sábado, 7 de outubro de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 08/10/2017

ANO A


Mt 21,33-43

MÊS DAS MISSÕES

“Por isso eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos.”

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Precisamos de uma Igreja e de uma sociedade novas que produzam frutos de humanidade e fraternidade, coparticipação e solidariedade, justiça e progresso, libertação e desenvolvimento autenticamente humanos. É preciso ter em conta e praticar “tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, amável, puro e louvável; tudo o que é virtuoso”. “Uvas azedas” são o egoísmo a opressão do mais fraco, rivalidade agressiva, competição desleal, intolerância e violência.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo! Somos a Igreja de Deus, a Vinha amada do Senhor aqui reunida para a Eucaristia. Somos a Vinha por vezes ameaçada de devastação, seja pela perseguição por causa do anúncio do Reino, seja pelos nossos próprios pecados, que azedam os frutos que deveriam ser doces! Pouco a pouco, aproxima-se o fim do ano litúrgico e o Senhor faz ressoar seu forte convite para que nos convertamos e assim possamos produzir frutos em nossa vida! Coloquemos no altar do Senhor todo esforço da Igreja na defesa dos direitos do nascituro. Que, por esta Eucaristia, o Senhor, que visita sua Vinha nesta sua Palavra e com seu Corpo e Sangue, venha em nosso socorro e nos proteja.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A alegoria da vinha inaugura o tema das núpcias de Javé com Israel, tema que voltará frequentemente na literatura bíblica. Às vezes, Israel é designado como vinha, outras vezes, como a esposa acariciada e depois repudiada. Nesse cântico de Iasaías, as duas linhas se misturam perfeitamente, através de uma como que superposição de imagens. A intervenção do profeta lembra o papel do amigo do esposo. A figura da vinha, como aliás a da esposa, se tornam como que um exemplo da história da salvação, do modo de agir de Deus perante seu povo e o mundo inteiro. O amor de Deus pelos homens se revela de modo dramático, mas por fim é sempre o amor que triunfa sobre a recusa e a infidelidade do homem.

Comentário do Evangelho

História do amor de Deus.

A liturgia da palavra deste vigésimo sétimo domingo do Tempo Comum trata de dois aspectos paradoxais: de um lado, o cuidado e proteção de Deus a seu povo e, de outro, a infidelidade do povo a esse imenso amor de Deus. No centro do texto do profeta Isaías, encontramos esta pergunta comovente de Deus: “O que mais eu devia fazer por minha vinha que eu não tenha feito?” (v. 4). No trecho de Isaías como no de Mateus, encontramos duas parábolas da vinha. A parábola presente no primeiro evangelho é inspirada pela parábola do capítulo quinto de Isaías. Nos quase oito séculos que separam um texto do outro, a situação praticamente não mudou: Deus continua fiel e amando o seu povo, mas o povo continua afundando na areia movediça da ingratidão e da infidelidade.
Ao ler esse trecho de Isaías, tem-se a impressão de que o autor faz uma releitura da criação e do pecado da humanidade (Gn 1–3). Deus plantou uma vinha para que ela pudesse dar frutos. Deus criou a humanidade e elegeu o seu povo para que pudesse viver no seu amor e corresponder a ele por uma vida santa. Mas isso não aconteceu; o fruto não foi o esperado. Muitos dentre os membros do povo de Deus perverteram a justiça e se deixaram seduzir pelo mal (cf. Is 5,20).
O evangelho de hoje também é, através da linguagem própria à parábola, história do amor de Deus. Mas a menção da rejeição e morte do filho do dono da vinha dá à parábola um alcance cristológico. No Antigo Testamento, a vinha é símbolo do povo de Deus (cf. Is 5,7), povo que Deus criou e escolheu e que Ele cuida com amor, como vimos na leitura de Isaías. Entre os membros do povo de Deus, há aqueles que Deus escolheu para, em seu nome, cuidarem e protegerem o povo que a Deus pertence. Nossa parábola denuncia, em primeiro lugar, aqueles que, ao invés de cuidarem do povo, querem se apossar da vinha do Senhor. Para isso, rejeitaram todos os que foram enviados por Deus para alertá-los e exortá-los à fidelidade. Trata-se de uma menção ao fim trágico de muitos profetas. Em segundo lugar, e essa é a intenção mais importante da parábola, ele faz o leitor compreender que a morte de Jesus foi premeditada e é fruto da ganância, da maldade deliberada dos chefes do povo (cf. vv. 38-39). Apesar do v. 42, a parábola não possui um juízo condenatório; ela é, isso sim, um forte apelo a reconhecer em Jesus o dom de Deus, a viver em conformidade com esse dom e, nele, produzir bons frutos.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, transforma-me numa vinha fecunda onde encontres os frutos de amor, justiça e solidariedade tão esperados. Que eu jamais te decepcione, levando uma vida estéril.
Fonte: Paulinas em 05/10/2014

