domingo, 7 de março de 2021

8 de Março - Sobre o Dia Internacional da Mulher


8 de Março - Sobre o Dia Internacional da Mulher

A última criatura que Deus criou foi a mulher; “tirada” do homem; com a mesma dignidade dele para ser-lhe “companheira adequada” (cf. Gen 2, 18) e para ser com ele “uma só carne” (Gen 2, 24). Um foi feito para o outro, completamente diferentes, no corpo e na alma, na voz e na força, nas lágrimas e na sensibilidade. Ao casal humano Deus entregou o destino do mundo: "Crescei e multiplicai, enchei a terra e submetei-a" (Gn 1, 28).
Assim, o casal humano, homem e mulher, foram colocados por Deus como o fundamento da humanidade e da sociedade; destruir este arquétipo divino é destruir a própria humanidade.
A mulher foi moldada por Deus para ser, sobretudo, mãe e esposa: delicada, meiga, compassiva, generosa, paciente. Um perigoso feminismo, “avançado”, tende a igualar entre si homem e mulher, destruindo a beleza da diferença dos dois sexos, especialmente a da mulher. É a perigosa ideologia de “gênero”, que destrói a humanidade na sua raiz. Muitas vezes, a palavra “gênero” aparece hoje no lugar da palavra “sexo”, com o intuito de eliminá-lo. Em vez de se falar de “diferença entre os sexos”, fala-se de “diferença entre os gêneros”. Essa palavra esconde toda uma perigosa ideologia. Os seus principais erros são esses:

1 – Não existe um homem natural nem uma mulher natural. O ser humano nasce sexualmente neutro. A sociedade é que constrói os papéis masculinos ou femininos. “Gêneros” são papéis socialmente construídos. Não é a natureza, nem Deus, mas a sociedade que impõe à mulher e ao homem certos comportamentos e certas normas diferentes segundo essa ideologia. Se as mulheres se casam com homens, e não com outras mulheres, isso não se deve à lei da natureza, mas à construção da sociedade. Se os homens se sentem na obrigação de trabalhar fora de casa para sustentar a família, enquanto as mulheres sentem necessidade de ficar com os filhos, nada disso é natural. São meros papéis, desempenhados por tradição, mas que poderiam perfeitamente ser trocados. Assim, a mulher, ingenuamente, “acredita” que seu lugar mais importante é o lar, que nasceu para se mãe, que deve sacrificar-se pelos filhos, que deve ser fiel ao marido… Tais “construções sociais” não têm fundamento, dizem as feministas.

2 – Assim, é preciso “desconstruir” tais idéias, conscientizando a mulher de que ela está sendo enganada e explorada. Uma vez liberta de tais “construções sociais”, ela vê-se livre para construir a si mesma: pode livremente optar por ser lésbica, por não ser mãe ou por matar o filho concebido (ou, como se diz: “interromper a gravidez”). Tudo passa a ser permitido.

A origem deste perigoso feminismo vem do filósofo alemão, amigo inseparável de Karl Marx, Friedrich Engels (1820-1895), juntos fundaram o chamado “socialismo científico” ou marxismo. Engels dizia: “O primeiro antagonismo de classes da história coincide com o desenvolvimento do antagonismo entre o homem e a mulher, unidos em matrimônio monógamo, e a primeira opressão de uma classe por outra, com a do sexo feminino pelo masculino [The Origin of the Family, Property and the State”, International Publishers, New York , 1972, pp. 65-66. 2].
De acordo com a doutrina marxista, não há conciliação possível entre as classes, há que se eliminá-las. Seguindo a mesma linha, o feminismo atual, com bases no marxismo, não deseja simplesmente melhorias para as mulheres, mas sim, eliminar as “classes sexuais”. Diz a feminista radical Shulamith Firestone, em seu livro “The Dialectic of Sex” (A dialética do sexo)
(…) assegurar a eliminação das classes sexuais requer que a classe subjugada (as mulheres) faça uma revolução e se apodere do controle da reprodução, que se restaure à mulher a propriedade sobre seus próprios corpos, como também o controle feminino da fertilidade humana, incluindo tanto as novas tecnologias como todas as instituições sociais de nascimento e cuidado de crianças (…) a meta definitiva da revolução feminista deve ser igualmente não simplesmente acabar com o privilégio masculino, mas com a própria distinção de sexos: as diferenças genitais entre os seres humanos já não importariam culturalmente.
A respeito da mulher que opta por ficar em seu lar cuidando dos filhos, diz a feminista Christina Hoff Sommers: Pensamos que nenhuma mulher deveria ter esta opção. Não se deveria autorizar a nenhuma mulher ficar em casa para cuidar de seus filhos. A sociedade deve ser totalmente diferente. As mulheres não devem ter essa opção, porque se essa opção existe, demasiadas mulheres decidirão por ela [Sommers, Christina Hoff. Who Stole Feminism?, Simon & Shuster , New York , 1994, p.257].
A civilização atual atravessa uma fase de rápido declínio moral. É a mulher, não-contaminada pela mentalidade dominante, com a sua intuição, sua preferência pelo amor profundo e estável, pela fraternidade e pela fé religiosa, que deve exercer uma tarefa muito elevada, indispensável para ajudar o homem a alcançar os valores superiores.
Hoje, a opinião pública pressiona psicologicamente a mulher para que ela se realize, superando o homem, de forma a que busque o sexo mais que o amor; o trabalho e a ciência mais que a geração e a educação dos filhos; o racionalismo mais que a fé; o feminismo e o conflito mais que a ternura; a igualdade de pensamento e de obrigações sociais mais que a complementaridade. Isso destrói a beleza original dela.
O Papa Paulo VI ressaltava que, se o homem tem o primado da razão, a mulher tem o primado do coração; e este não é menos importante. Por isso, a mulher não pode se afirmar na sociedade querendo copiar os erros do homem: corrupção, fraude, violência, aborto, eutanásia, exploração do sexo, cultura da morte, endeusamento da glória, do dinheiro e do prazer… Ao contrário, ela precisa trazer uma nova alma à sociedade, fruto da sua beleza e do seu amor.
Infelizmente, a própria mulher aceita e permite comercializar brutalmente o seu corpo, por dinheiro e glória, como se fosse uma coisa e não uma pessoa. Além disso, defende-se que a gravidez é incompatível com o seu contrato de trabalho, e muitas até aceitam a imposição do aborto para não prejudicar a profissão.
O feminismo divulgou a idéia de que quem está fora do mercado de trabalho não tem valor. Por isso, há hoje uma geração de mulheres que não têm filhos; ou têm apenas um. O que será desse casal quando ambos envelhecerem? A família é quem oferece os cuidados básicos às pessoas idosas. Se muitos casais não tiverem filhos, haverá uma mudança drástica na sociedade, com muitos idosos sem amparo familiar. Hoje, é comum velhos morrerem sozinhos em seus apartamentos na Europa. Por outro lado, velhinhos fogem dos asilos da Holanda para a Alemanha com medo da eutanásia.
O feminismo foi responsável por difundir essa visão de que apenas o trabalho importa e nada mais vale a pena. Com isso, muitas mulheres abandonaram a vida conjugal e familiar. Chegaremos a um ponto em que a sociedade vai entrar em pânico pela nova conjuntura, especialmente pela falta de crianças, como já acontece em toda a Europa.
Há nitidamente no mundo hoje uma ação deliberada para “desconstruir” a família, e os principais pontos dessa estratégia estão em desvalorizar o casamento e a maternidade. Jamais a mulher poderá se realizar mais em outra vocação do que na maternidade. É aí que ela coopera, de maneira mais extraordinária, com Deus na obra da criação e, conseqüentemente, é aí que ela encontra a sua verdadeira realização. São Paulo afirma a Timóteo que: “A mulher será salva pela maternidade” (1Tm 2,15).
Assim se expressou o Papa João Paulo II: “Não há dúvida de que a igual dignidade e responsabilidade do homem e da mulher justificam plenamente o acesso da mulher às tarefas públicas. Por outro lado, a verdadeira promoção da mulher exige também que seja reconhecido o valor da sua função materna e familiar em confronto com todas as outras tarefas públicas, em geral reservadas ao homem” (Exortação Apostólica “Familiaris Consortio”, 23).
Sem o papel fundamental da mulher, como mãe e esposa, segundo o plano original de Deus, a humanidade perecerá.

