segunda-feira, 12 de setembro de 2022

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE DEUS TE ACOMPANHE…

NA ÍNTEGRA - Catequese do Papa sobre discernimento: o que significa discernir

QUARTA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2022, 8H06

CATEQUESE DO PAPA FRANCISCO
Sala Paulo VI – Vaticano
Quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Santa Sé

Catequeses sobre o discernimento 1. O que significa discernir?

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje iniciamos um novo ciclo de catequeses: terminamos as catequeses sobre a velhice, agora começamos um novo ciclo sobre o tema do discernimento. Discernir é um ato importante que se refere a todos, pois as escolhas constituem uma parte essencial da vida. Discernir as escolhas. Escolhe-se uma comida, uma roupa, um percurso de estudos, um emprego, uma relação. Em tudo isto realiza-se um projeto de vida, e também se concretiza a nossa relação com Deus.
No Evangelho, Jesus fala do discernimento com imagens tiradas da vida comum; por exemplo, descreve os pescadores que selecionam os peixes bons e descartam os maus; ou o comerciante que sabe identificar, entre muitas pérolas, a de maior valor. Ou aquele que, lavrando um campo, se depara com algo que se revela um tesouro (cf. Mt 13, 44-48).
À luz destes exemplos, o discernimento apresenta-se como um exercício de inteligência, também de perícia e inclusive de vontade, para reconhecer o momento favorável: são estas as condições para fazer uma boa escolha. É preciso inteligência, perícia e também vontade para fazer uma boa escolha. E há ainda um custo necessário para que o discernimento se torne viável. Para desempenhar a sua profissão da melhor forma, o pescador tem em consideração o cansaço, as longas noites passadas no mar, e além disso descarta uma parte da pesca, aceitando uma perda do lucro para o bem daqueles a quem se destina. O mercador de pérolas não hesita em gastar tudo para comprar aquela pérola; e o homem que se deparou com um tesouro faz o mesmo. Situações inesperadas, não programadas, onde é fundamental reconhecer a importância e urgência de uma decisão a tomar. Cada um deve tomar decisões; não há ninguém que as tome por nós. Numa certa altura os adultos, livres, podem pedir conselhos, pensar, mas a decisão é pessoal; não se pode dizer: “Perdi isto, porque o meu marido decidiu, a minha esposa decidiu, o meu irmão decidiu”: não! Tu deves decidir, cada um de nós deve decidir, e por isso é importante saber discernir: para decidir bem, é necessário saber discernir.
O Evangelho sugere outro aspeto importante do discernimento: ele envolve os afetos. Quem encontrou o tesouro não tem dificuldade de vender tudo, tão grande é a sua alegria (cf. Mt 13, 44). O termo usado pelo evangelista Mateus indica uma alegria totalmente especial, que nenhuma realidade humana pode dar; e com efeito, repete-se em pouquíssimas outras passagens do Evangelho, todas elas relativas ao encontro com Deus. É a alegria dos Magos quando, depois de uma viagem longa e árdua, veem de novo a estrela (cf. Mt 2, 10); a alegria, é a alegria das mulheres que regressam do sepulcro vazio, depois de ter ouvido o anúncio da ressurreição, feito pelo anjo (cf. Mt 28, 8). É a alegria de quem encontrou o Senhor! Tomar uma boa decisão, uma decisão certa, leva-te sempre àquela alegria final; talvez ao longo do caminho tenhamos que sofrer um pouco de incerteza, pensar, procurar, mas no final a decisão certa beneficia-te com a alegria.
