domingo, 11 de janeiro de 2015

LEITURA ORANTE DO DIA 07/01/2015 a 12/01/2015


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HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DOS DIAS 06/01/2015 a 12/01/2015


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LITURGIA DIÁRIA 06/01/2015 a 12/01/2015


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DESEJO A TODOS UMA SEMANA ABENÇOADA COM A GRAÇA DA INTERCESSÃO DA VIRGEM SANTÍSSIMA. PAZ E BENÇÃO...

BOM DIA!!! ÓTIMA SEGUNDA. ABENÇOADA SEMANA. "_FAZEI-ME CONHECER A VOSSA ESTRADA, Ó SENHOR! SL 24

UMA MARAVILHOSA SEGUNDA-FEIRA PARA VOCÊ... "Sorria. As lutas poderão ser semelhantes, mas não idênticas. Porque dia como este nunca houve e não haverá outra vez. Deus não se repete. Detenha-se a descobrir detalhes e observe a riqueza que o circunda. Amigos, colegas, brincadeiras, abraços. Nada será igual ao que já foi. Desfrute deste dia integralmente, porque dia igual a este só se vive uma vez. Cada dia é benção nova. Cada minuto é oportunidade espontânea de crescimento." DEUS TE ABENÇOE.

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 11/01/2015

ANO B


Mc 1,7-11

Comentário do Evangelho

Senhor se deixa encontrar e está próximo

A solenidade do batismo do Senhor é a primeira solenidade do Senhor do tempo comum. O gênero literário do relato é a “visão interpretativa”, em que a voz interpreta a visão, isto é, o céu aberto e a descida do Espírito Santo sobre Jesus. A finalidade do relato é afirmar, desde o início do evangelho, a identidade e a missão de Jesus. Por esse motivo, seria melhor, caso seja indispensável um título para o relato, nomeá-lo como “a investidura messiânica de Jesus”. O trecho do livro do profeta Isaías aponta as disposições necessárias requeridas por Deus para o seu povo: buscar e invocar o Senhor porque ele se deixa encontrar e está próximo; converter-se, pois o Senhor está sempre pronto a perdoar. Nessa linha penitencial é que se insere o batismo de João. Essas disposições acima elencadas são necessárias como preparação para a vinda do Messias, do qual João Batista é o precursor. O batismo de João é um batismo para a conversão. O Batista tinha consciência do caráter provisório e imperfeito do batismo que ele realizava, por isso, afirma que, depois dele, vem um mais forte do que ele e que batizará com o Espírito Santo. Jesus não tinha pecado, mas entra na fila dos pecadores por solidariedade com a nossa humanidade pecadora. O autor da carta aos Hebreus poderá dizer, por isso, que nós temos junto de Deus um sumo sacerdote misericordioso, capaz de compadecer-se de nossas fraquezas (cf. Hb 4,14-15). O céu pode rasgar-se? Trata-se de uma evocação de Is 63,19 ou 64,1. Trata-se, evidentemente, de uma linguagem simbólica na qual é expressa a comunicação entre o céu e a terra. Dito em outros termos, o Espírito Santo do qual Jesus é revestido para realizar a sua missão vem de Deus. A voz que interpreta a visão vem do texto tirado de Is 42,1. É Deus quem apresenta o seu servo. No evangelho de João, Jesus diz que é o Pai quem dá testemunho dele (cf. Jo 8,17-18). Em Is 42,6-7, a missão do servo tem uma dupla vertente: é mediador da Aliança e libertador dos cativos. Na tradição bíblica, essas duas vertentes estão intrinsecamente unidas: Deus que fez aliança com o seu povo é o Deus que o libertou da casa da servidão (cf. Ex 20,1; Dt 5,6). Jesus é mediador de uma nova e definitiva aliança (cf. Hb 7,22-25; 8,6-13; 12,24) que nos liberta de todo mal.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Espírito de purificação, faze-me experimentar o batismo purificador de Jesus, que me liberta do pecado e do egoísmo, predispondo-me para o serviço generoso a meu próximo.

Vivendo a Palavra

Jesus, ao procurar João para ser batizado, quis nos ensinar como é importante participar da Comunidade. Ele, o Santo, que não tinha pecados, busca as águas para purificar-se. E a confirmação do Pai Misericordioso «Tu és o meu Filho amado», que veio a Ele, virá para nós: também somos filhos amados!

Comentário do Evangelho

A SOLIDARIEDADE DE JESUS

O batismo de Jesus, no Jordão, pode parecer, à primeira vista, inútil. Afinal, eram os pecadores os que procuravam o batismo de João, para redimir-se de seus pecados, na perspectiva da iminente chegada do Messias. Por um lado, Jesus não era pecador. Por outro, ele era o Messias, cuja ação havia de revolucionar a história humana. Como justificar, então, seu batismo?
A vinda do Messias Jesus tinha como finalidade oferecer aos pecadores a salvação. Este seria o público privilegiado de sua ação. Quando, no início de seu ministério, dirigiu-se para o lugar onde João estava batizando, Jesus foi colocar-se exatamente onde se encontravam os que viera para salvar.
Em torno de João, reuniam-se pessoas conscientes de seus pecados e desejosas de se verem livres deles. Jesus foi ao encontro delas, pois haveria de livrá-las, definitivamente, do peso de seus pecados, anunciando-lhes o advento do Reino de Deus.
O Messias, porém, escolheu o caminho da solidariedade com os pecadores e se colocou junto deles como salvador, não como juiz. Ao se fazer um com eles, embora não sendo pecador, possibilitou que a graça tivesse lugar na vida daquela gente. Foi assim que, no batismo, o Filho amado de Deus iniciou sua missão.
Oração
Senhor Jesus, que escolheste o caminho da solidariedade para trazer salvação à humanidade, faze-me também solidário com aqueles aos quais devo anunciar o teu Reino.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que, sendo Cristo batizado no Jordão e pairando sobre ele o Espírito Santo, o declarastes solenemente vosso Filho, concedei aos vossos filhos adotivos, renascidos da água e do Espírito Santo, perseverar constantemente em vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
http://www.domtotal.com/religiao/meu_dia_com_deus/evangelho_dia.php?data=2015-01-11

