sábado, 30 de novembro de 2019

BOM DIA! BOA TARDE! BOA NOITE! Oração da noite, Oração da manhã e Oração do entardecer - Deus te abençoe!



Oração da Noite

Boa noite Pai.
Termina o dia e a ti entrego meu cansaço.
Obrigado por tudo e… perdão!!
Obrigado pela esperança que hoje animou meus passos, pela alegria que vi no rosto das crianças;
Obrigado pelo exemplo que recebi daquele meu irmão;
Obrigado também por isso que me fez sofrer…
Obrigado porque naquele momento de desânimo lembrei que tu és meu Pai; Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa, pela comida, pelo meu desejo de superação…
Obrigado, Pai, porque me deste uma Mãe!
Perdão, também, Senhor!
Perdão por meu rosto carrancudo; Perdão porque não me lembrei que não sou filho único, mas irmão de muitos; Perdão, Pai, pela falta de colaboração e serviço e porque não evitei aquela lágrima, aquele desgosto; Perdão por ter guardado para mim tua mensagem de amor;
Perdão por não ter sabido hoje entregar-me e dizer: “sim”, como Maria.
Perdão por aqueles que deviam pedir-te perdão e não se decidem.
Perdoa-me, Pai, e abençoa os meus propósitos para o dia de amanhã, que ao despertar, me invada novo entusiasmo; que o dia de amanhã seja um ininterrupto “sim” vivido conscientemente.
Amém!!!

Oração da manhã

Bom-dia, Senhor Deus e Pai!
A ti, a nossa gratidão pela vida que desperta, pelo calor que
cria vida, pela luz que abre nossos olhos.
Nós te agradecemos por tudo que forma nossa vida, pela terra, pela água, pelo ar, pelas pessoas. Inspira-nos com teu Espírito Santo os pensamentos que vamos alimentar,as palavras que vamos dizer, os gestos que vamos dirigir,a comunicação que vamos realizar.
Abençoa as pessoas que nós encontramos, os alimentos que vamos ingerir.
Abençoa os passos que nós dermos, o trabalho que devemos fazer.
Abençoa, Senhor, as decisões que vamos tomar, a esperança que vamos promover,a paz que vamos semear,a fé que vamos viver, o amor que vamos partilhar.
Ajuda-nos, Senhor, a não fugir diante das dificuldades, mas a abraçar amor as pequenas cruzes deste dia.
Queremos estar contigo, Senhor, no início, durante e no fim deste dia.
Amém.

Oração do entardecer

Ó Deus!
Cai à tarde, a noite se aproxima.
Há neste instante, um chamado à elevação, à paz, à reflexão.
O dia passa e carregam os meus cuidados.
Quem fez, fez.
Também a minha existência material é um dia que se passa,
uma plantação que se faz, um caminho para algo superior.
Como fizeste a manhã, à tarde e a noite, com seus encantos,
fizeste também a mim, com os meus significados, meus resultados.
Aproxima de mim, Pai, a Tua paz para que usufrua desta
hora e tome seguras decisões para amanhã.
Que se ponha o sol no horizonte, mas que nasça
em mim o sol da renovação e da paz para sempre.
Obrigado, Deus, muito obrigado!
Amém!

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 01/12/2019

ANO A


1º DOMINGO DO ADVENTO

Ano A - Roxo

“Também vós ficai preparados!” Mt 24,44

Mt 24,37-44

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Irmãos e irmãs, iniciamos hoje o tempo santo do Advento. Como Igreja reunida, aguardamos o dia prometido da vinda gloriosa do Senhor. Por recomendação do próprio Jesus, estejamos vigilantes e atentos para os sinais de sua vinda. Entremos, pois, neste tempo santo e desde já preparemo-nos para acolher o Senhor que vem.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, iniciamos hoje o tempo santo do Advento. Como Igreja reunida, aguardamos o dia prometido da vinda gloriosa do Senhor. Por recomendação do próprio Jesus, estejamos vigilantes e atentos para os sinais de sua vinda. Nessa santa espera, o nosso coração vigilante se enche de esperança aguardando o Senhor, nosso Amado Esposo, que vem nos iluminar com a glória de sua Vida. Entremos, pois, neste tempo santo e desde já preparemo-nos para acolher o Senhor que vem.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Início de um novo Ano Litúrgico - ANO A. O Ciclo do Natal se inicia com o Advento e hoje nós começamos nossa preparação para a comemoração do Nascimento de Jesus, para a chegada do Menino Deus e Rei em nossas vidas. A cada ano celebramos esta chegada e proponho uma chamada de consciência para verdadeiramente aceitarmos Cristo como nosso único Rei e Salvador, Caminho, Verdade e Vida. Que a nossa fé não seja só de fachada ou de conveniência, mas que seja realmente a força que nos move a sermos verdadeiramente CRISTÃOS, com letras maiúsculas, Vigiando e Orando, sempre preparados para agir nos momentos precisos pelo bem de nossos irmãos e irmãs e receber ao Nosso Senhor, quando ele chegar.

FORMAÇÃO LITÚRGICA

“Creia que o melhor de Deus na sua vida ainda está por vir!”

FORMAÇÃO LITÚRGICA

“O Tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora aprimeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam- se os corações para a espectatíva da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa” (Normas sobre o Ano Litúrgico e o calendário, n. 39).

