sábado, 25 de fevereiro de 2023

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE DEUS TE ACOMPANHE…

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 25/02/2023

ANO A


Lc 5,27-32

Comentário do Evangelho

Jesus à mesa com os publicanos

A refeição na casa de Levi é a ocasião para Jesus explicitar sua missão ante aqueles que lhe faziam oposição, neste caso, os escribas e os fariseus. Chamado ao seguimento de Jesus, Levi oferece um "grande banquete" em que estão presentes "um grande número de publicanos e de outras pessoas", e Jesus com eles à mesa. Quem diz publicano, diz pecador. A mesa, o banquete, é símbolo da acolhida, de comunhão e prefiguração do banquete escatológico. No episódio de Zaqueu, chefe dos coletores de impostos, o leitor é informado de que não se entra na casa de um pecador: "Foi hospedar-se na casa de um pecador!" (Lc 19,7; ver também Lc 15,1ss). Por isso, a murmuração dos escribas e dos fariseus. Mas não há quem Jesus não acolha. A misericórdia de Deus tem precedência sobre o sistema de pureza. Nesse contexto,a missão de Jesus é afirmada: "Não é justos que vim chamar à conversão, mas sim a pecadores" (v. 32). O final do episódio de Zaqueu é ainda mais explícito: "... o Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido" (Lc 19,10).
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, estou certo de que, mesmo sendo pecador, sou amado por ti, e posso contar com a tua solidariedade, que me descortina a misericórdia e a justiça como jeito novo de ser.
Fonte: Paulinas em 16/02/2013 

Comentário do Evangelho

A missão de Jesus

“Depois disso” refere-se ao episódio da cura do paralítico e à discussão com os escribas e os fariseus sobre o perdão dos pecados (Lc 5,17-26). O banquete oferecido por Levi a Jesus pode ser considerado expressão da alegria pelo encontro com o Senhor e a despedida do publicano de sua vida passada. Os seus amigos estão presentes, entre eles um grande número de publicanos, reconhecidos pelos judeus praticantes como impuros, pecadores públicos, pessoas na casa de quem um justo não pode entrar nem assentar-se à mesa com eles, sob pena de tornar-se impuro. A mesa, a refeição são símbolos de comunhão, de acolhida e antecipação do banquete escatológico. Eis a razão da murmuração dos escribas e fariseus. Mas não há quem Jesus não acolha e quem não possa acolhê-lo. O amor de Deus, sua misericórdia, tem absoluta precedência em referência a qualquer regra,inclusive em relação às regras de pureza que excluem da comunhão com Deus e eximem do dever de socorrer o outro em suas necessidades (ver: Lc 10,25-37). É a presença do Senhor, e não outro alguém ou coisa, que purifica e santifica a todos, e integra-os na comunhão com Deus. O nosso texto é ocasião para afirmar, com clareza, a missão de Jesus (vv. 31-32; cf. Lc 19,10).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, estou certo de que, mesmo sendo pecador, sou amado por ti, e posso contar com a tua solidariedade, que me descortina a misericórdiae a justiça como jeito novo de ser. 
Fonte: Paulinas em 08/03/2014

Vivendo a Palavra

O Mestre nos ensina a ver o ser humano além da sua pequenez aparente. Que nós saibamos enxergar em cada Levi, assentado em sua banca de cobrador de impostos, o futuro Mateus, apóstolo, evangelista, capaz de oferecer a vida em sacrifício pelo Reino que anunciava, a mandato do Senhor.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/02/2013 

VIVENDO A PALAVRA

Levi, um judeu a serviço do Império Romano, era discriminado por seu povo. Mas Jesus não pensava assim. Chamou-o para sua companhia e aceitou o convite para jantar em sua casa. Estabelecia, assim, um modelo de relação aberta com todos os irmãos, sem preconceitos ou discriminações. Sigamos o bom exemplo do Mestre!
Fonte: Arquidiocese BH em 29/02/2020 

