domingo, 27 de setembro de 2020

BOM DIA! BOA TARDE! BOA NOITE! Oração da noite, Oração da manhã e Oração do entardecer - Deus te abençoe!



Oração da Noite

Boa noite Pai.
Termina o dia e a ti entrego meu cansaço.
Obrigado por tudo e… perdão!!
Obrigado pela esperança que hoje animou meus passos, pela alegria que vi no rosto das crianças;
Obrigado pelo exemplo que recebi daquele meu irmão;
Obrigado também por isso que me fez sofrer…
Obrigado porque naquele momento de desânimo lembrei que tu és meu Pai; Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa, pela comida, pelo meu desejo de superação…
Obrigado, Pai, porque me deste uma Mãe!
Perdão, também, Senhor!
Perdão por meu rosto carrancudo; Perdão porque não me lembrei que não sou filho único, mas irmão de muitos; Perdão, Pai, pela falta de colaboração e serviço e porque não evitei aquela lágrima, aquele desgosto; Perdão por ter guardado para mim tua mensagem de amor;
Perdão por não ter sabido hoje entregar-me e dizer: “sim”, como Maria.
Perdão por aqueles que deviam pedir-te perdão e não se decidem.
Perdoa-me, Pai, e abençoa os meus propósitos para o dia de amanhã, que ao despertar, me invada novo entusiasmo; que o dia de amanhã seja um ininterrupto “sim” vivido conscientemente.
Amém!!!

Oração da manhã

Bom-dia, Senhor Deus e Pai!
A ti, a nossa gratidão pela vida que desperta, pelo calor que
cria vida, pela luz que abre nossos olhos.
Nós te agradecemos por tudo que forma nossa vida, pela terra, pela água, pelo ar, pelas pessoas. Inspira-nos com teu Espírito Santo os pensamentos que vamos alimentar,as palavras que vamos dizer, os gestos que vamos dirigir,a comunicação que vamos realizar.
Abençoa as pessoas que nós encontramos, os alimentos que vamos ingerir.
Abençoa os passos que nós dermos, o trabalho que devemos fazer.
Abençoa, Senhor, as decisões que vamos tomar, a esperança que vamos promover,a paz que vamos semear,a fé que vamos viver, o amor que vamos partilhar.
Ajuda-nos, Senhor, a não fugir diante das dificuldades, mas a abraçar amor as pequenas cruzes deste dia.
Queremos estar contigo, Senhor, no início, durante e no fim deste dia.
Amém.

Oração do entardecer

Ó Deus!
Cai à tarde, a noite se aproxima.
Há neste instante, um chamado à elevação, à paz, à reflexão.
O dia passa e carregam os meus cuidados.
Quem fez, fez.
Também a minha existência material é um dia que se passa,
uma plantação que se faz, um caminho para algo superior.
Como fizeste a manhã, à tarde e a noite, com seus encantos,
fizeste também a mim, com os meus significados, meus resultados.
Aproxima de mim, Pai, a Tua paz para que usufrua desta
hora e tome seguras decisões para amanhã.
Que se ponha o sol no horizonte, mas que nasça
em mim o sol da renovação e da paz para sempre.
Obrigado, Deus, muito obrigado!
Amém!

NOVENA A SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS - De 22 a a 30 de setembro - 7º DIA


Unamo-nos em oração com a Família dos Devotos de Santa Teresinha.

Introdução ( todos os dias):

Em nome do Pai...

Canto: Abre, Senhor, os meus lábios pois quero entoar a canção que vem da fonte da vida e toma o meu coração. Abre,Senhor, os meus lábios e toma o meu coração.

ORAÇÃO: Deus Pai de ternura infinita, Cristo Jesus, Cordeiro de vida eterna, Espirito Santo, amor do Pai e do Filho, imploramo-vos as luzes e devoção necessárias para louvar o vosso nome, na vida e santidade de vossa serva Santa Teresinha do menino Jesus. Que o amor , por vós derramado na vida desta filha do Carmelo e da Igreja, possa espalhar-se generosamente em nossa vida e na vida daqueles(as) por quem rezaremos esta novena. Amém.

(Aqui se apresentam a Deus as intenções para a novena).

7º DIA
Engajar-se na colheita da messe

Santa Teresinha: "Para que vossa messe seja logo recolhida nos celeiros, Senhor, eu me imolo cada dia, e minha oração é que minhas alegrias e meu pranto sejam para os operários da vossa vinha ."

Palavra de Deus: "Jesus estava andando à beira do Mar da Galiléia, quando viu dois pescadores. Eram Simão Pedro e seu irmão André, que preparavam as redes para a pesca. Jesus disse: ‘Venham comigo, e eu farei de vocês pescadores de homens’." (Mc 1,16-17).

ORAÇÃO: Senhor Jesus Cristo, nos chamais à missão. Concedei-nos a graça de poder deixar de lado as redes que nos amarram, nos prendem, e nos lançarmos ao vosso serviço, sem esperarmos qualquer retribuição, pois Vós já sois o nosso prêmio. Amém.
(Rezar uma dezena do terço por toda a juventude)

AGRADECIMENTO
(para todos os dias da novena)

Ó Deus, que nos permitis louvar a vossa bondade infinita e proclamar os vossos benefícios na vida de Santa Teresinha do Menino Jesus, dai-nos, pela sua intercessão, semearmos ao nosso redor inúmeras graças vindas de Vós. Que nosso testemunho e presença de fé engrandeçam ainda mais o coro solene dos anjos e santos que, dia e noite, celebram a vossa misericórdia e majestade. Abençoai-nos Senhor Deus, pela intercessão de Santa Teresinha, nesta novena que celebramos a Vós, Pastor que nos conduz, fonte de água viva, caminho, verdade e vida. Amém.

Canto:
Santa Teresinha- Escolho tudo.mp4


São Vicente de Paulo - 27 de Setembro




“Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e espírito e amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Mat 22,37.39).
Se não foi o lema da vida deste santo, viveu como se fosse. O santo de hoje, São Vicente de Paulo, nasceu na Aquitânia (França) em 1581. No seu tempo a França era uma potência, porém convivia com as crianças abandonadas, prostitutas, pobreza e ruínas causadas pelas revoluções e guerras.

Soberba, “rainha de todos os vícios” (Homilia Dominical.524: 26.º Domingo do Tempo Comum) - Padre Paulo Ricardo


Canal do Youtube: Padre Paulo Ricardo

Publicado em 26 de set. de 2020

A afirmação de Nosso Senhor feita no Evangelho deste domingo, de que os cobradores de impostos e as prostitutas precederiam os sumos sacerdotes e anciãos do povo no Reino de Deus, parece dura a um primeiro olhar e até exagerada. Mas a verdade é que, muito pior que a avareza ou a luxúria, é o pecado da soberba. Por ela caiu Lúcifer, caíram Adão e Eva, e correm o risco de cair até as pessoas que venceram seus pecados mais grosseiros e começaram a ter uma vida espiritual.

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) – Mt 21,28-32 – 27/09/2020


Mudar de opinião é a capacidade de rever os próprios conceitos

“Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, ele disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de opinião e foi” (Mateus 21,28-29).


Quando olhamos o Evangelho de hoje, com certeza ele é muito provocativo a todos nós, mas ele é provocação para a nossa acomodação e, sobretudo, para as aparências que, muitas vezes, demonstramos ter e fazer em todas as realidades da vida.
Aparentemente, todo mundo é bom, todo mundo é disposto, santo e evangélico, no sentido de viver o Evangelho. Aparentemente, dizemos sim para todo mundo ou até para as coisas cotidianas da vida, alguém me pede um favor: “Pode deixar! Conta comigo” ou “Vai lá em casa” e respondemos: “Logo, logo estarei indo lá”. Temos muito daquela coisa de “dizer com a boca e fazer pouco com o coração e com a verdade”.
Primeiro, porque não refletimos sobre aquilo que falamos, gostamos da boa aparência, gostamos de manter as coisas na aparência. Então, falamos bem das coisas de Deus, pregamos, anunciamos, exaltamos, mas, na hora de fazer mesmo, nem sempre corresponde. É aquilo que chamamos de incoerência entre o que se fala e o que se faz, entre o que se propõe e o que se pratica.

