “alguém” representa os não judeus. O que ele tem que os discípulos não têm? Provavelmente, ele tem fé no poder de Deus manifestado em Jesus. O nome de Jesus não é monopólio de uma comunidade. O que Jesus mais deseja é que o bem se alastre, que o Reino de Deus chegue a todos. Então, não é o caso de se incomodar com o bem que os outros fazem. Os fariseus é que assim procedem em relação a Jesus. Reta intenção e vontade de fazer o que Jesus faz, isso é o que conta para Deus. Não se trata de dar espetáculo. O que está em jogo é o bem realizado em favor do próximo.
(Dia a dia com o Evangelho 2024)

Reflexão

«Quem não é contra nós, está a nosso favor»

Rev. D. David CODINA i Pérez
(Puigcerdà, Gerona, Espanha)

Hoje escutamos uma recriminação ao apóstolo João, que vê a gente fazer o bem no nome de Cristo sem formar parte do grupo de seus discípulos: «Mestre, vimos alguém expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não andava conosco» (Mc 9,38). Jesus nos dá a visão adequada que devemos ter diante destas pessoas: acolhê-las e aumentar essa visão, com humildade respeito a nós mesmos, compartilhando sempre um mesmo nexo de comunhão, uma mesma fé, uma mesma orientação, ou seja, caminhar juntos à perfeição do amor a Deus e ao próximo.
Este modo de viver nossa vocação de “Igreja” nos convida a revisar com paz e seriedade a coerência com que vivemos esta abertura de Jesus Cristo. Enquanto houver “outros” que nos “incomodem” porque fazem o mesmo que nós, isto é um claro indício de que o amor de Cristo ainda não nos impregna em toda sua profundidade, e nos pedirá a “humildade” de aceitar que não esgotamos “toda a sabedoria e o amor de Deus”. Definitivamente, aceitar que somos aqueles que Cristo escolhe para anunciar a todos como a humildade é o caminho para aproximar-nos a Deus.
Jesus obrou assim desde sua Encarnação, quando nos aproxima ao máximo a majestade de Deus na insignificância dos pobres. Diz são João Crisóstomo: «Cristo no se contentou em padecer na cruz e com a morte, e quis também fazer-se pobre e peregrino, ir errante e nu, quis ser jogado no cárcere e sofrer as debilidades, para conseguir a tua conversão». Se Cristo não deixou passar nenhuma oportunidade para que possamos viver o amor com os demais, tampouco deixemos passar a ocasião de aceitar ao que é diferente a nós no modo de viver sua vocação a formar parte da Igreja, porque «Quem não é contra nós, está a nosso favor» (Mc 9,40).

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «‘Jesus disse: Não está certo impedir-lhe…’. E é assim que nos disse que não só não nos devemos opor ao bem de qualquer parte que venha, senão que pelo contrário devemos procura-lo quando não exista» (São Beda o Venerável)

- «Fazer o bem é um dever, é um bilhete de identidade que o nosso Pai deu a todos, porque nos fez à sua imagem e semelhança. E Ele faz o bem sempre» (Francisco)

- «A liberdade faz do homem um sujeito moral. Quando age de maneira deliberada, o homem é, por assim dizer, o pai dos seus atos. Os atos humanos, quer dizer, livremente escolhidos em consequência dum juízo de consciência, são moralmente qualificáveis. São bons ou maus» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.749)

Reflexão

Deus não quer que ninguém fique excluído

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos do Papa Francisco)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, a “porta fechada” é todo um símbolo. É algo mais que um simples dado sociológico: é uma realidade existencial que vai marcando um estilo de vida, uma maneira de ater-se diante da realidade, diante dos outros. A porta fechada de minha casa está fechada para os outros. São cada vez menos os que podem atravessar esse portal.
A imagem da porta aberta tem sido sempre o símbolo da luz, amizade, alegria, liberdade e confiança. Quando necessitamos recuperá-la! No início do ano da fé (2012) a imagem que propôs o Papa Bento, foi a da “porta”, uma porta que tem de cruzar para encontrar o que tanto nos falta.
- A ”porta da fé” nos permite aos Atos dos Apóstolos: “A igreja os enviou e, ao passarem pela Fenícia e por Samaria, contaram como os gentios tinham se convertido; essas notícias alegravam muito a todos os irmãos” (Atos dos Apóstolos 14,27). Deus sempre toma a iniciativa e não quer que nada fique excluído.

