sábado, 2 de maio de 2020

BOM DIA! BOA TARDE! BOA NOITE! Oração da noite, Oração da manhã e Oração do entardecer - Deus te abençoe!



Oração da Noite

Boa noite Pai.
Termina o dia e a ti entrego meu cansaço.
Obrigado por tudo e… perdão!!
Obrigado pela esperança que hoje animou meus passos, pela alegria que vi no rosto das crianças;
Obrigado pelo exemplo que recebi daquele meu irmão;
Obrigado também por isso que me fez sofrer…
Obrigado porque naquele momento de desânimo lembrei que tu és meu Pai; Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa, pela comida, pelo meu desejo de superação…
Obrigado, Pai, porque me deste uma Mãe!
Perdão, também, Senhor!
Perdão por meu rosto carrancudo; Perdão porque não me lembrei que não sou filho único, mas irmão de muitos; Perdão, Pai, pela falta de colaboração e serviço e porque não evitei aquela lágrima, aquele desgosto; Perdão por ter guardado para mim tua mensagem de amor;
Perdão por não ter sabido hoje entregar-me e dizer: “sim”, como Maria.
Perdão por aqueles que deviam pedir-te perdão e não se decidem.
Perdoa-me, Pai, e abençoa os meus propósitos para o dia de amanhã, que ao despertar, me invada novo entusiasmo; que o dia de amanhã seja um ininterrupto “sim” vivido conscientemente.
Amém!!!

Oração da manhã

Bom-dia, Senhor Deus e Pai!
A ti, a nossa gratidão pela vida que desperta, pelo calor que
cria vida, pela luz que abre nossos olhos.
Nós te agradecemos por tudo que forma nossa vida, pela terra, pela água, pelo ar, pelas pessoas. Inspira-nos com teu Espírito Santo os pensamentos que vamos alimentar,as palavras que vamos dizer, os gestos que vamos dirigir,a comunicação que vamos realizar.
Abençoa as pessoas que nós encontramos, os alimentos que vamos ingerir.
Abençoa os passos que nós dermos, o trabalho que devemos fazer.
Abençoa, Senhor, as decisões que vamos tomar, a esperança que vamos promover,a paz que vamos semear,a fé que vamos viver, o amor que vamos partilhar.
Ajuda-nos, Senhor, a não fugir diante das dificuldades, mas a abraçar amor as pequenas cruzes deste dia.
Queremos estar contigo, Senhor, no início, durante e no fim deste dia.
Amém.

Oração do entardecer

Ó Deus!
Cai à tarde, a noite se aproxima.
Há neste instante, um chamado à elevação, à paz, à reflexão.
O dia passa e carregam os meus cuidados.
Quem fez, fez.
Também a minha existência material é um dia que se passa,
uma plantação que se faz, um caminho para algo superior.
Como fizeste a manhã, à tarde e a noite, com seus encantos,
fizeste também a mim, com os meus significados, meus resultados.
Aproxima de mim, Pai, a Tua paz para que usufrua desta
hora e tome seguras decisões para amanhã.
Que se ponha o sol no horizonte, mas que nasça
em mim o sol da renovação e da paz para sempre.
Obrigado, Deus, muito obrigado!
Amém!

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 03/05/2020

ANO A


4º DOMINGO DA PÁSCOA

Ano A - Branco

Branco “Eu sou a porta.” Jo 10,7

Jo 10,1-10

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: O Bom Pastor nos reúne, fazendo de nós um só rebanho. Numa relação de amor, ouvimos sua voz e damos graças sobre o pão e o vinho, sinais da sua vida que nos é dada. Esta participação na Eucaristia nos leva a doar livremente, com Ele, nossa vida à serviço dos irmãos. Hoje, celebrando o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, imploramos ao Senhor que envie operário à messe.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, somos o rebanho que o Senhor, Bom Pastor, reuniu. Conduzidos por Ele, viemos aqui buscar o alimento de nossa salvação, que é Ele mesmo. Seremos saciados pelo alimento de sua Palavra e de seu Corpo e Sangue. E assim, atraídos por Ele, também por Ele seremos enviados para dar testemunho de sua Páscoa. Neste dia em que a Igreja reza pelas vocações, juntemo-nos como irmãos e irmãs, suplicando que o Bom Pastor e Senhor da Messe envie operários à sua messe.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A figura do pastor que guia suas ovelhas era familiar a Israel, povo nômade; alimentou em tempos sucessivos a meditação religiosa das relações pessoais com Deus. Seus chefes deviam ser servos do único pastor; mas, com muita freqüência, seguindo interesses egoístas e perspectivas políticas errôneas, trairam, desviaram, depredaram o rebanho de Deus. Jesus se apresenta como o pastor segundo o coração de Deus, aquele que foi anunciado pelos profetas. Conhece intimamente o Pai e transmite esse conhecimento aos seus (evangelho). Por isto, ele é a "porta", o mediador. Conhece intimamente também a nossa condição, porque como "cordeiro" carregou os pecados de todos nós (2ª leitura). Conduz os seus com a autoridade de quem ama e deu sua vida: e eles, na fé, escutam a sua voz e seguem suas pegadas. Seu sacrifício "pela multidão" exclui qualquer privilégio e abre a salvação a todos os homens.