VIVENDO A PALAVRA

Um simples chamado – Siga-Me! – transforma uma vida. O Evangelho transmitido pela Comunidade de Mateus deixa transparecer toda a profundidade da conversão daquele homem. Como a Mensagem e a Companhia do Cristo Jesus encharcaram a vida do cobrador de impostos, que era tão mal visto pelo povo e as autoridades religiosas do seu tempo. Uma ocasião oportuna para pensarmos na nossa própria conversão…
Fonte: Arquidiocese BH em 20/02/2021 

Reflexão

Nós queremos afastar os pecadores da Igreja e isso é o maior erro que podemos cometer. Jesus acolhia todos os pecadores e pecadoras e comia com eles, sendo que muitas vezes como, por exemplo, no evangelho de hoje, os chamava para ser seus seguidores, e até mesmo apóstolos. A nossa prática, no entanto, está na maioria das vezes fundamentada na discriminação das pessoas por causa de determinados tipos de pecado, e isso faz com que sejamos iguais aos fariseus do tempo de Jesus, que discriminavam os pecadores, os expulsavam do Templo e consideravam impuras todas as pessoas que se relacionavam com eles. Devemos acabar com o farisaísmo que muitas vezes marca a Igreja na discriminação dos pecadores e termos a atitude da acolhida que Jesus tinha.
Fonte: CNBB em 16/02/2013 08/03/2014  

Reflexão

Jesus convida um cobrador de impostos – considerado pecador – chamado Levi (Mateus) para que o siga. Levi era um funcionário a serviço do Império. Imediatamente segue Jesus e ainda o convida para uma refeição em sua casa. Os adversários entram em cena e criticam os discípulos de Jesus que comem com os pecadores. A resposta do Mestre mostra claramente a que veio, qual é a sua missão. Ele é aquele que vai ao encontro dos considerados impuros e excluídos e come com eles, sem medo de contaminações rituais. Jesus não se preocupa tantocom as “pessoas de bem”, mas, sim, com os pecadores e com aqueles que são discriminados por essas “pessoas de bem”. O Mestre quer que todos façam parte do banquete da dignidade e da inclusão. Quaresma é tempo de conversão, de rever nossa caminhada rumo à Páscoa. 
ORAÇÃO
Ó misericordioso Jesus, nos teus dias terrenos, os cobradores de impostos eram desprezados pelos fariseus e seus doutores da Lei. Tu, porém, os acolhias cordialmente e os tratavas com toda atenção, porque vieste não para os que se consideravam justos, mas para chamar os pecadores à conversão. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em  20/02/2021

Reflexão

Ao convidar alguém para compor o grupo dos apóstolos, Jesus não busca a opinião dos fariseus nem dos mestres da Lei. Estes jamais teriam indicado Levi-Mateus, que era cobrador de impostos. Ora, fariseus e mestres da Lei desprezavam essa profissão e tinham preconceito contra quem a exercia. Seguros de terem a salvação garantida, eles ficavam indignados porque Jesus se sentia à vontade na casa dos marginalizados. Jesus envolve de especial atenção os excluídos da sociedade. Não só os convida à conversão, mas acredita no potencial deles para uma grande missão: evangelizar o mundo, como no caso de Mateus. Jesus oferece a salvação a toda a humanidade. Só quem se julga cheio de saúde é que dispensa o médico!
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

Reflexão

«Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores»

rev. Sr. Joan Carles MONTSERRAT e Pulido
(Cerdanyola del Valles, Barcelona, ​​​​Espanha)