Homilia do Batismo do Senhor (11.01.2015)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista

“Tu és meu Filho amado!”
Abriram-se os céus

A celebração do Batismo de Jesus está unida à Manifestação do Senhor como o Natal e Epifania, completando-se com a apresentação de Jesus aos discípulos em Caná. Deus se manifestou na pessoa de Seu Filho: “Quem me viu, viu o Pai”, diz Jesus a Filipe.
Esta Manifestação se destina a levar todos à comunhão de amor que o Pai nos dá em seu Filho. Quando os hebreus chegaram à Terra Prometida, a arca da aliança parou no meio do rio e as águas se abriram para o povo passar.
Quando Jesus entrou nas águas do Jordão, os céus de abriram e o Pai mostrou a nova terra prometida: Seu amor pelo Filho. Este amor é garantido pela presença do Espírito que acompanha Jesus e a todos os que O acolherem.
A missão do Filho que continua o amor do Pai é fazer o bem, como diz Pedro na casa de Cornélio: “Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com Êle” (At 10,38).
Jesus foi ungido pelo Espírito para fazer o bem. Este é seu poder. Lemos em Isaías que o Servo de Deus, figura profética de Jesus, é amado por Deus para uma missão de promover a justiça: “Eu te formei e constituí com centro da aliança do povo, luz das nações, para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão e livrar do cárcere os que vivem nas trevas” (Is 42,6-7).
Em cada batismo realizado na comunidade, não acontece um ato que só interessa individualmente, mas é um momento da comunidade. Entre todos os dons do batismo, é importante a entrada na Igreja, Corpo Místico de Cristo. É nela que se desenvolvem os dons para o serviço de todos.

Interiormente transformados (oração)

Toda nossa vida cristã está em Cristo. Dela participamos. O Batismo é nossa adesão a Cristo e a sua missão. O rito externo da água e das orações explica e realiza essa transformação interior.
Pelo Batismo nos é dada a participação no amor do Pai pelo Filho. Somos filhos amados do Pai, como o Filho bendito Jesus. A voz que veio do alto para Ele, vem para nós também. Somos Filhos amados do Pai e recebemos dele todo amor. Recebemos o mesmo Espírito que conduziu e fortaleceu Jesus.
A transformação interior deve atingir nossas atividades e modo de vida como foi profetizada pelo Servo, apresentado na primeira leitura, e realizada por Jesus. A missão de Jesus nasce de sua união com o Pai.
À medida que nos unimos a Ele participamos da mesma missão e somos objeto do mesmo amor. A festa de hoje é um convite a assumir o Batismo. É o compromisso que assumimos quanto ao modo de viver.
“Cristão, reconhece tua dignidade” diz São Leão Magno, Papa.

Perseverar constantemente

O Espírito Santo conduz Jesus em toda sua missão. Após o envio do Espírito em Pentecostes, é Ele quem dirige a Igreja e está no coração dos fiéis dando os dons, movendo à missão e discernindo sua vocação na Igreja. Convém escutar o Espírito e seguir sua inspiração.
Rezamos na oração: “Concedei aos vossos filhos adotivos, renascido da água e do Espírito Santo, perseverar constantemente em vosso amor” (oração). Como Jesus, fomos ungidos pelo Espírito para realizar sua missão.
É necessária a colaboração pessoal e o empenho em perseverar na graça do sacramento. A coerência cristã exige fidelidade onde estivermos. Deus não nos persegue. Providente, acompanha-nos como o fez com Jesus.

Leituras: Isaias 42,1-4.6-7; Salmo 28/ Atos 10,34-38; Marcos 1,7-11.

Ficha nº 1404 - Homilia do Batismo do Senhor (11.01.2015)

No ciclo da Manifestação, temos também o Batismo de Jesus. Ele se destina a levar à comunhão de amor que o Pai nos dá em seu Filho. Em Jesus vemos o Pai. Jesus vive o amor do Pai fazendo o bem. O Servo é uma profecia sobre Jesus e seu modo de viver. O batismo é um ato comunitário.
Entramos em um corpo, Igreja e nele se desenvolvem os dons que recebemos. Toda a vida cristã está em Cristo. Dela participamos.
Ele é nossa adesão a Cristo e sua missão. Pelo Batismo nos é dada a participação do amor do Pai pelo Filho. Somos filhos amados do Pai. A transformação interior deve atingir nossas atividades para viver como Jesus.
O Espírito conduz Jesus em sua missão e nos move à missão e discernimento da vocação. Pedimos a perseverança no amor e a fidelidade. Deus nos acompanha como o fez com Jesus.

Bom de ouvido

Naquele momento do Batismo de Jesus, os ouvidos amaturecidos pela fé puderam ouvir o que marca a vida de Jesus: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho todo o meu amor” (Mc 1,11).
Somente do Céu podia vir essa voz.  Ali é o momento da unção de Jesus para uma missão. Esta não é tanto dizer coisas, mas ser o carinho de Deus para com todos, pois Jesus andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio porque Deus estava com Êle. O Espírito Santo sempre o guiou.
O batismo de Jesus não é igual ao nosso, pois Ele não precisava do perdão do pecado. Mas mostra como deve ser nossa vida: fazer o bem e viver guiado pelo Espírito Santo.
Ao sermos batizados estamos unidos a Ele, pois somos também chamados de filhos amados de Deus que coloca em nós todo seu amor. Unido ao Natal e Epifania, o Batismo de Jesus é uma manifestação de Deus em Jesus.