UM SÓ É O BOM PASTOR

Este 4º Domingo da Páscoa apresenta Jesus Cristo como o bom pastor da humanidade. Ele é o “caminho, a verdade e a vida” e quem o segue, está no caminho bom, caminho que leva à vida e à felicidade. Ele entregou sua vida pela humanidade, como lembramos neste tempo pascal. Derramou seu sangue em defesa e resgate das “ovelhas perdidas”, para que fossem salvas. E não foi derrotado nem mesmo pela morte, mas ressuscitou, e é o “rei da vida”.
A alegoria do Bom Pastor, do Evangelho de hoje (Jo 10,1-10) começa falando da porta de acesso às ovelhas. “Quem não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas por outra parte, esse é ladrão e assaltante” (Jo 10,1). E Jesus se apresenta, ele mesmo, como a porta dos pastores e das ovelhas. As ovelhas, ou seja, os discípulos, devem reconhecer em Jesus o verdadeiro Pastor, que dá autoridade também aos pastores que delas se aproximam.
Os pastores legítimos apresentam- se às ovelhas com a autoridade recebida de Jesus, e não com sua própria autoridade. E as ovelhas devem ser espertas e distinguir entre falsos e verdadeiros pastores: os verdadeiros aproximam- se delas ou das ovelhas pela autoridade que receberam de Jesus. Do contrário, deverão ser considerados assaltantes e ladrões, com interesses diversos dos de Jesus e que não querem o verdadeiro bem das ovelhas.
Esta advertência de Jesus já foi necessária no início do Cristianismo. Hoje, ela é ainda mais necessária. Quantos falsos pastores estão por aí, a dividir e devorar o rebanho! Quantos se apresentam em nome próprio, sem estarem em comunhão com a Igreja, e fundam seus grupos e igrejas, com promessas falsas... E quantas ovelhas desconhecem essa advertência de Jesus e acabam vítimas de falsos pastores! Infelizmente, hoje os falsos pastores se apresentam de muitos modos e dividem a Igreja. Jesus adverte: não devem ser seguidos!
Este Domingo também é dedicado em todo o mundo, pela nossa Igreja, à oração pelas vocações sacerdotais, a fim de que muitos aceitem a vocação para serem bons pastores nas comunidades. A Igreja depende de sacerdotes, assim como o rebanho depende de pastores legítimos e bons. Em São Paulo, precisamos fazer muito pelas vocações, para termos sacerdotes também no futuro. Convido todos a fazerem hoje e sempre sua fervorosa oração pelas vocações sacerdotais.
Além disso, convido todos a colaborarem com a pastoral das vocações em suas paróquias e comunidades. “Em cada comunidade, ao menos uma vocação”. O surgimento de vocações, é sinal de uma comunidade generosa e amadurecida na fé. E rezemos com fé para que o “Senhor da messe e do rebanho” dê a todos nós, pastores e ovelhas, sermos fiéis e dóceis ao nosso Bom Pastor, Jesus ressuscitado!
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo

Comentário do Evangelho

Jesus é a "Porta".

Hoje, quarto domingo do tempo da Páscoa, é o domingo do Bom Pastor. No entanto, a afirmação mais importante do texto do evangelho deste dia é que Jesus é a “porta das ovelhas”, expressão repetida duas vezes ao longo do texto (vv. 7.9). O contexto do capítulo 10 de João é a controvérsia de Jesus com os fariseus; eles são, no quarto evangelho, os adversários por excelência de Jesus e que, juntamente com os sumos sacerdotes, querem matá-lo; são eles, igualmente, que julgam que Jesus é um blasfemo.
Uma das particularidades do evangelho é a afirmação de Jesus “eu sou”. Essa assertiva evoca Ex 3,7ss, em que Deus se apresenta a Moisés na sarça ardente como “Eu sou”. Portanto, trata-se, aqui, da afirmação da divindade de Jesus. Essa afirmação, no evangelho, é seguida sempre de uma imagem: porta, bom pastor, pão da vida, pão descido céu, caminho, verdade, vida. Essas imagens nos permitem entrar no mistério de Jesus Cristo, enviado do Pai para dar vida ao mundo, através dos vários aspectos de sua ação salvífica. Jesus é a porta. De que porta se trata? Da porta de um cercado, sem teto. Ele é a porta e como toda porta ele permite entrar e sair; uma porta que abre e que fecha. Quando a porta é fechada é para proteger as ovelhas de seus predadores e ladrões; quando a porta é aberta o pastor vai à frente das ovelhas para conduzi-las às pastagens. Quem conduz o povo de Deus é o próprio Senhor. Quem nos conduz ao redil e é a porta que protege o povo contra os inimigos é o Senhor. As ovelhas, de cujo redil Jesus é a porta, seguem unicamente o Pastor cuja voz elas conhecem, pois sabem que, caminhando à sua frente, ele lhes conduzirá à verdadeira pastagem (cf. Sl 22). As ovelhas não seguem a voz de um estranho. O discípulo, ou se preferirem, a comunidade dos discípulos é caracterizada como aquela que, protegida e conduzida pelo Pastor, ouve unicamente a sua voz, sem se deixar seduzir ou enganar pela voz de estranhos. Jesus é a porta. Para nós que cremos, somente por Jesus é que temos acesso à salvação; somente nele e por ele encontramos proteção contra o “inimigo da natureza humana”. Somente seguindo os passos do Bom Pastor podemos encontrar e sermos nutridos pelo alimento capaz de sustentar a vida e nos livrar da morte.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, torna-me um discípulo dócil de Jesus, o verdadeiro pastor que arriscou a própria vida para me salvar. Somente ele poderá conduzir-me para ti.
Fonte: Paulinas em 11/05/2014

