“Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e espírito e amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22,37-39).
Se não foi o lema da vida deste santo, viveu como se fosse. São Vicente de Paulo nasceu, em 24 de abril de 1581, na aldeia de Pouy, nas “Landes”, França. Seu pai se chamava João de Paulo, e sua mãe Bertranda de Moras. Tinham uma pequena propriedade de que tiravam a subsistência para a família, composta de seis filhos. Vicente que era o terceiro filho, trabalhava no campo com o pastoreio dos rebanhos.
Ele se entregou sem reserva ao sacerdócio. Por meio de suas obras, como a Congregação da Missão, a Companhia das Filhas da Caridade, as Conferências de São Vicente de Paulo e a todas as obras de inspiração vicentina podemos ver o quanto a Igreja valoriza o grande trabalho apostólico e caritativo desse gigante da fé, onde ardia a chama da caridade evangélica (cf. Lc 12,49).
Depois de ordenado sacerdote, passou por uma escravidão em Túnis, e acabou sendo vendido a um senhor que o libertou; em seguida, foi para Paris. Tornou-se capelão da rainha Margarida, aproximando-se da miséria humana, que era grande em Paris. De modo especial, trabalhou no novo Hospital da Caridade.
Nesta época, o Cardeal de Bérulle, fundador do Oratório na França, enviou-o como pároco a Clichy-la-Garenne, na periferia de Paris. Como educador dos filhos do General das Galeras, em seus castelos e propriedades do interior, ele pôde ver a grande miséria material e espiritual do povo do campo. Isso mudou a sua vida. Pediu ao Cardeal Bérulle e se tornou pároco da pobre Châtillon-des-Dombes. Ali, ele começou sua grande obra de caridade, fazendo a “organização da caridade”. O serviço dos pobres era sua vida, nos primeiros vinte anos de sacerdócio, sempre guiado pelos acontecimentos e pela Providência Divina.
O resto do seu tempo era repartido entre o confessionário, o catecismo, a oração e o estudo. Para ampliar o trabalho pelos pobres, São Vicente começou a reunir os sacerdotes que desejassem viver, sob a orientação dos bispos, à salvação do pobre povo do campo, por meio da pregação, da catequese e das confissões gerais sem retribuição nenhuma.
Os seguidores de São Vicente se multiplicaram a ponto de o pobre “Asilo dos Bons Meninos” não poder mais os abrigar. Pela Providência Divina, Adriano Bom, Prior de São Lázaro, ofereceu ao santo a casa e as terras do seu priorado, conhecido pelo nome de São Lázaro, antigo hospital de leprosos e vasta construção onde permaneceram até o fim do século XVIII. Daqui, vem o costume de se chamarem “Lazaristas” os padres congregados de São Vicente. Assim surgiu, em 1632, o “Priorado de São Lázaro”, os “lazaristas”, que cresceu rapidamente, implantando-se em cerca de quinze dioceses para missões paroquiais e fundação de “Caridades”.
São Vicente exigia de seus companheiros “o espírito de Nosso Senhor”, com as cinco virtudes fundamentais: simplicidade, mansidão em relação ao próximo, humildade, mortificação e zelo. Aos que partiam para pregar o Evangelho, ele dizia: “trata-se não de se fazer amar, e sim de fazer amar Jesus Cristo”. A criada Congregação da Missão chegou até a Itália, Irlanda, Polônia, Argélia e Madagáscar.
São Vicente soube dar dinamismo às numerosas “Caridades”, dando-lhes uma estrutura de unidade e eficiência. Santa Luísa de Marillac, viúva de António Le Gras, iniciada à vida espiritual por São Francisco de Sales, sob a sua orientação, muito ajudou neste trabalho. Com ela, a 29 de novembro de 1633, nascia a “Companhia das Filhas da Caridade”, recebendo de São Vicente um regulamento original e exigente: “Tereis por mosteiros a sala dos doentes. Por cela, um quarto de aluguel; como capela, a igreja paroquial; como claustro, as ruas da cidade; como clausura, a obediência; como grade, o temor de Deus; como véu, a santa modéstia.” “Deveis fazer o que o Filho de Deus fez na Terra; a estes pobres doentes, deveis dar a vida do corpo e a vida da alma”.
