sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

BOM DIA! BOA TARDE! BOA NOITE! Oração da noite, Oração da manhã e Oração do entardecer - Deus te abençoe!



Oração da Noite

Boa noite Pai.
Termina o dia e a ti entrego meu cansaço.
Obrigado por tudo e… perdão!!
Obrigado pela esperança que hoje animou meus passos, pela alegria que vi no rosto das crianças;
Obrigado pelo exemplo que recebi daquele meu irmão;
Obrigado também por isso que me fez sofrer…
Obrigado porque naquele momento de desânimo lembrei que tu és meu Pai; Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa, pela comida, pelo meu desejo de superação…
Obrigado, Pai, porque me deste uma Mãe!
Perdão, também, Senhor!
Perdão por meu rosto carrancudo; Perdão porque não me lembrei que não sou filho único, mas irmão de muitos; Perdão, Pai, pela falta de colaboração e serviço e porque não evitei aquela lágrima, aquele desgosto; Perdão por ter guardado para mim tua mensagem de amor;
Perdão por não ter sabido hoje entregar-me e dizer: “sim”, como Maria.
Perdão por aqueles que deviam pedir-te perdão e não se decidem.
Perdoa-me, Pai, e abençoa os meus propósitos para o dia de amanhã, que ao despertar, me invada novo entusiasmo; que o dia de amanhã seja um ininterrupto “sim” vivido conscientemente.
Amém!!!

Oração da manhã

Bom-dia, Senhor Deus e Pai!
A ti, a nossa gratidão pela vida que desperta, pelo calor que
cria vida, pela luz que abre nossos olhos.
Nós te agradecemos por tudo que forma nossa vida, pela terra, pela água, pelo ar, pelas pessoas. Inspira-nos com teu Espírito Santo os pensamentos que vamos alimentar,as palavras que vamos dizer, os gestos que vamos dirigir,a comunicação que vamos realizar.
Abençoa as pessoas que nós encontramos, os alimentos que vamos ingerir.
Abençoa os passos que nós dermos, o trabalho que devemos fazer.
Abençoa, Senhor, as decisões que vamos tomar, a esperança que vamos promover,a paz que vamos semear,a fé que vamos viver, o amor que vamos partilhar.
Ajuda-nos, Senhor, a não fugir diante das dificuldades, mas a abraçar amor as pequenas cruzes deste dia.
Queremos estar contigo, Senhor, no início, durante e no fim deste dia.
Amém.

Oração do entardecer

Ó Deus!
Cai à tarde, a noite se aproxima.
Há neste instante, um chamado à elevação, à paz, à reflexão.
O dia passa e carregam os meus cuidados.
Quem fez, fez.
Também a minha existência material é um dia que se passa,
uma plantação que se faz, um caminho para algo superior.
Como fizeste a manhã, à tarde e a noite, com seus encantos,
fizeste também a mim, com os meus significados, meus resultados.
Aproxima de mim, Pai, a Tua paz para que usufrua desta
hora e tome seguras decisões para amanhã.
Que se ponha o sol no horizonte, mas que nasça
em mim o sol da renovação e da paz para sempre.
Obrigado, Deus, muito obrigado!
Amém!

BOA NOITE! “Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido.” Nossa Senhora de Fátima

Boa Noite!!! Você pode estar triste hoje, mas o amanhã pertente a Deus... E acredite que ele pode ser de grandes vitórias...Lembre-se que sempre depois de uma tempestade, brilha o arco-íris da felicidade... E quanto maior for a sua luta... Maior é a vitória que Deus tem preparado pra você. Tenha uma noite tranquila, Beijos.

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 12/02/2021

ANO B


Mc 7,31-37

Comentário do Evangelho

Jesus vem para libertar das amarras da exclusão

Depois da narrativa em que Jesus liberta a filha da mulher siro-fenícia de um espírito impuro (cf. 9 fev.), Marcos apresenta a cura de um surdo que falava com dificuldade. A narrativa, bem característica deste evangelista, prima pelos detalhes dos gestos de Jesus. Marcos menciona o uso da saliva nesta passagem e em outra na qual é aplicada aos olhos de um cego (cf. 15 fev.). O sentido da narrativa está expresso na proclamação final. Jesus vem para libertar as pessoas das amarras da exclusão. Vem para que todos ouçam e falem, que tenham consciência e reivindiquem e lutem por seus direitos. O evangelista Marcos faz questão de mostrar a aceitação de Jesus pelos moradores dos territórios gentílicos. Em Jesus, toda a humanidade é assumida na condição divina. É o universalismo da salvação, a comunhão de amor com Deus oferecida a todos, não se restringindo a grupos que se consideram "eleitos".
José Raimundo Oliva
Fonte: Paulinas em 10/02/2012