No juízo final Deus fará um discernimento – um grande discernimento – em relação a nós. As imagens do camponês, do pescador e do comerciante são exemplos do que acontece no Reino dos céus, um Reino que se manifesta nas ações comuns da vida, que exigem uma tomada de posição. Por isso é muito importante saber discernir: as grandes escolhas podem surgir de circunstâncias à primeira vista secundárias, mas que se revelam decisivas. Por exemplo, pensemos no primeiro encontro de André e João com Jesus, um encontro que nasce de uma simples pergunta: “Rabi, onde moras?” – “Vinde ver!” (cf. Jo 1, 38-39), diz Jesus. Um diálogo muito breve, mas é o início de uma mudança que, passo a passo, marcará a vida inteira. Anos mais tarde, o Evangelista continuará a lembrar-se daquele encontro que o mudou para sempre, recordando-se até da hora: «Eram cerca das quatro horas da tarde» (v. 39). Foi a hora em que o tempo e o eterno se encontraram na sua vida. E, numa decisão boa, certa, encontra-se a vontade de Deus com a nossa vontade; encontra-se o caminho atual com o eterno. Tomar uma decisão certa, depois de um caminho de discernimento, significa fazer este encontro: o tempo com o eterno.
Portanto: conhecimento, experiência, afetos, vontade: eis alguns elementos indispensáveis para o discernimento. No decurso destas catequeses veremos outros, igualmente importantes.
O discernimento – como eu dizia – exige esforço. Segundo a Bíblia, não encontramos diante de nós, já embalada, a vida que devemos viver: não! Devemos decidi-la continuamente, de acordo com as realidades que se apresentam. Deus convida-nos a avaliar e a escolher: Criou-nos livres e quer que exerçamos a nossa liberdade. Por isso, discernir é difícil.
Vivemos frequentemente esta experiência: escolher algo que nos parecia bom e, no entanto, não o era. Ou saber qual era o nosso verdadeiro bem e deixar de o escolher. O homem, diversamente dos animais, pode errar, pode não desejar escolher de modo correto. A Bíblia mostra-o a partir das suas primeiras páginas. Deus dá ao homem uma instrução exata: se quiseres viver, se quiseres desfrutar da vida, lembra-te que és criatura, que não és o critério do bem e do mal, e que as escolhas que fizeres terão uma consequência para ti, para os outros e para o mundo (cf. Gn 2, 16-17); podes fazer da terra um jardim magnífico, ou podes transformá-la num deserto de morte. Um ensinamento fundamental: não é por acaso que se trata do primeiro diálogo entre Deus e o homem. O diálogo é: o Senhor dá a missão, é preciso fazer isto e aquilo; e o homem, a cada passo que dá, deve discernir qual é a decisão a tomar. O discernimento é aquela reflexão da mente, do coração que devemos fazer antes de tomar uma decisão.
O discernimento é árduo, mas indispensável para viver. Requer que eu me conheça, que saiba o que é bom para mim aqui e agora. Exige sobretudo uma relação filial com Deus. Deus é Pai e não nos deixa sozinhos, está sempre disposto a aconselhar-nos, a encorajar-nos, a acolher-nos. Mas nunca impõe a sua vontade. Porquê? Porque quer ser amado, não temido. E Deus também quer que sejamos filhos, não escravos: filhos livres. E o amor só pode ser vivido na liberdade. Para aprender a viver é preciso aprender a amar, e por isso é necessário discernir: o que posso fazer agora, diante desta alternativa? Que seja um sinal de mais amor, de mais maturidade no amor. Peçamos que o Espírito Santo nos guie! Invoquemo-lo todos os dias, especialmente quando devemos fazer escolhas. Obrigado!


