quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

BOM DIA! BOA TARDE! BOA NOITE! Oração da noite, Oração da manhã e Oração do entardecer - Deus te abençoe!



Oração da Noite

Boa noite Pai.
Termina o dia e a ti entrego meu cansaço.
Obrigado por tudo e… perdão!!
Obrigado pela esperança que hoje animou meus passos, pela alegria que vi no rosto das crianças;
Obrigado pelo exemplo que recebi daquele meu irmão;
Obrigado também por isso que me fez sofrer…
Obrigado porque naquele momento de desânimo lembrei que tu és meu Pai; Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa, pela comida, pelo meu desejo de superação…
Obrigado, Pai, porque me deste uma Mãe!
Perdão, também, Senhor!
Perdão por meu rosto carrancudo; Perdão porque não me lembrei que não sou filho único, mas irmão de muitos; Perdão, Pai, pela falta de colaboração e serviço e porque não evitei aquela lágrima, aquele desgosto; Perdão por ter guardado para mim tua mensagem de amor;
Perdão por não ter sabido hoje entregar-me e dizer: “sim”, como Maria.
Perdão por aqueles que deviam pedir-te perdão e não se decidem.
Perdoa-me, Pai, e abençoa os meus propósitos para o dia de amanhã, que ao despertar, me invada novo entusiasmo; que o dia de amanhã seja um ininterrupto “sim” vivido conscientemente.
Amém!!!

Oração da manhã

Bom-dia, Senhor Deus e Pai!
A ti, a nossa gratidão pela vida que desperta, pelo calor que
cria vida, pela luz que abre nossos olhos.
Nós te agradecemos por tudo que forma nossa vida, pela terra, pela água, pelo ar, pelas pessoas. Inspira-nos com teu Espírito Santo os pensamentos que vamos alimentar,as palavras que vamos dizer, os gestos que vamos dirigir,a comunicação que vamos realizar.
Abençoa as pessoas que nós encontramos, os alimentos que vamos ingerir.
Abençoa os passos que nós dermos, o trabalho que devemos fazer.
Abençoa, Senhor, as decisões que vamos tomar, a esperança que vamos promover,a paz que vamos semear,a fé que vamos viver, o amor que vamos partilhar.
Ajuda-nos, Senhor, a não fugir diante das dificuldades, mas a abraçar amor as pequenas cruzes deste dia.
Queremos estar contigo, Senhor, no início, durante e no fim deste dia.
Amém.

Oração do entardecer

Ó Deus!
Cai à tarde, a noite se aproxima.
Há neste instante, um chamado à elevação, à paz, à reflexão.
O dia passa e carregam os meus cuidados.
Quem fez, fez.
Também a minha existência material é um dia que se passa,
uma plantação que se faz, um caminho para algo superior.
Como fizeste a manhã, à tarde e a noite, com seus encantos,
fizeste também a mim, com os meus significados, meus resultados.
Aproxima de mim, Pai, a Tua paz para que usufrua desta
hora e tome seguras decisões para amanhã.
Que se ponha o sol no horizonte, mas que nasça
em mim o sol da renovação e da paz para sempre.
Obrigado, Deus, muito obrigado!
Amém!

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 11/01/2018

ANO B


Mc 1,40-45

Comentário do Evangelho

O segredo messiânico

No último dia 11, já apontamos a gravidade religiosa da lepra e como ela era tratada pelo sistema judaico de pureza. Se no texto paralelo ao de hoje, a saber, Lc 5,12-16, é o narrador quem diz da recomendação de Jesus de que o homem purificado não dissesse nada a ninguém, em Marcos é o próprio Jesus quem toma a palavra: "Não contes nada a ninguém.". Com isso estamos diante de uma das características do segundo evangelho: o "segredo messiânico". Esse recurso teológico-literário tem uma dupla finalidade: a) permitir que o ouvinte ou leitor do evangelho responda, ele mesmo, à pergunta central do evangelho segundo Marcos: "quem é Jesus?"; resposta que só pode ser dada ao fim da narração evangélica; b) não identificar Jesus com qualquer corrente messiânica do seu tempo, mas manter o ouvinte aberto à novidade de Jesus Cristo. Não obstante a recomendação, a fama de Jesus se espalha. Ele não é o promotor de sua fama, ao contrário, "ficava fora, em lugares desertos, mas de toda parte vinham a ele".
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Senhor Jesus, move meu coração para fazer o bem a quem precisa de misericórdia. Que eu seja tua presença amorosa junto deles.
Fonte: Paulinas em 16/01/2014