Professor Felipe Aquino

BOM DIA! BOA TARDE! BOA NOITE! Oração da noite, Oração da manhã e Oração do entardecer - Deus te abençoe!



Oração da Noite

Boa noite Pai.
Termina o dia e a ti entrego meu cansaço.
Obrigado por tudo e… perdão!!
Obrigado pela esperança que hoje animou meus passos, pela alegria que vi no rosto das crianças;
Obrigado pelo exemplo que recebi daquele meu irmão;
Obrigado também por isso que me fez sofrer…
Obrigado porque naquele momento de desânimo lembrei que tu és meu Pai; Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa, pela comida, pelo meu desejo de superação…
Obrigado, Pai, porque me deste uma Mãe!
Perdão, também, Senhor!
Perdão por meu rosto carrancudo; Perdão porque não me lembrei que não sou filho único, mas irmão de muitos; Perdão, Pai, pela falta de colaboração e serviço e porque não evitei aquela lágrima, aquele desgosto; Perdão por ter guardado para mim tua mensagem de amor;
Perdão por não ter sabido hoje entregar-me e dizer: “sim”, como Maria.
Perdão por aqueles que deviam pedir-te perdão e não se decidem.
Perdoa-me, Pai, e abençoa os meus propósitos para o dia de amanhã, que ao despertar, me invada novo entusiasmo; que o dia de amanhã seja um ininterrupto “sim” vivido conscientemente.
Amém!!!

Oração da manhã

Bom-dia, Senhor Deus e Pai!
A ti, a nossa gratidão pela vida que desperta, pelo calor que
cria vida, pela luz que abre nossos olhos.
Nós te agradecemos por tudo que forma nossa vida, pela terra, pela água, pelo ar, pelas pessoas. Inspira-nos com teu Espírito Santo os pensamentos que vamos alimentar,as palavras que vamos dizer, os gestos que vamos dirigir,a comunicação que vamos realizar.
Abençoa as pessoas que nós encontramos, os alimentos que vamos ingerir.
Abençoa os passos que nós dermos, o trabalho que devemos fazer.
Abençoa, Senhor, as decisões que vamos tomar, a esperança que vamos promover,a paz que vamos semear,a fé que vamos viver, o amor que vamos partilhar.
Ajuda-nos, Senhor, a não fugir diante das dificuldades, mas a abraçar amor as pequenas cruzes deste dia.
Queremos estar contigo, Senhor, no início, durante e no fim deste dia.
Amém.

Oração do entardecer

Ó Deus!
Cai à tarde, a noite se aproxima.
Há neste instante, um chamado à elevação, à paz, à reflexão.
O dia passa e carregam os meus cuidados.
Quem fez, fez.
Também a minha existência material é um dia que se passa,
uma plantação que se faz, um caminho para algo superior.
Como fizeste a manhã, à tarde e a noite, com seus encantos,
fizeste também a mim, com os meus significados, meus resultados.
Aproxima de mim, Pai, a Tua paz para que usufrua desta
hora e tome seguras decisões para amanhã.
Que se ponha o sol no horizonte, mas que nasça
em mim o sol da renovação e da paz para sempre.
Obrigado, Deus, muito obrigado!
Amém!

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 07/03/2021

ANO B


3º DOMINGO DA QUARESMA

Ano B - São Marcos - Roxo

“Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!”