Vivendo a Palavra

Ensinando aos discípulos a “Entrar pela porta”, Jesus quer que vivamos com autêntica simplicidade, sejamos compassivos, que haja coerência entre o que dizemos acreditar e o que praticamos. Em resumo, que nossa fé se mostre nas relações com o próximo e o mundo. Este é o jeito de testemunhar que o Reino do Pai já está em nós, embora ainda não em plenitude.
Fonte: Arquidiocese BH em 11/05/2014

VIVENDO A PALAVRa

Ensinando aos discípulos a “entrar pela Porta”, Jesus quer que vivamos com autêntica simplicidade, sejamos compassivos, que haja coerência entre o que dizemos acreditar e o que praticamos. Em resumo, que nossa fé se mostre nas relações. Que elas sejam fraternas, com o próximo, e cuidadosas, com a natureza. Este é o nosso jeito de testemunhar que o Reino do Pai já está em nós, mesmo que ainda não esteja em sua plenitude.

Reflexão

I. INTRODUÇÃO GERAL

O quarto domingo pascal é conhecido, na pastoral, como o domingo do Bom Pastor. A oração do dia é inspirada por esse tema (a fraqueza/fragilidade do rebanho e a fortaleza do Pastor). Porém, desde a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, o conjunto literário do “Bom Pastor”, no Evangelho de João, foi repartido pelos três anos do ciclo, A, B e C. Neste ano A, a leitura do evangelho não apresenta, propriamente, a parábola do Bom Pastor (Jo 10,11-18, evangelho do ano B), e sim o trecho anterior, a parábola da porta e dos pastores (Jo 10,1-10). Essa parábola dá ensejo à exploração de outros temas que não os tradicionais, para que, segundo o desejo do concílio, seja “ricamente servida” a mesa da Palavra.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. I leitura (At 2,14a.36-41)

A primeira leitura é a continuação da pregação missionária de Pedro que já ouvimos no domingo anterior. Apresenta-se o querigma cristão e a conversão, o que combina bem com o espírito da Páscoa como celebração do batismo. Pedro conscientiza os judeus de Jerusalém de que Jesus, rejeitado e morto por eles, foi por Deus constituído Senhor e Cristo (v. 36). Essa pregação provoca o arrependimento (metanoia) no coração dos ouvintes: convertem-se e aderem ao círculo dos discípulos (v. 37-41). O povo de Israel é agora obrigado a optar, e não só Israel, mas também os que o Senhor chamou “de longe”, os não israelitas (v. 39; cf. Is 57,19). Parte da população de Jerusalém se converte, então, àquilo que Pedro anunciou. Essa conversão pode reter, hoje, a nossa atenção. É o protótipo da adesão à Igreja em todos os tempos. Nós estamos acostumados a nascer já batizados, por assim dizer. Mas isso não quer dizer que nos tenhamos convertido para aderir a Cristo na sua Igreja. Pensemos naquela multidão que, pouco antes, desconhecia ou até desprezava o caminho e a atitude de Jesus de Nazaré e, ativa ou passivamente, havia concordado com sua crucifixão. Agora que Pedro, pela força do Espírito, lhes mostra que essa vida (de Jesus) foi certa e por Deus coroada, eles deixam acontecer no seu coração a verdadeira metanoia, a “revirada” do coração. Em virtude daquilo que lhes foi pregado a respeito do Cristo, mudam sua maneira de ver, sua escala de valores. Essa metanoia é o passar pela porta que é Cristo, como diz o evangelho, o recusar-se a ladrões e assaltantes, que se apresentam sem passar por ele. É aderir a nada que não seja conforme Cristo, marcado por sua vida e situado no seu caminho. Será que nós fizemos essa conversão?

2. II leitura (1Pd 2,20b-25)

Pedro ensina os que vivem na condição de escravo ou servo (cf. 1Pd 2,18) a trilhar os passos de Jesus Cristo pastor. Assemelhado ao Servo Padecente de Deus (cf. Is 52-53), Cristo deu, no seu sofrer, o exemplo da paciência. A imagem das ovelhas perdidas, no v. 25, corresponde à imagem do pastor, ao qual o rebanho se confia pelo batismo. Ele nos abre o caminho certo: não o da violência opressora, mas o da justiça que, para se provar verdadeira, não se recusa a sofrer.