Vivendo a Palavra

Jesus tocou no leproso. Quebrava, mais uma vez, a regra que excluía os doentes do convívio social. Que fique para nós, que desejamos ser seus seguidores, a lição de não nos deixarmos vencer por preconceitos, mas que sejamos uma comunidade acolhedora dos diferentes, capaz de orar pelos adversários.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/01/2014

VIVENDO A PALAVRA

Jesus manifesta sua vontade: “Eu quero! Fique purificado”. A vida de Jesus foi uma constante manifestação de seu desejo mais íntimo: anunciar o Reinado do Pai. O cumprimento da Missão que nos cabe como Igreja, seguidora de Jesus, começa com nossa profissão de fé – Eu Creio! – e do nosso desejo – Eu Quero! O Espírito do Senhor proverá tudo o mais.

Reflexão

Uma das promessas que sempre estão presentes nas profecias do Antigo Testamento a respeito dos tempos messiânicos é a cura da lepra. Isso acontece porque a lepra era uma das doenças mais temidas entre as pessoas, principalmente porque uma das suas conseqüências era a exclusão social e religiosa. Ao curar uma pessoa da lepra, Jesus não apenas o livra da doença em si que a faz sofrer como também a reintegra na vida social e religiosa. Por isso entendemos a alegria do homem que foi curado, que fez com que ele não fosse capaz de guardar o fato só para si, mas passou a divulgá-lo de tal modo que Jesus não podia mais aparecer em público.
Fonte: CNBB em 16/01/2014

Recadinho

Procuramos ser humildes diante de Deus? - Ou agimos com autossuficiência, como que exigindo de Deus o que queremos? - Como lidamos com os preconceitos? - O que lhe sugerem os verbos julgar, condenar, perdoar?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 16/01/2014

Reflexão

Por que Jesus fica “irado” ao acolher o leproso? Jesus está indignado com a sociedade que, além de não curar os leprosos, os mantém afastados do convívio social e do culto religioso. Conforme mentalidade da época, o leproso é considerado impuro e excluído do Reino de Deus. Jesus, ao invés, tem vontade (“Quero”) de restituir-lhe a saúde (“fique purificado”) e reintegrá-lo na convivência social e religiosa. O reino de Deus não exclui ninguém da salvação. Deus acolhe a todos, não somente os que cumprem certas condições de pureza física ou ritual. Por que Jesus pede ao homem curado para não divulgar o fato? Porque ele acaba de tomar posição pública contra a marginalização e contra a Lei que a prescreve; quer evitar que as autoridades o retirem de circulação, já que sua fama se espalhou por toda parte.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