REFLEXÕES DE HOJE


DIA 11 DE JANEIRO - DOMINGO

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11 de fevereiro – Batismo do Senhor
Por Johan Konings, sj

Introdução geral

O sentido principal da festa do Batismo do Senhor, neste ano B, é a investidura de Jesus como Messias. O evangelho, próprio do ano B, descreve o batismo de Jesus no Jordão, quando o Espírito desce sobre ele na forma visível de pomba (Mc 1,7-11). Para as outras leituras e o salmo responsorial, o lecionário oferece como primeira opção os mesmos textos que nos anos A e C: a 1ª leitura de Is 42,1-4.6-7 (o profeta e servo impelido pelo Espírito), a 2ª leitura de At 10,34-38 (Pedro, proclamando Jesus como ungido por Deus com o Espírito Santo). É uma temática eminentemente cristológica.
Contudo, o lecionário prevê textos alternativos para as 1ª e 2ª leituras e o salmo responsorial. A 1ª leitura alternativa: o convite pronunciado pela boca do profeta Isaías para “vir às águas” (Is 55,1-11); o salmo responsorial, cujo refrão canta: “Com alegria bebereis do manancial da salvação” (Is 12,2-6); a 2ª leitura, o testemunho de Jesus dado pela água e pelo Espírito (1Jo 5,1-9). Esses textos são menos ilustrativos para o tema cristológico do evangelho, mas, acentuando o simbolismo da água, podem eventualmente servir para uma reflexão em torno do batismo cristão. Nosso comentário, porém, seguirá a linha cristológica dos textos oferecidos como primeira opção.

II Comentário dos textos bíblicos

1. I leitura (Is 42,1-4.6-7)
O primeiro cântico do Servo (Is 42) encaminha nossa mente para a compreensão do evangelho. Apresenta a misteriosa personagem, do tempo do exílio babilônico, à qual foram dedicados os quatro cânticos do Servo (Is 42,1-7; 49,1-6; 50,4-9; 52,13-53,12). O primeiro cântico, lido hoje, apresenta a eleição desse predileto para levar aos povos e aos continentes (“ilhas”) o verdadeiro conhecimento do Deus de misericórdia e fidelidade. Ele é a aliança com o povo, a luz das nações, para restaurar a paz e a felicidade dos oprimidos. Ele é o portador da quase trágica “eleição” do povo de Israel para, no desterro, ser testemunha do Deus verdadeiro no meio das nações.

2. II leitura (At 10,34-38)
A 2ª leitura é o início de outro texto-chave do Novo Testamento: o “querigma” ou anúncio proclamado por Pedro para os companheiros pagãos do centurião Cornélio, em At 10,34-43. Os vv. 37-43 são praticamente o resumo do Evangelho de Marcos (e de Lucas) e servem de modelo para o anúncio cristão. Com claro tom de universalidade, Pedro anuncia a missão de Jesus como Messias e Filho de Deus a partir de seu batismo por João. A liturgia de hoje apresenta a introdução desse texto (vv. 34-38): o início da obra de Jesus, a saber, seu batismo por João. Esse evento é de suma importância, pois significa a investidura de Jesus para sua missão messiânica. Jesus é o Messias, o “ungido” com o Espírito Santo. O termo “messias” significa ungido, mas Jesus nunca foi ungido, materialmente, como rei ou sacerdote. Foi ungido simbolicamente, como profeta. Essa unção com o Espírito do Senhor, derramado sobre o profeta, é mencionada em Is 61,1, texto que Lucas elaborou na cena da “pregação inaugural” de Jesus, Lc 4,16-30.

