domingo, 5 de fevereiro de 2023

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 05/02/2023

ANO A


5º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano A – Verde

"Vós sois o sal da terra." Mt 5,13

Mt 5,13-16

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A liturgia de hoje nos recorda que o Cristão deve iluminar, com a luz de Cristo, o mundo onde vive. Jesus sabe que a luz brilha dentro de nós e que essa luz não deve ficar oculta. Foi-nos concedida para repelir o poder das trevas dando real sentido à existência.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, o Senhor nos convidou, e nós aqui estamos respondendo ao seu convite para participar da Ceia memorial de sua Páscoa. Parti- cipando, experimentaremos sua misericórdia, bondade e seu grande amor por nós. Neste do- mingo, Jesus diz o que espera de cada um de nós: que nos torne- mos servidores do Reino, sendo sal e luz do mundo. Acolhamos este mandato do Senhor e, nesta celebração, supliquemos ao Pai que nos envie o seu Espírito para que sejamos uma comunidade fiel àquela missão que seu Filho nos confiou.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: É um imperativo de Jesus para nós, seus discípulos e discípulas: que brilhe nossa luz! Jesus não quer que formemos um grupo clandestino, fechado em si mesmo e preocupado apenas com questões internas. Lança-nos, antes, à publicidade, à sociedade, ao mundo. Jesus sabe que a luz brilha dentro de nós e que essa luz não pode ficar oculta. É necessária para o mundo. Sabe, igualmente, que existe em nós um potencial imenso que pode impedir a corrupção do mundo: o sal! E quer que nos diluamos na sociedade para dar sabor e impedir a corrupção. Mas muito além de qualquer forma de humildade e modéstia, Jesus quer que sejamos luz no caminho de nossos irmãos e irmãs. Foi-nos concedida a luz da fé para iluminar, para acompanhar, para dar sentido ao mundo. Fomos feitos sal da terra para dar sabor ao alimento, para dar sabor à vida humana.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs: o Senhor nos convidou, e nós aqui estamos respondendo ao seu convite de participar da Ceia memorial da páscoa de Jesus. Participando, experimentaremos sua misericórdia, bondade e seu grande amor por nós. Neste domingo, Jesus diz o que espera de cada um de nós: sermos servidores do Reino, no aqui e agora, como sal e luz do mundo. Acolhamos este mandato do Senhor e, nesta celebração, supliquemos ao Pai que nos envie o seu Espírito para que sejamos uma comunidade fiel àquela missão que seu Filho nos confiou.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O trecho evangélico está no contexto das bem-aventuranças. Os que são proclamados bem-aventurados, não o são só para sí mesmos, mas também perante o mundo; para a realidade terrestre são Luz e Sal. "Vós sois a luz do mundo": Jesus disse estas palavras em primeiro lugar para os que crêem, os discípulos que são os pobres, os mansos, os que têm fome e sede de justiça... São luz não porque pertencem à Igreja, ou porque tenham uma doutrina de salvação a comunicar, nem porque são homens de oração e fiéis ao culto; mas em primeiro lugar porque são pobres, mansos, puros de coração...

SAL DA TERRA E LUZ DO MUNDO.

Gosto de ler os escritos do profeta Isaías. Suas palavras poéticas, chegam até nós de uma forma tão adorável que vão entrando pelos olhos e ouvidos e descem ao coração como aviso, denúncia, chamada de atenção e também de doçura para o cotidiano de nossas vidas, nos desafiando a um comportamento novo e um novo jeito de entender a vida. A perícope deste domingo indica três verbos que são determinantes para a ação humana: repartir, acolher e cobrir, e aponta pessoas concretas a serem beneficiadas por gestos tão nobres: pobres, indigentes, peregrinos, famintos... Ainda mais, pede para destruir os “hábitos autoritários e a língua maldosa”. Modelados por esta “poesia profética”, podemos recomeçar todos os dias numa dinâmica que culminará com o brilho da luz de Deus a clarear como o sol ao meio dia. Creiamos nisso.
Belo também é o salmo 111, um hino à caridade e ao bem. Nele é apresentada uma expressiva lista de qualidades de quem sabe praticar o amor: correto, compassivo, prestativo, carinhoso, reto e justo. São pessoas de um equilíbrio admirável que vão permanecer para sempre na memória do povo, por isso o salmo não economiza em elogios: “sua lembrança permanece eternamente...permanece para sempre o bem que fez”.
O apóstolo Paulo nos diz que isso está ao alcance de todos. Não é pre- ciso ter algum dom extraordinário para realizar as obras de Deus em benefício das pessoas. Ele testemunha dizendo que sua palavra nada tinha de elevada e sentiu receio e fraqueza, mas viu em tudo o poder de Deus se manifestar de modo extraordinário.
No Evangelho, Jesus apresenta duas imagens que traduzem muito bem o modo correto de se comportar: sal e luz. “Eles, no entanto, são desdobrados em tantos outros que ganham, igualmente, muita relevância no conjunto: cidade, monte, candeeiro, casa. É como se Jesus nos indicasse que nossa ação deve ser na direção do mundo inteiro, dos altos e baixos, da cidade e da casa” (Prof. Altamir Célio de Andrade).
O sal é um dos minerais mais simples, no entanto imprescindível para nossa alimentação. No tempo de Je- sus eram usados blocos de sal para revestir por dentro os fornos de pão. Conseguia-se assim conservar o calor para o seu cozimento. Com o tempo este sal ia perdendo a capa- cidade térmica e precisava ser substituído. Os restos das placas retira- das eram utilizados para compactar a terra dos caminhos, por isso “não servirá para mais nada, senão para ser jogado fora e ser pisados pelos homens”. (cf. Mt 5,13)
O sal é útil quando entra em contato e se dissolve nos alimentos dando sabor ao que comemos e preservando-os para que não se estraguem. Ele deixa de ser o que é para que o outro seja melhor. Assim deve ser o discípulo do Senhor.
A luz não pode ficar escondida em uma vasilha, mas colocada em um candeeiro para iluminar a casa in- teira. O candeeiro não é para que os outros nos vejam, mas para que a luz de nossas vidas se espalhe e desperte a “faísca de luz” presente no coração de cada pessoa. Quanto mais luz emergir de dentro de nós, mais brilhante será o mundo em que vivemos. Pelo fato de ser benfazeja e criadora, ela nos permite dizer com o poeta Thiago de Mello, no meio de impasses, ameaças e conflitos que pesam sobre nossa vida: “Faz escuro, mas eu canto” (Padre Adroaldo Palaoro).
Por meio do profeta, do salmista, do Apóstolo e do Senhor Jesus vimos que não podemos ser simples observadores do sofrimento alheio. Desde já pensemos na proposta da Campanha da Fraternidade que fala sobre a fome. Já é a terceira campanha com este tema. Será que a realidade da pobreza ainda não nos in- comoda o suficiente para deixarmos de ser meros expectadores?
Dom José Benedito Cardoso
Bispo Auxiliar de São Paulo

Comentário do Evangelho

Sermão da Montanha

Grosso modo, todo o capítulo 58 do profeta Isaías é uma grande crítica e rejeição da parte de Deus acerca de uma religião que feche o indivíduo em si mesmo e de uma prática religiosa que patrocine a vaidade pessoal ou de grupo. De que adianta a prática do jejum e a observância do sábado, se elas não conduzem à solidariedade nem visam socorrer o próximo em suas necessidades? É esse engajamento em relação ao próximo que faz com que a pessoa brilhe como uma luz (cf. Is 58,8). A fé de Israel no Deus único e verdadeiro exige “amar o próximo como a si mesmo”. A relação com o Deus que tirou o seu povo do país da escravidão e lhe deu uma Lei exige da parte do povo que ele preserve em tudo o dom da vida e da liberdade. Na prática do amor fraterno, na misericórdia, o ser humano brilha como uma luz, porque ele reflete a Glória divina.
O texto do evangelho é parte do discurso introdutório do Sermão da Montanha (Mt 5–7). As imagens do sal e da luz permitem definir a identidade dos discípulos. O sal serve para dar sabor, para conservar e purificar; é, ainda, ingrediente indispensável para o sacrifício e a aliança (Lv 2,13; Ez 43,24). O sal utilizado na aliança simboliza a perenidade do pacto. Os discípulos, pela graça de Cristo, dão sabor ao mundo, sentido à existência humana. No entanto, é preciso estar atentos, pois o sal pode ser adulterado; quando isso acontece, ele não serve para mais nada, pois perdeu sua função. Atenção: sal demais estraga a comida! A vocação de Israel é a de ser luz (Is 42,6; 49,6). Também é a vocação dos discípulos de Jesus. A luz que resplandece nos discípulos é a de Cristo Ressuscitado, ele que é a “luz do mundo” (Jo 8,12). É através das boas obras, as obras de misericórdia, que a luz resplandece e ilumina, não para enaltecer a pessoa, mas para remeter os beneficiários dessas boas obras Àquele que é a fonte de todo bem: “o Pai que está nos céus”. Luz demais ofusca a visão! A medida do sal e a intensidade da luz são a medida da ação de Deus na vida do discípulo. Somente desse modo sal e luz conservam sua propriedade e função específicas. Apenas quando o discípulo se deixa conduzir pelo sopro de Deus e é movido unicamente pelo desejo de servi-lo, é que ele exprime a sua verdadeira identidade.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, tenho diante de mim o mundo todo a ser evangelizado. Transforma cada circunstância e cada momento da minha vida em chance para dar testemunho do teu Reino.
Fonte: Paulinas em 09/02/2014

Comentário do Evangelho

O discípulo é reflexo da luz divina.