Mudar de opinião significa reflexão, capacidade de rever os próprios conceitos e direção

O segundo filho foi coerente no sentido de que ele deixou mudar os seus próprios conceitos e sua visão. Quando ele foi chamado pelo pai, ele respondeu que não queria ir, era a sinceridade do seu coração, mas, depois, mudou de opinião e foi.
Mudar de opinião não significa fraqueza, mudar de opinião significa reflexão, capacidade de rever os próprios conceitos e direção, o que nós, muitas vezes, não fazemos e, por isso, vivemos todas as incoerências da vida. Temos até opiniões erradas sobre muitas coisas, mas preferimos manter naquela dureza nossa: “Foi o que eu falei”. “Foi o que eu pensei”. “Foi o que eu achei”. Ficamos naquela dureza e não mudamos.
Você foi grosso com alguém, então, você prefere ficar justificando a sua grosseria do que mudar de opinião e admitir. Por mais que você tenha razão e precise dizer: “Realmente, eu fui sem educação. Fui grosso. Fui orgulhoso e soberbo”. Você prefere justificar toda a sua agressão, mas não muda de opinião e, por isso, não vivemos a conversão porque estamos sempre justificando as nossas situações e ficando nelas.
O convertido de verdade é aquele que é capaz de rever seus conceitos, suas opiniões; é aquele que é capaz de dizer: “Olha, ontem eu disse assim, mas eu sentei, refleti, pensei, meditei e deixei que a graça de Deus falasse mais alto do que meus próprios conceitos e opiniões”. Esse é um convertido, e o que mais precisamos é nos convertermos de verdade.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 27/09/2020

ANO A


26° DOMINGO DO TEMPO COMUM

DIA NACIONAL DA BÍBLIA

Ano A - Cor Verde

“Os cobradores de impostos e as prostitutas creram nele.” Mt 21,32

Mt 21,28-32

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Cristo nos indica o caminho para aceitar a vontade do Deus nas nossas vidas. O Senhor ama o coração que o acolhe com generosidade e que, mediante tal encontro, transforma seu modo de ser. Neste dia mundial da Bíblia, encontremo-nos com Jesus, Palavra Eterna do Pai.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, sejam bem-vindos! O Senhor nos reúne no seu amor para nos oferecer o dom da salvação. Aproximemo- nos dele com humildade, reconhecendo que tantas vezes lhe fomos infiéis e não demos atenção ao seu convite para anunciarmos o Evangelho a todos os que se sentem desanimados e sem esperança. Que esta celebração, nos ajude a assumir com amor e dedicação a missão que o Senhor nos confiou.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: As três parábolas lidas nos evangelhos deste e dos dois domingos seguintes, tratam de um único tema: a rejeição do povo judeu que não quis escutar Jesus e a sua substituição pelos pagãos. Ninguém é marginalizado por Deus. A parábola dos dois filhos justifica a posição do Cristo diante dos "desprezados", esta nova categoria de pobres. Cristo dirige a parábola aos sumos sacerdotes e anciãos, como faz, com outra do mesmo teor, aos fariseus; replica a todos os que se escandalizam com sua predileção pelos pecadores, dizendo-lhes que estes estão mais próximos da salvação do que os que se consideram justos; entra em casa de em casa de Zaqueu, que durante anos usurpou os vencimentos de todos, deixa que uma prostituta lhe lave os pés, protege a adúltera contra os "puros" que a queriam apedrejar. Sua vida deixa a Deus a possibilidade de manifestar-se como cerdadeiramente é. Essas situações revelam, no fundo, a liberdade de Deus. A parábola se dirige, pois, aos que se fecham para a Boa-nova, aos que não querem reconhecer a identidade de Deus em nome da própria justiça e se consideram pagos por sua própria suficiência. Vamos hoje com sinceridade de coração, nos abrir para conhecer e aceitar verdadeiramente a presença de Deus em nossas vidas através de Jesus Cristo.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Obedecer ativamente é passar de uma religiosidade passiva e alienada para uma religiosidade operante e transformadora, isto é, missionaria. É esse tipo de atividade religiosa que Jesus recomenda para a comunidade. Por meio da obediência, da qual Jesus é sempre o exemplo maior, a religião torna-se transformadora do ambiente em que vive e a pessoa religiosa faz-se “operário da vinha”. Ser obediente é empenhar a própria vida atraindo a proteção divina e procurando o bem do outro. (Na procissão de entrada pode-se acrescentar símbolos missionários).

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, sejam bem vindos! O Senhor nos reúne no seu amor para nos oferecer o dom da salvação. Aproximemo-nos dele com humildade, reconhecendo que tantas vezes lhe fomos infiéis e não demos atenção ao seu convite para anunciarmos o Evangelho a todos os que se sentem desanimados e sem esperança. Que esta celebração, no início do mês missionário e da semana em defesa da vida, nos ajude a assumir com amor e dedicação a missão que o Senhor nos confiou.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: As três parábolas lidas nos evangelhos deste e dos dois domingos seguintes, tratam de um único tema: a rejeição do povo judeu que não quis escutar Jesus e a sua substituição pelos pagãos. Ninguém é marginalizado por Deus. A parábola dos dois filhos justifica a posição do Cristo diante dos "desprezados", esta nova categoria de pobres. Cristo dirige a parábola aos sumos sacerdotes e anciãos, como faz, com outra do mesmo teor, aos fariseus; replica a todos os que se escandalizam com sua predileção pelos pecadores, dizendo-lhes que estes estão mais próximos da salvação do que os que se consideram justos; entra em casa de em casa de Zaqueu, que durante anos usurpou os vencimentos de todos, deixa que uma prostituta lhe lave os pés, protege a adúltera contra os "puros" que a queriam apedrejar. Sua vida deixa a Deus a possibilidade de manifestar-se como verdadeiramente é. Essas situações revelam, no fundo, a liberdade de Deus. A parábola se dirige, pois, aos que se fecham para a Boa-nova, aos que não querem reconhecer a identidade de Deus em nome da própria justiça e se consideram pagos por sua própria suficiência. Vamos hoje com sinceridade de coração, nos abrir para conhecer e aceitar verdadeiramente a presença de Deus em nossas vidas através de Jesus Cristo.
Fonte: NPD Brasil em 01/10/2017

BÍBLIA: A SAGRADA ESCRITURA

[...] A Igreja sempre venerou as divinas Escrituras tal como venera o Corpo do Senhor. Nunca cessa de distribuir aos fiéis o Pão da vida, tornado à mesa quer da Palavra de Deus, quer do Corpo de Cristo (DV 21)
Na Sagrada Escritura, a Igreja encontra continuamente o seu alimento e a sua força (DV 24), porque nela não recebe apenas uma palavra humana, mas o que ela é na realidade: a Palavra de Deus (1Ts 2, 13.). “Nos livros sagrados, com efeito, o Pai que está nos Céus vem amorosamente ao encontro dos seus filhos, a conversar com eles” (DV 21).
Deus é o autor da Sagrada Escritura. “A verdade divinamente revelada, que os livros da Sagrada Escritura contêm e apresentam, foi registrada neles sob a inspiração do Espírito Santo”.
“Com efeito, a santa Mãe Igreja, segundo a fé apostólica, considera como sagrados e canónicos os livros completos do Antigo e do Novo Testamento com todas as suas partes, porque, escritos por inspiração do Espírito Santo, têm Deus por autor, e como tais foram confiados à própria Igreja” (DV 58).
Deus inspirou os autores humanos dos livros sagrados. “Para escrever os livros sagrados, Deus escolheu e serviu-se de homens, na posse das suas faculdades e capacidades, para que, agindo Ele neles e por eles, pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele queria” (DV 58).
Os livros inspirados ensinam a verdade. “E assim como tudo o que os autores inspirados ou hagiógrafos afirmam, deve ser tido como afirmado pelo Espírito Santo, por isso mesmo se deve acreditar que os livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro, a verdade que Deus quis que fosse consignada nas sagradas Letras em ordem à nossa salvação” (DV 58).
No entanto, a fé cristã não é uma “religião do Livro”. O Cristianismo é a religião da “Palavra” de Deus, “não de uma palavra escrita e muda, mas do Verbo encarnado e vivo”. Para que não seja letra morta, é preciso que Cristo, Palavra eterna do Deus vivo, pelo Espírito Santo, nos abra o espírito à inteligência das Escrituras (Lc 24,45).
Catecismo da Igreja Católica, 103-108.

Comentário do Evangelho

Duas atitudes diante do chamado de Deus.