Comentário do Evangelho

Jesus vem para libertar das amarras da exclusão

Jesus atravessa as aldeias do mesmo modo como passa pela vida de cada um de nós: fazendo o bem, revelando o rosto misericordioso de Deus e suscitando a fé na vida. O território é pagão, modo de o texto afirmar o chamado dos gentios à salvação. O texto não nos diz quem são os que conduzem a Jesus o surdo que tinha muita dificuldade em falar. No entanto, há de supor que se trata de pessoas que creem no poder de Jesus, pois o que eles pedem é que o Senhor lhe imponha as mãos. Os dedos transmitem o poder (cf. Ex 8,15) que abre os ouvidos (cf. Sl 40,7). A propriedade terapêutica da saliva, sobretudo cicatrizante, já era conhecida na antiguidade. É do céu que vem a ajuda, por isso o “gemido” é expressão da súplica a Deus (cf. Rm 8,26). Os gestos são acompanhados da palavra que liberta: “Abre-te!”. A palavra dá o significado dos gestos. A cura remete o leitor ao advento messiânico em que a realidade é transformada (cf. Is 35,5-6). O enorme espanto que se apossa da multidão a faz dizer algo que evoca o relato da criação (Gn 1,10.12.18.21.31). Em Jesus Cristo se dá, efetivamente, uma nova criação; ele devolve à criatura a possibilidade de reconhecer que Deus fez tudo bem.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, livra-me do isolamento a que o pecado quer me reduzir. Só assim irei recuperar a plena capacidade de estar em comunicação profunda contigo e com o meu próximo.
Fonte: Paulinas em 14/02/2014

Comentário do Evangelho

Em Cristo Jesus se dá uma nova criação

A universalidade da missão da Igreja está enraizada na universalidade da salvação oferecida por Deus em Jesus. A missão da Igreja é missão de Jesus Cristo, portanto, deve ultrapassar as fronteiras para se encontrar com o ser humano onde quer que ele esteja e na situação em que ele se encontra. Nosso texto deixa no anonimato o nome dos que conduzem o cego a Jesus. Seja como for, são pessoas que confiam no poder curativo de Jesus. Dois gestos: Jesus põe os dedos nos ouvidos do cego e saliva nos olhos. Os dedos transmitem o poder (cf. Ex 8,15) que abre os ouvidos; quanto à saliva, seu poder terapêutico, cicatrizante, é conhecido na antiguidade. É somente do céu que vem o nosso socorro; por isso, Jesus olha para o céu com um gemido suplicante. O significado dos dois gestos é esclarecido pela ordem: “Abre-te!”. O espanto da multidão evoca o relato da criação. Em Cristo Jesus se dá uma nova criação, pois ele devolve à criatura a possibilidade de se encantar e de reconhecer que Deus fez tudo muito bem.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Divino Espírito Santo, vós que dais vida a todo o universo, conservai em mim a saúde, livrai-me de todas as doenças e de todo mal.
Fonte: Paulinas em 13/02/2015

Vivendo a Palavra

Cumprindo a sua missão libertadora, Jesus constrói o modelo que deixou para os seus seguidores. E ainda hoje, na nossa sociedade egoísta e excludente, existem muitos irmãos esperando que alguém lhes diga «Efatá!» para que, também eles se libertem e proclamem a glória de Deus.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/02/2012

VIVENDO A PALAVRA

Jesus se afastou com o homem para longe da multidão. O Bom Pastor cuida não apenas daquele surdo, mas de cada um de nós como irmão muito amado, filho do Pai Misericordioso que está nos Céus. Também assim deve ser a Igreja de Jesus: acolhendo cada pessoa na sua singularidade, lembrando que o Espírito Santo faz nela a sua morada e a santifica.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/02/2019

vIVENDO A PALAVRa

Jesus Se afastou da multidão com o homem. Queria dedicar ao irmão a sua atenção pessoal. O Bom Pastor cuida não apenas daquele surdo, mas de cada um de nós, como irmãos muito amados que somos, filhos do Pai Misericordioso que está no Céu. Também assim deve ser a Igreja de Jesus: acolhendo cada pessoa na sua singularidade, lembrando que o Espírito Santo faz nela a sua morada e a santifica.

Refleo

A comunicação é fundamental para que a pessoa possa viver em sociedade, e quem tem dificuldades para se comunicar pode facilmente ser excluído da comunidade à qual pertence. Quando vemos Jesus curar o surdo-mudo, ele não está simplesmente resolvendo o problema de saúde de alguém, mas está criando condições para que essa pessoa possa ser integrada na comunidade em que vive, possa também discutir os seus valores e deixar de ser uma pessoa com dependência, mas ser protagonista da sua história e da sua própria vida, portanto os benefícios que Jesus propicia ao surdo mudo vai muito além da simples cura.

Reflexão

Jesus cura um surdo que não fala normalmente. Na tradição profética, a surdez e a cegueira são figuras da resistência à mensagem de Deus. Com ritual carregado de simbologia, Jesus prepara o enfermo para a cura: toca-lhe os ouvidos com os dedos e a língua com a saliva, ergue os olhos para o céu, suspira profundamente e ordena ao doente que se abra à cura. Pode-se interpretar o episódio em chave batismal: o pagão torna-se, no batismo, uma nova criatura, mediante a intervenção de Jesus que lhe abre os ouvidos e lhe solta a língua para que escute, viva e faça ressoar para os outros a Palavra de Deus. Pela Palavra criadora (referência a Gênesis 1), Jesus faz resplandecer a glória de Deus: os que testemunharam o fato “estavam muito maravilhados, e diziam: ‘ele fez bem todas as coisas’”.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 15/02/2019