Vivendo a Palavra

Nosso Mestre nos lembra que ao nascermos, encontramos a vinha já plantada, em plena produção para ser usufruída, mas também para ser repartida com os companheiros de caminhada. Nós não somos donos da fonte, mas guardiões, colocados junto a ela para assegurar que seja partilhada por todos.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/10/2014

VIVENDO A PALAVRA

Nosso Mestre nos lembra que ao nascermos, encontramos a vinha já plantada, em plena produção para ser usufruída, mas também para ser repartida com os companheiros de caminhada. Nós não somos donos da fonte, mas guardiões, colocados junto a ela para assegurar que seja partilhada por todos.

Recadinho

Será que temos consciência de que não há vida cristã sem cruz? - Você procura cuidar bem da “vinha” que é seu coração? - Você procura fazer sua parte para que haja mais justiça na sociedade? - Há muita ingratidão entre nós? - Consegue ser solidário e generoso em seu contexto de vida?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 05/10/2014

Meditando o evangelho

QUANDO SE AGE DE FORMA INSENSATA

A relação entre Jesus e a liderança judaica de sua época foi muito tensa e problemática. O Mestre se dava conta da profunda rejeição de que era vítima. Percebia que seus adversários opunham-se à sua pregação. Diante disto, era inútil esperar deles uma mudança de mentalidade que os direcionasse para o Reino.
Jesus questionou a indisposição dos sacerdotes e dos anciãos do povo contra ele. A parábola da vinha mostra que eles herdaram uma mentalidade muito antiga em Israel. Há muito tempo, Deus vinha esperando de seu povo atitudes compatíveis com sua fé. Os servos, enviados para receberem o lucro devido aludem aos que, ao longo dos tempos, tinham vindo em nome de Deus, para conclamar o povo para a conversão e exigir uma mudança radical de vida. Contudo, foram rejeitados. O envio do filho, identificado com Jesus, foi a última tentativa por parte do dono da vinha. O fato de ser o herdeiro da vinha teve seu peso: também ele foi assassinado.
A recusa resultou em aniquilação dos primeiros arrendatários e a cessão da vinha a outro povo que a fizesse frutificar. A insensatez dos líderes do tempo de Jesus custou-lhes caro. Eles não perceberam que era preciso agir logo e dar frutos, antes que fosse tarde demais. A tolerância divina teve seus limites.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Senhor Jesus, que eu seja suficientemente sensato para produzir os frutos que tu esperas de mim.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. OS FRUTOS DA VINHA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Recorro a lembranças da minha adolescência ao iniciar esta reflexão, tínhamos no fundo do quintal um belo caramanchão de maracujá que meu pai zelava com carinho, lembro que as flores muito bonitas e perfumosas, pareciam os cravos com que Jesus foi crucificado. Na época dos frutos nos deliciávamos com o suco que era uma gostosura e isso sem contar com a sombra fresca em dia de muito calor, onde tínhamos um velho banco de madeira sendo o local preferido para um descanso ou uma leitura.
Lendo esse evangelho e lembrando-se do meu pai, nas manhãs de verão, cavocando, podando, fazendo limpeza nas folhas do maracujeiro, reflito que é isso que Deus espera de cada um a quem, através do seu Filho, confiou a missão de cuidar do seu reino no meio dos homens. A liderança religiosa daquele tempo se esquivava dessa missão, e ainda aproveitava-se dela, para levar vantagem, isso é como se tivéssemos no quintal um maracujeiro, que nos desse flores, folhas, sombra e frutos, sem que lhe déssemos qualquer atenção. Benefício sem dar nada em troca chama-se exploração.
É um pouco isso que acontece nos chamados crimes ambientais, onde o homem explora a natureza, tira dela todo lucro possível, e nada faz para restaurar a perda, daquilo que consumiu. Jesus confiou à igreja a missão de anunciar, e ser expressão do Reino de Deus, ele a arrendou, para que todos os batizados tomassem conta dela, cuidassem com carinho e produzisse os frutos que o mundo precisa.
A comunidade é essa vinha, como igreja ela é sinal e expressão do reino de Deus, a parábola fala que os vinhateiros homicidas, não só negaram dar os frutos aos enviados pelo proprietário, como também foram violentos para com eles, e quando acolheram acolherem o Filho, o fizeram com a intenção de matá-lo para se apossar da sua herança. “Em nossas comunidades cristãs, não espancamos ninguém, e muito menos matamos quem quer que seja” devem estar pensando os leitores, ninguém na comunidade quer apossar-se de algo que pertence a outro. Será que não?
