O Domingo de Ramos dá
início à Semana Santa e lembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém,
aclamado pelos judeus.
A Igreja recorda os
louvores da multidão cobrindo os caminhos para a passagem de Jesus, com ramos e
matos proclamando: “Hosana ao Filho de David. Bendito o que vem em nome do
Senhor”. (Lc 19, 38 – MT 21, 9). Com esse gesto, portando ramos durante a procissão,
os cristãos de hoje manifestam sua fé em Jesus como Rei e Senhor.
Quinta-feira
Santa
Hoje celebramos a
Instituição do Sacramento da Eucaristia. Jesus, desejoso de deixar aos homens
um sinal da sua presença antes de morrer, instituiu a eucaristia. Na Quinta-feira
Santa, destacamos dois grandes acontecimentos:
Bênção
dos Santos Óleos
Não
se sabe com precisão, como e quando teve início a bênção conjunta dos três
óleos litúrgicos.
Fora de Roma, esta
bênção acontecia em outros dias, como no Domingo de Ramos ou no Sábado de
Aleluia.
O motivo de se fixar
tal celebração na Quinta-feira Santa deve-se ao fato de ser este último dia em
que se celebra a missa antes da
Vigília Pascal. São abençoados os seguintes óleos:
- Óleo do Crisma –
Uma mistura de óleo e bálsamo, significando plenitude do Espírito Santo,
revelando que o cristão deve irradiar “o bom perfume de Cristo”. É usado no
sacramento da Confirmação (Crisma) quando o cristão é confirmado na graça e no
dom do Espírito Santo, para viver como adulto na fé. Este óleo é usado também
no sacramento do sacerdócio, para ungir os “escolhidos” que irão trabalhar no
anúncio da Palavra de Deus, conduzindo o povo e santificando-o no ministério
dos sacramentos. A cor que representa esse óleo é o branco ouro.
- Óleo dos Catecúmenos –
Catecúmenos são os que se preparam para receber o Batismo, sejam adultos ou
crianças, antes do rito da água. Este óleo significa a libertação do mal, a
força de Deus que penetra no catecúmeno, o liberta e prepara para o nascimento
pela água e pelo Espírito. Sua cor é vermelha.
- Óleo dos Enfermos –
É usado no sacramento dos enfermos, conhecido erroneamente como
“extrema-unção”. Este óleo significa a força do Espírito de Deus para a
provação da doença, para o fortalecimento da pessoa para enfrentar a dor e,
inclusive a morte, se for vontade de Deus. Sua cor é roxa.
Instituição da Eucaristia e Cerimônia do Lava-pés
Com a Missa da Ceia do
Senhor, celebrada na tarde de quinta-feira, a Igreja dá início ao chamado
Tríduo Pascal e comemora a Última Ceia, na qual Jesus Cristo, na noite em que
vai ser entregue, ofereceu a Deus-Pai o seu Corpo e Sangue sob as espécies do
Pão e do Vinho, e os entregou para os Apóstolos para que os tomassem,
mandando-lhes também oferecer aos seus sucessores.
Nesta missa faz-se,
portanto, a memória da instituição da Eucaristia e do Sacerdócio. Durante a
missa ocorre a cerimônia do Lava-Pés que lembra o gesto de Jesus na Última
Ceia, quando lavou os pés dos seus apóstolos.
O sermão desta missa é
conhecido como sermão do Mandato ou do Novo Mandamento e fala sobre a caridade
ensinada e recomendada por Jesus Cristo. No final da Missa, faz-se a chamada
Procissão do Translado do Santíssimo Sacramento ao altar-mor da igreja para uma
capela, onde se tem o costume de fazer a adoração do Santíssimo durante toda à
noite.
Sexta-feira Santa
Celebra-se
a paixão e morte de Jesus Cristo. O silêncio, o jejum e a oração devem marcar
este dia que, ao contrário do que muitos pensam, não deve ser vivido em clima
de luto, mas de profundo respeito diante da morte do Senhor que, morrendo, foi
vitorioso e trouxe a salvação para todos, ressurgindo para a vida eterna. Às 15
horas, horário em que Jesus foi morto, é celebrada a principal cerimônia do
dia: a Paixão do Senhor. Ela consta de três partes: liturgia da Palavra,
adoração da cruz e comunhão eucarística. Depois deste momento não há mais
comunhão eucarística até que seja realizada a celebração da Páscoa, no Sábado
Santo.
Ofício das Trevas
Trata-se de um
conjunto de leituras, lamentações, salmos e preces penitenciais. O nome surgiu
por causa da forma que se utilizava antigamente para celebrar o ritual. A
igreja fica às escuras tendo somente um candelabro triangular, com velas acesas
que se apagam aos poucos durante a cerimônia.
Sermão das Sete Palavras
Lembra as
últimas palavras de Jesus, no Calvário, antes de sua morte. As sete palavras de
Jesus são: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem…”, “Em verdade te
digo: hoje estarás comigo no Paraíso”, “Mulher, eis aí o teu filho… Eis aí a
tua Mãe”, “Tenho Sede!”, “Eli, Eli, lema sabachtani? – Meus Deus, meus Deus,
por que me abandonastes?”, “Tudo está consumado!”, “Pai, em tuas mãos entrego o
meu Espírito!”. Neste dia, não se celebra a Santa Missa.
Por volta das 15 horas
celebra-se nas igrejas católicas a Solene Ação Litúrgica comemorativa da Paixão
e Morte de Jesus Cristo. À noite as paróquias fazem encenações da Paixão de
Jesus Cristo com o Sermão do Descendimento da Cruz e em seguida a Procissão do
Enterro, levando o esquife com a imagem do Senhor morto.