Reflexão

Jesus cura um surdo que não fala normalmente. Na tradição profética, a surdez e a cegueira são fi guras da resistência à mensagem de Deus. Com ritual carregado de simbologia, Jesus prepara o enfermo para a cura: toca-lhe os ouvidos com os dedos e a língua com a saliva, ergue os olhos para o céu, suspira profundamente e ordena ao doente que se abra à cura. Pode-se interpretar o episódio em chave batismal: o pagão torna-se, no batismo, uma nova criatura, mediante a intervenção de Jesus, que lhe abre os ouvidos e lhe solta a língua para que escute, viva e faça ressoar para os outros a Palavra de Deus. Pela palavra criadora (referência a Gênesis 1), Jesus faz resplandecer a glória de Deus: os que testemunharam o fato “estavam muito maravilhados, e diziam: ‘ele fez bem todas as coisas'”.
ORAÇÃO
Ó Jesus Messias, que fazes bem todas as coisas, com solicitude e gestos adequados, abres os ouvidos e soltas a língua do homem surdo que falava com dificuldade. Abre também nossos ouvidos para ouvirmos atentamente teus ensinamentos e, com nossa voz, difundi-los por toda parte. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)

Recadinho

De Jesus disseram que fazia bem todas as coisas. Podem dizer o mesmo de mim? - Faço bom uso da voz para louvar a Deus? - Há muitos que correm o risco de agir simplesmente buscando uma glória pessoal. Será que eu poderia citar um exemplo concreto sem envolver nomes de pessoas? - Rezo pela conversão dos pecadores? - São muitos os que se deixam levar pelo desânimo?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 14/02/2014

Comentário do Evangelho

ABRE-TE!

A cura do surdo-mudo teve um valor emblemático no ministério de Jesus. Sua dupla deficiência o mantinha fechado em seu mundo e o impossibilitava de se comunicar e deixar transbordar a vida trazida dentro de si. Além disso, era vítima do preconceito que via na sua limitação física um castigo por causa de eventuais pecados do passado. A marginalização social, portanto, agravava ainda mais sua situação.
A ordem peremptória dada por Jesus - Abre-te - assumiu uma ampla dimensão. Ela possibilitou ao deficiente poder expressar-se e comunicar-se normalmente. Uma barreira era posta abaixo e sua riqueza interior podia agora ser partilhada. Porém, não foi menos importante terem caído as barreiras sociais e serem eliminados os preconceitos que padecia. Doravante, sua condição de ser humano podia se expressar de maneira plena.
Este milagre de Jesus evocou antigas profecias, segundo as quais o Messias esperado faria os mudos falarem e os surdos ouvirem. Ele os reintegraria na convivência humana, tirando-os da exclusão social. Temendo conclusões apressadas, Jesus ordenou não tornarem público o sucedido. Sua ordem foi inútil. Quanto mais proibia, tanto mais proclamavam seu feito extraordinário. Jesus, porém, não se deixava levar pela vaidade humana. E não tinha dúvidas quanto à sorte que o esperava.
Oração
Senhor Jesus, abre meu coração e minha mente, para que eu possa realizar plenamente minha vocação de discípulo do Reino.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, pelos dois irmãos Cirilo e Metódio, levastes a luz do Evangelho aos povos eslavos; daí-nos acolher no coração a vossa palavra e fazei de nós um povo unido na verdadeira fé e no fiel testemunho do Evangelho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 14/02/2014

Meditando o Evangelho

ELE FEZ TUDO BEM

Jesus "fazia bem todas as coisas". Isto revela o empenho que colocava no exercício de sua missão. Ele não fazia as coisas pela metade, não concedia benefícios parcelados e condicionados, nem se contentava com ações malfeitas. Pelo contrário, seus gestos poderosos traziam a marca da plenitude.
No caso do surdo-mudo, a plenitude do gesto de Jesus deve ser entendida para além da cura física. O fato de abrir-lhe os ouvidos, possibilitando-lhe ouvir perfeitamente, e da libertação da mudez, de modo a poder falar sem dificuldade, já é, por si, formidável. Contudo, isto ainda seria insuficiente para que a ação de Jesus fosse declarada bem-feita. Era necessário possibilitar ao surdo-mudo um "abrir-se" ainda mais radical: desfazer-lhe as outras prisões, e num nível tal de profundidade, de forma a colocá-lo em plena sintonia com Deus e com os seus semelhantes.
Sem esta passagem da cura física à cura espiritual, a primeira não teria muita importância. Vale a pena alguém ser curado da surdez e da mudez para levar uma vida egoísta, sem solidarizar-se com os necessitados? Tem sentido ser privilegiado com um gesto de misericórdia de Jesus, e recusar-se a ser misericordioso com o próximo?
Só uma cura radical possibilitaria àquele homem ser misericordioso com os demais. E era isto que interessava a Jesus.
Oração
Espírito de plenitude, que eu siga o exemplo de Jesus e faça bem todas as coisas, não me contentando com a mediocridade e a displicência no agir.
Fonte: Dom Total em 13/02/2015