Uma das características da vida cristã é a união entre a escuta da palavra e o agir em consonância com essa escuta (cf. Mt 7,21.24-27). É o que sugere a parábola do sal. Para realizar a sua dupla função de condimentar e conservar, o sal tem que preservar sua propriedade característica. Se o sal perde sua característica, não serve para mais nada, será lançado fora e pisoteado. Da mesma forma o discípulo, se ele perde a sua qualidade própria de testemunha, ele não serve para mais nada como discípulo. O sal simboliza a fé viva do discípulo; o desvirtuar-se de sua característica equivale à perda da fé. Para evitar a perda da fé e mantê-la viva é necessário que o discípulo permaneça unido ao Senhor. Desde muito cedo Israel é chamado a ser luz para as nações (Is 42,6; 49,6; Lc 2,32). A luz que resplandece no discípulo é a luz do Cristo ressuscitado e a luz da Palavra de Deus que ilumina os seus passos. É necessário que na sua vida no mundo essa luz apareça através do seu agir. Ela não pode ser ofuscada por qualquer outra preocupação que não a busca do que é próprio do Reino de Deus (cf. Mt 6,33). O discípulo é reflexo da luz divina.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, tenho diante de mim o mundo todo a ser evangelizado. Transforma cada circunstância e cada momento da minha vida em chance para dar testemunho do teu Reino.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/06/2014

Vivendo a Palavra

As metáforas de Jesus: sal e luz. O sal não deve aparecer, mas sua presença, na medida certa, ressalta o sabor do alimento. Os cristãos no mundo devem ser assim: não condenar, mas tornar a vida mais saborosa, colocando nela a Esperança – certeza de que somos filhos amados a caminho do encontro com o Pai.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/06/2014

Reflexão

Todos nós devemos testemunhar Jesus e os valores do Reino dos céus a fim de que o mundo não se corrompa, mas descubra os caminhos da santidade, da justiça e da graça. Com isso, é de suma importância que o anúncio da Palavra seja acompanhado pela coerência de vida, pela busca da santidade e pelo seguimento de Jesus a partir da vivência dos seus mandamentos. O Papa Paulo VI nos falava sobre isso na sua Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, quando se referia à exigência da santidade em todo trabalho evangelizador. Todo trabalho evangelizador deve começar pela caridade, pelo serviço, ou seja, pela explicitação, através da vida, dos valores do Evangelho.
Fonte: CNBB em 10/06/2014

Reflexão

I. INTRODUÇÃO GERAL

O Antigo Testamento apresenta as ações éticas em favor dos necessitados como portadoras de luz. “Se saciares os pobres, tua luz brilhará nas trevas” (Is 58,10). Segundo o evangelho, os discípulos, à medida que souberem apropriar-se do espírito das bem-aventuranças, adquirirão aquela sabedoria sobrenatural que os torna sal da terra e luz do mundo (Mt 5,13-14). As ações dos discípulos farão brilhar a luz de Deus, e não sua própria luz: “que, vendo vossas boas ações, eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus” (Mt 5,16b). Modelo esplêndido de discípulo de Cristo, sal e luz do mundo, é o apóstolo Paulo. A eficácia de seu apostolado não está na “sublimidade de palavras ou de sabedoria” (1Cor 2,1), mas na vida totalmente inspirada no evangelho e configurada a Cristo.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Mt 5,13-16): Vendo vossas boas obras, glorificarão a Deus

Terminado o discurso das bem-aventuranças, Jesus se refere ao papel de seus discípulos no mundo: ser sal e luz. Mas, para que isso seja possível, é necessário serem realmente pobres em espírito, mansos, misericordiosos, puros, pacíficos e alegres, apesar das perseguições.
Os cristãos são chamados a transformar o mundo insípido (sem sal), insensato (sem a sabedoria divina) e sombrio (sem a luz de Deus) em Reino de Deus, no qual esses valores têm a primazia. Contudo, há o reverso da medalha: se os cristãos não tiverem o espírito do evangelho, não servirão para a edificação do Reino.
Tendo a própria vida configurada à vida de Cristo, cada ação praticada no seguimento de Jesus se tornará como que um candelabro a iluminar “todos os que estão em casa”. Será como uma “cidade no alto do monte”, vista por todos os peregrinos cansados e atraindo-os para o conforto de uma hospedagem.
Quem segue o Cristo com autenticidade se torna portador de sua luz, pois deixa transparecer na própria conduta sua vida e sua mensagem e atrai todos para Deus.

2. I leitura (Is 58,7-10): Teus atos de justiça irão à tua frente

Esse texto de Isaías trata do que agrada e desagrada a Deus. Especificamente, a vontade de Deus é que o amemos acima de todas as coisas e amemos o próximo como a nós mesmos. Esse é o resumo da Escritura. Os judeus já sabiam disso (Lc 10,25-28).
O pecado consiste basicamente em não fazer a vontade de Deus resumida nesse princípio. Para reatar a amizade com Deus, o judeu oferecia sacrifícios, e, por meio da substituição da vida do ofertante pela vida do animal (a oferta), era mostrado de forma ritual o desejo do ser humano de entregar sua vida nas mãos de Deus.
Estando longe de Jerusalém, impossibilitados de ir ao templo, os judeus substituíam o ritual do sacrifício pelo jejum. O jejum e os demais ritos penitenciais eram sinais de sincero arrependimento e expressão de mudança radical de conduta (Jn 3,8).
Contudo, esse texto de Isaías, dirigido aos judeus dispersos pelo mundo, reclama da prática do jejum quando outras pessoas estão sem roupa, enfermas, sem alimento, injustiçadas. A verdadeira ação que agrada a Deus não se limita a rituais, sejam quais forem; ao contrário, é necessário voltar-se para o “outro”. Só assim a glória de Deus resplandecerá no mundo.

3. II leitura (1Cor 2,1-5): O anúncio pelo testemunho

Paulo é o modelo de discípulo que, por meio do evangelho, se torna “sal e luz” no mundo. E o mundo que ele evangeliza – aqui especificamente a cidade de Corinto – é um ambiente onde os homens brilham por sua sabedoria e eloquência. No entanto, o projeto de Deus difere do projeto meramente humano, pois a sabedoria divina se revela nos que se deixam conduzir por ele, como é o caso de Paulo. Como ministro do evangelho, Paulo tem como base de sua pregação unicamente a força do Espírito, que o conduz segundo o plano divino. Plano esse revelado na “loucura da cruz de Cristo”, no qual apresenta o caminho de acesso a Deus. Esse caminho não é o do poder, do prestígio ou da sabedoria humana, o qual leva o ser humano a se gloriar de si mesmo. Mas é um caminho inovador, totalmente diferente daquele proposto pelo mundo. Um caminho de oferta total de si às mãos daquele que é fonte de vida: o Pai. Por isso, Paulo não necessita recorrer à sabedoria humana. Sua vida entregue a Cristo testemunha esse poder e essa sabedoria de Deus, fonte de salvação para os que creem.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

Ser “sal da terra” é testemunhar no mundo a vida em Cristo por uma conduta reta, baseada no amor a Deus e ao próximo. Os rituais que realizamos devem constituir uma expressão dessa vida unida a Deus, testemunhada na prática dos valores do Reino. Nisto consiste a missão do cristão: temperar o mundo com o “sal” do Reino de Deus, para que os seres humanos saboreiem as coisas do alto e, com isso, busquem em Deus o alimento para a vida eterna. Sem isso, os ritos são vazios.

Aíla Luzia Pinheiro Andrade
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail: aylanj@gmail.com
Fonte: Vida Pastoral em 09/02/2014

Reflexão

CHAMADOS A SER SAL E LUZ

A vocação cristã é ser “sal da terra” e “luz do mundo”. Ser sal e luz, eis o desafio de todo discípulo de Jesus. No contexto das bem-aventuranças, o cristão é chamado a ser feliz não fechado em si mesmo, mas no meio da sociedade, sendo luz e sal.
Todos sabemos a função e a importância do sal e da luz. A luz ilumina e é necessária para haver vida – sem ela não há vida sobre a face da terra; o sal tem a função de conservar os alimentos e dar-lhes sabor e gosto. No batismo recebemos a vela acesa, símbolo de Cristo ressuscitado que ilumina o fiel, e em muitos lugares ainda se usa o sal no rito batismal.
O sal e a luz se revelam no cristão quando ele produz boas ações, levando as pessoas a louvar o Pai do céu. Não podemos ser cristãos pela metade, apenas de nome, mas sê-lo com as obras e a vivência. A sociedade não se contenta apenas com belas palavras, ela quer ver fatos e gestos concretos. O caminho para isso é a vivência das bem-aventuranças.
Na prática, o evangelho deste domingo nos apresenta algumas características do testemunho cristão: visibilidade – a luz deve brilhar no meio da comunidade, não ficar escondida; universalidade – Cristo inicia sua missão pelos últimos, mas busca a todos; consistência – não apenas palavras, mas ações concretas; transparência – boas obras que levem as pessoas a louvar o Pai celeste.
O cristão é, pois, chamado a proporcionar vida e otimismo à comunidade, brilhando como luz; dar sentido e sabor à vida, sendo sal em seu meio. O papa insiste que a comunidade cristã não existe para si mesma; a Igreja precisa sair de si para não tornar-se uma ONG. Disse ele: “Quero que a Igreja saia às ruas”. Propondo-se como luz e esperança diante dos problemas e desafios, ela “deseja oferecer a sua colaboração em todas as iniciativas que signifiquem um autêntico desenvolvimento do homem todo e de todo homem” (papa Francisco). Com as autoridades e com a sociedade, é chamada a colaborar para a construção de uma sociedade justa, igualitária e solidária.
Pe. Nilo Luza, ssp
Fonte: Paulus em 09/02/2014