VATICANO - Papa inicia ciclo de catequeses sobre o discernimento

QUARTA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2022, 7H42

Discernimento é árduo, mas indispensável para todos, destacou o Papa na primeira catequese do novo ciclo

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco conduz reflexão sobre o que significa discernir/
Foto: Reprodução Vatican News

O Papa Francisco iniciou um novo ciclo de catequeses nesta quarta-feira, 31: sobre o discernimento. A primeira reflexão, realizada na Sala Paulo VI, teve como tema “O que significa discernir”.
“Discernir é um ato importante que se refere a todos, porque as escolhas constituem uma parte essencial da vida. Discernir as escolhas. Escolhe-se uma comida, uma roupa, um curso de estudos, um emprego, uma relação. Em tudo isso se realiza um projeto de vida, e também se concretiza a nossa relação com Deus”, afirmou o Santo Padre.

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Francisco observou que, no Evangelho, Jesus fala sobre o discernimento com imagens tiradas da vida comum. Um exemplo são os pescadores que selecionam os peixes bons e descartam os maus. Outro, seria o comerciante que sabe identificar, entre muitas pérolas, a de maior valor. Ou ainda aquele que, lavrando um campo, se depara com algo que se revela um tesouro. Exemplos em que o discernimento se apresenta como um exercício de inteligência, de perícia e inclusive de vontade, para reconhecer o momento favorável.
“As decisões são tomadas por todas as pessoas. Não há quem a tome por nós. Podemos pedir um conselho, mas a decisão é da pessoa. Não se pode dizer: “Eu perdi isso, porque meu marido decidiu, minha esposa decidiu, meu irmão decidiu”: não! Você deve decidir, cada um de nós deve decidir. Por isso é importante saber discernir: para decidir bem é necessário saber discernir.”

Aspectos que envolvem o discernimento

Francisco acrescentou que o Evangelho sugere outro aspecto importante do discernimento: ele envolve os afetos. “Quem encontrou o tesouro não tem dificuldade de vender tudo, tão grande é a sua alegria. O termo usado pelo evangelista Mateus indica uma alegria totalmente especial, que nenhuma realidade humana pode dar; e com efeito, repete-se em pouquíssimas outras passagens do Evangelho, todas elas relativas ao encontro com Deus”.
No juízo final Deus, fará um discernimento, o grande discernimento, em relação aos homens, frisou o Papa. Ele reiterou que é muito importante saber discernir. “Numa decisão boa, a vontade de Deus se encontra com nossa vontade; se encontra o caminho atual com o eterno. Tomar uma decisão justa, depois de um caminho de discernimento, é fazer esse encontro: o tempo com o eterno”.
Conhecimento, experiência, afeto e vontade são alguns elementos indispensáveis para o discernimento, mas o discernimento exige também “esforço”. “Segundo a Bíblia, não encontramos diante de nós, já embalada, a vida que devemos viver. Deus nos convida a avaliar e a escolher: Criou-nos livres e quer que exerçamos a nossa liberdade. Por isso, discernir é difícil”, sublinhou o Pontífice.
Na conclusão, o Papa explicou que o discernimento é aquela reflexão da mente, do coração que se deve fazer antes de tomar uma decisão. “O discernimento é árduo, mas indispensável para viver. Requer que eu me conheça, que saiba o que é bom para mim aqui e agora. Exige sobretudo uma relação filial com Deus que nunca impõe a sua vontade, porque quer ser amado, não temido. E o amor só pode ser vivido na liberdade. Para aprender a viver é preciso aprender a amar, e por isso é necessário discernir”.

NOVO APELO - Seis meses de guerra na Ucrânia: “precisamos de paz!”, clama Papa

QUARTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO DE 2022, 7H58

Após a catequese de hoje, Papa Francisco renovou seu apelo de paz: “os inocentes pagam pela guerra”

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Fumaça na unidade do Ministério da Defesa da Ucrânia
no início dos ataques em 24 de fevereiro de 2022 /
Foto de Arquivo: REUTERS/Valentyn Ogirenko

Há seis meses, o povo ucraniano sofre com o horror da guerra, lamentou o Papa Francisco, que mais uma vez fez um apelo para que o conflito chegue ao fim. Ao final da catequese desta quarta-feira, 24, o Pontífice frisou as consequências da guerra — mortos, feridos, crianças órfãs, pessoas refugiadas — e pediu a Nossa Senhora o dom da paz.
“Trago no coração os prisioneiros, especialmente aqueles em condições frágeis, e peço às autoridades responsáveis que trabalhem para sua libertação. Penso nas crianças, tantos mortos, tantos refugiados — aqui na Itália há tantos! — tantos feridos, tantas crianças ucranianas e crianças russas que se tornaram órfãs, e a orfandade não tem nacionalidade, perderam o pai ou a mãe, sejam russos, sejam ucranianos”.