São Vicente não jogava os ricos contra os pobres, ao contrário, aproximava o rico do pobre, queria trazê-los a uma estima e amizade recíprocas, mostrando que o pobre e o rico têm igual necessidade um do outro. Para isso, criou a “Confraria de Caridade” para aproximar os pobres dos ricos. Com a ajuda de senhoras piedosas, angariava e dava os socorros aos pobres doentes da localidade.
São Vicente criou muitas obras: a Capelania da Corte, para o magistério dos pobres; a Fundação das Senhoras de Caridade, para os hospitais, asilos para os velhos e refúgios para as mulheres decaídas. Trabalhou na reforma do clero, promoveu retiros eclesiásticos, fundação dos seminários, missões aos camponeses, cuidou dos leprosos, dos loucos, dos refugiados de guerra, dos mendigos, dos condenados etc.
Ele dizia que “quanto mais humilde for alguém tanto mais caridoso será para com o próximo”. “Se nos livrarmos do amor próprio um quarto de hora antes de morrer, podemos dar graças a Deus”. “O demônio não sabe se defender diante da humildade, porque ele é soberbo”.
São Vicente sofreu de muitas enfermidades, mas nunca reclamava. Na segunda-feira, 27 de setembro de 1660, às 4h30 da manhã, Deus o chamou a si no momento em que seus filhos espirituais, reunidos na igreja, começavam a oração. Morreu aos 84 anos de idade e 60 de sacerdócio. Sua canonização aconteceu em 16 de junho de 1737, pelo papa Clemente XII, e, em 12 de maio de 1885, foi declarado Patrono de todas as obras de caridade da Igreja Católica, por Leão XIII.
São Vicente de Paulo, rogai por nós!
Oração:
“São Vicente, que tanto vos compadecestes dos pobres, eu vos peço, olhai para mim! Sou pobre. Estou passando necessidades. O dinheiro é curto e nunca chega para comprar tudo o que necessito. São Vicente! Sou pobre, mas tenho fé! Há gente mais pobre do que eu: são aqueles que não têm fé; porque esses têm a alma vazia. São Vicente, conservai minha riqueza, que é a fé; mas eu vos peço, aliviai também a minha pobreza. Ajudai-me a adquirir ao menos o necessário para me alimentar bem, para me vestir honestamente, comprar os remédios que preciso, as forças necessárias para fazer bem os meus trabalhos, cumprir as minhas obrigações e, assim, poder ser útil à minha família e a todos os que precisarem de minha ajuda. Assim seja.”
Referências:
formacao.cancaonova.com
cruzterrasanta.com.br
São Vicente de Paulo
São Vicente de Paulo
(1581-1660)
Fundou as congregações: A Confraria
das Damas da Caridade Os Servos
dos Pobres Os Padres da Missão Os
Padres Lazaristas e as Filhas da
Caridade
Vicente de Paulo foi, realmente, uma figura extraordinária para
a humanidade. Pertencia a uma família pobre, de cristãos dignos e fervorosos.
Nasceu em Pouy, França, no dia 24 de abril de 1581.
Na infância, foi um simples guardador de porcos, o
que não o impediu de ter uma brilhante ascensão na alta Corte da sociedade de
sua época. Aos dezenove anos, foi ordenado padre e, antes de ser capelão da
rainha Margarida de Valois, ficou preso durante dois anos nas mãos dos
muçulmanos. O mais curioso é que acabou sendo libertado pelo seu próprio
"dono", que, ao longo desse período, Vicente conseguiu converter ao
cristianismo.
Todos o admiravam e respeitavam: do cardeal
Richelieu à rainha Ana da Áustria, além do próprio rei Luís XIII, que fez
questão absoluta de que Vicente de Paulo estivesse presente no seu leito de
morte.
Mas quem mais era merecedor da piedade e atenção
de Vicente de Paulo eram mesmo os pobres, os menos favorecidos, que sofriam as
agruras da miséria. Quando Mazarino, em represália às barricadas erguidas pela
França, quis fazer o país entregar-se pela fome, Vicente de Paulo organizou, em
São Lázaro, uma mesa popular para servir, diariamente, refeições a duas mil
pessoas famintas.