Sábado Santo
No Sábado Santo
ou Sábado de Aleluia, a principal celebração é a “Vigília Pascal”.
Vigília Pascal
Inicia-se na
noite do Sábado Santo em memória da noite santa da ressurreição gloriosa de
Nosso Senhor Jesus Cristo. É a chamada “A mãe de todas as santas vigílias”,
porque a Igreja mantém-se de vigília à espera da vitória do Senhor sobre a
morte. Cinco elementos compõem a liturgia da Vigília Pascal: a benção do fogo
novo e do círio pascal; a proclamação da Páscoa, que é um canto de júbilo
anunciando a Ressurreição do Senhor; a liturgia da Palavra, que é uma série de
leituras sobre a história da Salvação; a renovação das promessas do Batismo e,
por fim, a liturgia Eucarística.
Domingo de Páscoa
A palavra páscoa vem
do hebreu Peseach e significa “passagem”. Era vivamente comemorada pelos judeus
do antigo testamento.
A Páscoa que eles
comemoram é a passagem do mar Vermelho, que ocorreu muitos anos antes de
Cristo, quando Moisés conduziu o povo hebreu para fora do Egito, onde era
escravo. Chegando às margens do Mar Vermelho, os judeus, perseguidos pelos
exércitos do faraó teriam de atravessá-lo às pressas. Guiado por Deus, Moisés
levantou seu bastão e as ondas se abriram, formando duas paredes de água, que
ladeavam um corredor enxuto, por onde o povo passou. Jesus também festejava a
Páscoa. Foi o que Ele fez ao cear com seus discípulos.
Condenado à morte na
cruz e sepultado, ressuscitou três dias após, num domingo, logo depois da Páscoa
judaica. A ressurreição de Jesus Cristo é o ponto central e mais importante da
fé cristã. Através da sua ressurreição, Jesus prova que a morte não é o fim e
que Ele é, verdadeiramente, o Filho de Deus. O temor dos discípulos em razão da
morte de Jesus na Sexta-Feira transforma-se em esperança e júbilo. É a partir
deste momento que eles adquirem força para continuar anunciando a mensagem do
Senhor. São celebradas missas festivas durante todo o domingo.
A data da Páscoa
A fixação das
festas móveis decorre do cálculo que estabelece o Domingo da Páscoa de cada
ano, assim: A Páscoa deve ser celebrada no primeiro domingo após a primeira lua
cheia que segue o Equinócio da Primavera, no Hemisfério Norte (21 de março). Se
esse dia ocorrer depois do dia 21 de abril, a Páscoa será celebrada no domingo
anterior. Se, porém, a lua cheia acontecer no dia 21 de março, sendo domingo,
será celebrada de 25 de abril. A Páscoa não acontecerá nem antes de 22 de
março, nem depois de 25 de abril. Conhecendo-se a data da Páscoa, conheceremos
a das outras festas móveis.
Cordeiro
O cordeiro que
os israelitas sacrificavam no templo no primeiro dia da páscoa como memorial da
libertação do Egito, na qual o sangue do cordeiro foi o sinal que livrou os
seus primogênitos. Este cordeiro era degolado no templo.
Os sacerdotes
derramavam seu sangue junto ao altar e a carne era comida na ceia pascal.
Aquele cordeiro prefigurava a Cristo, ao qual Paulo chama “nossa páscoa” (Cor
5, 7).
João Batista, quando
está junto ao rio Jordão em companhia de alguns discípulos e vê Jesus passando,
aponta-o em dois dias consecutivos dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o
pecado do mundo” (Jô 1, 29 e 36).Isaías o tinha visto também como cordeiro
sacrificado por nossos pecados (Cf. Is 53, 7-12).
Também o Apocalipse
apresenta Cristo como cordeiro sacrificado, agora vivo e glorioso no céu. (Cf.
AP 5,6.12; 13, 8).
Ovo
O costume e tradição
dos ovos estão associados com a Páscoa há séculos. Símbolo da fertilidade e
nova vida. A existência da vida está intimamente ligada ao ovo, que simboliza o
nascimento. O sepulcro de Jesus ocultava uma vida nova que irrompeu na noite
pascal. Ofertar ovos significa desejar que a vida se renove em nós.
Coelho
Por serem animais
capazes de gerar grandes ninhadas e reproduzirem-se várias vezes ao ano, sua
imagem simboliza a capacidade da Igreja de produzir novos discípulos de Jesus,
Filho de Deus.
Pão e vinho
Na ceia do senhor,
Jesus escolheu o pão e o vinho para dar vazão ao seu amor.
Representando o seu
corpo e sangue, eles são dados aos seus discípulos para celebrar a vida eterna.
Cruz
A cruz mistifica todo
o significado da Páscoa na ressurreição e também no sofrimento de Cristo.
No Conselho de Nicea
em 325 d.c., Constantim decretou a cruz como símbolo oficial do cristianismo.
Então não somente um
símbolo da Páscoa, mas símbolo primordial da fé católica.
Círio Pascal
É uma grande vela que
é acesa no fogo novo, no Sábado Santo, logo no início da celebração da Vigília
Pascal. Assim como o fogo destrói as trevas, a luz que é Jesus Cristo afugenta
toda atreva do erro, da morte, do pecado. É o símbolo de Jesus ressuscitado, a
luz dos Povos. Após a bênção do fogo acende-se, nele, o Círio. Faz-se a
inscrição dos algarismos do ano em curso; depois crava-se neste, cinco grãos de
incenso que lembram as cinco chagas de Jesus e as letras “alfa” e “Omega”,
primeira e última letra do alfabeto grego, que significa o princípio e o fim de
todas as coisas.
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