quinta-feira, 27 de maio de 2021

BOM DIA! BOA TARDE! BOA NOITE! Oração da noite, Oração da manhã e Oração do entardecer - Deus te abençoe!



Oração da Noite

Boa noite Pai.
Termina o dia e a ti entrego meu cansaço.
Obrigado por tudo e… perdão!!
Obrigado pela esperança que hoje animou meus passos, pela alegria que vi no rosto das crianças;
Obrigado pelo exemplo que recebi daquele meu irmão;
Obrigado também por isso que me fez sofrer…
Obrigado porque naquele momento de desânimo lembrei que tu és meu Pai; Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa, pela comida, pelo meu desejo de superação…
Obrigado, Pai, porque me deste uma Mãe!
Perdão, também, Senhor!
Perdão por meu rosto carrancudo; Perdão porque não me lembrei que não sou filho único, mas irmão de muitos; Perdão, Pai, pela falta de colaboração e serviço e porque não evitei aquela lágrima, aquele desgosto; Perdão por ter guardado para mim tua mensagem de amor;
Perdão por não ter sabido hoje entregar-me e dizer: “sim”, como Maria.
Perdão por aqueles que deviam pedir-te perdão e não se decidem.
Perdoa-me, Pai, e abençoa os meus propósitos para o dia de amanhã, que ao despertar, me invada novo entusiasmo; que o dia de amanhã seja um ininterrupto “sim” vivido conscientemente.
Amém!!!

Oração da manhã

Bom-dia, Senhor Deus e Pai!
A ti, a nossa gratidão pela vida que desperta, pelo calor que
cria vida, pela luz que abre nossos olhos.
Nós te agradecemos por tudo que forma nossa vida, pela terra, pela água, pelo ar, pelas pessoas. Inspira-nos com teu Espírito Santo os pensamentos que vamos alimentar,as palavras que vamos dizer, os gestos que vamos dirigir,a comunicação que vamos realizar.
Abençoa as pessoas que nós encontramos, os alimentos que vamos ingerir.
Abençoa os passos que nós dermos, o trabalho que devemos fazer.
Abençoa, Senhor, as decisões que vamos tomar, a esperança que vamos promover,a paz que vamos semear,a fé que vamos viver, o amor que vamos partilhar.
Ajuda-nos, Senhor, a não fugir diante das dificuldades, mas a abraçar amor as pequenas cruzes deste dia.
Queremos estar contigo, Senhor, no início, durante e no fim deste dia.
Amém.

Oração do entardecer

Ó Deus!
Cai à tarde, a noite se aproxima.
Há neste instante, um chamado à elevação, à paz, à reflexão.
O dia passa e carregam os meus cuidados.
Quem fez, fez.
Também a minha existência material é um dia que se passa,
uma plantação que se faz, um caminho para algo superior.
Como fizeste a manhã, à tarde e a noite, com seus encantos,
fizeste também a mim, com os meus significados, meus resultados.
Aproxima de mim, Pai, a Tua paz para que usufrua desta
hora e tome seguras decisões para amanhã.
Que se ponha o sol no horizonte, mas que nasça
em mim o sol da renovação e da paz para sempre.
Obrigado, Deus, muito obrigado!
Amém!

LEITURA ORANTE DO DIA 27/05/2021



LEITURA ORANTE

Mc 10,46-52 - Fé que devolve a luz


Saudação
- A nós, reunidos pelas redes sociais
a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparamo-nos  para a Leitura, rezando:
Jesus Mestre, que dissestes:
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome,
eu aí estarei no meio deles", ficai conosco,
aqui reunidos para melhor meditar
e comungar com a vossa Palavra.
Sois o Mestre e a Verdade:
iluminai-nos, para que melhor
compreendamos as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho:
fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida:
transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus
produza frutos abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Lemos o texto: Mc 10,46-52, e observamos pessoas, Jesus e o cego Bartimeu.
Jesus e os discípulos chegaram à cidade de Jericó. Quando ele estava saindo da cidade, com os discípulos e uma grande multidão, encontrou um cego chamado Bartimeu, filho de Timeu. O cego estava sentado na beira do caminho, pedindo esmola. Quando ouviu alguém dizer que era Jesus de Nazaré que estava passando, o cego começou a gritar:
- Jesus, Filho de Davi, tenha pena de mim! Muitas pessoas o repreenderam e mandaram que ele calasse a boca, mas ele gritava ainda mais:
- Filho de Davi, tenha pena de mim! Então Jesus parou e disse:
- Chamem o cego.
Eles chamaram e lhe disseram:
- Coragem! Levante-se porque ele está chamando você!
Então Bartimeu jogou a sua capa para um lado, levantou-se depressa e foi até o lugar onde Jesus estava.
- O que é que você quer que eu faça? - perguntou Jesus.
- Mestre, eu quero ver de novo! - respondeu ele.
- Vá; você está curado porque teve fé! - afirmou Jesus.
No mesmo instante, Bartimeu começou a ver de novo e foi seguindo Jesus pelo caminho.
Refletindo
Bartimeu, cego, marginalizado, "sentado à beira do caminho, pedindo esmola", percebe o que outros não percebem: Jesus de Nazaré que passa. A sua fé, mesmo se imperfeita, é mais luminosa do que a vista dos que enxergavam. É através desta fé que ele receberá de Jesus o dom da recuperação da visão. Curado "porque teve fé", Bartimeu "segue" Jesus pelo caminho. O itinerário deste cego é um forte testemunho de fé, iluminação, chamado e seguimento do Mestre.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para nós, hoje?
A nossa vivência da fé em Jesus Cristo é para ser comunicada.
Meditando
Como dizem os bispos da América Latina:
"Desejamos que a alegria que recebemos no encontro com Jesus Cristo, a quem reconhecemos como o Filho de Deus encarnado e redentor, chegue a todos os homens e mulheres feridos pelas adversidades; desejamos que a alegria da boa nova do Reino de Deus, de Jesus Cristo vencedor do pecado e da morte, chegue a todos quantos jazem à beira do caminho, pedindo esmola e compaixão (cf. Lc 10,29-37; 18,25-43)." (DAp 32).

