domingo, 3 de julho de 2022

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 03/07/2022

ANO C


SÃO PEDRO E SÃO PAULO, APÓSTOLOS

- Dia do Papa e do Óbolo de São Pedro -

Ano C - Vermelho

“Eles eram um só coração e uma só alma.”

Mt 16,13-19

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Celebramos hoje a solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo. Mestres inseparáveis de fé e de inspiração cristã pela sua autoridade, simbolizam todo o Colégio Apostólico. Em ambos, quer na vida, quer no martírio, prolongam-se a vida, a paixão, morte e ressurreição de Cristo. Hoje é também o “Dia do Papa”. Queremos manifestar nossa estima e obediência ao sucessor de Pedro, sinal da unidade da Igreja e da comunhão na fé e na caridade.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, hoje a Igreja triunfante e peregrina, num só coro, louva e bendiz ao Senhor pela vocação e ministério dos dois grandes apóstolos, Pedro e Paulo. Movidos por um só e intenso amor por Cristo, ambos, de diferentes formas, abraçaram a causa de Jesus, o Reino de Deus, e fizeram dela o sentido de suas vidas. Como colunas da Igreja, fundaram comunidades cristãs, unidas pelo Espírito Santo. Nós, hoje, alegres, cantamos a Deus nosso hino de louvor por tão grandes testemunhas, enquanto elevamos nossas preces pelo Papa Francisco, que hoje é o sucessor de Pedro e elo de unidade de toda a Igreja.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Celebramos hoje a solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo. Mestres inseparáveis de fé e de inspiração cristã pela sua autoridade, simbolizam todo o Colégio Apostólico. Hoje é também o “Dia do Papa”. Queremos manifestar nossa estima e obediência ao sucessor de Pedro, sinal da unidade da Igreja e da comunhão na fé e na caridade.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, hoje a Igreja triunfante e peregrina, num só coro, louva e bendiz ao Senhor pela vocação e ministério dos dois grandes apóstolos, Pedro e Paulo. Movidos por um só e intenso amor por Cristo, ambos, de diferentes formas, abraçaram a causa de Jesus, o Reino de Deus, e fizeram dela o sentido de suas vidas. Como colunas da Igreja, fundaram comunidades cristãs, unidas pelo Espírito Santo. Nós, hoje, alegres, cantamos a Deus nosso hino de louvor por tão grandes testemunhas, enquanto elevamos nossas preces pelo Papa Francisco, que hoje é o sucessor de Pedro e elo de unidade de toda a Igreja.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Depois de termos celebrado o nascimento de São João Batista, festejamos a solenidade de São Pedro e São Paulo, duas colunas da Igreja Católica. Pedro é o fundamento visível da unidade, e Paulo, o símbolo da missão universal. Por isso hoje é o "Dia do Papa ", que, por um lado, é o sucessor de Pedro e pastor de toda a Igreja, e, por outro, é responsável em garantir que a obra de Cristo chegue aos confins da terra e que os cristãos se mantenham unidos por meio dos sacramentos.
Fonte: NPD Brasil em 04/07/2021

ÓBULO DE SÃO PEDRO

Chama-se “Óbolo de São Pedro” a ajuda econômica que os fiéis oferecem ao Santo Padre, como sinal de adesão à solicitude do Sucessor de Pedro relativamente às múltiplas carências da Igreja católica e às obras de caridade em favor dos mais necessitados.

IGREJA EM COMUNHÃO COM PEDRO E PAULO

A festa de São Pedro e São Paulo nos ajuda a perceber melhor como Jesus quis a sua Igreja: unida na fé e na caridade, sob o pastoreio do apóstolo Pedro; missionária e evangelizadora entre todos os povos, inspirada no exemplo do apóstolo Paulo. As duas dimensões da Igreja são necessárias e se completam.
Hoje celebramos esses dois grandes apóstolos, escolhidos por Jesus em momentos diversos, com experiências muito diversas de encontros com Jesus; mas ambos eram fascinados pelo Mestre e prontos a dar a vida por Ele e pelo Evangelho. Não são perfeitos nem isentos de falhas humanas, mas seu coração é movi- do por uma profunda fé e um imenso amor por Jesus e pelo Evangelho.
Pedro recebeu de Jesus as “chaves do reino dos céus”, significando a autoridade que ele devia exercer no desempenho da missão. Jesus exigiu dele um amor maior que dos demais, antes de lhe confiar o cuidado do seu rebanho. E deu-lhe a missão de confirmar os irmãos na verdadeira fé, esperança e caridade.
Por essa razão, a comunidade da Igreja, desde a era apostólica, está atenta aos ensinamentos de Pedro e do Papa, seu sucessor no exercício dessa grande missão. O “carisma da unidade”, exercido pelo Papa, é de fundamental importância para a Igreja. Sem levar em conta a autoridade do Papa no ensino da fé e das normas da vida da Igreja, ela bem depressa se dividiria em mil grupos contrapostos entre si, gerando a maior confusão e conflitos insanáveis. Uma Igreja sinodal caminha unida, respeitando a autoridade do Papa e levando-a a sério na prática da vida eclesial em todos os níveis.
Paulo é o grande apóstolo missionário, que levou o Evangelho mais longe que todos os demais no início da vida da Igreja. Após a sua conversão, ele se dedicou inteiramente à missão de tornar Cristo conhecido, acolhido e amado. Sofreu muito pela missão e pelo testemunho em favor do Evangelho. Como Pedro, ele também entregou a vida por Cristo no martírio, em Roma, onde se encontra o seu túmulo, meta de peregrinações ininterruptas.
Paulo representa a Igreja missionária, que não mede esforços para anunciar o Evangelho e para organizar as comunidades cristãs no testemunho da fé e da vida cristã. Sem o dinamismo missionário de Paulo, a Igreja de Cristo, nos seus inícios, poderia ter permanecido como um apêndice de sinagoga e do templo de Jerusalém. Paulo entendeu a novidade de Cristo e do Evangelho, destinado a toda a humanidade e não apenas a um povo.
O Papa é sucessor do apóstolo Pedro, mas carrega nos ombros também a missão de Paulo, enquanto animador da Igreja missionária. Francisco tem-nos chamado com insistência para sermos uma “Igreja em saída missionária”. Sem a dimensão missionária bem viva e atuante, a Igreja envelhece rapidamente e perde o seu dinamismo. A ação missionária renova a Igreja e a faz retomar energias e produzir frutos sempre novos pela ação do Espírito Santo.
Neste Dia do Papa, rezemos especialmente pelo Papa Francisco, como ele mesmo sempre pede: “não esqueçam de rezar por mim”. Que o Espírito Santo o sustente em sua grande e importante missão. Hoje também se faz em todas as igrejas católicas do mundo a coleta do óbolo de São Pedro, ou “coleta em favor do Papa”. Com essas doações generosas, o Papa pode cumprir melhor a sua missão e fazer a caridade, também em nosso nome, em tantas situações de pobreza, de- sastres naturais, calamidades e sofrimentos da humanidade. Sejamos generosos em nossa doação. Deus recompensa a cada um!
Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo

DUAS VELHAS OLIVEIRAS

A solenidade do martírio dos apóstolos Pedro e Paulo tem grande significado para nós. Lembra-nos que nossa Igreja é edificada sobre a rocha inabalável, que é Jesus Cristo, e o testemunho dos apóstolos. Eles estiveram com Jesus, ouviram sua palavra, viram seus milagres, seu jeito de amar e tratar as pessoas e de se dirigir a Deus Pai.
A Igreja vive do testemunho dos apóstolos, volta-se a ele, a cada época e circunstância com renovado interesse de aprender, interpretar e seguir. Jamais pode afastar- se dele e quem se afastar da fé apostólica, deixa de ser da Igreja de Cristo. A única Igreja de Cristo é aquela que se mantém fiel ao ensinamento e ao testemunho dos apóstolos.
Entre os apóstolos, especial destaque é reservado a Pedro e Paulo. Pedro, depois de declarar seu amor e fidelidade incondicionais a Jesus, recebeu a missão de manter os irmãos unidos na fé, na caridade e na esperança do Evangelho. Paulo, uma vez convertido, dedicou sua vida com total generosidade à pregação do Evangelho entre os povos. Eles são os dois apóstolos referenciais para a vida e a missão da Igreja. Ambos derramaram seu sangue no martírio por Cristo em Roma, onde seus túmulos são venerados até os dias de hoje.
Guardo a lembrança de uma cena significativa, vista durante a Jornada Mundial da Juventude do Grande Jubileu do ano 2000, em Roma. Grupos intermináveis de jovens, vindos de todo o mundo, atravessavam a Praça de São Pedro debaixo do sol escaldante de agosto e se dirigiam à Porta Santa para entrar na Basílica de São Pedro. A quase totalidade deles entrava pela primeira vez nesse templo de valor único para a fé da Igreja. Além do túmulo de São Pedro, a Basílica conserva a memória da vida e do testemunho de inúmeros santos, homens e mulheres, que também nutriram sua fé nesse templo.
Emocionados, os jovens passavam entre duas oliveiras seculares, ainda verdejantes e cheias de brotos e frutos, postas em dois vasos imensos de um lado e de outro do ingresso da Porta Santa. A Porta Santa lembra Jesus Cristo, único acesso ao reino de Deus e à vida eterna. As duas oliveiras lembravam os apóstolos Pedro e Paulo, testemunhas da nossa fé em Jesus. Se o acesso a Deus é possível somente através da porta que é Jesus, o acesso a Jesus é possível apenas através do testemunho dos apóstolos. E os jovens, quais brotos verdejantes das duas antigas oliveiras, também continuavam a nutrir sua fé no testemunho dos apóstolos.
Hoje, rezemos, de maneira especial, pelo sucessor de Pedro, o Papa Francisco, que também exerce a missão de Paulo. Pedro e Paulo vivem hoje em Francisco, a quem foi dada a missão de confirmar os irmãos na fé apostólica e de mantê-los unidos na mesma caridade, bem como a missão de promover a evangelização em todo o mundo, de maneira que o Evangelho chegue a todos os povos e a fé não cesse de produzir novos frutos de vida.
Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo
Fonte: NPD Brasil em 04/07/2021