Reflexão

SER SAL E LUZ COM O EXEMPLO

No evangelho deste domingo, o Senhor fala-nos da nossa responsabilidade perante o mundo: “Vós sois o sal da terra… vós sois a luz do mundo”. Diz isso a todos os que querem ser seus discípulos, e apresenta o sentido da presença e da ação da comunidade cristã no mundo.
O sal: ninguém vive sem sal. Ele conserva os alimentos, preserva-os da corrupção e lhes dá sabor, torna-os agradáveis. A luz: é a primeira obra da criação e é símbolo do Senhor, do céu e da vida.
Os discípulos de Cristo são o sal da terra: dão sentido mais alto a todos os valores humanos, evitam a corrupção, trazem, com suas palavras, a sabedoria às pessoas. São também luz do mundo, a qual orienta e indica o caminho no meio da escuridão. Quando os cristãos vivem segundo a sua fé e têm um comportamento irrepreensível e simples, brilham como astros no mundo, na comunidade, em meio ao trabalho e aos seus afazeres, na vida cotidiana.
Um olhar à nossa volta é suficiente para vermos que, hoje em dia, é como se as pessoas houvessem perdido o sal e a luz de Cristo. Os vícios se espalham facilmente: a imoralidade, o ódio, a violência, a exploração, a vingança… Num mundo onde cada qual procura o próprio interesse, o cristão é chamado a ser o sal que conserva. Ele revive, permanentemente e em favor de todos os princípios da doação de si aos irmãos e irmãs.
Transformaremos verdadeiramente o mundo à medida que o ensinamento começar com o testemunho da nossa própria vida. Se formos exemplares na vida social, no trabalho, na comunidade; se dedicarmos à família o tempo de que os filhos e os pais necessitam; se os que nos rodeiam virem que estamos alegres mesmo em meio às contrariedades e à dor; se formos cordiais, então crerão nas nossas obras mais do que em qualquer outro discurso e sentir-se-ão atraídos pelo ideal de vida que as nossas ações lhes revelam.
Assim, poderemos mostrar ao mundo o que significa seguir verdadeiramente o Senhor no cotidiano, tal como os primeiros cristãos. São Paulo insistia com os fiéis de Éfeso: “Eu vos exorto a andar de uma maneira digna da vocação a que fostes chamados” (Ef 4,1). O exemplo prepara a terra em que a palavra frutificará.
Sejamos conhecidos como homens e mulheres de esperança, simples, verazes, alegres, trabalhadores, otimistas; comportemo-nos como pessoas que cumprem retamente os seus deveres e sabem atuar a todo o momento como filhos de Deus, sem se deixar arrastar por qualquer vento. A vida cristã constituirá, então, um sinal claro da presença do Espírito de Cristo na sociedade, na comunidade.
Por isso, convém perguntar-nos com frequência na nossa oração pessoal se os que vivem conosco, nossos colegas de trabalho, nossos familiares e amigos se veem levados a glorificar a Deus quando presenciam nossas ações, porque veem nelas a luz de Cristo. Seria um bom sinal de que em nós há luz e não escuridão, amor de Deus e não tibieza.
Pedimos hoje à Virgem Maria que saibamos ser sal que impede a corrupção das pessoas e da sociedade e luz que não só ilumine, mas aqueça com a vida e com a palavra; que estejamos sempre acesos no amor, não apagados; que a nossa conduta reflita o rosto amável de Jesus Cristo.
Pe. Gilbert Mika Alemick, ssp
Fonte: Paulus em 09/02/2014

Reflexão

O texto é precedido das bem-aventuranças e dá continuidade ao Sermão da Montanha. Todos conhecemos o valor e a importância do sal e da luz. O sal dá sabor ao alimento e o preserva, e a luz ilumina a vida. Jesus compara seus seguidores a esses dois elementos. O Mestre atribui a seus discípulos grande responsabilidade e enorme desafio: ser sal da terra e luz do mundo, sem pretensão de grandeza ou status. No Antigo Testamento, o sal era visto como sinal que preservava a inviolabilidade da aliança; portanto, era símbolo de fidelidade, compromisso e perseverança. Assim, o cristão deve ser aquela pessoa que é fiel ao projeto de Jesus e procura mantê-lo sempre vivo na sociedade, preservando-o do desvio. O sal compromete Deus e a comunidade numa causa comum: a justiça do Reino. O cristão é luz enquanto segue Jesus, luz do mundo. O discípulo brilha na sociedade com suas boas obras; não para se vangloriar, mas para que as pessoas louvem o Pai. Tudo isso é possível, vivendo as bem-aventuranças.
Oração
Ó Jesus, luz que ilumina todo ser humano, dá-nos a força para sair do esconderijo, da inércia e do comodismo, a fim de mostrar ao mundo as obras que realizas em nós. A luz que habita nosso ser se expanda por toda a parte; para a glória de Deus Pai. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 09/02/2020

Reflexão

Após proclamar o sermão das bem-aventuranças, Jesus continua mostrando aos discípulos a importância de não se deixarem contaminar pela sociedade injusta, contrária ao Reino de Deus: “Vocês são o sal da terra. Ora, se o sal perde o sabor… não serve mais para nada”. O testemunho dos discípulos do Reino de Deus tem de ser eficaz para transformar a sociedade. Do contrário, a pregação deles será inútil e ficará abafada pelo mundo que eles pretendem salvar. “Vocês são a luz do mundo”: os discípulos não são luz para si mesmos. Eles assumem e continuam a missão de Jesus: manifestar o Reino e a presença salvadora de Deus. “Brilhe… a luz de vocês diante das pessoas”. A luz deles brilhará diante dos outros na medida em que viverem conforme as “bem-aventuranças”.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

Reflexão

«Vós sois a luz do mundo»

Rev. D. Josep FONT i Gallart
(Getafe, Espanha)

Hoje, o Evangelho nos faz uma grande chamada a sermos testemunhos de Cristo. E nos convida a sê-lo de duas maneiras, aparentemente, contraditórias: como o sal e como a luz.
O sal não se vê, mas se nota; se sente no, paladar. Há muitas pessoas que “não se deixam ver”, porque são como “formiguinhas” que não param de trabalhar e de fazer o bem. Ao seu lado se pode sentir a paz, a serenidade, a alegria. Têm —como está de moda dizer hoje— “boas energias”.
A luz não se pode esconder. Há pessoas que “as vemos de longe”: Santa Teresa de Calcutá, o Papa, o Sacerdote de algum lugar. Ocupam postos importantes por sua liderança natural ou por seu ministério concreto. Estação “acima do candeeiro”. Como diz o Evangelho de hoje, «Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha. Nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos os que estão em casa» (cf. Mt 5,14.15).
Todos estão chamados a ser sal e luz. Jesus mesmo foi “sal” durante trinta anos de vida oculta em Nazaré. Dizem que São Luiz Gonzaga, enquanto brincava, ao perguntar-lhe que faria se soubesse que em poucos minutos morreria, respondeu: «Continuaria brincando». Continuaria fazendo a vida normal de cada dia, fazendo a vida agradável aos companheiros de jogo.
Às vezes estamos chamados a ser luz. E somos de una maneira clara quando professamos nossa fé em momentos difíceis. Os mártires são grandes iluminados. E hoje, de acordo com o ambiente, somente o fato de ir à missa já é motivo de burlas. Ir á missa já é ser “luz”. E a luz sempre se vê; mesmo que seja muito pequena. Uma luzinha pode mudar uma noite.
Peçamos uns pelos outros ao Senhor para que saibamos ser sempre sal. E saibamos ser luz quando seja necessário ser. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós (cf. Mt 5,16).

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Mais uma vez, refere-se ao mundo, ao mundo inteiro; luz para ser compreendida num sentido espiritual. Com estas palavras, o Senhor insiste na perfeição da vida que os seus discípulos devem levar» (São João Crisóstomo)

«Vós que recebestes nos vossos corações a mensagem salvadora de Cristo, sois portanto o sal da terra, pois deveis ajudar a evitar que a vida do homem se deteriore ou seja corrompida pela busca de falsos valores» (S. João Paulo II)

«A fidelidade dos baptizados é condição primordial para o anúncio do Evangelho e para a missão da Igreja no mundo. Para manifestar diante dos homens a sua força de verdade e irradiação, a mensagem de salvação deve ser autenticada pelo testemunho de vida dos cristãos (...)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.044)

Recadinho

O que é evangelizar? - De que modo participo da evangelização? - Minhas ações são evangelizadoras? - Tenho oportunidade de evangelizar através da palavra? - Procuro ser luz? Ao caminho de quem ilumino?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 09/02/2014 e 10/06/2014