O Papa destacou que os inocentes estão pagando a loucura da guerra. “A loucura de todos os lados, porque a guerra é uma loucura”. Ele acrescentou que todos os que se beneficiam com a guerra e com o comércio de armas são criminosos que ameaçam a humanidade.
Para além do conflito na Ucrânia, há guerra em outras partes do mundo, lembrou o Papa, como a Síria (há mais de 10 anos) e o Iêmen. “Mas hoje, de maneira especial, seis meses desde o início da guerra, pensemos na Ucrânia e na Rússia, ambos os países que consagrei ao Imaculado Coração de Maria, que ela, Mãe, olhe para esses dois países amados: olhe para a Ucrânia, olhe para a Rússia, e que Ela nos traga a paz! Precisamos de paz!”.

Relembre, na reportagem abaixo, como foi o Ato de Consagração:


ÀS QUARTAS-FEIRAS - Após pausa no verão, Papa Francisco retoma a Catequese no Vaticano

QUARTA-FEIRA, 10 DE AGOSTO DE 2022, 19H51

Depois da pausa de verão e da catequese sobre a viagem ao Canadá, o Papa Francisco retomou, nesta quarta-feira, 10, no Vaticano, suas reflexões sobre a velhice. O Santo Padre afirmou que a velhice é sábia e nobre, e que, vivida na expectativa do Cristo, pode tornar-se a defesa completa da fé, que a todos dá a razão da nossa esperança.

Reportagem de Danubia Gleisser

https://noticias.cancaonova.com/especiais/pontificado/francisco/apos-pausa-no-verao-papa-francisco-retoma-a-catequese-no-vaticano/

CATEQUESE - Francisco, durante Catequese, fala sobre a nobreza da velhice

QUARTA-FEIRA, 10 DE AGOSTO DE 2022, 14H06

O ensinamento desta quarta-feira, 10, do Papa Francisco, durante a Catequese, centrou-se na juventude e nos idosos. Francisco afirmou que nossa vida na terra é o tempo da iniciação à vida, que só encontra realização em Deus. Disse ainda que a velhice é nobre, não precisa usar maquiagem para mostrar a sua nobreza. Explicou que nossa vida não se destina a fechar-se em si mesma, numa perfeição terrestre imaginária: está destinada a ir além, pela passagem da morte, porque a morte é uma passagem. Na verdade, o nosso lugar estável, o nosso ponto de chegada não é aqui, é ao lado do Senhor, onde Ele habita para sempre.

Conferir o texto completo da catequese no site noticias.cancaonova.com


TESTEMUNHO DE PROMESSA - A velhice é sábia e nobre, destaca Papa na catequese

QUARTA-FEIRA, 10 DE AGOSTO DE 2022, 8H38

Após pausa de verão e da catequese sobre viagem ao Canadá, Papa Francisco retomou hoje reflexões sobre a velhice

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco saúda fiéis na catequese desta quarta-feira, 10 /
Foto: Vatican Media/IPA/Sipa USA via Reuters Connect

A velhice como tempo projetado para a realização foi o tema da catequese do Papa Francisco, nesta quarta-feira, 10. Após a pausa do mês de julho e da catequese da semana passada sobre sua viagem ao Canadá, Francisco retomou o ciclo de catequeses dedicado à terceira idade que está em suas últimas reflexões.

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Francisco começou explicando que o Evangelho de São João faz-nos entrar na comovente intimidade do momento em que Jesus se despede dos seus, com palavras de consolação e com uma promessa. O tempo de vida que resta aos discípulos será marcado por fragilidades e desafios, mas também pelas bênçãos oriundas da fé na promessa do Senhor.
Com a chegada da velhice, uma vez que as obras da fé não dependem mais da energia e do ímpeto característicos da juventude e da idade adulta, chega também o tempo propício para o testemunho desta espera no cumprimento da promessa. E isso constitui o verdadeiro destino da humanidade: um lugar à mesa com Deus, nos céus.
“Seria interessante ver se existe alguma referência específica nas Igrejas locais, destinada a revitalizar este ministério especial da espera no Senhor, encorajando os carismas individuais e as qualidades comunitárias da pessoa idosa.”