Como está o nosso sim ou a nossa adesão a Deus? A teologia da retribuição faz parte de uma mentalidade que perpassa quase todo o Antigo Testamento. O trecho do livro do profeta Ezequiel nos põe às portas da primeira deportação dos judeus para a Babilônia, em 597 a.C. A deportação mais importante foi a do ano 587 a.C., e a terceira foi em 582 a.C. Ante a iminência do exílio, o povo de Deus blasfema pondo em Deus a culpa de seu fracasso. Mas Deus não se cala; nem sempre Deus silencia. É Ele quem revela as faltas do seu povo. O exílio é o fruto podre das alianças políticas equivocadas e consequência do abandono, por parte do povo, do Deus que os havia libertado da casa da servidão. A injustiça que eles cometeram foi abandonar os mandamentos do Senhor para seguir suas próprias inclinações más. É preciso compreender que Deus não nos trata segundo as nossas faltas, nem é Ele que está na origem de nossos males. Deus provoca a conversão e acolhe todo pecador que se converte. Nesse sentido, o texto de hoje do profeta Ezequiel é um apelo à conversão. A parábola dos dois filhos representa duas atitudes diante do chamado de Deus. Essa parábola é a sequência do diálogo com os sumos sacerdotes e anciãos em que eles perguntam a Jesus, perplexos pela sua atitude de expulsar do Templo os cambistas e os comerciantes (Mt 21,12-16), quanto à origem de sua autoridade: “quem te concedeu essa autoridade?” (v. 23). A pergunta deles revela a resistência em reconhecer a origem divina de Jesus. Desejam desmascarar Jesus, mas diante de Jesus é a máscara deles que cai por terra. O filho que diz não ao seu pai e, depois, acaba indo trabalhar na vinha, vale mais do que aquele que diz sim, mas não obedece. Um homem de verdade é reconhecido por seus atos, não por suas intenções. Imaginemos um banquete em que os lugares eram distribuídos em função da dignidade das pessoas. O anúncio de Jesus significa que os publicanos e as prostitutas, cujas vidas, num primeiro momento, representavam um não a Deus, ocupam, no Reino dos Céus, o lugar reservado aos sumos sacerdotes e aos anciãos. Por quê? Por que eles ouviram a pregação de João Batista e se converteram. Os sumos sacerdotes e os anciãos, ao contrário, resistiram em crer em João, como resistem em crer em Jesus, apesar de terem visto as boas obras, e não se converteram.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, quero ser para ti um filho que escuta a tua Palavra e se esforça para cumpri-la com sinceridade. Que a minha resposta a teu apelo não seja pura formalidade.
Fonte: Paulinas em 28/09/2014

Vivendo a Palavra

Jesus anuncia o Amor eficaz, que podemos definir assim: ‘o Amor é o que o Amor faz e não o que o Amor diz’. Não são cristãos – seguidores do Cristo – aqueles que dizem ‘Senhor, Senhor!’, mas quem ouve e cumpre a vontade do Pai que está no céu. Tenhamos em nossos corações o desejo de servir ao irmão, para a glória do seu e do nosso Criador.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/09/2014

VIVENDO A PALAVRA

O Evangelho quer nos ensinar o valor que existe no reconhecimento de nossas fragilidades, de nossas quedas, de nossas traições às propostas do Reino dos Céus. Assim como as palavras de João moveram os cobradores de impostos e as prostitutas, as Palavras de Jesus devem calar fundo nos nossos corações e nos levar à conversão radical de vida.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/10/2017

VIVENDO A PALAVRA

Mais uma vez Jesus ressalta que o importante não é dizer: ‘Sim, Senhor, eu vou’ (e não ir…), mas, mesmo dizendo: ‘Não quero’, cumprir a vontade do Pai. O Amor é aquilo que faz, e não o que diz! O discípulo missionário de Jesus é aquele que escuta o nosso Mestre; vive e convive com a comunidade, seguindo a sua Palavra; anuncia a chegada do Reino de Deus em nós e denuncia a injustiça e a opressão presentes no mundo.

Reflexão

A religião nem sempre conduz a fazer a vontade de Deus

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 21,28-32, que corresponde ao 25º Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. Confira o comentário de José Antonio Pagola, teólogo espanhol.

O perigo da religião

Jesus leva uns dias em Jerusalém movendo-se à volta do templo. Não encontra pelas ruas o acolhimento amistoso das aldeias da Galileia. Os dirigentes religiosos que se cruzam no Seu caminho procuram desautorizá-lo diante das pessoas simples da capital. Não descansarão até enviá-Lo para a cruz.
Jesus não perde a paz. Com paciência incansável continua a chamá-los para a conversão. Conta-lhes um episódio simples que lhe ocorre ao vê-lo: a conversa de um pai que pede aos seus dois filhos que vão trabalhar na vinha da família.
O primeiro rejeita o pai com uma negativa categórica: “Não quero”. Não lhe dá explicação alguma. Simplesmente não lhe apetece. No entanto, mais tarde reflete e dá-se conta que está a rejeitar o seu pai e, arrependido, dirige-se para a vinha.
O segundo atende amavelmente a petição do seu pai: “Vou, senhor”. Parece desposto a cumprir os seus desejos, mas rapidamente se esquece do que disse. Não volta a pensar no seu pai. Tudo fica em palavras. Não se dirige para a vinha.
Para o caso de não terem entendido a Sua mensagem, Jesus dirigindo-se aos “sumo sacerdotes e aos anciãos da terra”, aplica-lhes de forma direta e provocativa a parábola: “Asseguro-vos que os publicanos e as prostitutas estão à vossa frente no caminho do reino de Deus”. Quer que reconheçam a sua resistência para entrar no projeto do Pai.
Eles são os “profissionais” da religião: os que disseram um grande “sim” ao Deus do templo, os especialistas do culto, os guardiões da lei. Não sentem necessidade de converter-se. Por isso, quando veio o profeta João a preparar os caminhos de Deus, disseram-lhe “não”; quando chegou Jesus convidando-os a entrar em Seu reino, continuaram a dizer “não”.
Pelo contrário, os publicanos e as prostitutas são os “profissionais do pecado”: os que disseram um grande “não” ao Deus da religião, os que se colocaram fora da lei e do santo culto. No entanto, o seu coração manteve-se aberto à conversão. Quando veio João acreditaram nele; ao chegar Jesus acolheram-no.
A religião nem sempre conduz a fazer a vontade do Pai. Podemo-nos sentir seguros no cumprimento dos nossos deveres religiosos e habituar-nos a pensar que nós não necessitamos de nos converter nem mudar. São os afastados da religião os que o hão de fazer. Por isso é tão perigoso substituir o escutar o Evangelho pela piedade religiosa. Diz Jesus: “Nem todos os que me digam ‘Senhor’, ‘Senhor’ entrarão no reino de Deus, mas os que façam a vontade do Meu Pai do céu”.
Fonte: Dom Total em 28/09/2014

Reflexão

I. INTRODUÇÃO GERAL

Os textos de hoje nos mostram que o Reino de Deus entra em diálogo com o ser humano, para que este possa distinguir entre o modo como se dá a ação divina e a maneira humana de proceder. O ser humano é uma tarefa, ele nunca vai estar terminado; sua existência no mundo é um constante fazer-se e refazer-se, baseado nas decisões tomadas com livre-arbítrio.
Quem é bom pode deixar o caminho do bem, e quem é perverso pode abandonar a vereda do mal. Por isso, Deus está constantemente chamando o ser humano para que deixe os caminhos tortuosos e diga um “sim” consciente e maduro, que seja realmente “sim”. Para isso, Deus envia mediadores, na tentativa de chegar ao coração humano.
Contudo, as pessoas podem recusar o chamado de Deus, fazer pouco caso de sua proposta ou até mesmo ser hostis com os mediadores que ele envia. É sobretudo por orgulho que opõem obstáculos à própria salvação. Por isso, exorta-nos o apóstolo: “Tende em vós os mesmos sentimentos de Cristo”.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Mt 21,28-32): João ensinou o caminho da justiça e não acreditaram nele

Jesus, para nos instruir sobre nossas próprias escolhas, conta-nos a parábola dos dois filhos que mudaram de atitude. Deus nos fez livres. A salvação que ele nos oferece é puro dom. Cabe-nos responder “sim” ou “não” a esse convite. O livre-arbítrio possibilita ao ser humano acolher em sua vida o bom ou o mau caminho. Há sempre a possibilidade de mudar de rumo. É isso o que nos mostra o texto. Ambos os irmãos mudaram de rumo. Um fez a vontade do pai e o outro não.
Estar no rumo certo não é sinônimo de segurança, pois podemos ser facilmente levados para outro caminho, se não nos mantivermos atentos ao chamado constante de Deus. Por isso a necessidade constante de conversão, porque não estamos prontos. E os que se acham “santos” são muito facilmente propensos ao erro, mais do que os que têm firme consciência das próprias limitações. Os “santos” acabam afogando-se na sua soberba e se fecham à graça divina. Ao contrário, os pecadores são mais abertos para acolher a graça, pois confiam apenas na misericórdia de Deus.
Fazer a vontade de Deus é muito mais acolhê-lo na vida diária do que proclamar discursos vazios, destituídos de testemunho de vida. Deus nos chama constantemente a viver seu amor na doação total de nossa vida ao irmão. Deve-se viver esse chamado nos atos cotidianos, nas relações interpessoais, nas próprias escolhas. Fazendo assim, caminha-se na justiça e no testemunho fidedigno do Reino de Deus.