Meditando o evangelho

A COMUNICAÇÃO RESTAURADA

Mudez e surdez, dois empecilhos para a comunicação fluente. Esta era a situação em que se encontrava o homem que foi apresentado a Jesus. Estando privado dos meios físicos de comunicação – fala e audição –, foi necessário que terceiros suplicassem a Jesus que lhe impusesse as mãos, em vista da cura. E a súplica foi prontamente atendida.
Boca e ouvido têm um rico simbolismo na religião bíblica. O relato da criação, no livro do Gênesis, fala do diálogo entre Deus e as primeiras criaturas humanas. Estas foram convidadas a dar nomes às coisas criadas. O ser humano precisa da boca para cantar os louvores de Deus e proclamar as suas maravilhas. Os ouvidos são também necessários. Por meio deles, pode-se escutar quanto de bom o Senhor fez e faz por seu povo.
E assim, se a boca poder narrar às gerações futuras a misericórdia divina, através do ouvido, a pessoa é instruída nos caminhos da sabedoria. A língua, porém, pode levar o indivíduo a perder-se. Daí o provérbio: "Falar é prata, ouvir é ouro".
A doença havia desumanizado aquele homem: impedia-o de proclamar os louvores de Deus; privava-o de ter acesso à sabedoria. Desta forma, vivia isolado, à margem do projeto de Deus, porque, afinal, o ser humano foi criado para comunicar-se.
O milagre operado por Jesus recolocou o surdo-mudo nos caminhos de Deus, oferecendo-lhe a possibilidade de comunicar-se novamente com Deus e com o próximo.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, livra-me do isolamento a que o pecado quer me reduzir. Só assim irei recuperar a plena capacidade de estar em comunicação profunda contigo e com o meu próximo.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O surdo mudo ouviu e falou...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Essa surdez e mudez que hoje refletimos neste evangelho, têm um significado bem mais profundo do que a cura física. Não se trata simplesmente do ouvir com os ouvidos e falar com a boca, a surdez e a mudez abordada pelo evangelista Marcos, localiza-se no coração do ser humano.
Há pessoas muito faladeiras que contam mil e uma vantagem, ou então que perdem um tempo precioso falando mal da vida do próximo, ou conversas fúteis das quais nada se aproveita, assim como o saber ouvir é uma arte. Aqui a questão do ouvir não se trata apenas de escutar vozes das pessoas falando, ou ruídos. A deficiência auditiva desse homem da comunidade de Marcos vai além disso…seu coração está fechado para Deus e as pessoas e por isso tem o coração assim tão vazio de Deus, não tendo portanto nada a anunciar, sua vida fechada e isolada em si mesmo é uma fonte de amargura e azedume.
No antigo testamento a principal queixa de Deus durante a travessia do povo pelo deserto, é de que: o povo tinha fechado o coração e não mais o ouvia, escutavam mas não o ouviam. Na comunidade de Marcos e também nas nossas há pessoas assim... Essa surdez e mudez são causadas pela arrogância e prepotência dos que não creem em Deus e preferem dar ouvidos somente as vozes da razão.
Conviver e relacionar-se com alguém assim é difícil e complicadíssimo, a comunidade não sabe mais o que fazer e rogam a Jesus para que imponha as mãos sobre aquele homem. A experiência que fazemos de Jesus é algo muito pessoal, por isso ele toma o homem surdo-mudo e o leva á um lugar á parte. O mundo da pós-modernidade está repleto de rituais e de vozes que só alienam e escravizam o homem. No dia do Senhor que é o domingo, a comunidade dos que creem, se afastam do burburinho do quotidiano, e na comunidade se reúnem a outros que querem e precisam ficar a sós com o Senhor.
As palavras de Jesus e seus gestos no ritual da cura do surdo mudo lembram o rito batismal quando Deus abre o nosso coração para que a sua Graça possa entrar e fazer morada. Nas celebrações Eucarísticas ou mesmo da Santa Palavra, presidida por um Ministro Leigo ou um Diácono, esse ritual se repete, somos tocados pela Palavra, a força do Espírito Santo a leva para dentro de nós, no mais íntimo do nosso ser, transformando aos poucos a nossa vida, a cura da surdez e mudez não é imediata, mas ocorre em um processo que é dinâmico, vamos ouvindo, nos libertando e anunciando, sempre que experimentamos o Senhor.
Comunidade é, portanto, o lugar onde todos se preocupam para que cada um se abra cada vez mais á essa Palavra, as nossas orações e cantos nada mais são do que uma súplica para que o Senhor estenda sobre nós suas mãos, abrindo cada vez mais o nosso coração para a sua graça que nos santifica, nos renova e nos liberta. Agora já dá para sabermos quem é esse surdo-mudo que saiu da celebração anunciando com alegria as maravilhas de Deus!

2. A cura do homem surdo e que mal podia falar
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Andando ainda em território pagão, Jesus faz mais um milagre. Apresentam-lhe um homem que era surdo e gago, e ele o cura. Leva-o a sós para longe da multidão, faz alguns gestos e manda que seus ouvidos se abram. Ele começa a ouvir e a falar corretamente. Sem espetáculo, de forma discreta, a presença de Deus se mostra ativa também nas regiões dos não judeus. Os pagãos podem entrar em contato com o Salvador e proclamar com clareza as maravilhas de Deus. Ouvir e falar, acolher o ensinamento e proclamá-lo. É o que Jesus espera de seus discípulos. Como sempre, Jesus pede com insistência que não contem a ninguém o que aconteceu. Chamam a isso de “segredo messiânico”. Não chegou a hora da manifestação do Messias; ou talvez por prudência, para evitar choques com os que esperavam um Messias diferente. Apesar da insistência de silêncio sobre o que Jesus faz e diz, o silêncio não é guardado. “Quanto mais ele insistia, mais eles o anunciavam”, diz o texto de Marcos.
Fonte: NPD Brasil em 15/02/2019