E DE NOVO HÁ DE VIR EM SUA GLÓRIA

Advento. De maneira geral, entende- se que este tempo destina- se a preparar o Natal de Jesus e não está errado. Mas é preciso lembrar que o Advento também nos prepara para a segunda vinda de Jesus – “em sua glória, para julgar os vivos e os mortos”, conforme professamos em nossa fé católica.
Durante o Advento, os textos da Liturgia nos recordam o anúncio do Salvador, a ansiosa espera do Messias pelo povo da Primeira Aliança e a fidelidade de Deus às suas promessas. Por isso, este tempo está marcado pela esperança e a alegria.
Mas a Igreja sabe e proclama que as promessas de Deus para o envio do Messias-Salvador já se realizaram, e de maneira maravilhosa, com a encarnação do Filho de Deus no seio da Virgem Maria e seu nascimento humano entre nós. Por isso, a recordação das promessas de Deus, que já se cumpriram em Jesus de Nazaré, nos enche de alegria e fervorosa ação de graças.
Mas a Igreja, Povo de Deus a caminho do encontro definitivo com Deus, vive a espera da vinda gloriosa de Jesus Cristo, “para julgar os vivos e os mortos”. Ninguém sabe quando isso ocorrerá, mas é certo que a promessa de Cristo se cumprirá, para levar à plenitude a sua obra redentora. O Senhor veio, vem continuamente e virá gloriosamente um dia.
Enquanto estamos a caminho, somos convidados à vigilância pela Liturgia do Advento, para não nos distrairmos durante este tempo de espera. Uma vigilância operosa, cheia das obras da fé e de caridade. Uma vigilância alegre e perseverante, sem desânimos.
Que Deus nos conceda a graça de vivermos com alegria este tempo, acolhendo com amor a sua vinda ao nosso encontro todos os dias! Durante o Advento, organizemos e participemos das Novenas de Natal em família e com os vizinhos. E já vamos preparando o ambiente para celebrar o Natal cristão. Preparemos um presépio em cada lar aso longo do Advento.
Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo

Comentário do Evangelho

Atitude de vigilância

O primeiro domingo do Advento é o início do ano litúrgico. Para os cristãos, é o verdadeiro “ano novo”, pois a nossa vida de fé é marcada e ritmada pela celebração do Mistério de Deus. O Advento é tempo de preparação para o Natal; tempo que deve ser vivido numa dupla atitude: intensificar a leitura e a meditação da Palavra de Deus e a penitência.
O texto da liturgia de hoje é parte do discurso escatológico de Jesus (Mt 24,1–25,46); discurso sobre o fim. Entenda-se fim não como término, mas como aquilo que é definitivo para a existência humana. Normalmente, a linguagem utilizada para este tipo de discurso é a apocalíptica, que tem um tom um tanto dramático e, por vezes, causa certo medo nas pessoas que não ultrapassam o sentido primeiro do texto. Em nosso caso, o discurso é exortação aos discípulos a colocarem a sua confiança naquilo que não passa. O precursor deste tipo de linguagem na Bíblia é o livro de Daniel (Dn 7–12), escrito em meados do segundo século antes de Cristo.
A evocação do tempo de Noé e o dilúvio servem para colocar os discípulos, destinatários do discurso (cf. Mt 24,1), de alerta e para os convidar a uma atitude de engajamento e coerência com sua vocação cristã. O dilúvio, como evento de purificação, é água divisora entre um antes e um depois. Parece que o dilúvio os faz abrir os olhos quanto ao modo como viviam: nada percebiam, “até que veio o dilúvio e arrastou a todos” (v. 39). A vida do ser humano não se encerra nos limites da história, nem se resume em comer e beber, nem em procurar “aproveitar a vida”. Na descrição sumária do tempo de Noé, Deus não aparece; é como se ele não contasse para nada. A excessiva preocupação com questões relativas à vida de cada dia e com o bem-estar pode não só nos distanciar das coisas do céu, como também nos fazer prescindir do próprio Deus ou até ignorar sua presença. A história do tempo de Noé, antes do dilúvio, serve para ilustrar esta situação e interpelar os discípulos a que mantenham a vida referida a Deus. A fé em Deus exige uma vida conforme a sua vontade: “Nem todo aquele que me diz Senhor, Senhor!, entrará no Reino dos céus, mas o que faz a vontade do meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21). A vida de quem crê deve ser a expressão da fé que ele professa e do Deus em quem ele põe a sua esperança e confiança. O principal é buscar o Reino de Deus, que antecede todas as coisas, e por Deus o necessário é dado (ver: Lc 12,22-31).
A imprevisibilidade da vinda do Filho do Homem exige uma atitude diferente das pessoas do tempo de Noé, anteriores ao dilúvio (cf. v. 39b-41). A atitude requerida é a da vigilância (cf. v. 42). Vigilância é trabalho de discernimento, é empenho na atividade cotidiana que engaja o homem na sua missão, fruto do seguimento de Jesus Cristo. “É hora de despertarmos do sono”, diz Paulo, “abandonemos as obras das trevas, e vistamos as armas da luz; procedamos honestamente como em pleno dia […]. Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo” (Rm 13,11-14).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, à chegada de teu Filho que vem, quero encontrar-me preparado, por meio do amor gratuito a meu semelhante.
Fonte: Paulinas em 01/12/2013

Vivendo a Palavra

Comiam, bebiam, casavam-se... A vida corria na aparente normalidade – assim como a nossa. Jesus nos adverte que o fim acontecerá sem anúncio específico: devemos vigiar, para não cairmos nas tentações, e orar sempre. Significa viver conscientes de que Deus, Pai Misericordioso, está presente em nós e entre nós.
Fonte: Arquidiocese em 01/12/2013

VIVENDO A PALAVRA

Comiam, bebiam, casavam-se… A vida corria na aparente normalidade – assim como a nossa, hoje. Jesus nos adverte que o fim acontecerá sem anúncio específico: devemos vigiar, para não cair nas tentações, e orar sempre. Isto significa: vivermos conscientes de que Deus, Pai Misericordioso, está presente em nós; e estarmos sempre atentos para ouvi-Lo e prontos para seguir sua Palavra de Vida.