Recadinho

Jesus não quer em sua Igreja um grupo fechado e monopolizador dos serviços e missões. Você valoriza o trabalho de seu próximo? - Procura afastar o erro, mas não as pessoas que erram? - Se há opiniões diversas, procura continuar na busca da verdade? - Será que às vezes não queremos agir como donos da verdade?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 24/02/2014

Meditação

Jesus chama nossa atenção para um perigo: o de pensar que somente nós, os de nosso movimento, de nossa Comunidade, de nossa Igreja, é que temos toda a verdade e todos os dons. E que, portanto, somente nós podemos fazer o bem e servir à salvação da humanidade. O Espírito de Cristo pode agir também sobre os outros e usá-los como ministros da graça divina para a salvação.
Oração
Concedei-nos, Deus todo-poderoso, meditar sempre as realidades espirituais, e praticar em palavras e ações o que vos agrada. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Comentário sobre o Evangelho

Jesus nos diz: «Quem não é contra nós, está a nosso favor».


Hoje, Jesus convida-nos a abrir o coração e os braços a todos os homens, a todas as mulheres de boa vontade. Há muita gente que faz coisas boas, embora talvez não tenha recebido a nossa fé.
- Quem trabalha para o bem já está no caminho do bem: aí encontrará Jesus. Não lhe cortemos o caminho!

Meditando o evangelho

O FANATISMO CENSURADO

Os discípulos foram tentados a criar um círculo fechado em torno de Jesus. A intransigência de João é uma mostra da mentalidade que grassava no grupo dos seguidores do Mestre: só podia fazer o bem, em nome de Jesus, quem fosse abertamente membro do grupo. O Mestre recusou-se a compactuar com este modo de pensar.
O desconhecido fazia o bem em nome de Jesus, libertando as pessoas do poder do maligno, a exemplo do Mestre. Quem terá sido esta pessoa? O Evangelho não a identifica. Contudo, pode-se deduzir, a partir da afirmação do discípulo, que se tratava de uma pessoa cheia de fé em Jesus cujo nome invocava para expulsar os demônios. Não atribuía a si tal poder. Sentia-se movido a ser ministro da libertação, agindo em favor dos atribulados pelas forças do mal. Mostrava-se estar em plena comunhão com Jesus, uma vez que se colocara em aberto confronto como seu inimigo número um.
Estas características, detectadas na ação dessa pessoa desconhecida, era o que se exigia dos discípulos. Portanto, no seu anonimato, esse exorcista mostrava-se perfeitamente em comunhão com o Mestre. Teria sido ele beneficiado por Jesus e, como sinal de fé e gratidão, quis que outros participassem dos benefícios divinos com que ele próprio tinha sido agraciado?
O fanatismo exclusivista dos discípulos só podia ser censurado por Jesus. Quem dera houvesse muitos outros anônimos colocando-se a serviço da libertação!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Pai, livra-me da atitude fanática e exclusivista de pensar que só quem pertence declaradamente ao círculo de discípulos de Jesus está em condições de fazer o bem.
Fonte: Dom Total em 23/05/2018

Meditando o evangelho

TODOS PODEM FAZER O BEM

Jesus detectou uma distorção grave no modo como os discípulos consideravam seu relacionamento com ele. Quando quiseram impedir alguém de expulsar demônios em nome do Mestre, só porque não fazia parte do grupo de seus discípulos, estes revelaram estar contaminados por uma mentalidade sectária. Pensavam que só tinha o direito de fazer o bem, em nome de Jesus, quem os seguia fisicamente. O erro dos discípulos consistia em querer limitar a condição de servidor do Reino a um grupo limitado de pessoas, bem identificadas e inseridas numa estrutura precisa. Quem não pertencia a esse grupo, estava incapacitado a fazer o bem, pelo menos na qualidade de seguidor de Jesus. O pensamento do Mestre, porém, era bem outro. Qualquer pessoa tem o direito de fazer o bem em nome dele. Quem se sente movido a agir assim, dificilmente irá falar mal de Jesus, ou comprometer-lhe-á a boa fama. Uma boa ação é indício seguro de comunhão profunda com Jesus, mesmo se a pessoa não tem a possibilidade de pôr-se a caminho com ele. Não era indispensável ser discípulo como os doze, para alguém ter o direito de agir em nome do Mestre. Era equivocado pensar que o Reino estava destinado a produzir frutos somente pela mediação de um pequeno grupo. Pelo contrário, mesmo por intermédio de quem não se esperava, foi possível manifestar a misericórdia de Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de complacência, que eu não julgue mal a quem faz o bem, certo de estar a serviço do Senhor, embora sem pertencer a um grupo religioso.
Fonte: Dom Total em 23/02/2022