Velhice com mansidão e respeito

O Santo Padre observou que uma velhice consumida no desânimo das oportunidades perdidas causa desânimo a si e a todos. Mas ao contrário, a velhice vivida com mansidão e respeito pela vida dissolve a incompreensão de um poder que deve ser suficiente para si e para o próprio sucesso. “Dissolve até a incompreensão de uma Igreja que se adapta à condição do mundo, pensando assim que governa definitivamente a sua perfeição e realização”.
Quando as pessoas conseguem se libertar desta presunção, disse o Papa, o tempo do envelhecimento que Deus nos concede já é em si mesmo uma daquelas obras “maiores” de que Jesus fala. “Recordemos que “o tempo é superior ao espaço”. É a lei da iniciação. A nossa vida não se destina a fechar-se em si mesma, numa perfeição terrestre imaginária: está destinada a ir além, através da passagem da morte, porque a morte é uma passagem. Na verdade, o nosso lugar estável, o nosso ponto de chegada não é aqui, é ao lado do Senhor, onde Ele habita para sempre”.

Presunção da juventude eterna é delirante

Em resumo, o Pontífice frisou que, na terra, “somos aprendizes da vida”, aqui começa o processo do “noviciado”. Um tempo vivido em meio às dificuldades, aprendendo a apreciar o dom de Deus, honrando a responsabilidade de o partilhar e de o fazer frutificar para todos. E o tempo da vida na terra é a graça desta passagem.
A presunção de parar o tempo – disse o Papa – “querer juventude eterna, a riqueza ilimitada, poder absoluto”, não só é impossível, mas também delirante.
“A nossa existência na terra é o tempo da iniciação à vida: é vida, mas que te leva em frente a uma vida plena, a iniciação daquela vida mais plena, que só encontra realização em Deus. Somos imperfeitos desde o início e continuamos imperfeitos até ao fim.”
O Papa observou que, no cumprimento da promessa de Deus, a relação inverte-se: o espaço de Deus é superior ao tempo da vida mortal. E a velhice aproxima a esperança desta realização. “A velhice conhece definitivamente o significado do tempo e as limitações do lugar em que vivemos a nossa iniciação. A velhice é sábia por isso, os idosos são sábios por isso. Por isso é credível quando nos convida a regozijar-nos com o passar do tempo: não é uma ameaça, é uma promessa. A velhice é nobre, não precisa se maquiar para mostrar a própria nobreza. Talvez a maquiagem venha quando falta a nobreza”.
Ao concluir, o Papa ofereceu uma síntese de sua catequese sobre a terceira idade, vista na perspectiva da passagem para a vida eterna. “A velhice é a fase da vida mais adequada para difundir a boa notícia de que a vida é uma iniciação para uma realização definitiva. Os velhos são uma promessa, um testemunho de promessa. E o melhor ainda está por vir. O melhor ainda está por vir. É como a mensagem do velho e da velha que acreditam, o melhor ainda está por vir. Deus nos conceda a todos uma velhice capaz disso. Obrigado!”.

AUDIÊNCIA GERAL - Retomando as catequeses, Papa reflete sobre recente viagem ao Canadá

QUARTA-FEIRA, 3 DE AGOSTO DE 2022, 8H10

Viagem ao Canadá foi diferente das outras, disse o Papa, recordando o caminho de memória, cura e reconciliação que marcou sua jornada

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Papa Francisco conduz a audiência geral desta quarta-feira, 3 /
Foto: REUTERS/Remo Casilli

O Papa Francisco retomou, nesta quarta-feira, 3, as tradicionais catequeses com os fiéis após um período de pausa de verão. Em sua reflexão, o Santo Padre se dedicou à sua recente viagem ao Canadá.
Francisco observou que essa viagem foi diferente das outras. A motivação principal, lembrou o Papa, foi o pedido de perdão aos indígenas pelo mal cometido por tantos cristãos, entre os quais muitos católicos, que, no passado, colaboraram com as políticas de assimilação forçada dos governos daquela época.
Nesse sentido, o tema da viagem – “Caminhar juntos” – diz um pouco do caminho que tem sido feito pela Igreja para escrever uma nova página junto com os povos indígenas. “Um caminho de reconciliação e cura, que pressupõe conhecimento histórico, escuta dos sobreviventes, tomada de consciência e, sobretudo, a conversão, a mudança de mentalidade”.
O Pontífice ressaltou que, por um lado, houve muitos defensores dos povos indígenas e de sua cultura. Por outro, infelizmente, não faltaram cristãos – padres, religiosos, leigos – que participaram em programas que hoje são compreendidos como inaceitáveis e contrários ao Evangelho. “Por isso eu fui pedir perdão em nome da Igreja”.