3. Oração (Vida)
O que o texto nos leva a dizer a Deus?
Rezamos:
Jesus Mestre,
disseste que a vida eterna consiste em conhecer a ti e ao Pai.
Derrama sobre nós, a abundância do Espírito Santo!
Que ele nos ilumine, guie e fortaleça no teu seguimento,
porque és o único caminho para o Pai.
Faze-nos crescer no teu amor, para que sejamos,
como o apóstolo Paulo testemunhas vivas do teu Evangelho.
Com Maria, Mãe Mestra e Rainha dos Apóstolos,
guardaremos tua Palavra,
meditando-a no coração.
Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tem piedade de nós.

4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual nosso novo olhar a partir da Palavra?
Vamos olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus.
Uma nova visão no nosso modo de pensar e agir, conforme o Projeto de Jesus Mestre.

nção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patrícia Silva, fsp

HOMILIA - A doença é um meio de purificação da alma - Padre José Augusto (27/05/2021)


Canal do Youtube - Canção Nova Play

Publicado em 27 de mai. de 2021

Deu um pulo e foi até Jesus | (Mc 10, 46-52) #404 - Meditação da Palavra - Frei Gilson



Publicado em 27 de mai. de 2021

Mãe Maria | Dom Walmor - 27/05/2021


Canal do Youtube: TV Horizonte

Publicado em 27 de mai. de 2021

Homilia Diária | Somos cegos e mendigos (quinta-feira da 8.ª Semana do Tempo Comum) - Padre Paulo Ricardo


Canal do Youtube: Padre Paulo Ricardo

Publicado em 26 de mai. de 2021

Quando formos rezar, é importante que reconheçamos nossa condição de cegos e mendigos e estejamos dispostos a mudar. Se rezamos, mas não estamos dispostos a sair da oração diferentes, não estamos rezando direito. Sim, há gente que passa horas perdidas na oração. Não porque a oração seja coisa ruim, mas porque as pessoas é que rezam mal. Há quem vá ao sacrário para tentar mudar Jesus, como se a oração fosse uma espécie de “queda de braço” para convencer Deus a seguir os nossos planos: “Seja feita a minha vontade assim na terra como no céu”... Assista à homilia do Padre Paulo Ricardo para esta quinta-feira, 27 de maio, e medite conosco mais uma página do santo Evangelho!

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) - Mc 10,46-52 - 27/05/2021


A fé nos ajuda a enxergar a graça de Deus

“Então, Jesus lhe perguntou: ‘Que queres que eu te faça?’ O cego respondeu: ‘Mestre, que eu veja!’” (Marcos 10,51).


O cego de Bartimeu, filho de Timeu, que era não só cego, era mendigo e estava sempre à beira do caminho, ouviu Jesus passando. E, quando ouviu Jesus passando, gritou com todo o ardor do seu coração: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!”.
Ele podia ser cego e mendigo, mas tinha a visão da graça, porque mesmo sem seus olhos verem como os nossos – fisicamente falando – ele enxergou pela sensibilidade que era Jesus que estava ali. Mas mais do que isso, ele enxergou quem era Jesus.
Porque não basta ver a pessoa, nós temos que assumir qual é a identidade da pessoa. Ele sabia que Jesus era o Messias, seja por ser o Filho de Davi, como ele mesmo clamou, seja por clamar pela misericórdia, porque só quem pode nos dar a sua misericórdia é Deus. Então, ele foi ousado na fé, ele desafiou sua própria cegueira física.
A nós, que parecemos enxergar tão bem, nós, muitas vezes, deixamos de enxergar a graça, deixamos de enxergar Jesus passando no meio de nós. Deixamos de enxergar a graça de Deus entre nós para enxergarmos somente as desgraças do mundo.

Precisamos da graça, precisamos realmente nos submeter à luz de Jesus, nos tempos todos que estamos vivendo

Não podemos ter olhos vedados, andar como cegos e indiferentes. As tribulações do mundo são muitas, os desafios que passamos, no tempo presente, são cruéis, não podemos fechar os olhos para a realidade jamais.
Não podemos perder os olhos da fé, não podemos perder os olhos da graça, não podemos deixar de enxergar Jesus no meio de nós. E, assim como esse cego, gritar: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de nós”. Tende piedade dessa humanidade que está padecendo, está envolta numa cegueira sem igual. E, quando a pessoa está cega e não cuida de enxergar, como é possível de sobressair-se nesse mundo, nós começamos a atropelar uns aos outros. Você imagina, cego guiando outro cego e quantas realidades. Estamos indo para o buraco, estamos caindo mesmo, porque estamos sendo cegos guiando outros cegos.
Precisamos da luz, precisamos da graça, precisamos realmente nos submeter à luz de Jesus, nos tempos todos que estamos vivendo e enfrentando. Peçamos a graça de enxergar o que não enxergamos.
Tem muita coisa que não enxergamos, a começar por enxergar nós mesmos, de escutar aquele velho ditado: “Se enxerga”. Reveja o que está dentro de você, o que tem nessa cabeça, nesse coração. Para termos em nós a mentalidade de Jesus, é preciso permitir que Ele abra os nossos olhos.
“Vá, meu filho. A tua fé te curou”. Que a fé nos cure, nos levante e nos ajude a enxergar o que não enxergamos.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 27/05/2021