COLUNAS DA IGREJA

“Hoje celebramos a festa dos santos Apóstolos Pedro e Paulo, louvando a Deus pela sua pregação e pelo seu testemunho. É sobre a fé destes dois Apóstolos que se fundamenta a Igreja de Roma, que desde sempre os venera como padroeiros. No entanto, é toda a Igreja universal que olha para eles com admiração, considerando-os duas colunas e duas grandes luzes que resplandecem não apenas no céu de Roma, mas também no coração dos fiéis do Oriente e do Ocidente.
Na narração da missão dos Apóstolos, o Evangelho diz-nos que Jesus os enviou dois a dois (cf. Mt 10, 1; Lc 10, 1). Num certo sentido, também Pedro e Paulo, da Terra Santa, foram enviados até Roma para anunciar o Evangelho.
Eram dois homens muito diferentes um do outro: Pedro, um humilde pescador, e Paulo, mestre e doutor, como reza a liturgia de hoje. Mas se em Roma nós conhecemos Jesus, e se a fé cristã constitui uma parte viva e fundamental da riqueza espiritual e da cultura deste território, isto deve-se à intrepidez apostólica destes dois filhos do Oriente. Por amor a Cristo, eles deixaram a sua pátria e, desdenhando as dificuldades da longa viagem e dos riscos e das desconfianças que teriam encontrado, chegaram a Roma. Aqui tornaram-se anunciadores e testemunhas do Evangelho no meio do povo, selando com o martírio a sua missão de fé e de caridade.
Hoje Pedro e Paulo voltam idealmente entre nós, repercorrem as ruas e batem à porta das nossas casas, mas sobretudo dos nossos corações. Querem trazer mais uma vez Jesus, o seu amor misericordioso, a sua consolação e a sua paz. Temos muita necessidade disto! Acolhamos a sua mensagem! Valorizemos o seu testemunho! A fé simples e firme de Pedro, o coração grande e universal de Paulo ajudar-nos-ão a sermos cristãos jubilosos, fiéis ao Evangelho e abertos ao encontro com todos.”
(Papa Francisco, Angelus, 29 de junho de 2016)
Fonte: NPD Brasil em 04/07/2021

Comentário do Evangelho

Mártires pelo testemunho do amor à pessoa de Jesus Cristo.

Ao celebrarmos a festa de São Pedro e São Paulo, celebramos a festa do que a Igreja é: Corpo de Cristo, testemunha de Jesus Cristo (At 1,8), testemunha da vitória de Cristo sobre o mal e todas as suas manifestações e sobre a morte. Ao celebrarmos num mesmo dia a festa desses dois mártires, tão diferentes entre si mas unidos pelo mesmo amor à pessoa de Jesus, amor que os levou a entregar as próprias vidas, celebramos a diversidade da Igreja e o desafio de construir a comunhão eclesial. Um e outro puderam experimentar uma profunda e radical transformação em suas vidas. Pedro foi encontrado pelo Senhor às margens do Mar da Galileia, enquanto com seu irmão André lavava as redes, depois de uma noite de pesca. A partir desse primeiro encontro, teve início um longo caminho de transformação radical da vida, que o levou a essa magnífica expressão de adesão radical a Jesus: “… Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo” (Jo 21,17). Paulo, de perseguidor implacável da Igreja de Cristo, foi iluminado pelo Senhor no caminho de Damasco. Essa iluminação, num primeiro momento, o cegou para fazê-lo compreender que todo o passado dele sem Cristo era uma grande cegueira. A luz que surpreendeu Paulo o cegou para dar a ele uma nova luz, a luz do Cristo ressuscitado, a iluminação que é dada como fruto da fé no Senhor, vencedor do mal e da morte.
A fé da Igreja está apoiada na rocha da fé de Pedro e no testemunho daqueles que com Pedro foram testemunhas oculares de tudo o que Jesus fez e ensinou. Pela fé a Igreja é revestida da luz do Cristo ressuscitado e, pela graça do mesmo Cristo, é herdeira de sua vitória (cf. Ap 12,1-6). Deles e de todos os que viveram o tesouro da fé a ponto de darem suas vidas, pode-se dizer que nada foi capaz de separá-los do amor de Cristo (Rm 8,35-37). Por razões diferentes, a Igreja de todos os tempos sempre foi perseguida e ameaçada. Sempre tivemos mártires. O nosso tempo, nesse aspecto, não faz exceção. Atrás do discurso da tolerância religiosa, esconde-se uma verdadeira rejeição aos valores verdadeiramente cristãos. Que Deus nos dê a graça e a força do Ressuscitado para que, apoiados na fé dos Apóstolos, possamos, não obstante o mundo que nos cerca, dar o verdadeiro testemunho de Cristo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, consolida minha fé, a exemplo do apóstolo Pedro que, em meio às provações, soube dar, com o seu martírio, testemunho consumado de adesão a Jesus.
Fonte: Paulinas em 29/06/2014

Vivendo a Palavra

Tenhamos sabedoria, coragem e força para testemunhar, como Pedro, que Jesus é o Messias, o Filho de Deus vivo. Assim, quando chegarmos ao término da caminhada por esta terra, poderemos dizer como Paulo: Combati o bom combate, terminei a minha corrida, conservei a fé. Que assim seja!
Fonte: Arquidiocese BH em 29/06/2014

VIVENDO A PALAVRA

A celebração da memória dos Apóstolos Pedro e Paulo traz alegria à nossa Comunidade. Saber que esses dois homens, tão humanos como nós, a gente de hoje, que viveram seus momentos de medo, de dúvida e até de negação, encheram-se da Presença do Cristo e se tornaram colunas mestras da Igreja, conforta-nos, dá-nos o desejo e a esperança de seguir o Mestre que eles seguiram – Jesus de Nazaré!
Fonte: Arquidiocese BH em 28/06/2020

VIVENDO A PALAVRA

A pergunta de Jesus continua ecoando pelos séculos afora. Agora ela é feita diretamente para mim: «E você, meu amado discípulo, quem diz que Eu sou?» Minha resposta não é qualquer frase bonita que aprendi, bem construída e articulada, mas é o meu jeito de viver e me relacionar comigo mesmo, com o próximo, com a natureza e com o Pai Misericordioso. Qual e como tem sido a minha resposta?
Fonte: Arquidiocese BH em 04/07/2021

Reflexão

SÃO PEDRO E SÃO PAULO

I. INTRODUÇÃO GERAL

A Igreja celebra o martírio de Pedro e de Paulo na mesma data porque eles estiveram unidos no mesmo propósito: seguir Jesus até a morte. Ambos são alicerces vivos do edifício espiritual que é a Igreja. Pedro evangelizou os judeus, Paulo fez a mensagem de Jesus chegar às demais nações. A incessante pregação de ambos foi fecundada com o martírio. Eles deram provas de até que ponto pode ir o ser humano quando elege o projeto de Deus como opção de vida. Não foram pessoas apenas de palavras, mas testemunhas de que a fé remove as montanhas do egoísmo. O modo como viveram e como morreram questiona o comodismo de nossa fé.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Mt 16,13-19): As portas do inferno não vencerão

No evangelho de hoje, Jesus faz duas perguntas aos discípulos. Na primeira, ele quer saber o que as pessoas em geral estão dizendo a respeito dele e, na segunda, o que os discípulos pensam sobre ele.
Com essas perguntas, pode parecer que Jesus está fazendo uma pesquisa, para ver se a mensagem dele está agradando ao público ou se ele terá de mudar alguma coisa que aumente o índice de audiência. Na verdade, Jesus está ocupado em construir, na consciência coletiva, a identidade dele, ou seja, quer estabelecer exata compreensão a respeito do Messias e, além disso, mostrar que tipo de Messias ele é. Jesus faz essas perguntas aos discípulos porque sabe que da correta assimilação de sua identidade depende a correta compreensão de sua mensagem. Se alguém entende de forma errada quem é Jesus, compreenderá erroneamente a sua mensagem e terá uma práxis totalmente diferente daquela que ele espera.
Na resposta dos discípulos à primeira pergunta são explicitadas as diversas esperanças messiânicas de Israel.
Pedro toma a iniciativa para responder à pergunta feita aos discípulos sobre a identidade de Jesus. Mas é a comunidade dos discípulos, representada por Pedro, quem diz corretamente quem é Jesus e qual sua missão. A resposta da comunidade representada por Pedro é uma profissão de fé no “Cristo, Filho do Deus vivo”.
Essa profissão de fé não é fruto da lógica e do esforço humano, mas é revelação divina, pois quem o revela à comunidade é o próprio Pai, que está no céu. Foi a abertura da comunidade à revelação divina que possibilitou reconhecer o Cristo e confessar a fé nele. E é sobre a fé confessada no Cristo, Filho do Deus vivo, que a Igreja é edificada. A expressão “esta pedra” refere-se à confissão de fé e é um trocadilho com a palavra “Pedro”, por cujos lábios ela é pronunciada. O fundamento da Igreja é Jesus, pedra angular (Mt 21,42), confessado Messias/Cristo pela comunidade de seus seguidores.
Porque a comunidade dos seguidores confessou a verdadeira identidade de Jesus como Messias/Cristo, pedra angular ou fundamento, ela recebeu “as chaves do reino” (e não da Igreja). O termo “chaves” significa ter acesso e, nesse caso, remete a Is 22,22. Então, é tarefa da Igreja cuidar da obra divina, não como um proprietário – pois o Reino é de Deus –, mas como um mordomo ou despenseiro que cuida da casa de seu verdadeiro senhor, ao qual prestará contas de seu serviço. E cuidar do Reino significa fazer que ele cresça neste mundo.
Então a principal tarefa da comunidade dos discípulos de Jesus, a Igreja, é proporcionar o avanço do Reino dos céus (ou de Deus). Esse avanço significa uma ofensiva contra tudo o que se constitui em antirreino (representado pelo termo “inferno”). “As portas”, naquela época como hoje, significavam o poder de defesa. Uma cidade (murada) com portas resistentes tinha grande poder de defesa numa batalha. “As portas do inferno não resistirão” significa que a comunidade dos discípulos de Jesus faz o Reino avançar contra o antirreino (o inferno), e, por mais fortes que sejam os poderes de defesa (as portas) do inferno, não conseguirão resistir por muito tempo e por fim o Reino vencerá e será instaurado plenamente. As portas do anti-reino cairão.
Em função do avanço do reino, uma das tarefas da Igreja é “ligar ou desligar”, mas isso não diz respeito a uma autoridade soberana do líder da Igreja. O sentido de “ligar ou desligar” diz respeito ao âmbito da comunhão entre o fiel e a comunidade, ou melhor, ao sacramento da reconciliação. É precisamente no âmbito do ministério da reconciliação que a Igreja exerce a tarefa de excluir oficialmente um membro da comunhão plena ou readmiti-lo (reconciliá-lo), uma vez cumpridas certas condições.
Assim, “ligar” significa “algemar” alguém, ou seja, deixá-lo preso ao pecado; e “desligar” significa romper os laços com que o pecado escraviza o ser humano, readmitindo o pecador arrependido à comunidade salvífica.
Desse modo, “ligar ou desligar” significa fundamentalmente a faculdade de perdoar os pecados, reconciliando o pecador com Deus, mediante a visibilidade do sacramento, e impondo-lhes condições e obrigações que sejam o sinal da verdadeira conversão.

