ANO C
Lc 9,7-9
Comentário do
Evangelho
Para conhecer Jesus é preciso fé.
Toda a primeira parte do evangelho segundo Lucas
(4,14–9,50) é marcada também pela pergunta cristológica “quem é Jesus?”. É a
pergunta que o rei Herodes faz pelo que ouviu dizer (cf. v. 7): “Quem será esse
homem...?” (v. 9). O leitor do evangelho já conhece a má fama de Herodes pela
própria pluma do autor do evangelho (cf. 3,19-20). A visão de Herodes é
exterior (ele “ouviu falar de tudo o que estava acontecendo” – v. 7); o texto
não nos informa, até então, de nenhum encontro entre Jesus e ele. Suas considerações
estão presas ao passado: João Batista, Elias. O seu interesse de ver Jesus (v.
9) não pode passar de pura curiosidade. Já no contexto da paixão, o evangelista
observa: “Vendo a Jesus, Herodes ficou muito contente; há tempo que queria
vê-lo, pelo que ouvia dizer dele e esperava ver algum milagre feito por ele”
(Lc 23,8). Jesus não pronunciou nenhuma palavra. Trata-se de um silêncio
eloquente que revela a iniquidade de Herodes. Para Herodes, a identidade
profunda e verdadeira se esconde, pois para conhecê-la é preciso fé.
Vivendo a Palavra
Também Herodes queria ver Jesus. Conhecê-lo,
ouvi-lo, e segui-lo também deve ser o objetivo central da nossa passagem por
este planeta-jardim, que o amado Pai nos emprestou. E que a nossa relação com
os irmãos se espelhe no jeito do Mestre de Nazaré, para a glória de Deus Pai!
Vivendo a PalavrA
Também Herodes queria ver Jesus. Conhecê-Lo,
ouvi-Lo, e segui-Lo também deve ser o objetivo central da nossa passagem por
este planeta-jardim, que nosso Pai nos emprestou para que cuidemos dele e o
partilhemos com os irmãos. E que a nossa relação com os companheiros do Caminho
se espelhe no jeito do Mestre de Nazaré, para a glória de Deus Pai!
Reflexão
Vemos o surgimento de diferentes formas de
misticismo e as diferentes religiões estão se multiplicando por todos os lados.
Para nos defender, afirmamos que existem falsos profetas que ficam enganando o
povo para ganhar dinheiro e fazer da religião meio de vida. À luz do Evangelho
de hoje, podemos analisar este fato. As pessoas falam muitas coisas a respeito
de Jesus, embora muitas vezes porque desconhecendo verdade, e esse
desconhecimento se dá porque não evangelizamos como devemos e também porque
conhecemos a nossa fé de modo superficial, mas não admitimos a nossa ignorância
e manifestamos nossa opinião como verdade de fé, basta ver o acúmulo de
bobagens que cristãos de meia tigela veiculam na Internet, em sites que afirmam
ser católicos , mas que na verdade são caóticos e escondem Jesus.
Reflexão
Jesus
vem para realizar e propor nova mentalidade e, por isso, novo estilo de vida.
Por suas atitudes coerentes e por seu poder de expulsar as forças do mal e
curar doenças, em pouco tempo Jesus havia cativado e arrastado atrás de si
numerosas multidões. Embora ele insistisse para não publicarem seus feitos, sua
fama logo se espalhou por toda parte e chegou aos ouvidos de Herodes, homem
forte do governo. Fosse o profeta Elias que voltava, ou João Batista,
ressuscitado dos mortos, ambas as lembranças eram um tormento para a cabeça do
cruel Herodes. Fica confuso. “Queria ver Jesus”, talvez para livrar-se do
pesadelo de sua vida desregrada. Na paixão de Jesus, Herodes fará de tudo para
arrancar-lhe uma palavra. Em vão. Tratava-se de mera curiosidade, não desejo de
se tornar discípulo.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
O povo queria conhecer Jesus, aproximar-se dele.
Será que em nossa vida se dá o mesmo? - Procuramos vê-lo onde realmente se
encontra? - Até Herodes acabou se interessando em ver Jesus. - Onde e em que
circunstâncias podemos ver Jesus? - Por que Herodes queria ver Jesus? - Falar
mal destrói; falar bem constrói! - Qual é nossa opção na vida?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Meditando o evangelho
O DESEJO DE VER JESUS
As palavras e os milagres de Jesus atraíam em torno dele verdadeiras
multidões. Contudo, era impossível controlar a intenção de cada pessoa. Muitos
vinham por pura curiosidade. Outros, esperando que Jesus os curasse de alguma
enfermidade ou, de qualquer forma, os libertasse. Outros, ainda, eram movidos
por um desejo sincero de escutar Jesus e tornar-se seus discípulos, escolhendo
como projeto de vida a proposta do Reino.