Jo 2,13-25

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Cristo é o nosso acesso direito ao Pai. Através Dele, temos a oportunidade de estarmos em contato direto com Deus que quer que todos se salvem e tenham a vida eterna. Não é um prédio suntuoso que nos coloca em contato com Deus, mas a observância dos seus mandamentos que se traduzem em um verdadeiro relacionamento com Ele e com os irmãos e irmãs.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, nosso caminho quaresmal se renova por esta celebração. Nós somos o Povo Santo que o Senhor Deus reuniu e com o qual realizou sua Aliança, oferecendo-nos seus mandamentos e enviando-nos Seu Filho para ser, de modo definitivo, o Templo vivo e verdadeiro onde nos encontramos com Deus, e com Ele nos reconciliamos.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A purificação do Templo de Jerusalém é símbolo daquela purificação que Deus realiza nas mentes e corações, para serem templos do Espírito Santo e morada do amor que une a Deus e cria relações fraternas. O terceiro domingo da Quaresma traz para nossa reflexão o tema do zelo pela casa do Senhor como meio que nos conduz até ele, isto é, a salvação. Esse tema tem muitos desdobramentos, dando-nos a possibilidade de extrair dele muitos ensinamentos para o nosso crescimento na fé e na vivência do verdadeiro sentido de ser Igreja. Jesus se deixa consumir pelo zelo da casa de Deus e nos ensina a fazer o mesmo. Todo cristão deve, ou pelo menos deveria, se consumir pelo zelo da casa de Deus, e zelar pela casa de Deus significa zelar por aquilo que pertence a Deus.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A Liturgia do Terceiro Domingo da Quaresma leva-nos a refletir sobre uma atitude fundamental a ser assumida por todos os que buscam aproximar-se de Cristo: acreditar em Deus é colocar nossa confiança exclusivamente Nele. A superação da idolatria do dinheiro é passo importante nesta caminhada de conversão e exigência para a concretização do autêntico e verdadeiro culto ao Senhor.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, nosso caminho quaresmal se renova por esta celebração. Nós somos o Povo Santo que o Senhor Deus reuniu e com o qual realizou sua Aliança, oferecendo-nos seus mandamentos e enviando-nos Seu Filho para ser, de modo definitivo, o Templo vivo e verdadeiro onde nos encontramos com Deus, e com Ele nos reconciliamos.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A purificação do Templo de Jerusalém é símbolo daquela purificação que Deus realiza nas mentes e corações, para serem templos do Espírito Santo e morada do amor que une a Deus e cria relações fraternas. O terceiro domingo da Quaresma traz para nossa reflexão o tema do zelo pela casa do Senhor como meio que nos conduz até ele, isto é, a salvação. Esse tema tem muitos desdobramentos, dando-nos a possibilidade de extrair dele muitos ensinamentos para o nosso crescimento na fé e na vivência do verdadeiro sentido de ser Igreja. Jesus se deixa consumir pelo zelo da casa de Deus e nos ensina a fazer o mesmo. Todo cristão deve, ou pelo menos deveria, se consumir pelo zelo da casa de Deus, e zelar pela casa de Deus significa zelar por aquilo que pertence a Deus.
Fonte: NPD Brasil em 04/03/2018

A LEI DE DEUS E O TEMPLO

Encontramos dois grandes temas na liturgia deste Terceiro Domingo da Quaresma: a Lei de Deus e o Templo. Eram os valores mais sagrados para os judeus, juntamente com o dia santo, o sábado, porque diziam respeito aos deveres relacionados com Deus: honrando seus Mandamentos, reconhecendo a presença divina no templo e prestando adoração a Deus. A cena do Evangelho nos surpreende, pela força com que Jesus entrou no Templo de Jerusalém. Os peregrinos chegavam para oferecer sacrifícios a Deus e pagar o tributo anual no templo. Por isso ali estavam os vendedores de animais e os cambistas. Com o tempo, aquele lugar sagrado havia se transformado num verdadeiro mercado: troca de moedas, venda de animais para os rituais: pombas, rolinhas, cordeiros, cabritos, bois etc.
E Jesus reage, porque não tolera que se ofenda impunemente o caráter sagrado do templo de Jerusalém. Encontrou no templo os negociantes de bois, ovelhas e pombas, e mesas dos trocadores de moedas. Fez ele um chicote de cordas, expulsou todos do templo, como também as ovelhas e os bois, espalhou pelo chão o dinheiro dos trocadores e derrubou as mesas. Disse aos que vendiam as pombas: Tirai isto daqui e não façais da casa de meu Pai uma casa de negociantes. (Jo 2,14-16) Ninguém duvidava que o templo de Jerusalém continuava a pertencer a Deus. Mas havia muito barulho, gritaria, sujeira, quase não se conseguia rezar.
Pensemos agora na nossa alma: lembremos que somos templos de Deus e, por isso, o Espírito Santo habita em nós (cfr. 1 Cor 3, 16). Sendo nosso coração morada do Espírito Santo, não será que também nós nos sintamos agitados, perturbados como uma feira ou um mercado? Talvez Jesus também veja o templo da nossa alma do mesmo modo: muito cheio de pensamentos inúteis, muita dispersão, dissipação, visão humana das coisas O que pode transformar a nossa alma em um mundo agitado e turbulento? O templo do nosso coração, que foi feito para Deus, pode estar completamente abarrotado com o egoísmo das nossas preocupações pessoais; com a soberba de julgar e condenar os outros; com o apegamento ao dinheiro e às coisas materiais, etc.
Como Deus espera que pertençamos de verdade a Ele, nos revelou os Dez Mandamentos: “Eu sou o Senhor teu Deus... Não pronunciarás o nome do Senhor teu Deus em vão... Trabalharás durante seis dias e farás todos os teus trabalhos, mas o sétimo dia é sábado dedicado ao Senhor teu Deus... Honra teu pai e tua mãe, para que vivas longos anos na terra que o Senhor teu Deus te dará. Não matarás. Não cometerás adultério. Não furtarás. Não levantarás falso testemunho contra o teu próximo. Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem seu escravo, nem sua escrava, nem seu boi, nem seu jumento, nem coisa alguma que lhe pertença”.
Agradeçamos a Deus o seu desejo de estar presente no templo dos nossos corações. E, para isso, façamos um bom exame de consciência seguindo os Mandamentos e preparemos a nossa Confissão, para termos um coração puro e limpo, que seja digno templo de Deus Nosso Senhor.
Dom Carlos Lema Garcia
Bispo Auxiliar de São Paulo