ANO B


Mc 10,46-52

Comentário do Evangelho

Cegueira dos discípulos

Podemos perceber que Marcos, ao escrever seu evangelho, teve a intenção de caracterizar três etapas do ministério de Jesus. A primeira, até o capítulo 8, versículo 21, envolvendo o ministério de Jesus na Galileia e nas regiões gentílicas vizinhas, abrange desde o batismo de João até a passagem por Betsaida; é uma fase de formação dos discípulos, e a palavra chave é a "casa", mencionada frequentemente como lugar onde a comunidade se encontra com Jesus. A segunda etapa, do capítulo 8, versículo 22, ao capítulo 10, versículo 52, que envolve a viagem com destino a Jerusalém, a partir de Betsaida e dos povoados de Cesareia de Filipe, ao norte da Galileia; nesta etapa a palavra-chave é o "caminho", repetida várias vezes, ao longo do qual Jesus prepara os discípulos para o desfecho de seu ministério em Jerusalém, destacando-se nesta etapa os três "anúncios da Paixão" (Mc 8,31-32; 9,30-32; 10,32-34). A terceira etapa, a partir do capítulo 11, abrange o ministério de Jesus em Jerusalém, culminando com a Paixão, morte e ressurreição.
A leitura de hoje, com a cura do cego de Jericó, fecha a segunda etapa do ministério de Jesus, cujo início foi demarcado também com a cura de um cego em Betsaida. Com este artifício literário, incluindo a caminhada para Jerusalém entre duas curas de cegos, Marcos realça que Jesus está empenhado em abrir os olhos dos próprios discípulos quanto à natureza de sua missão no mundo.
Nesta caminhada, aproximando-se de Jerusalém, passam por Jericó, situada a cerca de 25 km daquela cidade de destino. Os discípulos acompanham Jesus, sem ainda compreender, com clareza, o sentido pleno de sua missão, pois tinham dele uma visão messiânica triunfalista.
A narrativa da cura é feita em cores vivas, como em uma cena teatral: a multidão que acompanha Jesus; o cego, mendigo, sentado à beira da estrada; seus gritos insistentes, indiferente à repreensão de muitos; o chamado de Jesus e o seu pulo, jogando o manto fora, concluindo com a recuperação da visão.
Pode-se imaginar que os mendigos de Jericó se instalassem à beira do caminho que, vindo do norte, levava a Jerusalém, contando com a benevolência e a piedade dos peregrinos, que, em grandes grupos, viajavam para a cidade a fim de cumprir o preceito de participação na festa da Páscoa judaica, no Templo.
O cego que estava à beira do caminho, de certo modo, é a imagem destes discípulos em sua incompreensão. Ele "vê", equivocadamente, Jesus como o "Filho de Davi", messias poderoso e triunfante da tradição judaica do Primeiro Testamento. Contudo, este homem quer libertar-se de sua cegueira. Jesus pergunta-lhe: "Que queres que eu te faça?". Esta pergunta havia sido dirigida, pouco antes a Tiago e João, cuja resposta revela que, cegamente, aspiravam ao poder. Bartimeu, simplesmente, quer "ver", e, vendo Jesus Nazareno com clareza, ele o segue em seu caminho.
Nossa fé consiste em "ver" Jesus presente, hoje, no mundo, humilde e amoroso, caminhando com seus discípulos na construção de um mundo novo de justiça e paz.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, dá-me forças para lutar contra a cegueira que me impede de reconhecer teu amor misericordioso manifestado em Jesus. Faze com que eu veja!
Fonte: Paulinas em 28/10/2012

Comentário do Evangelho

A fé é iluminação que permite ver

Jericó, um verdadeiro oásis no deserto da Judeia; Jesus está subindo para Jerusalém acompanhado por seus discípulos e por uma grande multidão que deseja ouvi-lo e tocá-lo, na esperança da cura dos seus males. À beira do caminho estava um cego, Bartimeu. Estava à margem de tudo, da sociedade, inclusive de Deus, por causa da mentalidade da época; por isso também se diz que ele estava “à beira do caminho”. Grita a Jesus com insistência porque tem um grande desejo: ver. O seu clamor foi ouvido. Jesus manda chamá-lo e ele, deixando o manto, foi de um salto até Jesus. O manto era símbolo do poder do homem, por isso se diz que tirou o manto para ir até Jesus. Sem humildade não há possibilidade de receber o dom da visão. Perguntado pelo seu desejo, ele responde: “que eu veja”. A fé é iluminação que permite ver. Consequência da luz da fé é o seguimento de Jesus Cristo. Bartimeu é o modelo do discípulo que, iluminado pela fé, segue Jesus no caminho que o conduz à paixão.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Senhor Jesus, cura minha cegueira espiritual para que, iluminado pela luz da fé, eu te siga, com toda a confiança, no caminho do discipulado.
Fonte: Paulinas em 28/05/2015