Apesar de ter sempre pouco tempo para os livros,
tinha-o muito quando era para tratar e dar alívio espiritual. Quando convenceu
o regente francês de que o povo sofria por falta de solidariedade e de pessoas
caridosas para estenderem-lhe as mãos, o rei, imediatamente, nomeou-o para ser
o ministro da Caridade. Com isso, organizou um trabalho de assistência aos
pobres em escala nacional. Fundou e organizou quatro instituições voltadas para
a caridade: a "Confraria das Damas da Caridade", os "Servos dos
Pobres", a "Congregação dos Padres da Missão", conhecidos como
padres lazaristas, em 1625, e, principalmente, as "Filhas da
Caridade", em 1633.
Este homem prático, firme, dotado de senso de
humor, esperto como um camponês, e sobretudo realista, que dizia aos sacerdotes
de São Lazaro: "Amemos Deus, irmãos meus, mas o amemos às nossas custas,
com a fadiga dos nossos braços, com o suor do nosso rosto", morreu em
Paris no dia 27 de setembro de 1660.
Canonizado em 1737, são Vicente de Paulo é
festejado no dia de sua morte, pelos seus filhos e sua filhas espalhados nos
quatro cantos do mundo. E por toda a sociedade leiga cristã engajada em cuidar
para que seu carisma permaneça, pela ação de suas fundações, que florescem,
ainda, nos nossos dias, sempre a serviço dos mais necessitados, doentes e
marginalizados.
Fonte: Paulinas em 2014
S. Vicente de
Paulo
São Vicente de Paulo, nasceu no dia 24 de Abril
do ano 1581, em Pouy, Gascony, França. Quando menino, sua obrigação era cuidar
do rebanho do sitio de seus pais. Foi estudar teologia em 1596, em Toulouse e
ordenado padre aos 19 anos de idade, antes de se estabelecer em Paris, como
capelão da rainha Margarida de Calois, por dois anos foi prisioneiro dos
maometanos. Foi libertado pelo seu próprio dono, que ele converteu. Dedicou-se
muito ao alívio material e espiritual dos "remadores", isto é, dos
homens tirados das prisões e condenados a remar nas galés. É extraordinária a
ascensão que teve sobre a alta sociedade do seu tempo, do cardeal Richeliei à
regente Ana da Áustralia, ao próprio rei Luís XIII que no leito de morte o quis
a seu lado. Ao temido Richelieu, o Senhor Vicente ousava gritar diante da
miséria do povo: "Senhor, tende piedade de nós, dai-nos a paz".
Vicente obteve do
regente o encargo de Ministro da Caridade, e organizou os auxílios aos pobres
em escala nacional. Diziam que nas suas mãos passava mais dinheiro que nas do
ministro das Finanças. Mas no seu banco da CARIDADE, os capitais não paravam.
Quatro são as instituições que fundou: A confraria das Damas de Caridade, os
Servos dos Pobres, a Congregação dos Padres da Missão (lazaristas, aos quais confiou a dupla incumbência de contribuir para a formação dos futuros
sacerdotes e de organizar pregações adequadas - as missões - especialmente para
o povo da lavoura ) e sobretudo junto com Santa Luísa de Marilac fundou a
congregação das Irmãs da Caridade ou Irmãs Vicentinas, tão conhecidas pelo
apostolado que exercem em hospitais, asilos, orfanatos, manicômios etc.
São Vicente de
Paulo morreu em Paris a 27 de Setembro de 1660 e foi canonizado no ano de 1737.
Senhor nós te pedimos, humildemente, sejamos mensageiros da Boa Nova para os
pobres seguindo os passos de Jesus que passou fazendo o bem a todos. Amém.
Fonte: Catolicanet em 2014
São Vicente de Paulo, Confessor
Foi
o fundador da Congregação da Missão e, juntamente com Santa Luísa de Marillac,
das Irmãs da Caridade. Sua vida é tão movimentada e cheia de aventuras que faz
lembrar uma obra de ficção.