Comentário do Evangelho

Exigências da fé

No evangelho de João percebe-se uma exaltação dos samaritanos e uma crítica aos judeus. Assim, por um lado, temos a narrativa do diálogo de Jesus com a mulher samaritana, em pleno dia, à beira do poço, que termina com todos os moradores desta região da Samaria vindo aclamar Jesus, professando nele sua fé. Por outro lado, Nicodemos, um dos chefes dos fariseus, vem conversar com Jesus, ocultando-se na penumbra da noite, e não entende a sua mensagem.
O evangelho de hoje menciona que estava próxima a Páscoa "dos judeus", dando a entender que Jesus se distancia do sistema religioso que a promove, sediado em Jerusalém. Nesta primeira viagem de Jesus a Jerusalém o destaque é a denúncia do sistema do Templo. Em vez de lugar de oração, o Templo é um lugar de comércio e exploração do povo piedoso. A situação não era nova, pois o profeta Jeremias, muito tempo antes, já fizera tal denúncia (Jr 7,11). O culto no Templo, com o acesso de multidões de peregrinos durante o ano, era fonte de riqueza para o comércio em Jerusalém e, principalmente, para a casta religiosa, que recolhia imensos valores como dízimos, ofertas e sacrifícios dos fiéis. Desde sua primeira construção por Salomão, o Templo tinha um anexo, o Tesouro (ou Gazofilácio), onde eram acumuladas estas riquezas, no mesmo estilo dos templos do Egito ou da Babilônia, a serviço de faraós e reis.
A presença de Deus entre homens e mulheres não se dá no Templo, mas em Jesus, e em todos aqueles que, fazendo a vontade do Pai, no serviço e na partilha, com amor e misericórdia, serão morada de Deus (Jo 14,23).
Pela conversão, aderimos ao Deus encarnado, humano como nós, frágil e passível de morrer em uma cruz (segunda leitura), fiel à sua missão de revelar ao mundo o mandamento do amor (Jo 15,12) que supera os antigos mandamentos da Lei de Moisés (primeira leitura).
José Raimundo Oliva
Oração
Senhor Jesus, que eu tenha pelas coisas do Pai o mesmo zelo que tiveste, sabendo reconhecer as exigências práticas da minha fé.
Fonte: Paulinas em 11/03/2012

Vivendo a Palavra

Assim como o Templo que seria reconstruído em três dias era o seu corpo, Jesus se referia ao Templo profanado pelos vendilhões, exploradores da fé do povo simples: eram os próprios fieis, ludibriados. A missão de Jesus – e da sua Igreja, é bom lembrar! – é a libertação do povo de Deus e não a imposição de normas e ritos que impedem a vida em plenitude.
Fonte: Arquidiocese BH em 11/03/2012

VIVENDO A PALAVRA

Assim como o Templo que seria reconstruído em três dias era o seu corpo, Jesus se referia também ao Templo profanado pelos vendilhões, exploradores da fé do povo simples: os fieis eram ludibriados. A missão de Jesus – e da sua Igreja, é bom lembrar… – é a libertação do Povo de Deus e não a imposição de normas e ritos que impeçam a vida em plenitude.
Fonte: Arquidiocese BH em 04/03/2018

VIVENDO A PALAVRA

Quando Jesus, falando do Templo, referia-se ao seu Corpo, na realidade Ele queria ensinar que também nós somos Templos do Senhor. Aprendamos com Ele a respeitar os irmãos – todos eles, a começar dos mais pobres, humildes e enjeitados pela sociedade dos homens – como verdadeiras Moradas do Espírito do Cristo, o Dom Maior que nos foi dado pelo Pai Misericordioso.

Reflexão

A transfiguração de Jesus é relato presente nos três evangelhos sinóticos. Jesus sobe a montanha junto com três discípulos representativos e se transfigura; sua aparência se transforma e suas vestes ficam brancas. A descrição simboliza a antecipação da glória de Jesus ressuscitado. As personagens, Moisés e Elias, representam a totalidade do Antigo Testamento: Moisés a Lei e Elias os profetas. Pedro, diante de tamanha beleza, se entusiasma e propõe construir tendas e permanecer aí. É a tentação de quem se nega a descer para a planície e deseja fugir dos compromissos e dos problemas cotidianos. A visão não mudou a mentalidade de Pedro, que iguala Jesus, Moisés e Elias, ou seja, mantém o messianismo de Jesus nas categorias do Antigo Testamento. Da nuvem, símbolo da presença divina, sai uma voz, pedindo para que todos escutem o Filho amado. É a Jesus que agora devemos escutar. É ele que nos transforma em novos protagonistas do seu projeto; é ele a nova realidade que revela a presença de Deus.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 04/03/2018

Reflexão

O templo de Jerusalém era o centro religioso, político e social do país. Ora, Jesus vai até lá e se depara com um descarado e barulhento comércio nas suas dependências. O que era para ser “casa de oração” tinha virado uma “casa de negócios”. A reação instintiva de Jesus foi expulsar os comerciantes. Naturalmente seu gesto ousado lhe custou a vida, pois uma afronta desse calibre era considerada grave e seria castigada com a morte. Com a purificação do templo, as realidades antigas foram substituídas pelas novas. O templo antigo foi substituído pelo novo Templo, o corpo de Cristo. Por isso, Jesus se ergue como o único santuário válido daí em diante. A liturgia cristã o compreendeu e nos faz proclamar: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a vós, Deus Pai Todo- Poderoso, toda honra e toda glória…”.
Oração
Senhor Jesus, não suportas que teu povo seja oprimido e explorado. Pior ainda quando a opressão se dá no recinto da casa de Deus. Ó Jesus, tu que conheces por dentro todo ser humano, converte nosso coração para ti e impulsiona-nos a promover os nossos semelhantes. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)