3. Evangelho (Mc 1,7-11)
O evangelho de hoje mostra o “empoderamento” de Jesus para sua atividade pública, a qual começa com a proclamação da chegada do Reino de Deus (Mc 1,14-15). O Evangelho de Marcos abre solenemente com o anúncio, feito por João Batista, da chegada do enviado escatológico. Em Marcos, diferentemente dos outros evangelhos, faltam as palavras do anúncio do juízo e da pregação penitencial do Batista (Mt 3,7-10; Lc 3,7-14). Marcos concentra totalmente a atenção naquele que há de vir. Cita a frase do Batista: “Depois de mim vem aquele que é mais forte do que eu. Eu nem sou digno de, abaixando-me, desatar a correia de suas sandálias” – tarefa do escravo ou do discípulo a serviço de seu “rabi”.
Quando Jesus participa com seu povo do despertar messiânico provocado pelo Batista, Deus lhe dá a investidura como Messias. Enquanto João Batista batiza com água, o “mais forte” chega para batizar com Espírito Santo. O batismo de João era um rito de conversão para o povo de Israel. João o administrava lá onde o povo pudesse se reunir, independentemente do Templo de Jerusalém. Escolheu para esse rito as águas do rio Jordão, que, muitos séculos antes, o povo tinha atravessado para entrar na terra prometida. Era como se agora renovassem essa experiência. Jesus, todo entregue ao projeto de Deus, seu Pai, não podia faltar a esse evento, movimento de preparação messiânica e expressão pura e livre da piedade de seu povo, o povo judeu. Mas a atividade de Jesus nos leva a outro nível.
João pertence a um degrau preparatório na história da salvação. Jesus vem depois dele, mas isso não é um “depois” como o do discípulo que segue o mestre. Significa o novo tempo que suplanta o anterior. É o tempo da efusão do Espírito anunciada pelos profetas (cf. Ez 36,26-27: espírito novo nos corações; Jl 3,1-2: efusão escatológica do Espírito). O suposto seguidor do Batista é, na realidade, aquele que batiza com o Espírito Santo. E como ninguém pode dar o que não recebeu, conta-se como Jesus recebeu, por ocasião do batismo, o Espírito de Deus.
É um momento escatológico, quase apocalíptico: Jesus vê o céu “rasgar-se”, como na invocação da vinda salvadora de Deus proclamada por Isaías (Is 63,19). A voz de Deus, representada pela visão da ave mensageira, proclama a investidura de Jesus como rei messiânico, com a fórmula que lembra a investidura dos reis: “Tu és meu filho” (cf. Sl 2,7). A fórmula é completada pelo termo “amado”, que exprime a eleição por Deus, e seguida da declaração: “em ti ponho meu benquerer” (lecionário), “em ti está meu agrado” (Bíblia da CNBB). Sobre Jesus, que recebe o Espírito de Deus, está o agrado ou o benquerer de Deus, isto é, sua vontade salvífica. Deus não está querendo dizer que o seu amado é “agradável”, e sim que ele executará o agrado de Deus, a saber, a obra da salvação. Pode-se parafrasear: “Coloco sobre teus ombros a obra que eu quero realizar”.
É de notar que, no Evangelho de Marcos, só Jesus vê o céu aberto e ouve a voz (os outros evangelistas apresentam a cena de modo mais público). Isso se deve, em parte, ao fato de a investidura ser dirigida ao novo rei individualmente (cf. Sl 2,7). Mas, em Marcos, há algo a mais. O conhecimento e a compreensão da missão messiânica de Jesus se dão progressivamente. A fórmula é retomada bem no meio do Evangelho de Marcos, na transfiguração de Jesus (Mc 9,7), depois da confissão de fé feita por Pedro (Mc 8,29) e da subsequente correção do conceito de Messias no primeiro anúncio da Paixão (Mc 8,31-33). Jesus toma consigo os três discípulos mais representativos, que no alto da montanha recebem uma visão de Jesus glorioso. A esses é revelado o que, na cena do batismo (segundo Marcos), foi proclamado só para Jesus: “Este é o meu Filho amado, escutai-o” (Mc 9,7). E, no fim do evangelho, quando Jesus cumpre a sua missão, dando sua vida, um soldado romano, representante do mundo inteiro ao qual se destina a salvação, exclama: “Este homem era verdadeiramente (o) Filho de Deus” (Mc 15,39). Só nesse momento fica claro de que modo Jesus assume o “agrado”, o plano salvífico de Deus, de acordo com sua exclamação na hora da agonia: “Não o que eu quero, mas o que tu queres” (Mc 14,38). Assim, Marcos estende por sobre todo o seu evangelho o que se costuma chamar o “segredo messiânico”, a revelação do Filho de Deus que se completa na cruz. O batismo engaja Jesus nessa missão.

III. Dicas para a reflexão

O Natal se prolonga nas festas da Epifania e do Batismo de Jesus, que têm em comum a ideia da manifestação de Deus ao mundo em Jesus de Nazaré. Deus se manifestou ao próprio Jesus para lhe confiar sua missão.
A 1ª leitura apresenta o “Servo de Deus” de que fala o profeta Isaías. “Servo” (= ministro, encarregado) é um título que pode ser aplicado ao rei, ao profeta ou até ao próprio povo da Aliança. Na sua disposição a executar o projeto de Deus, o “servo” prefigura Jesus. A 2ª leitura conta como, depois de Pentecostes, os apóstolos proclamam Jesus, chamando-o com o nome bíblico de “Ungido de Deus” – em hebraico, Messias: ungido com o Espírito Santo.
É isso que o evangelho descreve. Jesus tinha-se integrado no movimento de João Batista, que fez reviver a voz profética, silenciada durante séculos. Agora, no momento em que Jesus recebe das mãos de João o batismo no rio Jordão, Deus lhe dá “sinal verde” para sua própria missão: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu benquerer”. “Filho de Deus” era um título dado ao rei (Davi). Num sentido infinitamente mais rico, esse título cabe a Jesus. Deus o “empodera” como executor de seu benquerer, realizador de seu reinado. Desce sobre Jesus o Espírito de Deus: sua força, seu dinamismo, seu calor, sua sabedoria… O reinado que ele vai instaurar supera de longe o de Davi. É um projeto divino, para que Deus reine nos corações humanos e em todas as estruturas da comunidade humana e para que seus “aliados” realizem a justiça e o amor.
Jesus assumiu sua “nomeação” e deu a vida para cumpri-la: para desmascarar o cinismo e a hipocrisia dos chefes religiosos e políticos; para ensinar o plano de Deus ao povo entregue às mãos dos poderosos; para formar um grupo de discípulos que entendessem sua proposta – ao menos, depois de sua morte e ressurreição…
Jesus assumiu a realização da vontade do Pai. Anunciou a justiça e a misericórdia de Deus aos que mais as esperavam: os pobres, os excluídos. Pregou a libertação, o fim do mal que domina este mundo. Mas ele não quis ficar sozinho. Formou uma comunidade que continuasse sua missão. Essa comunidade se marca com o mesmo sinal que Jesus quis receber juntamente com seu povo em busca de renovação: o batismo. Os que sucedem Jesus no empenho pelo reinado de Deus trilharão o seu caminho assumindo tudo o que colabora para a justiça concebida por Deus, assim como Jesus assumiu o movimento lançado por João Batista. E, sobretudo, voltarão o ouvido e o coração à voz que vem do Pai, para que se realize o que diz a oração final desta liturgia: “Chamados filhos de Deus, o sejamos de fato”.