Memória, reconciliação e cura

Houve momentos de alegria, disse o Papa, mas o sentido e o tom geral desta viagem foram de reflexão, arrependimento e reconciliação. Um trajeto percorrido em três grandes etapas: primeiro em Edmonton, depois em Quebec e, por fim, em Iqaluit.
O primeiro encontro foi justamente com os membros dos principais grupos indígenas: First Nations, Métis e Inuit. “Juntos fizemos memória”, destacou o Pontífice. E após a memória, o segundo passo foi a reconciliação. “Não um compromisso entre nós – isso seria uma ilusão, uma encenação -, mas um deixar-nos reconciliar por Cristo, que é a nossa paz. Fizemo-lo tomando como referência a figura da árvore, central para a vida e a simbologia dos povos indígenas”.
O terceiro passo foi o da cura, observou o Papa, realizado nas águas do Lago de Santa Ana, justamente no dia dos santos Joaquim e Ana. “Todos nós podemos haurir de Cristo, fonte de água viva, e ali, em Jesus, vimos a proximidade do Pai que nos dá a cura das feridas e também o perdão dos pecados”.
Deste percurso – memória, reconciliação e cura – nasce a esperança para a Igreja, no Canadá e em toda a parte, disse o Papa.

Promover as culturas originais

Francisco destacou ainda que o caminho com os povos indígenas foi a espinha dorsal desta viagem apostólica. Foi neste contexto que se inseriram os dois encontros com a Igreja local e com as Autoridades do país. “Perante os Governantes, os Líderes indígenas e o Corpo diplomático, reafirmei a vontade ativa da Santa Sé e das comunidades católicas locais de promover as culturas originais, com caminhos espirituais apropriados e com atenção aos costumes e línguas dos povos.”
O Pontífice observou que a mentalidade colonizadora está presente, hoje, em várias formas de colonização ideológica. Isso ameaça as tradições e nivela as diferenças, principalmente negligenciando frequentemente os deveres para com os mais frágeis. Trata-se, portanto, de recuperar um equilíbrio saudável, uma harmonia entre a modernidade e as culturas ancestrais, entre a secularização e os valores espirituais. “Isto desafia diretamente a missão da Igreja, enviada em todo o mundo para testemunhar e “semear” uma fraternidade universal que respeita e promove a dimensão local com as suas múltiplas riquezas”.
Por fim, Francisco recordou o encontro com jovens e idosos, realizado na terra dos Inuits. Ele contou que sentiu como uma bofetada a dor daquelas pessoas, o quanto sofreram: idosos que perderam seus filhos por causa desta política de assimilação. “Foi um momento muito doloroso, mas era preciso encarar: temos que encarar os nossos erros, os nossos pecados”.
“Que a fortaleza e a ação pacífica dos povos indígenas do Canadá sejam um exemplo a fim de que todos os povos nativos não se fechem, mas ofereçam a sua indispensável contribuição para uma humanidade mais fraterna, que saiba amar a criação e o Criador”.

Sorrindo pra Vida - Partilha da Palavra com Márcio Mendes (12/09/2022)


Canal do Youtube - Canção Nova Play

Publicado em 12 de set. de 2022

LEITURA ORANTE DO DIA 12/09/2022



LEITURA ORANTE

Lc 7,1-10 - A graça rompe fronteiras

"Nunca vi tanta fé!"