2. I leitura (At 12,1-11): Foi lançado na prisão

Na primeira leitura, Pedro é envolvido no mesmo destino de Jesus, primeiramente porque foi preso na festa dos pães sem fermento (a Páscoa). Além disso, o texto começa com a decisão do rei Herodes de tentar destruir a Igreja, prendendo e matando seus líderes. O rei deseja remover os pilares da casa para fazer a construção inteira ruir. A prisão de Pedro não é um fato isolado – na mesma época, Tiago (filho de Zebedeu) foi martirizado. O governante condena pessoas inocentes para garantir a própria popularidade, algo semelhante ao que foi feito a Jesus.
Os detalhes sobre como Pedro estava sendo guardado pelos soldados romanos querem apenas assegurar que uma fuga seria impossível. Enquanto Pedro estava preso, a Igreja reunida orava incessantemente, solidarizando-se com a situação dele, pois constituíam um só corpo no Senhor. E ao fervor da oração Deus respondeu com a libertação. Na noite anterior ao dia em que Herodes apresentaria Pedro ao sinédrio para ser condenado, Deus agiu em resposta à oração da Igreja.
O texto enfatiza que Pedro dormia enquanto esperava o próprio julgamento e condenação. Ele teve dificuldade para saber se o que estava acontecendo era real, o que significa que não esperava a libertação. E se mesmo assim conseguia dormir, era porque confiava plenamente em Deus e estava preparado para morrer por sua fé. Enquanto Pedro está sendo libertado, o texto faz questão de ressaltar novamente que a prisão era de segurança máxima e que, apesar de todas as precauções, Herodes não conseguiu o seu intento de destruir a Igreja.

3. II leitura (2Tm 4,6-8.17-18): Terminei minha carreira, guardei a fé

O texto da segunda leitura se refere ao momento em que Paulo estava preso e pensava que seria condenado à morte. Suas palavras não revelam nenhuma amargura, mas a serenidade de quem se abandonou nas mãos de Deus. O apóstolo estava pronto para ser imolado, isto é, estava à disposição para ser morto por causa do evangelho. Além disso, considera que a morte por causa do evangelho é aceita por Deus como verdadeira oferta ou sacrifício.
A vida do cristão é comparada a uma batalha e a um esporte de olimpíada: “Combati o bom combate, terminei minha carreira” (v. 7), mas em tudo a fé saiu vitoriosa; faltava apenas subir ao pódio e receber a coroa de louros que confirmava a vitória. Isso significa que o apóstolo sabe que Deus não deixará sua morte sem resposta; a última palavra não é da morte, mas de Deus, que dá vida plena aos que nele se abandonam. A ressurreição não significa um prêmio, mas sim que Deus partilha a vida que lhe é própria (eterna) com aqueles que lhe doaram a vida humana e efêmera. A ressurreição é grande dom de Deus e não simples troca de uma vida por outra; a vida que doamos a Deus em nada se compara à vida eterna que ele gratuitamente nos dá. Por isso não é um prêmio. A coroação de que o apóstolo fala significa que a última ação é de Deus, e não do carrasco.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

As prisões dos dois apóstolos atestam que somente é verdadeiro discípulo de Cristo quem por ele enfrenta perseguições e martírios, mantendo a fé/fidelidade. Os exemplos de Pedro e Paulo mostram que a Igreja não é edificada sobre homens, mas sobre a confissão de fé no Cristo ressuscitado e ressuscitador. Tal confissão de fé não é apenas um discurso de belas palavras, mas testemunho de vivência da fidelidade a Deus custe o que custar, mesmo que seja a própria vida. Muitas pessoas se orgulham de que Cristo tenha entregado as chaves do Reino para Pedro e não se lembram de que as chaves significam serviço. Outras pessoas se ufanam de que Pedro tenha recebido a missão de “ligar e desligar” e não sabem que o objetivo disso é manter a Igreja numa fé autêntica e operante no mundo.
É oportuno que o presidente da celebração evite aumentar o orgulho de ser católico e destaque a humildade de ser cristão, pois foi isto que Cristo nos ensinou. Também deve ficar claro, mesmo quando Pedro é o padroeiro do lugar, que a festa é também de são Paulo. Ambos são as duas colunas principais da Igreja.

Aíla Luzia Pinheiro Andrade
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail: aylanj@gmail.com
Fonte: Vida Pastoral em 29/06/2014

Reflexão

São Pedro e São Paulo - EVANGELIZADORES COM ESPÍRITO

O título deste texto é também o título do capítulo V da exortação do papa Francisco Evangelii Gaudium, a alegria do evangelho (EG). Cabe bem aqui o título porque os apóstolos Pedro e Paulo são exemplos fidedignos de quem evangeliza com o Espírito.
Os dois apóstolos, após aquele encontro feliz com o Mestre, após a experiência do Senhor ressuscitado, lançaram-se por inteiro à vivência e ao anúncio da boa-nova. De tal modo, que a vida deles já não lhes pertencia, mas ao Senhor. É a experiência do amor. Quando se encontra o amor de verdade, é ele que dá o sentido da vida e dirige toda a ação de quem ama.
Com Pedro e Paulo foi assim. Pedro, simples pescador, deixou as redes de pesca à beira-mar e seguiu o Mestre com o coração palpitando de alegria. Agora já não ia pescar peixes, mas conquistar pessoas para o reino de Deus. Certamente não tinha claro o que poderia acontecer com sua vida. Mas sabia que algo especial acontecera consigo. Daí porque deixou imediatamente tudo e foi atrás de Jesus.
Paulo homem culto, bem formado na cultura de seu povo e praticante ferrenho da lei judaica, de repente se vê envolvido por uma luz forte, a ponto de cegar com tão intenso brilho. A luz é Jesus. Outrora perseguidor dos cristãos, a partir de então se entrega de corpo e alma ao anúncio do evangelho, a ponto de expressar do fundo da alma a profundidade do seu amor: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).
Pedro e Paulo sabiam que evangelizar não era privilégio, mas obrigação. “Ai de mim se não pregar o evangelho”, declara o apóstolo Paulo em 1Cor 9,16. Eles tinham convicção de que sua pregação não era tão somente fruto de suas capacidades pessoais. Sua pregação era fruto do espírito. Como ensina o papa Francisco, “uma evangelização com espírito é muito diferente de um conjunto de tarefas como uma obrigação pesada, que quase não se tolera ou se suporta como algo que contradiz as nossas próprias inclinações e desejos” (EG 261).
Pedro e Paulo são o retrato de uma comunidade que se ama. Seus membros não temem levar adiante o projeto libertador de Jesus. É uma comunidade aberta, que testemunha com gestos concretos a novidade do evangelho. Pedro e Paulo são exemplos fiéis desse comprometimento. Suas motivações para evangelizar provinham da experiência do amor que receberam de Jesus. Que o testemunho dos dois anime e fortaleça a todos nós.
Fonte: Paulus em 29/06/2014

Reflexão

Pistas para a reflexão:

- I leitura: A testemunha de Jesus incomoda e por isso, a exemplo do mestre, sofre ameaças.
- II leitura: Após reconhecer que concluiu a missão com fidelidade, o cristão encara o fim da vida com serenidade.
- Evangelho: A comunidade cristã recebe de Jesus a missão de acolher e partilhar o perdão, dom de Deus.
Fonte: Paulus em 29/06/2014

Reflexão

Santos Pedro e Paulo, apóstolos e mártires

A festa, ou melhor, a solenidade dos santos Pedro e Paulo é das mais antigas e mais solenes do ano litúrgico. Foi inserida no santoral muito antes da festa do Natal e havia desde o século IV o costume de celebrar neste dia três missas. A primeira na basílica de são Pedro, no Vaticano; a segunda na basílica de são Paulo fora dos Muros e a terceira nas catacumbas de são Sebastião, onde as relíquias dos dois apóstolos tiveram de ser escondidas por algum tempo para subtraí-las à profanação. Há um eco deste costume no fato de que além da Missa do dia é previsto um formulário para a Missa vespertina da vigília. Depois da Virgem Santíssima, são precisamente são Pedro e são Paulo, juntamente com são João Batista, os santos comemorados mais frequentemente e com maior solenidade no ano litúrgico: além da festa do dia 29 de junho há de fato o dia 25 de janeiro (conversão de são Paulo), 22 de fevereiro (cátedra de são Pedro) e 18 de novembro (dedicação das basílicas dos santos Pedro e Paulo).
Por muito tempo se pensou que 29 de junho fosse o dia em que, no ano de 67, são Pedro na colina Vaticana e são Paulo na localidade agora denominada Três Fontes testemunharam sua fidelidade a Cristo com o derramamento do sangue. Na realidade, embora o fato do martírio seja um dado histórico incontestável, e está além disso provado que isto aconteceu em Roma durante a perseguição de Nero, é incerto não só o dia, mas até o ano da morte dos dois apóstolos. Enquanto para são Paulo existe certa concordância entre testemunhas antigas indicando o ano 67, para são Pedro há muitas discordâncias, e os estudiosos parecem preferir agora o ano 64, ano em que, como atesta também o historiador pagão Tácito, “uma enorme multidão” de cristãos pereceu na perseguição que se seguiu ao incêndio de Roma.
Parece também que a festa do dia 29 de junho tenha sido a cristianização de celebração pagã que exaltava as figuras de Rômulo e Remo, os dois mitos fundadores da Cidade Eterna. São Pedro e são Paulo, de fato, embora não tenham sido os primeiros a trazer a fé a Roma, foram realmente os fundadores da Roma cristã: um antigo hino litúrgico definia-os como pais de Roma; um dos hinos do novo breviário fala de Roma que foi “fundada em tal sangue”. A palavra e o sangue são a semente com que os santos Pedro e Paulo, unidos com Cristo, geraram e geram a Roma cristã e a Igreja inteira.
Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.
Fonte: Paulus em 29/06/2014

