segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

BOM DIA! BOA TARDE! BOA NOITE! Oração da noite, Oração da manhã e Oração do entardecer - Deus te abençoe!



Oração da Noite

Boa noite Pai.
Termina o dia e a ti entrego meu cansaço.
Obrigado por tudo e… perdão!!
Obrigado pela esperança que hoje animou meus passos, pela alegria que vi no rosto das crianças;
Obrigado pelo exemplo que recebi daquele meu irmão;
Obrigado também por isso que me fez sofrer…
Obrigado porque naquele momento de desânimo lembrei que tu és meu Pai; Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa, pela comida, pelo meu desejo de superação…
Obrigado, Pai, porque me deste uma Mãe!
Perdão, também, Senhor!
Perdão por meu rosto carrancudo; Perdão porque não me lembrei que não sou filho único, mas irmão de muitos; Perdão, Pai, pela falta de colaboração e serviço e porque não evitei aquela lágrima, aquele desgosto; Perdão por ter guardado para mim tua mensagem de amor;
Perdão por não ter sabido hoje entregar-me e dizer: “sim”, como Maria.
Perdão por aqueles que deviam pedir-te perdão e não se decidem.
Perdoa-me, Pai, e abençoa os meus propósitos para o dia de amanhã, que ao despertar, me invada novo entusiasmo; que o dia de amanhã seja um ininterrupto “sim” vivido conscientemente.
Amém!!!

Oração da manhã

Bom-dia, Senhor Deus e Pai!
A ti, a nossa gratidão pela vida que desperta, pelo calor que
cria vida, pela luz que abre nossos olhos.
Nós te agradecemos por tudo que forma nossa vida, pela terra, pela água, pelo ar, pelas pessoas. Inspira-nos com teu Espírito Santo os pensamentos que vamos alimentar,as palavras que vamos dizer, os gestos que vamos dirigir,a comunicação que vamos realizar.
Abençoa as pessoas que nós encontramos, os alimentos que vamos ingerir.
Abençoa os passos que nós dermos, o trabalho que devemos fazer.
Abençoa, Senhor, as decisões que vamos tomar, a esperança que vamos promover,a paz que vamos semear,a fé que vamos viver, o amor que vamos partilhar.
Ajuda-nos, Senhor, a não fugir diante das dificuldades, mas a abraçar amor as pequenas cruzes deste dia.
Queremos estar contigo, Senhor, no início, durante e no fim deste dia.
Amém.

Oração do entardecer

Ó Deus!
Cai à tarde, a noite se aproxima.
Há neste instante, um chamado à elevação, à paz, à reflexão.
O dia passa e carregam os meus cuidados.
Quem fez, fez.
Também a minha existência material é um dia que se passa,
uma plantação que se faz, um caminho para algo superior.
Como fizeste a manhã, à tarde e a noite, com seus encantos,
fizeste também a mim, com os meus significados, meus resultados.
Aproxima de mim, Pai, a Tua paz para que usufrua desta
hora e tome seguras decisões para amanhã.
Que se ponha o sol no horizonte, mas que nasça
em mim o sol da renovação e da paz para sempre.
Obrigado, Deus, muito obrigado!
Amém!

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE DEUS TE ACOMPANHE…

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) - Mc 9,14-29 - 21/02/2022


Acolha a mensagem do Evangelho em seu coração

“Logo que a multidão viu Jesus, ficou surpresa e correu para saudá-lo. Jesus perguntou aos discípulos: ‘Que discutis com eles?’ Alguém na multidão respondeu: “Mestre, eu trouxe a ti meu filho que tem um espírito mudo. Cada vez que o espírito o ataca, joga-o no chão e ele começa a espumar, range os dentes e fica completamente rijo. Eu pedi aos teus discípulos para expulsarem o espírito, mas eles não conseguiram” (Marcos 9,15-18).