3. Evangelho (Jo 10,1-10)

O evangelho de hoje é a parábola da porta do rebanho e dos pastores. No contexto anterior, a história do cego (Jo 9), os fariseus mostraram ser os verdadeiros cegos. Eles deveriam ser os pastores de Israel, mas não o são. Em continuidade direta com esse episódio – pois não há nenhuma nova indicação de cenário –, Jo 10 mostra quem não é e quem é o verdadeiro pastor. Os vv. 1-5 narram uma parábola: a cena campestre do redil comunitário, onde entram e saem os pastores e as ovelhas, mas onde também entram, por vias escusas, os assaltantes, para roubar e matar. As autoridades judaicas não entendem a parábola (v. 6), pois só entende quem crê em Cristo. Em seguida, nos vv. 7-18, a parábola é explicada em dois sentidos: Jesus é a porta (vv. 7-10), Jesus é o pastor (vv. 11-18). No trecho lido hoje, é apresentada a parábola introdutória e a primeira explicação: Jesus Cristo é a porta. Por ele, entram os pastores verdadeiros, por ele são conduzidas as ovelhas até os prados onde encontrarão vida. Antes dele vieram pessoas que entravam e saíam, não pela porta, mas por outro lugar: eram assaltantes, conduziam as ovelhas para a perdição, para tirar-lhes a vida. Pouco importa quem sejam esses assaltantes – Jesus parece pensar nos mestres judeus de seu tempo –, não os devemos seguir. O que importa é a mensagem positiva: que passemos pela porta que é Jesus Cristo. Só o caminho que passa por ele é válido. Essa porta se situa, portanto, na comunidade dos fiéis a Cristo. Na comunidade que representa o Cristo, depois da ressurreição, encontramos o que nos serve para sempre; teremos o mesmo acesso ao Pai que os apóstolos encontraram na pessoa de Jesus (cf. Jo 14,6-9). Jesus com a sua comunidade é a porta que dá acesso ao Pai. Jesus dá acesso ao caminho da salvação tanto aos pastores, para entrarem, quanto aos rebanhos, para saírem rumo às pastagens. Onde há vida, é por Cristo que chegamos a ela (cf. Jo 14,6). O prefácio da Páscoa II (Cristo, nosso guia para a vida nova) e a oração final (proteção e “prados eternos” para o rebanho) dão continuidade a esse tema.

III. DICAS PARA REFLEXÃO: A salvação por meio de Jesus

O tempo pascal é um tempo de reflexão sobre a realidade de nosso batismo e de nossa fé. Ora, nosso batismo não é real sem metanoia, sem mudança de caminho, para conscientemente passar por Cristo. O batismo por conveniência não tem nada que ver com a conversão implicada no batismo verdadeiro.
Conversão como reconhecimento do que está errado e adesão a Cristo como escolha do caminho certo, eis o que nos propõe a liturgia de hoje. Mas, apesar de certa austeridade nessas considerações, temos também o testemunho da gratificação vital que essa conversão a Cristo nos traz. No contexto em que vivemos, podemos, porém, fazer uma pergunta: a salvação vem só por Cristo?
A parábola e sua primeira explicação (Jesus, a Porta) nos ensinam que pastor, mesmo, é só quem passa através de Jesus e faz o rebanho passar por ele. O sentido fundamental da pastoral é ir às pessoas por Cristo e conduzi-las através dele ao verdadeiro bem. As maneiras podem ser muitas: antigamente, talvez, usavam-se modos mais paternalistas; hoje, modos mais participativos. Mas pode-se chamar de pastoral uma mera ação social ou política? Por mais importante que seja, ainda não é, de per si, ação pastoral cristã. Para ser pastoral cristã, a atuação precisa ser orientada pelo projeto de Cristo, que ele nos revelou, dando sua vida por nós.
Nessa ótica, os pastores devem ir aos fiéis (não aguardá-los de braços cruzados), através de Cristo (não através de mera cultura ou ideologia), para conduzi-los a Deus (não apenas à instituição que é a Igreja), fazendo-os passar por Cristo, ou seja, exigindo adesão à prática de Cristo. Os fiéis devem discernir se seus pastores não são “ladrões e assaltantes”, e o critério para discernir é este: se chegam através de Cristo e fazem passar os fiéis por ele.
A julgar pelas palavras do Novo Testamento, parece que toda a salvação passa por Cristo. Mas isso deve ser entendido num sentido inclusivo, não exclusivo. Todo caminho que verdadeiramente conduz a Deus, em qualquer religião e na vida de “todos aqueles que procuram de coração sincero” (Oração Eucarística IV), passa, de fato, pela porta que é Jesus. Dirigido, provavelmente, a pessoas que já aderiram à fé em Jesus, o Evangelho de João ensina: não precisam procurar a salvação fora desse caminho. Isso vale ser repetido para os cristãos de hoje. Por outro lado, não é preciso que todos confessem o Cristo explicitamente para encontrar a salvação. Basta que, nas opções da vida, optem pela prática que foi, de fato, a de Cristo. Agir como Cristo é a salvação. E é a isso que a pastoral deve conduzir.

Pe. Johan Konings, sj
Nascido na Bélgica, reside há muitos anos no Brasil, onde leciona desde 1972. É doutor em Teologia e mestre em Filosofia e em Filologia Bíblica pela Universidade Católica de Lovaina. Atualmente é professor de Exegese Bíblica na Faje, em Belo Horizonte. Dedica-se principalmente aos seguintes assuntos: Bíblia – Antigo e Novo Testamento (tradução), evangelhos (especialmente o de João) e hermenêutica bíblica. Entre outras obras, publicou: Descobrir a Bíblia a partir da liturgia; A Palavra se fez livro; Liturgia dominical: mistério de Cristo e formação dos fiéis – anos A-B-C; Ser cristão; Evangelho segundo João: amor e fidelidade; A Bíblia nas suas origens e hoje; Sinopse dos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas e da “Fonte Q”.
Fonte: Vida Pastoral em 11/05/2014