Reflexão

Na vida, todos temos prioridades, valorizamos mais algumas coisas e pessoas do que outras. Quem está em primeiro lugar nas nossas escolhas? Jesus nos desafia a optar por ele em primeiro lugar; aquele que o escolhe como valor supremo é digno dele. Ser digno do Mestre significa que ele deve ser o primeiro na nossa escala de valores. Optar por ele não significa diminuir o amor pelos familiares, mas indica que a escolha do amor por ele é a opção fundamental. Amar Jesus significa acolher seu projeto de vida, sua mensagem, seu evangelho. E a maneira concreta e visível de o amarmos e o acolhermos é acolher seus seguidores, os “pequeninos”. É fácil a comunidade acolher um profeta, um justo; isso, com certeza, traz recompensa. O desafiador é acolher os “pequeninos”, os que não contam na sociedade. Qualquer gesto, por pequeno que seja, em favor desses menores não será inútil, não deixará de ser recompensado. Em outras palavras, a acolhida é a concretização das obras de misericórdia.
Oração
Ó amoroso e bom Jesus, por teus Apóstolos tens um amor ciumento e incomparável, por isso exiges deles amor e dedicação sem reservas. Tudo o que eles fizerem por ti e pelo povo será levado em conta pelo Pai. E tudo o que for feito em favor dos teus discípulos também será recompensado. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 28/06/2020

Reflexão

Já no século IV, um documento chamado Cronógrafo filocaliano comprova a existência de uma festa litúrgica em honra dos apóstolos Pedro e Paulo, juntos. O significado desta solenidade encontra-se, em aprimorada síntese, no seu prefácio próprio (cf. Missal Romano): “Hoje, vós nos concedeis a alegria de festejar os apóstolos São Pedro e São Paulo. Pedro, o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel. Paulo, mestre e doutor das nações, anunciou-lhes o Evangelho da salvação. Por diferentes meios, os dois congregaram a única família e, unidos pela coroa do martírio, recebem hoje, por toda a terra, igual veneração”. Sigamos os passos desses dois gigantes da fé cristã e peçamos a intercessão deles em favor da Igreja de Cristo e dos povos do mundo inteiro.
Oração
Senhor Jesus, nós te louvamos e bendizemos por escolheres Pedro e Paulo como dedicados apóstolos da tua Igreja. Infunde, ó Cristo, em cada um de nós o mesmo zelo missionário que fez de Pedro e Paulo teus fiéis discípulos e modelos de autêntica vida cristã. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 04/07/2021

Reflexão

Pescador da Galileia, Simão Pedro responde ao chamado de Jesus, que logo lhe dá o apelido de Cefas (rocha, pedra) e faz dele o responsável pelo grupo de discípulos (Igreja). Depois da ascensão de Jesus, Pedro assume a direção da comunidade em Jerusalém. É o primeiro a reconhecer a necessidade de abrir a Igreja também para os não judeus. Em Roma, sofre o martírio, por volta do ano 64. De perseguidor dos cristãos a apóstolo de Cristo, Paulo foi o primeiro grande missionário da Igreja (quatro grandes viagens apostólicas). Evangelizou principalmente os povos não judeus. Fundou várias comunidades. Escreveu algumas cartas com temas teológicos profundos e orientações pastorais. Sofreu o martírio em Roma no ano 67. Pedro e Paulo são considerados pedras fundamentais da fé cristã. O papa é o sucessor de Pedro.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)

Reflexão para a Solenidade da São Pedro e São Paulo

Frei Sérgio Moura Rodrigues, OFM


Chegamos ao dia 29 de junho. Dia grande para nós, pois celebramos a solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo.
Disse Jesus que um homem sábio e prudente construiu sua casa sobre a rocha. Esta casa com tão firme alicerce jamais foi derrubada. Assim, a Igreja de Cristo fundada sobre o alicerce firme da fé e do testemunho dos Apóstolos, se torna firme e inabalável pelos séculos.
A fé professada, partilhada e testemunhada pelo sangue derramado, são sinais de uma firmeza exemplar para todos aqueles que no decorrer dos tempos, conheceram, abraçaram e acreditaram no Filho de Deus. Daí que São Pedro e São Paulo são, de fato, as duas grandes colunas da Igreja. Deles, a divina liturgia que hoje celebramos, nos fala com muita clareza.
Na primeira leitura mostra-nos Pedro como testemunha de Cristo, e sua vida reflete a do Mestre. Pois, ele foi preso como Jesus, incomodou como Jesus, e foi exposto ao sofrimento e à morte. A Igreja perseguida como Jesus reza e recebe força do alto.
Paulo, escrevendo a Timóteo lembra que sua vida foi oferta e doação total às almas. Ele tem convicção de se ter dado totalmente.
Jesus é Deus, do qual nós somos o povo. Povo este fundado sobre a rocha que visivelmente é São Pedro a quem o Senhor dá as chaves do Reino dos céus.
Hoje, comemoramos o dia do Papa, Vigário de Cristo na terra, que age com a autoridade dos Santos Pedro e Paulo, e é o sinal da unidade dos cristãos católicos. A ele nossa veneração, nossas orações e obediência filial.
Fonte: OFM Santo Antônio em 29/06/2014

Reflexão

Tu és Pedro!

Neste Domingo, celebra-se a Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, festa propícia para refletir sobre a missão do Sumo Pontífice. Como sucessor de Pedro, ele é continuador do encargo que Cristo confiou a esse apóstolo, como se lê no Evangelho proclamado nesta Liturgia.
São João Paulo II, em sua encíclica Ut unum sint, de 25 de maio de 1995, ao falar da função e do ministério petrinos, manifestou a solicitação que alguns lhe faziam “para encontrar uma forma de exercício do primado que, sem renunciar de modo algum ao que é essencial da sua missão, se abra a uma situação nova”. Ele pediu que “o Espírito Santo (...) ilumine todos os pastores e os teólogos das nossas Igrejas, para que possamos procurar, evidentemente juntos, as formas mediante as quais este ministério possa realizar um serviço de amor, reconhecido por uns e por outros” [1].
É claro que, ao falar de “uma situação nova”, o santo Papa Wojtyla não pretendia deformar ou esvaziar a imagem do papado, como fazem alguns teólogos contemporâneos. Reformar o papado é diferente de instaurar uma revolução, que acabe por transformar a Igreja em uma espécie de anglicanismo, com uma comunidade acéfala. No entanto, soa conveniente para muitos grupos – como para os arquitetos de um “governo mundial”, para os socialistas e para os islâmicos – que a autoridade do Papa seja questionada e reduzida à de uma mera personagem política ou religiosa. Afinal, trata-se de um homem que tem o poder, dado pelo próprio fundador da religião cristã, de governar e orientar todos os seres humanos: governar e pastorear os católicos, mas orientar também aqueles que erram longe do redil de Cristo, a fim de reconduzi-los ao aprisco.
Para corresponder de modo genuinamente católico ao apelo do Papa João Paulo II, é preciso partir do que, neste campo, já foi definido como dogma infalível pelo Concílio Vaticano I, por meio da constituição dogmática Pastor Aeternus, de 18 de julho de 1870. Vale a pena debruçarmo-nos sobre este documento, aproveitando a ocasião deste que é o “dia do Papa”.
O primeiro capítulo da Pastor Aeternus lembra que São Pedro é o primeiro dos apóstolos: seja pelo número de vezes em que é citado no Novo Testamento – 195 vezes, enquanto os Apóstolos, em conjunto, são citados apenas 130 vezes; seja por realmente aparecer como o primeiro nas listas dos autores sagrados [2]; seja pelos privilégios que Nosso Senhor lhe concedeu, ao habitar em sua casa [3] e escolher subir em seu barco para pregar, antes da pesca milagrosa [4]; seja por aparecer individualmente a ele após a Ressurreição [5]; seja por dar-lhe a missão de apascentar as Suas ovelhas [6].
No relato de Mt 16, 13-19, Jesus usa três símbolos ao falar com Pedro: o da rocha, que contém a ideia da base sobre a qual se constrói uma casa [7]; o das chaves, que repete um oráculo do profeta Isaías sobre Eliacim: “Porei sobre seus ombros a chave da casa de Davi; se ele abrir, ninguém fechará, se fechar, ninguém abrirá” [8]; e o de ligar e desligar, que, na linguagem rabínica, quer dizer tanto proibir e permitir, na interpretação da lei mosaica, quanto condenar e absolver, na aplicação da disciplina. Aqui é visível o poder pontifício nos campos da fé e da moral.
Olhando para a história da Igreja, mostra o capítulo 2 da Pastor Aeternus, vê-se que o poder que Cristo deu a Pedro se perpetuou em seus sucessores. Ainda no primeiro século da era cristã, a chamada Prima Clementis [9] dá amostra da superioridade do Papa sobre os demais bispos. E, mesmo no primeiro milênio, refulge a figura de São Leão Magno, que expressou a teologia do poder do Romano Pontífice com uma maestria absolutamente ímpar: “Sicut permanet quod in Christo Petrus credidit, ita permanet quod in Petro Christus instituit – Assim como permanece aquilo que Pedro creu em Cristo, permanece o que Cristo instituiu em Pedro.”
O capítulo 3 da constituição do Vaticano I destaca que o primado do Papa sobre os demais bispos é de efetiva jurisdição. O Corpo de Cristo, sendo visível, também possui um chefe visível, que é o Santo Padre [10].
De fato, Nosso Senhor não deu o governo da Igreja a uma “coletividade democrática”, mas aos Apóstolos, cujos sucessores são os bispos. É claro que estes receberam esse poder diretamente de Cristo – eles não são, portanto, “vigários do Papa” –, mas é sabido que há uma grande diferença entre o Papa e os bispos. Aquele é responsável pelo que faz somente diante de Deus, enquanto estes não só estão submetidos a Deus, como realmente devem satisfação do governo de suas dioceses ao Papa. Não à toa o Sumo Pontífice tem o poder de intervir nas dioceses do mundo inteiro, podendo até mesmo depor autoridades episcopais e nomear outras.
Por fim, no capítulo 4 da Pastor Aeternus, tem-se a declaração solene da infalibilidade pontifícia. Ali, foi proclamado que, em situações bem específicas a saber, “quando fala ex cathedra – isto é, quando, no desempenho do múnus de pastor e doutor de todos os cristãos, define com sua suprema autoridade apostólica que determinada doutrina referente à fé e à moral deve ser sustentada por toda a Igreja” [11], o Papa não pode errar, pois goza da assistência do Espírito Santo.
É claro que, na história da Igreja, houve papas que ensinaram coisas erradas. Um exemplo disto foi o Papa Libério que, além de assinar vários concílios semiarianos ambíguos, excomungou e perseguiu Santo Atanásio e Santo Hilário. Mas isso não põe em risco nem a infalibilidade papal – que, como já dito, é exercida em situações bem específicas – nem a nossa obediência ao ministério petrino, já que a obediência ao Papa é dada dentro da comunhão com todos os seus predecessores. Um católico não julga o Papa! Mas o Papa é sempre julgado pelos seus predecessores e sucessores.
O Papado não é a biografia de uma pessoa, mas uma instituição. Nos tempos recentes vimos uma fragilização da instituição. Parece que só estamos prontos a venerar o Papa, mas não o Papado. Admiramos São João Paulo por seu carisma, Bento XVI por sua teologia, Francisco pela sua pobreza e humildade... Mas quem estaria disposto a seguir o Papa por causa do Papado?