Agradecemos por este momento muito especial de
encontro com a Palavra na grande rede social:
Agradeço-te, meu Deus,
porque me chamaste,
tirando-me das minhas ocupações do dia-a-dia,
muitas vezes difíceis e pesadas,
para aqui me encontrar contigo.
Dispõe o meu coração na paz e na humildade
para poder ser por ti encontrado/a e ouvir a tua Palavra.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Lemos atentamente,o texto:
Lc 7,1-10 - Jesus cura sem limites.
Quando Jesus acabou de dizer essas coisas ao povo, foi para a cidade de Cafarnaum. Havia ali um oficial romano que tinha um empregado a quem estimava muito. O empregado estava gravemente doente, quase morto. Quando o oficial ouviu falar de Jesus, enviou alguns líderes judeus para pedirem a ele que viesse curar o seu empregado. Eles foram falar com Jesus e lhe pediram com insistência:
- Esse homem merece, de fato, a sua ajuda, pois estima muito o nosso povo e até construiu uma sinagoga para nós.
Então Jesus foi com eles. Porém, quando já estava perto da casa, o oficial romano mandou alguns amigos dizerem a Jesus:
- Senhor, não se incomode, pois eu não mereço que entre na minha casa. E acho também que não mereço a honra de falar pessoalmente com o senhor. Dê somente uma ordem, e o meu empregado ficará bom. Eu também estou debaixo da autoridade de oficiais superiores e tenho soldados que obedecem às minhas ordens. Digo para um: "Vá lá", e ele vai. Digo para outro: "Venha cá", e ele vem. E digo também para o meu empregado: "Faça isto", e ele faz.
Jesus ficou muito admirado quando ouviu isso. Então virou-se e disse para a multidão que o seguia:
- Eu afirmo a vocês que nunca vi tanta fé, nem mesmo entre o povo de Israel!
Aí os amigos do oficial voltaram para a casa dele e encontraram o empregado curado.
Refletindo
O oficial romano, por ser pagão, era para os judeus “ impuro”, isto é, inaceitável. Um judeu observante não falava com um pagão e, muito menos, entrava na sua casa. Era o preconceito por ser considerado impuro. O oficial romano é também chamado “centurião”, derivado de “cento”, ou seja, chefe de um batalhão de cem soldados. Pela sua fé, elogiada por Jesus, o centurião se torna representante de todos os pagãos que vão crer em Jesus. Fica também entendido, neste fato do Evangelho, que as fronteiras do Reino de Deus vão muito além das fronteiras que criamos. A fronteira é a fé. Sem esta fé não se entra no Reino.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para nós?
Jesus não se deixa vencer pelo preconceito.
Deixou-se vencer pela humildade e pela fé do oficial romano.
Questionamo-nos se a nossa fé nos permite abrir as portas da nossa casa, do nosso coração, da nossa família, do nosso trabalho para Cristo.
Perguntamo-nos  ainda se nos deixamos vencer por algum preconceito.
Se ainda não temos fé que rompe as fronteiras, vamos repetir hoje muitas vezes:
Senhor! Eu não mereço que o Senhor entre na minha casa.
Meditando
Os bispos, na Conferência de Aparecida, disseram: "Neste momento, com incertezas no coração, perguntamo-nos com Tomé: “Como vamos saber o caminho?” (Jo 14,5). Jesus nos responde com uma proposta provocadora: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6). Ele é o verdadeiro caminho para o Pai., quem tanto amou ao mundo que deu seu Filho único, para que todo aquele que nele creia tenha a vida eterna (cf. Jo 3,16). Esta é a vida eterna: “que te conheçam a ti o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo teu enviado” (Jo 17,3). A fé em Jesus como o Filho do Pai é a porta de entrada para a Vida. Como discípulos de Jesus, confessamos nossa fé com as palavras de Pedro: “Tuas palavras dão vida eterna” (Jo 6,68); “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16)." (DAp 101)

3. Oração (Vida)
O que o texto nos leva a dizer a Deus?
Rezamos com o centurião, a canção do Pe. Zezinho.
Podemos cantar com o Pe. Zezinho:

Eu não sou digno, ó meu Senhor
Eu não sou digno,
De que Tu entres, ó meu Senhor, na minha casa
porque és tão Santo e eu pecador
eu nem me atrevo a ti pedir este favor

Eu não sou digna, ó meu Senhor
Eu não sou digna,
De que Tu entres, ó meu Senhor, na minha casa
meu coração é tão pecador
eu nem me atrevo a ti pedir este favor