Mas dá para se pensar que, matar alguém, nem sempre significa por um fim a sua vida biológica, podemos matar de muitas formas, desprezo, indiferença, preconceito, divisões, intrigas, calúnias, falta de paciência, compreensão, moralismo exagerado com os que erram. Deus confiou-nos a Igreja para que, como aquele maracujeiro do fundo do meu quintal, ela produza frutos doces, dê sombra, acolhendo e abrigando as pessoas, exale o perfume do amor verdadeiro, da retidão e da justiça, para que a comunidade seja um Oasis no meio desse imenso deserto quente e íngreme, que às vezes é a vida das pessoas, por conta de tantos fatores sociais, econômicos e familiares.
Nesse sentido, olhando por esse ângulo, a palavra de Deus nos questiona se em nossas comunidades as pessoas saem saciadas e felizes. Será que, pertencer a comunidade ou ir a nossas celebrações, é para as pessoas motivo de alegria e prazer? E trazendo a reflexão em nível pessoal, será que nós próprios somos uma videira viçosa, onde as pessoas encontram abrigo e refúgio? Nossos frutos são saborosos, as pessoas comentam sobre a doçura deles, ou trazem um azedume que gera maledicência e até reclamação?
Matar o Filho do Dono da vinha, é não anunciá-lo, não testemunhá-lo, esquecer seus ensinamentos e colocar em nossa vida outros valores e tendências ditadas pelo egoísmo. Na sexta feira santa da paixão, uma grande multidão sempre lota as igrejas e acompanha o Cristo morto, a gente se pergunta por que, e nesse evangelho encontramos a resposta, as vezes somos também meio homicidas e anunciamos um Cristo morto, em nome da modernidade, da ciência, da tecnologia, um Cristo morto pelo relativismo, em lugar de ser simples arrendatários muitas vezes nos achamos donos da vinha que é a igreja, é como se o cristianismo fosse apenas uma filosofia de vida, um pensamento e uma ideologia muito bonita, mas que logo é sufocada pelas ideologias que o mundo nos propõe.
O proprietário enviou servos para buscarem os frutos que lhe pertencem, enviou seu próprio Filho que veio para ser acolhido e nos ensinar como produzir os frutos. Estamos em um aprendizado constante com a sua palavra e a eucaristia, temos aulas práticas e o manual de como cuidar da Vinha, que é a Palavra de Deus. Esforcemo-nos para corresponder, e não deixemos que as pragas do pecado destruam ou torne inexpressiva a Vinha do Senhor, pois disso, nós todos, enquanto povo de Deus, iremos um dia prestar contas ao proprietário, que nos confiou sua vinha, seu reino, plantado por Jesus no meio dos homens.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. Este é o herdeiro!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Que belo poema o do profeta Isaías! O povo de Judá é comparado a uma plantação de uvas, que chamamos de vinha. O dono da vinha, o vinhateiro, fez tudo o que pôde em favor de sua plantação. O resultado, porém, não foi dos melhores. As uvas que nasceram não eram nada boas. O que o profeta está dizendo é que o povo não realizou obras justas e boas. Pelo contrário, cometeu injustiça e maldade.
Numa bela parábola, mas triste, Jesus conta que um dono de terra construiu uma vinha, arrendou-a e foi viajar. Na época da colheita, mandou empregados para receberem os frutos, mandou outros e mandou outros, mas nada recebeu. Pelo contrário, seus empregados foram todos muito maltratados. Depois, mandou o próprio filho, que foi morto. Jesus falava do mundo, criado por Deus, onde “tudo era bom” e até “muito bom”. É assim que lemos no início do Gênesis. Mas lemos também que, mais tarde, olhando a terra, Deus viu que ela estava corrompida, por causa da violência dos seres humanos.
Violência e corrupção estragaram o belo mundo de Deus. Tanto Isaías quanto Mateus dizem que a maldade organizada deve ser punida para que não domine a terra. O Evangelho, porém, vai além da punição. A maldade rejeitou uma pedra da construção e essa pedra se tornou a principal. Os rejeitados, maltratados e mortos inauguram o povo missionário do Reino, que produzirá muito fruto. Estamos no mundo, fazemos parte da humanidade. É este o campo do trabalho missionário.
O mundo, como criação de Deus, deve produzir frutos de justiça e de bondade. E aí estamos nós como Igreja de Jesus, bem no meio do mundo para que o mundo seja justo e bom. Podemos ser maltratados como os empregados do dono da terra. Podemos até ser mortos como o “Filho”. Isso acontecerá porque somos diferentes, porque estamos construindo o Reino que é de justiça e de bondade.
Como missionários procuramos nos ocupar com o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, honroso, virtuoso e louvável. Assim lemos em Filipenses. Praticamos o que aprendemos e, praticando, ensinamos com a vida o que acreditamos. É preciso “gritar o Evangelho com a vida” e então proclamá-lo com palavras. Vai missionário do Senhor, entra no mundo hostil, mas criado e amado por Deus, e trabalha para que ele produza frutos de justiça e de bondade! De justiça, para que cada um tenha o que é seu direito. De bondade, para que se vá além da justiça.