Referências:
Cf. Mt 10, 2-4; Mc 3, 16-19; Lc 6, 13-16; At 1, 13.
Cf. Mc 1, 29-31.
Cf. Lc 5, 3.
Cf. 1 Cor 15, 5.
Cf. Jo 21, 15-19.
Cf. Mt 7, 24-25.
Is 22, 22.
Carta aos Coríntios, ca. 96: DS 102.

O Papa Pio XII explica com bastante clareza esta doutrina na encíclica Mystici Corporis, cuja leitura é recomendada a quem queira se aprofundar no assunto.
4ª sessão, 18 jul. 1870: primeira Constituição Dogmática “Pastor aeternus” sobre a Igreja de Cristo: DS 3074.
Fonte: Reflexões Franciscanas em 29/06/2014

Reflexão

São Pedro e São Paulo, Apóstolos – Solenidade


COMPLETEI A CORRIDA, GUARDEI A FÉ!

Primeira Leitura: At 12,1-11;
Salmo 33 (34),2-3.4-5.6-7.8-9;
Segunda Leitura: 2Tm 4,6-8.17-18;
Evangelho: Mt 16,13-19

Situando-nos brevemente

Diletíssimo povo de Deus, “o martírio dos apóstolos Pedro e Paulo tornou sagrado para nós este dia”, escreveu Santo Agostinho. E é verdade. Este dia para nós é duplamente sagrado. Sagrado em primeiro lugar porque é domingo, o dia do Senhor, o “dia em que celebramos a vitória de cristo sobre o pecado e a morte”, dia em que ele “arrombou portas de bronze e quebrou trancas de ferro das prisões” arrancando-nos “das trevas pavorosas e despedaçando nossas correntes, nossos grilhões”. Esse dia é ainda sagrado pela dádiva destas duas grandes colunas da Igreja, Pedro e Paulo que com as suas vidas, combatendo o bom combate, guardaram a fé que nos salva e que estamos com esta eucaristia publicamente confessando.
A solenidade de hoje se insere no hall daquelas festas que são muito caras a todo o povo brasileiro. Festas que celebram com grande alegria “gigante da fé” com os quais o nosso povo identifica tanto: Santo Antônio e São João.
Hoje por determinação da VII Assembleia da CNBB, em todas as igrejas e oratórios espalhados pelos quatro cantos do Brasil, comemora-se mo dia do papa. Momento em que comas nossas orações voltamos nossos afetos de amor e veneração, respeito e obediência, àquele que sucedendo São Pedro na sé de Roma tem o ministério de confirmar os seus irmãos na fé. Tal ministério nasce exatamente da palavra que acabamos de escutar no Evangelho de hoje.

Recordando a Palavra

Os textos da Liturgia da Palavra desta Solenidade não têm como objetivo narrar feitos gloriosos das Testemunhas de Cristo, mas como o Senhor faz triunfar aqueles que o querem sempre ao seu lado e que não se perdem em especulações, mas sabem com a clareza do “Pai que está no céu”.

primeira leitura nos falou da Igreja nascente que vê seus “membros” padecendo a tortura e a espada e nos apresenta, passando pela cruz, os três discípulos que experimentaram antecipadamente sobre o Tabor o brilho da glória que sucede à morte injusta dos justos Pedro e, Tiago e João. Pedro está preso nos dias dos “Pães ázimos” (como Jesus – cf. Lc 22,21), dias da páscoa judaica e dias em que a Igreja nascente provavelmente também celebrava a memória anual da Páscoa de cristo. O texto é eminentemente pascal: Pedro está aferrolhado e vigiado por guardas, como Jesus estava no sepulcro (cf. Mt 27,62-66), dormia e foi acordado por um anjo. Os termos “dormir” e “acordar” no Novo testamento são usados para indicar a morte e a ressurreição. O texto se conclui com uma frase que se liga perfeitamente ao Salmo Responsorial (Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar), também esse plano de “tonalidades” e “cores pascais”: “De todos os temores me livrou o Senhor Deus”. Ele é o salmo do Servo de Javé que fez a experiência de não ser abandonado na mansão dos mortos (At 2,24).

O Salmista é o Senhor ressuscitado. É também o salmo das suas testemunhas que “todas as vezes que o buscaram, ele os ouviu e de todos os temores o livrou”. Feita sua experiência pascal, Pedro, no entardecer do seu ministério repetirá a palavra do salmista dizendo já ter experimentado, provado e visto a bondade do Senhor (1Pd 2,2).

Ouvimos na segunda leitura o testamento de Paulo”, prestes a “ser derramado em sacrifício” às portas do “momento da sua partida”. Paulo não se vitimiza, sabe que a única vítima é Jesus Cristo.
Sabe também que para receber a coroa de justiça, das mãos do justo juiz, para ele reservada, é preciso passar pelo processo da Kenosis, pelo qual passou Jesus. Assim como toda a vida de Jesus foi um percurso “Kenótico”, toda a vida de Paulo foi uma experiência de combate do bom combate, de guardar a fé e de completar a corrida do anúncio do Evangelho. Também Paulo “reproduz” o “Salmista”: “Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu”, porque “ o Senhor esteve ao meu lado e me deu forças” E mais, “O Senhor me libertou de toda angústia” “fui libertado da boca do leão”. A glória para Paulo reside no fato de ter conquistado tantos fiéis para Cristo, ele que também foi alcançado por cristo (Fl 3,12). Por isso perto de “completar sua corrida” afirmou: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim.
Minha vida presente na carne vivo-a na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2,20).

Esta  no Filho de Deus pela qual Paulo vive, é a mesma professada por Pedro no Evangelho de hoje que se abre com uma pergunta, da parte de Jesus, “capciosa” e cheia de trocadilhos: “Quem dizem os homens (com “h” minúsculo) que é o Filho do Homem (com “H” maiúsculo)? Para Santo Ambrósio, “a opinião da multidão também não é sem importância” porque ela é baseada não na revelação, mas na expectativa gerada pelo “extraordinário”, o que resulta uma imagem limitada e limitante de Jesus e de sua missão: ele é “algum dos profetas”. O segundo ponto de interrogação é mais direto e íntimo: “E vós, quem dizeis que eu sou?.
A resposta de Pedro não se baseia no “extraordinário humano”, mas naquilo que vem do alto: Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo”. Também Jesus revela a Pedro coisas que vem do alto: a “construção” de um novo povo (igreja) que tem como fundamento a Pedra da profissão de fé de Pedro. Então, porque Pedro se tornou uma “porta da fé” Jesus lhe confia “chaves do Reino do Céus”.

Atualizando a Palavra

Numa perspectiva de fé nos perguntamos: o que confiou Jesus a Pedro quando lhe entregou “as chaves do reino dos céus?” Responde-nos São João Crisóstomo: “O que pertence propriamente a Deus, como apagar os pecados, garantir a resistência da Igreja, malgrado as ondas com que será batida, comunicar a um pobre pecador uma firmeza superior à do mais sólido rochedo, a despeito dos ataques da terra inteira. [...] Confia a um homem mortal todo o poder dos céus, do qual dá as chaves, espalha sua Igreja sobre a superfície do globo; e a estabelece mais solidamente que os céus; porque disse:’os céus e a terra passarão, mas minhas palavras não passarão’ (Mt 24,35)”. Pastoralmente falando, dizemos que Jesus conferiu a Pedro o “ministério/serviço” de conduzir o rebanho de Deus (Sl 94,7) rumo à porta que é o próprio Cristo (Jo 10,7. Este ofício petrino “e de outros Apóstolos faz parte dos fundamentos da Igreja e é continuado pelos Bispos sob o primado do Papa”.
Pastorear o rebanho do Senhor é um empenho próprio daqueles que foram ordenados  para este fim, mas o dever de zelarpor esse rebanho, não seria de todo batizado? Depois do Concílio Vaticano II ouvimos falar do “protagonismo dos leigos”, preferimos usar o termo “comprometimento do batizado com a causa do Reino”, evidenciando que a construção do reino, o anúncio “integral da mensagem”, a “peleja do bom combate”, o “guardar a fé, faz com que os homens e mulheres, de todas as raças e idades se identifiquem com a missão do anúncio do Evangelho. Pedro e Paulo nos ensinam que o importante é levar a missão do anúncio até as últimas conseqüências e que, quando pensarmos que é chegado o termo final, certamente “o anjo do Senhor virá acampar ao redor dos que o temem e os salvará”. A Solenidade de hoje é de fato um belo convite a toda a Igreja: “Provai e vede quão suave é o Senhor”.