Hoje vemos como avança a Quaresma e a intensidade da conversão a que o Senhor nos chama. A figura do apóstolo e evangelista Mateus é muito representativa daqueles que podemos chegar a pensar que por causa do nosso historial, ou pelos pecados pessoais ou por situações complicadas, é difícil que o Senhor repare em nós para colaborarmos com Ele.
Pois bem, Jesus Cristo, para nos tirar de toda a dúvida põe-nos como primeiro evangelista um cobrador de impostos Levi, a quem diz sem rodeios: «Segue-me» (Lc 5,27). Fez, com ele exatamente o contrario daquilo que a mentalidade “prudente” poderia esperar. Hoje procuramos ser “politicamente corretos”, Levi —pelo contrário— vinha de um mundo que tinha repulsa pelos seus compatriotas, pois consideravam-no, apenas por ele ser publicano, colaboracionista dos romanos e possivelmente fraudulento com as “comissões”, o que afogava os pobres ao cobrar-lhes os impostos, em fim, um pecador público.
Aos que se consideravam perfeitos não se lhes passava pela cabeça que Jesus não apenas os chamaria a segui-lo, nem muito menos apenas a sentarem-se à mesma mesa.
Mas com esta atitude, ao escolhe-lo, Nosso Senhor Jesus Cristo diz-nos que é mais deste tipo de gente de quem gosta de se servir para estender o seu Reino; escolheu os malvados, os pecadores, e os que não se consideram justos: «Para confundir os fortes, escolheu os que são débeis aos olhos do mundo» (1Cor 1,27). São estes os que necessitam de médico, e sobretudo, são eles os que compreenderão que os outros o necessitam.
Devemos pois evitar pensar que Deus quer expedientes limpos e imaculados para O servir. Este expediente apenas o preparou para a Nossa Mãe. Mas para nós, sujeitos da salvação de Deus e protagonistas da Quaresma, Deus quer um coração contrito e humilhado. Precisamente, «Deus escolheu-te débil para te dar o seu próprio poder» (Sto. Agostinho). Estse é o tipo de gente que, como diz o salmista, Deus não menospreza.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Podes ser salvo, se é isso que tu queres. Só tens de te pôr nas mãos do médico, e ele abrirá os olhos da tua alma e do teu coração. ¿Que médico é este? Deus, que salva e vivifica mediante a sua Palavra. E é que foi por meio da Palavra e da sabedoria que tudo foi feito» (São Teófilo de Antioquia)

- «Um dado que salta à vista: Jesus no exclui ninguém da sua amizade: ‘Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores’ (Mc 2,17). A boa nova do Evangelho consiste de facto nisto: no oferecimento da graça de Deus ao pecador!» (Bento XVI)

- «Jesus convida os pecadores para a mesa do Reino: ‘Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores’. Convida-os à conversão sem a qual não se pode entrar no Reino, mas por palavras e actos, mostra-lhes a misericórdia sem limites do Seu Pai para com eles e a imensa ‘alegria que haverá no céu, por um só pecador que se arrependa’ (Lc 15,7). A prova suprema deste amor será o sacrifício da sua própria vida ‘pela remissão dos pecados’ (Mt 26,28)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 545)

Recadinho

Preciso de conversão? - Vocação é Deus chamando a gente para ser útil em algum serviço. Que serviço presto? - Sempre é tempo de pensar melhor nas coisas de Deus. Vamos refletir? - Faço periodicamente algum plano para minha vida espiritual? - Jesus acolheu os doentes, os pecadores. Como vai meu coração? Está sadio?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 08/03/2014

Meditação

Levi ou Mateus talvez não fosse o chefe dos coletores, mas devia ser um dos principais, pois era bastante rico para oferecer grande banquete para muita gente. Pelo jeito não tivera antes relacionamento com Jesus. Logo, porém, que foi chamado, levantou-se pronto para seguir o Mestre, e para o seguir, deixou tudo. Não sabemos o que deixou. Sabemos apenas que deixou tudo. Só isso. Se fosse para mim ou para você esse mesmo convite, como será que reagiríamos?
Oração
Ó Deus eterno e todo-poderoso, olhai com bondade a nossa fraqueza, e estendei, para proteger-nos, a vossa mão poderosa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Meditando o evangelho