Nasceu
de uma família muito pobre em Landes, França; quando menino guardou porcos, e
só pôde completar seus estudos porque auxiliado por um advogado caridoso, cujos
filhos ajudou a educar ao mesmo tempo em que ele próprio estudava.
Ordenado
sacerdote aos 19 anos, passou a dar aulas particulares para se manter. Durante
uma viagem marítima, caiu prisioneiro de piratas maometanos e foi conduzido à
África, como escravo. Foi comprado por um médico árabe que lhe ensinou os
segredos da medicina, e em troca São Vicente o converteu à Fé católica.
Conseguindo
retornar à França, empenhou-se na prática da caridade cristã, tanto espiritual
quanto corporal, chegando a ter grande penetração na Corte. Foi capelão e
conselheiro da rainha Margarida de Valois e prestou assistência ao rei Luís
XIII moribundo.
Fez
parte do Conselho da Regência, durante a menoridade de Luís XIV, e exerceu
grande influência sobre a rainha Ana d'Áustria. Fortunas espantosas,
provenientes de coletas entre a alta nobreza, passavam por suas mãos e eram por
ele distribuídas aos necessitados de toda a França, sem em nada alterar sua
pobreza e simplicidade.
Aos
próprios parentes, pobres e necessitados, nunca quis favorecer, confiando-os à
Divina Providência. Recebeu um benefício eclesiástico muito rendoso, que lhe
assegurava uma vida sem preocupações econômicas, mas renunciou a ele, por achar
que não era conveniente para sua santificação.
Aproveitou
a enorme influência política que desfrutava para conseguir a nomeação de Bispos
virtuosos, dispostos a promover na França uma salutar reforma religiosa e a
combater os erros do jansenismo. Incentivou a idéia de uma expedição armada
contra a Inglaterra protestante que proibia, sob pena de morte, a atuação dos
católicos em seu reino. Morreu em 1660, cercado da consideração geral, e foi
canonizado em 1737.
São Vicente de Paulo
Fundador da Ordem dos Lazaristas (Congregação da Missão - CM)
Co-fundador da Congregação das Filhas da Caridade
Comemoração litúrgica: 27 de setembro.
Também nesta data: São Fidêncio e São Florentino.
São Vicente de Paulo, um dos maiores amigos da humanidade, sacerdote zelosíssimo, homem apostólico como poucos, santo, entre os santos, um dos maiores, nasceu em Ranguines, perto de Dax, na Gasconha (França), em 1576. De condição humilde, os pais eram gente piedosa e virtuosa. Proprietários de uma pequena herdade, viviam do trabalho. Educaram cristãmente seis filhos, 4 homens e duas mulheres, obrigando-os ao trabalho no campo. Em Vicente, bem cedo descobriram os pais um bom coração e qualidades excelentes de espírito.
A ocupação predileta do menino era vigiar o gado, nas épocas do ano em que este era levado às pastagens. De preferência, levava o gado a um lugar no fundo do mato, onde havia uma capela de Nossa Senhora. Ali fazia muita oração e cantava em honra da Rainha do céu. As flores mais belas que encontrava, depositava-as sobre o altar de Maria Santíssima e com um carinho todo particular, enfeitava a humilde capelinha. Já nesta idade, revelava princípios de caridade, guardando sempre um bocado da refeição para os pobres. O pai, observando com satisfação os belos dotes do filho, quis que ele estudasse. Em quatro anos, Vicente tinha feito tantos progressos nas ciências, que pôde ser professor. Ensinando aos outros, ganhava o bastante para poder continuar os estudos nos cursos superiores, sem com isto exigir sacrifícios do pai. Seguiu os cursos teológicos em Saragoça e Toulouse e, em 23 de setembro de 1600, foi ordenado sacerdote.