Reflexão

A SALVAÇÃO ESTÁ PRÓXIMA

I. INTRODUÇÃO GERAL

O tema principal do Tempo do Advento é a espera por Jesus. Anunciada pelo Antigo Testamento, a vinda do Messias instauraria um novo modo de viver com consequências mundiais. A rotina das pessoas, seus afazeres mais corriqueiros, seria motivada pela paz e pela concórdia. Os instrumentos da discórdia, simbolizados pelas armas, não teriam mais nenhuma utilidade.
Na segunda leitura, Paulo chama a atenção para a espera da parusia (segunda vinda de Cristo) como uma luta contra as forças das trevas, a começar em cada um de nós mesmos, depois no mundo. A espera pelo Senhor é um tempo de graça no qual todas as pessoas são chamadas a demonstrar em seus atos cotidianos que configuram a própria vida à de Cristo.
E o evangelho nos exorta que a espera pela vinda do Senhor deve ser marcada pela vigilância. O Senhor vem à semelhança de um ladrão. As pessoas estarão em suas ocupações diárias e serão tomadas de surpresa. A motivação interna com a qual realiza sua práxis é que determinará se a pessoa é cristã ou não.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Mt 24,37-44): Ficai preparados

O texto do evangelho de hoje vem nos dar orientações sobre como esperar a segunda vinda de Cristo. A parusia é um tema frequente nos discursos de pregadores sensacionalistas com o intuito de comover as multidões. O Senhor ensinou o que necessitamos para esperar esse tempo. Tudo o demais é especulação inútil.
A vinda de Cristo será inesperada (vv. 37–39). E, para esclarecer isso, o texto faz duas comparações:

1) Noé – nenhum sinal especial (vv. 37–41). Para ilustrar o fato de que ninguém pode saber o dia e a hora (v. 36), Jesus cita o caso de Noé, quando, de repente, o dilúvio caiu inesperadamente sobre as pessoas enquanto cumpriam as rotinas diárias (vv. 37–39). A seguir descreve dois casos – um masculino e outro feminino – como exemplos de como será a parusia de forma totalmente inesperada (vv. 40, 41). As pessoas estarão em suas ocupações habituais. Quando Cristo vier, o tipo de ocupação da pessoa não determina ser escolhido ou não (vv. 40, 41; dos dois ocupados na mesma coisa um será escolhido e o outro não). Significa que os cristãos não são diferentes dos demais em suas ocupações, a diferença está na vivência dos valores do reino que motiva suas opções.

2) O ladrão – vigilância (v.43). A vinda de Cristo está anunciada e é certa, porém apenas Deus sabe quando será. O importante é estar preparado. E aquele que vive uma autêntica práxis cristã espera com constância a vinda de Cristo para instaurar o seu reino definitivo.

2. I Leitura (Is 2,1-5): Caminhai à luz do Senhor

Na primeira leitura de hoje, o profeta Isaías nos esclarece sobre a importância de Jerusalém nos tempos messiânicos. Por causa do Messias, o monte Sião, sobre o qual aquela cidade foi construída, se tornará o centro espiritual para todas as nações. O profeta pensa no Messias como um rei de um império mundial cuja capital seria Jerusalém. As nações do mundo inteiro, governadas pelo Messias, abandonarão seus ídolos e adorarão o verdadeiro Deus de Israel.
A Cidade Santa será o centro mundial de instrução e de irradiação da Palavra de Deus. As nações se encaminharão para Jerusalém porque reconhecerão que a Palavra de Deus (a Lei) é a fonte da verdade. Elas têm desejo de se aproximar do Senhor. Elas decidirão andar nos caminhos de Deus fazendo a vontade divina. Isso significa que as nações governadas pelo Messias não serão obrigadas a servir ao Deus de Israel, elas decidirão livremente adorá-lo.
Não haverá mais disputas, o rei da paz conciliará os povos e o monte Sião, ou seja, Jerusalém, capital do reino messiânico, será o local a partir do qual a paz e a justiça vão se propagar. As armas não terão mais nenhuma utilidade, por isso serão transformadas em ferramentas de trabalho. Isso mostra que a esperança messiânica do Antigo Testamento consistia principalmente na espera por um novo modo de viver. As atividades cotidianas permaneceriam, mas não teriam como motivação a discórdia e sim a paz. Numa interpretação cristã desse texto podemos afirmar que o profeta vislumbra o cristianismo, e se não constatamos esse estilo de vida nesses dois milênios de fé cristã talvez seja porque não vivemos verdadeiramente como cristãos, por não termos consciência do que seriam os tempos messiânicos instaurados por Jesus Cristo.
A vida nova que o profeta vislumbra para a era messiânica deve ser o mais profundo desejo dos seguidores do Cristo que aguardam a plenificação de sua obra salvífica, quando se manifestar a Jerusalém celeste onde todos viverão como irmãos na família de Deus. Ele será o sol da nova criação e todos os povos andarão à sua luz.