2. I leitura (Ez 18,25-28): Deus ensina o caminho aos pecadores

O texto começa com uma estranheza: “O caminho do Senhor não é direito” (v. 25). Pensava-se dessa forma porque Deus não fazia o que se esperava, a saber: recompensar o “justo” e castigar os “injustos”. Esse modo diferente de Deus proceder irritava as pessoas tidas como santas naquela época.
Por meio do profeta, Deus toma a palavra e põe as intenções humanas às claras: os caminhos humanos é que são tortuosos, mas, apesar disso, Deus continua chamando, respeitando o livre-arbítrio e perdoando a cada um de seus filhos.
Em primeiro lugar, Deus se dirige aos tidos por justos. O que se pode dizer de uma pessoa realmente justa? Como pode ser qualificada uma pessoa convertida? Aquele que aparentemente é santo e irrepreensível, e comete atos que fazem transparecer grande maldade no coração, pode ser considerado justo ou convertido? Segundo o texto que foi proclamado, a pessoa que se qualifica assim não é verdadeiramente justa, e Deus, que tudo vê, considera os atos de iniquidade dela, não sua suposta justiça externa.
Outros são tidos por pecadores, hereges, infiéis, gentinha de má conduta. A estes Deus convida à conversão e, caso tenham abertura para acolher o perdão divino, é-lhes assegurado que não serão considerados os atos praticados numa vida desregrada, muitas vezes afetada por condicionamentos sociais, religiosos e psicológicos.
Enfim, o texto bíblico exorta todos à conversão, e a todos está destinado o perdão de Deus.

3. II leitura (Fl 2,1-11): O esvaziamento de Cristo nos ensina o caminho para Deus

O apóstolo Paulo pede aos filipenses que tenham os mesmos sentimentos de Cristo (v. 5). Com isso, ele espera resolver o problema daquela comunidade: egoísmo e arrogância (v. 3) e dissensões internas que ameaçavam o amor, a unidade e o companheirismo. Mas quais seriam os sentimentos de Cristo que o apóstolo deseja inculcar nos filipenses?
Para definir bem de que se trata, Paulo usa o termo “esvaziamento” ou “abaixamento”, que significa privar-se de poder ou abdicar de um direito que se possui. Cristo não se apegou à sua condição divina nem usou dos privilégios dela em favor de si mesmo, mas assumiu a existência humana como servo. O abaixamento de Cristo não é apenas tornar-se humano, mas, além disso, tornar-se servo.
Isso caracteriza a totalidade da vida de Jesus, que assumiu as limitações humanas e esteve à mercê de nosso egoísmo e violência, responsáveis pela sua morte terrível na cruz. Porque, acima de tudo, ele quis atender ao bem-estar e aos interesses dos outros, em vez de ter interesses egocêntricos.
Esse modo de viver de Jesus nos ensina o caminho para Deus. É descendo a escada da humildade que ascendemos ao reino definitivo. Esses critérios são diferentes dos critérios humanos, mas são o único e legítimo caminho para a verdadeira humanização e para Deus.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

O momento atual é marcado por uma religiosidade intimista e subjetiva, de relacionamento vertical: o indivíduo e Deus. Isso traz como consequência a ideologia da prosperidade: “Eu não cometo pecados escandalosos e, em troca, Deus me abençoa com o que quero”. Esse tipo de religiosidade suscita a ideia de um Deus castigador, que está contra os “maus” e recompensa os “bons”. As leituras de hoje mostram que tal pensamento é tortuoso e não representa os critérios de Deus. Por isso é bom destacar na homilia a gratuidade, o cuidado com os mais fracos, a tolerância e o diálogo que constroem comunidade.
Hoje é o dia da Bíblia, palavra de Deus, “luz para os passos, lâmpada para o caminho” (Sl 119,105). Tal data não deve passar sem algum destaque na comunidade. Há um clamor uníssono para que a palavra de Deus seja o centro da vida e da missão da Igreja. Este dia é ótima oportunidade para que sejam iniciados (ou melhorados) eventos que destaquem a centralidade da palavra de Deus em toda a Igreja, começando pelas comunidades mais simples e pequenas, até atingir o mundo inteiro.

Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje – BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
Fonte: Vida Pastoral em 28/09/2014

Reflexão

TRABALHADORES NA VINHA DO SENHOR

Os dois filhos da parábola negam sua palavra: um diz sim e não faz; outro diz não e faz. O que é mais grave: dizer sim e não fazer ou dizer não e fazer? Os dois filhos se arrependem da própria palavra dada.
Diante de Deus, o que vale não é tanto a palavra, o falar, mas o fazer. Para cumprir sua vontade, não basta dizer “Senhor, Senhor” e enfileirar promessas; o que importa é a prática de vida. Por traz da palavra podem estar escondidas falsidades e mentiras. Como disse alguém, fazer é a melhor maneira de mostrar que é possível transformar a sociedade.
Todos somos chamados a trabalhar na vinha do Senhor. Palavras passam depressa; o que tem valor realmente é arregaçar as mangas e se dispor ao projeto de Jesus. Ele necessita de pessoas generosas que se dediquem a dar continuidade ao seu reino: a construção de uma sociedade justa e fraterna, que se preocupe principalmente com a inclusão dos excluídos.
O que nos causa mais surpresa é a segunda parte do evangelho: os pecadores e as prostitutas nos precederão no reino dos céus – embora todos nos incluamos no grupo dos pecadores e sejamos, portanto, “merecedores” do “prêmio” prometido por Jesus. Os que se pretendem perfeitos, bons observadores das leis e frequentadores da Igreja podem ser precedidos no reino pelos que, não obstante sejam julgados e condenados como violadores das leis e pecadores públicos, trilham o caminho da justiça, o caminho de Deus, do seu projeto e de sua vontade.
Muitos abandonados pela sociedade e sem lugar nas igrejas podem estar no coração de Deus. Quando os evitamos ou desprezamos, Deus se aproxima deles e os acolhe.
Uma religião que se restringe ao cumprimento de rituais e práticas religiosas e se descuida da vivência fraterna, da ternura e da compaixão não é do agrado de Deus e é de pouca valia. Nossos encontros com Deus nos fins de semana, com a comunidade reunida, sinalizam nosso desejo de contar com ele ao longo da semana, vivendo a caridade e a justiça.
Pe. Nilo Luza, SSP
Fonte: Paulus em 28/09/2014