REFLEXÕES DE HOJE


08 DE OUTUBRO-DOMINGO

VEJA AQUI MAIS HOMILIAS DESTE DOMINGO

HOMILIA

A PEDRA REJEITADA PELO CONSTRUTORES Mt 21,33-43
No evangelho de hoje Jesus conta a parábola dos trabalhadores maus. Esta história contada por Jesus retrata a incredulidade do povo de Israel, numa primeira fase e na segunda de cada um de nós quando deixando-nos orientar pelo orgulho, pela ganância nos apoderemos dos bens que pertencem a Deus e nos rebelamos ante o convite à partilha.
Os enviados por Deus são os profetas que exortou Israel, mas não só não foram ouvidos, mas ainda foram mortos; um exemplo disso é o profeta Isaías, que foi serrado vivo. Não olhando pela grande perda do profeta, Deus misericordiosamente, envia o seu próprio Filho, Jesus. Porém, Ele barbaramente também foi crucificado e morto, assim como o foram os profetas que o antecederam.
Continuando com a parábola, Jesus pergunta: E agora, quando o dono da plantação voltar, o que é que ele vai fazer com aqueles lavradores? O povo responde, dizendo: Com certeza ele vai matar aqueles lavradores maus e vai arrendar a plantação a outros. E estes lhe darão a parte da colheita no tempo certo.
Jesus então conclui a parábola, dizendo: Vocês não leram o que as Escrituras Sagradas dizem? A pedra que os construtores rejeitaram veio a ser a mais importante de todas. Isso foi feito pelo Senhor e é uma coisa maravilhosa!
Falando da pedra Jesus quer que os judeus se recordem do grande acontecimento, a quando da construção do templo de Jerusalém. Assim segundo se conta que, na construção do famoso templo de Jerusalém, os pedreiros haviam rejeitado uma enorme pedra julgando que não servia para nada. Por causa do seu tamanho, peso e forma, os Com a pedra rejeitada eles acentaram o alicerce da obra. Eles colocam uma pedra aqui, outra ali, até chegar à esquina. Ao chegar ao canto, notaram que faltava uma pedra adequada para amarrar a fundação, para dar sustentação à obra. Depois de muito procurar em vão, resolvem experimentar aquela pedra rejeitada. E, para a surpresa de todos, essa pedra não só se encaixou perfeitamente naquele lugar, mas ainda passou a ser a principal pedra de toda aquela construção, dando sustentação à obra.
Essa pedra, mais tarde, numa visão profética, passou a simbolizar a obra redentora de Cristo. Jesus, como aquela pedra, foi rejeitado pelos homens, morto e sepultado. Mas, depois da ressurreição, ele se tornou no principal instrumento de Deus para salvar a humanidade. Era, pois, a Jesus que o salmista se referia ao dizer: A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra angular (Salmo 118.22).
Qual foi a razão última pela qual os dirigentes de Israel não entraram no novo Reino como povo escolhido? Diríamos que a razão imediata era o seu interesse material na religião que a transformava numa fonte de rendas, e portanto numa visão espúria da espiritualidade religiosa.