Meditando o evangelho

AS COISAS DE DEUS

A imagem de Jesus com o chicote em punho, expulsando do templo de Jerusalém cambistas e comerciantes, não bate com a do Jesus manso e humilde transmitida, pelo imaginário cristão. Não é fácil pensá-lo irado e violento. Por que Jesus se indignou tanto diante do templo profanado?
A resposta, à primeira vista, poderia ser: porque a casa do Pai foi transformada em mercado. A motivação, porém, parece ser outra: porque a religião estava sendo instrumentalizada e acabava acobertando injustiça e extorsão, especialmente, contra os mais pobres; porque o Pai havia sido transformado num deus conivente com a maldade; porque o templo, enquanto lugar da fraternidade e da acolhida, tinha sido transformado em ponto de exploração e enriquecimento ilícito; porque, enfim, a fé perdera a sua profundidade e os fiéis tinham-se tornado vítimas da ganância dos ricos. Nisto consistia a profanação da casa de Deus e da religião. E Jesus não suportava que as coisas do Pai fossem tratadas assim.
 A profanação das coisas divinas, porém, iria atingir seu grau mais elevado, com a morte ignominiosa de Jesus na cruz. Matar o Filho de Deus correspondia à determinação de destruir o verdadeiro templo. Jesus, porém, estava seguro de que o templo-Filho seria reconstruído. O templo material, ao invés, estava fadado à ruína completa.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, que eu tenha pelas coisas do Pai o mesmo zelo que tiveste, sabendo reconhecer as exigências práticas da minha fé.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. JESUS, O TEMPLO DE DEUS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Em suas cinco visitas a Jerusalém, no Evangelho de João, Jesus denuncia o sistema do templo como negação do projeto de Deus. Com a expressão "a Páscoa dos judeus", João insinua que esta não é a festa de Jesus.
O templo e suas festas apenas servem à teocracia que aí se instalou. Uma das dependências do templo era o Tesouro, onde acumulavam as riquezas obtidas a partir das ofertas, do comércio de animais a serem sacrificados e das operações de câmbio de moedas. Jesus denuncia a ambição que reina no templo.
O templo de Deus é o próprio Jesus. Pela encarnação de seu Filho, Deus se revela presente em Jesus e em todos, homens e mulheres, criaturas suas. Os templos de pedra estão descartados como lugares da presença de Deus. Eles passam a ser espaços de encontro dos filhos de Deus que se unem em comunidades vivas para dar testemunho do amor e da fraternidade, em uma sociedade na qual é cultivado o ideal do sucesso individual e da ascensão ao poder.
Na comunidade solidária para com os empobrecidos e excluídos, dá-se o encontro com Jesus e Deus Pai, no amor. A renúncia ao poder e a opção pelo serviço amoroso à vida são loucura para o mundo (segunda leitura).
Na primeira leitura, na proclamação do decálogo, ainda aparece a imagem de um Deus que castiga de geração em geração os que o odeiam e é misericordioso para com os que guardam os mandamentos de sua Lei. Com esta imagem de eleição, os adeptos da Lei se julgam autorizados a exterminar os considerados inimigos.
Jesus, com seu amor misericordioso, revela a verdadeira face do Pai, que não quer que ninguém se perca e deseja vida plena para todos.
Fonte: NPD Brasil em 11/03/2012

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Jesus expulsa os vendedores no templo
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Os judeus pedem sinais, os gregos buscam sabedoria. Nós, porém, anunciamos o Cristo crucificado, escândalo para uns, loucura para outros. Por conseguinte, a Igreja de Jesus não pode se sujeitar aos princípios de quem não percebe o alcance da cruz de Cristo. O que parece fraqueza é força, o que parece loucura é sabedoria aos olhos de Deus e de quem vê o mundo com os olhos da fé. Jesus sabe o que há dentro do ser humano, sabe o que é verdadeiro e sabe o que é falso, conhece as coerências e as incoerências do nosso agir. Quem é, afinal, esse Jesus? Como justifica o que faz, que autoridade tem sobre o templo, por que o chama de casa de seu Pai? Que sinal ele mostra para agir assim?
O sinal é a vida, a sua própria que ele entrega e retoma; a nossa, que ele salva e perpetua; a vida do mundo pela qual ele aceita sacrificar a própria vida. “Destruam este Templo, que é o meu corpo, e em três dias eu o reerguerei”. O sinal é a sua Ressurreição. Na manhã da Páscoa começaremos a compreender que a ressurreição é o sinal por excelência que Jesus nos dá. E na luz da ressurreição compreenderemos também os que não nos compreendem. Se para eles nossa vida é escândalo e loucura, nós os respeitamos e mantemos firmes as nossas convicções na visão da ressurreição.
Este terceiro domingo da Quaresma coloca diante dos nossos olhos os mandamentos da Lei de Deus. Eles continuam sendo um pedagogo que ensina, orienta e aponta a direção a ser seguida. Eles se realizam totalmente na pessoa de Jesus, que nos deu a graça e a verdade, com as quais podemos praticar a Lei dada por Moisés. Sabendo o que há no ser humano, Jesus não espera a perfeição de uma prática legal. Por isso ele se aproxima de nós, e da sua plenitude recebemos graça sobre graça. Com a sua graça purifica-se a casa do Senhor, que é também a nossa vida, para que nela a Páscoa seja celebrada num templo alegre e belo.
Fonte: NPD Brasil em 04/03/2018