Reflexão

PORTA DA SEGURANÇA E DA LIBERDADE

Jesus se apresenta como o bom pastor que abre a porta às suas ovelhas para que transitem livremente e a fecha para que tenham segurança. Uma porta tem duplo movimento – abre e fecha – e dupla ação: entrada e saída. Entra-se para ter segurança; sai-se para ter liberdade.
Jesus é a porta das ovelhas; quem passar por ele tem certeza de vida plena, não será enganado nem frustrado. O Mestre, ao longo de sua caminhada entre nós, sempre se preocupou com seu povo, principalmente com aqueles que tinham sua vida diminuída por um motivo ou outro.
Passar pela porta que é Jesus é assumir as mesmas atitudes de defesa da vida. Quem se diz cristão, mas não passa pela porta Jesus, é mal-intencionado e não interessado na vida do povo.
Declarando-se a porta, Jesus torna-se ponto de referência para as lideranças da Igreja e da sociedade e também para os sonhos e as buscas das pessoas. Entrar por essa porta é ir ao encontro da plenitude da vida; sair por ela é caminhar na liberdade de filhos e filhas de Deus.
Esse evangelho pode ser visto como uma releitura da saída do povo de Israel do Egito: o bom pastor conduz o povo para fora da escravidão, anda com ele, mostrando-lhe o caminho da liberdade, e acolhe-o dentro da “casa” onde há segurança e se desenvolve a vida cotidiana.
De uma forma ou de outra, sempre temos algum “poder”, ainda que restrito, na família, no trabalho, na comunidade e na sociedade. Poderíamos nos perguntar: como estamos exercendo essa missão? Jesus se propõe como modelo para toda e qualquer liderança.
Todo líder, político ou religioso, se não assumir o jeito de Jesus, acaba se tornando arrogante, autoritário, prepotente, arbitrário, tratando mal e grosseiramente as pessoas. Ao passo que o líder que se espelha em Jesus para agir torna-se modesto, humano nas relações, e sabe discernir o que é favorável ao povo mais necessitado.
Pe. Nilo Luza, ssp
Fonte: Paulus em 11/05/2014

Reflexão

O PASTOR DAS OVELHAS

Celebramos o quarto domingo da Páscoa, conhecido como o domingo de Jesus bom pastor. O título de Bom Pastor é expressão da bondade e da compaixão de Jesus. A profissão de pastor era bem conhecida no tempo de Jesus. Jesus usa dessa imagem comum na sociedade do seu tempo para passar com facilidade e eficácia a sua mensagem: “Eu sou o bom pastor…”.
De fato, os pastores da Palestina estavam acostumados a reunir, durante a noite, as suas ovelhas num único cercado. Um deles ficava vigiando, enquanto os outros dormiam. Pela manhã cada pastor se apresentava ao guarda, trocava algumas palavras com ele e este o deixava entrar pela porta. Suas ovelhas, que reconheciam os passos e a voz, logo se levantavam de um pulo, enquanto as pertencentes a outro rebanho ficavam quietas no seu descanso. Depois, quando o pastor delas soltava um assobio característico, todas o seguiam, com a certeza de encontrar pastagens frescas e água abundante, pois ele nunca as havia traído ou desiludido.
Nós também conhecemos aqueles que, nos dias de hoje, se sacrificam, faça sol ou chuva, no frio ou no calor, para oferecer boa pastagem a seus rebanhos. Costumamos ver na TV a preocupação e a dor de muitos que, no Nordeste do nosso país, uma região ameaçada pela seca, sofrem pela falta de água e comida aos animais.
Assim também Jesus se preocupa conosco. Ele cuida pessoalmente de cada um de nós. Jesus é o bom pastor, não distante de suas ovelhas, que somos nós, mas conhecedor delas por ser participante da vida de cada uma.
“As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem”, disse Jesus. Essa voz ressoa todos os dias na nossa vida. Procuramos nos acostumar com a voz de Jesus, nosso bom pastor, e distinguir a sua voz da de tantos aproveitadores que querem somente explorar as ovelhas – usando até mesmo a religião para isso.
Há hoje quem se apresenta como pastor, até fala em nome de Cristo, mas não se põe generosamente do lado do ser humano, do lado da vida. Quem mata, quem rouba, quem se embebeda, quem arruína as famílias dos outros, quem calunia, quem agride, quem pratica violência, quem oprime as pessoas… está do lado da morte. Não é pastor, mas “ladrão e assaltante”.
Num mundo de tantas vozes, sigamos a voz de Jesus!
Pe. Gilbert Mika Alemick, ssp
Fonte: Paulus em 11/05/2014