3. II Leitura (Rm 13,11-14a): Revistamo-nos das armas da luz

Paulo exorta os cristãos a tomarem consciência de que já estão vivendo na escatologia, ou seja, nos tempos finais, embora essa realidade ainda não seja plena. Portanto, a existência cristã, nesse tempo da graça (kairós) deve estar em conformidade com a vida de Cristo. Os cristãos são chamados a demonstrar através de seu estilo de vida que são seguidores de Cristo.
Os cristãos não devem ficar inertes, à semelhança de quem está dormindo, quando as circunstâncias exigem que lutem contra as trevas, a começar em si mesmo.
Paulo elenca uma lista de vícios (bebedeiras, contendas, ciúmes etc.) como exemplos do que seriam as obras das trevas (noite) em contraste com as obras do dia (vida nova em Cristo ressuscitado).
O cristão já está revestido de Cristo pelo batismo, mas essa identificação com Cristo deve dar frutos na vida cotidiana até que ele venha.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

O esclarecimento sobre a identidade do cristianismo foi sempre uma preocupação desde os mais remotos tempos da era cristã. A Carta a Diogneto, escrita no século II d.C. por um autor desconhecido, assim descreve a vida cristã:
Os cristãos, de fato, não se distinguem dos outros homens, nem por sua terra, nem por língua ou costumes. Com efeito, não moram em cidades próprias, nem falam língua estranha, nem têm algum modo especial de viver. Sua doutrina não foi inventada por eles, graças ao talento e especulação de homens curiosos, nem professam, como outros, algum ensinamento humano. Pelo contrário, vivendo em cidades gregas e bárbaras, conforme a sorte de cada um, e adaptando-se aos costumes do lugar quanto à roupa, ao alimento e ao resto, testemunham um modo de vida social admirável e, sem dúvida, paradoxal (Carta a Diogneto 5,1-4).
A homilia deve dar um enfoque especial ao testemunho de vida como elemento essencial da identidade cristã e esclarecer sobre grupos que se apegam a aspectos superficiais distraindo as consciências da verdadeira vocação do cristão.

Aíla Luzia Pinheiro Andrade
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail: aylanj@gmail.com
Fonte: Vida Pastoral em 01/12/2013

Reflexão

“Fiquem vigilantes”

NOSSO COMPROMISSO COM O MENINO JESUS

De 12 de outubro de 2012 a 24 de novembro passado, um fato privilegiou o povo de Deus: o Ano da Fé, decretado pelo papa Bento XVI, hoje emérito, para atender a urgentes necessidades do mundo atual. Homens e mulheres, empolgados pelas conquistas da inteligência e do trabalho, passam a acreditar mais na sua potencialidade do que na sabedoria divina, distanciando-se sensivelmente daquele que é a fonte do saber. Pouco a pouco se afastam de Deus, esquecem o seu projeto criador e vivem guiados por uma suposta liberdade. A promulgação do Ano da Fé foi uma tentativa de reaproximar do seu Pai filhos e filhas desorientados pelos ídolos da pós-modernidade.
A Igreja, qual rebanho dócil ao pastor, concretizou a intenção do papa com uma sequência de atividades que objetivaram a conversão do ser humano a Deus, na perspectiva de uma sociedade equilibrada entre os valores do mundo e as propostas do reino.
Renovados pelas orações e reflexões do Ano da Fé, estamos capacitados para fazer de 2014 um tempo rejuvenescido pela graça de Deus e pela ação de cristãos conscientes de seu destino eterno e de sua vocação temporal.
O Natal é celebrado neste mês. Infelizmente, muitas pessoas movimentam-se para festejá-lo com ritos que não têm nada que ver com o nascimento de Jesus. Mas nós, enriquecidos por tantos dons do céu, vamos assinar um compromisso com o menino Jesus: sermos parceiros seus na salvação dos nossos irmãos e irmãs. No último contato que teve com os seres humanos, antes de retornar à sua casa, Jesus ordenou-nos anunciar o evangelho a todas as criaturas, garantindo-nos a força da sua presença. Não podemos desfazer o seu projeto, mas, diante da gruta de Belém, em meio a tantos sinais de alegria, só nos cabe dizer: Menino Jesus, reconhecemos nossas limitações, porém, confiando na tua ajuda, estamos dispostos a lutar pela transformação do nosso mundo, motivados pelas lições que o teu Natal nos dá. Queremos que ele seja um espaço de fraternidade e uma pousada de paz.
Para todos os que utilizam o folheto O Domingo – Celebração da Palavra de Deus, um abençoado Natal.
D. Geraldo Majella Agnelo
Cardeal Arcebispo Emérito de Salvador
Fonte: Paulus em 01/12/2013

Reflexão

SEMPRE VIGILANTES

A Igreja abre o tempo do Advento e o novo ano litúrgico (Ano A) com o convite do Evangelho de Mateus para a vigilância: “Ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor”. Para ilustrar isso, o evangelista usa algumas figuras expressivas: o dilúvio, o trabalho no campo e o ladrão.
Ser vigilantes significa estar atentos aos sinais do tempo em que estamos vivendo; em outras palavras, significa estar bem alertas e perceber os sinais pelos quais Deus se manifesta no dia a dia, principalmente nesta época de rápidas e grandes mudanças.
Diante das muitas possibilidades apresentadas pela sociedade atual, é fundamental saber escolher os caminhos que conduzem à vida e à dignidade para todos. O Documento de Aparecida nos diz que os caminhos da vida verdadeira e plena “são aqueles abertos pela fé que conduzem à plenitude de vida que Cristo nos trouxe: com esta vida divina também se desenvolve em plenitude a existência humana, em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural” (n. 13).
No agitado mundo em que vivemos, onde tudo é programado e calculado, Cristo pode nos surpreender com suas visitas inesperadas e nos propor uma mudança radical que quebre e transforme a rotina cotidiana. O encontro com ele não pode ser programado, mas deve ser esperado a todo momento em face das pessoas, dos fatos e dos acontecimentos. Nossa vida deve abrir espaço para a sua presença.
No nosso agir cotidiano, não podemos negligenciar a possibilidade de surpresas, pois é ali que Cristo se manifesta. Cabe-nos estar atentos ao extraordinário de Deus no ordinário da vida. Vigiar é comunhão com Cristo e compromisso com as pessoas com as quais convivemos. Somos chamados a viver o tempo atual com os olhos dirigidos à frente, pois a vinda de Cristo no fim da história determina a vida no presente.
Pe. Nilo Luza, ssp
Fonte: Paulus em 01/12/2013