CONVIDADOS À CONVERSÃO

A proximidade de Jesus com os cobradores de impostos e os pecadores era mal vista pelos fariseus e mestres da Lei. Por malevolência, faziam juízos apressados a respeito dele, de forma a levá-lo a perder a credibilidade, tanto diante dos discípulos quanto diante das multidões que o procuravam. Não existe melhor meio de "queimar" alguém, do que levantar suspeitas sobre sua vida moral. No fundo, este era o ponto visado pelos adversários de Jesus: quem se mistura com os pecadores, assim pensavam, só pode ser do mesmo calibre deles.
Entretanto, conviver com os pecadores e excluídos fazia parte da pedagogia de Jesus, a fim de levá-los a converter-se ao Reino. A solidariedade com os pecadores não se estendia aos pecados que cometiam. Era preciso também alertá-los para que banissem de suas vidas tudo quanto os afastava de Deus.
Jesus acreditava, com todas as forças de seu coração, na possibilidade de conversão do coração humano. Por isso, empregava todos os meios disponíveis para atrair os pecadores para Deus, mesmo correndo o risco de ser vítima da maledicência de seus adversários. Menosprezando as críticas alheias, importava mostrar aos pecadores a possibilidade de uma vida fundada na misericórdia e na justiça. O caminho escolhido por Jesus foi o da solidariedade, que revela como cada um de nós é tratado por Deus.

Oração
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Pai, estou certo de que, mesmo sendo pecador, sou amado por ti, e posso contar com a tua solidariedade, que me descortina a misericórdia e a justiça como jeito novo de ser.
Fonte: Dom Total em 29/02/2020 20/02/2021

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Seguir Jesus com Liberdade e Dignidade
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês)

O chamado do publicano Levi, nos três Evangelhos sinóticos, segue-se à proclamação do perdão dos pecados feita por Jesus ao paralítico. Confirmam-se, assim, com o chamado e o convívio com Levi, a valorização e a libertação que Jesus vem trazer aos "pecadores" discriminados pelo sistema religioso.
Os publicanos, ou coletores de impostos, trabalhavam para administradores romanos e, por sua profissão, tinham contínuos contatos com os comerciantes gentios; com isso, eram considerados impuros e pecadores pelos critérios religiosos raciais da Lei, e excluídos pelos chefes religiosos de Israel, que se achavam "justos".
Jesus não se volta para os excluídos apenas para libertá-los e restituir-lhes a dignidade. Ele os inclui também na colaboração em seu ministério. A sucinta narrativa inicial, do chamado de Levi, é típica das narrativas bíblicas de vocação.
Contudo, compreende-se que o seguimento de Jesus pelo discípulo é resultado de um amadurecimento de convívio e de conhecimento entre ambos.
Fonte: NPD Brasil em 16/02/2013

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Levi preparou um grande banquete na sua casa - Lc 5,27-32
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Nestes dias das Cinzas, São Mateus nos ensinou a praticar os atos quaresmais no segredo de Deus, sem querer que os outros vejam o que estamos fazendo e nos elogiem por isso. Mateus também nos ensinou que o verdadeiro jejum é estar sem Jesus. São Lucas, por sua vez, nos fez ouvir o anúncio da paixão, morte e ressurreição de Jesus, e o convite para segui-lo na renúncia de nós mesmos. Hoje, antes de entrarmos na primeira semana da Quaresma, São Lucas nos põe em companhia de Levi, o cobrador de impostos, pecador público, que Jesus chama para segui-lo. Jesus é tão diferente dos religiosos de seu tempo, e de muitas pessoas religiosas do nosso tempo! Não é difícil ser bom com quem é bom nem andar com quem anda direito. Mais difícil, e mais segundo o coração de Cristo, é estar próximo de quem consideramos pecador. Veja com que rapidez Levi respondeu ao chamado do Senhor e com que alegria organizou uma festa. Jesus o valorizou. Ajudou-o a libertar-se de tudo o que o prendia na coletoria de impostos, ajudou-o a se levantar para que o seguisse. Outros teriam passado adiante sem notar sua presença e sem querê-lo em sua companhia. Era um pecador!
Fonte: NPD Brasil em 29/02/2020