HOMILIA

ABRE-TE

Efatá é uma palavra chave na liturgia deste dia; palavra que o Senhor pronuncia hoje para todos e que tem, para cada um de nós, uma ressonância pessoal. É fundamental que cada um de nós veja e pense no conteúdo dela.
Efatá, palavra dita pelo Senhor quando o mar se abriu para a passagem dos escravos rumo à liberdade. “Efatá!”, disse Deus, e se abriram os céus sobre o batismo de Jesus e sobre a humildade do seu batismo; e se abriu o paraíso sobre a cruz de Jesus, e o paraíso ficou à mercê dos ladrões; e se abriram os sepulcros, e os vencidos fugiram da morte. Dirigida agora para nós a fim de que enxerguemos o caminho que nos conduz à Salvação eterna. Por isso, não diga “Abrir-se-ão os olhos do cego e os ouvidos do surdo”. Mas que abrir-se-ão os meus olhos e os meus ouvidos que estávamos fechados por causa da dureza do meu coração, fruto do meu próprio pecado. Saiba que a palavra se cumpre hoje, a profecia está se realizando neste evangelho. A promessa se torna realidade hoje e agora, com Cristo e em Cristo na tua vida. Corra e vá atrás d’Ele. E se não tens como peça a ajuda. Deixe-se ajudar. Não seja cabeça dura. Escute e siga as orientações, os conselhos da tua esposa, do teu marido, dos teus pais e filhos. Deixe de viver na noite e no mundo do erro, do pecado, da falsidade e da morte.
Ah padre, mas eu não sou surdo nem mudo. Isso é ofensa. Eu digo que sim. Somos surdos, por exemplo, quando não ouvimos o grito de ajuda que se eleva para nós e preferimos pôr entre nós e o próximo o «duplo vidro» da indiferença. Os pais são surdos quando não entendem que certas atitudes estranhas ou desordenadas dos filhos escondem um pedido de atenção e de amor. Um marido é surdo quando não sabe ver no nervosismo de sua mulher o sinal do cansaço ou a necessidade de um esclarecimento. E o mesmo quanto à esposa. Estamos mudos quando nos fechamos, por orgulho, em um silêncio esquivo e ressentido, enquanto talvez com uma só palavra de desculpa e de perdão poderíamos devolver a paz e a serenidade ao nosso lar. Os religiosos e as religiosas têm, no dia, tempos de silêncio, e às vezes se acusam na Confissão, dizendo: «Quebrei o silêncio». Penso que às vezes deveríamos acusar-nos do contrário e dizer: «Não quebrei o silêncio».
O que, contudo, decide a qualidade de uma comunicação não é simplesmente falar ou não falar, mas falar ou não fazê-lo por amor. Santo Agostinho dizia às pessoas em um discurso: É impossível saber em toda circunstância o que é o justo que se deve fazer: se falar ou calar, se corrigir ou deixar passar algo. Eis aqui então que se dá uma regra que vale para todos os casos: «Ama e faz o que quiseres». Preocupa-te de que em teu coração haja amor; depois, se falas, será por amor, se calas, será por amor, e tudo estará bem porque do amor não brota mais que o bem.
As histórias de cura, envolvendo as multidões de excluídos, carentes e adoentados, são a expressão da atenção especial de Jesus para com estes pobres, em vista de restaurar-lhes a vida que é característica do Reino de Deus. A proclamação final, "faz os surdos ouvirem e os mudos falarem", indica o cumprimento da profecia atribuída a Isaías aos exilados da Babilônia; porém, agora, não restrita àquele povo que se julgava eleito, mas a todos os povos da terra sem discriminações. Jesus vem libertar as maiorias empobrecidas subjugadas pelas minorias que detêm o poder, resgatando a dignidade e a vida neste mundo.
Por isso, meu irmão, minha irmã o segredo está em entrar em comunhão com Cristo ressuscitado, tu que estavas morto, vês e escutas e entras com Ele pelas portas abertas de Deus.
Ó Senhor tenho plena consciência de que Vossa voz ressoou no deserto: “Efatá!”, para que do céu caísse como chuva o pão e da rocha jorrou água. “Efatá!”, dissestes, e abristes, como que com uma faca, as águas do Jordão, que se tornaram porta pela qual entraram vossos filhos à terra das vossas promessas. Dignai-vos olhar para mim, para os meus olhos e ouvidos. Impõe sobre mim as Tuas mãos e liberta-me, cura-me do egoísmo que impede a comunicação com o meu próximo.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 14/02/2014