Reflexão

Com este domingo, iniciamos simultaneamente o tempo do Advento e um novo ano litúrgico. O evangelho de hoje usa a linguagem apocalíptica – forma de expressão bastante comum no tempo de Jesus e nos momentos de crises e dificuldades – que pode assustar, se não for bem compreendida, lembrando que o evangelho é sempre uma Boa Notícia, mensagem de alegria e esperança. O texto de hoje repete várias vezes a expressão “vinda do Filho do Homem”. O apelo é para ficar preparados para sua chegada, comparada a três cenas: do dilúvio, dos trabalhadores e do ladrão. Da mesma forma que o dilúvio chegou inesperadamente, chegará a destruição de Jerusalém. Cada trabalhador tem seu momento de deixar este mundo. O ladrão normalmente não anuncia sua chegada. Essas cenas mostram claramente a necessidade de estar sempre alertas, pois muitas e boas oportunidades surgem com frequência e não podem ser desperdiçadas por descuido. Deus vem continuamente com suas graças e suas bênçãos: cabe a cada um abraçá-las e acolhê-las. O amor e a salvação de Deus são para todos, mas a pessoa é livre para aceitá-los ou recusá-los. O importante é viver bem o dia a dia, para não ser surpreendido no fim da vida. O Vaticano II alerta sobre os sinais dos tempos e nos convida a estar sempre atentos ao que acontece no cotidiano.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

PRONTOS PARA RECEBER O SENHOR

O tempo litúrgico do Advento convida-nos à preparação para acolher o Senhor que vem. O apelo insistente da Igreja questiona a tendência dos cristãos a serem acomodados, quando não contaminados pela mentalidade mundana, centrada na busca desenfreada do prazer e na consecução de interesses pessoais.
Desconhecendo o dia e a hora em que o Senhor virá, o discípulo deve estar sempre pronto para recebê-lo. A prontidão cristã é feita de pequenos gestos de amor, na simplicidade do quotidiano. Nada de ações mirabolantes nem de tarefas heróicas a serem cumpridas! Exige-se do discípulo apenas amor sincero e gratuito a Deus e ao próximo.
O episódio bíblico acerca da figura de Noé e do dilúvio ilustra a atitude contrária àquela do discípulo do Reino. A desvastação diluviana tomou de surpresa a humanidade. Ninguém, além de Noé e de sua família, deu-se conta do que estava para acontecer. Por isso, comia-se, bebia-se e se celebravam bodas, na mais total ignorância da fúria destruidora da natureza que se abateria sobre a Terra.
O Senhor espera encontrar os discípulos do Reino vigilantes, quando de sua chegada. A menor desatenção pode revelar-se perigosa. Por isso, o egoísmo jamais poderá ter lugar no coração de quem quer ser encontrado pelo Senhor. Só existe uma maneira de preparar-se para este momento: amar.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Pai, à chegada de teu Filho que vem, quero encontrar-me preparado, por meio do amor gratuito a meu semelhante.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Ficai Atentos!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Nos meus tempos de seminário, nos anos 60, alguém da direção vez ou outra fazia de surpresa, uma inspeção em nossa cama, armário e criado mudo, e que muitas vezes ocorria em horas que não esperávamos. Na turma havia o “Ferreirinha”, um mineiro muito caprichoso que mantinha suas coisas em ordem, limpas e organizadas, despertando em toda a turma muita raiva e ciúmes. Quando o sineteiro tocava o sino fora de hora, era aquela correria de alunos subindo as escadas em direção ao dormitório, porque a inspeção iria começar. Nessas horas o Ferreirinha continuava tranquilamente a sua atividade, de estudo ou lazer, sorrindo satisfeito e divertido, ao ver a turma se atropelando no pé da escada, temerosos de serem punidos pela equipe de disciplina, que fazia a inspeção.
Um dia decidi acompanhar mais de perto o desempenho do meu amigo e percebi que ele nunca deixava nada para depois, na hora do banho ganhava um tempinho e limpava o criado mudo, na hora do recreio, dedicava dez minutinhos para ajeitar melhor a cama, o lençol e a fronha. Pela manhã agilizava a higiene pessoal e tinha um tempinho a mais para dar uma revisada no armário, e assim, fazendo um pouco a cada dia, ia mantendo sempre em ordem o seu canto, e quando chegava o sábado, que era dia de limpeza, tinha muito pouco a fazer, e para nossa inveja, ficava na sala de TV assistindo algum seriado, ou lendo algum livro.
Lembrei-me disso diante desse evangelho do primeiro domingo do advento, quando se inicia um novo tempo litúrgico, e a palavra chave é: Vigiai e estejais preparados!
Muita gente pensa que se trata de estar preparado para morrer, quando na verdade, é estar preparado para viver, e isso significa, em última análise, viver intensamente cada minuto da nossa existência, dedicando-nos a fazer o bem, em pequenos gestos e ações do dia a dia, exatamente como fazia o meu colega de seminário.
Porque estar atento e vigiar, é o mesmo que fazer faxina em nossa casa, quando deixamos para fazer tudo em um só dia, o trabalho é dobrado, a canseira é muita e a qualidade fica a desejar, se estivermos com pressa de acabar logo. Mas se dispusermos de alguns minutos para limparmos e cuidarmos de um cômodo por dia, com certeza teremos pouco trabalho pela frente e uma maior qualidade naquilo que for feito. Não se pode ter preguiça e deixar para depois, pois esse comodismo poderá custar caro.
A expressão usada por Jesus: “FICAI ATENTOS...” põe-nos de sobreaviso sobre algo que vai acontecer mais à frente, na história da nossa vida e da humanidade, para que não sejamos pegos de “calças curtas” na volta do Filho do Homem. No tempo de Noé, muitos empurravam a vida com a barriga, não descobrindo no existir, qualquer sentido novo e para estes, tanto fazia o rió correr para o norte ou para o sul, não tinham um ideal e nem razão para buscar algo grandioso. Coração vazio, alma vazia, nada faz sentido, nem acontecimento bom ou ruim. Há outros que inventam falsos valores de felicidade e passam a vida inteira correndo atrás de bolinhas de sabão, quando as alcança, descobrem que tudo não passou de uma fantasia. A nossa sociedade é assim, vivendo de maneira perigosa no indiferentismo.
Todos terão um último e definitivo encontro com o Senhor da nossa Vida e da nossa História, essa verdade é proclamada por Mateus, em seu discurso apocalíptico no evangelho desse domingo, mas quando será e como se dará, isso ninguém sabe a não ser o Pai.
Tem gente que corre atrás de visões, adivinhações, premonições, principalmente nessa época de final de ano, quando não faltam ingênuos que pagam caro por uma consulta, para saber da saúde ou de negócios. No mundo têm bobo pra tudo...
Enquanto isso, a Palavra de Deus nos revela gratuitamente tudo que precisamos saber, para viver bem a nossa vida, onde em cada minuto a prática do amor, e a busca da verdade e da justiça nos ajuda a estarmos preparados e vigilantes, pois toda vez que deixamos um minuto passar em branco, sem amar ou ajudar ninguém, sem construir algo de bom e edificante, estamos desperdiçando a grande oportunidade de acolher o Senhor, que vem ao nosso encontro em tantas pessoas ou situações.
E desta forma, ajudar alguém, consolar quem está triste, encorajar quem está desanimado, chorar com quem está sofrendo, são algumas maneiras de nos encontrarmos com Jesus, ainda nessa vida, mas para isso é necessário estar sempre atento e vigilante, pois a oportunidade de fazermos o bem acontece todo dia, em situações rotineiras em que menos esperamos. Quem viver assim, não será surpreendido quando o Senhor voltar, para confirmar todo bem que se viveu, na plenitude do amor, vocação maior a qual fomos chamados.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP

2. Vós não sabeis em que dia virá - Mt 24,37-44
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Estamos iniciando hoje o novo ano litúrgico. O ano da Igreja começa com o Tempo do Advento. São quatro domingos e três semanas inteiras e uma quarta, nem sempre completa, dependendo do dia de Natal. Desta vez, a quarta semana terá dois dias. No primeiro domingo, levantamos o olhar para o Cristo que virá no fim dos tempos em sua glória.
No segundo domingo, neste ano, celebraremos a Imaculada Conceição, e no terceiro, vemos Jesus Cristo vindo cada dia ao nosso encontro. No quarto domingo olhamos para a história passada e vemos o Menino Jesus deitado na manjedoura em Belém de Judá.
Hoje, primeiro domingo do Advento, São Mateus em seu Evangelho nos diz que o Filho do Homem virá na hora em que menos pensarmos. Sua vinda será como nos dias de Noé, quando todos estavam distraídos e chegou o dilúvio. Com exceção de Noé e sua família, ninguém estava preparado. Ao contrário, estavam todos tranquilos no seu dia a dia quando, de repente, as águas chegaram e cobriram a superfície da terra. Assim virá Jesus Cristo, o Filho do Homem, sem avisar. Virá a qualquer hora.
A recomendação que o próprio Jesus nos dá é que estejamos preparados. “Vigiem e fiquem preparados.” Quem estiver preparado, será levado. Os outros serão deixados. Não vivamos, pois, numa indiferente despreocupação. Quem vigia não dorme. Está acordado.
Na carta aos Romanos, São Paulo nos desperta do sono. É hora de estarmos acordados porque a salvação está perto. A noite já passou, o dia está clareando. Já não estamos na escuridão. Que nossas boas obras sejam visíveis a todos. O Apóstolo nos dá orientações práticas: não comer nem beber demais, evitar orgias e imoralidades, brigas e rivalidades. Ser honesto em tudo, particularmente com o uso do dinheiro público.
O profeta Isaías, que nos acompanhará ao longo do Advento, orienta o nosso olhar para o fim dos tempos. Ele vê a montanha onde está a Casa do Senhor, bem firme acima de todas as outras montanhas. Para ela afluem os povos de todas as nações. Esperam que o Senhor lhes mostre o caminho que devem trilhar, “porque de Sion sai o Ensinamento e de Jerusalém, a Palavra do Senhor”.
O Ensinamento por excelência consiste em fazer desaparecer todas as armas de guerra, transformando-as em instrumento de produção. Esta será a decisão do Senhor para todos os povos, que nunca mais pegarão em armas nem farão exercícios militares. Temos assim orientações bem práticas para todo o Advento na espera do Senhor que vem a qualquer momento. Em termos pessoais: vigiar nossa comida e nossa bebida. Nada com exagero. Evitar absolutamente bebedeiras em festas imorais, que chamamos de orgias. Invejas, rivalidades devem ser controladas e superadas para evitar brigas.
Em termos sociais: as armas devem ser substituídas por instrumentos de produção. Produzir para a paz e não para a guerra. Instituir Escolas Superiores de Paz e destruir as que formam para a guerra. É evidente que a lança transformada em foice é também um instrumento de violência. Uma pedra ou uma vassoura podem ser armas nas mãos de alguém violento. É preciso trabalhar na superação da violência que está em nós para que ninguém pegue em arma contra ninguém.