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A Firmeza da Fé
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

É difícil falar com precisão sobre esse episódio entre Jesus e seus discípulos, refletido pelas comunidades de Marcos pois á primeira vista parece que o foco seria a impotência da comunidade, ali representada pelos discípulos, diante das Forças que oprimem as pessoas, entretanto, o homem que trouxe o filho possesso de um espírito mudo, o seu desespero de PAI e ao mesmo tempo a sua Fé no Cristo Libertador, parece ser o foco principal porque a narrativa termina com uma bela profissão de Fé por parte daquele homem "Creio! Vem em Socorro á minha falta de Fé ".
Com essa afirmação magnífica, de quem coloca toda sua esperança em Jesus, desfaz-se aquela primeira impressão de que ele estava descontente com a comunidade, ali representada pelos discípulos, por estes não terem conseguido expelir o espírito do mal, pois chamou para si toda a culpa... Vem em Socorro á minha falta de Fé... Ele admite que tem Fé e até a professa solenemente com esta afirmação que certamente era uma formula da profissão de Fé da comunidade, mas reconhece que ainda lhe falta.
Quanto a enfermidade, parece que se trata de um ataque epilético, do qual o jovem era portador desde a infância. Cair por terra, espumar e ranger os dentes ficando enriquecido, isso é, paralisado, são ações perniciosas que o pecado e a opressão da força do mal causa na vida de uma pessoa. Qual é o segredo para se conseguir iniciar na vida das pessoas o processo de libertação? Parece que só Jesus tinha a fórmula e não a havia passado á seus discípulos e poderíamos dizer em uma linguagem simples "Não ensinou o pulo do gato".
Nada disso! Na continuidade do evangelho encontramos a explicação, pois os discípulos querem saber onde foi que erraram, por que sentiram-se impotentes diante daquele espírito possessivo que oprimia aquele menino e Jesus, vai lhes falar que a oração e o jejum são as armas principais para se promover uma ação libertadora, isso é, fazer em comunhão com ELE.
Não seria essa a explicação para certos projetos bonitos de nossas comunidades, que acabam não indo para frente? Sim, sem sombra de dúvida, toda e qualquer ação evangelizadora da Igreja, deve e só pode ser feita na espiritualidade onde a oração, a escuta da palavra, os Sacramentos, nos dão a certeza de que estas ações são feitas em sintonia com Jesus. Quando uma comunidade ou um grupo quer ocupar esse lugar que só pertence a Deus, fazendo em nome próprio, o Espírito possessivo acaba vencendo a "parada".