Conteúdo em áudio:

A pergunta de Jesus: “O que discutis com eles?”. Jesus sabe muito bem o que eles discutem na sua ausência, Jesus sabe muito bem o que os discípulos são capazes de fazer quando Ele não está presente: brigam, disputam lugar, querem saber quem é o maior. Jesus já havia experimentado isso. Ao longo do caminho, eles discutiam quem era o maior entre eles. Enquanto isso, enquanto essas discussões banais acontecem no meio dos discípulos, o mal cresce e domina o coração dos homens.
Quem dera se nós nos déssemos conta disso e parássemos um pouco de discutir por besteiras, por coisas banais e nos ocupássemos mais do anúncio do Evangelho. Para nós, cristãos, essa é uma grande responsabilidade e uma grande exortação. Somos diferentes, pensamos diferente, mas não podemos perder tempo com essas discussões banais. Precisamos dar o nosso tempo para que a evangelização aconteça, para que o anúncio do Evangelho aconteça, porque enquanto nós brigamos e discutimos, o mal cresce.

Sem aderir a Cristo, nunca vai existir eficácia na nossa missão de anúncio do Evangelho

O espírito que ataca esse menino é o espírito mudo, enquanto se discute por banalidade, o filho é possuído pelo espírito mudo. Quando se deixa a pregação do Evangelho, o mal aprisiona os filhos de Deus em conflitos em todas as áreas: psicológica, neurológica, espiritual, corporal. O mal pode causar um dano espiritual, quem sabe, a partir de uma ferida, uma ferida emocional, uma ferida afetiva; ele pode se inserir numa área da nossa vida, a partir de outra, porque somos integrados. Repito: enquanto nos ocupamos dessas discussões banais, o mal pode afetar o coração dos filhos de Deus e possuir o coração dos filhos de Deus.
Os efeitos na vida da pessoa, os efeitos do mal, veja: “joga o menino no chão”, ou seja, tira a pessoa do prumo da sua da sua vida; “espumar”, isto é, a pessoa perde o controle das suas emoções; “range os dentes”, a raiva, a agressividade, a rigidez, a perda da sensibilidade e da ternura, a pessoa se desfigura na sua identidade, enquanto os discípulos, enquanto eu e você [nós] estamos brigando e discutindo por coisas tão banais.
Os discípulos não conseguiram expulsar aquele espírito. Eles não conseguem porque não se dão conta de que eles possuem aquele espírito mal, o espírito mudo, porque, enquanto os discípulos estão preocupados e ocupados com as discussões deles, eles calam o anúncio do Evangelho.
São os discípulos que estão atormentados por aquele espírito mudo. E não dá para servir a dois senhores. Sem aderir a Cristo, nunca vai existir eficácia na nossa missão de anúncio do Evangelho. Precisamos acolher Cristo na Sua totalidade, a mensagem do Evangelho na sua totalidade, deixarmos as diferenças de lado e nos ocuparmos verdadeiramente do anúncio do Evangelho.
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) - Lc 6,27-38 - 20/02/2022


Seja capaz de dar a vida pelo próximo

“Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: ‘A vós, que me escutais, eu digo: Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei os que vos amaldiçoam, e rezai por aqueles que vos caluniam. Se alguém te der uma bofetada numa face, oferece também a outra. Se alguém te tomar o manto, deixa-o levar também a túnica’” (Lucas 6,27-29).


Conteúdo em áudio:

O cristianismo toca a liberdade da pessoa, toca a nossa liberdade; ele não existe para fazer homens e mulheres “bonzinhos” (poderíamos dizer), capazes de realizar alguns atos de caridade. O cristianismo existe para fazer pessoas capazes de um amor extremo, um amor exigente, um amor radical, um amor capaz de dar a vida. Basta partirmos de Cristo, Nosso Senhor, olhar para a vida de tantos santos na história da Igreja que foram capazes de colocar em ato, em prática, o que é, de fato, cristianismo. Então, o cristianismo não nos faz somente pessoas muito caridosas, mas precisa nos fazer pessoas capazes de dar a vida uns pelos outros.
A exigência é superar aquele amor de respostas: alguém faz por mim, eu também faço. O desafio é amar quem não me ama ou quem fez algum mal contra mim. Precisamos nos libertar daquele nosso amor doente ou libertar o nosso amor, porque, senão, ele vai viver a vida toda prisioneiro da gratificação, da troca, da recompensa, do destinatário fácil, de amar só quem é cômodo para mim, só amo aqueles que são convenientes. Nosso amor vai adoecendo, nosso amor vai se acostumando dessa maneira, e precisamos libertar o nosso amor dessas doenças.

