quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE DEUS TE ACOMPANHE…

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 09/02/2023

ANO A


Mc 7,24-3

Comentário do Evangelho

Jesus entra na casa

Tiro é uma região de gentios. Jesus entra na casa de um deles. Os judeus eram proibidos a isto por ela ser considerada impura. Uma mulher gentia vem e atira-se a seus pés. O espírito impuro de sua filha indica estar excluída pelo espírito discriminatório judaico. Ela pede a intervenção de Jesus. Em diálogo, fala-se de pão, filhos e cachorrinhos. Os filhos são os judeus. Os cachorrinhos são os gentios. O pão é o alimento que sustenta a vida. Neste diálogo discriminatório pode-se até ver uma interpretação tradicional das comunidades sob a influência das pretensões judaicas. A fala insistente e ousada da mulher é o centro da narrativa. A ela curva-se Jesus. Ela tem direito ao pão. A seguir Marcos narra a partilha dos pães, também em território gentio. Fica bem caracterizada a missão de Jesus entre os gentios.
José Raimundo Oliva
Fonte: Paulinas em 09/02/2012

Comentário do Evangelho

Jesus entra na casa

Jesus não conseguia ficar escondido, pois a luz brilha para iluminar toda a “casa” (cf. Mc 4,21-22). Depois da controvérsia sobre o puro e o impuro, Jesus vai para uma região pagã. O que foi dito na controvérsia (Mc 7,1-23) pode ser verificado na prática e ampliado: não há lugar nem pessoa a quem não seja oferecida a salvação. Jesus rompe a barreira da impureza. Nem a missão de Jesus nem a salvação que ele oferece como dom têm como destinatários exclusivos os “filhos” (v. 27), Israel; pertencem também aos “cachorrinhos”, uma forma de designar os pagãos. Todo nosso relato está centrado no diálogo de Jesus com a mulher. Na sua resposta a Jesus, aquela mulher siro-fenícia mostra a sua fé, chamando Jesus de Kyrios, “Senhor”. Com essa invocação os cristãos se dirigiam ao Cristo ressuscitado. A palavra da mulher e os seus gestos demonstram a confiança em Jesus e a convicção de que nele e somente por meio dele é que o mal que aprisiona a sua filha pode ser vencido. Se o mal está presente em todos os lugares, a vitória do Senhor sobre ele não tem fronteiras.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, cria em meu coração uma fé profunda como a da mulher pagã que demonstrou total confiança em Jesus. Por isso, foi atendida por ele.
Fonte: Paulinas em 13/02/2014

Comentário do Evangelho

A salvação da qual Jesus é portador é universal

Jesus está sempre a caminho. A razão da sua peregrinação é dita logo no início do evangelho: “vamos a outros lugares...” (Mc 1,38). Trata-se da saída não somente de Cafarnaum, onde ele estava, mas da sua saída de junto do Pai. É uma menção à encarnação. A salvação da qual Jesus é portador é universal; por isso, ele vai à região dos pagãos. Não há lugar nem pessoa a quem a salvação não seja oferecida como dom. Os judeus não são destinatários exclusivos da salvação. A salvação pertence também aos “cachorrinhos”, uma forma de designar os pagãos. Todo o relato está centrado no diálogo entre Jesus e a mulher. Na sua resposta, aquela mulher pagã mostra a sua fé confessando Jesus como Senhor. É com essa designação que os cristãos se dirigem a Jesus Cristo ressuscitado. Por seus gestos e palavras a mulher confia em Jesus; ela sabe que somente por meio de Jesus o mal que aprisiona a sua filha pode ser vencido. Se o mal está presente, está também presente com maior poder a graça de Jesus Cristo. É por ele que se pode dizer que “onde abundou o pecado superabundou a graça”.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Jesus, divino Mestre, eu louvo e agradeço o vosso Coração porque entregastes vossa vida por mim.
Fonte: Paulinas em 12/02/2015

Vivendo a Palavra

Jesus vive sua luta interior: o Reino do Céu seria propriedade exclusiva dos Filhos de Israel ou Ele veio para todas as nações e povos? A fé da mulher fenícia O ajuda no discernimento. O Reino do Pai – como a Igreja de Jesus – tem muitas moradas; nele se abrigam todas as criaturas.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/02/2012