Reflexão

No quarto domingo da Páscoa, é proclamado o capítulo 10 do Evangelho de João. É o domingo do Bom Pastor. Esse capítulo tem seu fundamento em Ezequiel 34, que fala da triste situação em que o povo se encontrava, abandonado pelas autoridades, os pastores da época. No texto de hoje – Ano A –, Jesus se apresenta como a porta para a entrada e a saída de pastores e ovelhas. Como porta, Jesus é o acesso à segurança e à liberdade. Proporciona salvação e vida plena e, ao mesmo tempo, respeita a liberdade de cada um. Está sempre aberto para acolher a todos os que querem fazer parte de sua caminhada. Jesus propõe entrar pela porta, que é ele, e não adotar outros subterfúgios que podem denotar outros interesses. Interesses que nem sempre favorecem a vida; ao contrário, podem ser interesses escusos que buscam manipular, explorar e matar. Quem passa por essa porta encontrará pastagem, vida plena e abundante, tudo o que necessita para ter vida digna.
Oração
Ó Jesus, “porta das ovelhas”, somos gratos a ti, porque és nosso forte protetor e guia seguro. Não nos deixes seguir caminhos contrários aos teus caminhos, nem correr atrás de vozes discordantes da tua voz. Acolhe-nos, Senhor, entre os que desejam com ardor a tua “vida em abundância”. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

Recadinho

Você tem autoridade sobre alguém? Como a exerce? - Você conhece alguém que recebeu um chamado especial, uma vocação especial de Deus? Quem? E como vive? - Por que às vezes é difícil seguir a Cristo? - Deus nos vigia como o pastor vigia suas ovelhas! Explique esta frase. - Mencione as principais qualidades que tem a ovelha e as virtudes do pastor.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 11/05/2014

Comentário do Evangelho

A QUEM SEGUIR?

Os discípulos devem estar alertas. De todos os lados, surgem pressões, visando afastá-los do projeto de Jesus. Quem não está atento, corre o risco de ser enganado. O pastor das ovelhas age de maneira muito diferente dos salteadores e ladrões. Cada um é reconhecido por seu modo de proceder.
O pastor tem com as ovelhas um relacionamento feito de confiança e amizade. A intimidade permite que se conheçam mutuamente. As ovelhas conhecem-no pela voz. Ele as chama pelo nome. Cada ovelha tem um valor particular. Elas são levadas para pastar, sob a atenta vigilância do pastor, que lhes dá segurança e as defende.
Esta é a imagem do relacionamento de Jesus com seus discípulos.
Contrariamente ao pastor, agem os estranhos que não nutrem um autêntico interesse pelas ovelhas. Atuando com engodo, podem colocá-las em perigo. Sua única preocupação consiste em tirar proveito de sua ingenuidade, abandonando-as quando não se prestam às suas perversas intenções. A atitude natural das ovelhas é fugir, quando se aproxima um estranho, cuja voz não conhecem. Elas sabem que estão correndo perigo. Contudo, são suficientemente espertas para não se deixarem levar por quem é ladrão e salteador.
O discípulo de Jesus não se deixa enganar. Ele sabe distinguir muito bem entre o pastor e os ladrões e salteadores. Por isso, não hesita em fugir, quando estes se aproximam.
Oração
Espírito de sagacidade, que eu não seja enganado por aqueles que querem me afastar do projeto de Jesus. Antes, ensina-me a reconhecê-los e a fugir deles.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, conduzi-nos à comunhão das alegrias celestes, para que o rebanho possa atingir, apesar de sua fraqueza, a fortaleza do Pastor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 11/05/2014