HOMLIA DIÁRIA

Fomos curados por Jesus para sermos testemunhas do Seu amor

Postado por: homilia
fevereiro 10th, 2012

O primeiro catecismo da comunidade cristã é o Evangelho de Marcos, cujo objetivo é responder à pergunta “Quem é Jesus?”, a partir daquilo que Ele fez e ensinou. Assim sendo, na sua catequese, Marcos quer, ao mesmo tempo, mostrar o que significa tornar-se discípulo de Jesus. A resposta vai sendo dada aos poucos, à medida que as pessoas se comprometem com o projeto de Deus, atuando numa prática libertadora que traduza a presença e a ação de Deus na história. Só assim as pessoas acabarão descobrindo e confessando que “verdadeiramente este homem é Filho de Deus”.
No texto de hoje, novamente vemos Jesus percorrendo regiões pagãs: Tiro, Sidônia e a região da Decápole. Com essas informações, Marcos quer mostrar aos que iniciam sua caminhada de discípulos o interesse que Cristo teve para com os pagãos, fazendo deles membros da família de Deus. E neles estamos todos nós.
A expressão “Efatá” – que quer dizer “abre-te” – fazia parte da liturgia batismal da Igreja primitiva. Para o que iniciava sua caminhada de discípulo, para mim e para você no dia de hoje, Jesus quer fazer o mesmo que fez com aquele surdo do Evangelho.
Jesus é Aquele que abre os ouvidos e a boca das pessoas. Como vimos no texto de hoje, tratava-se de uma pessoa incapaz de ouvir, de dar o seu consentimento, de testemunhar. Jesus o leva para fora da multidão.
Poderíamos nos perguntar qual seria o sentido desse gesto. Será que o Senhor queria esconder Seu poder de cura? Pastoralmente falando, o fato tem o seguinte significado: Jesus cura o surdo-mudo longe da multidão para que este se sinta, depois, responsável pelo anúncio daquilo que o Senhor lhe fez tornando-se, por sua vez, evangelizador, ou seja, portador da Boa Nova de que “verdadeiramente este homem é Filho de Deus”. Assim, esta deve ser a nossa atitude. Jesus nos consagra para a Sua missão.
Jesus cura o surdo-mudo tocando-o. Coloca-lhe os dedos nos ouvidos e, com a saliva, lhe toca a língua. A saliva sempre teve, no mundo antigo, caráter terapêutico. Por outro lado, também o contato de Cristo com o surdo-mudo é importante. O Senhor, ao tocar o surdo-mudo, é o próprio Deus que se ocupa de quem não podia ouvir nem falar, ou seja, Ele está reintegrando em sua dignidade e identidade alguém que fora privado da vida.
Com isso, Marcos provoca os que iniciam a caminhada de fé para fazerem a seguinte constatação: Jesus é Aquele que, anunciado em Isaías, abre agora os ouvidos e a boca das pessoas, para que possam testemunhá-Lo. Interessante, ainda, é notar que o Senhor toca primeiro os ouvidos e depois a boca: a catequese é primeiramente escuta, assimilação; a seguir, como consequência, é anúncio.
Mas não são os gestos de Jesus que curam o surdo-mudo e, sim, Sua Palavra. Depois que Cristo Jesus ordenou: “Abre-te!” é que os ouvidos daquele homem se abriram e sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade. Com isso, Marcos esclarece a ação de Jesus. Ele não é um mágico. Só Sua Palavra liberta e reintegra. E as pessoas não precisam de rituais ou de magia para abrir os ouvidos e anunciar que Ele é o Messias.
Interessante, ainda, é perceber que antes de curar o surdo-mudo, Jesus “olha para o céu e suspira”. Quero que juntos vejamos no suspiro de Jesus um gesto de indignação diante da situação em que se encontram tantas pessoas marginalizadas, quer sejam nossos parentes ou não.
Após ter curado o surdo-mudo, Jesus ordena à multidão que não espalhe a notícia. Isso faz parte do plano de Marcos. Seu Evangelho é uma catequese progressiva e é impossível as pessoas darem pleno testemunho de “quem é Jesus” sem passar pela mesma prática, sem ir com Ele até o fim, na cruz e na Ressurreição. De fato, só ao pé da cruz é que se faz a verdadeira revelação de quem Ele é.
O surdo-mudo curado anuncia à multidão o que Jesus Cristo significa para ele. E esta, por sua vez, espalha a notícia aos outros: “Quanto mais ele recomendava, mais eles divulgavam”. Isso faz pensar na progressão que nosso testemunho sofre à medida que nos comprometemos sempre mais com o projeto de Deus.
E você? O que tem feito para que o Evangelho de Cristo chegue a todos os homens e mulheres?
A multidão proclama que Jesus “tem feito bem todas as coisas: aos surdos fez ouvir e aos mudos falar”. Essa proclamação recorda duas coisas. Em primeiro lugar, relembra o projeto de Deus na criação. Depois de ter criado todas as coisas, o Altíssimo gostou do que fez e viu que estava tudo muito bem feito (cf. Gn 1,31). Em segundo lugar, evoca Isaías 35,4.
Tudo isso é atribuído a Jesus. Ele vem de Deus e traz a Salvação. Portanto, quem é Jesus? É Aquele que cria o mundo novo. É Aquele que, vindo de Deus, devolve vida e liberdade aos oprimidos e mutilados pela sociedade. Cabem, portanto, algumas perguntas: Quem é que “cria” surdos e mudos, ou seja, uma multidão impossibilitada de ouvir e de falar? Quem mantém o povo nessa situação? Os acontecimentos da vida social ajudam o povo a sair da situação de surdo-mudo em que se encontra?
Não se esqueça: o Evangelho de Marcos é um alerta para nós que nos dizemos cristãos. Saiba que, pela Palavra e pelo toque de Jesus, o próprio surdo-mudo, depois de curado, torna-se um evangelizador. Este é um grande desafio para nós que ouvimos a Sua Palavra e fomos tocamos por Ele e, por isso, cremos ser cristãos maduros e comprometidos.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 10/02/2012

HOMÍLIA DIÁRIA

Abramos os ouvidos para ouvir a Palavra de Deus

Uma vez que os seus ouvidos se abrem, a sua língua também vai se soltar e o nome do Senhor você irá proclamar e as maravilhas do Senhor você irá anunciar!

”Imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade” (Mc 7, 35).

Na narração do Evangelho de hoje trouxeram a Jesus um homem surdo, que falava com certa dificuldade, com certeza não era um surdo-mudo de nascença, mas um homem que aos poucos ficou surdo e também quase que mudo, com muita dificuldade para falar. A ação de Jesus na vida deste homem, hoje, é a mesma ação que o Senhor deseja fazer na vida de cada um de nós, porque Ele tomou esse homem à parte, o tirou do meio da multidão e colocou os dedos nos ouvidos dele.
Deixe-me dizer a você: nós, muitas vezes, estamos no meio das pessoas, estamos ali juntos com as pessoas na igreja, nos encontros e, assim por diante, mas parece que nós não escutamos nada, parece que a Palavra de Deus não entra em nós. Até a ouvimos, mas a não entendemos, Deus até fala coisas bonitas, mas parece que elas não tocam no fundo do nosso coração. Talvez algo esteja fechando os nossos ouvidos, podemos ter passado por traumas, por ressentimentos e por dificuldades que nos impedem de escutar a Palavra de Deus; nos tornamos surdos para que Deus nos fale conosco.
Hoje a ação de Jesus é justamente esta: Ele quer tocar nos nossos ouvidos, Ele quer abri-los para que nós possamos escutar a Sua Palavra, para que possamos escutá-Lo falando ao nosso coração. E uma vez que Jesus toca nos nossos ouvidos, Ele também pega a nossa língua e cospe com a saliva e toca nela [cf. Mc 7, 33]; a saliva do Senhor é a coisa mais pura e mais íntima de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Senhor Jesus toca na nossa língua para quê? Para que possamos falar em nome d’Ele, para que possamos profetizar no nome d’Ele, para que possamos anunciar o nome d’Ele. Ninguém pode falar em nome do Senhor se primeiro não escutá-Lo!
Muitos de nós conseguimos contar histórias, piadas, narrar fatos, mas não conseguimos falar em nome do Senhor. Deixe que Jesus hoje toque em você, deixe-O pronunciar um ”Efatá” sobre seus ouvidos para que estes se abram e, assim, você escute a Palavra de Deus. E uma vez que os seus ouvidos se abrirem, a sua língua também vai se soltar e o nome do Senhor você irá proclamar e as maravilhas do Senhor você irá anunciar! Dessa forma, o Reino de Deus será anunciado onde quer que você esteja! Deixe que hoje Jesus toque nos seus ouvidos, deixe que Ele toque na sua língua.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 14/02/2014

HOMÍLIA DIÁRIA

Entremos na intimidade de Jesus

Jesus nos quer íntimos d’Ele

Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram que Jesus lhe impusesse a mão” (Marcos 7,32).

Veja que esse homem é surdo, mas fala, e fala com dificuldade. A primeira coisa que ele quer é escutar, até porque, para alguém falar bem, precisa primeiro saber escutar bem. Quem não escuta bem também não fala bem.
As deficiências que todos nós temos em falar, muitas vezes, é uma deficiência primeiro em saber escutar, pois só aprendemos a falar um dia, porque escutamos. A criança pequena, por exemplo, vai aprender a falar, porque vai escutando, e aquilo que ela escuta vai repetindo, repetindo e, daqui a pouco, ela fala.
Queremos falar bem, mas não me refiro a saber falar “bem” a ponto de fazer bom discurso, ter a arte da oratória nem uma semântica mais correta, mas é falar o que convém, falar o que edifica. Nós não podemos, por exemplo, falar de Deus se não temos a capacidade de ouvi-Lo; não podemos falar das coisas de Deus se não nos dedicamos a escutar as coisas d’Ele; não vamos ser voz de Deus se não temos ouvidos também voltados para Ele.
Não sei o que deixou esse homem da Palavra nessa dificuldade da surdez. O fato é que ele falava, escutava, mas, por alguma circunstância, ficou mesmo surdo. Ele precisava agora que Jesus fizesse algo por ele. Por isso, o Senhor, colocando os dedos nos seus ouvidos, cuspiu com a saliva. A saliva que saiu da Sua língua, é com ela que Jesus tocou os ouvidos daquele homem. Que Beleza!
Talvez você não tenha entendido a dimensão desse gesto de Jesus. Saliva é algo muito íntimo, é algo que é só seu, algo que está dentro de você, a sua saliva é intimidade. Jesus está tirando do Seu íntimo, daquilo que é mais profundo d’Ele, da Sua própria saliva, para tocar no ouvido daquele homem. É o toque de Jesus, a palavra de Cristo, ‘Éfeta’. E o  Éfeta de Jesus quer dizer “abra os ouvidos”. Aquele ouvidos são tocados e eles se abrem. Primeiro, deixemos que a intimidade de Jesus entre em nós, e entremos na intimidade d’Ele. Não podemos ficar no superficial, no por cima, no ouvir falar de Jesus.
Esse homem só não tinha ouvido falar de Jesus, mas, agora, ele podia tocar a intimidade do Senhor, porque a intimidade d’Ele cura. Busque ser uma pessoa íntima de Jesus, busque estar próximo d’Ele.
A intimidade de Jesus é reservada para aqueles que buscam por Ele com toda a sinceridade e verdade de coração. Nós precisamos tocar na intimidade de Jesus, para que Ele toque em toda a nossa intimidade, intimidade escondida ou guardada, que precisa ser curada, transformada, renovada; e a presença de Jesus toca em toda a nossa intimidade, vai abrindo em nós o que está fechado, o que está escondido, o que está nos tornando surdos para não ouvirmos a voz de Deus. Ele quer nos dizer ‘Éfeta’ abra a mente, abra o coração e os ouvidos.
O toque íntimo de Jesus, quando toca nossos ouvidos, toca também nosso coração, e nós nos abrimos para a graça. Foi isso, então, que aconteceu com esse homem, porque ele foi tocado, foi curado, renovado pela intimidade de Jesus. Que nós sejamos tocados por essa mesma intimidade, para que todo o nosso ser seja renovado pela presença do Senhor.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 10/02/2017