Vivendo a Palavra

O Mestre mostra o respeito e a gentileza que são devidos ao próximo: quando talvez parecesse óbvio que o desejo daquele cego era voltar a ver, Jesus quis saber dele próprio: “o que você quer que eu faça por você?” Nós, Igreja de Jesus, devemos segui-lo no cuidado dos irmãos, sem nos esquecermos de ouvi-los com carinho e atenção.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/10/2012

vIVENDO A PALAVRa

Uma lição de respeito e gentileza: o Mestre Nazareno não pressupõe o que poderia parecer óbvio para todos e pergunta ao cego qual era o seu desejo. Jesus não decide pelo irmão, mas lhe dá a oportunidade de fazer o seu pedido. Nós, nem sempre somos capazes disso: invadimos o íntimo do próximo e projetamos nele os nossos desejos, privando-os da liberdade de opção.

Reflexão

Existem muitas pessoas que passam por sérias dificuldades e sofrimentos, que resultam em exclusão social. O Evangelho de hoje nos mostra uma realidade muito triste: a maioria das pessoas que são excluídas da sociedade também são excluídas da Igreja e do próprio relacionamento com Deus. Vemos que os seguidores de Jesus, que deveriam contribuir com ele para que houvesse a inclusão de todos no Reino são os primeiros que excluem o cego Bartimeu, pois querem que ele se cale. O Evangelho de hoje exige de todos nós um sério exame de consciência sobre os nossos valores e sobre a forma como nós vemos a religião e o seguimento de Jesus para que, em nome dele, não excluamos ninguém. O Mestre chama, conduzamos até ele.
Fonte: CNBB em 28/05/2015

Reflexão

UMA CONFISSÃO DE FÉ

O grito pode ter múltiplos significados. É frequente ouvir a expressão “grito de guerra”, significando o desejo de atacar, de ir à luta. Fala-se também do “grito de alegria”, representando vigor, contentamento. Vejam-se as torcidas organizadas nos estádios de futebol, vibrando pelo time do coração. O grito vibrante ecoa em som penetrante. Há também o grito de desespero. Mas há ainda o grito de quem grita como única alternativa e possibilidade de ser ouvido. Talvez seja esse o sentido do grito de Bartimeu no evangelho de hoje (Mc 10,46-52).
O narrador faz questão de frisar que Bartimeu era “um mendigo cego, sentado à beira do caminho” (10,46). Isso para ressaltar sua condição de pessoa destituída de dignidade. A mendicância e a cegueira punham-no à margem de tudo. A única ferramenta de luta pela vida que lhe restava era a voz. E voz que tinha de ser gritada. “Muitos o repreendiam para que se calasse. Mas ele gritava mais forte” (10,48).
Bartimeu representa o povo a quem é negado tudo e de quem nada se espera. Ocorre que, de onde menos se espera, é daí que Deus suscita a surpresa, pois “o que é fraqueza no mundo, Deus o escolheu para confundir o que é forte” (1Cor 1,27). O grito de Bartimeu é mais do que simplesmente um grito. É uma confissão de fé.
Ele, embora indigente e cego, na sua pequenez professa a fé no Nazareno, o “Filho de Davi”, isto é, o ungido de Deus, o prometido desde sempre para “evangelizar os pobres, proclamar a libertação aos presos, recuperar a vista aos cegos, restituir a liberdade aos oprimidos e proclamar o ano de graça do Senhor” (Lc 4,18-19). Chegou, pois, o tempo da realização das promessas. Os primeiros a notar isso são os oprimidos. “Tende compaixão de mim!” A súplica de Bartimeu é a prece de todos os que, silenciados e rejeitados, porém cheios de fé, sabem que sua única esperança é Deus.
O evangelho de hoje quer, portanto, ensinar à comunidade que Jesus realiza o sonho de Deus: a vida plena para todos, especialmente aos renegados do mundo. Toda indiferença é superada, pois o reino chegou. Jesus é a plenitude da vida e ninguém pode impedir o acesso a ele, nem mesmo os que se consideram mais perto dele e, às vezes, querem retê-lo para si ou privatizá-lo.
Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp
Fonte: Paulus em 28/10/2012

Reflexão

Na época de Jesus, os cegos eram marginalizados, porque se acreditava que a cegueira era castigo de Deus por algum pecado. Curar um cego significava reintegrá-lo na vida social. Sentado e mendigando à beira do caminho, o cego não conta com a solidariedade da “considerável multidão”, cega, surda e insensível. Com efeito, não só deixam de pedir a Jesus em favor dele, mas tentam abafar seus clamores por saúde. Jesus, no entanto, tem ouvidos atentos para captar as súplicas do cego e sensibilidade aguçada para com sua infeliz situação e lhe devolve a luz. Passando a enxergar, o homem segue a Jesus, imagem do discípulo que compreende quem é o Messias e se dispõe a segui-lo, com os próprios pés e sem medo, pelo caminho que conduz a Jerusalém, onde Jesus entregará a própria vida.
Oração
Ó Jesus, Filho de Davi, perguntas ao cego de Jericó o que realmente ele deseja e ouves a sua súplica: “Mestre, que eu possa ver novamente”. Com a visão recuperada, ele se torna teu discípulo e começa a seguir-te, justamente enquanto caminhas para Jerusalém, onde entregarás a vida. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)

Meditando o evangelho

QUE EU VEJA!