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A alegria de Mateus...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Um cobrador de impostos deveria ser uma pessoa bem triste, de um lado era usado pelo sistema Imperialista para arrecadar valores, e de outro, eram odiados pela maioria do povo e pela liderança dos Judeus que viam neles pessoas inescrupulosas, exploradoras e que roubavam do povo pobre e dos pequenos lavradores uma vez que, eram eles que faziam suas próprias comissões. Basta aqui lembrar de Zaqueu, que após a experiência com Jesus, se mostrou disposto a restituir até quatro vezes mais, tudo o que tinha roubado...
A verdade é que, viver dessa maneira, embora se possa ter fartura de bens materiais, acaba sendo triste porque se tem poucos amigos (os da mesma laia) não se tem autoestima, não se pode contar com uma amizade sincera. Quando Jesus passou por Levi, que era o nome de Mateus, o olhou de um modo especial, não era um olhar de ódio como os demais Judeus, nem um olhar acusador que o maldiz… Mas era um olhar amigo que manifestava um amor e um afeto gratuito e incondicional, mostrando-lhe que era possível iniciar uma vida totalmente Nova.
Mateus sentiu isso, viu algo diferente em Jesus, senão não seria louco de o seguir, pois poderia cair em uma armadilha. Interessante porque Mateus deixa de lado naquele momento, algo que supostamente lhe dava felicidade, conforto e bem estar material, mas não o fazia feliz enquanto pessoa. Percebeu que aquele homem que o chamava tinha uma proposta inédita, talvez fosse sofrer prejuízos em sua economia, mas havia algo que aquele Homem poderia lhe oferecer, e que o faria realizar-se como pessoa, tendo a partir de então uma nova perspectiva que o dinheiro dos impostos não conseguia lhe dar...
O mesmo se pode dizer hoje do consumismo, que de maneira ilusória pode nos dar tudo, mas não nos pode fazer feliz porque Segurança e Felicidade só encontramos no Senhor como nos diz um Salmo.
Está explicado porque Mateus correu preparar um grande banquete para Jesus em sua casa. Ele queria comemorar a Vida nova que recebera de Jesus naquele simples chamado. Mas aí surgiu um problema... Os amigos que convidara para a festa especial eram todos da mesma laia que ele. Possivelmente foi este o primeiro trabalho de evangelização do mais novo discípulo, o evangelho não menciona, mas quem sabe quantos que estavam ali, vendo o entusiasmo de Mateus e a sua alegria incontida, e conhecendo de perto Jesus de Nazaré, que se sentou à mesa com eles, comeu, bebeu e se divertiu... Não tiveram suas vidas transformadas...
Se Jesus mantivesse a compostura de um Judeu Fiel, jamais iria chamar Mateus para integrar o grupo dos discípulos, e muito menos iria a casa dele, um ambiente mal frequentado, por gente impura e inimiga do seu povo. É isso que os Fariseus e os Escribas não compreendem, pois no modo de pensar deles, Deus só se relaciona e traz a Salvação aos que o obedecem e cumprem a Lei de Moisés. Nem notaram que Deus estava bem ali, ao lado deles, e que a sua Misericórdia e amor pelos pecadores era a maior de todas as novidades que os homens poderiam esperar...
Qual é o Jesus que está em nossas comunidades? O moralista ou Aquele que é todo amor e misericórdia, e que sabe acolher a todos, mesmo os piores pecadores…