UM BENEFÍCIO DISCRETO

Jesus evitava criar em torno de si falsas expectativas e esperanças. Sua ação era rodeada de cautela, para não dar margem a ambigüidades. Afinal, os gestos realizados por ele podiam ser motivo de exaltação, impedindo assim uma correta compreensão de sua pessoa e de sua ação.
Em alguns casos, Jesus proibiu severamente a quem fora agraciado por sua ação propagar o favor recebido. Tratava-se daqueles milagres indicados pelos profetas que seriam realizados pelo Messias, por ocasião de sua vinda. A cura da lepra era um deles. Por isso, Jesus recomendou ao ex-leproso de guardar segredo em relação à sua cura, para não despertar o entusiasmo fanático das multidões.
O receio de Jesus é de que se aproximem dele considerando-o apenas sob o aspecto de seu poder taumatúrgico. A vida de Jesus era muito mais rica e abrangente e deveria comportar também a cruz. Quem o seguisse por causa dos milagres, poderia se decepcionar quando se defrontasse com a paixão. Daí a discrição requerida diante de um feito grandioso realizado por ele. Antes de por-se a segui-lo, era preciso ponderar bem.
A discrição de Jesus, portanto, não para a modéstia de sua parte. Ela tem como único objetivo salvaguardar o sentido correto de sua própria identidade.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, possa eu descobrir no teu poder taumatúrgico sua verdadeira identidade de Filho, servidor da humanidade.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. SENTIU COMPAIXÃO...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A nossa compreensão da palavra “compaixão”, nunca será completa, pois, na Sagrada Escritura, “sentir compaixão” é uma virtude própria de Deus e na maioria das vezes, esse sentimento pelo próximo, que o nosso coração define como “compaixão” não passa na verdade de um, gesto de piedade, que também é um atributo Divino, porem em seu sentido mais amplo, que o coração humano nunca será capaz de alcançar. O evangelho de hoje nos ajuda a aprofundar o sentido dessa ação de Jesus, presente em momentos significativos, quando ele se defronta com a miséria humana, motivando-nos a rever se a estamos aplicando na relação com o próximo, em seu sentido autenticamente cristão.
Pelo conteúdo normativo de Levíticos, Jesus tinha mil e uma razões para nem sequer se aproximar de um leproso, que pertencia a classe dos “irrecuperáveis” daquele tempo, na ótica religiosa. A lepra era incurável e vista como consequência do pecado e assim, o leproso era considerado um maldito, que além da dor física, sofria também a dor moral da exclusão, sendo esta, bem mais dolorosa porque o colocava à margem da salvação, banindo-o do convívio social e da comunidade, além de saber que a sua condenação no pós-morte, era tida como certa e definitiva.
Em uma sociedade marcada pelo ateísmo moderno, onde a fé é subjetiva e Deus é perfeitamente dispensável, esse quadro não é tão tenebroso, mas no contexto histórico e religioso daquele tempo, esse desprezo tinha um peso muito maior, o leproso era tido como um lixo, escória da sociedade, confinado em acampamentos fora da cidade, tendo que mostrar a sua desgraça e miséria, mantendo uma aparência monstruosa, e quem se aproximasse dele e o tocasse, estaria violando os preceitos da lei, tornando-se também um impuro e tendo de isolar-se, até que pudesse oferecer um sacrifício de expiação, como prescrevia a lei de Moisés, para só então ser reconhecido como “purificado”.
Podemos então compreender a compaixão Divina, como uma ação coordenada não por normas legalistas, mas por uma lei nova, ensinada por Jesus: a Lei do amor, que não revoga a Lei antiga, mas lhe dá plenitude resgatando o seu sentido verdadeiro, que é a defesa e a preservação da vida humana. O evangelista Marcos faz questão de mostrar, da parte de Jesus essa “quebra de protocolo”, quando permite que o leproso se aproxime, é verdade que este o faz movido pelo desespero, infligindo também as normas do Levítico, e aqui percebe-se que o leproso é um homem diferente, uma vez que crê muito mais na misericórdia de Jesus, do que no cumprimento da Lei, determinada por uma instituição que não tem o poder da cura, mas apenas declara que ele está “impuro”, ao contrário de Jesus, que permite a aproximação, derrubando assim o preconceito.
Muito mais do que um simples encontro de Jesus com um leproso, este versículo sintetiza de forma brilhante o amor e a ternura de Deus pelo ser humano, permitindo uma reaproximação, após a queda do pecado, é o Deus que se deixa tocar, que se encarna e assume a natureza humana, com toda sua miserabilidade, o leproso se prostra diante dele, por uma razão muito simples: primeiro porque reconhece a sua insignificância, e em segundo porque não vê outra saída para sua dor, senão a de recorrer àquele que é diferente da instituição religiosa que o havia condenado, no fundo crê que Jesus de Nazaré é o seu Salvador e libertador, no sentido de ter o poder de resgatar a sua dignidade perdida, aquele leproso considerado um maldito, é na verdade alguém que consegue vislumbrar o verdadeiro messianismo de Jesus, em contradição com o Poder religioso, que o rejeita, mostrando uma fé madura, pois não pede simplesmente a cura física, mas a “purificação”.
Diante de uma fé assim, tão fiel e humilde, note-se que o leproso não impõe e nada exige e nem coloca a sua vontade como fator determinante, mas abandona-se à vontade de Deus: “Senhor, se queres...”. Que comovedora profissão de fé, para o homem arrogante e presunçoso de nossos tempos! Homem que a exemplo dos nossos primeiros pais, ousa ocupar o lugar que é de Deus, marginalizando e excluindo certas categorias sociais consideradas malditas, abandonadas em presídios de sistemas carcerários, que em quase nada contribuem para a recuperação de quem errou, de idosos, jovens, adolescentes e crianças, amontoados em asilos e instituições de caridade, gente que não tem mais esperança de nada, e que há muito tempo nem é mais contada na “aldeia global”, que só considera quem produz e consome.
Podemos encontrar com esse leproso no seio de nossas famílias e comunidades, onde isolamos certas pessoas em “acampamentos”, consideradas pervertidas, geniosas, temperamentais, desequilibradas, poderíamos incluir os aidéticos, efeminados, casais em segunda união, dependentes químicos, prostitutas, mães solteiras, pessoas que, como naquele tempo, sempre temos uma certa reserva, mantendo a necessária distância por medo de sermos “contaminados”, e a sua presença em nosso meio, causa asco e mal estar.
Como cristãos, temos que ter essa consciência do grave pecado da exclusão, e o evangelho nos mostra por onde devemos começar, é bem verdade que Jesus afrontou as instituições do seu tempo, mas em primeiro lugar, em sua relação com as pessoas, usou sempre da lei do amor, deixando de lado normas de conduta e formalismos religiosos, ao tocar no leproso. Poderíamos começar no nosso dia a dia, acolhendo com gestos cordiais, amizade e carinho, os “leprosos” que muitas vezes excluímos, por conta de preconceitos e até intolerância.