2. A FAVOR DE JESUS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês)

Os discípulos eram ciosos de sua condição de executadores privilegiados da missão de Jesus. Quiçá, tivessem a tentação de formar um grupinho seleto e fechado para novas adesões. Daí sua irritação quando viram alguém expulsar demônios, no nome de Jesus, sem ser explicitamente do grupo dos doze.
Jesus tenta alargar-lhes os horizontes e fazê-los perceber que existem agentes do Reino, onde menos se espera. Se alguém realmente realiza uma ação taumatúrgica, invocando o nome de Jesus, está proclamando, de maneira patente, sua condição de discípulo, mesmo não fazendo parte do grupo dos doze. O discipulado, portanto, estende-se para além do grupinho inicial, num raio muito mais amplo. O grupo primitivo, de certo modo, devia funcionar como semente de um movimento tendente a crescer e a se tornar, de certa forma, incontrolável. O protesto dos discípulos, em última análise, era motivado pela incapacidade de manter sob controle a propagação dos benefícios do Reino. Jesus não tinha objeções de que a coisa fosse assim. Antes, é assim mesmo que deveria ser.
O surgimento de novos discípulos e dispensadores do Reino não podia ser motivo de tristeza e preocupação. Quanto mais se multiplicasse o número de discípulos, melhor. Assim, o Reino poderia chegar a um número sempre maior de pessoas, recuperando-lhes a vida.
Oração
Senhor Jesus, possa eu alegrar-me com a multiplicação de seus discípulos, através dos quais o Reino vai espalhando seus frutos na história humana.
Fonte: NPD Brasil em 22/05/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Quem não é contra nós, está a nosso favor...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Podemos imaginar a cena, um dos discípulos vem correndo alardear ao Discípulo João que havia um sujeito pregando em nome de Jesus, e o que era pior, realizava milagres expulsando demônios em seu nome.
___Mas ele não é do nosso grupo? - quis logo saber João, todo alvoroçado e já aparentando indignação.
__ É nada. Nós não o conhecemos, e olhe que o danado está fazendo sucesso maior que o nosso.
Projetemos a cena para cem anos depois do evento Jesus de Nazaré:
___Olhe irmãos do Conselho, tem uma comunidade aqui perto pregando em nome de Jesus e fazendo até expulsões de Demônios!
___E tem muita gente indo lá?
___Nossa se tem! No Domingo à noite tinha o triplo de pessoas que vieram aqui na nossa celebração.
E hoje em dia, nós cristãos olhamos com uma pontinha de inveja para certas instituições ás vezes de caráter religioso que fazem cada trabalho social de se “Tirar o Chapéu”. Na minha cidade um pessoal de uma Loja Maçônica tem um serviço de atendimento a crianças e famílias carentes que é coisa linda de se ver, o mais incrível é o modo como eles fazem seus eventos, muito bem organizados e onde se vê uma dedicação extrema daqueles homens e mulheres.
E há também obras sociais de grande alcance nos Meios Espíritas, que contribuem realmente para amenizar os sofrimentos e as dores de muita gente pobre. Será que o Bem que esses grupos fazem, não é Caridade, porque não tem o carimbo da nossa Igreja? Claro que é, nem dá para se discutir!
É o que afirma esse evangelho de Marcos ao mostrar que, fora do âmbito de nossas comunidades cristãs tem um monte de gente de outras denominações religiosas ou Instituições, praticando o bem, promovendo as pessoas, demonstrando uma bela solidariedade.
Não se pode sentir inveja ou querer monopolizar as obras do Bem, ao contrário, devemos louvar e agradecer ao Bom Deus que através do seu Espírito suscita no coração dessas pessoas esse desejo e altruísmo de trabalhar pelo bem, e quando assim o fazem, colaboram sim, com a edificação do Reino de Deus. Jesus encerra a polêmica afirmando que, todo o Bem é feito em seu nome direta ou indiretamente, e que os que praticam tais obras do Bem, estão a seu favor e não contra ele.
Não permitamos que a questão Doutrinária nos impeça de reconhecer tanto Bem, realizado fora da nossa Igreja, por pessoas que foram tocadas pela Graça Divina indiscutivelmente, não importando a que denominação pertença.

2. Os discípulos se fecham
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Os discípulos se fecham dentro do seu grupo. Talvez tenham compreendido que não devem disputar o primeiro lugar entre eles. “Entendo, podiam dizer, que eu não sou o maior nem o primeiro, mas o grupo no qual eu estou, sim, este é o maior e o primeiro”. Assim pensando, mostram que não saíram de si mesmos. Por que meu grupo é o maior e o melhor? Porque eu estou nele! E não aceitam que alguém possa fazer alguma coisa boa em nome de Jesus, se não pertencer ao grupo dos discípulos. Jesus abre-lhes a mente e o coração para que abram o próprio grupo e considerem o valor de quem está fora. Nem todos precisam estar dentro para terem o espírito de Jesus. É mais fácil e mais cômodo pensar o mundo em dois grupos, nós e os outros, do que pensar-se fermento no meio da massa. Nós somos a comunidade dos salvos, e os outros, não? Jesus nos libertou da visão do mundo em forma puramente geográfica, quando disse à samaritana que Deus quer adoradores em espírito e em verdade, e não atrelados geograficamente a Jerusalém ou ao monte Garizim, na Samaria. Quem não é cristão, não é necessariamente contra Jesus. Já dizia Santo Agostinho que muitos que parecem estar dentro, de fato, estão fora, e vice-versa. Mais do que pôr as pessoas dentro do nosso grupo, é preciso sair para fora e marcar presença. Aqueles que professam a fé em Jesus Cristo vivem no meio do mundo para que todos façam a obra de Deus, cada um segundo as suas convicções. “Oxalá todos profetizassem!”, dizia Moisés.
Fonte: NPD Brasil em 23/05/2018

HOMILIA DIÁRIA

Somos apenas canais da graça

A graça se aproveita de quem ela quiser, da forma que ela quiser, para fazer o Reino de Deus realmente acontecer.