Meditando o evangelho

VALE A PENA CRER NO RESSUSCITADO

Jesus não foi a única pessoa a abordar os discípulos e a convidá-los para o seu seguimento. Eram muitas as concepções teológicas e políticas, no tempo de Jesus. E todas procuravam arrebanhar adeptos. Como sempre acontece nestas circunstâncias, existiam propostas de todo o tipo. Era preciso estar atento para não se deixar enganar. A proposta de muitos era comparável à atitude de ladrões e salteadores, cujo interesse pelas pessoas não era senão o de tirar proveito delas, e de explorá-las.
A atitude de Jesus, pelo contrário, fundava-se numa preocupação autêntica: guiar e proteger cada um de seus discípulos. O Mestre conhecia intimamente a todos eles. Não se poupava quando se tratava de tomar a defesa deles. Seu grande desejo era que tivessem vida e vida em abundância. Portanto, estava todo a serviço de seus seguidores.
A Ressurreição confirmou as palavras de Jesus e lhe possibilitou tornar-se o bom pastor da comunidade, para além dos limites do tempo e do espaço. Mais do que nunca, ele podia comunicar a seus discípulos a vida plena recebida do Pai. Quem se predispusesse a segui-lo podia estar certo de que não haveria de se decepcionar. Jesus não era um estranho,  era o Filho por quem o Pai havia demonstrado um amor infinito ao ressuscitá-lo. Por isso, estava em condições de satisfazer os anseios mais profundos de seus seguidores.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, dá-me discernimento para seguir sempre a ti, bom pastor, porque, junto a ti, poderei ter vida abundante.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Um Estranho no redil
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Eu achava estranho esse evangelho do Bom Pastor no tempo pascal, parece que interrompem-se bruscamente  as narrativas das famosas aparições de Jesus Ressuscitado ao discípulos , tão cheias de mistério e encanto, para falar de um assunto que não tem nada a ver, mencionando palavras repetitivas como redil, porta, pastor, ovelhas....E alguns adjetivos como, estranho, ladrão, assaltante, que nos faz imediatamente pensar nos outros, naqueles que são de fora do rebanho, nos que hostilizam a Igreja e o Reino de Deus, são esses que devemos ter cuidado, mas não ! Jesus fala com os de “dentro”, ou seja, com a comunidade, e aqui precisamos tomar muito cuidado, para não nos julgarmos como membros exclusivos de um Rebanho de qualidade superior a todos os demais, os “queridinhos e prediletos” de Deus.
E uma boa chave de leitura aparece logo no início do evangelho: Jesus é a Porta!Para entrar no Redil, para fazer parte da comunidade da Igreja, só há uma porta: Jesus Cristo, é ele que no dia do nosso Batismo nos introduz na comunidade. Não posso ser  Cristão por razões ideológicas, ou para sentir-me bem com a minha consciência, vivendo em paz, sem preocupações nesta vida. Não posso tão pouco participar da comunidade e das celebrações apenas por preceito, pois existe aí o perigo dos nossos interesses falarem mais alto, conheci dois casos diferentes, em um deles, porque mudaram as músicas que vinham sendo cantadas, um instrumentista enfiou o violão no saco e saiu pisando duro, dizendo que nunca mais botaria os pés na igreja, e conheci um acordeonista, que ao contrário, começando a tocar em celebrações sertanejas, tornou-se um membro ativo da comunidade e tomou gosto pela vida em comunhão, ai está a grande diferença entre, ser freqüentador da comunidade, e ser um Seguidor de Jesus de Nazaré. Quem tornou-se cristão por causa de Jesus, após ter feito com ele uma experiência profunda de Vida em comunhão,  passou pela Porta, mas aqueles que são meros freqüentadores, e não fizeram ainda essa experiência querigmática com o Senhor, são os que pularam a janela, entraram as escondidas pelos fundos, e quando chega a crise, esses mercenários  são os primeiros a darem no pé, porque sentem que vão perder algo.
Mudam de igreja, de comunidade, de paróquia, de grupo, e nunca se encontram, há os que mudam até de família, passam a vida procurando a perfeição do cristianismo, e não encontrando acabam caindo no desânimo e frustração descobrindo mais tarde,  que quem tinha de mudar eram eles, e não as pessoas.
Quando nossos interesses falam mais alto que as coisas do Reino de Deus, nos tornamos estranhos no ninho, ladrões e assaltantes, porque roubamos o espaço e o tempo da assembléia, das pastorais e movimentos, só para vender nossa imagem fazendo o nosso marketing pessoal. Tornamo-nos estranhos ao rebanho porque a nossa conduta e procedimento, e o  jeito de pensar, não reflete de forma alguma o santo evangelho, a vida de comunhão ou a koinonia como diz o termo grego.
Ao contrário, quem passa pela Porta que é Jesus Cristo, torna-se também um pastor, aquele que cuida, mostra o caminho, socorre os fracos e feridos, que na comunidade são tantos, e se for preciso, carregam no colo as ovelhinhas que não podem caminhar, exatamente como faz esse Bom Pastor que é Jesus Cristo. As ovelhas o seguem, porque ouvem e conhecem sua voz, ou seja, a relação com ele é marcada por uma grande intimidade, de quem conhece a voz, isso é, a Palavra de Deus, e que por isso se torna um discípulo.
Claro que o evangelho desse 4º Domingo da Páscoa, fala forte no coração dos jovens despertando uma possível vocação, projetando esse pastoreio na Vocação Sacerdotal, mas é preciso essa compreensão mais ampla de que somos todos ovelhas e pastores, somos cuidados mas também somos cuidadores, em um amor co responsável, que vai ao encontro do outro porque  o aceita como irmão no Senhor Jesus.
E há na segunda leitura dessa liturgia, uma afirmação do apóstolo Pedro, que reforça essa comunhão de vida: Carregou os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro, para que , mortos aos nossos pecados vivamos para a Justiça.
Ser comunidade é carregar o outro em nossa vida, com todos os seus pecados e defeitos, fazer isso por puro amor, amor que aceita, que compreende, que perdoa sempre e é misericordioso, pois carregar o outro com seus carismas e perfeições, não requer nenhum sacrifício e é até agradável.A exemplo de Jesus, Nosso Deus e Senhor, sejamos todos pastores e que aprendamos a amar a todos, mesmo os “estranhos” do Redil, pois o amor poderá salvá-los, levando-os a uma experiência sincera com Jesus.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP

2. Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas - Jo 10,1-10
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Pedro e os apóstolos continuam dando testemunho da ressurreição de Jesus à multidão, convocando o povo à conversão e ao Batismo. A Igreja vai se formando e organizando-se como instituição visível. Dizem os Atos que, naquele dia, três mil pessoas se converteram. Evidentemente, uma instituição desse porte precisa de organização, de coordenação, precisa de pastores. Seria este o lado externo da comunidade. O lado interno nos é dado hoje por Pedro em sua Carta e pelo Evangelho de João.
Somente Jesus é o pastor, protetor de nossa vida. Fomos chamados para fazer o bem e suportar o sofrimento como Cristo, que sofreu por nós, deixando-nos o exemplo. Ele não cometeu pecado algum, mentira nenhuma foi encontrada em sua boca. Quando injuriado, não retribuía às injúrias; atormentado, não ameaçava; antes, colocava a sua causa nas mãos daquele que julga com justiça. Carregou nossos pecados em seu próprio corpo, sobre a cruz. Com ele morremos para o pecado e vivemos para a justiça. Por suas feridas fomos curados. Ele é o pastor protetor de nossas vidas.
No Evangelho de hoje Jesus não diz que é o Bom Pastor, mas que é a porta das ovelhas. O verdadeiro pastor entra pela porta do redil, caso contrário, é ladrão e assaltante. O porteiro abre para o pastor, as ovelhas escutam a sua voz, ele chama cada uma pelo nome e as leva para fora. Jesus é a porta das ovelhas. Quem entrar por ele será salvo; poderá entrar e sair, e encontrará pastagem.
Páscoa significa passagem. Jesus é a porta pela qual podemos passar do exílio desta vida para a vida em plenitude. Não menosprezamos esta vida, que pode ser boa, bela e digna de ser vivida, porque foi Deus quem a fez. Ela, porém, é transitória e marcada pela maldade humana. Há sofrimentos que vêm da imperfeição da natureza e há sofrimentos que vêm da maldade natural do ser humano. Mas para tudo há remédio. O Bom Pastor, que caminha ao meu lado, é o remédio.
Jesus é a porta pela qual entramos e saímos. Não deveríamos sair depois de ter entrado, mas – é uma interpretação – somos pecadores inconstantes, sem perseverança no caminho começado. No entanto, com Jesus, a porta não se fecha. Entramos e saímos e sempre encontramos pastagem. Jesus não descarta a ovelha perdida. Ele a reintegra. Lembrem-se de Vicente Celestino, que cantava: “Porta aberta, tendo o emblema de uma cruz, essa porta não se fecha, contra ela não há queixa, são os braços de Jesus. Porta aberta, já não vivo mais ao léu, porta aberta, ao transpor-te entrei no céu”.

REFLEXÕES DE HOJE

03 DE MAIO-DOMINGO

(Vídeo)4.º Domingo da Páscoa - Ano A-Dehonianos

HOMILIA DIÁRIA

O amor de Jesus plenifica a nossa vida!

A vida que o Senhor Jesus veio nos trazer é a vida plena, é a vida abundante, é a vida eterna! É vida com sabor, com sentido e com plenitude!

”Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10, 10).

Jesus, o Senhor da vida; Jesus o Mestre e o Bom Pastor das ovelhas, as conduz para o seu aprisco, Ele mesmo diz: ”Eu sou a porta das ovelhas” (Jo 10, 7c). Ele não é somente o Pastor, mas é a porta por onde as ovelhas devem passar para chegar ao caminho da vida. É importante dizer que não se trata simplesmente da vida: estar vivo e viver; a vida que Ele veio nos trazer é vida plena, é vida abundante, é vida eterna, é vida com sabor, é vida com sentido, é vida com plenitude! É essa vida que nós queremos abraçar em Jesus!
Difícil chegarmos a um ponto da nossa própria existência e não perguntarmos: ”Qual é o sentido da minha vida? Qual é o sentido de viver aqui na Terra?” Às vezes, você pode viver por causa de seus filhos, do seu casamento, dos seus negócios, pode viver por causa de si mesmo.  Mas é verdade que todos esses motivos, mais cedo ou mais tarde, passam e nós precisamos buscar um sentido mais pleno para a nossa vida. Mais ainda: nós precisamos dar um sentido, um sabor, um gosto e um tempero para a nossa vida.
Não vale a pena viver de qualquer jeito, não vale a pena viver para passar o tempo, não vale a pena viver para dizer assim: ”Estou aqui!”. É preciso dar um sentido à nossa vida e é para isso que Jesus veio! Ele veio para nos dar vida e nos dá-la em abundância, plenamente, Ele veio para que a nossa vida tenha realmente um colorido, uma razão de ser, um porquê de existir.
Quando nós fazemos de Jesus a razão da nossa vida, ela passa a ter um motivo de ser e existir. Quando nós entramos no redil de Jesus, no pastoreio de Jesus e nos deixamos conduzir por Ele, o Senhor vem plenificar a nossa vida! 
Eu não sei em que situação se encontra a sua vida, hoje, quais as angústias, as tribulações, as tristezas ou as lágrimas que você, muitas vezes, precisa soltar. Mas a verdade é que dentro de mim, dentro de você, de nós, algo está gritando, algo está clamando e buscando uma realização plena de ser.
Quando nós encontramos Jesus, Ele preenche os vazios de nossa vida, Ele vai aonde não encontramos o porquê nem sabemos o motivo pelo qual passamos por isso, e Ele mesmo nos dá uma razão de viver.
Que Jesus, o Senhor da vida, abençoe a mim, abençoe você e nos dê uma razão plena para viver. Que Jesus, o Bom Pastor, nos tome em Seus ombros e cuide do nosso coração e da nossa vida e nos conceda essa vida plena e abundante em Deus!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

 Oração Final
Pai Santo, dá-nos coragem e força para proclamar com a vida nossa fé no teu Filho Unigênito, feito humano como nós em Jesus de Nazaré. Ensina-nos, Pai amado, palavras sábias para responder a quem nos perguntar as razões da nossa fé e esperança. Pelo mesmo Cristo Jesus, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 11/05/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai, cheio de misericórdia, dá-nos força e coragem para proclamar com a vida nossa fé no teu Filho Unigênito, feito humano como nós em Jesus de Nazaré. Ensina-nos, amado Pai, palavras sábias para responder a quem nos perguntar quais são as razões da nossa Fé e da nossa grande Esperança. Pelo mesmo Cristo Jesus, na unidade do Espírito Santo.