Deus, porém, quis proporcionar-lhe ocasião de aperfeiçoar-se nas virtudes de perfeito cristão, que são a mansidão, a paciência e a caridade. Numa viagem em 1605, que fazia, de Marselha a Narbonne, caiu em poder de piratas tunísios, que o venderam como escravo a diversos senhores em Tunis. Com grande conformidade, o santo aceitou esta provação e humildemente se sujeitou aos pesados trabalhos, que se lhe impunham. O que mais o entristecia, eram os diversos estratagemas que os patrões empregavam, para levá-lo a apostasia. O último deles, a quem prestou serviços de escravo, era apóstata, que tinha três mulheres. Uma delas, movida pela curiosidade, acompanhava Vicente, quando este se dirigia ao trabalho no campo. Muitas perguntas lhe dirigia sobre a religião cristã, e pedia-lhe que cantasse alguns cânticos cristãos. Vicente lembrava-se da palavra da Sagrada Escritura: "Como hei de cantar em terra estrangeira?" e cantava então o salmo, que diz: "Nas margens dos rios de Babilônia assentávamos, chorando a nossa terra", ou a "Salve Rainha". A mulher muçulmana ouvia tudo com muita atenção, e cada vez mais se enchia de admiração pelas virtudes do escravo cristão. Tornou-se advogada de Vicente junto ao patrão, a quem repreendeu energicamente por ter abandonado uma religião tão perfeita, como a cristã. O apóstata caiu em si e combinou com Vicente a volta para Paris. Em 1607 fizeram a travessia e chegaram a Aigues Mortes.
No ano seguinte vemos Vicente em Roma. Os grandes e antigos santuários muito o impressionaram e, regressando a Paris, tinha a resolução firme de imitar o exemplo de virtude dos primeiros cristãos. Em Paris, se dedicou por alguns anos ao serviço dos doentes no hospital. Aconteceu que lá caísse sobre ele a grave suspeita de ter praticado um furto. A única resposta que Vicente dava às acusações caluniosas era: "Deus sabe tudo". Só depois de seis anos foi descoberto o verdadeiro culpado, ou para melhor dizer, o ladrão que, não podendo já suportar os remorsos de consciência, fez a declaração do crime.
Pouco depois, Vicente conheceu o venerável Berulle, fundador da Congregação do Oratório, e os dois ligaram-se em estreita amizade, para mais eficazmente poderem trabalhar pelo bem da humanidade. Durante algum espaço de tempo, Vicente administrou a Paróquia de Clichi, onde Trabalhou com grande proveito para as almas, obediente à ordem dos superiores, aceitou o cargo de educador dos filhos do conde de Gondi-Ivigny. Este gênero de ocupação dava-lhe tempo bastante para se dedicar à cura d'almas, e foi aí que Vicente revelou grandes aptidões para missionário. A condessa de Ivigny, senhora de grandes virtudes, deu o maior apoio aos trabalhos apostólicos de Vicente, que em seguida passou a pregar missões aos encarcerados e aos condenados às galés. O rei Luís XIII nomeou Vicente intendente das galeras francesas e esmoler real. Três anos ficou o santo homem em Paris, ocupando este cargo, quando o zelo pelas almas o levou a Marselha, onde havia muitos daqueles infelizes, condenados às galés. Vicente procurou-os e semeou consolo e conforto nas almas daquela desventurada gente, cuja triste sorte o comovia até às lágrimas. Entre os algemados havia um, de porte nobre e fidalgo, que se entregava a uma tristeza, que tocava as raias do desespero. Vicente interessou-se muito em particular por aquele homem e conseguiu dele a revelação de sua triste história.
Cúmplice, se bem que quase forçado, de uma fraude, fôra condenado às galés, sabendo mulher e filhos entregues à miséria. Vicente, que até então soubera muito bem disfarçar sua personalidade, ofereceu-se às autoridades em lugar do infeliz e conseguiu-lhe a libertação. A mansidão, a caridade e paciência de Vicente no meio dos sentenciados, gente de péssima espécie, chamou atenção. Como os seus em Paris lhe ignorassem o paradeiro, foram-lhe ao encalço, descobriram-no em Marselha e trataram de libertá-lo. Do tempo de prisão, restou-lhe uma última úlcera no pé, causada pelas grilhetas.
Para combater a ignorância religiosa e o indiferentismo, pregou muitas missões nas cidades e no campo. Sacerdotes do clero regular que o ajudavam nesta tarefa, associaram-se-lhe na Congregação da Missão, fundada em 1624, e com ele como seu superior, fixaram residência no antigo leprosário São Lázaro, de onde a Congregação recebeu a denominação de "Lazaristas". Naquela casa, Vicente dirigiu inúmeros retiros espirituais para todos os estados.