“Jesus disse: ‘Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim´.” (Mc 9,39)

Os discípulos estavam inquietos, porque outros, de fora do grupo de Jesus, estavam expulsando demônios. Os discípulos proibiram aquele homem de praticar tal atitude, porque ele não era do grupo do Senhor.
Jesus, então, lhes diz: “Não os proibais”. Meus irmãos, nós, muitas vezes, achamos que a graça de Deus está só sobre nós, sobre o nosso grupo, sobre a nossa Igreja. Nós pensamos que somos donos do Reino dos Céus, donos do Espírito Santo; e que Este só age se for da nossa forma, à nossa maneira e do nosso jeito.
Não é assim que a Palavra de Deus nos ensina. Ela nos mostra que devemos respeitar os diferentes, aqueles que pensam, fazem, pois, se não for da vontade de Deus, não vai para frente. Agora, aquilo que é de Deus só Ele mesmo conhece, porque o Espírito sopra aonde quer e ninguém sabe onde vai parar.
Que saibamos acolher, respeitar e considerar aqueles que não são das nossas pastorais, das nossas atividades, daquilo que nós fazemos. Que nós saibamos considerar aquilo que é diferente, porque o Espírito vai estar onde Ele quiser. Não podemos nos achar donos do Espírito de Deus, pois somos apenas canais da graça.
A graça se aproveita de quem ela quiser, da forma que ela quiser, para fazer o Reino de Deus realmente acontecer.
Que o bom Deus abençoe você com a Sua graça.
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 22/05/2013

HOMILIA DIÁRIA

Que saibamos respeitar e viver as diferenças guiados pelo Espírito

O discípulo de Jesus Cristo não tem a missão de julgar, condenar e de mandar ninguém para o inferno; o discípulo de Jesus Cristo ama e respeita!

”Jesus disse: ‘Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. Quem não é contra nós é a nosso favor’.” (Mc 9, 39-40)

A Palavra de Deus, hoje, nos chama a refletirmos sobre o cuidado e o respeito que precisamos ter com aqueles que pensam ou agem diferente de nós. Aqueles que, muitas vezes, não estão nos mesmos grupos que nós estamos, que não oram do jeito que nós oramos e que não falam de Deus como nós falamos.
Os filhos de Deus não são iguais: os grupos e a diversidade são características próprias da sociedade em que vivemos, como também é uma característica da Igreja de Jesus Cristo e dos discípulos de Jesus. Se nem os apóstolos eram iguais, do mesmo modo havia pessoas que não estavam diretamente naquele grupo, mas começavam a pregar porque conheciam o que Jesus fazia e começaram a falar em nome d’Ele, a expulsar demônios em Seu nome, e fazer a obra que Ele fazia.
Sabem, meus irmãos, existe na Igreja do Senhor tantos grupos diferentes, diversificados, com espiritualidades tão diferentes da nossa, uns mais carismáticos, outros mais voltados a obras de caridade, outros vivendo uma caridade mais mística e mais profunda; outros voltados à contemplação, à reflexão bíblica.  São todos da escola do Senhor, são todos discípulos do Senhor! Existem irmãos que são de Igrejas diferentes, Igrejas separadas, têm um modo histórico de viver essa fé; mesmo na Igreja Católica, mesmo a divisão que há entre nós e os nossos irmãos do Oriente ou os ortodoxos e entre muitas Igrejas Protestantes sérias que pregam o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O discípulo de Jesus Cristo não tem a missão de julgar, condenar e de mandar ninguém para o inferno; o discípulo de Jesus Cristo ama e respeita! E o julgamento pertence a Deus, pois se conhecem as árvores pelos frutos que elas estão dando. Às vezes, perguntamos: ”Mas Deus age em outras Igrejas?” Deus age onde Ele quer agir, o Espírito Santo não é propriedade de Igreja nenhuma, o Espírito Santo não é propriedade nossa nem de ninguém! O Espírito sobra onde quer e ninguém sabe aonde Ele vai parar!
Deixe-me dizer: é óbvio que a verdade da fé, a fé em plenitude, a fé no seu sentido mais pleno e total, Nosso Senhor Jesus Cristo depositou na Sua única Igreja Católica e Apostólica, mas as centelhas da fé, as migalhas da fé e outros modos de viver essa mesma fé podem ser vividas por tantas outras pessoas, por isso é preciso não julgar nem condenar ninguém, somente amar!
É óbvio que não me faço cego aos erros, aos pontos de vista doutrinários que, muitas vezes, ignoram pontos importantes da Palavra de Deus. Mas o mais importante é que não deixemos de amar, que nos respeitemos, que saibamos viver as diferenças no espírito da caridade d’Aquele que é o único Mestre de todos: Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo

HOMILIA DIÁRIA

Precisamos nos manter na humildade

Se vivermos intensamente a cada dia, movidos pelo sentimento de humildade, a vida não nos surpreenderá

“No entanto, não sabeis nem mesmo o que será da vossa vida amanhã! Com efeito, não passais de uma neblina que se vê por um instante e logo desaparece.” (Tg 4,14)

A Palavra de Deus, no dia de hoje, adverte-nos a respeito da arrogância humana. Quem está de pé tem que tomar cuidado para não cair. Não nos deixemos iludir pela vaidade, pela ganância da vida, pelo pensamento de que tudo podemos, que tudo vamos conseguir, que vamos fazer o que quisermos da vida. Ninguém pode determinar se estaremos vivos hoje, amanhã ou depois; a única coisa que podemos responder é pelo agora. Enchemo-nos de planos e pretensões humanas; e quando menos esperamos, nossa vida se vai. Se nos deixarmos levar pela vaidade, perderemos a nossa vida.
Se vivermos intensamente a cada dia, movidos pelo sentimento de humildade, a vida não nos surpreenderá de forma negativa. Ela até pode nos surpreender, mas com bênçãos e graças; mesmo a morte chegando de forma repentina, porque nenhum de nós está preparado para receber uma surpresa desagradável. Apliquemo-nos em viver bem.
Viver bem a vida tem um remédio muito importante a ser aplicado: não vivermos “arrotando” arrogância e superioridade, sentindo-nos melhores que os outros, sentindo que somos senhores da vida e fazemos dela o que quisermos. Nossa vida está na mão de Deus e queremos que Ele a abençoe a cada dia, que seja conduzida e iluminada por Ele.
Às vezes, corremos o risco de cair numa armadilha ou ilusão. Muitos pensam: “Eu sou uma pessoa correta. Não faço nada de errado, então, a vida não vai me surpreender. Olha aquele que só apronta, faz o que faz na vida e nada acontece com ele. Por que vai acontecer comigo?”
Deus não quer que aconteça o mal com ninguém, porque Ele é inacessível ao mal, e o mal jamais virá d’Ele. O correto é fazermos o bem, porque é assim que devemos fazer e viver, cuidando bem da nossa vida, não permitindo que a arrogância direcione os nossos passos, para não sermos surpreendidos pelas coisas desagradáveis.
Quando nos mantemos na humildade, quando não nos colocamos em atitude superior a nada nem a ninguém, podemos ter a certeza de que, venha o que vier, Deus guarda, protege e ilumina nossos passos. Aquele que sabe fazer o bem, mas não o faz, peca.
Todos os dias da nossa vida, o bem tem de estar dentro de nós; ele precisa estar em nossas atitudes, pois assim viveremos bem a nossa vida, não desejando o mal para ninguém nem o praticando, mas fazendo o bem em todas as nossas atitudes.
Deus abençoe você.
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 23/05/2018

HOMILIA DIÁRIA

Que a graça de Deus alargue o seu coração

“Naquele tempo, João disse a Jesus: ‘Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue’. Jesus disse: ‘Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. Quem não é contra nós é a nosso favor’.” (Marcos 9,38-40)