O cristianismo existe para fazer pessoas capazes de um amor extremo, um amor capaz de dar a vida

Renunciar aquele mecanismo: ação-reação. Ama-me? Eu também amo. Fala bem de mim? Eu também falo bem. Rejeita-me? Eu também rejeito. Comportamento esse muito longe do Espírito de Cristo, muito distante daquilo que é o verdadeiro Espírito de Cristo.
O texto nos diz: “bofetada”, “tomar o manto”. O cristão não pode ser jamais um tolo, e ele não é um tolo, um bobo; ele tolera, é diferente! Do latim, “tolere” é um dos significados: levar, roubar; o cristão não se apega a nada, nem à própria vida. Ele é capaz de deixar que levem alguma coisa ou até a sua própria vida por causa do Seu amor a Cristo, o cristão não está apegado a nada, nem à própria vida.
O cristianismo é um modo de viver, é um modo de amar e de fazer escolhas. Essa é a vida de Cristo que precisa tocar a vida de cada um de nós.
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) - Mc 9,2-13 - 19/02/2022


Seu coração vive maravilhas quando está na presença de Deus

“Naquele tempo, Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: ‘Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias’. Pedro não sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo” (Marcos 9,5-6).


Conteúdo em áudio:

“Mestre, é belo estar aqui”, a tradução não é apenas “bom”: “é bom estar aqui”, mas a tradução original é: “belo”. Porque o belo quer dizer que aos olhos também dá prazer estar na presença de Deus, não é só bom, é belo! Fomos criados para a beleza, para a contemplação de Deus.
Fazemos pouco esse gesto de contemplar os eventos de Deus na nossa vida. Muitas vezes, nós vivemos basicamente das emoções, daquilo que nós sentimos. Multiplicamos as experiências, queremos cada vez mais e mais, assimilamos muito pouco de Deus, contemplamos muito pouco o que Deus faz na nossa vida. E é uma atenção que precisamos dar à nossa experiência de espiritualidade e de fé porque o mundo corre muito veloz, as experiências são inúmeras. Num dia, numa jornada, você vive muitas coisas, mas, com Deus, precisamos aprender um pouco mais dessa dimensão da contemplação, deixar que os nossos olhos se fixem numa ação de Deus na nossa vida e que isso possa, em profundidade, nos ajudar, de fato, a tocar na nossa essência.
Pedro diz: “É belo, Senhor, estar aqui”, os verbos “ser” e “estar” têm uma diferença. Na tradução do grego, aqui é usado o verbo ser, não é “bom estar aqui”, mas é “bom ser aqui”, é uma conotação totalmente diferente porque em Deus somos nós mesmos, em Deus encontramos a nossa identidade, do contrário, longe de Deus estamos fora do nosso lugar, estamos fora da nossa identidade. Diz São Paulo: “Pois n’Ele vivemos, nos movemos e somos” (Atos 17,28)Somos apenas em Deus, Ele é o nosso lugar, Ele é o teu lugar!