Reflexão

REZAR SEMPRE PARA FAZER A VONTADE DE DEUS

No tempo de Jesus, os publicanos ou cobradores de impostos eram um grupo odiado por muitos. Eram considerados traidores de seu povo, pois trabalhavam para os romanos, que, em nome da paz e da segurança, tratavam as pessoas com violência e cobravam taxas dos povos dominados. As prostitutas também eram odiadas e tratadas com desprezo, por causa da vida que levavam. Mesmo assim, Jesus diz aos chefes religiosos de sua época que aquele tipo de gente iria entrar no reino de Deus antes deles. Não parece estranho? Como é que pessoas que vivem mais em contato com a religião podem ser deixadas para trás no caminho do reino de Deus, enquanto entram na frente outros que tiveram vida notória de pecado?
Certamente Jesus não quer incentivar ninguém a viver da exploração do povo, como também não quer justificar a prostituição, que ainda em nossos dias transforma mulheres e homens em mercadoria de prazer. Mas Jesus também não concorda com o tipo de religião praticada por aqueles líderes religiosos, que falavam muito de Deus, mas não se convertiam. Conheciam as Escrituras de cor, mas não praticavam a justiça. Jesus nos ensina que, mais do que nossas palavras, o que nos salva são nossas atitudes.
Entretanto, não pensemos que ele esteja dizendo que a oração, as práticas de piedade e as pregações são coisas sem importância. Pelo contrário, é pela oração constante e perseverante que conhecemos a vontade de Deus. As prostitutas e os publicanos se converteram à justiça do reino de Deus porque tiveram fé, acreditaram na Palavra anunciada por João Batista. Não deixemos, portanto, de pedir a Deus que tenhamos uma vida equilibrada de oração e ação, para que nossos gestos sejam coerentes com aquilo que dizem nossos lábios.
Pe. Claudiano Avelino dos Santos, ssp
Fonte: Paulus em 28/09/2014

Reflexão

Pistas para a reflexão:

I leitura: Não podemos culpar a Deus pela nossa infelicidade.
II leitura: Somos convidados a imitar Cristo na humildade e no desprendimento.
Evangelho: Não basta apenas dizer sim; é necessário trilhar o caminho da prática da justiça.
Fonte: Paulus em 28/09/2014

Reflexão

Jesus dá um “puxão de orelha” nas autoridades religiosas do seu tempo e as desmascara com uma pergunta. A parábola mostra que o importante não são as palavras, mas as ações, o fazer. Podemos enganar os outros com belas palavras, mas nossa prática revela nossas intenções e opções. Jesus diz que os pecadores e prostitutas precedem as autoridades religiosas no Reino de Deus. Enquanto os pecadores e prostitutas são excluídos do Templo por não cumprir a lei, levam a sério o caminho da justiça; as autoridades fazem de sua “suposta justiça” a fonte do seu poder, do seu domínio sobre os outros. Portanto, a parábola denuncia a hipocrisia da elite, que se apresenta como cumpridora da vontade de Deus, quando de fato não a cumpre. É clara a mensagem: o importante diante de Deus é o fazer. Os grupos desprezados são os verdadeiros herdeiros do Reino dos Céus. Jesus repreende os “bons” porque acham que já estão vivendo de forma honesta e justa e que não há o que melhorar.
Oração
Ó Jesus, comunicador franco e transparente, não escondes a tua indignação contra os que querem se passar por justos, quando na verdade estão longe das exigências do Reino de Deus. Ajuda-nos a assumir, de modo responsável, a prática da justiça e da misericórdia. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

Recadinho

O que dizer da chamada “parábola do arrependimento?” - Não deve ser esta uma de nossas primeiras atitudes, o saber arrepender-se? - Adianta dizer que é de formação católica se não pratica? - Procuramos coerência entre nossas palavras e atos? - Pede as luzes do Espírito para conseguir trilhar o caminho do arrependimento?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 28/09/2014

Comentário do Evangelho

Jesus, tendo sido questionado pelos chefes religiosos, membros do Sinédrio (cf. 15 dez), passa à ofensiva e lhes propõe uma parábola simples, sem grandes detalhes.
Na parábola, um dos filhos, de início, rejeitou o pedido do pai para ir trabalhar na vinha, porém depois fez conforme o pai pedira. O outro filho concordou logo, mas, efetivamente, não o fez. Agora é Jesus quem pergunta aos chefes judeus: "Qual dos dois fez a vontade do pai?".
Diante da resposta dos chefes, reconhecendo que foi o primeiro filho quem fez a vontade do pai, Jesus volta a colocar em evidência o testemunho de João Batista: os chefes religiosos judeus não fizeram a vontade do Pai ao rejeitarem o caminho da justiça anunciado por João. Porém os excluídos, publicanos e prostitutas, que eram considerados pecadores, fizeram a vontade do Pai quando creram e aderiram a João.
O próprio João Batista, dirigindo-se a estes chefes, proclamara: "Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir? Produzi, então frutos de arrependimento e não penseis que basta dizer: ´Temos por pai a Abraão´"... (Mt 3,7b-9). É contundente e profundamente subversiva a sentença final de Jesus: "Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus". Porque os publicanos e as prostitutas acreditaram em João, mas os chefes de Israel, não.
Os marginais acolhem Jesus e as elites o rejeitam. É a expressão de uma sociedade fundada em valores e estruturas equivocados. Suas elites se afirmam em torno do poder e do dinheiro e humilham, exploram e excluem os humildes, fracos, pequenos e pobres. Estes se unem em torno de Jesus que se fez igual a eles (segunda leitura).
Para Deus o essencial é a prática atual da justiça e do amor, independentemente do passado.
Oração
Ó Deus, que mostrais vosso poder sobretudo no perdão e na misericórdia, derramai sempre em nós a vossa graça, para que, caminhando ao encontro das vossas promessas, alcancemos os bens que reservais. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 28/09/2014

Meditando o evangelho

UM HOMEM E SEUS DOIS FILHOS

A parábola evangélica desmascara a liderança religiosa do tempo de Jesus, sempre pronta a criticar e a marginalizar os que eram considerados pecadores. Ela própria, no entanto, era incapaz de se submeter, adequadamente, à vontade de Deus.
A atitude de um homem e de seus dois filhos é a metáfora do relacionamento do povo de Israel com Deus. O homem da parábola representa Deus. Este tem um projeto para seu povo, expresso no Decálogo, pelo qual cada israelita pautaria sua vida. Da obediência à vontade divina resultaria uma sociedade fraterna, sem excluídos, onde os mais fracos e pequeninos seriam mais dignos de apoio e atenção.
A liderança religiosa corresponde ao filho que se predispõe a obedecer às ordens do pai, mas, de fato, se omite. Os mestres da Lei e os fariseus mostravam-se fiéis à vontade de Deus e externamente pareciam se esforçar por cumprir cada preceito da Lei, sem omitir um sequer. Chegavam até a ser minuciosos. Tudo, porém, puro exibicionismo, superficialidade, no intuito de granjear o louvor do povo. Uma piedade sem consistência!
Os pecadores, identificados com os cobradores de impostos e as meretrizes, são representados pelo filho que se recusa a obedecer, mas acaba cumprindo a ordem paterna. Correspondem à categoria de pessoas que, aparentemente afastadas de Deus, no seu dia-a-dia buscam ser solidárias, estando sempre prontas para fazer um gesto de amor, numa expressão de fé em Deus. São estas as pessoas que fazem a vontade de Deus, e não as primeiras.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Pai, quero ser para ti um filho que escuta a tua Palavra e se esforça para cumpri-la com sinceridade. Que a minha resposta a teu apelo não seja pura formalidade.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Vai trabalhar hoje na vinha!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