VIVENDO A PALAVRA

O amor materno da audaciosa mulher fenícia ajudou Jesus, até então mais voltado para seus conterrâneos, a reconhecer que o Reino do Pai não se restringe aos limites de um pequeno rebanho, mas Ele veio para libertar todos os povos e nações. Nosso Papa procura realizar esta vocação, pensando uma Igreja “em saída”, isto é, não parada no conforto de sua casa, esperando preguiçosamente, mas indo em busca dos filhos afastados.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/02/2019

VIVENDO A PALAVRA

O amor materno daquela audaciosa mulher fenícia ajudou Jesus, até então voltado para seus conterrâneos, a reconhecer que o Reino do Pai não se restringe aos limites de um pequeno rebanho, mas Ele veio para libertar todos os povos e nações. Nosso Papa procura realizar esta vocação, pensando em uma Igreja “em saída”, isto é, não parada e tranquila no conforto de sua casa, esperando preguiçosamente, mas saindo em busca dos filhos afastados.
Fonte: Arquidiocese BH em 11/02/2021

Reflexão

Existem pessoas que acreditam que somente quem pertence à sua religião ou mesmo apenas ao seu movimento religioso ou espiritualidade será salvo. Essas pessoas esquecem que Jesus veio ao mundo para que o mundo fosse salvo por ele, e não somente os daquela religião ou daquela forma de espiritualidade. Essas pessoas acabam por fazer do próprio Deus propriedade delas e querem que Deus aja segundo os seus critérios. A ação divina depende da vontade divina, que quer o bem e a salvação para todas as pessoas, de todos os povos, de todos os credos, línguas, etc., pois verdadeiramente Deus não faz distinção de pessoas.

Reflexão

Jesus deixa sua terra e vai para o estrangeiro (território de Tiro). Desse modo, põe em prática o conteúdo de sua mensagem: para Deus todos os povos são iguais; não há privilégio para o povo de Israel. Também aí já era famoso. Hospeda-se numa casa, com uma família do lugar, sem preconceito de religião ou raça. Com isso, o Mestre rompe o tabu judaico que impedia relacionar-se com outros povos. A mulher grega reconhece o poder de Jesus e ajoelha-se a seus pés, implorando-lhe que “expulsasse de sua filha o demônio”. A atitude humilde, confiante e insistente da mulher obtém o favor de Jesus e cria ocasião para se diminuir a distância social entre os povos. Não é preciso que uns se saciem e só depois os outros; todos podem saciar-se ao mesmo tempo, basta repartir de modo igualitário.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 14/02/2019

Reflexão

Jesus deixa sua terra e vai para o estrangeiro (território de Tiro). Desse modo, põe em prática o conteúdo de sua mensagem: para Deus todos os povos são iguais; não há privilégio para o povo de Israel. Também aí já era famoso. Hospeda-se numa casa, com uma família do lugar, sem preconceito de religião ou raça. Com isso, o Mestre rompe o tabu judaico que impedia de relacionar-se com outros povos. A mulher grega reconhece o poder de Jesus e ajoelha-se a seus pés, implorando-lhe que “expulsasse de sua filha o demônio”. A atitude humilde, confiante e insistente da mulher obtém o favor de Jesus e cria ocasião para diminuir a distância social entre os povos. Não é preciso que uns se saciem e só depois os outros; todos podem saciar-se ao mesmo tempo, basta repartir de modo igualitário.
ORAÇÃO
Ó Jesus, que a todos recebes sem discriminar, és procurado por uma mulher estrangeira, que implora a cura da fi lha dela. Parece que a tratas com dureza. Na verdade, queres ensinar aos apóstolos que fora do povo eleito também existe fé, e, por vezes, fé ainda mais elevada, digna do teu elogio. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 11/02/2021

