ANO C
Lc 4,38-44
Comentário do
Evangelho
O Senhor da vida faz viver os que vivem prostrados sob o mal
De um lugar público, a sinagoga de Cafarnaum,
Jesus vai à casa de Simão. Todo âmbito da vida humana é lugar da presença do
Senhor. Todo e qualquer lugar é espaço à manifestação da ação de Deus.
“A sogra de Simão estava... com muita febre” (v.
38b). A febre era considerada a antessala da morte, um mal que definha os
ossos. Jesus cura a sogra de Simão, advertindo a febre como se expulsasse um
demônio. O mal impede a sogra de Simão de celebrar o descanso sabático. À
palavra de Jesus, ela se levantou, como “se levanta” da morte. É o Senhor da vida que faz viver os que vivem prostrados
sob o mal e realizar a oração própria do discípulo, o serviço.
O sumário dos vv. 40-44 apresenta Jesus como um
Messias itinerante que arranca do coração do ser humano o mal que o impede de
empreender, com Jesus, o seu caminho para Deus. O Senhor não é prisioneiro de
um grupo nem de um lugar. A salvação da qual ele é portador destina-se a toda a
humanidade: “Eu devo anunciar a Boa-Nova do Reino de Deus também a outras
cidades, pois é para isso que fui enviado” (v. 43).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que a presença de Jesus em minha vida seja
motivo de libertação, de modo que eu possa servir com alegria o meu próximo,
especialmente, os mais necessitados.
Vivendo a Palavra
A nossa missão de discípulos evangelizadores
deveria nos encorajar a lutar e vencer o comodismo, para repetir com Jesus
aquilo que ele afirmou ao sair de Cafarnaum: Vamos anunciar a Boa Notícia do
Reino de Deus também para as outras cidades, porque para isso é que fomos
enviados.
Vivendo a PalavrA
A missão de discípulos evangelizadores nos
encoraja a lutar e vencer o comodismo, para podermos repetir com Jesus o que
Ele afirmou ao sair de Cafarnaum: Vamos anunciar a Boa Notícia do Reino de Deus
também para as outras cidades, porque para isso é que fomos enviados.
Reflexão
Por que as pessoas procuram a religião? A maioria
das pessoas que procuram a religião o faz por motivos egoístas, procuram a Deus
para fazer dele seu servidor, querem proteção, saúde, sucesso econômico,
profissional, social ou afetivo, ou fogem do medo do desconhecido, do
sobrenatural ou da própria morte. Devemos procurar na religião um
relacionamento pessoal e amoroso com o próprio Deus, para que possamos servi-lo
amando os nossos irmãos e irmãs. Para isso, precisamos conhecer o Evangelho, no
qual Jesus anuncia a boa nova do Reino de Deus. A partir do conhecimento do
Evangelho, vamos nos sentir apelados por Deus para a vivência concreta do amor
e, a partir de uma resposta positiva a esse apelo, teremos um relacionamento
maduro e amoroso com Deus.
Reflexão
Jesus
leva a sério seu programa de libertação, assumido na sinagoga de Nazaré (cf. Lc
4,16-22). Em Cafarnaum, liberta um homem possuído pelo espírito impuro. Da
sinagoga Jesus desloca-se para a casa de Simão, cuja sogra tem febre alta.
Jesus “repreendeu a febre”, e a mulher recuperou a condição de prestar serviços
à comunidade. No final do dia, Jesus entra em contato com muito doentes, com
diversos tipos de enfermidades e liberta a todos, com o simples poderoso impor
das mãos. As multidões, possivelmente por interesse, “o seguravam para que não
fosse embora”. Querem fechar o Mestre no seu pequeno círculo. Jesus, porém, movido
pela força da oração, retoma o sentido de sua missão: “Eu devo anunciar a
Boa Notícia do Reino de Deus também a outras cidades, pois para isso é que fui
enviado”.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
Jesus de vez em quando se retirava para descansar
e rezar. Você o faz também? - Muitas vezes Jesus demonstra que o ambiente
familiar é ambiente de paz e saúde. Você colabora com isso em sua família? - A
família é a base de tudo. Tem consciência desta realidade fazendo a sua parte?
- Há doença que se resume simplesmente na falta de carinho, atenção e respeito.
Dê algum testemunho sobre isso.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Meditando o evangelho
IMPONDO A MÃO SOBRE CADA UM
No trato com as pessoas doentes, Jesus se comportava como um médico
delicado. Deparando-se com a sogra de Simão Pedro, vitimada por uma febre muito
forte, inclinou-se sobre ela e deu ordem para que a febre desaparecesse.
Mostrou igual bondade quando lhe trouxeram pessoas acometidas de várias
doenças. Com muita mansidão e paciência, aproximava-se de cada uma, impunha-lhe
a mão na cabeça e a curava.
A imposição das mãos revelava não só o cuidado de Jesus pelos enfermos,
mas também sua solidariedade com eles. A comunhão com o Filho de Deus
desmascarava a submissão as forças demoníacas que os mantinha escravos.