Liturgia comentada

Todos comiam e bebiam... (Mt 24,37-44)
Fique bem claro: o clima era de festa... Prato cheio, vinhos finos, riso farto, gente descontraída. O suficiente para esquecer qualquer preocupação. Como nas noites de nossas sextas-feiras, quando vale qualquer recurso para esquecer as pressões do trabalho, exigências da família e – óbvio – as necessidades do próximo. É o que chamamos de “diversão”. Ou, se quiserem, “distração”.
Ao final da festa, todos hão de cair no sono, di-vertidos e dis-traídos. Entretanto, a noite já está avançada e o Senhor se aproxima. Ouvirão eles o grito agudo na escuridão? “O Senhor vem!” Ora, dificilmente poderão ouvir a voz profética de João Batista, que clama por con-versão. É outro o prefixo. É outra a realidade...
Todos os textos da liturgia de hoje – já no tempo do Advento - estão orientados para a Vinda do Senhor. Fora da festa, muita gente vive na expectativa de sua chegada. Atentos, em alerta permanente, de olhos bem abertos, nem ousam piscar. Postados sobre a muralha, eles vigiam a noite, atiçam a aurora, tentando apressar a Presença.
Este 1º Domingo do Advento é um premente convite a sairmos do sono e acordar para a chegada do Desejado de todas as nações. Lâmpadas acesas, os rins bem cingidos, ouviremos o toque da trombeta e sairemos festivos ao encontro do Rei.
Outra coisa não é a vida cristã, senão esse estado de vigília permanente que nos vacina contra toda dis-tração. Nada nos des-centra do foco: Ele vem! Ele está às portas! Preparai-vos!
Como escreveu o teólogo Hans Urs von Balthasar, “Deus faz irrupção na história a partir do alto, por assim dizer, verticalmente: Ele vem para todos na hora em que não esperam; é justamente por isso que devemos esperá-lo sem cessar”.
Já a turma daquela festa não espera por nada. Por ninguém. Por isso é que eles têm necessidade de “matar o tempo” e acabam adormecendo nos vapores do vinho. A noite deles custa a passar. A noite é sempre longa quando não se espera por nada...
Nós, ao contrário, esperamos ansiosamente pelo Senhor. A noite é curta para nós. A aurora já se anuncia. O Senhor já vem!
Orai sem cessar: “O Espírito e a Esposa dizem: ‘Vem!’” (Ap 22,17)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 01/12/2013

HOMILIA

VIGILÂNCIA

Neste primeiro domingo do Advento, somos convidados a nos preparar para a vinda de Jesus. Para a primeira vinda, que acontece no Natal, com o seu nascimento, mas também para a segunda vinda, que irá marcar o fim dos tempos. Durante toda a semana refletimos o capítulo 21 de Lucas, que trata desse assunto.
A embriaguez, a glutonaria e a luxúria são os sinais que Jesus dá para descrever o estado daqueles que foram surpreendidos pelo dilúvio e dos que serão surpreendidos pela vinda do Filho do Homem. Jesus enraíza assim a vigilância espiritual numa atitude corporal. Se os que foram e serão surpreendidos se entregavam à embriaguez, à glutonaria e à luxúria, como deve ser a atitude dos que permanecem vigilantes? Eles devem agir opostamente; à embriaguez devem opor a sobriedade, à glutonaria devem opor o jejum, à luxúria devem opor a castidade.
A figura paradigmática dessa atitude de vigilância é São João Baptista, ele que não bebia bebida fermentada, comia apenas mel silvestre e gafanhotos e vivia só no deserto. Por isso, Deus deu-lhe o dom de reconhecer em Jesus o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Estar acordado, desperto, com o espírito atento aos sinais dos tempos para não sermos surpreendidos pelo Deus que intervém na história para julgar com justiça para operar a divisão entre os que o esperam e os que se entregam à embriaguez de espírito.
A Igreja recorda-nos, particularmente no tempo do Advento, que a preparação para esses tempos escatológicos é extremamente necessária. São Francisco de Sales diz mesmo que nós deveríamos viver cada dia como se ele fosse o último da nossa vida. A segunda vinda do Senhor não nos deve atemorizar, mas sim encher-nos de confiança. Em primeiro lugar porque Cristo virá julgar com justiça colocando ordem num mundo desordenado pelo pecado e o Bem vencerá finalmente o mal. Então todos os povos subirão à montanha do Senhor e o grande banquete nupcial de todos os povos começará. Por isso a Igreja suspira durante este tempo do Advento dizendo: «Vem, Senhor Jesus»
Segundo João Paulo II o “Advento encoraja-nos a estar vigilantes e conscientes de que o Reino de Deus se aproxima”. Com este primeiro domingo do Advento tem início um novo ano litúrgico. A Igreja retoma o seu caminho e convida-nos a reflectir mais intensamente sobre o mistério de Cristo, mistério sempre novo que o tempo não pode esgotar. Cristo é o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Graças a Ele, a história da humanidade avança como uma peregrinação para o cumprimento do Reino, que Ele próprio inaugurou com a sua encarnação e a sua vitória sobre o pecado e a morte.
Por isso, Advento é sinônimo de esperança: não a expectativa vã de um deus desprovido de rosto, mas a confiança concreta e certa da vinda d'Aquele que já nos visitou, do «Esposo» que, com o seu sangue, selou com a humanidade um pacto de aliança eterna. É uma esperança que encoraja a estar vigilante, virtude característica deste singular tempo litúrgico. Vigilância na oração, animada por uma expectativa amorosa; vigilância no dinamismo da caridade concreta, consciente de que o Reino de Deus se aproxima, onde os homens aprendem a viver como irmãos.
Com estes sentimentos, a comunidade cristã entra no Advento, mantendo o espírito vigilante, para receber melhor a mensagem da Palavra de Deus. Hoje, na liturgia é entoado o célebre e maravilhoso oráculo do profeta Isaías, pronunciado num momento de crise da história de Israel.    «No fim dos tempos diz o Senhor acontecerá que o Monte do Templo do Senhor terá os seus fundamentos no cume das montanhas e dominará as colinas. Acorrerão a ele todas as gentes... que das suas espadas forjarão relhas de arados, e das suas lanças, foices. Uma nação não levantará a espada contra outra nação, e não se adestrarão mais para a guerra» (Is 2, 2-4).
Estas palavras contêm uma promessa de paz mais atual do que nunca para a humanidade. Oxalá as palavras do profeta Isaías inspirem a mente e o coração dos fiéis e dos homens de boa vontade e contribuam para criar no mundo um clima mais calmo e solidário.
Que Maria, Virgem vigilante e Mãe da esperança. Daqui a alguns dias celebraremos com fé renovada a solenidade da Imaculada Conceição. Ela nos oriente por este caminho, ajudando cada homem e nação a voltar o olhar para o «monte do Senhor», imagem do triunfo definitivo de Cristo e do advento do seu Reino de paz. Amém!
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 01/12/2013