Reflexão

Jesus deixa sua terra e vai para o estrangeiro (território de Tiro). Desse modo, põe em prática o conteúdo de sua mensagem: para Deus todos os povos são iguais; não há privilégio para o povo de Israel. Também aí já era famoso. Hospeda-se numa casa, com uma família do lugar, sem preconceito de religião ou raça. Com isso, o Mestre rompe o tabu judaico que impedia relacionar-se com outros povos. A mulher grega reconhece o poder de Jesus e ajoelha-se a seus pés, implorando-lhe que “expulsasse de sua filha o demônio”. A atitude humilde, confiante e insistente da mulher obtém o favor de Jesus e cria ocasião para se diminuir a distância social entre os povos. Não é preciso que uns se saciem e só depois os outros; todos podem saciar-se ao mesmo tempo, basta repartir de modo igualitário.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

Reflexão

«Ela foi e jogou-se a seus pés. Pedia que ele expulsasse o demônio de sua filha»

Rev. D. Enric CASES i Martín
(Barcelona, Espanha)

Hoje nos mostra a fé de uma mulher que não pertencia ao povo escolhido, mas que tinha a confiança em que Jesus podia curar a sua filha. Aquela mãe «A mulher era pagã, nascida na Fenícia da Síria. Ela suplicou a Jesus que expulsasse de sua filha o demônio» (Mc 7,26). A dor e o amor a levam a pedir com insistência, sem levar em consideração nem desprezos, nem atrasos, nem indignação. E consegue o que pede, pois «Ela voltou para casa e encontrou sua filha deitada na cama, pois o demônio já tinha saído dela» (Mc 7,30).
São Agostinho dizia que muitos não conseguem o que pedem pois são «aut mali, aut male, aut mala». Ou são maus e a primeira coisa que teriam que pedir seria ser bons; ou pedem erroneamente, sem insistência, em vez de pedir com paciência, com humildade, com fé e por amor; ou pedem coisas ruins que se recebessem fariam dano à alma ou ao corpo ou aos outros. Devemos nos esforçar, pois, por pedir bem. A mulher siro-fenícia é boa mãe, pede algo bom («que expulsasse de sua filha o demônio») e pede bem («veio e jogou-se aos seus a pés»).
O Senhor nos faz usar perseverantemente a oração de petição. Certamente, existem outros tipos de pregaria —a adoração, a expiação, a oração de agradecimento—, mas Jesus insiste em que nós freqüentemos muito a oração de petição.
Por que? Muitos poderiam ser os motivos: porque necessitamos da ajuda de Deus para alcançar nosso fim; porque expressa esperança e amor; porque é um clamor de fé. Mas existe um que talvez seja pouco considerando: Deus quer que as coisas sejam um pouco como nós queremos. Deste modo, nossa petição —que é um ato livre— unida à liberdade onipotente de Deus, faz com que o mundo seja como Deus quer e um pouco como nós queremos. É maravilhoso o poder da oração!

Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Quando a nossa oração não é ouvida é porque pedimos mal, com pouca fé ou sem perseverança, ou com pouca humildade» (Santo Agostinho)

«Jesus elogia a mulher siro-fenícia que lhe pede com insistência a cura da sua filha. Insistência que certamente é muito estressante, mas esta é uma atitude de oração. Santa Teresa fala da oração como negociação com o Senhor» (Francisco)

«Do mesmo modo que Jesus ora ao Pai e Lhe dá graças antes de receber os seus dons, assim também nos ensina esta audácia filial: ‘tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o alcançastes’ (Mc 11, 24). Tal é a força da oração: ‘tudo é possível a quem crê’ (Mc 9, 23), com uma fé ‘que não hesita’ (Mt 21,22) (…)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.610)

Recadinho

Agimos com bondade? - Pedimos a Jesus que acima de tudo cure os males de nosso coração? - Você é perseverante em suas orações? - Não corre o risco de apenas pedir? - Pede aquilo que realmente é para seu bem?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 13/02/2014

Meditação

A mulher nem deve ter entendido bem por que Jesus disse isso. Mas não se deu por vencida. E o Mestre, diante de sua fé humilde, atendeu seu pedido. Com essa pagã bem que eu poderia aprender a não perder o rumo diante de certos imprevistos da vida, quando parece que Deus nos abandonou. Tenho de continuar acreditando que Ele me ama, e que tudo orientará para meu bem. Será que fazemos assim por causa de nosso amor em Cristo?
Oração
Velai, ó Deus, sobre a vossa família, com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Comentário do Evangelho