Em segundo lugar, seu orgulho que não permitia alguém interpretar a lei de modo diferente do seu. Segundo sua interpretação os pobres estavam longe de Deus, considerando a pobreza como uma espécie de rejeição e castigo divinos, como era interpretada a doença. Quem pecou, este ou os pais para nascer cego? Perguntarão os discípulos(Jo 9,2). Do mesmo modo a pobreza era considerada como a pior dos castigos divinos e a riqueza como a melhor dos benefícios. Nós vemos no evangelho uma clara alusão a esta cosmovisão, quando, após Jesus declarar que um rico dificilmente entrará no Reino dos céus, a pergunta dos discípulos será de um desânimo total: Então quem poderá se salvar? (Mt 19,25). A doutrina de Jesus devia escandalizar os legistas e peritos da lei quando em suas bem-aventuranças declara o Reino como herança dos pobres.
Com respeito à razão última, é Paulo que o explica na sua epístola aos romanos: Tanto judeus como gentios se tornaram pecadores. Na frase de Paulo estão sob o império do pecado(9,13). Mas Deus gratuitamente pela fé em Cristo salva o homem porque se a lei veio para que proliferasse a falta, porém onde proliferou o pecado superabundou a graça.( 5,21) E logicamente a graça foi maior ao admitir os pagãos ao Reino.
Podemos perguntar: e nós? Qual é a razão para que o Reino não seja o valor principal – o tesouro, a pérola – em nossas vidas? Cada um de nós poderá dar uma resposta particular, mas existe uma geral e comum nos tempos modernos: o estado de bem-estar, confundido com a felicidade final, que nos transforma em verdadeiros ricos num mundo de quase absoluta pobreza espiritual. E no lugar das bem-aventuranças, dirigidas aos pobres, aos que sofrem, aos que choram, aos que são perseguidos, encontramos as censuras de Jesus que atingem os ricos, os fartos, os que aparentemente são felizes.
Com que pedras tens construído a tua casa? Quero lembrar-te de que Cristo é a base de tudo: da nossa vida, da nossa família, do nosso trabalho e da nossa felicidade eterna. Quem não tem Cristo como o fundamento de sua vida, afundará quando vierem as dificuldades da vida. Quem, porém, tem Cristo como o fundamento de sua vida, se manterá firme, mesmo quando a tempestade começar a soprar.
Muitos homens fazem castelos sobre a areia, de Cristo não se lembram nem buscam seu auxílio. Estes seus castelos nas águas não subsistem, pois só Cristo é o fundamento da vida verdadeira. Cristo é a pedra, a pedra angular: mas muitos homens não o querem aceitar. Creia neste Cristo, caminho verdadeiro, é Ele quem nos guia à salvação eterna.
Caso contrario, como disse Jesus, o Reino de Deus nos será tirado e dado para as pessoas que produzem os frutos do Reino.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 05/10/2014