2. Deixando tudo, levantou-se e seguiu-o - Lc 5,27-32
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

“Deixando tudo, levantou-se e o seguiu”. Foi a atitude de Levi ao ouvir o chamado de Jesus. Levantou-se com rapidez, estava leve, deixou tudo. Muito peso impede a agilidade. Deixe as amarras e siga adiante livremente. Celebre a liberdade. Por vezes festejamos o que nos domina, aplaudimos o que traz um bem-estar momentâneo. Levi fez um grande banquete para celebrar a liberdade adquirida na renúncia e no seguimento de Jesus. Não é estranho que fariseus e escribas murmurassem. Os participantes da festa eram pecadores. No meio deles estava Jesus, o santo de Israel, amigo dos pecadores, pessoas com vida feita de ilusões e destinada ao fracasso, ricos de bens deste mundo, mas não “ricos para Deus”. E, no entanto, fazem festa com Levi, que decidiu dar novo rumo à sua vida. E aceitam em seu meio Jesus, o causador do “desvio” de Levi. O que faz Jesus entre eles? Não é ele o justo, o santo de Deus, o Salvador? Com ele deveriam estar também os justos fariseus e escribas se percebessem que na vida desses pecadores há uma fresta por onde pode passar um raio de luz da graça, se tivessem a sensibilidade de perceber que doentes precisam de médico.
Fonte: NPD Brasil em 20/02/2021 

HOMILIA DIÁRIA

A misericórdia de Deus vai em busca dos perdidos

Postado por: homilia
fevereiro 16th, 2013

A proximidade de Jesus com os cobradores de impostos e os pecadores era mal vista pelos fariseus e mestres da Lei. Por malevolência, faziam juízos apressados a respeito dele, de forma a levá-lo a perder a credibilidade, tanto diante dos discípulos quanto diante das multidões que o procuravam. Entretanto, conviver com os pecadores e excluídos fazia parte da pedagogia de Jesus, a fim de levá-los a converter-se ao Reino. Chama precisamente o “evitado” por todos para fazê-lo também merecedor do Reino. A solidariedade com os pecadores não se estendia aos pecados que cometiam, mas sim à pessoa deles, pois era preciso também alertá-los para que banissem de suas vidas tudo quanto os afastava de Deus.
Jesus acreditava, com todas as forças de seu coração, na possibilidade de conversão do coração humano. Por isso, empregava todos os meios disponíveis para atrair os pecadores para Deus, mesmo correndo o risco de ser vítima da maledicência de seus adversários. Menosprezando as críticas alheias, importava mostrar aos pecadores a possibilidade de uma vida fundada na misericórdia e na justiça. O caminho escolhido por Jesus foi o da solidariedade, que revela como cada um de nós é tratado por Deus.
Os cobradores de impostos eram marginalizados porque colaboravam com o poder opressor romano, e porque tiravam o seu lucro cobrando a mais, através de extorsão. Jesus, quando entra na casa de Mateus para uma refeição, misturando-se com outros publicanos e pecadores, infringe prescrições fundamentais farisaicas e entra em comunhão com essas pessoas marginalizadas.
O termo “pecadores” era um termo técnico da época para membros de profissões desprezadas e consideradas suscetíveis de impureza ritual. Uma lista indica pessoas que trabalhavam com asnos ou camelos, marinheiros, pastores, comerciantes, médicos (por causa do sangue), açougueiros, curtidores e cobradores de impostos como membros dessa categoria de “pecadores”. Jesus se defende usando um provérbio de bom senso, também conhecido nos escritos de outros autores como Plutarco. Como o médico tem que se expor ao contágio para curar doentes, o médico espiritual se expõe à impurezas legais para salvar os marginalizados.
A misericórdia de Deus não somente acolhe, mas vai em busca dos perdidos, e os reintegra na comunidade de fé, como também mostra especialmente Lucas.
O texto pode nos levar a questionar a nossa prática de misericórdia. Pois nós também criamos categorias de “puros” e “impuros”, muitas vezes em nome de Deus. Sempre existe a tendência de formar comunidades elitizadas, que se gabam de ser praticantes, observadoras da Lei, e quem sabe, desprezam, sem que digam ou notem isso, os que não correspondem aos seus critérios.
Como são tratadas as pessoas com problemas de divórcio, de vícios, ou com uma outra orientação sexual, em nossas comunidades? As nossas comunidades se assemelham a Jesus, que ia atrás das pessoas taxadas de impuras no seu tempo, ou se assemelham aos fariseus, que se fechavam nos seus rituais e rotulavam e marginalizavam os outros – comunicando um Deus mais preocupado com a pureza ritual do que com a misericórdia?
Jesus não condena o sacrifício e os ritos, mas denuncia a situação quando o apego a eles leva ao abandono do mandamento fundamental de misericórdia. Para todos nós ressoa fortemente o desafio lançado por Jesus “aprendam, pois, o que significa: Eu quero a misericórdia e não o sacrifício”.
Seja Jesus o nosso modelo de compaixão, para não cairmos numa prática religiosa que rotula e marginaliza, em nome de Deus, exatamente os que mais precisam sentir o seu rosto misericordioso e compassivo.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em  16/02/2013