O episódio do cego de Jericó ilustra o caminho percorrido pelos discípulos do Reino. O homem passou da cegueira, da mendicância e da marginalização à condição de discípulo, que segue Jesus no caminho para Jerusalém, portanto, lugar de sua morte e ressurreição. Ele foi curado porque insistiu, resistindo às pressões de quem queria fazê-lo calar-se. Sua fé não lhe permitiu resignar-se com sua condição de excluído.
O discipulado consiste na cura da cegueira que considera Jesus a partir de esquemas mundanos e a espera dele coisas incompatíveis com seu projeto. A cegueira faz do discípulo um decepcionado e revoltado que se vê sempre mais distanciado de suas esperanças mesquinhas. A recuperação da vista permite-o ser realista nas suas expectativas. Quem realmente vê não se frustra.
A pobreza, expressa no fato da mendicância, é superada quando o discípulo passa a acumular os bens verdadeiros e imperecíveis, a riqueza do Reino, que não se identifica com a concentração de bens materiais. Ele não precisa mais mendigar falsos bens.
A marginalização, simbolizada no sentar-se à beira da estrada, torna-se participação quando o discípulo põe-se a seguir Jesus, fazendo seu o projeto do Mestre. Só uma profunda fé em Jesus pode colocar o discípulo neste caminho de salvação.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, tira de mim a cegueira que me impede de ver, com realismo, o caminho da cruz e ressurreição pelo qual estou indo contigo.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. SENTADO À BEIRA DO CAMINHO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Há uma canção de Roberto e Erasmo Carlos, que eu vivia cantarolando nos meus tempos de jovem, quando tomado por alguma tristeza ou decepção, o poeta compositor da letra, fala de alguém, que por conta de uma decepção amorosa, desistiu de viver e ficou sentado á beira do caminho, onde até a poeira é triste. A dinâmica da vida nos impele a caminhar, quem não se deixa contagiar por esse dinamismo, acaba ficando fora do processo, a letra da canção mostra bem esse sentimento de que não existimos, quando a pessoa a quem amamos permanece indiferente "Preciso lembrar que eu existo....". Quem é esse cego Bartimeu, mendigando amor á beira de um caminho, senão o próprio homem, que não conhecendo a Deus revelado em Jesus, lhe permanece indiferente? A pós modernidade oferece ao homem Muitas "luzes" na ciência, na tecnologia, no avanço das pesquisas, acontece que o ser humano, apropriando-se desses bens, que são dons de Deus, julga ver tudo, compreender tudo, e sentindo-se Senhor absoluto da situação, pensa e faz o que quer, usa sua liberdade da pior maneira possível e fazendo coro ao racionalismo dos intelectuais, decreta a morte de Deus. Entretanto, um belo dia este homem prepotente e arrogante, irá descobrir-se como este cego de Jericó. Tem tudo mas não tem a graça de Deus, que Jesus trouxe com a Salvação. Nesse sentido não se conhece, porque não conhece a Jesus, é cego, porque não viu em sua vida a luz da verdade, está a margem da verdadeira vida, é um milionário mendigando um pouco de amor áquele que é amor.
Em um coração e uma alma, ferida pela descrença, agonizante de vida e esperança, é que sai esse grito de Bartimeu, ao saber que Jesus de Nazaré passava por ali, bem ao lado de onde ele expunha aos que passavam, a sua miséria vergonhosa. "Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!". Foi assim que Jesus, o Verbo Encarnado de Deus, encontrou o homem, morto pelo pecado, andarilho e mendigo á beira da estrada da Vida, sem forças para caminhar, em sua cegueira tenebrosa. No canto da Verônica, no caminho do calvário, inverte-se esse quadro e Jesus ocupa o lugar que é do homem "Oh Vós todos que passais, vinde ver se há uma dor igual a minha..."
Na verdade é a humanidade toda que estava á beira do caminho, sucumbida em sua miséria, quem passa é Jesus, que não fica indiferente as nossas chagas e feridas, como o Sacerdote e o Levita, na parábola do Bom Samaritano, que ouviu por certo os gemidos daquele homem caído á beira do caminho, Jesus também ouviu nossos lamentos e queixumes, o grito desesperado de quem perdeu quase toda a esperança, "Senhor, Tende compaixão".
Sempre haverá vozes contrárias, tentando abafar esse grito de quem já não encontra mais razão para viver, há aqueles que como esse grupo numeroso que segue a Jesus, querem dele se apossar, fecham o anúncio e a graça em suas "Igrejinhas particulares", idealizam um Jesus exclusivo que só atende a eles, os santos, justos e perfeitos, é o grito dos casais em segunda união, talvez, é o grito de tantas jovens mães solteiras, de drogados e prostituídos, de pessoas rotuladas como irrecuperáveis, banidos de nossas relações, explorados pelo sistema pecaminoso, e oprimidos muitas vezes pelo próprio poder religioso, de tantas igrejas que se intitulam de "Cristãs".
O grito de desespero não passa despercebido por Jesus, quando o seu povo gemia sob o chicote dos Faraós do Egito, Deus ouviu, viu e desceu para libertá-los. A Igreja de Cristo não pode tapar os ouvidos diante de tantos que gritam, as vezes dentro da própria comunidade, a Igreja de Cristo não pode abafar o clamor dos pequenos que perderam a esperança e a ela recorrer, deve ser aquela que chama o cego, o acolhe em seu meio, coloca as pastorais a disposição para lhe curar as feridas, e mais ainda, o encoraja a fazer esse encontro pessoal com aquele que é a Vida, a Verdade, o caminho . Coragem! Levanta-te, Ele te chama! Jesus chama esse homem cego, morto, como um dia chamou a Lázaro, inerte no fundo de uma sepultura. O chamado de Jesus é para a Vida, para desencostarmos do barranco do comodismo, e de olhos bem abertos, na visão da Fé, abraçar o discipulado com coragem e desprendimento.
Impressionante a reação do cego, ao saber que Jesus o chamava, sentiu-se importante, deu um salto e foi ter com ele, jogando a capa de lado. Era a única coisa que possuía, mas despojou-se dela ao conhecer Jesus, ao descobrir-se amado e querido por Deus, ao sentir que todo esse amor está presente em Jesus, redobra a força e a coragem, descobre a nova razão de viver, por isso consegue "pular" do seu canto, Jesus é o seu protetor, o seu amor o envolverá totalmente, não precisa mais de nenhuma outra capa.
O seu desejo de VER, manifestado com simplicidade diante de Jesus, foi atendido, "Vai, a tua fé te salvou" – lhe dirá o Senhor. Ir para onde? Para o caminho do discipulado. Salvos pela fé, todos os que fizeram e fazem, essa experiência de ter uma nova visão, no encontro pessoal com Jesus, tornam-se seus discípulos, ontem e hoje, e todos juntos, enquanto Igreja, deixam-se conduzir pelo dinamismo desta vida nova, percorrendo as estradas do mundo, para encorajar os que estão á margem, e chamá-los para se encontrarem também eles com Jesus, a Luz Verdadeira, diante da qual as trevas não resistem.... (XXX Domingo do Tempo Comum Mc 10, 46-52)
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP

2. A GRANDEZA DE SERVIR
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O Reino de Deus introduziu nova ordem de relações entre as pessoas, muito diferente da mentalidade do mundo. Para quem é mundano, a grandeza consiste em exercer o domínio sobre as pessoas, e mostrar-se cheio de poder, porque a submissão lhe parece fruto do medo. O serviço prestado ao tirano não resulta de um ato amoroso, mas revela-se uma pesada obrigação.
O Reino, pelo contrário, segue na direção oposta. O domínio transforma-se em serviço. O dominado assume a feição do irmão a quem se deve amar e servir. O poder não é utilizado para oprimir, antes, para libertar. A relação de escravidão transforma-se em relação de fraternidade. A grandeza, portanto, para o discípulo do Reino não consiste em ser servido mas em servir e oferecer a própria vida para que o outro possa crescer.
Foi por esta razão que Jesus convidou Tiago e João a mudarem de mentalidade e pensarem segundo os critérios do Reino. O pedido que fizeram ao Mestre talvez escondesse o desejo de exercerem poder sobre os demais companheiros de discipulado, numa espécie de dominação. Pretendiam ocupar um lugar de destaque junto de Jesus, para usufruir do poder. Jesus denunciou esta maneira errada de pensar.
O discípulo deve espelhar-se nele, enviado pelo Pai para colocar-se a serviço da humanidade e dar a vida pela salvação de todos. Esta é a sua grandeza!
Oração
Senhor Jesus, leva-me a escolher sempre o caminho do serviço feito na gratuidade, para eu me sentir grande junto de ti.
Fonte: NPD Brasil em 28/10/2012