Esta variedade de intenções não influenciava a conduta do Mestre. Ele
não satisfazia a curiosidade das pessoas, por exemplo, fazendo milagres sob
encomenda. Suas curas beneficiavam somente àquelas que, de algum modo,
demonstravam ter fé. Os corações sinceros dependiam da vontade expressa de
Jesus para se tornarem seus discípulos. Só se punha a segui-lo quem ele chamava
pelo nome. Não adiantava oferecer-se.
O violento Herodes, tendo ouvido falar de Jesus, manifestou curiosidade
de vê-lo. Este rei não sabia de quem se tratava. As hipóteses levantadas lhe
satisfaziam. Daí seu desejo de vê-lo pessoalmente. Quiçá esperasse presenciar o
espetáculo de um milagre realizado por Jesus, pois tivera notícia de sua fama.
Seu desejo de ver o Mestre só seria realizado por ocasião da paixão. Mas,
naquela ocasião, Jesus o decepcionou, por não ceder a seus caprichos.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório –
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no
Portal Dom Total).
Oração
Senhor Jesus, eu quero seguir-te com sinceridade,
com o único desejo de aderir ao Reino por ti anunciado e fazer-me teu
discípulo.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Apoiar-se em Deus
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora
Consolata – Votorantim – SP)
Eclesiastes e o aparente “pessimismo” do autor, quer na verdade
nos mostrar algo que é muito verdadeiro: a nossa vida e tudo o que fazemos,
projetamos, construímos, e tudo o que somos com os nossos potenciais e
fragilidades. Tudo isso de nada adiante e de nada serve. É a rotina do dia a
dia, a mesmice de sempre, nada nos encanta e nem nos atrai. Assim é a
existência de todo aquele que não vive uma experiência religiosa, pois sem
Deus, a Salvação e a Graça que ele nos oferece em Jesus Cristo, o trabalho e o
estudo, e todos os nossos projetos, para nada servem, pois um dia serão conosco
sepultados e irão voltar a ser pó, lembra-nos o salmista.
Por outro lado, refugiar-se em Deus, que é o único abrigo
realmente seguro, não significa viver em fuga em uma religião alienante, ao
contrário, é a oração do homem sensato, para o qual todas essas coisas terrenas
têm um sentido novo a partir de Deus. Quando a vida parece ser um tédio, e
certas coisas não fazem sentido, nos abrigamos no coração de Deus que nos
ensina a fazer esta releitura dos acontecimentos da vida.
E assim, no evangelho encontramos com Herodes, um Soberano que
não tinha noção dos seus limites, um homem arrogante e presunçoso que queria
ter tudo sob seu controle, até mesmo as coisas pertinentes a Deus e à sua
Verdade. Tendo ouvido falar das maravilhas de Jesus e sabendo das
interpretações do povo, de que ele seria João Batista que voltou, ou algum dos
profetas, o Tirano perturbou-se e queria ver Jesus.
Querer ver Jesus é algo belíssimo, quando se está encantado com
a sua pessoa e o seu evangelho. Claro que não era este o caso do Rei Herodes,
homem que se julgava deus e não admitia concorrência. Qualquer semelhança com o
homem da pós-modernidade, não é mera coincidência...
2. Procurava ver Jesus
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’,
Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Houve um rei, chamado Herodes o Grande, que se encontrou com os
Reis Magos e mandou matar as crianças de Belém. Seu filho, Herodes Antipas,
mandou matar São João Batista. Outro Herodes, chamado Agripa, mandou matar São
Tiago Maior, irmão de São João Evangelista, e mandou prender São Pedro. Herodes
Antipas procurava ver Jesus. Ele o verá por ocasião da prisão de Jesus. Quando
soube que Jesus vinha da Galileia, Pilatos enviou Jesus a Herodes, que estava
em Jerusalém. São Lucas escreve que “vendo Jesus, Herodes ficou muito contente;
havia muito tempo que queria vê-lo, pelo que ouvia dizer dele; e esperava ver
algum milagre feito por ele”. Jesus não deu nenhuma resposta às perguntas
feitas por Herodes. O rei, então, zombou de Jesus, vestiu-o com uma veste de
gala e o devolveu a Pilatos. Não estava interessado na pessoa de Jesus. Queria
ver o espetáculo de algum milagre feito por Jesus. Jesus deve ser buscado por
ser o Salvador, por ser o Filho de Deus misericordioso, por ser manso e humilde
de coração. É possível e aceitável que o primeiro encontro com ele se dê num
espetáculo, numa reunião cantante, movimentada e entusiasmante. É o que
chamamos de querigma. Depois vem a catequese e depois a mistagogia. O primeiro
encontro é aprofundado na reflexão e celebrado no silêncio da contemplação. Procurar
ver Jesus e aprofundar a visão.