Johan Konings, sj
Nascido na Bélgica, reside há muitos anos no Brasil, onde leciona desde 1972. É doutor em Teologia e mestre em Filosofia e em Filologia Bíblica pela Universidade Católica de Lovaina. Atualmente é professor de Exegese Bíblica na Faje, em Belo Horizonte. Dedica-se principalmente aos seguintes assuntos: Bíblia – Antigo e Novo Testamento (tradução), evangelhos (especialmente o de João) e hermenêutica bíblica.Entre outras obras, publicou: Descobrir a Bíblia a partir da liturgia; A Palavra se fez livro; Liturgia dominical: mistério de Cristo e formação dos fiéis – anos A-B-C.
11 de janeiro: Batismo do Senhor
JESUS É O FILHO DE DEUS
O Evangelho de Marcos inicia-se com João Batista pregando um batismo de conversão e profetizando a chegada de alguém mais forte do que ele, o Messias, salvador e Filho de Deus. João não é nem digno de se abaixar aos pés do anunciado. Ele batiza com água, mas o que virá batizará com o Espírito Santo.
Nisso aparece Jesus para ser batizado: os céus se abrem, ele vê o Espírito Santo se fazer presente em sua vida e ouve a voz do Pai, que o proclama seu Filho amado. João Batista sai de cena e entra Jesus, anunciando seu projeto.
Os céus “estavam fechados”, parecendo estar obstruída a comunicação entre o céu e a terra, entre o divino e o humano. Havia a necessidade de romper essa barreira invisível e estabelecer a comunicação com o transcendente. Havia a sensação de que Deus estava isolado e longe da humanidade.
Com a vinda do Espírito Santo sobre Jesus, os céus “são rasgados” e volta a se estabelecer a comunicação do divino com o humano. Finalmente é possível o encontro e a convivência com Deus. Um homem cheio do Espírito perambula pelas terras da Palestina, anunciando o reino de Deus.
Movido pelo Espírito Santo, Jesus cura, liberta, transforma e renova as pessoas e todas as coisas. À semelhança do caos do início da criação que se transforma em cosmos com o sopro divino, a nova humanidade nasce com a chegada do Filho de Deus, iluminado e guiado pelo Espírito.
Graças ao Espírito Santo que recebemos no batismo, também nos tornamos novas criaturas. Somos integrados a uma comunidade, a Igreja.
Sem esse Espírito de Deus, nossa vida é morna, sem compromisso e sem verve, a alegria esmorece, a esperança morre, os medos tornam-se fantasmas a nos atormentar. Se não nos deixamos animar e recriar por esse Espírito, não temos como contribuir para a nossa comunidade nem apontar novo rumo para a sociedade, tão necessitada de valores que dignifiquem e defendam a vida da humanidade.
Reflexão:

João pregava e batizava. Por sua pregação, as pessoas eram convidadas a se manter fiéis ao projeto de Deus e acolher o Messias. Por seu batismo, deviam mudar de vida: batismo de conversão. “Mais forte” do que João, o Messias haveria de batizar com o Espírito Santo. Portanto, não batismo com água de rio, mas com o “vento” que desce do céu e renova a vida. Eis que Jesus vem de Nazaré da Galileia e se apresenta para receber o batismo de João. Nessa circunstância, Jesus testemunha a presença do Espírito Santo, que desce sobre ele em forma de pomba (cf. Gn 1,2: primeira criação) e a manifestação do Pai, cuja voz ecoa solenemente: “Tu és o meu Filho amado. Em ti eu me agrado”. Este é o Messias servidor que, mediante o serviço, implantará entre nós o Reino de Deus.
Extraído do livro:
Dia a dia com o Evangelho 2015: Texto e comentário – Ano B – São Marcos. Autor: Padre Luiz Miguel Duarte.