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Ganhando no Grito
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Certamente vocês já ouviram esta expressão, quando quer dizer que a pessoa apenas ganhou algo, porque falou mais alto. Mas no caso desse cego de Jericó, a afirmativa é verdadeira, se ele ficasse apenas gemendo a sua sina de ser cego, chorando á beira do caminho, enquanto Jesus passava, para quem sabe comovê-lo...estaria por lá até hoje pedindo esmolas. O texto afirma que ele “Gritou” E não deve ter gritado apenas uma ou duas vezes. A gritaria do cego Bartimeu, Filho de Timeu, que antes de Jesus passar por ali, era um Zé Ninguém, e que agora tem até um nome e uma filiação, incomodou a comunidade que seguia Jesus e alguém o mandou calar a boca. Mas o nosso ceguinho tinha uma Fé grandiosa, e havia decidido que naquele dia sua Vida seria transformada por aquele homem chamado Jesus, por isso, não se intimidou com os que lhe pediram para que se calasse, e gritou mais alto ainda.
O texto fala que Jesus parou e mandou-o chamar. E na mesma comunidade onde alguns o ignoraram e até mandaram-lhe calar a boca, de outro grupo veio o incentivo “Levanta-se, coragem. Ele te chama!”. Nossas comunidades cristãs não podem ficar indiferentes ou se fazer de surdas, diante do clamor de quem está sofrendo, de quem é desprezado, de quem é marginalizado e está a beira do caminho de um sistema pecaminoso, que só privilegia quem produz. Devem ter sempre a reação do segundo grupo, encorajar as pessoas, ajuda-las a ficar em pé para terem suas vidas transformadas pela Graça Santificante que Jesus nos dá.
Para assumir esta Vida Nova é preciso a conversão, é preciso romper com o pecado da falsa segurança que o mundo nos oferece, é preciso renunciar e desapegar-se de tudo para aceitar Jesus como o único Senhor da nossa Vida, por isso o Cego desfez-se rapidamente da sua capa (única coisa que possuía) e dando um pulo foi até Jesus.
A pergunta de Jesus já deu margem até a anedotas “O que queres que te faças?”. O que poderia pedir aquele pobre cego? Quem sabe um cão guia? Uma bengala para poder se locomover? Não! Ao chama-lo de Rabôni, que quer dizer Mestre, o Cego manifesta a sua vontade, o seu desejo, aquilo que ele mais queria: passar a Ver!
Então Jesus disse “Vai, a tua Fé te salvou!”. Por que a pergunta de Jesus? Claro que o cego queria mesmo era enxergar para ter a sua vida mudada! É que a Salvação não nos é imposta, é preciso que nós queiramos nos Salvar, é preciso que tenhamos esse desejo sincero, e nos disponhamos a isso, tornando-nos seguidores de Jesus nesta vida. Deus manifestado em Jesus, não nos salva contra a nossa vontade.
Neste mundo há muitas pessoas que, como este cego, grita, desfaz-se do que tem, dá pulos, e incentivado pelas Comunidades cristãs, se esforça para mudar sua vida a partir desse encontro especial com Jesus, mas há muitos que in felizmente, preferem acomodar-se nas coisas que o mundo oferecer, e não vislumbrando nada de especial na Salvação oferecida em Jesus, ficam a vida inteira “mendigando” a beira do caminho, fazendo da cegueira espiritual um pretexto para não Crer. Quem coloca toda sua esperança nesta Vida Terrena, sem vislumbrar algo de novo e Eterno, que Jesus nos oferece, realmente vive de esmolas...

2. Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim - Mc 10,46-52
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Deixamos tudo e te seguimos, mas não enxergamos o caminho. Andamos à deriva. O Senhor, se quiser, pode ter compaixão de nós e nos fazer ver. O cego de Jericó, figura de todo discípulo, recuperou a vista e seguiu Jesus pelo caminho. Ele faz par com o cego de Betsaida. Os dois não enxergam bem quem é Jesus nem os valores que ele propõe. Representam os discípulos de todos os tempos interessados em glória e poder. Acham que são grandes senhores, encarnação da sabedoria. Querem os primeiros lugares, querem ser o maior no meio dos outros, querem um Cristo glorioso, não na cruz, mas no trono de Davi. Jesus os desconcerta assim como todos os que deixam de fato tudo e o seguem. Quando Jesus diz: “Vai, tua fé te salvou”, diz também: “Vai e salva os outros com a tua fé”. Assim fez Santo Agostinho de Cantuária, que hoje celebramos. Monge beneditino e apóstolo da Inglaterra, impressionou o rei pagão Etelberto por sua simplicidade e pela qualidade de sua fé.

HOMILIA DIÁRIA

Jesus está passando agora no caminho do seu coração

Postado por: homilia
outubro 28th, 2012

Jericó acordara cedinho trazendo ainda – no rosto dos seus habitantes – a alegria contagiante da passagem de Jesus. Os comentários sucediam-se; não faltavam opiniões, as mais diversas; pessoas emocionadas; gente simples que tomara ares de vida nova… Tudo resplandecia.
A cidade respirava um ar diferente, apesar do parecer contrário de muitos a respeito do ocorrido no dia anterior: o jantar de Jesus e seus discípulos na casa de Zaqueu. É que eles ainda não se tinham dado conta destas palavras: “Eu vos digo que do mesmo modo, haverá mais alegria no céu por um só pecador que se arrependa do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento” (Lc 15,7).
Parece-me ouvir nitidamente a voz de Jesus repetindo aos insatisfeitos o que dissera alguns dias antes aos seus discípulos: “O que vos parece? Se um homem possui cem ovelhas e uma delas se extravia, não deixa ele as noventa e nove nos montes e vai à procura da que se perdeu? Se consegue encontrá-la, em verdade vos digo, terá maior alegria com ela do que com as noventa e nove que não se extraviaram” (Mt 18,12-13). Eles, por certo, ainda não haviam entendido a “lógica” de Jesus, e muito tempo ainda decorreria para que entendessem que “a sua lógica não tem lógica”, visto que o Reino não chegara para “os sábios e entendidos”. Ao sair de Jericó com os seus discípulos e grande multidão, estava sentado à beira do caminho, mendigando, o cego Bartimeu, filho de Timeu.
Os pobres eram, em primeiro lugar, os mendigos. Estes eram os doentes e aleijados que tinham recorrido à mendicância, haja vista a impossibilidade de serem empregados e não possuírem parentes que pudessem (ou quisessem) sustentá-los. Era o contraste que se deparava diante de todos. Ainda há pouco, as cores da alegria; no instante presente, a máscara da tristeza, da miséria e da opressão.
Bartimeu, além de mendigo, era cego. Excluído e humilhado pela sociedade, perdera a vergonha de estender as mãos para angariar míseras moedas para o seu sustento. Aprendera na dor a ser humilde; aprendera na obediência a Deus a viver sem murmurar; aprendera a aceitar a sua condição de dependência e opressão.
Aprendera de maneira dinâmica – e não de maneira estática – a acolher a sua condição limitada. Dentro dele latejava a ânsia de lutar por dias melhores. Sentia em sua alma alguma coisa que falava não sei o quê… Ele não compreendia, mas sentia profundamente que aquela coisa… É como se pressentisse algo. Era chegado o tempo de descruzar os braços.
Seu tato era extraordinário. Poderíamos afirmar, sem receio, que ele enxergava pelas mãos, pelos dedos. Por outro lado, a sua capacidade auditiva era extre, 2012