UM EXEMPLO DE FÉ

A pregação de Jesus em terras estrangeiras exigiu dele superar os preconceitos e tabus de seu povo. Entre eles, a identificação da terra dos pagãos como âmbito da impureza e a proibição de contactar com eles. A visão de que sua missão se destinava unicamente ao povo de Israel, sem perspectivas mais amplas. A concepção machista na qual a mulher era desvalorizada e reduzida à condição de propriedade do pai ou do marido.
Jesus alargou o raio de sua pregação para além dos limites de Israel e aí fez experiências importantes para formação da sua consciência, enquanto enviado do Pai. O encontro com uma mulher pagã, pedindo a cura para sua filhinha, foi um momento privilegiado do seu ministério.
Num primeiro momento, Jesus se recusou atender seu pedido ancorado na certeza de ter sido enviado apenas para os fiéis judeus. Ajudar uma pagã seria como tirar o pão da boca dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos. A mulher, por ser pagã e idólatra, não possuía o requisito da fé para ser atendida. Portanto, estava excluída do Reino.
Mas, a mulher demonstrou o contrário. Os cachorrinhos também têm o direito de saciar-se com as migalhas caídas da mesa dos filhos. Esta profissão informal de fé fez Jesus voltar atrás. Entre os pagãos havia gente preparada para receber os benefícios do Reino.
Oração
Senhor Jesus, alarga meus horizontes fazendo-me ver, para além dos meus preconceitos e tabus, tantas pessoas marginalizadas a quem a boa-nova deve ser anunciada.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Velai, ó Deus, sobre a vossa família com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 13/02/2014

Meditando o Evangelho

A PERSISTÊNCIA RECOMPENSADA

O encontro de Jesus com a mulher cananéia contém uma série de elementos atípicos.
O Mestre encontrava-se em território pagão, dentro de uma casa, pensando poder passar despercebido. Seu anonimato foi revelado pela presença de uma mulher que, tendo ouvido falar dele, veio lançar-se-lhe aos pés.
Sendo mulher, estrangeira e pagã, a atitude mais natural de Jesus seria de mantê-la à devida distância, porque, segundo a tradição da época, um mestre que se prezava não contactava com mulheres, com estrangeiros, nem com pagãos. Apesar disso, o Mestre aceitou dialogar com ela, embora, tenha sido um diálogo um tanto ríspido.
Jesus não mostrou nenhuma intenção de atendê-la. Mas a mulher ficou firme no seu propósito: obter a cura de sua filhinha, vítima de um espírito maligno. Tampouco se dobrou aos argumentos do Mestre, segundo os quais os destinatários de seu poder taumatúrgico eram, preferencialmente, os "filhos", ou seja, os judeus. Sentia-se no direito de partilhar, pelo menos, as migalhas dos bens oferecidos aos "filhos". Por isso, estava disposta a ser tratada como os cachorrinhos que comem as migalhas caídas da mesa de seus donos.
Segura do que queria, e sabendo que tinha recorrido à pessoa certa, a mulher não cedeu. Resultado: sua persistência foi recompensada.

Oração
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Espírito de persistência, não me deixes esmorecer, quando recorro ao Senhor, por carecer de sua ajuda. Que eu também possa ver minha persistência recompensada.
Fonte: Dom Total em 12/02/2015

Meditando o evangelho

A VITÓRIA DA MULHER PAGÃ

No exercício de seu ministério, encontra-se Jesus fora dos limites de Israel; logo, em território pagão. Que motivos teve para abandonar sua pátria e dirigir-se para terras estranhas? À primeira vista, não parece ter sido por causa da pregação do Evangelho. A maneira rude com que ele tratou a mulher, vinda a seu encontro para pedir a cura da filhinha endemoninhada, deixa entrever uma certa indisposição para estender aos pagãos os benefícios do Reino. Teria Jesus tido a intenção de estar, por um tempo, longe de seu povo no meio do qual havia sido vítima de hostilidade, para dedicar-se à formação de seus discípulos?
Em todo o caso, em território estrangeiro não corria o risco de ser assediado pelas multidões, ávidas de milagres. Antes, passaria por desconhecido!
A presença da mulher sírio-fenícia parece ter desmontado os planos de Jesus. Tendo ouvido falar dele, ela foi lançar-se-lhe aos pés, suplicando a cura da filha. Exatamente como acontecia com o povo da Galiléia e adjacências! O diálogo travado com Jesus deixa entrever que estava sendo importuna. O Mestre não parecia muito disposto a ajudá-la.
A firmeza da mulher desesperada fê-la sair vitoriosa do confronto. Sua réplica à recusa de Jesus em ajudá-la foi uma demonstração clara de sua fé profunda. O Mestre viu-se como que forçado a dobrar-se diante da lógica da resposta da mulher e atender-lhe o pedido. Jesus acabou deixando seus planos em segundo lugar.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, cria em meu coração uma fé profunda como a da mulher pagã que demonstrou total confiança em Jesus. Por isso, foi atendida por ele.
Fonte: Dom Total em 09/02/201714/02/2019 e 11/02/2021