De grande resultado foram os exercícios em preparação às sacras ordens e as conferências sacerdotais nas terças-feiras, nas quais se formaram belíssimas vocações dos melhores bispos da França.
Obra de grande alcance se revelou a fundação da Confraria da Caridade, organização caritativa para ambos os sexos, hoje mais conhecida sob o nome de Conferências de São Vicente. Desta confraria, qual flor maravilhosa, se desenvolveu a Congregação das Filhas da Caridade, à qual deu por superiora uma senhora de grande virtude, que goza das honras dos altares: Santa Luísa de Marillac. Pela fundação dessas conferências e das suas casas, tiveram certa centralização as obras de caridade e beneficência aos pobres, aos enfermos, às crianças, à mocidade feminina periclitada, aos cegos, aos loucos, etc. Em todas estas obras, Vicente recebeu e deu muita animação na qualidade de membro da Companhia do SS. Sacramento. Como membro do conselho real em coisas eclesiásticas, grande influência exercia na nomeação de bispos e distribuição de benefícios. Atrás de uma aparência exterior, simples e fraca, de uma fisionomia humilde, sempre bondosa e sorridente, escondia-se uma inteligência esclarecida, um caráter corajoso e forte, um talento eminentemente prático e organizador, um coração grande, ardoroso e firme na fé.
Em 1693 esta congregação teve a aprovação do Papa Urbano VIII. Os sacerdotes pertencentes a essa congregação, fazem os três votos simples monásticos, da pobreza, castidade e obediência, obrigando-se a trabalhar na própria santificação, na conversão dos pecadores e na formação do clero. São Vicente muito se empenhou pela organização de retiros espirituais para sacerdotes e leigos, e nesse empenho teve forte apoio do Papa Alexandre VII.
É admirável que um homem como São Vicente, destituído completamente de bens materiais, pudesse fazer tanto bem aos necessitados. Quando a província de Lorena, devastada pela guerra oferecia um aspecto desolador, São Vicente fez-se mendigo, angariando esmolas e donativos em benefício das vítimas da grande catástrofe, as quais socorreu com uma vultosa quantia em dinheiro.
Querido e amado por todos, era visto como um anjo do céu. São Francisco de Sales, votava-lhe tanta estima e confiança, que o nomeou Superior da Ordem da Visitação que, havia pouco, fundara. Ainda outras comunidades religiosas, se lhe confiaram à direção.
No meio de tantas ocupações, teve tempo ainda para tratar da sua própria alma. Fossem quais fossem as ocupações, o coração dele estava sempre unido a Deus. Nas maiores contrariedades, conservava sempre calma e tranqüilidade de espírito. Em todos os fatos da vida, São Vicente reconhecia os planos da Divina Providência. Entregava-se-lhe confiadamente e, outra coisa não procurava, senão a maior glória de Deus.
Senhor absoluto dos movimentos do coração, não se deixava desanimar ou inquietar pelas vicissitudes da vida. Humilhações, longe de o entristecerem, firmavam-no cada vez mais na humildade. A humildade era a virtude que mais recomendava aos filhos espirituais. Uma das regras principais que estabeleceu sobre a humildade, foi esta: "O religioso não fale dos seus próprios merecimentos e evite chamar a atenção dos outros para a sua pessoa".
São Vicente alcançou a idade de 85 anos. Embora bastante enfraquecido e alquebrado, levantava-se às 4 horas, celebrava a Missa e dedicava três horas à oração. O pensamento da morte era-lhe familiar. Todos os dias rezava as orações da Igreja pelos moribundos. A morte encontrou-o, pois, ótimamente preparado. Morreu aos 27 de setembro de 1660, sendo -lhe o corpo sepultado na igreja de São Lázaro (ou capela dos Lazaristas), enquanto seu coração se conserva também incorrupto no convento das Irmãs da Caridade em Paris. Grandes e numerosos milagres foram-lhe observados no túmulo. A sua canonização realizou-se em 1737 pelo Papa Clemente XII.