3. UM MALVADO PERPLEXO
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica,
Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
A simples evocação do nome de Herodes é motivo de apreensão.
Filho mais novo de Herodes, o Grande, governou com o título de tetrarca.
Popularmente, era chamado de rei. Indivíduo astuto, ambicioso, amante do luxo e
do prazer. Violento como o pai. Foi ele quem mandou prender e degolar João
Batista, por ter-lhe censurado a injustiça cometida contra seu próprio irmão,
cuja mulher tomara por esposa.
Herodes é uma pessoa a quem os milagres de Jesus deixa perplexo.
Por quê? Supersticioso como era, poderia estar pensando que o Mestre fosse a
reencarnação de João Batista, com a possibilidade de ser castigado pelo mal
cometido contra ele.
Se fosse Elias, seria sinal da consumação dos tempos, quando o
Senhor viria para fazer a humanidade passar pelo crivo da sua justiça. Caso
fosse um dos antigos profetas ressuscitados era de se esperar a realização das
antigas esperanças de Israel. Nenhuma destas explicações deixava Herodes
tranqüilo. As notícias a respeito de Jesus superavam todos esses esquemas
messiânico-escatológicos.
A compreensão de Jesus e da sua ação dependem de um envolvimento
pessoal com ele e da disposição de acolher sua mensagem, deixando-se
transformar por ela. Em outras palavras, é preciso ter fé.
Exatamente isto é que faltava a Herodes, com relação a Jesus.
Desejar vê-lo por mera curiosidade ou pseudo-interrogações não basta para
conhecer quem ele, de verdade, é.
Oração
Espírito de compromisso, liberta meu coração de falsas
interrogações a respeito de Jesus, e leva-me a compreender que só a fé engajada
pode levar-me a conhecê-lo.
Liturgia comentada
Alegre-se Israel! (Sl 149)
O pagão é triste. Nem podia ser diferente. Se
tudo acaba com a morte, não temos saída. Os epicuristas tentaram “curtir” o
presente: carpe diem! “Comamos e bebamos, que amanhã morreremos.” (1Cor 15,32)
No polo oposto, os estoicos adotaram a fuga dos prazeres. Pois os dois extremos
se encontraram: Epicuro e Zenão suicidaram-se.
Nossa alegria, nós não a fabricamos: é fruto da
Graça de Deus! É comovente o esforço humano para fabricar a alegria: luzes,
cores, danças, ruído, os hits do momento, festivais, palcos e arenas. Tudo em
vão. Ao fim do Carnaval, a mesma “marcha da quarta-feira de cinzas”: é hoje só;
amanhã não tem mais...
O salmo da liturgia de hoje, o penúltimo do
Hallel, é um convite à alegria. Não a alegria da alacridade, tão conhecida das
maritacas e dos roqueiros. Mas a alegria do júbilo, do jubileu, do yôbel, a
trombeta que anuncia o Ano de Graça do Senhor. Nesse ano jubilar, as terras
voltam a seus antigos donos que as haviam perdido, os escravos são libertados e
a justiça é recomposta.
Para o fiel, a fonte de sua alegria é o próprio
Deus: “Estou cheio de alegria no Senhor! Minha alma exulta em meu Deus, pois
ele me revestiu com as vestes da salvação!” (Is 61,10) Na Primeira Aliança,
alegra-se Ana, mãe de Samuel, curada de sua esterilidade: “Meu coração exulta
no Senhor, é em Deus que eu ergo minha cabeça!” (1Sm 2,1) Na Nova Aliança,
Maria, Mãe de Deus, tem ainda mais razão para a alegria: “Minha alma exalta o
Senhor, meu espírito exulta em Deus, meu Salvador!” (Lc 1,47)
A verdadeira alegria é profunda, vem do interior,
como resposta aos sinais palpáveis do amor de Deus. Nada que lembre as palmas
forçadas de tantas celebrações que deviam ser liturgia e não passam de
encontros sociais. A alegria genuína é transformadora: leva à partilha e à
renúncia pessoal, pois quem a experimenta não precisa de outras motivações.