Rasgaram-se os céus
 Nosso Senhor, sendo Deus, não precisava entrar na fila dos pecadores e ser batizado por São João Batista. Com grande humildade, porém, Ele quis que se cumprisse toda a justiça [1]. A Igreja sempre interpretou esse gesto como uma prefiguração do que Cristo fez na Cruz, tomando sobre Si os nossos pecados. Comenta o Papa Bento XVI:
"O que é verdadeiramente novo é que Jesus queira ser batizado, que entre na multidão triste dos pecadores, que aguardam nas margens do rio Jordão. O batismo implicava uma confissão dos pecados. Na sua essência, era uma confissão dos pecados e a tentativa de se despojar de uma vida falhada e de receber uma nova vida. Podia Jesus fazer isso? Como Ele podia confessar pecados?"
(...)
"Porque se na descida a este batismo estão contidos uma confissão dos pecados e um pedido de perdão para um novo começo, então também está contida neste sim a toda a vontade de Deus num mundo marcado pelo pecado uma expressão da solidariedade com os homens, que se tornaram culpados, mas que se dirigem para a justiça. Somente a partir da cruz e da ressurreição é que todo o sentido deste processo se tornou reconhecível. Ao descerem para a água, os batizandos confessam os seus pecados e procuram ser libertos deste peso que representa terem caído na culpa. O que é que Jesus fez então? S. Lucas, que em todo o seu Evangelho dirige um olhar atento à oração de Jesus, que o representa sempre como orante – em conversa com o Pai –, diz-nos que Jesus recebeu o batismo enquanto orava (3, 21). A partir da cruz e da ressurreição tornou-se claro para a cristandade o que estava acontecendo: Jesus tomou sobre os seus ombros o peso da culpa de toda a humanidade; levou-a pelo Jordão abaixo. Ele inaugura-o com a antecipação da cruz. Ele é, por assim dizer, o verdadeiro Jonas, que disse para os marinheiros: 'Pegai em mim e atirai-me ao mar' (Jn 1, 12). Todo o significado do batismo de Jesus, o seu levar 'toda a justiça', só na cruz é que se revela: o batismo é a aceitação da morte pelos pecados da humanidade, e a voz do batismo – 'Este é o meu filho bem-amado' (Mc 3, 17) – é já um chamado de atenção para a ressurreição. Assim se compreende também como na própria linguagem de Jesus a palavra 'batismo' aparece como designação da sua morte (Mc 10, 38; Lc 12, 50)." [2]
De fato, a eficácia do nosso Batismo depende diretamente de Cristo crucificado, de cujo lado aberto brotaram sangue e água [3]. "O sangue e a água que escorreram do lado traspassado de Jesus crucificado são tipos do Batismo e da Eucaristia, sacramentos da vida nova" [4]. Por meio dos Sacramentos, Cristo perpetua na história a eficácia da Redenção.
Mas, era conveniente que Nosso Senhor fosse batizado? Santo Tomás responde:
"Era conveniente que Cristo fosse batizado (...) porque, como diz Ambrósio: 'O Senhor foi batizado não porque quisesse ser purificado, mas querendo purificar as águas, para que limpas pela carne de Cristo, que não conheceu o pecado, tivessem a força do batismo'. E Crisóstomo acrescenta: 'Para deixá-las santificadas para os que haveriam de ser batizados depois." [5]
Ao invés de Ele ser purificado pelas águas, elas foram santificadas por Ele. Assim como, na Eucaristia, ao invés de o alimento se unir ao nosso corpo, somos nós quem nos unimos ao alimento, que é Cristo, no Seu Batismo, não é Ele quem é purificado, mas as águas que O batizam.
E por que Nosso Senhor foi batizado no rio Jordão? O Aquinate, novamente, responde:
"Foi pelo rio Jordão que os filhos de Israel entraram na terra prometida. Ora, o que tem de especial o batismo de Cristo com relação a todos os outros batismos é que introduz no reino de Deus, simbolizado pela terra prometida. Por isso diz o Evangelho de João: 'Ninguém pode entrar no reino de Deus, a não ser que nasça da água e do Espírito Santo'. É nesse sentido também que Elias dividiu as águas do Jordão, antes de ser arrebatado ao céu numa carruagem de fogo, pois o fogo do Espírito Santo abre a entrada do céu aos que atravessam as águas do batismo. Por isso convinha que Cristo fosse batizado no Jordão." [6]
O Evangelho diz, no versículo 10, que Cristo, "logo, ao sair da água, viu o céu se abrindo, e o Espírito, como pomba, descer sobre ele". No original grego, o verbo utilizado para designar os céus que se abrem é "σχιζομένους", que quer dizer "rasgar". É a mesma palavra usada para se referir ao véu do Templo que se rompe de alto a baixo [7] e às vestes de Cristo, que os Seus carrascos decidiram não rasgar [8]. Perguntando se os céus deviam "rasgar-se" depois do batismo de Cristo, o Doutor Angélico considera três aspectos:
"Como já foi dito, Cristo quis ser batizado para consagrar com seu batismo aquele com o qual nós seríamos batizados. Por isso, no batismo de Cristo devia manifestar-se tudo o que diz respeito à eficácia de nosso batismo. A esse propósito devemos considerar três aspectos. Primeiro, a força principal da qual o batismo recebe sua eficácia, que é a força celeste. Por isso, uma vez batizado Cristo, o céu se abriu para mostrar que, doravante, uma força celeste santificaria o batismo."
"Segundo, para a eficácia do batismo cooperam a fé da Igreja e a fé daquele que é batizado; por isso, os que são batizados fazem a profissão de fé e o batismo é chamado sacramento da fé. Pela fé contemplamos as realidades celestes, que superam os sentidos e a razão humana. Para expressar isso se abriram os céus depois do batismo de Cristo."
"Terceiro, pelo batismo de Cristo especialmente que se abre para nós a entrada no reino dos céus, que tinha sido fechada pelo pecado ao primeiro homem. Por isso, os céus se abriram depois do batismo de Cristo, para mostrar que o caminho do céu está aberto para os batizados." [9]
Santo Tomás ainda tece algumas considerações sobre a importância da oração, a partir da narrativa de São Lucas: "Cristo, batizado, estava em oração, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre ele" [10]. Ele diz:
"Mas, depois do batismo, o homem precisa da oração constante para entrar no céu; pois, mesmo que os pecados sejam perdoados pelo batismo, permanece a atração ao pecado que nos ataca interiormente, e o mundo e os demônios que nos atacam exteriormente. Por isso, claramente diz o Evangelho de Lucas que 'depois de ter sido batizado Jesus, e enquanto orava, se abriram os céus', porque a oração é necessária aos fiéis depois do batismo. – Ou ainda, para dar a entender que o fato de se abrir o céu aos crentes pelo batismo que se deve à força da oração de Cristo. Por isso, claramente diz o Evangelho de Mateus: 'Abriram-se-lhe os céus', isto é, e a todos por causa dele, como se um imperador dissesse a alguém que pede uma graça para outrem: 'É a ti que faço este favor e não a ele', ou seja, 'a ele, por tua causa', como afirma Crisóstomo." [11]
Quando fomos batizados, os céus se abriram para nós, mas não podemos descuidar da oração, sem a qual estaremos indefesos contra os três inimigos da alma: a carne, o mundo e o diabo. Por isso, ao recebermos este Sacramento, além de professarmos a fé, somos chamados a renunciar a Satanás, às suas obras e seduções.
A oração é necessária porque a graça atual é necessária. Se estamos em estado de graça habitual, todos os dons e virtudes estão em nosso coração, mas, se não rezamos, eles permanecem inoperantes. Neste Domingo, tomemos a firme resolução, o propósito de ter uma vida séria e comprometida de oração. Porque, sem ela, estamos na rampa do inferno, sem proteção contra os inimigos de nossa alma e de nossa salvação e sem as graças necessárias para amar a Deus. T
Referências:
Cf. Mt 3, 15.
Papa Bento XVI. Jesus de Nazaré: primeira parte: do batismo do Jordão à transfiguração. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007. p. 32-34.
Cf. Jo 19, 34.
Catecismo da Igreja Católica, 1225.
Suma Teológica, III, q. 39, a. 1.
Ibidem, III, q. 39, a. 4.
Cf. Mt 27, 51.
Cf. Jo 19, 24.
Suma Teológica, III, q. 39, a. 5.
Lc 3, 21-22.
Suma Teológica, III, q. 39, a. 5.
Liturgia de 11.01.2015 - Batismo do Senhor
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Dermeval Neves

A Voz do Pastor - Batismo do Senhor - Domingo 11/01/2015
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arqrio

Tu és meu filho amado; em Ti ponho meu bem-querer.