2. Senhor, purifica-me!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Um leproso rompe as regras e se aproxima de Jesus. Jesus rompe as regras, estende as mãos e toca no leproso. Rompe-se a velha ordem para dar início a uma nova aliança. O Reino de Deus está às portas. Jesus quis que aquele homem fosse purificado e restaurado em sua dignidade, mas não quis propaganda. “Não diga nada a ninguém”. Depois da cura, Jesus lhe fala com severidade. Alguns textos antigos não dizem que Jesus “se encheu de compaixão”, e sim que “se encheu de ira”. Jesus manda que o homem cumpra a lei e se apresente aos sacerdotes do Templo. Seu nervosismo seria por causa da lei que excluía e não curava? No tempo de Jesus, o leproso era por excelência um excluído da sociedade. Maldade? Intolerância? Talvez não! Era o que podiam fazer. Era preciso ser prudente e evitar contaminações, mas saltava aos olhos a exclusão, acrescida de normas rituais, que faziam do leproso um impuro. A interpretação comum, em parte proveniente do ensinamento dos escribas, dizia que isso acontecia com quem era pecador. Castigo de Deus!

Liturgia comentada

Jesus se encheu de compaixão... (Mc 1,40-45)
Virou moda, em certos meios acadêmicos, reduzir os milagres de Jesus nos Evangelhos a meros “sinais”. Sem dúvida, são também sinais. Esses milagres que superam os limites da natureza sinalizam que Jesus é bem mais que um curandeiro, um agitador político ou um condutor das massas. Acalmar a tempestade, mudar água em vinho, reanimar Lázaro (morto há quatro dias!) – tudo indica que Jesus é Deus.
Mas a maioria dos milagres e curas de Jesus aponta em outra direção. Muitas vezes, antes de agir com poder, ele aparece com as entranhas revolvidas. O verbo grego do texto original é esplagknísthe (cf. Lc 7,13), indicando um movimento visceral, assim como nós falamos de “um frio na barriga” ou “o peito ardendo”.
Jesus se “comove” com a miséria humana, se compadece de nossas feridas, chega a chorar (cf. Jo 11,35) ao ver nossas lágrimas. Isto o leva a curar o enfermo, devolver a vista ao cego, chamar de volta à vida o filho único da viúva chorosa. E é desta maneira que o Senhor mostra à Igreja o caminho a seguir, como nos vem recordar o Papa Francisco, citando Santo Tomás de Aquino:
“Aqui o que conta é, antes de mais nada, ‘a fé que atua pelo amor’ (Gl 5,6). As obras de amor ao próximo são a manifestação externa mais perfeita da graça interior do Espírito: ‘O elemento principal da Nova Lei é a graça do Espírito Santo, que se manifesta através da fé que opera pelo amor’. Por isso afirma que, relativamente ao agir exterior, a misericórdia é a maior de todas as virtudes: ‘Em si mesma, a misericórdia é a maior das virtudes; na realidade, compete-lhe debruçar-se sobre os outros e – o que mais conta – remediar as misérias alheias. Ora, isto é tarefa especialmente de quem é superior; é por isso que se diz que é próprio de Deus usar de misericórdia e é, sobretudo nisto, que se manifesta a sua onipotência.’” (EG, 37)
Se nossas entranhas se moverem, nossos pés também se moverão. Francisco nos mostra o rumo a seguir: “Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida.” (EG, 49)
Orai sem cessar: “As entranhas me estremecem...” (Ct 5,4)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 16/01/2014