Mas se disseres uma palavra,
a minha casa se transformará
Uma palavra é suficiente
suavemente ela nos salvará (2x)
Álbum: CD Canções que a fé escreveu, Faixa: 14


4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual nosso novo olhar a partir da Palavra?
Lembraremos do centurião e nos motivaremos no dia de hoje,
com as palavras do papa Bento XVI no início de seu Pontificado,
fazendo eco a  São João Paulo II:
“Não temam! Abram, abram de par em par as portas a Cristo!... quem deixa Cristo entrar a não perde nada, nada – absolutamente nada – do que faz a vida livre, bela e grande. Não! Só com esta amizade abrem-se as portas da vida. Só com esta amizade abrem-se realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só com esta amizade experimentamos o que é belo e o que nos liberta... Não tenham medo de Cristo! Ele não tira nada e nos dá tudo. Quem se dá a Ele, recebe cem por um. Sim, abram, abram de par em par as portas a Cristo e encontrarão a verdadeira vida.”

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patrícia Silva, fsp

Palavra se fez carne - 12 de Setembro, 2ª feira, 24ª semana do Tempo Comum


12 de Setembro, 2ª feira, 24ª semana do Tempo Comum


- Hoje é dia 12 de Setembro ,2ª feira, 24ª semana do Tempo Comum.

- No evangelho de hoje a fé do centurião fala de sua humildade e confiança no Senhor Jesus. Essa atitude nos falta e é necessário nos tornarmos abertos à bondade infinita de Deus, que é capaz de receber e incluir pessoas de todos os lugares e de todas as crenças. Peça ao Senhor a graça de confiar e permanecer em seu amor!

- Escuta o Evangelho Segundo Lucas, Capítulo 7, versículos 1 a 10:

Naquele tempo, Quando acabou de dizer todas as suas palavras ao povo, Jesus entrou em Cafarnaúm. Ora um centurião tinha um servo a quem dedicava muita afeição e que estava doente, quase a morrer. Ouvindo falar de Jesus, enviou-lhe alguns judeus de relevo para lhe pedir que viesse salvar-lhe o servo. Chegados junto de Jesus, suplicaram-lhe insistentemente: «Ele merece que lhe faças isso, pois ama o nosso povo e foi ele quem nos construiu a sinagoga.» Jesus acompanhou-os. Não estavam já longe da casa, quando o centurião lhe mandou dizer por uns amigos: «Não te incomodes, Senhor, pois não sou digno de que entres debaixo do meu teto, pelo que nem me julguei digno de ir ter contigo. Mas diz uma só palavra e o meu servo será curado. Porque também eu tenho os meus superiores a quem devo obediência e soldados sob as minhas ordens, e digo a um: 'Vai', e ele vai; e a outro: 'Vem', e ele vem; e ao meu servo: 'Faz isto', e ele faz.» Ouvindo estas palavras, Jesus sentiu admiração por ele e disse à multidão que o seguia: «Digo-vos: nem em Israel encontrei tão grande fé.» E, de regresso a casa, os enviados encontraram o servo de perfeita saúde.

- As palavras do centurião para Jesus são consideradas pelo próprio Cristo como expressão original de fé. O centurião nos ensina que Deus veio para todos! Confiar nem sempre é fácil, principalmente, quando apostamos no imediatismo. Queremos tudo muito rápido e que as dificuldades acabem logo. A fé é dom de Deus e sopra por todo o mundo. A fé do centurião trouxe a saúde ao seu servo, como a fé em nosso coração traz "saúde" à nossa vida. Peça ao Senhor que aumente a sua fé.

- Você confia que a Palavra de Jesus verdadeira te salva?

- "Digo-vos: nem em Israel encontrei tão grande fé." nos diz Jesus no evangelho de hoje. Tenhamos a confiança suficiente para que não percamos a esperança que é tão importante atualmente. A palavra de Jesus alcança nossos corações quando estamos abertos e tranquilos! Digamos com muita fé as palavras do centurião que repetimos a cada missa:

“Senhor não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo”

- Termina tua oração pedindo a Deus coragem e força para não desanimar!

- Gloria ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre. Amém!