HOMILIA DIÁRIA

Jesus veio chamar os pecadores à conversão

Jesus respondeu: “Os que são sadios não precisam de médico, mas sim os que estão doentes. Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores para a conversão”. (Lc 5,31-32)

Quem escuta Jesus, quem é a alma que se abre, verdadeiramente, para Ele? Não são os justos, os justificados nem os piedosos que se colocam santos acima de todos. Estes, que já se sentem santos, justificados, convertidos, estão aí criando confusões, semeando discórdias, colocando-se acima dos outros, criando sistemas de piedades para chamar à atenção. Esses são comportamentos próprios dos fariseus, dos hipócritas da época de Jesus, que usavam roupas maiores, vestes para chamar a atenção sobre si.
Não! Jesus não veio para esses, porque esses já se justificam, já se elevam, já se colocam acima dos outros. Jesus veio para as almas humilhadas, pelo odor do pecado, pela luta da conversão diária. Jesus veio para aquelas almas desprezadas até pelos sentimentos religiosos dos tempos e de hoje também, para dizer: “Eu sou a luz da sua vida”. Ele veio para se sentar com os pecadores, como, hoje, Ele veio no banquete com Levi; assim como Ele se sentou com inúmeros cobradores de impostos desprezados. Aí, talvez, você queira dizer assim: “Não, mas eles se converteram!” Nem todos se converteram nem se tornaram menos amados por isso, porque Jesus ama o pecador e quer que ele se converta.

Jesus é quem está chamando os pecadores à conversão, foi para estes que Ele veio

Você já viu a quanto tempo seguimos Jesus, mas ainda não nos convertemos de verdade? Você já viu que nos achamos melhores do que os outros, porque temos esse comportamento moral, mas os outros pecados nós colocamos debaixo do tapete como a poeira escondida, e não trabalhamos a nossa conversão interior, não trabalhamos esse nosso temperamento difícil, nosso jeito grosso, egoísta, soberbo de ser?
Nós achamos que a nossa condição moral nos faz mais santos que os outros. Não! “Eu vim para os doentes”, disse Jesus. Por isso, quando assumimos as nossas doenças, nossas enfermidades, nossas fraquezas, inclusive emocionais, espirituais e morais, é para nós que o Senhor veio. Deixemos que Ele cuide de nós; e, quando, realmente, Ele cuida de nós, quando realmente deixamos Ele cuidar das nossas fraquezas, doenças e enfermidades, nós podemos cuidar dos outros, sem julgar, sem condenar, sem levantar a bandeira do moralismo, mas levantarmos a bandeira da misericórdia, do amor, da bondade, do cuidado que devemos ter de uns para com os outros.
Jesus é quem está chamando os pecadores à conversão, foi para eles que Ele veio, foi para nós que somos pecadores que o Senhor veio. Assumamos a nossa condição, não deixemos que o orgulho, sobretudo o orgulho e a soberba espiritual encubram aquilo que, de fato, somos, para que possamos alcançar o bálsamo da misericórdia, o remédio da cura divina, a ação salvadora de Jesus em nós, para sermos também bálsamo e misericórdia de Deus para tantos corações feridos e machucados. Não sei se mais ou menos feridos que nós, mas o fato é que fazemos parte de uma humanidade doente, ferida, que precisa do Mestre Jesus para ser curada.
Deus abençoe imensamente você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em  29/02/2020

HOMILIA DIÁRIA

Busquemos com toda humildade a graça da conversão

“Os que são sadios não precisam de médico, mas sim os que estão doentes. Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores para a conversão” (Lucas 5,31-32).