Ligando a Palavra com a ação eucarística

Irmãos e irmãs, os Apóstolos que hoje celebramos, são os nossos pais na fé.
Eles nos transmitiram a fé como dom, como primícias (coleta).
Não só a fé em nível de conhecimento, de verbalização, mas acima de tudo nos transmitiram uma fé em nível de celebração. A liturgia não é outra coisa senão a fé celebrada, a fé colocada em ação, e a Igreja reconhece nessa dimensão da fé “o cume e a fonte” de toda o seu existir. É precisamente para esse momento que se dirige toda a atividade pastoral da Igreja e, ao mesmo tempo, é desse momento que a Igreja sorve toda a sua vitalidade.
É a celebração do Ministério Pascal de Cristo, do qual estamos agora fazendo memória, e do qual participaremos em plenitude quando comermos do Corpo e bebermos do Sangue do Senhor ao aproximarmo-nos do altar, que nos impulsionará para sermos testemunhas do Ressuscitado. A eucaristia que receberemos daqui a pouco tempo é realmente aquele “pão que alimenta e que dá vida” aquele “vinho que nos salva e dá coragem” e que desperta em nós a certeza de “quão suave é o Senhor”, e nos capacita a professar com Pedro: “Agora eu sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para ‘nos’ libertar”, e com Paulo: “O Senhor esteve sempre a meu lado e me deu forças... e eu fui libertado da boca do leão”. Por fim esta eucaristia nos fará “viver de tal modo na Igreja”, perseverando “na doutrina dos Apóstolos” e enraizados no amor do Senhor, que nos tornaremos “um só coração e uma só alma” (Depois da comunhão).

Sugestões para a celebração

A profissão de fé, ou o “Credo” na celebração eucarística constitui um rito e uma forma de adesão à Palavra. A Instituição Geral do Missal Romano ensina que “o símbolo ou profissão de fé tem por objetivo levar todo o povo reunido a responder à palavra de Deus anunciada da sagrada Escritura e explicada pela homilia, bem como, proclamando a regra da fé através de fórmula aprovada para o uso litúrgico, recordar e professar os grandes mistérios da fé, antes de iniciar sua celebração na Eucaristia”.
Infelizmente não encontramos nem no Hinário litúrgico da CNBB uma melodia para solenizar a Profissão de fé. Ficaria, portanto, como desafio aos músicos experimentados, musicar tão belo e significativo texto. Das três fórmulas (dos Apóstolos, Niceno-constantinopolitano e Batismal) se poderia escolher uma que não seja a “convencional” na comunidade chamando a atenção para esse momento ritual de singular importância na celebração da Eucaristia.As comunidades que não têm “missa” poderiam aproveitar o momento da Profissão de Fé, logo depois reflexão do Evangelho, seguido de um período de silêncio, para utilizar a fórmula batismal, com a bênção da água e aspersão.
Fonte: Novo povo construindo o Reino de Deus na justiça! - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum I - Junho/Agosto 2014 - Ano A – Edições CNBB.
Fonte: Emanarp em 29/06/2014

REFLEXÃO

São Pedro e São Paulo, apóstolos da fé

Hoje, a Igreja celebra estes dois santos em conjunto. Foram mestres da fé, cada um deles com uma missão apostólica muito importante. São Pedro (“Petrus”) é a “rocha” sobre a qual Jesus Cristo edifica a sua Igreja; São Paulo foi eleito para levar o nome de Jesus ao mundo dos gentios (os não judeus).
Ambos receberam de Deus um tratamento “especial”. A Simão, filho de Jonas, Jesus mudou-lhe o nome (não o fez com os outros), rezou expressamente para que a sua fé não desfalecesse, reiterou-o na sua missão de confirmar os seus irmãos na doutrina. Saulo de Tarso foi eleito quando perseguia os cristãos: apareceu-lhe o Senhor ressuscitado (uns 5 anos depois da Ascensão), apresentando-se-lhe como “Jesus, a quem tu persegues”. Viajou incansavelmente para pregar o cristianismo. Deram ambos a vida pela fé, morrendo mártires em Roma.
—Jesus, concede-me fortaleza na fé e audácia para a explicar hoje em dia.
Fonte Comentário: REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI) (Città del Vaticano, Vaticano)
Fonte: Liturgia da Palavra em 29/06/2014

Recadinho

Que importância tem Jesus em sua vida? - Como você encara o papel da hierarquia da Igreja? - Você se sente feliz por poder servir a nível de Igreja? Como serve? - Tem facilidades para buscar maior instrução religiosa? Que meios emprega? - Sente que no contexto de sua comunidade vive-se a união?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 29/06/2014

Meditando o evangelho

FÉ E MISSÃO

A missão de liderança confiada a Pedro exigiu dele uma explicitação de sua fé. Antes de assumir o papel de guia da comunidade, foi preciso deixar claro seu pensamento a respeito de Jesus, de forma a prevenir futuros desvios.
Se tivesse Jesus na conta de um messias puramente humano, correria o risco de transformar a comunidade numa espécie de grupo guerrilheiro, disposto a impor o Reino de Deus a ferro e fogo. A violência seria o caminho escolhido para fazer o Reino acontecer.
Se o considerasse um dos antigos profetas reencarnados, transformaria a Boa-Nova do Reino numa proclamação apocalíptica do fim do mundo, impondo medo e terror. De fato, pensava-se que, no final dos tempos, muitos profetas do passado haveriam de reaparecer.
Se a fé de Pedro fosse imprecisa, não sabendo bem a quem havia confiado a sua vida, correria o risco de proclamar uma mensagem insossa, e levar a comunidade a ser como um sal que perdeu seu sabor, ou uma luz posta no lugar indevido.
Só depois que Pedro professou sua fé em Jesus, como o “Messias, o Filho do Deus vivo”, foi-lhe confiada a tarefa de ser “pedra” sobre a qual seria construída a comunidade dos discípulos: a sua Igreja. Entre muitos percalços, esse apóstolo deu provas de sua adesão a Jesus, selando o seu testemunho com a própria vida, demonstração suprema de sua fé. Portanto, sua missão foi levada até o fim.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Pai, consolida minha fé, a exemplo do apóstolo Pedro que, em meio às provações, soube dar, com o seu martírio, testemunho consumado de adesão a Jesus.
Fonte: Dom Total em 28/06/2020 04/07/2021

Meditando o evangelho

O BEM-AVENTURADO PEDRO

A figura de Pedro foi importante na articulação da comunidade primitiva. Ele foi escolhido para ser o fundamento dessa comunidade reunida pela fé na pessoa de Jesus. Foi-lhe dada autoridade em vista da ação que iria desenvolver. Foi-lhe assegurado que, sob sua liderança, as poderosas forças do mal seriam incapazes de suplantar a Igreja de Cristo.
A terminologia usada por Jesus evoca a parábola das duas casas, uma construída sobre uma rocha firme, ao passo que a outra, sobre a areia. Não é necessário muito esforço para compreender o destino de cada uma, ao sobrevirem as chuvas e as tempestades.
A troca do nome de Simão para Pedro é, por isso, carregado de simbolismo. Nele se concentravam as expectativas do Mestre, a respeito da futura comunidade de discípulos. E, também, era uma clara demonstração da confiança que nele depositava. Mesmo conhecendo o caráter impetuoso de Pedro, e sua tendência a vacilar nos momentos de dificuldade, Jesus o escolheu para guia da comunidade. Sobre ele podia ser edificada, com firmeza, a Igreja!
A confiança que Jesus depositou em Pedro decorreu do fato de ter sido objeto da predileção divina. Sua confissão de fé - "Tu és o Cristo!" - não resultou de sabedoria humana, nem tampouco do empenho pessoal para reconhecê-lo. Foi, sim, obra da revelação do Pai. E ele, na certa, continuará a inspirá-lo e revelar-lhe a identidade do Messias Jesus.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Espírito de fé no testemunho apostólico, como Pedro, faze-me sensível para acolher a revelação do Pai e reconhecer Jesus como "o Cristo de Deus".

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. E vós, quem dizeis que eu sou? - Mt 16,13-19
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Neste dia, celebrando o martírio de Pedro e Paulo, renovamos nossa pertença à Igreja e afirmamos nossa aceitação do Santo Padre, o Papa, como sucessor de Pedro. Jesus queria saber o que diziam dele. Vieram as respostas, naturalmente diversificadas. Para uns Jesus é João Batista, outros acham que é Elias ou Jeremias, e assim por diante.
Jesus quer saber também o que os discípulos pensam dele. Quem responde é Simão Pedro, em nome de todos: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Jesus é o Messias esperado por Israel, mas não como o povo esperava. Ele é muito mais. Ele é o Filho do Deus vivo. Pedro não se referia a um filho como todo mundo é filho de Deus, mas ao Filho por excelência, o único da mesma natureza. Esta revelação, tanto para Pedro como para nós, não pode vir da inteligência humana. Só pode ser revelação do Pai que está no céu. Pedro pode se considerar feliz porque recebeu de Deus a revelação sobre quem é Jesus. Por isso a resposta de Jesus: “Eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as forças do Inferno não poderão vencê-la.”.
A Igreja de Jesus não poderá ser destruída por nenhum poder. A pedra é Pedro, a quem Jesus dá o poder das chaves, para que ligue e desligue, abra e feche. Tal poder não poderia ter sido dado a um simples indivíduo. Foi dado a um indivíduo que exerce uma função, a de confirmar os seus irmãos na fé. O poder das chaves não foi dado a Pedro somente durante sua vida. Sua missão se prolonga ao longo da história da Igreja no ministério petrino, levado avante por seus sucessores. Assim cremos e afirmamos.
O êxodo de Pedro deste mundo é descrito nos Atos dos Apóstolos com palavras que se encontram no relato do êxodo do Egito. Há também um vocabulário semelhante ao de São João, quando fala da morte de Jesus na cruz. De fato, Pedro está saindo deste mundo para outro lugar, aquele que Jesus foi preparar na casa do Pai. Ninguém pode detê-lo. Pedro sai vencedor da prisão deste mundo para a liberdade definitiva.
Antes de seu martírio com Pedro e muitos outros cristãos naqueles dias de perseguição, Paulo escrevia a Timóteo: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé”. Paulo estava pronto para ser derramado como sangue sobre o altar, num sacrifício agradável a Deus.
Fonte: NPD Brasil em 28/06/2020