REFLEXÕES DE HOJE

01 DE DEZEMBRO-1º DOMINGO DO ADVENTO


HOMILIA DIÁRIA

O melhor caminho é estarmos atentos e vigilantes

Não sabemos nem o dia nem a hora que o Senhor virá, nem quando nós iremos ao encontro d’Ele. Como não sabemos, o melhor caminho é estarmos atentos e vigilantes.

“Portanto, ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor” (Mt 24,42).

Meus queridos irmãos e irmãs em nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, nós, hoje, começamos o tempo da graça chamado “Advento”. É o tempo que nos prepara para o Senhor que vem. Eu sei que em nossa cabeça, em nosso imaginário, muitos estão acostumados a pensar que o tempo do Advento é somente para o Natal de Jesus. É também um aspecto do Advento nos fazer recordar a primeira vinda do Senhor nessa data. Quando Ele veio a primeira vez, veio na fragilidade humana. Ele nasceu pequeno, uma criança frágil como qualquer um de nós, nasceu no relento, em meio ao sofrimento, no frio.
O Nosso Salvador se fez carne e habitou no meio de nós. A primeira vinda do Senhor, na fragilidade humana, nos aponta em direção à segunda vinda gloriosa do Senhor. Por isso, não se assuste porque as leituras destes dias, destes tempos, nos falam muito sobre essa segunda vinda do Senhor, para que nós, Igreja, e, para a Igreja, que é a esposa d’Ele, estejamos sempre preparados, pois o seu Noivo está às portas, o Noivo está por vir e a Igreja se prepara para esperar o Sacerdote.
Nós devemos esperar de que forma? Atentos, vigilantes, porque não sabemos nem o dia nem a hora que o Senhor virá, nem quando nós iremos ao encontro d’Ele.
Como não sabemos, o melhor caminho é estarmos atentos, o melhor caminho é estarmos vigilantes, o melhor caminho é não “dormirmos no ponto”. É não vivermos a vida de qualquer jeito, como se não tivéssemos que prestar contas a Deus ou irmos ao encontro do Senhor, nem Ele vir ao nosso encontro.
Esse tempo do Advento, que se inicia hoje, chama a atenção de toda a Igreja, chama a atenção de todos nós, para que vivamos a espiritualidade da vigilância. Vigiar nossos atos, nossas atitudes, a nossa postura. As pessoas estão se preparando para o Natal, árvores, presentes, decorações, tudo isso é o sentido externo; o Advento nos prepara para aquele Natal que acontece todos os dias em nossa vida, no coração puro, purificado, vigilante para receber o Senhor que está sempre vindo ao nosso encontro.
Nós teremos, um dia, que ir ao encontro definitivo com o Senhor. É por isso que a casa tem de estar preparada, é por isso que o nosso coração, com a ajuda da vigilância e da oração, tem de estar em constante espera do Senhor que virá ao nosso encontro.
Que Deus abençoe você.
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 01/12/2013

Oração Final
Pai Santo, que nos concedes iniciar mais um ano litúrgico em nossa existência, dá-nos sabedoria, coragem e força para utilizarmos esse tempo que desponta para fazermos o bem a todos os irmãos de caminhada, anunciando o teu Reino de Amor. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/12/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que nos concedes estarmos vivos para iniciar mais um ano litúrgico em nossa caminhada, dá-nos sabedoria, coragem e força para utilizar esse tempo que desponta para fazer o bem a todos os irmãos de caminhada, anunciando a chegada do teu Reino de Amor. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.