HOMILIA DIÁRIA

Deus fala pela boca dos Seus enviados

Abra as portas do seu coração, abra as portas da sua casa, da sua vida para acolher aquilo e aqueles que Deus envia a você, a sua casa, a sua vida, envia a sua família.
“Por isso, eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos” (Mateus 21, 43).
O longo Evangelho que escutamos neste domingo conta-nos justamente uma das tantas parábolas ou explicações que Jesus faz, de modo comparativo, para que os Seus contemporâneos possam compreender a Palavra de Deus e o sentido do Reino dos Céus. Aquilo que Jesus explica a eles é o que Ele deseja explicar também a nós, ainda que, muitas vezes, os termos e as expressões não sejam comuns à nossa linguagem atual.
Mas a verdade é que o proprietário, que plantou a vinha, cercou de cuidados, de carinho, de proteção, viaja para o estrangeiro – que representa o próprio Deus, representa o próprio Pai, Criador de todas as coisas, Criador do mundo –, que confiou aos homens cuidar da sua vinha, cuidar da sua plantação, que é a Terra, que o é mundo em que nós vivemos.
Assim como o proprietário mandou empregados para ver a situação em que se encontrava a sua vinha, o Pai também enviou os patriarcas, enviou os profetas, enviou homens e mulheres que vieram em Seu nome. Mas estes foram rejeitados, não foram acolhidos por aqueles que receberam a responsabilidade e a missão de cuidar e de administrar a vinha; cuidar e administrar a Terra.
Por último, o vinhateiro, que represente Deus Pai, então disse: “Vou enviar meu filho. O meu filho irão respeitar. Pois assim não terei mais quem mandar. Ao meu filho, com certeza, irão acolher”. Mas, vimos que o final foi muito mais trágico, porque o Filho eles mataram. Disseram: “Vamos logo matar o Herdeiro, e assim ficaremos com a herança para nós”.
Deixe-me dizer uma coisa a você: Deus envia tantas pessoas, tantos momentos, situações, lugares, para que possamos encontrar Sua Palavra e Sua vontade. Para que, na verdade, o Senhor mesmo possa encontrar esse terreno, que é o nosso coração, que Ele confiou aos nossos cuidados.
Nós temos três posturas diante de Deus e dos Seus enviados: podemos rejeitá-los, ignorá-los ou simplesmente desprezá-los. Podemos nos comportar com indiferença com eles, fingir que nem os estamos vendo e ouvindo – até damos atenção, mas não nos importamos com aqueles que são os enviados e as enviadas do Senhor. E por fim, podemos acolher, nos importar, podemos dar conta, podemos realmente nos entregar àquele que o Dono da vinha mandou: o Seu próprio Filho. É Jesus quem nos fala pela boca dos Seus enviados!
Deixe-me dizer uma coisa a você: não se comporte com indiferença nem com rejeição diante daquilo que Deus envia a você! Pelo contrário, abra as portas do seu coração, abra as portas da sua casa e da sua vida para acolher aquilo e aqueles que Deus envia a você, à sua casa, à sua vida e à sua família!
Não é Deus que não vem ao nosso encontro, somos nós que, muitas vezes, nos portamos com indiferença, com frieza ou rejeição quando Ele vem até nós. Ele vem pela Sua Palavra, vem pela boca de um homem, de mulher de Deus; Ele vem por intermédio de uma palavra simples, à qual nem damos importância ou valor muitas vezes. Ele vem pela sabedoria dos nossos pais; Ele vem a nós pela Igreja, pelos Seus enviados; Ele vem a nós pela Eucaristia.
Se nós rejeitamos o Senhor diante de tantos sinais claros da Sua presença entre nós, o nosso destino infelizmente não é estar no Seu Reino. Não é porque o Senhor nos rejeita ou nos rejeitou, somos nós que, muitas vezes, deixamos de acolher o Senhor quando Ele vem ao nosso encontro.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 05/10/2014

VEJA MAIS HOMÍLIAS EM
HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 05/10/2014

Oração Final
Pai Santo, ajuda-nos a enxergar em cada irmão – especialmente nos pobres e desprezados pela sociedade – um mensageiro Teu a nos lembrar que não somos donos, mas apenas arrendatários da vinha que Tu plantaste e devemos restituir por intermédio dele a parte devida. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/10/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ajuda-nos a enxergar em cada irmão – especialmente nos pobres, desprezados pela sociedade – um mensageiro teu a nos lembrar que não somos donos, mas apenas arrendatários da vinha que Tu plantaste, e que devemos restituir por intermédio dele a parte que devemos a Ti. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.

LITURGIA DIÁRIA - 08/10/2017


Tema do dia

ENTÃO O DEUS DA PAZ ESTARÁ COM VOCÊS.

O que deveria ter feito pela minha vinha? Por que ela me deu uvas azedas? Pois vou dizer-lhes o que farei: vou arrancar sua cerca para que seja pisada. A vinha de Javé é a casa de Israel. Eu esperava deles o direito, e produziram injustiça! (Is 5,1-7)

Oração para antes de ler a Bíblia


Meu Senhor e meu Pai! Envia teu Santo Espírito para que eu compreenda e acolha tua Santa Palavra! Que eu te conheça e te faça conhecer, te ame e te faça amar, te sirva e te faça servir, te louve e te faça louvar por todas as criaturas. Fazei, ó Pai, que pela leitura da Palavra os pecadores se convertam, os justos perseverem na graça e todos consigamos a vida eterna. Amém.