Comentário do Evangelho

SAL E LUZ

As parábolas do sal e da luz confrontam os discípulos do Reino com sua responsabilidade perante a realidade humana, apelando para a força transformadora de sua presença no mundo. Na medida em que se revelam servidores, manifestam a profundidade de sua adesão ao projeto de Deus.
A vocação de servidor concretiza-se na ajuda às pessoas a fim de que elas enfrentem as insinuações do maligno que quer corrompê-las pela maldade e pelo egoísmo.
Se, diante da corrupção do mundo, o discípulo permanece impassivo, recusando-se a agir, será como o sal insosso. Logo, tornar-se-á imprestável, e deverá ser jogado fora. A cozinheira não terá por que conservá-lo. Algo semelhante passa-se com o Pai em relação ao discípulo omisso diante da realidade a ser transformada.
Por outro lado, o discípulo mostra-se servidor, quando irradia a luz de Cristo para que seus semelhantes trilhem o caminho da verdade, do amor e da justiça. Sem esta luz, correriam o risco de descambar para a mentira, o egoísmo e a injustiça, com uma conseqüente condenação. No entanto, ele deverá buscar a posição adequada para que seu testemunho de vida abranja o maior número possível de pessoas. Sua luz deve chegar a todos os seres humanos, sem distinção, de modo a fazê-los encontrar o caminho para Deus.
Oração
Espírito de responsabilidade, que o meu testemunho de vida tenha ajude as pessoas a encontrarem o caminho para Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por vossa inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 10/06/2014

Meditando o evangelho

A SERVIÇO DO MUNDO

Desde cedo, Jesus preocupou-se em evitar que o grupo de seus discípulos se transformasse numa espécie de seita, fechada e esotérica, como havia naquela época. Assim era a comunidade dos essênios, às margens do mar Morto, com um fanatismo tão radical, a ponto de se considerarem filhos da luz, relegando o resto da humanidade à condição de filhos das trevas.
A comunidade dos discípulos de Jesus, pelo contrário, fora orientada a ter uma atitude diferente: haveria de ser "sal da terra e luz do mundo". Sal e luz, segundo um autor muito antigo, eram as duas coisas imprescindíveis para qualquer ser humano sobreviver. Portanto, a presença dos discípulos, na história humana, seria semelhante à presença destes dois elementos indispensáveis: sal e luz.
O sal é imagem do que purifica, dá gosto, conserva. Dando testemunho do Evangelho pela prática das boas obras e levando outras pessoas a fazerem o mesmo, os discípulos estariam impedindo que a corrupção se apoderasse da humanidade e também ajudariam as pessoas a se manterem sintonizadas com o projeto de Deus.
De que maneira os discípulos haveriam de ser luz do mundo? Testemunhando a revelação de Deus, em Jesus Cristo, e transmitindo às pessoas essa luz divina, de forma a arrancá-las das trevas do erro e do egoísmo. Mais do que com palavras, será com o exemplo de vida que os discípulos levarão a humanidade a render glória ao Pai do céu.

Oração
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Pai, que o testemunho das minhas boas obras sirva para levar para ti a humanidade, de modo que seja preservada da corrupção e do erro.
Fonte: Dom Total em 09/02/201405/02/2017 09/02/2020

Oração
Velai, ó Deus, sobre a vossa família com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 09/02/2014

Homilia do Diácono José da Cruz

"A força do agir em comunidade"

Visitei certa ocasião uma área verde junto com agentes da Pastoral da Saúde e lá nos encontramos com um pequeno grupo de vicentinos que entregavam alimentos a algumas famílias assistidas. Conversei com uma das lideranças do aglomerado de casebres e fiquei sabendo que além dos Vicentinos e Pastoral da Saúde, havia também o trabalho importante da Pastoral da criança e do Clube de Mães que também atuava naquela pobre comunidade.
“___Olha, nós temos muitos problemas e a Comunidade de vocês, com esses grupos que estão sempre por aqui, amenizam e muito o sofrimento desse nosso povo” - afirmou a liderança no final da nossa conversa.
O Líder não mencionou o nome do Padre ou do Ministro, nem o nome dos Coordenadores de cada um desses grupos, mas falou que a “Comunidade” dava uma ajuda muito importante as pessoas daquela área verde. Uma Comunidade que celebra a Vida Nova que é Jesus Cristo, e a leva á todas as pessoas, preferencialmente as mais simples e pobres, as marginalizadas pelo sistema, torna-se esse Sal e essa Luz para a Humanidade, de que fala o evangelho.
Essas Pastorais não vão até a área verde, para fazer proselitismo e convencer os moradores a frequentarem as Celebrações, mesmo porque, algumas assistidas são evangélicos, outras nem têm religião, entretanto, a Comunidade torna-se uma referência pelo trabalho gratuito que faz, ajudando as pessoas, como reconhece o Líder do Vilarejo.
O testemunho dos agentes de Pastoral está precisamente no serviço prestado aquela comunidade carente. Inegavelmente nossas pastorais são uma riqueza que veio na esteira do Concílio Vaticano II e que leva o Agir da Igreja além das fronteiras da Comunidade. Portanto, a Comunidade não pode esconder-se, permanecendo fechada em si mesmo resumindo o agir cristão à Inter-Eclesia (dentro da igreja) muitos pensam assim, infelizmente.
Ema sociedade com tantos pontos sombrios, nós cristãos somos enviados para fazer brilhar a Luz de Cristo, com nossas atitudes e opiniões coerentes com o Santo Evangelho.  Está mais que na hora de “sairmos da toca” para revelar Jesus Cristo á toda humanidade.
Que o nosso Sal não seja insosso e a nossa Luz não esteja queimada, por desleixo, omissão ou comodismo de nossa parte. Um dia seremos cobrados pelo próprio Senhor...
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

Homilia do Diácono José da Cruz

"SAL DA TERRA E LUZ DO MUNDO"

Em uma sociedade marcada pela busca de poder, fama, prestígio e sucesso, a expressão de Jesus neste evangelho, corre o risco de ser mal compreendida “Vocês são a Luz do mundo”, isso por causa  dessa busca desenfreada de um “glamour” que contamina até nossas comunidades onde Leigos ou mesmo o próprio Clero, todos querem ‘brilhar” naquilo que fazem, serem referência e ostentarem um carisma que inegavelmente os coloca em destaque perante os demais, prevalecendo nos corações envaidecidos uma única determinação “ninguém poderá brilhar mais que eu, na paróquia”. Uma grande parte das discussões e conflitos nas reuniões pastorais, são por conta desse problema, que a gente vai camuflando e não quer admitir, haja visto a melindrosidade que ocorre em certas situações “não deixaram eu fazer tal coisa, não vou mais”  ou “tiraram a minha função sem mais sem menos” ou uma que é ainda pior “Só a “panelinha” do padre é que tem vez na paróquia.... Tudo isso porque, muitos querem brilhar, se impor, ter prestígio, ser consultado nas grandes decisões. Fazem com a melhor das boas intenções, porém se algo ameaçar apagar á sua “luz”, logo se manifestam.
Essa conduta nada tem a ver com o evangelho mas ao contrário, são influencias perniciosas á Vida de Fé, que vem de fora da comunidade.
Ser Sal da terra e Luz do Mundo se refere ao testemunho cristão, não aquele dado na igreja, por ocasião de um retiro, mas aquele do dia a dia, onde em qualquer ambiente o SER CRISTÃO deve fazer a diferença, sua presença discreta, como uma pitada de sal, mas que contagia a todos.
Provoquei minha equipe de teólogos da comunidade, que me ajudam nas reflexões, a apresentarem exemplos de pessoas com esse perfil, pois se é verdade que nas comunidades cristãs há pessoas vaidosas, querendo brilhar e ser sempre “paparicadas”, há também alguns cristãos, dos quais a gente sente orgulho de chamar de irmãos, que na comunidade pouco aparecem pois são muito discretos, estão na assembléia, atentos a Palavra, sequiosos pelo alimento que lhes dá coragem de perseverar. Minha equipe trabalhou bem e trouxe-me alguns casos que ilustram esse evangelho.
A catequista Vera contou da Filha da Tiana, 17 anos de idade, auxiliar na catequese e participante do grupo de jovens, o namorado “forçou a barra” prá cima dessa jovem, e ela, com muita classe o ‘despachou”, e diante do argumento dele, de que todas as meninas “ficam” porque é uma coisa normal, a jovem disse que a sua referência não era o costume ou a moda, mas sim o evangelho de Jesus Cristo. Na patota teve gente que achou caretice, e até se afastaram dela,  mas algumas meninas admiraram a atitude corajosa dessa jovem, e começaram a ter mais amizade com ela a partir desse dia.
Ainda na comunidade, falaram do Miro Motoqueiro, que entrega pizzas á noite, fatura menos que os outros porque respeita os sinais de Trânsito, não trafega na contra mão, e não esconde a placa da moto ao passar em alta velocidade no radar, mas obedece a velocidade estabelecida. Os outros ganham mais, são mais ligeiros e velozes porque burlam a lei, e certamente nesse mercado são mais competitivos,  “Eu acho que o Miro é sal da terra, porque é diferente dos outros” – concluiu Vera, a catequista.
E por fim citaram a Dona Maria, uma nortista que tem até fama de “enfezada” que mora na área verde, freqüenta comunidade, o marido vive bêbado e ela o trata com carinho e respeito, se desdobra para sustentar os três filhos e dia desses chamou a atenção de um traficante que estava “passando a conversa” no seu “caçula” de 12 anos, para ele ser “mula” no tráfico.
As vizinhas até chamaram a atenção da Dona Maria, que aquilo era perigoso, comprar briga com o traficante, e que ele até estava ajudando o moleque oferecendo-lhe trabalho, mas Dona Maria bateu o pé, e falou que se o traficante rodear sua casa vai chamar a polícia e botar ele prá correr, e que não tem medo de ameaças, porque tendo sua Fé em Jesus Cristo, combate a favor do Bem que é mais forte que o Mal, e mais ainda, que com ela não tem esse negócio de “lei do Silêncio”, porque a comunidade da área verde, não pode submeter-se ao Tráfico.
A gente logo imagina, quando meditamos esse evangelho, que ser Sal da Terra, Luz do Mundo e uma Cidade edificada no alto do monte, seja ser piedoso, assíduo freqüentador da igreja, cumpridor de todos os deveres com Deus e a igreja. Claro que essas coisas implicam também, mas Jesus está falando das atitudes dos seus discípulos no meio da sociedade, e esses três exemplos que os meus colaboradores falaram, está de muito bom tamanho, Cristão com “C” maiúsculo, é aquele ou aquela que “Faz a diferença”, com uma atitude e um comportamento que chama a atenção das pessoas.
Essas pessoas não são ricas, influentes ou importantes na comunidade, aliás, nenhuma delas tem algum cargo de coordenador, mas com atitudes assim se tornam colunas de sustentação da comunidade, pois, fortalecidas com a Palavra e a Eucaristia, testemunham com coragem e ousadia o santo evangelho, e não cedem ou se intimidam, com as forças do mal, presente na sociedade.
Tem muita gente assumindo ares de Cristão, escondida na igreja, nas pastorais e movimentos, mas no ambiente de trabalho, na escola, na política, nos esportes, no namoro, enfim, fora da igreja e do seu grupo, preferem ficar no anonimato, sem compromisso com a ética ou com a moral, são os cristãos de fim de semana, que depois do ‘ide em Paz e que o Senhor os acompanhe”, caem no “Vale Tudo”, acendendo uma vela para Deus e outra para o Diabo.
Ser Sal da Terra e Luz do mundo é ter atitude que contraria os usos e costumes da pós modernidade, nada se ganha com isso, ao contrário, perde-se, veja os exemplos citados, o Miro Motoqueiro deixa de faturar mais, por respeitar a legislação do trânsito, a Dona Maria corre um grande risco ao desafiar o traficante que manda na área verde, a filha da Tiana perdeu o namorado e algumas amigas.
E a minha equipe de teólogos da comunidade concluiu de maneira brilhante a reflexão: os Cristãos do tipo “Maria vai com as outras, ou  Vaquinha de Presépio, não são e nunca serão, Sal da Terra e Luz do Mundo... Acho que têm toda razão, e digo mais, são também o Sal insosso, que perdeu o seu sabor, são também uma lâmpada queimada, e uma cidade no fundo do vale, que ninguém vê e nem toma conhecimento.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