HOMILIA

VOCÊ ESTÁ CURADO

Pouco a pouco o Evangelho de Marcos vai mostrando quem é Jesus. O episódio de hoje é o terceiro milagre recordado em vista desse objetivo. A situação do leproso é de marginalidade. Essa situação era mais grave no tempo de Jesus, pois tudo girava em torno do puro/impuro. Quem controlava esse rígido código de pureza eram os sacerdotes. Cabia a eles declarar o que podia ou não podia ter acesso a Deus. Deus estaria sob o controle dos sacerdotes e do código de pureza.
O leproso certamente sabia disso. Sabia também que sua vida – e sua libertação da marginalidade – não dependiam do Templo e dos sacerdotes, pois estes só constatavam a cura ou a permanência da doença em seu corpo. Diante disso, o leproso toma uma decisão radical: não vai ao sacerdote, e sim a Jesus. Ajoelha-se diante dele e pede: “Se quiseres, podes curar-me”. Reconhece que o poder da cura que o tira da marginalidade não vem da religião dos sacerdotes, e sim de Jesus. Notemos outro aspecto importante: ao invés de ficar à distância e gritar sua marginalização, aproxima-se e manifesta sua adesão a Jesus enquanto fonte de libertação e vida: “Se quiseres, podes curar-me”. Viola a lei para ser curado.
Jesus quer curar o leproso de sua marginalização, devolvendo-lhe a vida. Para os homens daquele tempo, curar um leproso era sinônimo de ressuscitar um morto. Mas a ação de Jesus é precedida por uma reação. De acordo com a maioria das traduções, a reação de Jesus se traduz em compaixão. Algumas traduções, porém, em vez de ler “compaixão”, lêem “ira”. Jesus teria ficado furioso. Não certamente contra o leproso, mas contra o código de pureza que, em nome de Deus, marginaliza as pessoas, considerando-as como mortas. É contra esse sistema religioso que Jesus se revolta. E o transgride também.
De fato, acreditava-se que a lepra fosse contagiosa. Jesus quebra o código de pureza, tocando o leproso. Com isso, de acordo com o sistema religioso vigente, torna-se impuro: torna-se leproso e fonte de contaminação. Por exemplo no Lv 5,5-6, além de ficar impuro Jesus deveria oferecer um sacrifício!. Torna-se marginalizado e não poderá mais entrar publicamente numa cidade: deverá ficar fora, em lugares desertos, como os marginalizados. O Filho de Deus foi morar com os marginalizados. Aqui o Evangelho de Marcos mostra quem é Jesus: é aquele que rompe os esquemas fechados de uma religião elitista e segregadora, indo habitar entre os banidos do convívio social.
Curado o leproso, Jesus o expulsa. É esse o sentido da expressão “o mandou logo embora”. A expressão é forte e, ao mesmo tempo, estranha. Mas não é estranha se a lermos na ótica da ira de Jesus contra o código de pureza que marginaliza as pessoas: ele não quer que elas continuem vítimas de um sistema social e religioso que rouba a vida.
Jesus dá uma ordem ao curado: “Não conte isso a ninguém! Vá, mostre-se ao sacerdote e ofereça o sacrifício que Moisés mandou, como prova para eles!” Tudo leva a crer que a tarefa da pessoa curada consiste não em divulgar o milagre, mas em colaborar para que o código de pureza seja abolido. De fato, ele deverá se mostrar ao sacerdote para que este constate sua cura. Sinal de que a cura não depende do código de pureza, nem da religião do Templo. A expressão “como prova para eles” tem este sentido: o sacrifício serve como testemunho contra o sistema que o declarava um punido por Deus e banido do convívio social. O sacrifício tem, pois, caráter de denúncia e de abolição do código de pureza.
Não sabemos se a pessoa curada teve a coragem de testemunhar contra o sistema religioso que o mantinha na marginalidade. Marcos diz que o curado “foi e começou a contar e a divulgar muito o fato” (v. 45a). A reação a esse anúncio é evidente: Jesus não pode mais entrar numa cidade, pois, segundo o código de pureza, está contaminado e é fonte de contaminação. Todavia, de toda parte o povo vai procurá-lo, sinal de que está aberto um novo acesso a Deus. Deus, em seu Filho, pode ser encontrado fora, na clandestinidade, entre os que o sistema religioso e social discriminou.
Pai, dá-me forças para combater e vencer as forças do mal que impedem o Reino acontecer na minha vida e na história humana.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 16/01/2014