Reflexões:
Maior benefício São Vicente não podia dispensar aos cristãos, do que sacudí-los da letargia da morte, em que se achavam submersos. Como um segundo São João Batista, abria-lhes os olhos sobre o estado de pecado em que se achavam e, semelhante ao grande Precursor de Jesus Cristo, lembrava-lhes a necessidade de fazer obras de penitência. É um erro muito grande supor que ao céu, possa razoavelmente aspirar, quem vive sempre entre a virtude e o vício, hoje, praticando aquela e amanhã, se entregando a este. Em outras palavras, no caminho para o céu, não se acha quem hoje é cristão e pagão amanhã. Que dizer daqueles, que trilham constantemente o caminho do pecado, sem se incomodar com os abismos que, ameaçadores, se abrem para todos os lados? As paixões desordenadas são os guias falsos, que levam o homem à loucura, à cegueira, à impiedade. O homem que abandona a Deus, embora seja um portento de sabedoria, cai de erro em erro, comete os maiores desatinos, porque fecha os olhos àquela Luz que veio para todos.
Outra característica importantíssima em São Vicente era o seu grande amor ao próximo, que fazia-o achar mil modos de socorrer o pobre, o necessitado. Como nos tornamos cruéis, diante de uma sociedade que nos induz à insensibilidade. Já existem até placas de sinalização, dizendo que não devemos dar esmolas aos pobres. É a caridade se resfriando, conforme prescrito nas Sagradas Escrituras. Nós, católicos, devemos repelir todo tipo de propaganda ou slogan deste tipo, que não visa outro fim senão destruir a caridade cristã. Não devemos permitir que nos tornemos insensíveis ao sofrimento, à indigência do nosso irmão. "Se alguém, tiver bens de fortuna, ensina São João, e vendo o irmão na miséria, fechar o coração diante da necessidade do mesmo, será possível que nele fique a caridade de Deus?
É nós, quantas ocasiões a vida não nos ofereceu para fazermos caridade! Quantas vezes a graça de Deus não nos impeliu para dar uma esmola, visitar um pobre doente, socorrer famílias em necessidade, consolar viúvas e órfãos! Não nos escusemos, dizendo: Não tenho nada com isso; que se arranjem; que trabalhem; por quê não fizeram economia como eu? Não é essa a linguagem do cristão! Espelhemo-nos nos belos exemplos deixados por São Vicente de Paulo.
Fonte: Página Oriente em 2014
São Vicente de Paulo
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Nascimento | 24 de abril de 1576 |
Local nascimento | França, numa aldeia chamada Poy |
Ordem | Fundador ds Ordem dos Vencentinos e Lazaristas |
Local vida | Paris/ França |
Espiritualidade | São Vicente de Paulo era filho de camponeses pobres - Guilherme de Paulo e Beltranda de Moras e nasceu em um tempo de ideais de grandeza nacional mas devastado pelas guerras e revoluções internas. Mas as dificuldades pelas quais passou fez firmar ainda mais seu caráter, transformando-se em um dos homens mais importantes da França. Sofreu uma marca indelével em retorno de uma viagem, quando fora receber uma herança. Seu barco foi atacado por piratas turcos e ele feito escravo e vendido em praça pública a um pescador, posteriormente repassado a um químico e, finalmente, a um cristão renegado. Grandes foram suas privações, principalmente por haver sido por dois anos, escravo. Estudou de início em um colégio de franciscanos na cidade de ACQS, vindo a iniciar sua vida sacerdotal aos 15 anos, quando recebeu a tonsura. Ordenou-se sacerdote aos 19 anos. Seus interesses centravam-se na reforma do clero e na caridade para com os pobres. Foi pároco esmoler-mor das galés e missionário dos camponeses. Retornando a Paris foi designado capelão da Rainha Margarida de Valois e passou a visitar os doentes no Hospital de Caridade. Ciente das necessidades deles, comunicou à Rainha que os pobres estavam morrendo de fome mas ela lhe responde que já havia feito o suficiente. Mais tarde haveria de mudar seu modo de pensar. Como eram muito pobres