O texto de hoje começa com o clássico “nós”. Acabaram de discutir quem era o maior. Você se recorda quando Jesus estava distante dos discípulos? Eles começam a falar entre eles e a discutir quem era o maior do grupo. Agora, eles trazem os anseios pessoais para o grupo dos Doze.
Perigo de uma liderança corrompida é, justamente, corromper os demais. Temos aquela velha reflexão: “Uma maçã podre pode estragar todas as outras”, então, no coração dos discípulos, começa a existir essas realidades, e Jesus quer chamar não apenas a atenção deles, mas a atenção de cada um de nós.
Eles dizem: “Nós vimos uma pessoa que expulsa demônios em teu nome”, eles estão agora em um grupo fechado, agora parece o “nós”, não é mais uma realidade pessoal, mas é o grupo. É interessante que se nós vimos um que está fora e expulsa demônios no nome do Senhor, quer dizer que alguém ficou de fora, quer dizer que, nesse grupo seleto, esse alguém expulsa demônios, mas está fora do grupo dos discípulos. Um perigo contra o mal da acepção de pessoas, a nossa mania de excluir aqueles que pensam diferente, aqueles que têm uma maneira diferente de enxergar a vida.

Jesus dá essa advertência aos Seus discípulos: “Quem não é contra nós é a nosso favor”, para exortar o coração deles e o nosso coração do perigo do fechamento

Esse alguém expulsa demônios porque eles não foram capazes de expulsar um demônio sequer. Você se recorda que, no texto anterior, foi apresentado uma situação de uma criança que estava possuída por um demônio e os discípulos não foram capazes de expulsar aquele demônio (já meditamos sobre isso). Por isso, começa a inveja do bem que não sou capaz de fazer, mas a outra pessoa é capaz de fazer.
Veja até que ponto os discípulos regridem, voltam lá atrás: Caim e Abel. Caim que matou o seu irmão por inveja daquilo que era a vida de Abel. Veja a que nível os discípulos regressam!
Temos que nos tornar irmãos uns dos outros, porque não nascemos com essa realidade já pronta e acabada. Mesmo aqueles dois que eram irmãos de sangue, Caim e Abel, eles precisavam ter se tornado, de fato, irmãos. Por isso, essa advertência de Jesus fala sobre a nossa unidade, a unidade dentro da Igreja, a unidade dos corações, a comunhão dos corações.
Três dos nossos grandes problemas: querer delimitar a ação de Deus, eliminar aqueles que são os supostos concorrentes e o orgulho coletivo, aquela mania nossa do bairrismo e do auto-referencialismo. Delimitar a ação de Deus, pensar que Deus age apenas aqui, que Ele é a nossa realidade, como nós pensamos. Eliminar o outro, os discípulos dizem: “Nós o proibimos”, querer tirar a outra pessoa de perto de nós. Depois, o orgulho coletivo: “Ele não nos segue”, veja que pretensão! Se é Jesus a ser seguido, veja a capacidade que os discípulos têm.
João é o porta-voz do grupo dos discípulos. Eles poderiam agora pretender impressionar Jesus pela pressão do grupo: “Nós estamos aqui”. Se, individualmente, eles não eram grande coisa, agora eles querem pelo menos tentar, como grupo, impressionar Jesus.
O cuidado com a lógica dos números, pensar no discipulado de Jesus em quantidade. E Jesus dá essa advertência aos Seus discípulos: “Quem não é contra nós é a nosso favor”, justamente para exortar o coração deles e o nosso coração desse perigo do fechamento. Que a graça de Deus abra e alargue os nossos corações!
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Heleno Ferreira
Padre Donizete Heleno Ferreira é Brasileiro, nasceu no dia 26/09/1980, em Rio Pomba, MG. É Membro da Associação Internacional Privada de Fieis – Comunidade Canção Nova, desde 2003 no modo de compromisso do Núcleo.

Oração Final
Pai Santo, ensina-nos a vencer nosso egoísmo. Que vejamos em cada ser que colocaste ao nosso lado na jornada desta terra como um filho do teu Amor Paterno e, assim, um irmão nosso a quem devemos amar e cuidar com zelo e generosidade. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/05/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, livra-nos da tentação de vigiar nossos companheiros de caminhada. Faze-nos conscientes de nossa extrema fragilidade e nos dê força e firmeza na decisão de nos convertermos, seguindo o Caminho do Cristo, teu Filho Unigênito que se fez nosso Irmão em Jesus de Nazaré – aquele que contigo reina na unidade do Espírito Santo.