Homilia do Padre Françoá Rodrigues Costa

Hipotético apagão

Pode acontecer que venha a faltar luz em casa. Caso seja durante o dia, não há problema, a não ser que estejamos vendo algo na televisão. Graças a Deus, e à técnica, os celulares funcionam com baterias que podem durar de três a quatro dias. Ainda que seja verdade que quando se trata de um iPhone, e caso essa máquina seja muito utilizada, logicamente a bateria durará muito menos. Ao contrário, durante a noite, quando a luz falta, incomoda bastante. De repente, tudo fica escuro, não podemos ver os outros nem a nós mesmos; é preciso, então, ter cuidado para não pisar as crianças, nem o rabo dos cachorros, tampouco dar um passo em falso na escada. Nesse momento, se agradece encontrar aquele pedacinho de vela que outrora fora deixado de lado: se trata duma pequena luz, mas é luz. Depois de uma hora ou duas, três horas ou mais, a luz costuma voltar. E parece que tudo volta ao normal. Com se pode observar, não é tão evidente que nós vejamos “com os olhos”, parece mais evidente que vemos com a luz.
Que tem luz vê; que não a tem, ainda que tenha olhos, não vê nada! “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5,14). Nós, os cristãos, somos verdadeiramente a luz que ilumina os nossos ambientes! Por nossa causa é que o mundo pode enxergar. Mas por quê? Porque nós fomos iluminados por aquele que é a luz, Jesus. “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo” (Jo 9,5). Enquanto estou no mundo… ?! Mas, e depois da sua Ascensão? Nós somos a luz do mundo, Jesus continua iluminando através de nós.
Conta-se que Jesus, no dia da sua Ascensão aos céus, se encontrou com S. Gabriel Arcanjo que vinha, caminho contrário, cumprir alguma missão aqui na terra. Gabriel, ao ver o Senhor subindo aos céus e que a terra ficaria sem ele, olhou também para o planeta e observou um cenário curioso: a terra estava coberta por uma nuvem negra e o contraste negro-azul não resultava muito agradável a não ser por uns poucos, pouquíssimos, pontos de luz. Chamou a atenção do arcanjo o ambiente desolador, mas chamou-lhe mais imperiosamente a atenção a existência desses poucos pontos de luz. O arcanjo perguntou então ao Senhor: “e aqueles pontos de luz? O que são?” Jesus respondeu: “são a minha mãe e os meus outros discípulos. Eles vão iluminar toda a terra”. Gabriel, conhecendo a debilidade humana, depois de pensar um pouco, disse: “Senhor, excetuando a tua mãe, e se eles falharem?”. Ao que Jesus respondeu: “Eu não tenho outros planos”. Dito isso, Jesus continuou ascendendo rumo ao Pai.
No começo da humanidade, quando esta falhou em Adão, Deus tinha um “plano B”. O “plano A” era que Adão e Eva fossem fiéis e vivessem para sempre em amizade com Deus. Quando eles pecaram, Deus colocou em ação o plano B: a salvação por meio do seu Filho. A extensão dessa salvação, no entanto, conta com a nossa colaboração. Nós somos a luz do mundo! Existe o “plano C”? A revelação de Deus que chegou até nós através da Sagrada Escritura e da Tradição da Igreja não nos fala de um suposto “plano C”. O que nos foi revelado – e é de notar-se que não acontecerá outra revelação pública e que tudo nos foi dito em Cristo – é que Deus veio à terra e nos salvou e que ele conta conosco para estender essa salvação a cada homem, a cada mulher.
Nós, filhas e filhos de Deus, temos um papel insubstituível. Se nós falharmos, o mundo se perde! Grande responsabilidade! Grande motivo de ação de graças! Grande oportunidade para aproveitarmos os tempos e evangelizarmos, convidando todos à amizade com Deus! Ele conta conosco. Nós somos a luz e, sem nós o mundo estaria na escuridão mais terrível, no apagão geral mais tenebroso que poderia acontecer.
Quando a Igreja alça a sua voz dando critério nas coisas humanas, inclusive na vida político-econômica, ela sempre o faz tentando iluminar essas realidades terrestres com a luz de Cristo. Se ela, que é luz, e se os cristãos, que são luz, não falarem e não atuarem, o mundo ir-se-ia afundando nas trevas mais profundas. Nós precisamos aproveitar todas as ocasiões para anunciar a Cristo, para iluminar com a luz de Cristo, para queimar com o fogo de Cristo que ilumina e aquece e do qual nós somos os portadores. A política, a economia, o mundo esportivo, os lazeres, as fábricas, os comércios, e todo lugar onde um cristão pode estar honradamente, são lugares onde se deve alçar a Cruz do Senhor, que é luz, paz, alegria, responsabilidade e liberdade, vida nova.
Não podemos permitir que o mundo pereça nas trevas. Sem nós, que somos luz do mundo, tal coisa aconteceria. Logicamente, o panorama é vasto, as dificuldades são patentes e as forças são limitadas. No entanto, a nossa limitação não é um problema para ser luz, e sim a possibilidade de sê-la. São Josemaría Escrivá expressava essa realidade da seguinte maneira: “Lança para longe de ti essa desesperança que te produz o conhecimento da tua miséria. – É verdade: por teu prestígio econômico, és um zero…, por teu prestígio social, outro zero, e outros por tuas virtudes, e outro por teu talento… Mas, à esquerda dessas negações está Cristo… E que cifra incomensurável resulta!” (Caminho, 473). Com a luz de Cristo é que os cristãos iluminarão cidades inteiras, partidos políticos, grupos de empresários, universidades e centros educativos, comércios e estádios de futebol. Onde está um cristão, aí está a luz de Cristo! Mas o cristão tem que ser coerente, tem que dar a vida se for preciso. A luz que eu dou ao meu ambiente é forte como esses refletores para filmar ou fraco como aquela velinha que utilizamos quando falta luz? E, no entanto, não importa tanto a intensidade, o mais importante é continuar iluminando e pedir ao Senhor que ele intensifique a sua luz em nós.
Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa

Homilia

Espiritualidade Bíblico-Missionária

O cristão tem a graça de poder ouvir e meditar em cada domingo o Evangelho do Senhor. Ele é o grande Catequista da Comunidade reunida para celebrar a fé. Não é possível algo mais espetacular do que o Evangelho de Cristo. É tão sublime e ao mesmo tempo tão simples, que alcança o coração da criança até ao mais idoso.
Hoje o Cristo nos chama para que prestemos atenção em nosso COMPROMISSO CRISTÃO. Todo cristão batizado é interpelado a uma missão, está diante dele o desafio do Reino, e por isso não é possível levar vida cômoda, confortável, instalada na fé. O dinamismo da fé, que é na verdade o dinamismo da Palavra do Senhor em nós, nos faz sair de nós mesmos para ir ao encontro do outro.
Outro ponto importante que devemos estar atentos como cristãos, é o de não querer refugiar-nos numa religião que pratica ritos e cheia de gestos vazios, que uma vez feitos já ficam para trás, esquecidos. A fé que brota do Evangelho é uma fé viva, operante, transformadora. É luz que nos guia no emaranhado das relações humanas em nosso tempo. Quem se compromete com a transformação do mundo torna-se SAL da TERRA e LUZ do MUNDO. Ser sal é ter o gosto transformador das coisas de Deus e ser luz é redescobrir o sentido da vida na noite do mundo, pois o próprio Jesus irá nos dizer que Ele mesmo é a Luz, por isso nele está a plenitude da vida e do Reino.
Jesus nos faz PARTICIPANTES do Reino. Os “donos” de reinos no mundo são dominadores e seus súditos nada podem fazer, a não ser obedecer-lhes. Jesus nos fala do Reino e nos chama a participar dele e com responsabilidade. O Deus de Jesus nos faz comprometidos e atuantes em seu Reino. Portanto, muito diferente dos “reinos mundanos”.
Nessa participação e compromisso, o profeta Isaías nos indica como podemos e devemos ser luz no mundo. Ser luz no mundo é compromisso real com o Reino: repartir o pão com o faminto, acolher os pobres e peregrinos, vestir o nu. O profeta afirma que aí sim, a luz irá brilhar, e o Senhor estará ao seu lado: “Eis-me aqui!” Jesus confirma o que afirmou o profeta em seu tempo.
Portanto, pertencer ao Reino de Deus não é algo platônico, ou seja, vivido nas “nuvens”, mas sim dentro da história, da realidade de nosso tempo e de nossa história. Ser sal e ser luz no mundo é comprometer-se com a verdade do Reino na realidade do mundo, estando ao lado da vida e da esperança aos mais sofridos e sofredores. O reino do mundo não tem preocupação com a causa dos menos favorecidos, pois está ao lado de seus interesses egoístas. Pertencer ao Reino é ser gente diferente.
Redação “Deus Conosco”

HOMILIA

O SAL E A LUZ

Jesus acabou de apresentar o seu plano de pastoral. E então didaticamente Mateus faz uma coleção das grandes sentenças de estilo sapiencial, associadas a Jesus, para doutrinação. Ditos e sentenças esparsas, originários de palavras de Jesus, que circulavam livremente como tradição entre os cristãos. Vários destes ditos e sentenças aparecem dispersos ao longo dos outros evangelhos sinóticos, Marcos e Lucas. Depois de nos ter apresentado o seu plano pastoral no Sermão da Montanha.
Para Mateus, Jesus nos faz responsáveis pela vida dos nossos irmãos e irmãs. E por isso usa as figuras do sal, da cidade e da luz.
Mas padre, o que é ser sal e luz para o meu irmão e minha irmã? E então eu responderia: Ser sal é ser o que dá gosto às coisas. Ser luz é ser o que ilumina. Todavia, cuidado. Porque a prerrogativa de ser sal e de ser luz pode tanto se inclinar para o bem, quanto para o mal. Aquele que se volta para o mal se torna também uma pessoa salgada, porém, salga a si mesma, dá gosto a si própria. Veja bem, aquele que se projeta como um grande político ateu, um maçom em alto grau, um empresário inescrupuloso, um déspota, ou mesmo um criminoso famoso são exemplos de ser sal, mas para o mal.
Quer coisa mais salgada do que Hitler? Ele foi luz e sal, porém, em oposição ao bem. Quantas pessoas brilham por aí… brilhos efêmeros. Por exemplo, quantos cantores, compositores, atores, apresentadores, jogadores de futebol brilham ou brilharam como um cometa? Gostar de futebol, tudo bem! Mas quantos assalariados se privam de coisas para ir ao campo de futebol, fazendo com que certos jogadores ganhem fortunas. Isto é acender luzes. São luzes que acendemos impróprias, mas que “iluminam”. Poderiam ser chamadas de trevas, pois estão em oposição à luz de Deus, que é a verdadeira luz.
Devemos ter muito cuidado com o nosso agir, com o nosso ser. Deus quer que sejamos sal e luz para glorificá-lo, para a construção do Seu Reino. E isto só é possível vivendo conforme nos ensina. Por isso termina dizendo que a luz deve ser mostrada. Devemos mostrar isso às pessoas em louvor a Deus
Ser luz e ser sal para glorificar a Deus é muito diferente do que se pensa e é difícil agir com este entendimento, porque a tentação está sempre a nos sugerir que sejamos luz e sal para nós mesmos. A todo momento sentimos aquela tentação: Por que ser luz de outra forma? Seja luz para si mesmo, assim vai brilhar muito mais. Por que ser gosto de outra forma? Seja gosto para si mesmo. Você é bonito, inteligente e vai perder tudo isto por uma bobagem? Não! Pense em você, colha para si mesmo os louros de seu trabalho, de sua vitória, de seu sucesso. O pecado original surgiu daí: da vaidade e da soberba.
Este Evangelho é muito claro. Essa luz e esse sal podem ser dados para ambos os lados, adquirindo, obviamente, conotações opostas e consequências distintas. Jesus disse que não se acende uma luz para colocá-la debaixo da mesa, mas na luminária. Disse ainda que não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha, quer dizer, se estivermos crescendo diante de Deus ou do demônio, vamos aparecer de forma positiva ou negativa, naturalmente.
Este é também o Evangelho do discernimento. Devemos discernir a luz que brilha para Deus e o sal que salga para o bem. Precisamos desse discernimento, para refletirmos a luz de Deus e sermos o sal da terra louvando-o; caso contrário vamos brilhar e salgar para outras finalidades, que não conduzem ao Pai que está no Céu. Mas sim ao pai da mentira, ao pai das trevas que é satanás.
Pai, tenho diante de mim o mundo todo a ser evangelizado. Transforma cada circunstância e cada momento da minha vida em chance para dar testemunho do teu Reino.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 09/02/2014

HOMILIA

VIDA COMO SAL E LUZ DO MUNDO

Quando a bíblia fala de sermos sal, é para que tenhamos uma vida decidida, sim sim ou não não, quente ou frio, ter e viver uma vida decidida, escolher claramente o que deseja viver. Pois se o sal deixa de ser salgado ele não presta mais para nada. Se o sal for doce, ele deixa de ser sal. Então é viver somente a verdade, e não viver entre a verdade e a mentira. Não se pode andar ao mesmo tempo para a direita e para a esquerda.
Jesus compara os seus discípulos a sal e luz. Ambos são símbolos de coisas muito presentes na vida de todas as pessoas. Sem sal, não se sente o sabor dos alimentos. Sem luz não se vê nada, nem sombras, nem caminho, nem cores. A vida se torna quase impossível. O discípulo tem esta missão dar sabor e sentido ao mundo. Dar vida e sentido aos irmão.
Ser sal é viver uma vida de decisão. E quando fala para sermos luz, isso é algo simples, pois quando se tem luz, nada está escondido, tudo está à vista de nossos olhos. Já na escuridão não se tem as coisas a vista. Então ser luz é viver uma vida de transparência, uma vida limpa e íntegra, onde todos possam ver tudo o que fazemos. Pois quem é santo não tem nada a esconder, sua vida é “um livro aberto”. Jesus é um exemplo, sua vida é transparente, está escrita em um livro universal. Ser luz é ter santidade, viver uma vida de transparência. E analisando nossa vida, será que ela pode ser lida por todos? Será que todos podem ver o que fazemos ou fizemos?
Quem vive a nova lei das Bem-aventuranças, proclamada por Jesus Cristo, o novo Moisés, torna-se sal e luz do mundo. Os dois provérbios parabólicos, do sal e da luz, definem a vida e missão dos discípulos, em contraste com a dos fariseus e pagãos: «Vós sois o sal da terra ... Vós sois a luz do mundo». O sal dá sabor aos alimentos, e ainda é usado para evitar a sua corrupção. O sal também era usado na confecção dos sacrifícios (Lv 2, 13) e, portanto, assumia um papel «consacratório» e, se perdesse a capacidade de salgar, era «pisado pelos homens», num gesto dessacralizante. O sal, finalmente, também lembra a sabedoria (Mc 9, 50): devemos condimentar com ele o nosso falar (Cl 4, 6).
Os discípulos são «luz do mundo», tal como Cristo, que é a fonte da luz (Jo 8, 12). Não se acende uma luz «para a colocar debaixo do alqueire» (cf. Mc 4, 21), caso contrário, apaga-se, como acontece quando se coloca o apagador sobre uma vela.
«Sal da terra… luz do mundo: a missão dos discípulos tem um horizonte cósmico, planetário.
Se você quer saber se o que você faz é pecado ou não, se é certou ou não, basta você pensar se pode contar para todos, como: colegas; amigos; pais; no trabalho; na escola; na igreja, se puder contar, pode ter certeza que não, mas se alguém não puder saber, então... Mas temos que ter bom senso. Santidade deve ser vista por todos. A vida cristã não deve ser escondida, tem que ser algo visível, como a vida de Cristo foi. Ser sal e luz é viver sempre decidido e transparente em todas as coisas. Vamos buscar uma vida de santidade, Deus nos chama para uma vida santa.
Pai, tenho diante de mim o mundo todo a ser evangelizado. Transforma cada circunstância e cada momento da minha vida em chance para dar testemunho do teu Reino e poder um dia alcançar a Santidade junto de Vós!
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 10/06/2014

REFLEXÕES DE HOJE

DOMINGO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 09/02/2014

REFLEXÕES DE HOJE

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 10/06/2014

REFLEXÕES DE HOJE

DOMINGO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 05/02/2017

HOMÍLIA DIÁRIA

Jesus é o referencial da nossa vida!