O quanto é importante olharmos para o nosso Mestre Jesus que pegou Levi, que estava na coletoria de impostos e, o fato de estar sobre ele, já tinha sobrecarregado na imagem dele todos os pecados.
Os cobradores de impostos eram desonestos, eram cruéis, injustos, maldosos e, de repente, um homem que vivia tudo isso foi chamado por Jesus. Do outro lado, o Mestre Jesus, que chamou Levi, entrou na casa de publicanos, de pecadores, foi comer com eles e os fariseus se escandalizaram porque Jesus foi comer com os pecadores, e a resposta cirúrgica do Mestre Jesus: “De fato, eu não vim chamar os justos”.
Os justos já estão justificados, os santos já estão santificados, mas são os pecadores… É para pecadores como eu e você que Jesus veio; Ele veio para realmente nos salvar do pecado da arrogância que tantas vezes toma conta do nosso coração; da vaidade e da ilusão de nos acharmos melhores que os outros. Veio nos arrancar das artimanhas do pecado que nos ilude e nos engana, que nos faz acreditar que aquelas virtudes que nós temos são suficientes para sermos melhores que os outros.

O Mestre Jesus veio para que nós, pecadores, alcancemos a graça da conversão

O Mestre Jesus veio para iluminar as trevas interiores, tantas vezes escondidas dentro de nós que não nos permitem mudar o que precisamos mudar, transformar o que precisamos transformar e, sobretudo, mudar a nossa mentalidade. O Mestre Jesus veio para que nós, pecadores, alcancemos a graça da conversão.
Paremos de justificar as nossas próprias falhas em cima do que os outros fazem. “Eu não faço o que os outros fazem” – Imagina! Mas precisamos reparar aquilo que fazemos a cada dia. Quanta maldade escondida, quantos maus desejos guardados, quantas más intenções. Olhar os nossos atos, nossas atitudes e humildemente reconhecer: “Eu sou pecador. Preciso me converter”.
Precisamos realmente reconhecer que o mal está em nós e pedir a graça de Deus para alcançarmos a Sua misericórdia; a graça de Deus para que a Sua misericórdia nos lave, nos purifique, nos renove e nos transforme a cada dia. É essa graça que precisamos. É essa graça que buscamos com toda a intensidade do nosso coração. Já alcanço a primeira delas reconhecendo que sou pecador, assim as outras graças virão em consequência. A graça da conversão diária, da santificação dos meus atos e das minhas atitudes.
É com muita humildade que nos aproximamos de Jesus, Senhor da misericórdia, para que alcancemos a conversão verdadeira dos nossos pecados.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em  20/02/2021

Oração Final
Pai Santo, ajuda-nos a construir uma Igreja sem preconceitos, isenta de julgamentos entre os irmãos. Que vejamos dentro de todo ser humano o teu Espírito que quer habitá-lo e anseia por se manifestar ao mundo, fazendo o bem a todos. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/02/2013 

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, a sociedade dos homens vem, pelos tempos afora, criando mil razões para discriminar pessoas, privando-as da convivência fraterna. Ajuda-nos, amado Pai, a vencer preconceitos, acolhendo os teus filhos em nosso meio com espírito fraterno, pois sabemos que somos todos filhos teus, e muito amados por Ti. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 29/02/2020 

ORAÇÃO FINAL
Pai muito amado, que governas o mundo com Justiça e os povos com retidão! Faze-nos ouvir o chamado feito a Levi e nos dá força, coragem e perseverança para atender ao teu Apelo, tornando-nos novos Mateus, seguidores fiéis e entusiasmados do Caminho; anunciadores alegres da Vida, e defensores da Verdade do Cristo Jesus – teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/02/2021