27º Domingo do Tempo Comum
Cor: Verde

Foto com animação

Primeira Leitura (Is 5,1-7)
27º Domingo do Tempo Comum - Domingo 08/10/2017

Leitura do Livro do Profeta Isaías:

1Vou cantar para o meu amado o cântico da vinha de um amigo meu: Um amigo meu possuía uma vinha em fértil encosta. 2Cercou-a, limpou-a de pedras, plantou videiras escolhidas, edificou uma torre no meio e construiu um lagar; esperava que ela produzisse uvas boas, mas produziu uvas selvagens.
3Agora, habitantes de Jerusalém e cidadãos de Judá, julgai a minha situação e a de minha vinha. 4O que poderia eu ter feito a mais por minha vinha e não fiz? Eu contava com uvas de verdade, mas por que produziu ela uvas selvagens?
5Pois agora vou mostrar-vos o que farei com minha vinha: vou desmanchar a cerca, e ela será devastada; vou derrubar o muro, e ela será pisoteada. 6Vou deixá-la inculta e selvagem: ela não será podada nem lavrada, espinhos e sarças tomarão conta dela; não deixarei as nuvens derramar a chuva sobre ela.
7Pois bem, a vinha do Senhor dos exércitos é a casa de Israel, e o povo de Judá, sua dileta plantação; eu esperava deles frutos de justiça — e eis a injustiça; esperava obras de bondade — e eis a iniquidade.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Foto com animação

Responsório (Sl 79)
27º Domingo do Tempo Comum - Domingo 08/10/2017

— A vinha do Senhor é a casa de Israel.
— A vinha do Senhor é a casa de Israel.

— Arrancastes do Egito esta videira, e expulsastes as nações para plantá-la; até o mar se estenderam seus sarmentos, até o rio os seus rebentos se espalharam.
— Por que razão vós destruístes sua cerca, para que todos os passantes a vindimem, o javali da mata virgem a devaste, e os animais do descampado nela pastem?
— Voltai-vos para nós, Deus do universo! Olhai dos altos céus e observai. Visitai a vossa vinha e protegei-a!
— Foi a vossa mão direita que a plantou; protegei-a, e ao rebento que firmastes!
— E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus! Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome! Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo, e sobre nós iluminai a vossa face! Se voltardes para nós, seremos salvos!

Foto com animação

Segunda Leitura (Fl 4,6-9)
27º Domingo do Tempo Comum - Domingo 08/10/2017

Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses:

Irmãos: 6Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças. 7E a paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará os vossos corações e pensamentos em Cristo Jesus.
8Quanto ao mais, irmãos, ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, honroso, tudo o que é virtude ou de qualquer modo mereça louvor.
9Praticai o que aprendestes e recebestes de mim, ou que de mim vistes e ouvistes. Assim, o Deus da paz estará convosco.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Foto com animação

Anúncio do Evangelho (Mt 21,33-43)
27º Domingo do Tempo Comum - Domingo 08/10/2017


Este é o herdeiro!

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, Jesus disse aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo: 33“Escutai esta outra parábola: Certo proprietário plantou uma vinha, pôs uma cerca em volta, fez nela um lagar para esmagar as uvas, e construiu uma torre de guarda. Depois, arrendou-a a vinhateiros, e viajou para o estrangeiro.
34Quando chegou o tempo da colheita, o proprietário mandou seus empregados aos vinhateiros para receber seus frutos. 35Os vinhateiros, porém, agarraram os empregados, espancaram a um, mataram a outro, e ao terceiro apedrejaram.
36O proprietário mandou de novo outros empregados, em maior número do que os primeiros. Mas eles os trataram da mesma forma.
37Finalmente, o proprietário enviou-lhes o seu filho, pensando: ‘Ao meu filho eles vão respeitar’.
38Os vinhateiros, porém, ao verem o filho, disseram entre si: ‘Este é o herdeiro. Vinde, vamos matá-lo e tomar posse da sua herança!’ 39Então agarraram o filho, jogaram-no para fora da vinha e o mataram.
40Pois bem, quando o dono da vinha voltar, o que fará com esses vinhateiros?”
41Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: “Com certeza mandará matar de modo violento esses perversos e arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entregarão os frutos no tempo certo”.
42Então Jesus lhes disse: “Vós nunca lestes nas Escrituras: ‘A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isto foi feito pelo Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos?’
43Por isso, eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

Foto com animação

Oração para depois de ler a Bíblia


Dou-Te graças, meu Deus, pelos bons propósitos, afetos e inspirações que me comunicastes nesta meditação; peço-Te ajuda para colocá-los em prática.Minha Mãe Imaculada, meu protetor São José e Anjo da minha guarda, intercedeis todos por mim. Amém.