O coração humano, quando sente a presença de Deus, não quer buscar outras coisas

O ser humano é belo quando encontra Deus, do contrário, ele se desfigura quando se afasta de Deus. Nessa afirmação de Pedro, também somos convidados a recordarmos disso. “Mestre, é belo ser aqui. Em ti, encontro a minha verdade, em ti estou bem, estou feliz, estou realizado. Longe de ti, não posso”.
Três tendas é a proposta de Pedro para Jesus. Por um lado, nós queremos a segurança. Quando uma experiência é muito boa, queremos agarrar com unhas e dentes aquela experiência para que ela não se vá. Diante do medo, queremos nos agarrar em algo ou agarrar alguma coisa, não queremos correr o risco de perder. Por outro lado, essas três tendas aqui lembram a shekinah de Deus, a presença de Deus no meio dos homens. Deus se acampa no meio dos homens, Ele está conosco, Ele está no meio de nós, Ele participa da nossa vida e das nossas realidades.
O coração humano, quando sente a presença de Deus, não quer buscar outras coisas, e Pedro diz: “Uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Ele não pensa só nele, ele não quer reter aquela experiência, mas ele quer partilhá-la. Pedro não sabia o que dizer porque estava com medo, mas não era um medo paralisante, era um medo que hoje chamaríamos de: temor de Deus, espanto diante da grandeza de Deus.
Que o nosso coração seja sempre assim, que ele se maravilhe com a beleza de Deus, com a presença de Deus no meio de nós!
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) - Mc 8,34–9,1- 18/02/2022


Renuncie a si mesmo para que a graça aconteça em sua vida

“Naquele tempo, chamou Jesus a multidão com seus discípulos e disse: ‘Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho vai salvá-la’” (Marcos 8,34-35).


Conteúdo em áudio:

“Se alguém quer.” Jesus pergunta sempre para a nossa liberdade: “Você quer?”. Jesus quer que nós expressemos o desejo de ser livres, de caminhar com Ele, mas Jesus faz isso numa profunda liberdade no chamamento dos Seus discípulos, Ele interpela os nossos corações. Jesus nunca nos obriga a nada, Deus jamais é impositivo; Deus é propositivo, Ele propõe, e nós damos a nossa resposta.
“Renuncie.” Vamos entender essa palavra “renunciar”. Você já pensou se o grão de trigo não quisesse abrir mão de ser uma semente, o que aconteceria? Jamais ele se tornaria uma espiga, jamais se tornaria farinha, jamais se tornaria pão. Então, renunciar a si mesmo não quer dizer anular-se ou anular a sua identidade, mas é entrar no movimento de se tornar quem de fato se é. Nascemos para ser, justamente, filhos de Deus, essa é a nossa identidade. Renunciar a si mesmo é recolher um pouco o que se é para dar espaço também para que o outro seja.

Para que a nova criatura, para que em nós aconteça, de fato, a graça do Senhor, precisamos renunciar

Para que a graça de Deus seja em nós, precisamos renunciar um pouco aquilo que nós somos, ou seja, recolher um pouco o nosso “eu” e dar espaço para Deus, deixar que, de fato, a nossa identidade como filho de Deus venha à tona. Mas isso passa por um processo como da semente: até que ela se torne pão na mesa dos filhos de Deus, ela precisa passar por processos de morrer para si mesma, para que ela se torne aquilo para o qual ela foi feita.
A vida não é um movimento de defesa, mas de tornar-se sempre alguma coisa, e isso requer um movimento, uma luta, um esforço, um sacrifício, uma atitude de uma profunda humildade de aceitar a nossa condição de criaturas que precisam se tornar. Todos nós precisamos entrar nesse movimento e, como eu disse, ele exige luta, esforço e sacrifício. Esse processo não pode ir adiante sem dor, porque nós precisamos renunciar alguns pensamentos, algumas emoções, algumas lógicas, algumas atitudes e comportamentos.
Para que a nova criatura, para que em nós aconteça, de fato, a graça do Senhor, precisamos renunciar. Tem uma mensagem muito forte de um Cardeal Merry, amigo do Papa Pio X, que escreveu uma espécie de uma ladainha da humildade. Nos trechos dessa ladainha, ele dizia assim: “Que os outros sejam amados mais do que eu. Jesus, dai-me a graça de desejá-lo! Que os outros sejam estimados mais do que eu. Jesus, dai-me a graça de desejá-lo! Que os outros possam elevar-se na opinião do mundo, e que eu possa ser diminuído. Que os outros possam ser escolhidos, e eu deixado de lado. Que os outros possam ser louvados, e eu desprezado…”, e a ladainha continua.
Por isso que, sem a graça de Deus, esse movimento é impossível, é uma lógica estranha para nós, mas isso é cristianismo, isso faz parte da vida de Cristo, isso faz parte da nossa vida. Peçamos ao Senhor a graça de, na nossa liberdade, querermos segui-Lo. Na nossa liberdade, que a graça nos fortaleça para atuar a vida de Cristo na nossa vida.
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) - Mc 8,27-33 - 17/02/2022