HOMÍLIA DIÁRIA

Jesus quer nos devolver a capacidade de ouvirmos a Ele e aos outros

Precisamos que a saliva de Jesus toque os nossos ouvidos, para nos restaurar e nos fazer ouvir o que precisamos ouvir

“Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram que Jesus lhe impusesse a mão” (Marcos 7,32).

Esse homem do Evangelho era surdo, ou seja, não tinha a capacidade da audição. Mas um dia ele escutou, porque ele falava; e para falar é preciso escutar. Porém, ele falava com muita dificuldade e, com certeza, essa dificuldade para falar era decorrente da sua capacidade de ouvir.
Quem não escuta bem, não pode falar bem. E falar bem não é falar bonito ou ter bons discursos, porque, de repente podemos ler e aprendermos a arte da oratória. Refiro-me à capacidade de dialogar, de comunicar-se e expressar-se. Capacidades essas que, ao longo da vida, vamos perdendo, porque perdemos a capacidade de ouvir, de ouvir a Deus.
Como é difícil escutar a Deus num mundo de tanto barulho! Neste mundo agitado onde vivemos, se olharmos para dentro das nossas casas, o barulho está cada vez maior. São muitos aparelhos ligados ao mesmo tempo, aparelhos de televisão, de rádio, programas na internet etc. E, quando saímos de casa, o barulho da rua é algo que nos deixa surdos. Entramos dentro dos comércios e tem barulho para todos os lados, assim não escutamos a Deus, e escutamos muito mal uns aos outros.
Mas, o pior barulho é aquele que se instalou dentro de nós. Pois, está tudo muito bagunçado dentro de nós, com muitas vozes gritando e clamando dentro do nosso coração. Barulhos que tiram até o nosso sono.
É muito barulho na nossa mente, por isso, muitas vezes, temos dores de cabeça, enxaquecas; são preocupações, devaneios, perturbações, inquietações. É o barulho da ansiedade que não nos deixa quietos e vai nos mexendo, até que os nossos tímpanos interiores são rompidos.
Por conta de tantos barulhos dentro da cabeça e do coração, não escutamos mais o que o outro falou. O filho não escuta mais os seus pais; o casal não é mais capaz de escutar um ao outro. E, quando não se escuta, também, não se fala. Perdemos a capacidade do diálogo e não sabemos mais dialogar uns com os outros, ou seja, conversar, escutar.
Hoje, o tempo inteiro, estamos escrevendo em redes sociais, mas perdemos a capacidade de ouvir e de escutar.
Então, precisamos de Jesus tocando nos nossos ouvidos; recuperando em nosso interior a capacidade de escutá-Lo, e de escutarmos uns aos outros. Precisamos que a saliva de Jesus venha tocar os nossos ouvidos, para nos restaurar e nos fazer ouvir o que precisamos ouvir; e falar o que precisamos falar.
Ouvir e falar são capacidades do ser humano para se comunicar. Hoje, que a graça de Deus recupere em nossas casas, lares, famílias e onde quer que estejamos, o dom da comunicação. Dom esse tão necessário para que se estabeleça a graça de Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 15/02/2019

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, abre os nossos ouvidos para escutar amorosamente a Palavra Viva que nos enviaste – teu Filho Unigênito, o Cristo que, em Jesus de Nazaré, fez-se humano como nós. Ele viveu fazendo o bem a todos e lutando pela justiça. Dá-nos, amado Pai, discernimento e coragem para seguir Jesus pelos caminhos desta vida, que Ele mostrou já serem (embora ainda não em plenitude) caminhos do teu Reino de Amor.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/02/2019

oRAÇÃO FINAl
Pai querido, Tu que és a nossa Fonte de Paz e de Luz, abre os nossos ouvidos para escutar amorosamente a Palavra Viva que nos enviaste – teu Filho Unigênito, o Cristo que, em Jesus de Nazaré, fez-se humano como nós. Ele viveu fazendo o Bem a todos e lutando pela Justiça. Dá-nos, amado Pai, discernimento e coragem para seguir a Jesus pelos caminhos desta vida, que Ele mostrou já serem (embora ainda não em plenitude) território do teu Reino de Amor.