fez com que os sacerdotes da nova congregação que fundara (Lazaristas ou padres de missão) emitissem um voto especial de se consagrarem à evangelização dos pobres. Para continuar com a reforma do clero, criou e dirigiu com seus padres, seminários para os necessitados, fundou hospitais e, com santa Luisa de Marillac fundou a congregação das Irmãs de caridade, bem como, funda o "Berçário de Paris". Iniciou visitas às prisões e executou a reforma do clero pelos jovens, organizando seminários, sendo o primeiro em data de 22/01/1624, dirigidos pelos padres da missão, os Lazaristas. Organizou os estudos em dois níveis: o primeiro para humanidades, e o segundo para o estudo da filosofia e da Teologia. As 44 mil irmãs que trabalham hoje em leprosários, orfanatos, hospitais, manicômios, escolas, asilos, continuam a presença de são Vicente de Paulo até os dias de hoje, Sua iniciativa no bem se estende na organização das "Conferencias de Caridade" ou "Damas de Caridade", formada por senhoras de todos os níveis sociais, objetivando à assistência aos pobres. A profícua vida de Vicente, calcada em uma obstinação ilimitada pelo bem ao próximo, fez deste "paladino da Caridade" um realizador incansável de inúmeras obras, como a: Congregação da Missão; Irmãs de Caridade; Orfanatos; Escolas; Hospitais; Confraria de Homens; Asilos; Evangelização dos pobres; Assistência aos doentes; Assistência aos menores; Ensino gratuito às crianças; Assistência aos doentes mentais Recuperação e assistência às prostitutas. Seu prestígio com o Rei Luis XIII lhe fez receber o cargo de Ministro da Caridade, responsável por organizar o serviço social em todo país. Vicente encarava sua missão de forma profundamente humilde. Vejamos esta passagem. Certo dia, quando pedia esmola, lhe cuspiram no rosto. Vicente de Paulo disse ao seu interlocutor: Isto foi para mim, agora dê uma esmola para os pobres. São Vicente de Paulo se destaca como um dos símbolos de santidade de toda uma época - Le grand siecle - e mesmo de todos os povos e de todos os tempos. Trabalhou até a morte, deixando-nos como heranças como superar a todas as dificuldades da vida. Palavras de São Vicente: "Meus irmãos, amemos a Deus, mas amêmo-Lo à nossa custa, com a fadiga de nossos braços, com o suor do nosso rosto". Foi nomeado pelo Papa Leão XIII como Patrono dos Serviços Sociais. Façamos uma retrospectiva: quando menino, este nosso amado santo, extraordinário homem de Deus, criava porcos. Passou de criador de porcos a escravo. De escravo a prior da capela da rainha. Realmente. Sua vida é a confinação plena de que "A boa espada é acrisolada no fogo". |
Local morte | Paris |
Morte | 27 de setembro de 1660, aos 84 anos de idade |
Fonte informação | Santo Nosso de cada dia, rogai por nós |
Oração | Ó glorioso São Vicente, patrono de toda caridade, pai daqueles que estão na miséria e que, enquanto na Terra, jamais deixou de amparar a todos que a Vós recorreram, considerai os males que estão nos oprimindo e vinde em nosso socorro. Obtende junto do Senhor ajuda para os pobres, alívio para os enfermos, consolo para os aflitos, proteção para os abandonados, espírito de generosidade para os ricos, a graça da conversão para os pecadores, entusiasmo para os padres, paz para a Igreja, tranqüilidade e ordem para as nações e salvação para todos. Permiti-nos comprovar os efeitos da vossa misericórdia intercessão e assim sermos ajudados nas misérias da vida. Possamos nós estar unidos com o Senhor no paraíso, onde não existe mais dor, choro ou tristeza, mas alegria, contentamento e duradoura felicidade. Amém. |
Devoção | Aos necessitados tanto material quanto espiritualmente |
Padroeiro | Dos serviços sociais |
Outros Santos do dia | Outros santos do dia: Ántino, Leâncio, Euprépio, Adolfo, João, Florentino, Fidêncio, Hilário, Terêncio, Epicari (mátrs.); Elceário (af); Barroco (monge); Digeberto (rei); Diosdado (ab). Fonte: ASJ em 2014 |