Seja simples na forma de manifestar a sua fé

“Então ele perguntou: ‘E vós, quem dizeis que eu sou?’ Pedro respondeu: ‘Tu és o Messias’. Em seguida, começou a ensiná-los, dizendo que o Filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, devia ser morto, e ressuscitar depois de três dias. Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo. Jesus voltou-se, olhou para os discípulos e repreendeu a Pedro, dizendo: “Vai para longe de mim, Satanás!” Tu não pensas como Deus, e sim como os homens” (Marcos 8,29-33).


Conteúdo em áudio

De uma pergunta inocente, nasce uma profissão de fé tão sintética, mas tão eficaz: “Tu és o Cristo”, a pergunta de Jesus parecia inocente, mas consegue retirar do coração de Pedro essa profissão de fé tão forte.
Às vezes, temos as nossas manifestações de fé — que são tão longas —, fazemos muitas orações, mas, muitas vezes, tão mecânicas, tão complexas, tão desconectadas da nossa vida; repetimos frases que nem conectamos o nosso coração com elas. Essa resposta tão sintética de Pedro nos ensina muito: às vezes, as coisas mais simples são as mais profundas; às vezes, nós precisamos um pouco mais de simplicidade na nossa forma de manifestar a nossa fé, não é uma crítica contra nenhuma manifestação de fé de nenhum tipo, mas que ela nunca seja mecânica, que ela nunca seja separada da nossa vida, porque o Verbo Divino se fez carne.
Algumas manifestações de fé nasceram da mediação de alguém, ou alguma situação, e são tão fortes que nos revelam a pessoa de Jesus. Certamente, na vida de Pedro existiu o seu irmão que apresentou Jesus a ele. Na nossa vida também, a pessoa de Jesus, talvez, foi descoberta pelo nosso coração através da mediação de alguém; e isso foi tão marcante que, até hoje, nós conseguimos ter memória desse fato.

Temos as nossas manifestações de fé, fazemos muitas orações, mas, muitas vezes, tão mecânicas

Não basta fazer a própria profissão de fé para dizer que eu pertenço a Cristo. Jesus mesmo deu, logo após a profissão de Pedro, o complemento daquilo que é a vida de um discípulo: sofrer e ser rejeitado, morto e ressuscitado. Existe um complemento e, muitas vezes, nos esquecemos dessa parte, dizer: “Tu és o Cristo, o filho de Deus”, comporta também dizer que Ele foi morto, ressuscitado, sofreu e padeceu. Nós também somos chamados a fazer esse mesmo itinerário.
A lógica mundana nos lábios de Pedro demonstra a nossa incapacidade de aceitar a cruz: “Longe disso, Senhor. Que isso nunca te aconteça”. Se amar é dar à vida, essa é a lógica de Jesus; a lógica totalmente contrária à lógica do mundo, que quer poupar os esforços, que quer poupar a própria vida, por isso, Jesus precisou exorcizar o coração de Pedro contra satanás, que quer se apoderar da vida dos filhos de Deus. Jesus precisou expulsar do coração de Pedro aquela mentalidade diabólica de rejeitar os sofrimentos, as tribulações e as lutas como parte também de um caminho de santificação e de salvação.
Acolhamos o Senhor neste dia de hoje, acolhamos a Sua Palavra e peçamos que Ele também exorcize o nosso coração, para que a nossa profissão de fé: “Tu és o Cristo, o filho de Deus”, também se complemente nas dores e nos sofrimentos da nossa vida presente.
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.