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. MERCANTILISMO RELIGIOSO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Um dia quando líamos esse evangelho em uma reunião de equipe, levantou-se a Dona Maria, que veio lá do norte, e disse que Jesus a fez lembrar-se dos fiscais que davam o “rapa” quando ela e o marido tentavam vender mercadorias em uma rua de São Paulo, “eles chegavam arrebentando tudo, virando a banca de pernas prá cima e a gente corria, senão o cassetete de borracha “comia solto”, nunca pensei que Jesus Cristo também perdesse a paciência e ficasse brabo desse jeito” – finalizou Dona Maria.
Foi quando uma catequista muito jovem, perguntou-nos se Jesus estava realmente bravo, e com o que, qual a causa da sua indignação?
O grupo ficou dividido, uns acharam que ele já estava cansado de ver aquela exploração no templo, e que nesse dia, estando com o pavio curto e a paciência esgotada, não se segurou e “soltou os cachorros” prá cima dos exploradores gananciosos. Outro grupo achou que na verdade, o evangelista quer colocar essa briga como o estopim que irá desencadear todo o processo contra Jesus, já que era a semana da páscoa judaica e os vendedores que foram expulsos, não iriam deixar barato aquela atitude de Jesus, mesmo porque, eles vendiam com autorização dos sumo sacerdotes, que tinham interesse nas vendas, uma vez que em sua maioria eram latifundiários, portanto, “fornecedores” naturais de animais para serem sacrificados, podendo então concluir que Jesus havia “cutucado a onça com a vara curta, ou ainda, havia mexido com um vespeiro”.
Como membro da comunidade e freqüentador do templo, Jesus não concorda que haja uma segunda intenção naqueles que trocam moedas e vendem animais para o sacrifício, porque comunidade não é lugar de se fazer barganha, de se buscar interesses particulares que não sejam os do bem comum, não é lugar para se fazer negociatas e trocas de favores, e vem daí a indignação de Jesus para com as lideranças que permitiam a exploração, porque a venda lhes trazia um lucro bem gordo.
Muitas vezes tranqüilizamos a nossa consciência quando pensamos que trabalhamos realmente com amor e que nada buscamos para nós, na pastoral ou movimento onde atuamos, entretanto, sempre há a tentação de ganharmos algo em troca do nosso trabalho, quem é que não quer ser reconhecido por aquilo que faz?
Ser sempre ouvido, consultado, ter a opinião mais importante, ter uma palavra de peso maior, ter poder de influência no conselho e nas demais equipes, exercer um poder paralelo ao da instituição, medir forças com outra liderança, com nossos pastores, ministros, cooperadores, ter prioridade em ocupar salas ou outro espaço qualquer, fazer certas exigências para desempenhar o trabalho. A grande verdade é que, embora de uma maneira dissimulada, também temos nossas “barraquinhas” particulares que faz da comunidade uma verdadeira feira livre, às vezes.
A indignação de Jesus é porque as relações no templo tornaram-se mercantilizadas, e então o evangelho nos faz um forte apelo chamando-nos a uma conversão sincera, para que a convivência na comunidade seja sempre marcada pelo amor gratuito, pela docilidade e flexibilidade, não nos faltando misericórdia, compreensão e paciência, e que possamos eliminar do nosso meio as divisões, os ranços e azedumes, que magoa, fere e machuca os irmãos e irmãs. Que não profanemos o templo sagrado que é a vida dos irmãos, onde o Senhor está presente, senão, de pouco adiantará respeitarmos o ambiente sagrado da igreja templo.
No êxodo, Deus caminhava no meio do povo, habitando em tendas, depois, na monarquia ele foi “enlatado” no templo de Jerusalém, para dar sustentação ao Rei, seu ungido que reinava em seu nome. Deus estava no templo para ser adorado, receber as ofertas e sacrifícios, mas agora, ao se colocar como novo templo, Jesus Cristo está dando um solene basta a antiga religião, Deus deixará o templo para habitar na “Eclésia”, na assembléia da igreja, no meio do povo da nova aliança, aberto a todos os homens que quiserem participar do novo reino. Deus faz morada no mais íntimo do homem dando um novo significado à vida humana, que entra em comunhão com o Divino, tornando-se sagrada e indestrutível.
Aos homens que pensaram ter destruído Jesus para sempre na cruz do calvário, Deus Pai o encheu de glória com a ressurreição, os que hoje pensam ser capazes de enterrar o cristianismo, ridicularizando os seus ensinamentos terão uma surpresa no final da história, pois Jesus garante que esse Reino é eterno e atingirá a sua plenitude, independente da vontade do homem.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP

2. O zelo por tua casa me há de devorar - Jo 2,13-25
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

“Que sinal nos mostras para agires assim?”. A ressurreição, este é o sinal por excelência. “Destruí este templo, e em três dias o reerguerei”. Ele falava do templo do seu corpo.
São João relata sete sinais feitos por Jesus: Nas Bodas de Caná, mudou a água em vinho; ainda em Caná curou à distância o filho doente de um funcionário real; em Jerusalém, na festa das Semanas, que é Pentecostes, curou um enfermo que estava na piscina de Betesda havia trinta e oito anos esperando o movimento das águas para nelas entrar; na margem do mar da Galileia multiplicou pães e peixes para alimentar uma multidão; em algum lugar, passando, curou um cego de nascença; chamou de volta a esta vida seu amigo Lázaro, morto e sepultado havia quatro dias. Se contarmos, temos seis sinais.
A ressurreição de Jesus, sétimo e último sinal, dado na purificação do templo, se junta ao primeiro. A “ressurreição” de Lázaro não é a que nos interessa. Lázaro voltou a esta vida e tornou a morrer. Queremos ressuscitar, continuando a vida para não mais morrer.
Assim caminhamos para a Páscoa, a Páscoa litúrgica que celebraremos no fim da Quaresma e a nossa Páscoa pessoal, a passagem “desta para melhor” como diz o nosso povo. Os judeus perguntaram: “Trabalharam durante quarenta e seis anos para erguer este templo, e tu serias capaz de erguê-lo em três dias?”. No texto grego está escrito: “Tu o farás ressurgir em três dias”. “Ressurgir” e “três dias” apontam para a ressurreição de Jesus ao terceiro dia.
Fica uma pergunta a ser feita a Jesus: Por que purificar o templo de Jerusalém com tanto vigor se ele deve ceder lugar ao novo templo que é o Corpo de Cristo ressuscitado? Ele não será um dia destruído? Talvez Jesus esteja dizendo que os antigos sacrifícios de animai serão substituídos pelo único sacrifício, o do seu Corpo, e que convém entrar no novo templo com um espírito renovado e purificado.

REFLEXÕES DE HOJE

3º DOMINGO DA QUARESMA-07/03


Homília
Pe. José Luiz Gonzaga do Prado

O VERDADEIRO TEMPLO DE DEUS

I. INTRODUÇÃO GERAL

O episódio da expulsão dos vendilhões do templo de Jerusalém no Evangelho segundo João não deveria ser chamado de purificação, mas de substituição. Jesus não pretende corrigir algo de errado que encontrou no Templo, mas substituir esse templo por um lugar de encontro com Deus.
No templo de Jerusalém, em vez de oração e busca de Deus, Jesus encontrou comércio. É a tendência normal das instituições humanas. “Destruam este templo e em três dias eu o levantarei” (...). “Ele falava do Templo que é a sua pessoa”. Ele é o novo lugar de encontro com Deus, o outro templo pode ser destruído. Só depois da ressurreição os discípulos entendem.
Ainda estamos à procura, buscando entender Jesus cada vez melhor. À medida que fazemos isso, enquanto tentamos assimilar que um pobre galileu, pregador popular, condenado pelas autoridades políticas e religiosas à mais humilhante das mortes, é a revelação, o rosto de Deus, estamos indo ao encontro de Deus no seu verdadeiro Templo.
Quando a fé se torna objeto de mercado, de marketing, quando a “pastoral do dízimo” é a mais importante de todas, quando se usam os símbolos religiosos, seja dos santos, seja de Maria, seja até mesmo do Pai, para interesses outros, mais visíveis, mais rentáveis, não estamos construindo aquele Templo que pode ser destruído para ser substituído?
A eucaristia nos ajuda a encontrar Deus em Jesus, que se entrega à mais humilhante das mortes. A morte que exclui da cidadania e da própria religião é a principal revelação de Deus. “Quando tiverdes elevado o Filho do homem, sabereis que ‘Eu Sou’!”
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. I leitura (Ex 20,1-17)