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A FESTA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A Festa de São Pedro e São Paulo, que celebramos nesse domingo, nos faz pensar na origem de nossas comunidades. Como tudo começou? Quando foi a primeira celebração, quem fez? Como é que a comunidade cresceu e se desenvolveu para chegar aos dias de hoje? Uma coisa é muito certa: o fundador ou fundadores devem ter feito uma experiência muito profunda com Jesus Cristo, pois sem isso, a comunidade não teria um alicerce, alguém em quem apoiar-se para poder crescer e cumprir a sua missão.
Comecemos a falar primeiro de Paulo, cuja teologia, isso é, o modo como ele começou a pensar as coisas de Deus, depois do encontro com Jesus no caminho para Damasco, foi tão marcante na vida das comunidades, que esse apóstolo é mencionado como o segundo fundador da nossa Igreja. De fato, seria difícil pensarmos em uma igreja universal, presente no mundo inteiro, em outras culturas e nações, sem nos lembrar de Paulo, aquele que pregou aos gentios que eram pessoas de outra cultura. Paulo não ficou só na mística, se assim o fizesse, teria fundado uma outra religião e arrastaria milhares de adeptos, porém, sistematizou alguns pontos doutrinários importantes, organizou as comunidades que havia iniciado, e o mais bonito, mesmo pensando um pouco diferente do Chefe dos Apóstolos, manteve-se firme em comunhão com ele e os irmãos da Igreja de Jerusalém, com quem aliás, sempre foi solidário , ao organizar coletas que levava para a Igreja mãe.
São Paulo é o modelo fiel do cristão autêntico, que faz a experiência com Jesus, se encanta com o seu ensinamento, desfaz o seu projeto de vida por causa dele e torna-se um fiel seguidor do evangelho, dando por ele a própria vida como aconteceu em seu martírio.São Paulo sempre acreditou nas comunidades, mesmo quando havia indícios de desunião, problemas internos, contendas e divisões, acreditava nas pessoas e mantinha com elas uma boa relação, mesmo que se tratasse de Pedro, que tinha uma linha mais tradicionalista, causa de algumas divergências bastante sérias entre ambos mas Paulo nunca deixou de amá-lo por causa disso. Ele mesmo manifestava essa sua flexibilidade, quando afirmava que se fazia um com todos e não tinha dificuldade de conviver com as pessoas. Outra coisa importante na pessoa de Paulo, é que ele promoveu uma ação evangelizadora em ambiente hostil á Cristo e ao seu evangelho, era corajoso e nunca teve medo de anunciar a Verdade.
Isso nos leva a pensar que muitas vezes somos negligentes, quando ficamos esperando que as pessoas venham procurar nossa pastoral ou movimento, parece que a gente não se sente seguro para falar do evangelho no meio do mundo, lá onde as pessoas precisam escutar esse anúncio, porque achamos que não vão gostar e que algumas vão ser contra. Se São Paulo pensasse assim, milhares de pessoas, ontem e hoje, não teriam conhecido a Jesus.
São Pedro é chamado o príncipe dos apóstolos, isso é, aquele que iniciou o apostolado, e vemos no evangelho de hoje, porque o próprio Cristo o constituiu chefe da sua igreja. Ele conseguiu enxergar em Jesus algo muito mais do que se falava, o povo via nele um Messias Profeta, comparável a João Batista ou a Elias, outro grande profeta na História de Israel, mas esse pensamento era fruto de uma ideologia, e a era messiânica que todos aguardavam com ansiedade, representava uma nova política, uma inversão do quadro, o Messias era um libertador Político, enviado por Deus sim, porém, com uma missão terrena.
O apóstolo Pedro, que fala em nome do grupo, consegue fazer essa transição, do Messias Histórico e Ideológico, para o Messias Espiritual, ele não era enviado por Deus mas sim o próprio Deus. O que Jesus falava e fazia, todos viam, e a partir disso embalavam o sonho e a esperança de dias melhores para o povo de Israel, mas sempre em uma perspectiva terrena.
A confissão de Pedro manifesta pela primeira vez no meio do grupo, a Fé em uma Salvação que supera toda e qualquer realização humana, onde o homem atinge a plenitude do seu ser, divinizando aquilo que é humano. Cesaréia de Filipe é terra de pagãos, cercado por rochas sobre as quais há edificações habitadas pela elite do império romano. A igreja de Cristo está no meio do mundo, porém edificada sobre a fé professada por toda comunidade, que tem como base a fé professada por Pedro, naquele dia.
Como Pedro e Paulo, que sejamos nessa igreja um apoio seguro para os que ainda não crêem, porque não conhecem a Cristo e acima de tudo, nunca nos esqueçamos de que Jesus Cristo edificou o reino sobre pessoas como Pedro e Paulo, instrumentos aparentemente fracos, mas que pela ação da graça operante e santificante do Batismo que receberam, tornaram-se perenes, transpondo fronteiras e todas as barreiras que separa os homens, para anunciar Jesus Cristo, o Filho de Deus, aquele que plenificou o nosso existir. (São Pedro e São Paulo MATEUS 16, 13-19)
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja - Mt 16,13-19
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Ao ouvir a pergunta de Jesus: “Quem vocês dizem que eu sou?”, imediatamente Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Então Jesus disse a Pedro, e somente a Pedro e a ninguém mais: “Feliz és tu, […] meu Pai te revelou isso, […] sobre esta pedra construirei a minha Igreja […], eu te darei as chaves […]; o que ligares será ligado”. São Mateus, ao apresentar os nomes dos doze apóstolos, começa com Pedro, a quem chama de primeiro. “Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, também chamado Pedro”. Em São Lucas, Jesus diz a Pedro: “Simão, Simão, eis que Satanás pediu insistentemente para vos peneirar como trigo”. Jesus se refere a todos quando diz: “Vos peneirar”, mas reza por Pedro: “Eu, porém, orei por ti, a fim de que a tua fé não desfaleça”. Sem dúvida, Jesus sabia que Pedro iria negá-lo, por isso rezou por ele. No entanto, somente a Pedro Jesus dirá: “Quando te converteres, confirma teus irmãos”. Pedro recebe a missão de confirmar a fé de seus irmãos. Somente a ele foi dito, no Evangelho de João: “Apascenta meus cordeiros, apascenta minhas ovelhas”. As forças do inferno não poderão vencer a Igreja construída sobre esta pedra, mas vão tentar. Quem professa a fé católica afirma que “o bem-aventurado Pedro Apóstolo foi constituído por Cristo Senhor, príncipe de todos os apóstolos e cabeça visível de toda a Igreja militante e recebeu direta e imediatamente do mesmo Senhor nosso Jesus Cristo o primado de honra e também de verdadeira e própria jurisdição”. Afirmamos que a missão de Pedro continua a mesma em seus sucessores. Veneramos hoje também o martírio de Paulo. O sangue destes apóstolos mártires, e o de todos os que os acompanharam nesta primeira grande perseguição romana, sela o testemunho de sua fé de discípulos seguidores de Jesus Cristo. Merece crédito quem derrama seu sangue pela espada e pela cruz. Ao sucessor de Pedro, cantamos: “A voz de Pedro na tua o mundo escuta, conforto e escudo de quem combate e luta. Não vencerão as forças do inferno, mas a verdade, o doce amor fraterno!”. No respeito a todas as pessoas, crentes ou não crentes, no respeito a todas as denominações cristãs, os católicos gostam de dizer que seguem Jesus Cristo numa comunidade de fé que tem Maria por mãe e o Papa por pai e pastor.
Fonte: NPD Brasil em 04/07/2021

HOMILIA

O SENHOR É O MESSIAS

A profissão de fé de Pedro com o elogio de Jesus é própria de Mateus. Pedro professa a fé cristológica-messiânica, herdada da tradição davídica do rei poderoso. No evangelho de Marcos, Jesus descarta este messianismo. Mateus a valoriza diante da sua comunidade de discípulos oriundos do judaísmo. Na narrativa de Mateus encontramos duas de suas características dominantes. Ele acentua a dimensão messiânica de Jesus e já apresenta sinais da instituição eclesial nascente.  Ele pretende convencer estes discípulos de que em Jesus se realizam suas esperanças messiânicas moldadas sob a antiga tradição de Israel. Daí o acentuado caráter messiânico atribuído a Jesus por Mateus. Os cristãos, afastados das sinagogas, começam a estruturar-se em uma instituição religiosa própria, na qual a figura de referência é Pedro, já martirizado em Roma. Pedro é apresentado como o fundamento da Igreja e detentor das chaves do Reino dos Céus.
A fé professada por Pedro se dá em um momento crucial da vida de Jesus, e O anima a seguir rumo à Paixão. Pedro recebe uma bem-aventurança: “Feliz és tu Simão, pois não foi um ser humano que te revelou isso, mas meu Pai que está nos céus”. Tem o dom de ser pedra de alicerce sobre a qual Jesus constrói a Igreja e lhe dá o poder de ligar e desligar (Mt 16,17-19).
Como cristãos e cristã, nos fundamos na fé de Pedro e nas dos outros Apóstolos que não temeram nada e nem alguém. Mesmo passando na boca do leão, foram salvos e preservados. Deram a vida por Jesus. Eles falavam de boca cheia e tinham o que dizer sobre Deus. Eu e você, o que temos feito no que toca a nossa fé em Deus?
Senhor Jesus, cria no meu coração o mesmo amor por ti e por tua Igreja, que puseste no coração de Pedro e de Paulo.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 29/06/2014

REFLEXÕES DE HOJE

DOMINGO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 29/06/2014

REFLEXÕES DE HOJE

DOMINGO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 04/07/2021

HOMILIA DIÁRIA

São Pedro e São Paulo são as duas colunas da Igreja

Com São Pedro e São Paulo, as duas colunas da Igreja, o Senhor quis estabelecer a Sua Igreja – sinal permanente da presença de Deus no meio do Seu povo.

“Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la” (Mateus 16, 18).

Hoje celebramos as duas colunas da Igreja: São Pedro e São Paulo. O próprio Senhor quis, com esses dois homens, estabelecer aquilo que seria a Sua Igreja – sinal permanente da presença de Deus no meio do Seu povo. Deus quis uma Igreja, Jesus instituiu uma Igreja.
A Igreja é o sacramento da salvação; é a presença do Cristo no meio de nós; é o próprio Corpo de Cristo vivo e atuante. Uma vez que nós entendemos a importância da Igreja, uma vez que o povo de Deus se congrega a essa instituição divina e não humana, o Senhor quis contar com colaboradores frágeis, mas revestidos da Sua graça para que a Sua Igreja se expandisse.
Duas notas muito importantes para que possamos compreender a Igreja no mundo: a primeira delas é a unidade. A unidade da fé, a unidade do Corpo de Cristo, a unidade dos membros, a unidade com a Cabeça da Igreja, que é o próprio Cristo Senhor. Daí a figura de Pedro, aquele que representa a unidade da fé.
O Papa, o Sucessor de Pedro, não é aquele que é o mandatário da Igreja; ele é o maior e o primeiro dos servidores, mas é na figura dele, é na pessoa dele, é naquilo que ele exerce que se configura a unidade do Corpo místico de Cristo.
É tão bom ser cristão, é tão bom ser católico; aonde quer que você vá e ande no mundo inteiro a Igreja é a mesma, tem suas diversidades de línguas, de culturas e de expressões. É maravilhoso no Japão, você tem a mesma Missa Católica. Na Coreia, na Europa, você vai na Ásia, aonde quer que você vá existe uma só Igreja, existe uma só fé, os dogmas, as verdades e a Liturgia.
A Igreja quer ser una, mas também quer ser católica como o Senhor quis dizer: ela contém toda a verdade da fé para todos os povos e todas as gentes.
Que Pedro e Paulo roguem pela Igreja do Senhor, para que ela seja cada vez mais una e missionária na pregação do Evangelho!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 29/06/2014

HOMILIA DIÁRIA

Pedro e Paulo nos ensinam a trabalhar pela unidade

“Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que esperam com amor a sua manifestação gloriosa” (2Tm 4, 7-8).

Hoje, temos a graça de celebrar os apóstolos Pedro e Paulo, duas colunas fundamentais para a nossa fé. Homens diferentes, com têmperas diferentes, com visões de mundo e de fé diferentes, convertidos em épocas diferentes, vivendo em contextos diferentes, mas unidos em um só coração, no coração de Jesus.
Quando falamos naquilo que Deus uniu, imaginamos que seja somente a união conjugal, mas Deus é aquele que une os diferentes. Como Ele une a mulher que é diferente do homem, e eles se tornam uma só realidade, Ele congrega numa mesma fé, no Seu coração, pessoas em contextos políticos, culturais e sociais diferentes.
Pedro ignorante, no sentido pejorativo da palavra, um pobre pescador, tornou-se chefe da Igreja. Paulo, um homem hábil, inteligente, sábio, conhecedor como ninguém da religião judaica, convertido muito depois de Jesus já morto e ressuscitado, aquele que perseguia os cristãos, vai agora se associar a esse grupo para se tornar também um pescador e um semeador da Palavra de Deus nos corações.

Trabalhemos com empenho, com o ardor apostólico de Paulo, submissos à unidade da única Igreja de Cristo

Métodos e formas diferentes até de encarar o próprio Evangelho não os fizeram, de forma nenhuma, distantes um do outro. Pedro, com o dom da unidade, como aquele que representa a cabeça da Igreja; e Paulo com o dom missionário, como aquele que é incansável em levar aos corações a Palavra do Senhor nosso Deus.
A Igreja que precisa de Pedro e de Paulo, a Igreja que não precisa de uniformidade, a Igreja que precisa dessa diversidade de carismas, de dons, de talentos, a Igreja que precisa de todos num só coração, e que precisa, primeiro, respeitar as diferenças.
No mundo onde cresce a intolerância, inclusive, no mundo religioso, como precisamos das figuras de Pedro e de Paulo, da intercessão desses homens, sobretudo, da escola de vida que vem deles!
Que aprendamos a combater o bom combate como nos ensina Paulo. Mas o bom combate não é combater o outro, não é falar mal do outro, não é se colocar contra o outro. O bom combate é combatermos dentro de nós primeiro, nosso orgulho, nossa soberba e pretensão de sermos os donos da verdade e “cairmos do cavalo” como Paulo caiu para nos submetermos a Cristo Jesus. Cairmos das nossas pretensões humanas como Pedro caiu para nos submetermos a Jesus.
E assim seremos, juntos, como Pedro e Paulo – de escolas diferentes, de pensamentos diferentes, de situações muito distintas – e trabalharemos com um único empenho: fazer Jesus mais conhecido, amado, adorado e exaltado.
Enquanto continuarmos querendo nos promover e nos impor, não iremos evangelizar de verdade, e formaremos discípulos para pensar como nós. Pedro não fez discípulos para si, nem Paulo. Eles tinham companheiros, ajudantes, e fez de todos eles servos de Jesus Cristo, apaixonados pela cruz de Cristo.
Pedro e Paulo nos ensinam a trabalhar pela unidade. Por isso, hoje, também é o Dia do Papa. Em Francisco, figura viva, que nos representa Pedro hoje, trabalhemos com empenho, com o ardor apostólico de Paulo submissos à unidade da única Igreja de Cristo.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 28/06/2020

HOMILIA DIÁRIA

A Igreja é fundamentada na fé e na missão de Pedro e Paulo

“Por isso, eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la” (Mateus 16,18).

Temos, hoje, a graça de celebrarmos os apóstolos Pedro e Paulo. Dois homens com fraquezas, dois homens limitados, mas dois homens que se abriram para a graça de Deus e se tornaram instrumentos da salvação de Deus.
Quando olhamos para ambos, podemos nos voltar para nós porque também somos frágeis, somos fracos, e Deus escolhe os instrumentos que, humanamente até possam parecer desprezíveis, para se tornarem instrumentais da salvação.
Como Deus precisou de Pedro e de Paulo com as riquezas de cada um, com os limites de cada um e tornou-os instrumentos da Sua graça, o olhar de Deus também se volta para nós. Precisamos nos tornar instrumentos da graça de Deus.

Celebremos a comunhão com a única Igreja fundada por Jesus, sacramento necessário para a nossa salvação

Pedro, aquele pescador impulsivo, um líder nato mas, ao mesmo tempo, muito fraco, pusilânime; dizia uma palavra que encorajava, mas depois era o primeiro a desanimar, negou Jesus, mas foi muito amado, foi pedra escolhida. Por isso, o seu nome que era Simão passou a ser Pedro, que quer dizer “pedra”, e sobre esta pedra que é Pedro, sobre a profissão de fé de Pedro, ele que proclamou Jesus como o Cristo, o Filho do Deus vivo é que o Senhor edifica Sua Igreja.
A Igreja de Cristo é fundamentada na fé de Pedro, mas Pedro constitui aquele que é o primeiro escolhido para também cuidar dessa Igreja. A Igreja é conduzida pelo próprio Cristo, Ele é a cabeça da Igreja, mas a cabeça quis contar com instrumentos humanos, como eu e você. E cada um na sua função, na sua responsabilidade, na sua missão, quanto é importante a vocação e a missão de cada um.
Hoje, olho para a vocação de Pedro, o líder, olho para a vocação de Pedro, aquele que foi o pai primeiro da nossa fé, aquele que primeiro professou a fé, para dizer que a nossa Igreja caminha na unidade com a cabeça que é Cristo e com sua cabeça humana que é Pedro.
Pedro para nós, hoje, é Francisco, o sucessor de Pedro como todos os outros Papas que vieram anteriormente com toda a importância que têm, para que Igreja construída sobre ele não seja jamais vencida pelas portas do inferno.
A Igreja que tem Pedro também tem Paulo com todo o seu ardor missionário; o Paulo convertido, que se rendeu à fé, a Cristo e, uma vez, rendido a Cristo, vencido por Ele se tornou um homem cheio do Espírito Santo, levou a tantos corações a mensagem do Evangelho, e ela chegou a nós pela ousadia de Paulo e pela entrega de Pedro.
Celebramos, hoje, a nossa fé católica, celebremos a unidade da nossa fé; celebremos a comunhão com a única Igreja fundada por Jesus, sacramento necessário, essencial e fundamental para nossa salvação. Celebremos Pedro, celebremos Francisco, aquele que é o Pedro para nós nos dias de hoje, aquele que nos conduz para a unidade da Igreja. Sejamos Pedro construindo a unidade, sejamos Paulo levando a missão do Evangelho, a Palavra do Evangelho a todos os corações.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 04/07/2021

Oração Final
Pai Santo, que deste à tua Igreja pilares exemplares – Pedro e Paulo –, ajuda aos discípulos de hoje a seguir os caminhos que eles percorreram, vivendo-os de acordo com o nosso tempo, para que sejam eficazes e façam o bem aos irmãos. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 29/06/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai querido, nós Te pedimos que em nossa vida nos lembremos sempre de Pedro, confessando, com ele, ao Cristo Jesus: «Tu és o Messias, o Filho do Deus Vivo.» E, quando estivermos nos despedindo, olhando o caminho percorrido ao final da nossa jornada, possamos dizer como Paulo: «Combati o bom combate, terminei a minha corrida, conservei a Fé.» Pelo Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão em Jesus de Nazaré e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/06/2020

ORAÇÃO FINAL
Pai que amas teus filhos com ternura maternal! Celebrando a memória dos apóstolos Pedro e Paulo, nós Te pedimos o discernimento de Pedro, que confessou a Jesus de Nazaré: «Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo»; e a certeza perseverante de Paulo que, ao final de sua vida, disse com gratidão: «Combati o bom combate, terminei a minha corrida, conservei a Fé.» Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 04/07/2021