A Liturgia seleciona mais quatro parábolas de Mateus para a meditação dominical. Na semana passamos tivemos a parábola dos trabalhadores da vinha. Hoje a dos dois filhos. Ambas prolongam o Sermão dos bons relacionamentos entre nós. Em seguida virão as parábolas dos vinhateiros homicidas e a do banquete nupcial.
Na parábola dos dois filhos, um diz sim a seu pai e não faz nada e outro diz não e acaba fazendo. O pai tinha mandado os dois trabalhar numa plantação da família. A parábola é contada como crítica aos sacerdotes e anciãos do povo, que permaneciam insensíveis à pregação de João Batista, mesmo vendo cobradores de impostos e prostitutas se converterem. Estes que pareciam estar dizendo não à vontade de Deus foram os que se converteram. Sacerdotes e anciãos talvez não precisassem de conversão por não serem pecadores como os publicanos e as prostitutas, mas por que não acreditavam em João Batista? Podiam se deixar tocar e dar mais atenção à pregação de João. Se pecadores públicos tinham se convertido, João devia estar pregando algo sério que valia a pena escutar. Eles, porém, permaneceram insensíveis. Exteriormente, homens da Lei de Deus. Interiormente, pouco atentos à Palavra de Deus e aos seus sinais.
Em Ezequiel presenciamos uma discussão. O povo diz que Deus está errado quando é generoso e perdoa. Na realidade, os pensamentos do povo não coincidem com os de Deus. É fácil entender a discussão. O justo se desvia da justiça e começa a praticar o mal. Pode-se entender que ele seja punido, já que abandonou a justiça. O corrupto desonesto, porém, se arrepende e muda de vida, começa a praticar e a observar o direito e a justiça. Deus então o perdoa e lhe concede a vida. Deus não está errado. Nós é que não estamos querendo aceitar a mudança do outro. Não nos alegramos com o seu bem e lhe negamos uma nova oportunidade.
Paulo recomenda que todos tenham o mesmo objetivo na vida: vivam em harmonia, unidos no amor; o que fazem, não façam por competição ou vanglória; sejam humildes; pensem que o outro é mais importante; não cuidem só do que é seu, cuidem do que é do outro; sejam como Jesus, que soube encarnar-se, inseriu-se em nossa humanidade, inculturou-se. Um belo programa de vida para quem quer que o seu sim seja sim e o seu não seja não. Peçamos que Deus nos mostre o seu caminho, que sua verdade nos oriente, que ele seja bondoso e compassivo para conosco, não se lembre dos nossos pecados e das nossas faltas. Ele reconduz ao bom caminho os pecadores. Que ele reconduza a nós também e a todos os pecadores de todos os tipos. Se eu sou sincero em meu íntimo, devo crer que os outros também podem ser. Não julgar precipitadamente é sinal de sabedoria. Olhe os fatos para ver se acompanham as palavras. Os fatos mostram a disposição de realizar a vontade de Deus, mesmo sem conhecê-la explicitamente. Lembre-se de que “pois sim” significa “não”, e “pois não” significa “sim”. Enfim, não se deve julgar pelas aparências.
Fonte: NPD Brasil em 01/10/2017

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. OS DOIS FILHOS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Há uma música muito bonita chamada Filho Adotivo, onde o filho adotado atende e assiste o pai, na hora de suas necessidades, fazendo aquilo que competia aos filhos legítimos que não o fizeram, ou seja, sempre é de se esperar, que o adotado nem sempre corresponda ao amor do pai, agindo com sentimento de gratidão. Mateus escreve para as comunidades de origem judaica e sempre que aparece em seu evangelho dois personagens diferentes, aquele que posa de “bom moço”, mas que no fundo é enganado, são pessoas que pertencem ao judaísmo, a reflexão segue nessa linha, se Mateus escrevesse a história do Filho adotivo, certamente ele seria alguém de fora da comunidade e não o contrário. O desejo de Deus é que todos os homens se salvem. O seu projeto de vida nunca exclui ninguém, mas é necessário que através de uma fé encarnada na vida e na história, o homem lhe dê uma resposta autêntica, pois em um primeiro momento, essa relação com Deus foi marcada por uma ruptura, porque o homem optou em dizer não, quando pecou, ao querer ser conhecedor do Bem e do Mal, quando manifestou a vontade de fazer a sua própria história, sem se importar com o que Deus pensava a respeito.
Israel é a nação escolhida, a raça eleita, a quem Deus convida a caminhar junto com ele, quando chama Abraão, o Pai da Fé, confirma o chamado e a aliança em Isac e Jacó, manifesta a força libertadora do seu amor através de Moisés, o amado toma as dores da amada, humilhada, agredida, oprimida pelo Egito, e depois, com o passar do tempo, manda recados de amor através dos profetas, para que o povo não perdesse o rumo e a direção.Deus nunca escondeu o seu projeto, ao contrário, foi se revelando aos homens que abriram a ele o coração e a vida, havia um trabalho a ser feito, algo a ser plantado, um reino novo com novos horizontes de uma vida nova, é como na relação de um casal de esposos, o amor deve ser vivenciado em gestos concretos, Israel é na verdade esse segundo Filho, que aceitou com entusiasmo ser o seu povo, o escolhido, o amado, o predileto, “Eu serei o seu Deus, e Vós sereis o meu povo” – Mas logo esse sistema religioso, centrado na aliança, e que exigia fidelidade diante de um Deus que ama e que caminha junto, se tornou um mero formalismo, perdendo toda graça e o encanto.
Hoje há muitas igrejas cristãs onde se diz SIM, na base do entusiasmo, da euforia, de uma conversão milagrosa, ocorrida da noite para o dia, por conta de algum prodígio, o SIM se torna fórmula mágica, quando no modo de se viver a religião, nada se perde, mas tudo se ganha. O que importa é participar do rito, sentir-se protegido por Deus, na religião do SIM da euforia, sem raiz, sem maturidade, o homem pode determinar e Deus cumpre, na religião do SIM formal, sem exigência e compromisso com a ética, moral, a liberdade, o respeito à vida e a busca da justiça, o que vale é o SEJA FEITO Á NOSSA VONTADE, é o homem poder tirar vantagem dessa “pseuda” relação com Deus, por trás de uma instituição religiosa. Israel, o Povo da Promessa e da Aliança, enveredou por este caminho, da religião dos detalhes, das formalidades, dos ritos purificatórios, dos preceitos, e quando se faz o rito pelo rito, o coração vai perdendo a esperança, a crença, sem compromisso com o chão da história, vai se tornando monótona, vazia, sem sentido. Deus é nosso, a salvação é nossa, a Vida Eterna é nossa, e o Espírito Santo vai e vem, conforme nossas ordens. Não seria esse o modo de pensar do fenômeno religioso da modernidade? Eis o grande perigo para nossa vida de fé na comunidade: Dizer um SIM a Deus, ao seu projeto de Vida, mas ter o coração distante, frio, algo como que um casamento apenas no papel, ou o casamento da aparência, onde marido e mulher dormem em quartos ou camas separadas, porque não se suportam. Essa religião é coisa do Homem!
Já o primeiro Filho, aquele que disse NÃO, acabou mudando de idéia e foi trabalhar na Vinha do Pai, porque descobriu que a relação com ele, não se fundamenta no formalismo, no contratual ou na obrigatoriedade, no meramente ritual, mas sim no amor, que quer celebrar a vida, onde o rito de gestos e palavras, nada mais é do que a expressão dessa gratidão, que irrompe do fundo da alma humana, e sobe a Deus em oferta agradável. Este Filho descobriu todo um projeto de vida, onde a vocação para o amor, faz dele alguém especial, que tem nos mandamentos do Senhor, não preceitos moralistas marcados pelo rigorismo e pela ameaça de um castigo, mas sim uma sinalização segura, a conduzir o homem no rumo certo, dos braços de Deus, que o espera com alegria, como o Pai esperou pelo Filho Pródigo em sua casa. Nesse sentido, nós cristãos atuantes e membros da Igreja, precisamos tomar cuidado, pois todos aqueles que rotulamos como Filhos perdidos e ovelhas desgarradas, poderão nos preceder no coração de Deus, se continuarmos pensando que o mundo se divide entre bons e maus, entre santos e pecadores, entre justos e injustos, e que nós, estamos sempre do lado dos bons, só porque um dia dissemos SIM...
“A FÉ SEM OBRAS É MORTA!”
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP

2. Qual dos dois fez a vontade do pai? - Mt 21,28-32
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Mateus nos conta a história dos dois filhos. Um diz sim e não faz o que diz; o outro diz não, e faz. O melhor seria dizer “sim” e fazer, mas fiquemos com o que disse “não” e fez. O que se fala e o que se faz devem corresponder ao que se pensa e às decisões tomadas interiormente.
No entanto, como somos seres com capacidade de conversão, podemos voltar atrás, rever o que dissemos e fazer o contrário. Quem diz “a decisão já está tomada, não é possível modificá-la”, mesmo sendo autoridade religiosa, não é parecido com Deus, que tem a capacidade de se arrepender e voltar atrás.
Estamos encerrando o mês da Bíblia, e na Bíblia está escrito que Deus se arrependeu do mal que disse que ia fazer. No episódio do bezerro de ouro, no livro do Gênesis, está escrito que “arrependeu-se o Senhor do mal que disse fazer a seu povo”. O mesmo escreve Jeremias por três vezes. Deus promete arrepender-se, se o povo ouvir suas palavras e se converter: “Eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhes por causa da perversidade de seus atos”; “O Senhor se arrependerá do mal que anunciou contra vós”; “O Senhor se arrependeu do mal que tinha anunciado contra eles”. E no Livro de Jonas, está escrito: “Deus viu as suas obras, que eles se converteram de seu caminho perverso, e Deus arrependeu-se do mal que ameaçara fazer-lhes e não fez”. Se Deus se arrepende, quanto mais nós temos que nos arrepender para alcançar misericórdia.
O exemplo positivo pode vir de onde menos esperamos. Prostitutas e publicanos creram em João Batista, enquanto os que se consideravam justos não aceitaram a sua pregação e não se converteram. Olhemos para nós mesmos, ouvindo as palavras de Paulo aos filipenses. Ele os exorta a se deixarem guiar pelos mesmos propósitos e pelo mesmo amor, buscando em harmonia a unidade. Por que essa exortação? Porque ele sabe que agimos por ambição e vanglória, queremos ser superiores aos outros e cuidamos só do que é nosso. Não temos os sentimentos de Cristo Jesus e não somos parecidos com ele, mas podemos mudar. A conversão está aberta a todos.
O Sínodo de 2010, sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, afirmou que precisamos da Palavra de Deus para termos uma visão realista da vida. A Palavra de Deus nos leva a mudar nosso conceito de realismo. Realista é aquele que vê no Verbo de Deus o fundamento de todas as coisas. Muitas coisas com as quais contávamos para construir a nossa vida revelaram-se passageiras. Diz o Sínodo: “Mais cedo ou mais tarde, o ter, o prazer e o poder manifestam-se incapazes de realizar as aspirações mais profundas do coração do homem”. “Para edificar a própria vida, temos necessidade de alicerces sólidos, que permaneçam mesmo quando falham as certezas humanas.
Na realidade, já que ‘para sempre, Senhor, como os céus, subsiste a vossa palavra’ e a fidelidade do Senhor ‘atravessa as gerações’, quem constrói sobre esta palavra, edifica a casa da própria vida sobre a rocha”. Continuemos ouvindo e lendo a Bíblia Sagrada. Todo dia é dia da Bíblia.

Homilia do 26º Domingo do Tempo Comum, por Pe. Paulo Ricardo

O arrependimento

Jesus está em Jerusalém, sabendo que os mesmos que O aclamaram à entrada da cidade O condenarão à morte na Cruz. Então, em uma última tentativa de converter o coração dos judeus - principalmente, o dos sacerdotes e dos anciãos do povo -, ele conta a parábola dos dois filhos. Convidados por seu pai a trabalhar na vinha, o primeiro peca em um primeiro momento e diz não, mas, depois, se arrepende e vai; o segundo, a princípio, responde que sim, mas desobedece e não vai.
A pedagogia usada por Nosso Senhor nessa passagem é a mesma usada pelo profeta Natã para censurar o rei Davi, por ele ter matado Urias e tomado para si a sua esposa, Betsabeia. Na ocasião, Natã também se serve de uma parábola para se dirigir a Davi. Ele conta a história de um rico que tinha muitos bois e ovelhas e de um pobre que possuía apenas uma pequena ovelha, que “era para ele como uma filha”. Em um ato de grande injustiça, o rico, para dar de comer a um hóspede, ao invés de matar um de seus animais, mata o cordeiro do pobre e prepara-o para o visitante. Davi fica revoltado com a atitude do rico, ao que Natã o repreende: “Este homem és tu!” [1].
Com a sua parábola, Jesus quer que os judeus caiam em si e, condenando a atitude do segundo filho, ajam como o primeiro e se arrependam.
Ao se referir à atitude do primeiro filho, a palavra grega que, na versão litúrgica brasileira, é traduzida por “mudou de opinião”, é “μεταμεληθες” (lê-se: metamelitheís), a mesma usada no versículo 32 para dizer que os sacerdotes e anciãos não se arrependeram (“οὐδὲ μετεμελήθητε”) para crer em São João Batista. De fato, o arrependimento é muito mais que uma simples “mudança de opinião”: inclui também um pungimento e uma comoção interior.
No entanto, só isso não é suficiente. É preciso, sobretudo, uma determinação firme de fazer a vontade de Deus. Por isso, Jesus questiona os sacerdotes e anciãos: “Qual dos dois fez a vontade do pai?” O coração do ensinamento de Jesus nesta parábola é justamente este: “fazer a vontade do Pai”.
Santo Tomás de Aquino, ao responder se a penitência é uma virtude, explica:
“Fazer penitência é doer-se de algo cometido anteriormente. Já se viu também que a dor ou a tristeza pode ser considerada de duas maneiras. Primeira, enquanto é uma paixão do apetite sensitivo e, sob este aspecto, a penitência não é uma virtude, mas uma paixão. Segunda, enquanto é um ato da vontade e, nesse caso, ela implica certa escolha. E se esta é feita de maneira reta, pressupõe que seja um ato de virtude. Diz Aristóteles que a virtude é ‘um hábito de escolher conforme a reta razão’. Pertence, porém, à reta razão que alguém se doa daquilo de que se deve doer. E isso acontece na penitência, de que agora se trata. Pois, o penitente assume uma dor moderada dos pecados passados, com a intenção de afastá-los. Daí se segue que é claro ser a penitência, de que agora falamos, uma virtude ou ato de virtude.” [2]
Para arrepender-se de verdade, não basta “sentir-se mal”; é preciso que a “paixão do apetite sensitivo” se transforme em um ato da vontade. O arrependimento virtuoso deve terminar em uma escolha determinada, pois é nela que está o amor.
Um excelente comentário a essa lição é o episódio da pecadora que, “quando soube que Jesus estava à mesa na casa do fariseu [Simão], trouxe um frasco de alabastro, cheio de perfume, postou-se atrás, aos pés de Jesus e, chorando, lavou-os com suas lágrimas. Em seguida, enxugou-os com os seus cabelos, beijou-os e os ungiu com perfume” [3]. Na ocasião, o fariseu, preocupado com as aparências, achou inconveniente o comportamento daquela mulher. Ela, ao contrário, desprezando completamente o que os outros pensavam dela, queria tão somente amar Nosso Senhor. Embora exista uma carga emocional em seus atos, o que é determinante é a escolha que ela fez de um novo caminho para a sua vida.
No comentário a essa página do Evangelho de São Lucas, São Gregório Magno mostra como aquela mulher que tinha usado todo o seu ser para o pecado, voltou-o totalmente para Jesus:
Com os olhos, desejara as coisas da terra; com os mesmos, agora, chorava, em sinal de penitência. Com os cabelos que serviam de enfeite para o seu rosto, agora, ela enxugava as suas lágrimas (...). Os lábios com que ela dissera palavras soberbas, agora, osculando os pés do Senhor, ela pregava aos passos de seu Redentor (...). O óleo que ela usara para perfumar o seu corpo de modo torpe agora ela oferecia a Deus de modo louvável (...). Enfim, tudo o que tinha para o próprio prazer, ela oferece em holocausto. Converteu em número de virtudes o número de seus crimes, a fim de consagrar-se inteiramente a Deus por meio da penitência, tanto quanto se tinha separado d’Ele por meio da culpa.” [4]
O amor daquela mulher é o que faz toda a diferença. “Os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados, pois ela mostrou muito amor” [5].
Muitas vezes, as pessoas, depois que cometem um pecado, entram em um beco sem saída, pois ficam remoendo constantemente o sentimento de culpa em seu coração. Não entendem que devem determinar-se, a fim de usar tudo o que são e têm para amar e servir a Deus, ao invés de ficarem alimentando inutilmente o que não é virtude, senão paixão.
Nesse caminho, é muito importante não se preocupar com as aparências, com o que os outros vão pensar de nós. A grande dificuldade dos sacerdotes e anciãos do povo, bem como de Simão, o fariseu, era a sua preocupação com o exterior. Por isso as figuras de São João Batista e de Jesus foram motivo de confusão para eles. Enquanto o primeiro pouco comia e bebia - e era repreendido pelos judeus -, o segundo comia e bebia - e era chamado de “comilão e beberrão, amigo de publicanos e de pecadores” [6]. Não aprenderam que a verdadeira religião não tem a ver com as aparências, mas com o coração.
Assim, no Evangelho, o primeiro filho aparentemente desobedece, mas, depois, faz a vontade do pai; e o segundo aparentemente obedece, mas, no fim, manifesta-se como um rebelde. Que o Senhor nos ajude a amá-Lo com verdadeiro amor e determinação e não nos deixe cair na tentação de viver segundo as aparências.