Israel devia alegrar-se na perspectiva do futuro
Messias, quando lobo e cordeiro viveriam em paz. O novo Israel, a Igreja,
rejubila-se com a morte e ressurreição de Cristo, que rompeu nossos grilhões e
abriu-nos a casa do Pai. É nele que são eliminadas as diferenças entre grego e
judeu, escravo e livre, pobres e ricos. Irmanados em Cristo, a tristeza não tem
mais espaço entre nós.
Santo Agostinho comenta o Salmo 149: “Este é o
cântico da paz, o cântico da caridade. Todo o que se aparta da união dos
santos, não canta o cântico novo. Pois seguiu a velha animosidade, e não a
caridade que é nova”.
Orai sem cessar: “O justo se alegrará no Senhor!” (Sl 64,11)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
HOMILIA
DIÁRIA
Por que aquilo que nós fazemos não nos realiza?
Por que aquilo que nós fazemos não nos
realiza? O Senhor, hoje, nos chama para que edifiquemos uma casa para Ele
em nosso coração.
Na Palavra de Deus, que nos é dirigida no dia de
hoje, eu queria chamar sua atenção para a primeira leitura do profeta Ageu, a
qual nos diz: “Considerai, com todo coração, a conjuntura
que estais passando: tendes semeado muito e colhido pouco, tende-vos alimentado
e não vos sentis satisfeitos, bebeis e não vos embriagais; estais vestidos e
não vos aqueceis; quem trabalha por salário, guarda-o em saco roto” (cf. Ag 1,5-6).
Parece que de tudo que estamos fazendo, nada nos
deixa satisfeitos nem realizados, parece que a conjuntura das coisas que
estamos vivendo, passando, não traz nenhuma realização para nós; e a Palavra de
Deus é que está nos chamando à atenção: “Olhai para a vossa condição, olhai
para o meio que a vossa vida se encontra”.
Por que é que nós não nos encontramos? Por que
não encontramos satisfação? Por que aquilo que nós fazemos não nos realiza?
A Palavra de Deus nos chama à atenção para
revermos primeiro: Estamos vivendo de coração? Estamos aplicando, de coração,
aquilo que estamos fazendo ou estamos levando a vida, as coisas de qualquer
jeito, vivendo por viver, fazendo por fazer, comendo por comer e não estamos
dando qualidade às coisas que fazemos e realizamos? Temos de rever nossa
postura, nossa posição, rever, realmente, a forma como nós fazemos as nossas
coisas.
A segunda coisa: Qual tem sido a nossa postura
para com Deus? Qual tem sido a nossa postura para com as coisas do Senhor?
Estamos fazendo de qualquer jeito, de qualquer modo, estamos fazendo a nossa
oração com a intensidade do nosso coração ou somos relaxados em nossas práticas
espirituais? Fazemos de qualquer jeito quando dá e, às vezes, a nossa vida não
assume uma postura de seriedade para com Deus e para com as coisas do Senhor?
O Senhor, hoje, nos chama para que, de todo o
nosso coração, nós subamos ao monte e edifiquemos a casa d’Ele; edifiquemos uma
casa para Ele em nosso coração.
Edificar uma casa para o Senhor, dentro de nós,
dentro de nossa alma, do nosso coração significa “voltar-se ao Senhor por
inteiro, não só pela metade, não só quando temos necessidade, mas com a
intensidade do nosso ser”.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e
colaborador do Portal Canção Nova.
Pai Santo, nós agradecemos o inefável dom de teu
Filho Unigênito, que se fez humano para anunciar-nos que o Reino de Amor
chegou, já mora em nós, e para nos conduzir por seus caminhos. Faze-nos
profetas de teu Amor, para anunciá-lo aos homens de boa vontade. Pelo mesmo
Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Pai Santo, nós agradecemos o teu inefável Dom –
o Filho Unigênito! Ele se fez humano para nos conduzir por seu Caminho, e
revelar a todos que o teu Reino, amado Pai, já chegou e mora em nós. Faze-nos
profetas do Amor, para anunciá-lo aos homens de boa vontade. Pelo mesmo Cristo
Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.