Enquanto a presença solidária de Jesus era portadora de vida e saúde, a
presença das forças malignas causava sofrimento e morte. Daí a necessidade de
libertar as pessoas desta situação humilhante.
Na cultura da época, as doenças revelavam o poder do demônio sobre o ser
humano. De qualquer forma, eram consideradas como conseqüência do pecado. A
cura física e espiritual transformava-se, pois, numa evidente manifestação de
que o Reino de Deus havia chegado pela presença e pelo ministério de Jesus,
irrompendo na história humana. Assim, a atitude misericordiosa de Jesus em
relação aos doentes expressava a solidariedade de Deus com toda a humanidade,
com o desejo de salvá-la.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE
– e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Pai, que a presença de Jesus em minha vida seja motivo de libertação, de
modo que eu possa servir com alegria o meu próximo, especialmente, os mais
necessitados.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A cura dos enfermos
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora
Consolata – Votorantim – SP)
Toda enfermidade é uma desordem presente no organismo, os
sintomas de uma doença significam que algo está errado com o nosso corpo. A
Febre, que alguns confundem com enfermidade, é na verdade um eficiente
sinalizador, a temperatura sobe e o organismo parece gritar "Tem algo
errado aqui, é melhor verificar". O Deus que se revela em Jesus é aquele
que tem poder sobre o caos, as forças da natureza, e também sobre a existência
humana, a missão de Jesus não é o de tomar o lugar da Medicina, mas ele é o
Médico da Alma, curou muitos enfermos no seu tempo, justamente para manifestar
isso.
Acontece que as pessoas o viam assim, como alguém que curava as
enfermidades e por isso o seguiam. Nesse evangelho, depois de curar a sogra de
Simão Pedro, e de estender as mãos sobre mais enfermos que lhe foram
apresentados, curando a todos, bem cedinho Jesus retirou-se para um lugar
afastado. As pessoas foram até lá e queriam detê-lo de partir, desejosas que
permanecessem com elas.
Então Jesus mostra-lhes que a sua missão é evangelizar, ele não
é um Milagreiro que quer acomodar-se em uma "Tenda dos Milagres" para
que as multidões o procurem, ao contrário, é um missionário peregrino que
percorre todas as cidades da Galileia, para anunciar a Palavra que liberta,
cura e revivifica. Temos uma tentação muito grande de ficarmos na comunidade,
quem sabe fazendo algum trabalho pastoral que atraia as pessoas para a igreja,
Jesus lembra-nos que a Igreja é antes de tudo missionária, para sair de si
mesma e ir ao encontro das pessoas lá onde elas moram, estudam ou trabalham...
2. Jesus se inclina
Jesus participou da liturgia da sinagoga no sábado. Curou um
possesso. Foi para a casa de Pedro e curou a sua sogra. Ela estava com febre. À
noite, no fim do sábado, levam a ele doentes e possessos. E ele os curou. “De
manhã, bem cedo, escreve Lucas, Jesus saiu e foi para um lugar deserto”. São
Marcos acrescenta: “E ali orava”. Querem que Jesus fique naquele lugar, mas ele
sai, pregando a Boa-Nova do Reino nas sinagogas. “Para isso, diz ele, eu fui
enviado”. Jesus trabalha e reza, reza e trabalha. Ele se recolhe num lugar
deserto para orar. Um bom exemplo para nós: trabalhar e procurar um lugar
deserto para um tempo de recolhimento na oração. Um certo distanciamento da
agitação de cada dia é benéfico para a vida humana e para a vida espiritual do
ser humano. A engrenagem que movimenta a vida pode nos transformar numa de suas
peças.
Liturgia comentada
Como uma oliveira verdejante... (Sl 51 [52])
Que belo símbolo é a oliveira, sinalizando a
ventura daqueles que acolhem a vida de Deus! Árvore generosa, atravessa os
séculos e as tempestades sem deixar de entregar seus frutos à moenda de
azeite. Sua sombra acolhe os peregrinos. Foi no Horto das Oliveiras que
Jesus se refugiou em sua agonia...
Foi também a oliveira a primeira árvore que
sobreviveu ao Dilúvio: um de seus ramos verdes de esperança estava no bico da
pomba que anunciava a vida nova (cf. Gn 8,11). Quando o Senhor Deus descreve a
Terra Prometida (cf. Dt 8,8-9), ali aparece a oliveira, ao lado da vinha e da
figueira. Sua madeira bendita foi utilizada na porta mais santa do Templo de
Salomão (1Rs 6,31-32) e seu óleo alimentava o candelabro que devia arder
perenemente na Tenda do Encontro (Lv 24,2-3).
Juntamente com a vinha – um ícone de Israel -, a
oliveira traduz a fecundidade e a ventura da família do homem justo. Quando o
Senhor quer elogiar Israel como a esposa da Aliança, falando através do
profeta, chama seu povo de “oliveira verdejante carregada de soberbos frutos”
(Jr 11,16).