Referências:
Cf. 2 Sm 12, 1-15.
Suma Teológica, III, q. 85, a. 1.
Lc 7, 37-38.
Apud Santo Tomás de Aquino, Catena Aurea in Lucam, 7, 6.
Lc 7, 47.
Mt 11, 19.
Fonte: Reflexões Fransciscanas em 28/09/2014

HOMILIA

OS DOIS FILHOS

Os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no reino dos céus, disse Jesus às autoridades judaicas que o escutavam no Templo. Podemos imaginar o escândalo que estas palavras causaram aos ouvidos dos “justos” de Israel! Ser precedido nos céus por uma prostituta ou um cobrador de impostos?! No tempo de Jesus, os cobradores de impostos eram totalmente desonestos. Não poderia se ouvir ofensa maior. Ser colocado para trás logo por quem? Por pessoas de má fama?
Mas, por que Jesus reprova tanto estes sacerdotes e anciãos? Onde foi que eles erraram? Exatamente na incoerência entre o “falar” e o “fazer”. E Jesus mostra isso claramente com a parábola dos dois filhos. Nela, para ambos os filhos, o pai pede cordialmente que trabalhem na vinha. O primeiro se prontifica imediatamente: “Sim, Senhor!”, mas não move uma palha. O segundo está decidido: “Não quero!”, mas pensa melhor e aparece lá para trabalhar.
No primeiro filho, as palavras são boas e gentis, mas falta a sua realização. No segundo, as palavras até parecem brutas, mas a ação é boa. As palavras por si só não salvam, é preciso praticá-las. O próprio Jesus já havia alertado: “Não quem me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade do meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21). Já o exemplo do segundo filho é autêntico: ele cumpre a vontade do pai não com palavras, mas com ações.
Os chefes judaicos até que estavam de acordo que a vontade do Pai só pudesse ser cumprida com ações, mas não estavam de acordo de jeito nenhum com a aplicação que Jesus fizera desta parábola. Assim, percebemos que tipo de distância abismal havia entre o dizer e o fazer na religiosidade farisaica e que é tão viva ainda hoje. A reprovação de Jesus é dirigida a quem dá mais valor às aparências do que à essência, mais às palavras que à prática, mas ao exterior que ao interior. Se formos fazer um exame de consciência bem feito, vamos perceber imediatamente como somos fariseus, como o primeiro filho pronto a dizer “sim” com os lábios, mas a não fazer quase nada quando o assunto é cumprir a vontade de Deus.
A exortação de Jesus se torna ainda mais provocante, como já dissemos acima, porque contrapõe aos seus interlocutores os publicanos e as prostitutas. Para os chefes dos judeus, o fato de serem mencionados juntamente com pessoas dessa classe era muito ofensivo. Eles desprezavam e excluíam totalmente estas pessoas. Jesus, pelo contrário, vê nelas o segundo filho. Num primeiro momento, deram um não, mas depois se arrependeram e fizeram a vontade do Pai. Jesus não aprova o modo de vida delas, mas reconhece a acolhida que elas deram à mensagem de conversão de João Batista e a julga como o cumprimento da vontade de Deus.
Jesus afirma que só aquele que reconhece o seu pecado pode se arrepender; aquele que se acha justo, um auto-suficiente, seguro de sua justiça, nunca vai reconhecer que erra. De fato, foi isto o que aconteceu pela pregação de João Batista: os fariseus o rejeitaram, enquanto os pecadores se arrependeram e se converteram. Aqueles, de fato, não se agradaram em ouvi-lo, estavam fechados ao Evangelho e só quem se deixa tocar pelo Evangelho, se afasta de si mesmo (já que, no fundo, a religiosidade farisaica é o agradar a si mesmo, pelo próprio comportamento, pelas próprias ações) e se abandona à vontade de Deus.
Até que os fariseus faziam boas e muitas ações, pois observavam a lei de Moisés, mas esqueciam a parte fundamental: reconhecer os sinais da presença de Deus, primeiramente em João Batista, depois em Jesus. Descobrimos assim que a manifestação concreta da vontade de Deus não coincide nunca com aquilo que nós desejamos e que já pré-estabelecemos como o nosso bem, mas tem sempre a ver com a fé, uma fé que envolve todo o nosso ser e se concretiza numa pequena, simples, mas dificílima ação. O importante não é, portanto, fazer alguma coisa, mas fazer aquilo que Deus quer que nós façamos pela obediência da fé.
Pai, quero ser para ti um filho que escuta a tua Palavra e se esforça para cumpri-la com sinceridade. Que a minha resposta ao teu apelo não seja pura formalidade.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 28/09/2014

REFLEXÕES DE HOJE

27 DE SETEMBRO-DOMINGO


HOMILIA DIÁRIA

A Palavra de Deus semeada em nós provoca mudanças de atitudes

Deus não olha para o tamanho do pecado de cada um de nós. Ele olha, na verdade, para a nossa abertura e para a nossa conversão de vida.

“Em verdade vos digo que os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus” (Mateus 21, 31).

A Palavra de Deus hoje anunciada é um forte chamado ao nosso coração para que façamos realmente uma verdadeira experiência de conversão e de mudança de vida. Veja bem, não adianta eu dizer que sou cristão, que sou católico, me orgulhar porque vou à Missa, porque rezo em casa, conheço a Bíblia, mas me comportar com indiferença diante das palavras de Jesus, que me chamam à conversão e à transformação de vida. Porque é deste modo que se comportaram muitos na época de Jesus. Eles ouviram o que o Senhor dizia, mas como achavam que já conheciam a vontade de Deus, comportaram-se com uma total indiferença.
Na história do Evangelho de hoje, o primeiro filho diz: “Pai, eu vou fazer a sua vontade”. Mas, quando o pai apresenta qual é a sua vontade ao filho, este simplesmente não a coloca em prática. O segundo filho, num primeiro momento, põe dificuldade, até diz ”não”, mas depois reflete melhor e deixa-se tocar pelo pedido do pai e dá a sua resposta positiva.
Quando Jesus diz que as prostitutas, os cobradores de impostos e os pecadores nos precedem no Reino de Deus porque, muitas vezes, nos sentimos justos, justificados, bons diante de Deus e não nos deixamos converter diariamente e verdadeiramente pela Palavra de Deus. Ao contrário de muitos de nós, muitos destes acolhem a Palavra, por maiores que sejam os vícios vividos ou a vida errada que já levaram, e se convertem de verdade!
Por isso, Deus não olha para o tamanho do pecado de cada um de nós. Ele olha, na verdade, para a nossa abertura e para a nossa conversão de vida. Porque, o que importa não é o tamanho do pecado, mas a grandeza da misericórdia de Deus, que tudo lava, que tudo purifica e que tudo renova, quando eu e você estamos verdadeiramente arrependidos.
Nós não devemos nos comportar, na casa de Deus, como meros espectadores! Não devemos ser alguém que ouve, que acha bonito o que se fala, mas não se deixa tocar, não se deixa converter, não permite realmente o seu coração ser mudado e transformado pela Palavra de Deus.
Que essa Palavra, hoje, semeada em nosso coração, provoque em nós mudanças de atitudes, de hábitos, de gestos, de coração, de mentalidade, para que não sejamos como o primeiro filho do Evangelho, aquele filho que diz “sim”, mas no fundo não coloca em prática a vontade do pai. Podemos ser até, no primeiro momento, duros, mas o importante é vencer a dureza e deixar a Palavra de Deus nos transformar a cada dia.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 28/09/2014

Oração Final
Pai Santo, dá-nos sabedoria e força para transformar em atitudes existenciais a tua Presença em nós. Que nossas relações com os irmãos, com a natureza e o respeito à vida sejam nosso testemunho de gratidão por sabermos que somos morada do teu Amor. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/09/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ensina-nos a trabalhar com alegria na tua vinha. Faze-nos conhecer a nobreza do serviço generoso e gratuito prestado aos irmãos em nome do teu Amor de Pai que também é Mãe. Conserva-nos, Pai amado, nos teus Caminhos. Por Jesus, o Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/10/2017

ORAÇÃO FINAL
Pai que és pleno de misericórdia, nós desejamos viver a tua Lei – aquela que escreveste em nossos corações. Queremos acompanhar a Jesus, a tua Palavra Encarnada que se fez nosso irmão. Faze-nos seguidores alegres e operosos, dispostos a suportar junto com os irmãos o peso de nossos fardos. Pelo mesmo Jesus, o Cristo, que contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.