HOMÍLIA DIÁRIA

Deseje ser curado pelas mãos de Deus

Nós precisamos ser profundamente insistentes naquilo que necessitamos para ver as graças de Deus no meio de nós!
”Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: ‘Eu quero: fica curado!”’(Mc 1, 41).
Este leproso, que se aproxima de Jesus, pede com toda a insistência do seu coração, e implora ao Mestre: ”Senhor, se Tu queres, Tu tens o poder de curar-me!” O Senhor tem o poder de me lavar, me purificar, de renovar-me, Senhor, o Senhor pode, por isso estou Te implorando: faça isso por mim, Senhor! Jesus foi tomado de toda compaixão, por isso realizou o pedido desse homem.
Meus irmãos, a cura, o perdão e a restauração de Deus em nossa vida só serão sentidas por nós, na profundidade, quando nós também tivermos profundidade em buscar essas graças e em implorá-las ao Senhor. Nós, muitas vezes, não sentimos o efeito do perdão de Deus, porque não tomamos consciência do peso do pecado. Nós não sentimos a mão de Deus nos lavando, porque não temos consciência da sujeira que está em nós. Nós não sentimos a misericórdia de Deus na Sua profundidade, porque não tocamos no fundo da nossa miséria. E, muitas vezes, nós permitimos que a ação de Deus em nós seja muito ”superficial”. E não é porque Deus seja superficial ou aja de forma superficial, nós é que não vamos, com profundidade, em busca de Deus, em busca da ação de Deus dentro de nós.
Esse leproso sabia do que Jesus poderia fazer por ele, esse leproso sabia que Jesus poderia limpá-lo por dentro e por fora, e ele mesmo proclama: ”Senhor, se Tu queres, o Senhor tem poder para fazer isso”.
Nós precisamos, com a mesma veemência e insistência desse homem, clamar ao coração de Deus: ”Senhor, se Tu queres, o Senhor pode!”. Olhe para a minha miséria, para a minha aflição, venha em meu socorro, Senhor! Não me deixe mais preso, escravo deste mal, não me deixe mais cativo, Senhor, da ação do maligno! Eu creio que o Senhor pode fazer isso!
Sabem, meus irmãos, muitas vezes, existem pensamentos ou sentimentos e coisas que se apoderam de nós, como vícios, pecados e comportamentos que se impregnam à nossa natureza, costumamos agir assim e, desta forma, vamos fazendo isso ou aquilo, às vezes na forma de falar, de agir… Quando nós determinamos que não queremos mais ser assim, quando determinamos que não queremos mais fumar, não queremos mais beber, não queremos mais depender disso ou daquilo, e clamamos, com insistência ao coração de Jesus, podemos ter a certeza de que a mão d’Ele poderosa quer nos curar.
O que nós precisamos é ser profundamente insistentes naquilo que necessitamos para ver as graças de Deus no meio de nós. O Senhor deseja nos curar e libertar, mas é preciso que nos também o queiramos, que também desejemos ser curados e ser libertos!
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 16/01/2014

Oração Final
Pai Santo, faze-nos fraternos com os homens e mulheres que criaste e nos deste como companheiros de peregrinação. Que não façamos exclusões, nem cultivemos preconceitos. Este é o nosso jeito de nos sentirmos filhos do teu Amor Misericordioso e irmãos de Jesus de Nazaré, o teu Verbo Encarnado que contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/01/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, aumenta em nós a Fé – que se mostra no compromisso pessoal de seguir Jesus, como pedras vivas de sua Igreja, realizando a Missão que nos foi proposta: anunciar a Boa Nova do Reino a todos os povos até os confins da terra. Nós Te pedimos pelo mesmo Cristo Jesus, Teu Filho que se fez nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.

LITURGIA DIÁRIA - 11/01/2018


Tema do dia

EU QUERO, FIQUE PURIFICADO

A primeira leitura e o Salmo de hoje se referem a sucessivas derrotas de Israel frente aos filisteus. Nem mesmo a presença em seus acampamentos da Arca da Aliança evita outra derrota. Fica a lição: objetos, por mais sagrados que sejam, não têm poderes mágicos.