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A Fé não tem rótulo..
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A Fé em Jesus, nosso Deus e Senhor, Redentor e Salvador, nunca teve e nem terá rótulo ou marca diferenciada, pois ela é um dom que Deus concede a quem Ele quiser, seja Católico, Evangélico, Pentecostal, Espírita ou Kardecista e vai por aí afora. Não podemos confundir expressão de Fé com a Fé em si, pois são coisas diferentes, e nem se pode dizer que esta é mais eficiente do que aquela, a expressão de Fé Católica tem sua raiz apostólica, e os elementos embrionários da Fé Cristã, transmitidos pelo próprio Jesus, mas isso não nos dá o direito de julgar que a Fé dos que não pertencem á nossa Igreja, não é autentica.
Jesus e seus discípulos se encontram em uma terra pagã, na região de Tiro e Sidônia, ali uma mulher Fenícia caiu a seus pés suplicando pela Filha que estava possessa de um espírito imundo, a mulher acredita em seu coração que Jesus é maior do que o demônio que oprime a filha, portanto vê nele o libertador e clama por esta ação libertadora de sua parte.
Sendo Judeu, primeiro Jesus manifesta o modo de pensar do Judeu "pela ordem estabelecida os Judeus são os primeiros a serem beneficiados com a ação libertadora do Messias, os pagãos são de segunda categoria e por isso mesmo denominados "cães", em palavras mais simples, Jesus está dizendo aqui, que não se deve queimar vela com mal defunto.
A mulher concorda que está inferiorizada em relação aos judeus, Raça escolhida e Nação Santa, mas Jesus é tão importante em sua vida, que qualquer gesto ou palavra que vier dele, trará a ela os efeitos da Graça da qual ele é portador, isso é o que ela crê com sinceridade. E Jesus não resistiu a tão grande Fé, e saindo do contexto judaico, proclama que a Fé é universal e não têm rótulo, "por causa dessa palavra, vai-te, que saiu o demônio da sua filha".
Quem crê em Cristo e se compromete com Ele, vendo-o como libertador e vivendo nessa liberdade de Filhos de Deus, jamais estará preso ou escravo do demônio, presente em certas estruturas humanas, que escravizam e alienam o ser humano, em vez de o libertá-lo.
Portanto, essa experiência libertadora com Jesus em nossa vida, não depende da fachada religiosa que ostentamos, é algo íntimo e pessoal, que começa com o nosso desejo e abertura de coração, mas se realiza unicamente por iniciativa dele. Essa mulher, que não era religiosa, abriu seu coração para essa possibilidade e assim mudou a sua vida...

2. A mulher siro-fenícia pede a cura de sua filha
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Jesus sai da Galileia e vai para a região de Tiro. Lá encontra uma mulher que não era judia e que lhe pede para curar sua filha, possuída por um demônio. Jesus atende ao pedido da mulher, que demonstrou ser humilde e ter fé. Jesus está em território pagão, conversando com uma mulher não judia. Reconhece que ela tem fé e faz para ela um milagre. Mais uma vez, Jesus relativiza o valor dos preceitos puramente humanos e coloca sobre eles o valor da pessoa humana. No início do diálogo, Jesus diz o que qualquer judeu diria dentro de suas tradições, para logo em seguida romper a dureza de sua afirmação diante da fé humilde de uma pagã. Jesus abre o anúncio da salvação para a humanidade toda. Os pagãos podem comer o pão dos filhos. Os cristãos da primeira hora, tanto os de origem judaica quanto os de origem pagã, deviam compreender que a revelação dada a quem tem fé está a serviço da salvação oferecida a todos.
Fonte: NPD Brasil em 14/02/2019