Espírito de purificação, faze-me experimentar o
batismo purificador de Jesus, que me liberta do
pecado e do egoísmo, predispondo-me para o serviço
generoso a meu próximo.


HOMILIA - Mc 1,7-11
O BATISMO DE JESUS
João Batista não negava que em sua vida havia poder do Alto para operar a obra que já havia sido designada por Deus a ele desde a época dos profetas. Esse poder consistia na pregação do Reino e na remissão dos pecados pelo arrependimento, externado no rito do batismo nas águas.
Hoje nossa cultura religiosa limita o poder do Alto essencialmente a manifestação de milagres de cura e operações sobrenaturais, pelo simples fato de que estes sinais aconteciam no ministério de Jesus. Mas releva-se que o contexto onde estes eventos sobrenaturais aconteciam, eram no fundo para servirem de confronto com a mentalidade religiosa e estas operações sempre serviram para que a consciência dos participantes e espectadores se convertesse de sua acomodação e limitação espiritual.
Reitero que creio em milagres e operações sobrenaturais, no entanto, não firmo minha fé exclusivamente nessas ocorrências. Deus pode não achar bom curar determinadas pessoas, por motivos que competem exclusivamente a Ele decidir não curar ou fizer o milagre que acho necessário que aconteça. Mesmo diante desse contexto, Ele não deixará de ser Deus. Mas se firmar minha fé somente no que vejo de extraordinário, caso um não-milagre aconteça, minha fé corre o sério risco de revelar-se superficial e inoperante para trazer paz a minha vida em momentos de aflição.
O ato de retirar as sandálias era uma função dos escravos da casa de um nobre, para após isso lavar os pés e ungi-los com óleo para que se re-hidratassem da caminhada no clima árido do deserto. Portanto era uma posição de máxima subserviência ao amo. Observe-se que desamarrar era o mais simples ato deste costume comum á época, que implicava em curvar-se para tanto, um sinal que no contexto espiritual significa reverenciar a Deus.
Por saber que o seu poder vem de Deus, João Batista submete-se a autoridade d´Ele pois sabia que ele somente prenunciava O mais poderoso que ele haveria de vir, colocando-se numa posição de máxima subserviência, como os escravos que lavavam e hidratavam os pés do amo e seus convidados.

Mesmo com esse poder, João Batista sabia que por mais que o batismo nas águas significasse que o interior do ser havia se conscientizado do pecado e do amor de Deus em implantar seu Reino entre os arrependidos, esse batismo não era suficiente para fazer o homem a mudar seu instinto natural ao pecado, necessitando da intervenção divina na vida do ser, o que só se realizaria com o batismo com o Espírito Santo que só Jesus pode promover.
Para que essa possibilidade se tornasse realidade, Jesus cumpriu o rito do batismo do arrependimento, mesmo sendo Ele um Rabi, que quer dizer Mestre. Esse batismo do arrependimento de Jesus foi também Seu batismo com e no Espírito Santo, uma vez que o Espírito Santo desceu como uma pomba sobre Ele. E uma voz se fez ouvir: Tu és o meu Filho querido e me dás muita alegria.
Pensemos: se Jesus sendo um dos mestres judaicos, em se “arrependendo” e do ponto-de-vista demonstrado na bíblia de que Cristo padeceu na carne do todo tipo de tentação e inclinação carnal, portanto passível de arrependimento também como homem, abriu a possibilidade para que Deus desse de Seu Espírito para Ele, então essa possibilidade também está aberta a todos que assim o desejem!
Esse objetivo divino -fazer com que Seu Espírito faça habitação em todos os que se arrependem- é cumprido em Cristo em seu batismo no Rio Jordão. E o júbilo do Senhor em ver esse objetivo cumprido em Jesus é traduzido por seu inesperado rompante declarando Sua alegria em ver seu filho amado cumprindo Sua vontade. O Espírito Santo é Deus nos guiando em toda a verdade, fazendo florescer os dons –em especial o do amor- e dando-nos a capacitação para mudarmos nossa mentalidade corrompida, frutificando em obras e vida plena.
Como vives o teu batismo? Quero recordar-te que o nosso batismo é um compromisso de seguimento de Jesus, na transformação deste mundo pelo amor de Deus, incutido em nosso coração por Jesus hoje batizado no Jordão por João Batista.
Fonte Padre BANTU SAYLA
HOMILIA
O batismo no Espírito Santo realiza uma obra nova em nós
O Espírito que recebemos em nós, pela graça do batismo, nos unge, nos consagra, nos envia, nos refaz, nos cura, nos liberta e nos restaura!
“E logo, ao sair da água, viu o céu se abrindo, e o Espírito, como pomba, descer sobre ele” (Marcos 1, 10).