Como Jesus, eu e você precisamos ser luz, precisamos iluminar o mundo, precisamos ser referencial neste mundo onde as pessoas caminham nas trevas e sem sentido para a sua vida.

”Reparte o pão com o faminto, acolhe em casa os pobres e peregrinos. Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne” (Is 58, 7).

Meus queridos irmãos e irmãs, neste 5º Domingo do Tempo Comum, nós começamos a refletir, na Palavra de Deus, o Sermão da Montanha, por meio do qual o Senhor nos diz que nós precisamos ser sal da terra e luz do mundo. Você sabe que uma comida sem sal, sem tempero, se torna insossa, sem sabor, sem gosto; e não há nada mais sem graça do que um alimento sem gosto, sem sabor.
Imaginem uma vida sem graça, sem sabor, sem sentido… Nós precisamos dar sentido à vida uns dos outros, nós precisamos temperar o ambiente em que nós estamos com a presença de Deus, com a alegria de Deus. Não dá para um ambiente, onde há um cristão, um homem de Deus, uma mulher de Deus, ser um ambiente triste, azedo, depressivo, para baixo. Não, o homem de Deus e a mulher de Deus fazem a diferença onde estão presentes! Não é você se tornar melhor do que ninguém, não é chamar a atenção para si, mas a sua vida, por si mesma, releva que você tem um tempero diferente.
As pessoas têm que perguntar para você: ”Qual é o seu segredo?”. Muitas vezes, o segredo de um ou do outro é simplesmente a sensualidade, a beleza deste mundo; mas os cristãos têm um segredo, o segredo evangélico, o tempero evangélico, que se chama: a presença de Jesus em nós.
Se você ainda não consegue revelar a presença de Jesus em você onde está, peça hoje que Jesus venha temperar o seu coração; tirar o azedume, tirar aquelas coisas negativas que não lhe permitem testemunhar a presença d’Ele onde quer que você esteja.
Eu e você precisamos ser luz, precisamos iluminar o mundo, precisamos ser referencial no mundo onde as pessoas caminham na escuridão, nas trevas e sem sentido para a sua vida. Nós precisamos ser a luz que aponte a direção e, uma maneira muito prática de ser luz, segundo a Primeira Leitura da Missa de hoje, é sabermos cuidar dos necessitados.
O Papa Francisco tem nos chamado a irmos às periferias da vida, às periferias da nossa própria existência, onde existe tanta tristeza, desconsolo, onde existem pessoas oprimidas e sermos uma presença de Deus na vida delas. Pois existem pessoas vivendo uma verdadeira pobreza, seja espiritual seja material. Cuidemos dos pobres, dos famintos, dos necessitados e nunca desprezemos um pobre; sejamos para ele um referencial da presença de Deus, porque a carne do pobre é a carne de Cristo para nós.
Quem está nu, demos a veste; quem está com fome, demos o pão; quem está sem referencial, mostremos o Senhor, o referencial da vida
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 09/02/2014

HOMILIA DIÁRIA

Nada de sermos cristãos azedos, amargos e sem gosto!

Nada de sermos cristãos azedos, amargos, sem gosto, sem tempero! Precisamos ser cristãos com gosto, precisamos ser cristãos com tempero da melhor qualidade para salgar e para temperar o mundo.

“Vós sois o sal da terra. Vós sois a luz do mundo” (Mateus 5, 13-14).

Jesus hoje mostra para nós o que Seus discípulos ou o que cada um de nós precisa ser no mundo em que vivemos. A primeira coisa: precisamos ser sal, sim, nós precisamos temperar, salgar, precisamos dar gosto ao mundo e à realidade em que nós vivemos. Não podemos ser aquelas pessoas insossas, que levam a vida de qualquer jeito ou que a vida não tem sentido. Muito pelo contrário, nós encontramos em Deus o sentido da nossa vida e precisamos levar esse sentido e esse sabor para a vida das pessoas que andam tão perdidas à procura de um significado e de uma resposta para tantos vazios existenciais que batem no coração humano.
Aquele que encontrou Deus como razão da sua existência sabe que a sua vida tem um outro sabor, tem um outro gosto, tem um outro significado. Mas é preciso cuidar para que o sal não perca o seu sabor. Eu e você precisamos cuidar para que a nossa vida também não se torne uma vida sem gosto, sem graça.
Não podemos deixar que nossa vida cristã se torne uma vida morna, sem significado; sem dar à vida cristã aquilo que, de fato, ela é: um testemunho vivo da presença de Deus em nós e por intermédio de nós. Uma vida cada vez mais comprometida com o Evangelho, com a oração e com a união com o Senhor. E a nossa união com Ele é que dá sentido à nossa vida!
Quantas pessoas já encontrei nesta vida que diziam: “Padre, a minha vida perdeu o sentido, minha vida não tinha mais sentido. E quando eu encontrei Jesus minha vida foi transformada, minha vida passou a ter sabor, minha vida passou a ter jeito”. Essa vida à qual Jesus deu jeito e sabor é a vida que devemos levar ao mundo. Nada de sermos cristãos azedos, amargos, sem gosto, sem tempero! Precisamos ser cristãos com gosto, precisamos ser cristãos com tempero da melhor qualidade para salgar e para temperar o mundo.
A nossa vida andava na escuridão e Cristo, que é a luz do mundo, a iluminou! Como nós precisamos iluminar a vida uns dos outros! Não podemos deixar que quem está ao nosso lado tropece e caia na escuridão. Com a luz que nós recebemos de Cristo devemos iluminar a vida uns dos outros!
Que Deus reforce e revigore o sal que há em nós, que a luz de Cristo brilhe por intermédio de nós para que o mundo conheça a luz que ilumina toda a escuridão!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 10/06/2014

HOMILIA DIÁRIA

A luz de Jesus traz sabor para nossa vida

Precisamos permitir que a luz de Jesus traga realmente sabor e gosto para nossa vida

Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5,16).

Somos o sal da terra. O sal é aquilo que dá sabor, têmpera e gosto. Traz realmente algo palpável ao nosso paladar, por isso o sal é importante e toda cozinheira o tem. Não pode haver excesso de sal, mas ele tem toda sua importância e valor; e para todas as culturas tem um valor simbólico muito forte.
“Vós sois a luz do mundo”. Veja, estou aqui fazendo essa homilia para você e o quanto é importante a luz para iluminar, para que eu veja. Você está na sua casa e sabe a importância que a luz tem para você, porque o dia que a luz se apaga, que acaba a energia, fica tudo escuro e você precisa buscar outra luz, seja a luz da vela, a luz que vem da lua, porque sem luz caminhamos na escuridão.
Precisamos ser sabor e luz, precisamos do sabor de Deus em nós, precisamos do tempero d’Ele em nós, para que nossa vida não fique insossa, sem gosto, sem sabor, sem graça, sem sentido. Para que sejamos isso para o outro, precisamos ser isso em nósprecisamos permitir que a luz de Jesus traga realmente sabor e gosto para nossa vida.
Eu preciso dizer a você: precisamos ter gosto pelas coisas de Deus! É muito ruim fazer uma coisa que você não tem gosto por ela, não tem amor nem paixão. É verdade que nem sempre a nossa vontade é a melhor, mas temos que ter o cuidado. Aqui, chamo atenção para não nos descuidarmos, porque cada descuido que temos vai nos tirando do trilho, e quando saímos do trilho, perdemos a direção e vamos aos poucos perdendo o gosto.
Precisamos ter atenção com o tal do ‘relaxo’, porque quando começamos a relaxar com as coisas, elas se perdem na nossa vida. Isso vale para qualquer coisa, principalmente, para as coisas de Deus. Ou nós temos diligência e aplicação, com vontade ou até sem vontade, fazemos as coisas de Deus, ou perdemos o gosto e o sabor por Suas coisas.
Se eu não sinto o gosto pelas coisas de Deus, como vou fazer com que os outros também gostem? Se não sou iluminado pela luz de Deus, como a levo para os outros? Os outros precisam olhar em mim e ver resplandecer essa luz, para que Deus esteja em nós, para que a Sua luz esteja em nós, para que sejamos luz para os outros, sejamos sal na vida dos outros, para que levemos o sabor e o gosto das coisas de Deus para os outros!
As pessoas, às vezes, dizem: “Eu nem sou tão santo!”. A questão não é ser muito santo ou pouco santo. Temos a obrigação de testemunhar pelas nossas obras. Temos que dar bons frutos, testemunhar em casa, na família, no trabalho. Onde nós estamos a luz de Deus brilha em nós.
Sejamos testemunhas, sejamos sal e luz! Levemos o Deus que está em nós para os lugares onde estamos.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

HOMILIA DIÁRIA

Precisamos ser luz na vida dos outros

“Vós sois a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma lâmpada e a coloca debaixo de uma vasilha, mas sim, num candeeiro, onde brilha para todos” (Mt 5,14-15).

A primeira afirmação do Evangelho de hoje é que nós somos o sal da terra, ou seja, não é que devemos ser sal nós o somos. Isso é uma maravilha! Porque Deus nos criou com sabor, Ele não nos criou insossos, sem gosto, sem tempero. A nossa constituição vital de pessoas humanas, de seres humanos é para sermos saborosos, é para darmos sabor ao mundo, às coisas.
Nos encantamos quando vemos os animais: os golfinhos, os passarinhos; nós olhamos as baleias, os peixes, os pássaros e cada um dá um tom ao mundo em que estamos. Mas só quem dá sabor a este mundo somos nós, eu e você, nós filhos e filhas de Deus, porque nós somos criados para ser sal, para dar consistência e sabor ao mundo. Sabor de saborear, de dar realmente o tempero, mas, ao mesmo tempo, também de dar aquela consistência, porque o sal quando salga o alimento, ele o conserva, ele o mantém. Só nós podemos manter a obra criada. Conservar a obra criada e transformar o mundo em que estamos pelo tempero do sal de Deus que está em nós.