HOMILIA

A FÉ E A HUMILDADE DA MULHER ESTRANGEIRA

A grandiosidade da fé da mulher cananéia foi à responsável que contribuiu, para que ela mergulhasse profundamente em busca de salvação e libertação para sua filha e tivesse uma melhor aproximação de Jesus. O tratamento de Jesus dado a mulher cananéia diante de sua fé, ao nosso vê parece-nos uma resposta com palavras duras, severas, e desamorosas; e grosseiras do tipo de quem não demonstra, nem um amor, ou piedade, misericórdia, e carinho fraternal ao próximo.
O certo é que Jesus sabia muito bem o que estava fazendo ao chamar a filha daquela mulher de filhos cachorrinhos. Só que existia algo diferente no tom das palavras de Jesus que era transmitida de forma carinhosa e mansa, adozada, com óleo do Espírito Santo, de forma a encorajar a Fé daquela mulher, em que ela desse uma resposta cheia de esperança e coragem diante de Deus e dos homens.
Olhando para encontro da mulher com Jesus e de seu dialogo que Jesus teve com ela, ninguém faria melhor do que Jesus em tratar aquela grega como sendo ou pertencendo a um povo que estava no segundo plano de Deus para a salvação. Caso fosse outra pessoa não teria sido bem sucedido. Percebe-se uma coisa nas palavras de Jesus. É que existiu nelas moderação, elegância, e um amor respeitoso. Jesus não falou a aquela mulher com palavras estúpidas, grosseiras e agressivas; mais o fez com um tratamento humano e divino de tal forma que não agravasse os dois lados da situação da mulher; tanto religioso quanto tribal. E que não o levasse ela a desistir na busca de solução de seu problema que era gravíssimo.
Observação. O causador de uma reação de revolta, endurecimento e ódio etc. Não é pelo dizer em si. É como si diz. E dependendo do que si diz, e o tom das palavras quando que se fala, é quem traz as mais variadas reações das pessoas que as escutam. Falar as pessoas com tom de quem está passando rela, com ironia, desprezo, zombaria, maliciosamente, ou com quem esta gritando pra com as pessoas é qual verdadeiras, pauladas e água fria nos ânimos das pessoas que nos ouvem.
Caso você esteja procedendo de acordo com o citado acima, tenha a certeza de que logo você não amigos. Todos se afastarão de você pra sempre. A fé da mulher cananéia e sua classificação Jesus ao testificar da mulher cananéia e de sua fé, deu uma classificação de sua fé numa escala que vai de pequena a grande. Ele deu o maximo da escala. O que mostra a suficiência de sua fé para uma pessoa humana poder receber um beneficio das mãos do criador. Jesus falou da fé dela o seguinte: (mulher grande é a tua fé).
A fé desta mulher podemos colocar em igualdade com a fé do Centurião, que Jesus foi mais um pouco mais além por sua admiração, que chegou a declarar que dentro de Israel não havia encontrado um homem de fé como a pessoa do Centurião. E disse dele o seguinte em Mt 8:10 – Em verdade vos digo que a ninguém encontrei em Israel com tamanha fé.
A fé em sua composição se apresenta com as suas mais variadas formas e manifestações, de como agradar a Deus na conquista do coração divino. A fé que agrada a Deus é aquela que não aceita a derrota. Não aceitar, um não como resposta, não aceita ser desapontada, não aceita zombada, ou até ser desacreditada. A fé não olha para os obstáculos, não vê o perigo, não aceita rejeição, não se conforma e nem descansa enquanto não ver de tudo resolvido, e com as coisas tudo no seu lugar. Isto agrada a Deus. É o que Deus mais quer é se sentir buscado. Deus tem o prazer de ver suas criaturas lhe procurando.
A humildade da mulher Cananéia, era uma humildade do mais profundo da alma e do espírito. Aquela humildade que vem do interior ou do introspecto de seu intimo. Foi esta humildade de que se referiu Jesus no cap. 5 de Mateus. Esta humildade não está limitada e baseada no âmbito e na falta dos bens materiais. Mas sim aquela que destroniza do coração toda a qualquer pretensão de granjear dinheiro para colocar seu ninho acima de todos. A fé em Deus é esta colocar em Deus como seu bem maior.