Nós hoje celebramos a Festa do Batismo de Jesus. O batismo de Jesus tem muito a nos ensinar, nós que somos batizados e, como batizados, somos discípulos seguidores de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A primeira coisa é que, São João, aquele que batizava nas águas, veio nos mostrar que o seu batismo não é como o de Jesus; o batismo que Ele nos traz não se compara a nenhuma outra graça! O  batismo nos dá o Espírito Santo, que se apodera e toma posse de nós por intermédio dessa graça [do batismo].
Nós não podemos considerar o fato de o Espírito vir sobre nós como uma coisa qualquer,  simples ou irrelevante; ao contrário, o Espírito, que desceu sobre Jesus, é o mesmo que desce sobre nós, nos unge, nos consagra e nos torna configurados a Cristo (Sacerdote, Profeta, Rei) e nos faz missionários e discípulos do amor de Deus.
O batismo confere as graças fundamentais para a nossa vivência da fé cristã, e a primeira e a principal delas é nos dar a graça de nos tornarmos templos do Espírito Santo. O mesmo Espírito, que estava e está em Jesus, está em nós! E podemos observar pelo relato dos Evangelhos que esse Espírito que conduzia Jesus, O conduzia a pregar, a ensinar, a curar, a libertar; e O colocava em sintonia com o Pai.
Da mesma forma, o Espírito que recebemos em nós, pela graça do batismo, nos unge, nos consagra, nos envia, nos refaz, nos cura, nos liberta e nos restaura! Enfim, o Espírito Santo de Deus realiza uma obra nova de Deus em nossa vida, pois, com Ele, nos tornamos templos vivos, lugar da morada d’Ele.
Aquilo que Jesus ouviu hoje, nessa passagem bíblica, uma voz vinda do céu, porque o Espírito pairava sobre Ele, é a voz do Pai que também branda em nosso coração, em nosso peito. Quando nos abrimos para a graça do Espírito é a voz do Pai que nos diz : “Este é o meu filho amado!”.
Em nós, em nossa vida, está o “bem-querer” de Deus, nós precisamos viver como batizados e levar nosso batismo a sério. Não podemos viver no mundo como se fôssemos pagãos, como se não conhecêssemos a Deus, como se não tivéssemos recebido a graça, o poder e o penhor do Espírito.
A mesma unção que pairava sobre Jesus, que ela paire sobre nós, que ela nos consagre, que nos revitalize, que nos faça nascer de novo pela água e pelo Espírito! O Espírito de Deus está sobre nós e queremos viver a graça de sermos batizados!
Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. https://www.facebook.com/rogeraraujo.cn
LEITURA ORANTE

Mc 1,7-11 - Jesus é batizado



- A nós, a paz de Deus, nosso Pai, a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Jesus Mestre, ficai conosco,
aqui reunidos (pela grande rede da internet),
para melhor meditar e comungar com a vossa Palavra.
Oferecimento do dia
Adoro-vos, meu Deus, amo-vos de todo o meu coração.
Agradeço-vos porque me criastes, me fizestes cristão, me conservastes a vida e a saúde.
Ofereço-vos o meu dia: que todas as minhas ações correspondam à vossa vontade.
E que faça tudo para a vossa glória e a paz das pessoas.
Livrai-me do pecado, do perigo e de todo o mal.
Que a vossa graça, benção, luz e presença permaneçam sempre comigo
e com todos aqueles que eu amo. Amém.

(Orações da Família Paulina)

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
 Leio na Bíblia  Mc 1,7-11
Naqueles dias, Jesus foi da Galiléia até o rio Jordão a fim de ser batizado por João Batista. Mas João tentou convencê-lo a mudar de idéia, dizendo assim:
- Eu é que preciso ser batizado por você, e você está querendo que eu o batize?
Mas Jesus respondeu:
- Deixe que seja assim agora, pois é dessa maneira que faremos tudo o que Deus quer.
E João concordou.
Logo que foi batizado, Jesus saiu da água. O céu se abriu, e Jesus viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e pousar sobre ele. E do céu veio uma voz, que disse:
- Este é o meu Filho querido, que me dá muita alegria!
O batismo de Jesus é considerado a segunda epifania ou manifestação. A primeira foi ao magos. No batismo, Jesus se integra à comunidade cristã e aos judeus presentes. Naquela cerimônia, o que era sinal de arrependimento para o povo, para ele é sinal de justiça. E justiça, na Bíblia, significa, amor de Deus para todos. Para todos! Assim, ungido, Jesus declara sua missão.
Quando Jesus saiu da água, aconteceu a manifestação da Santíssima Trindade: "viu o Espírito de Deus" e ouviu o testemunho amoroso do Pai: "Este é o meu Filho querido".
No Batismo de cada cristão ouve-se também esta proclamação: "Eu te batizo em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo".

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
O nosso batismo deriva do  batismo de Cristo. Ser batizado é ser enxertado em Cristo, é aceitar a justiça e os desafios provenientes do anúncio do Evangelho. Ser imerso na água do batismo é aceitar morrer ao pecado.  Disseram os bispos, em Aparecida: "Ao receber a fé e o batismo, os cristãos acolhem a ação do Espírito Santo que leva a confessar a Jesus como Filho de Deus e a chamar Deus “Abba”(Paizinho!). Como todos os batizados e batizadas da América Latina e do Caribe “através do sacerdócio comum do Povo de Deus”, somos chamados a viver e a transmitir a comunhão com a Trindade, pois “a evangelização é um chamado à participação da comunhão trinitária” (DAp 157).

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Renovo o meu Batismo, renovando a minha fé e meu compromisso cristão.
Creio em Deus-Pai, todo poderoso,
criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo seu único filho, Nosso Senhor,
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria
Padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu a mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai, todo poderoso,
de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na Santa Igreja Católica,
na comunhão dos Santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne,
na vida eterna.
Amém.

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou viver a minha vida cristã coerente com meus compromissos do meu batismo, em contínua conversão e dando testemunho de minha fé.

nção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Irmã Patrícia Silva, fsp