A leitura nos traz os dez mandamentos, a Lei de Deus que nos ensina a viver como verdadeiros irmãos. A lei do dinheiro é outra, é cobiçar, é cada um para si, o mais “competente” se expande e o mais fraco que se dane.
Ter um único Deus é o básico. Deu, que tudo pode e para quem tudo converge, não sou eu, não é o dinheiro, não é o prestígio, a fama, o brilho diante das câmeras. Deus deve ser um só e Pai de todos. Não há deuses fortes e deuses fracos.
As imagens de outros deuses dão autoridade aos que querem seguir outro caminho que não o de Deus. Por isso não fabricar outros deuses nem obrigar outros a adorá-los.
Os que se sentem autorizados a usar o nome de Deus devem cuidar para não usá-lo para seus motivos fúteis e mesquinhos.
Todos têm direito ao descanso, até os animais. Pai e mãe certamente são os da tribo, não tanto os da família nuclear. Talvez isso signifique o respeito ao sistema do reinado do povo, em que quem mandava não era um, mas os mais velhos das tribos, a liderança natural, o verdadeiro reinado de Deus.
Paulo resume os mandamentos em uma palavra: “Não cobiçarás” (Rm 7,7) e está certo, porque a morte é sócia da cobiça e, de fato, todo pecado se resume a esse.

2. II leitura (1Cor 1,22-25)

Alguns em Corinto olhavam os pregadores do evangelho em termos de competição. Quem é melhor orador? Quem demonstra maior conhecimento ou maior autoridade para falar de Jesus? Paulo diz que isso não combina com a mensagem evangélica, que é a cruz.
O trecho que ouvimos hoje desenvolve este pensamento: a boa notícia de um Messias crucificado não satisfaz nem a judeus nem a gregos. Ao contrário, para os judeus é um absurdo pensar que um crucificado, um maldito, possa ter alguma coisa a ver com Deus. Para os gregos, inchados de filosofia, isso é a mais deslavada tolice.
Mas é essa a mensagem que trazemos. Se o judeu exige milagres, sinais de poder e força, a força que anunciamos é a do Crucificado. Se o grego quer filosofar, tente entender essa sabedoria de Deus.
Entre os cristãos, que devem entender e viver a sabedoria do último lugar e a força do mais fraco, não há lugar para espírito de competição nem de comparação entre uns e outros. Isso, sim, seria o maior absurdo e a maior tolice.

3. Evangelho (Jo 2,13-25)

O Quarto Evangelho parece centralizado na paixão de Jesus. O que nos sinóticos aconteceu na última semana de Jesus já aparece no início do Evangelho segundo João. Além disso, em João, Jesus participa de sete festas em Jerusalém, entre as quais três Páscoas, o que justificou a hipótese de três anos de vida pública. Tudo, entretanto, parece mais criação literário-teológica para apresentar a figura de Jesus.
Nos sinóticos, o episódio que lemos hoje é tratado com sobriedade. Jesus expulsa, sem maiores detalhes, os que vendiam e compravam e, citando Isaías e Jeremias, diz que fizeram da casa de oração um esconderijo de ladrões. Jesus parece apenas corrigir o mau uso do Templo.
Aliás, além de ser o sustentáculo econômico da Judeia (18 mil funcionários, sacerdotes, levitas e outros, mais a promoção do turismo religioso), o Templo era o grande negócio do pequeno grupo de sumos sacerdotes, praticamente a família de Anás. Vendiam os animais a preço acima do mercado e, em seguida, os recebiam de graça para sacrificar e queimar parte deles em honra de Deus, enquanto o restante sempre lhes pertencia.
Páscoa, festa em que os judeus do mundo inteiro iam a Jerusalém comemorar a saída da escravidão do Egito. Jesus vai ao Templo, mas, em vez de oração, encontra lá o grande negócio. Ele reage com indignação. E João descreve o fato com detalhes significativos que não se encontram nos sinóticos.
Jesus faz um chicote de cordas. Toca os animais e os vendedores para fora do Templo. Manda que os vendedores de pombas tirem aquilo dali. Elas serviriam para as oferendas dos pobres e era aí que se verificava a maior exploração, chegando o preço de um casal de pombos a ser cinco vezes maior do que nas aldeias.
Quanto aos cambistas ou banqueiros ali instalados, eles trocavam as moedas dos gentios, com imagens e inscrições indignas de ser colocadas nos cofres sagrados, por moedas do próprio Templo. Jesus revira suas mesas, espalhando tudo pelo chão e provocando a maior confusão.
Os discípulos pensaram que Jesus estava preocupado apenas com a pureza do Templo e lembraram a palavra do Salmo: “O zelo pela tua casa me consome”. Como frequentemente acontece no Quarto Evangelho, pensaram errado, o verdadeiro motivo não era esse.
O verdadeiro significado do gesto de Jesus aparece quando os dirigentes questionam sua autoridade para fazer aquilo. Ele responde: “Destruam este templo”. Esse templo pode e vai ser destruído (O Evangelho de João é escrito 20 anos depois da destruição). Mas “ele falava do Templo que é a sua pessoa” – ele agora é o verdadeiro Templo, o lugar de encontro com Deus.
O Templo não está apenas errado pelo mau uso que dele fazem, está superado. Já não existe um lugar exclusivo de encontro com Deus, que possa ser controlado por uma pessoa ou por um grupo de pessoas. Jesus ressuscitado, vivo no meio de nós, é o Templo de Deus. E Paulo disse antes da destruição do Templo que o Templo santo de Deus é o povo, são as comunidades cristãs (1Cor 3,17).
No todo do evangelho, isso vai abrir caminho para a entrada dos samaritanos, que já não precisam discutir com os judeus onde é o lugar de adorar a Deus. Para nós significa que Deus não se deixa prender em um lugar e que prendê-lo a um lugar é manipulá-lo a serviço de outros interesses.
A consequência do que Jesus fez será a sua morte. Mas aí é que ele vai se tornar o verdadeiro Templo, o lugar de encontro com Deus. Na discussão de Jesus com os “judeus” há uma frase intrigante. “Quando puserdes no alto o Filho do homem, ficareis sabendo que EU SOU!” (Jo 8,28; cf. 13,19). “Eu Sou” é o nome de Deus, interpreta o nome Javé. Na cruz, Jesus se manifesta Deus. No crucificado vivo no meio de nós encontramos Deus.
III. DICAS PARA REFLEXÃO