Jericó acordara cedinho trazendo ainda – no rosto dos seus habitantes – a alegria contagiante da passagem de Jesus. Os comentários sucediam-se; não faltavam opiniões, as mais diversas; pessoas emocionadas; gente simples que tomara ares de vida nova… Tudo resplandecia.mamente apurada. Não tendo capacidade para detectar a luz, desenvolvera a capacidade de detectar as formas e os sons. Aqueles sons que se aproximavam do lugar em que estava mendigando, um alarido não muito constante em Jericó, tornara-se o sinal indicativo de que um personagem importante estava deixando a cidade. À medida que a multidão se aproximava, mais ele apurava os ouvidos. Quando percebeu que era Jesus, o Nazareno, que passava, começou a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim!” Ele naturalmente não viu; mas através do vozerio identificou que era Jesus. E começou a gritar, clamando por misericórdia Àquele que é “a luz do mundo e o caminho, a verdade e a vida” (Jo 8,12; 14,6).
E muitos o repreendiam para que se calasse. Ele porém, gritava mais ainda: “Filho de Davi, tem compaixão de mim!” A insistência e a persistência de quem luta por aquilo que quer e deseja, e anseia, e busca, e pede, e clama… Encontra ressonância aos ouvidos do Senhor.
Detendo-se, Jesus disse: “Chamai-o!” Jesus para e manda chamá-lo. Diante da miséria humana, Jesus nunca segue adiante. É o Bom Pastor que cuida da ovelha doente; e o Bom Samaritano que trata das feridas da ovelha machucada. Chamaram o cego, dizendo:“Coragem! Ele te chama. Levanta-te!” Deixando a sua capa, levantou-se e foi até Jesus.
A doença que o oprimia, escravizava e humilhava, a partir de agora deixava de ter sentido. Aquela capa que fora símbolo de exclusão social foi atirada longe. O que importava era levantar-se o mais depressa possível e chegar até Jesus.
Naquele instante, os olhos da Luz encontraram os olhos sem luz. E no Coração de Jesus afloram as palavras proferidas na sinagoga de Nazaré: “O Espírito do Senhor está sobre mim porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar o ano da Graça do Senhor”. Diante dele, Bartimeu: pobre, mendigo, cego, cativo, preso, oprimido… Então Jesus lhe disse: “Que queres que eu te faça?” O cego respondeu: “Mestre, que eu possa ver novamente!”
Jesus respeita a nossa liberdade. Por isso a razão da sua pergunta. Ele queria que Bartimeu verbalizasse, apesar de saber e vê-lo cego. Quando ele expressou o seu desejo de cura, Jesus lhe disse: “Vai, a tua fé te salvou!” No mesmo instante, ele recuperou a vista e seguia-o pelo caminho. São palavras que curam o corpo, a alma e o coração.
O cego não é aquele que não vê, mas aquele que não quer ver. Quantos passam a vida sentados à beira do caminho, braços cruzados, olhos perdidos no vazio e na escuridão, acomodados, desencorajados, desesperançados, descrentes de Deus, descrentes do mundo, descrentes das pessoas… Mortos vivos ou vivos mortos? Em qual das duas categorias você se ajusta?
Jesus está passando agora no caminho do seu coração. Não deixe esta graça passar sem realizar o que Deus quer. Peça, busque, clame, grite, como Bartimeu: “Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim!” Clama com as palavras que o Espírito Santo lhe inspirar: “Jesus, eu só enxergo as coisas do mundo. O meu coração e os meus olhos encharcados de concupiscências, de pecados, de vícios, de egoísmo, de orgulho, de vaidade, de adultério, de rancor.. Eu sou cego para o amor, para o perdão, para a misericórdia, para a disponibilidade, para o serviço aos irmãos, para a partilha. Eu sou cego para a humildade, para o desprendimento, para a renúncia, para o despojamento de mim mesmo. Tem compaixão de mim!”
E os seus olhos se abrirão; sua alma exultará; seu espírito haverá de cantar as misericórdias que o Senhor realizou na sua vida.
Mas não basta apenas isto. É necessário exercitar a fé. É seguindo Jesus pelo caminho, como fez Bartimeu, que se cumpriram as palavras de Jesus em sua vida: “Vai, a tua fé te salvou”.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 28/10/2012

Oração Final
Pai Santo, dá-nos olhos e coração capazes de ver e participar da realidade do mundo e dos irmãos, com suas alegrias e dores. E faze-nos generosos para acolher com presteza as suas necessidades, pois queremos ser discípulos missionários do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/10/2012

oRAÇÃO FINAl
Ó Deus, que amas teus filhos com a ternura de Pai que tem entranhas maternais, ensina-nos a gentileza no trato com nossos companheiros de peregrinação. Faze-nos delicados e atenciosos, prontos para ouvir, muito mais do que para falar; para oferecer, muito mais do que para impor. Nós pedimos, Pai que tanto amamos, pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.