Anunciando a regeneração de Israel com a vinda do
Messias, Deus fala por Oseias: “Eu serei para Israel como o orvalho, ele vai
florir como o lírio, afundará suas raízes como o carvalho do Líbano; seus
brotos se estenderão e ele terá o esplendor da oliveira”. (Os 14,6-7)
O azeite que ela nos fornece é um dos símbolos do
Espírito Santo, ao lado do fogo e da água, da pomba e do vento. Esse azeite
pronto a arder nas trevas da noite separou as virgens sábias das virgens
loucas, excluídas do banquete nupcial (Mt 25).
Na Carta aos Romanos, o apóstolo Paulo também
recorre à imagem da oliveira, tronco no qual nós, cristãos, fomos enxertados.
Nós, comunidade cristã, ramos da oliveira selvagem (os que não eram povo de
Deus), somos um enxerto que Deus-Agricultor realizou no tronco do Primeiro
Israel para que tivéssemos acesso à seiva da vida.
Nosso Deus é um Agricultor que trabalha a terra
de nosso coração. Lança incansavelmente suas sementes (Mt 13), à espera de
frutos. Ele sabe que certas árvores – como a oliveira – levam muito tempo até a
colheita. Mas sabe também que “mesmo na velhice darão frutos” (Sl 92,15) e
muitos desfrutarão de sua colheita.
Os reis serão ungidos com seu azeite; os atletas,
massageados; as feridas, suavizadas; a noite do lar, iluminada. Deus
espera por nossos frutos, para que a humanidade tenha saúde e salvação...
Orai sem cessar: “Com óleo puríssimo me ungistes...” (Sl
92,11)
Texto de
Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
HOMILIA DIÁRIA
Que Jesus nos ensine o caminho da saúde
Como nós devemos olhar para
Jesus para que Ele nos cure? Não esperemos ficar doentes ou que a enfermidade
bata à nossa porta, mas peçamos para Jesus nos ensinar o caminho da saúde.
“Ao pôr do sol, todos os que tinham doentes
atingidos por diversos males, os levaram a Jesus. Jesus punha as mãos em cada
um deles e os curava. De muitas pessoas também saíam demônios, gritando: ‘Tu és
o Filho de Deus’” (Lc
4,40-41).
Hoje, nós contemplamos Jesus, o Senhor e Mestre
agindo no meio do Seu povo. Ele passava no meio do povo para tocar nas pessoas.
O Senhor tocava nas doenças, nas enfermidades, tocava nos males do corpo, do
espírito, da alma. Jesus expulsava todas as doenças que incomodavam o ser
humano.
Olhamos para Cristo como Mestre e Senhor, mas
também como Aquele que é o nosso médico. Como nós devemos olhar para Jesus para
que Ele nos cure? Não esperemos ficar doentes ou que a enfermidade bata à nossa
porta, mas peçamos para Jesus nos ensinar o caminho da saúde. Peçamos para Ele
nos afastar das doenças e das enfermidades, mas se ela bater à nossa porta ou
chegar na nossa casa por falta de prevenção ou por diversos motivos, podemos
pedir sabedoria ao Senhor, a mão, o toque, para que a cura de Jesus aconteça
até nós.
Eu sou testemunha de tantas pessoas que
experimentaram o poder curador de Deus, sou também testemunha, principalmente,
daquilo que Jesus faz na alma delas durante a enfermidade. Pode ser que,
fisicamente, nem todas as pessoas fiquem curadas, mas todas elas, doentes ou
sadias, encontram a cura e a libertação da sua alma e a salvam para sempre
quando se entregam ao poder libertador de Jesus.
É por isso que não podemos deixar de levar Jesus
a nenhum doente, a nenhum enfermo; até os sadios que correm para lá e para cá
precisam se encontrar com o Senhor, que é o sentido da vida.
Jesus expulsou muitos demônios. Às vezes, não
estamos vendo os demônios e achamos que eles estão somente nas pessoas
possessas; no meio de nós, estão os resquícios da ação do maligno. Quanta
mentira, quanta impaciência, disputa, muita coisa que não vem de Deus agindo no
meio de nós!
Que o poder de Jesus expulse todas as obras do
maligno do nosso meio. Que o Senhor permita que em nossa casa Jesus também faça
essa operação, expulse tudo aquilo que o maligno já fez de mau.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e
colaborador do Portal Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, que a Boa Notícia da presença de teu
Reino de Amor em nós e entre nós seja anunciada ao mundo pelo testemunho da
nossa fé e da fraternidade construída entre nós, discípulos evangelizadores do
Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do
Espírito Santo.
Oração FinaL
Pai Santo, que a Boa Notícia da presença de teu
Reino de Amor em nós e entre nós seja anunciada alegremente ao mundo pelo
testemunho da nossa fé e da fraternidade construída entre nós, que queremos ser
discípulos evangelizadores do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e
contigo reina na unidade do Espírito Santo.