– “Destruam este templo!” Essa religião, simples fator econômico, vai acabar. Basta que as pessoas abram os olhos. A exploração da fé ingênua das pessoas termina à medida que essa fé deixa de ser tão ingênua. Destruam este templo!
– Jesus, o crucificado vivo, é o lugar de encontro com Deus. Isso não pode ficar só numa afirmação teórica, tem de ser buscado e posto em prática. Não é fácil entender a força e a sabedoria da cruz, muito mais difícil é vivê-las no dia a dia.
– O Deus que encontramos em Jesus não é o Deus dos sábios e filósofos, o Deus Primeiro Motor Imóvel ou Arquiteto do Universo; é o Deus dos pequenos, solidário, companheiro, capaz de amar sem ser amado, capaz de responder com amor gratuito ao ódio gratuito. Que ele nos livre de ser os “sabe-tudo”, de imaginar ter todas as respostas e, por um momento que seja, achar que nada temos a aprender; ensine-nos a sabedoria da cruz, a sabedoria do último lugar, que nos leve a encontrar nosso Deus crucificado entre os homens crucificados.
– Deus não está preso, não é privilégio de ninguém, não pode ser manipulado. É invisível, para não ser identificado com uma imagem que pode ser propriedade de alguém ou de algum grupo. É invisível porque não cabe na imaginação humana; é invisível para estar solto, não ser de ninguém, ser de todos. A morte de Jesus destrói os Templos que prendiam Deus e o liberta para que todos possam alcançá-lo sem ter de pagar.
– A eucaristia tem sentido quando nos ajuda a encontrar Deus em Jesus, que se entrega à mais humilhante das mortes. A morte que exclui da cidadania (um cidadão romano não podia ser crucificado) e da própria religião (é maldito de Deus quem morre pendurado – Dt 21,23) é a principal revelação de Deus. “Quando tiverdes elevado o Filho do homem, sabereis que ‘Eu Sou’!”
Fonte: Paulus em 11/03/2012

HOMILIA DIÁRIA

A casa do Pai precisa ser um lugar de oração

Devemos ter zelo, respeito e cuidado pela casa do Pai

“Tirai isso daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” (Jo 2, 13-25)

Nós estamos vendo Jesus demonstrando todo o seu amor e zelo pela casa do Pai. Talvez, a atitude de Jesus, possa causar em nós até uma certa perplexidade, porque o Jesus que nós conhecemos é um Jesus terno, amoroso, afetuoso e sempre muito calmo.
Não é que nesse trecho bíblico ele tenha perdido a calma do seu temperamento, muito pelo contrário, Ele colocou o temperamento na altura daquele acontecimento. Há momentos que nós precisamos ser mansos e tranquilos, e há momentos que nós vemos algo muito perigoso acontecer com os nossos e precisamos ter uma atitude mais vigorosa e, é o tamanho do zelo que nos dá mais vigor no trato com aquilo que seja Sagrado. Jesus não permite, de forma nenhuma, que se banalize o Sagrado e que se o trate de qualquer forma ou de qualquer jeito.
Tanto zelo pelo templo, mas usaram dele para interesses pessoais, financeiros, e faziam do templo um lugar de corrupção. O mestre Jesus jamais permitiria que fizessem isso com a casa do Pai. Ter zelo pela casa do Pai é ter zelo pelo o que é Sagrado e, há algumas coisas na vida, que são muito sagradas e precisamos ser veementes para defender, amar, cuidar e não permitir que se faça bagunça e comércio.
Primeiramente, façamos referência à vida humana: quando Jesus refere-se ao templo, esse lugar é, acima de tudo, ligado ao nosso próprio corpo. O corpo e a vida de cada um de nós é, por excelência, lugar sagrado. É o lugar onde Deus mora, e não podemos comercializar e desprezar o corpo e a vida humana ou tratá-la de qualquer forma e de qualquer jeito. Não podemos zombar da vida humana e não podemos “pisotear” na vida de uma pessoa, de forma nenhuma. O zelo, o respeito e o cuidado não são só para comigo, mas devemos e temos que tê-los com toda e qualquer pessoa.
Toda e qualquer pessoa é templo, lugar da morada de Deus, porque é onde o Senhor vive e faz-se presente, pois todos nós somos imagem do Criador.
Tenhamos zelo pelas coisas de Deus, pelo Sagrado, pelo templo, pelas Igrejas, pelas Capelas e não permitamos que nossas Igrejas virem lugares comerciais e feiras; não permitamos que o lugar em que prestamos culto a Deus, faça-se qualquer coisa menos rezar. Não permitamos que as pessoas que lá se encontrarem, façam algazarra, por vezes, nosso lugar de culto ao Senhor, torna-se um local de desfile e um festival de vaidade.
Quando enche-se a Igreja de “tantas coisas”, perde-se a essência desse lugar sagrado, e não podemos perder a noção do lugar sagrado para que ali, não vire um lugar de desfile, comércio ou de qualquer coisa parecida.
Sejamos consumidos pelo zelo do que é sagrado!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 04/03/2018

Oração Final
Pai Santo, faze-nos compreender as lições de Jesus. Ele passou pelo mundo fazendo o bem e levando o povo a viver em plenitude. Que assim também seja a tua Igreja: o respeito pela liberdade e o desejo da promoção dos irmãos sejam as diretrizes da ação dos seguidores do Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 11/03/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos compreender as lições de Jesus. Ele passou pelo mundo fazendo o Bem e levando o povo a viver em plenitude. Que assim também seja a tua Igreja, Pai amado: o respeito pela liberdade e o desejo da promoção dos irmãos sejam as diretrizes da ação dos seguidores do Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 04/03/2018

ORAÇÃO FINAL
Pai querido, são felizes os que creem e esperam em Ti! Dá-nos sabedoria e grandeza d’alma para acolher sem julgamentos pessoais e, mais ainda, sem condenações, a todos os irmãos que peregrinam conosco nesta Terra encantada, porque sabemos que todos nós somos a Morada do Espírito do Cristo, teu Filho que se fez humano em Jesus de Nazaré – Ele, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.