Oração para antes de ler a Bíblia


Meu Senhor e meu Pai! Envia teu Santo Espírito para que eu compreenda e acolha tua Santa Palavra! Que eu te conheça e te faça conhecer, te ame e te faça amar, te sirva e te faça servir, te louve e te faça louvar por todas as criaturas. Fazei, ó Pai, que pela leitura da Palavra os pecadores se convertam, os justos perseverem na graça e todos consigamos a vida eterna. Amém.

5ª-feira da 1ª Semana do Tempo Comum
Cor: Verde


Primeira Leitura (1Sm 4,1-11)
1ª Semana do Tempo Comum - Quinta-feira

Leitura do Primeiro Livro de Samuel.

1Naqueles dias, os filisteus reuniram-se para fazer guerra a Israel. Israel saiu ao encontro dos filisteus, acampando perto de Eben-Ezer, enquanto os filisteus, de sua parte, avançaram até Afec 2e puseram-se em linha de combate diante de Israel.
Travada a batalha, Israel foi derrotado pelos filisteus. E morreram naquele combate, em campo aberto, cerca de quatro mil homens. 3O povo voltou ao acampamento e os anciãos de Israel disseram: “Por que fez o Senhor que hoje fôssemos vencidos pelos filisteus? Vamos a Silo buscar a arca da aliança do Senhor para que ela esteja no meio de nós e nos salve das mãos dos nossos inimigos”.
4Então o povo mandou trazer de Silo a arca da aliança do Senhor todo-poderoso, que se senta sobre querubins. Os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, acompanhavam a arca. 5Quando a arca da aliança do Senhor chegou ao acampamento, todo Israel rompeu num grande clamor, que ressoou por toda a terra.
6Os filisteus, ouvindo isso, diziam: “Que gritaria é essa tão grande no campo dos hebreus?” E souberam que a arca do Senhor tinha chegado ao acampamento.
7Os filisteus tiveram medo e disseram: “Deus chegou ao acampamento!” E lamentavam-se: 8“Ai de nós! Porque os hebreus não estavam com essa alegria nem ontem nem anteontem. Ai de nós! Quem nos salvará da mão desses deuses tão poderosos? Foram eles que afligiram o Egito com toda espécie de pragas no deserto. 9Mas coragem, filisteus, portai-vos como homens, para que não vos torneis escravos dos hebreus como eles o foram de vós! Sede homens e combatei!
10Então os filisteus lançaram-se à luta, Israel foi derrotado e cada um fugiu para a sua tenda. O massacre foi grande: do lado de Israel tombaram trinta mil homens. 11A arca de Deus foi capturada e morreram os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Responsório (Sl 43)
1ª Semana do Tempo Comum - Quinta-feira

— Libertai-nos, Senhor, pela vossa compaixão!
— Libertai-nos, Senhor, pela vossa compaixão!

— Porém, agora nos deixastes e humilhastes, já não saís com nossas tropas para a guerra! Vós nos fizestes recuar ante o inimigo, os adversários nos pilharam à vontade.
— De nós fizestes o escárnio dos vizinhos, zombaria e gozação dos que nos cercam; para os pagãos somos motivo de anedotas, zombam de nós a sacudir sua cabeça.
— Levantai-vos, ó Senhor, por que dormis? Despertai! Não nos deixeis eternamente! Por que nos escondeis a vossa face e esqueceis nossa opressão, nossa miséria?


Evangelho (Mc 1,40-45)
1ª Semana do Tempo Comum - Quinta-feira


Senhor, purifica-me!

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 40um leproso chegou perto de Jesus, e de joelhos pediu: “Se queres, tens o poder de curar-me”. 41Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero: fica curado!” 42No mesmo instante, a lepra desapareceu, e ele ficou curado. 43Então Jesus o mandou logo embora, 44falando com firmeza: “Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles!”
45Ele foi e começou a contar e a divulgar muito o fato. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade: ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.


Oração para depois de ler a Bíblia


Dou-Te graças, meu Deus, pelos bons propósitos, afetos e inspirações que me comunicastes nesta meditação; peço-Te ajuda para colocá-los em prática. Minha Mãe Imaculada, meu protetor São José e Anjo da minha guarda, intercedem todos por mim. Amém.