Ainda que passemos por muitas tribulações e aflições nesta vida, a luz de Deus está em nós

Nós somos a luz do mundo! Deus nos criou para sermos luz na vida do outro e onde estivermos. Eu sei que tem muita luz apagada, e que tristeza! Nós deixamos, muitas vezes, que a luz de Deus que está em nós se apague, então, nos tornamos canal de desânimo, de tristeza, de negativismo, de pessimismo, de maldade nas situações em que nos encontramos. Meus irmãos, ainda que haja muitas situações para desanimar, para desesperar, isto não é a resposta que nós damos, a resposta que nós damos para o mundo que jaz nas trevas, na escuridão, é a luz de Deus que está em nós.
Não deixe essa luz apagada, acenda essa luz, acenda esse ânimo, essa fé, essa coragem, esse entusiasmo; e brilhe! Por favor, não é o brilho do mundo, não é a fantasia do mundo, não é o brilho da pessoa que passa maquiagem no rosto e quer brilhar pelas aparências externas. Brilhe pela fé, pelo ânimo,  pela coragem, brilhe!
Seja luz! Porque você leva a luz de Deus para os outros. Não seja uma luz apagada, ainda que passemos por muitas tribulações e aflições nesta vida, a luz de Deus está em nós e precisamos ser luz na vida dos outros.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 09/02/2020

Leitura Orante
5º domingo do tempo comum, 05 de fevereiro de 2017

SAL E LUZ, PRESENÇA QUE FAZ A DIFERENÇA

“Vós sois o sal da terra… Vós sois a luz do mundo” (Mt 5,13-14)

Texto Bíblico: Mateus 5,13-16

1 – O que diz o texto?

O Evangelho de hoje vem imediatamente após a proclamação das Bem-aventuranças. Isto quer dizer que aquelas e aqueles que fazem das Bem-aventuranças o programa da sua vida, são chamados a uma responsabilidade real e atual, ou seja, eles/elas não vão se tornar sal da terra e luz do mundo no futuro, mas devem ser presença diferenciada no aqui e agora, humanizando as relações e comprometendo-se com a vida mais justa e plena.
Jesus diz: “Vós sois”;  não diz “deveis ser”, ou “tenhais que vos converter em...”
“Sois”: expressão que se refere à existência toda do(a) seguidor(a) de Jesus, em qualquer circunstância e tempo. Quem segue a Jesus Cristo, torna-se plenamente convertido em sal da terra e luz do mundo
“Sal da terra…, luz do mundo”: muitas vezes estas duas imagens foram entendidas em chave proselitista, de um modo sumamente atraente para o ego e gratificante para a mente.
Ao ego lhe atrai sempre considerar-se em posse da verdade, particularmente por dois motivos: porque isso lhe traz uma sensação de segurança e porque lhe permite manter uma imagem de si “acima” daqueles que, para ele, se encontram no erro.
Ao ego lhe encanta ser “especial”, brilhar, aparecer... Ao ego lhe encanta que o reconheçam como “sal” e como “luz”, já que ele não busca outra coisa a não ser sentir-se reconhecido a qualquer preço.
Se permanecermos no clima das bem-aventuranças, cairemos na conta que a pessoa que é chamada a ser sal e luz não sai publicando por aí; ela é sal e luz não por suas ideias, doutrinas ou normas morais que busca impor aos outros, mas por ela mesma, por aquilo que ela é em sua interioridade.
Concretamente, é “sal” aquela pessoa que nos ajuda a saborear a vida com mais profundidade, porque seu gosto por viver nos contagia e nos apoia para que possamos experimentar isso também.
É “luz” porque, com sua presença amorosa, dissipa nossas obscuridades e facilita que percebamos o sentido luminoso de nossa existência, de nossa verdadeira identidade.

2 – O que o texto diz para mim?

Ser “luz” e “sal”, portanto, é o mais radicalmente oposto a qualquer atitude de superioridade e de proselitismo. Nem a vaidade, nem o fanatismo trazem sabor e luz.
A vida de Jesus aparece como “sal” e como “luz” pelo que Ele era e vivia.
Sua mensagem era sumamente simples, centrada no compromisso com todos e numa presença compassiva; afinal de contas, “sal” e “luz” é outro nome da compaixão.
Jesus despertou um movimento humanizador, carregado de sabor e iluminação, para com todos que d’Ele se aproximavam.
Sua presença desvelava a luz e o sal presente em toda e qualquer pessoa.
«Vós sois o sal da terra…” “Vós sois a luz do mundo…”:   constitui uma das afirmações evangélicas mais claras de que a missão dos seguidores de Jesus no mundo faz parte de sua própria identidade.

3 – O que a Palavra me leva a experimentar?

As imagens do sal e da luz servem também de apoio para justificar duas formas diferentes de presença e de ação no mundo.
A referência ao sal remete a uma ação invisível, pois concebe a presença dos cristãos no mundo sob a forma da encarnação, a presença silenciosa na realidade, a inserção na sociedade, deixando atuar, pelo testemunho de cada um, a força do evangelho que, como a semente, uma vez semeada, germina no campo, de dia e de noite, sem que o semeador perceba.
O específico da luz, por outro lado, é brilhar, ou seja, esta imagem realça uma forma de presença visível, através das ações comunicativas e, especialmente, do anúncio explícito, como meios para fazer chegar o evangelho ao mundo no qual o cristão é chamado a ser presença diferenciada.
De acordo com o texto, as formas de presença significadas pela luz e pelo sal são as duas, inseparáveis. São duas formas de presença no mundo; duas formas de exercício da missão, de um modo de proceder que se dá por “contágio ativo”, caracterizado pela hospitalidade, o amor mútuo, a caridade para com os pobres, a alegria contagiante...
O símbolo da luz é ainda mais rico do que o do sal: a luz ilumina, aquece, guia, agrega, tranquiliza, reconforta.
Luz é força fecundante, princípio ativo, condição indispensável para que haja vida. Tem capacidade de purificar e regenerar.
Em oposição às trevas, a Luz exalta o belo, bom e verdadeiro.

4 – O que a Palavra me leva a falar com Deus?

Senhor, vivo imersa num oceano de luz; carrego dentro a força da luz. Ela sempre está aí, disponível; basta abrir-me a ela com a disposição de acolhê-la e de fazer as transformações que ela inspira.
Pelo fato de ser benfazeja e criadora, a luz me permite dizer com o poeta Thiago de Mello, no meio de impasses, ameaças e conflitos que pesam sobre minha vida: “Faz escuro, mas eu canto”.
O ser humano é luz quando expande seu verdadeiro ser, ou seja, quando transcende e vai mais além, desbloqueando as ricas possibilidades de humanidade.
luz, por si mesma, é expansiva.
Um fotógrafo profissional fez a seguinte afirmação: “minha profissão é escrever com a luz; muitos escrevem com letras, eu com a luz”.
As fotografias dependem de como a pessoa administra a luz.
Uma preciosa motivação a buscar a luz dentro de mim mesma, a buscar esse “retrato interior” que é movido a se expor diante dos olhares dos outros.
Minha vida pode ser apaixonante se a contemplo e a construo como um diálogo de vida e de luz.
O salmista utilizará um registro parecido, contemplando o seu espaço interior como uma fonte de luz; uma fonte que deixa transparecer aquela Luz profunda que o leva por caminhos de paz e serenidade:
“Pois em Ti está a Fonte da vida e à tua Luz vemos a luz” (Salmo 36,10).

5 – O que a Palavra me leva a viver?

Ser lâmpada com a responsabilidade de iluminar o ambiente onde vivo e no meio da sociedade.
Ser “sal” e “luz”. Duas pequenas imagens ou afirmações para duas grandes atitudes.
Ter atitudes e comportamentos que projetam luz para potenciar a tímida luz presente no outro.
Deixar-me iluminar pela Luz de Deus, levar essa Luz nas minhas pobres e frágeis mãos, iluminando os recantos do meu cotidiano.
Utilizar o candeeiro para que a luz de Deus em minha vida se expanda e ilumine melhor, para que essa luz de Deus presente em minha vida chegue a lugares mais distantes.
Sou uma “sarça ardente” diante dos outros, consumindo-me constantemente, no humilde serviço; sou uma lamparina humilde, brilhando na janela da minha pobre casa, indicando aos outros o caminho da segurança e do aconchego.

Fonte:
Bíblia Novo Testamento – Paulinas:  Mateus 5,13-16
Pe. Adroaldo Palaoro, sj – reflexão do Evangelho.
Desenho: Osmar Koxne

Sugestão:
Música: Divina fonte – fx: 09 (02:42)
Autor: Jorge Trevisol
Intérprete: Jorge Trevisol
CD: Amor, mística e angústia
Gravadora:  Paulinas Comep
Fonte: Pe. Adroaldo Palaoro, sj
Postado por: admin_radio
Fonte: Paulinas Rádio em 05/02/2017

Oração Final
Pai Santo, ensina-nos a discrição do sal, a humildade da luz. Eles não querem ser elogiados, mas apenas mostrar o sabor do alimento ou a beleza dos objetos. Assim também sejamos nós: quem nos vir, não nos note, mas se lembre de glorificar-Te, Pai amado! Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/06/2014