A humildade deste tipo como se referiu Jesus é quem nos dá a garantia de encontrar descanso para nossas almas. (Mt 11:29) O apostolo Pedro compara a humildade como uma cinta, que o homem coloca em seus lombos para condução de todos os seus apetrechos de trabalho (I Pe 5:5) e é esta humildade que nos traz benefícios e ao próximo. Já o rei Salomão fala do galardão ou recompensa de que a possui. Pv 22:4 O galardão da humildade e do temor do Senhor é riquezas, e honra e vida.
A mulher Cananéia reconheceu seu estado de fracasso espiritual Mt 15:22Ao um bom e compreensivo servo de Deus compreende muito bem o que passava com a mulher cananéia. Se, se colocar no lugar do próximo e sentir o seu sofrimento não é pra qualquer um. Às vezes só compreendemos o que se passa com outrem quando passamos por algum tipo de problema ou sofrimento como o dela ou semelhante. Então começamos sentir na própria pele que o sofrimento daquela mulher não era de brincadeira. Só sentimos o sofrimento alheio quando nós passamos por algum tipo de apuro. Não era fácil conviver com uma filha possessa dentro de casa.
A mulher cananéia só revelou seu estado de fracasso espiritual quando estava passando por um agonizante sofrimento e dor dentro de casa. O lar dela era um verdadeiro caos. O que tudo indica que todo seu tempo era voltado apenas para o cuidado de sua filhinha que estava a todo momento, correndo perigo de sofrer um desastre por ser impulsionada por aquele demônio que o perturbava. Às vezes o sofrimento tem lá seus benefícios que não podemos ignorar. Reconhecer nossa fragilidade e a nossa decadência espiritual e confessar é só pra quem é humilde como aquela era mulher.
As migalhas do poder de Deus são suficientes no suprimento de nossa vida espiritual. A palavra (migalhas) é um Verbo transitivo direto. E esta no presente do indicativo. Que significa pedaço pequeno fragmento de pão, de bolo ou de outro alimento farináceo; miga, micha, e sobras, sobejos, restos. Ou, Pequena porção; quantidade ínfima. As autenticas palavras da mulher dizia tudo ao coração de Jesus. Quando ela falou de migalhas, pra Jesus, estava se referindo, no mínimo ao que nos parece o mínimo do poder de Deus da cura e da salvação, que segundo Jesus era o alimentos dos filhos de Israel.
Mas o que a mulher queria dizer com isto, era algo mais autentico para mover o coração de Jesus como de fato o fez. Em outras palavras: ela dizia pra Jesus, que as milhas de seu poder seria o suficiente para expulsar aquele demônio da vida de sua filhinha. Quer mais do isto? Eu acho que não precisa mais do que isto para um bom entendedor. As palavras que ela dirigiu pra Jesus com aquele tom de total dependência de Deus, já eram mais do que o suficiente para que sua oração e seus pedidos de socorro fossem atendidos.
A mulher com sua humildade fez um cerco ao Jesus de todos os lados, de tal maneira que Ele não teve escapatória. Vejam bem: recebeu uma resposta como ela recebeu; da boca de Jesus era um verdadeiro não, que podia deixar o coração de qualquer um partido. Mas ela se apresentou com sua versão a mais humilde possível naquela hora de incertezas, de receber sua benção. Veja o que ela disse: (Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores.) Com estas palavras isso foi o suficiente e à gota d’água pra Jesus rever seu caso e reverter o caos que pairava sobre o lar da mulher.
Pai, tenho diante de mim o mundo todo a ser evangelizado. Transforma cada circunstância e cada momento da minha vida em chance para dar testemunho do teu Reino.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte:Liturgia da Palavra em 13/02/2014

HOMILIA DIÁRIA

De que tamanho é sua fé?

Postado por: homilia
fevereiro 9th, 2012

Jesus e os Seus discípulos estavam sob uma considerável pressão, pois a hostilidade dos judeus intensificava-se. Assim, o Mestre e os Seus seguidores retiraram-se para as fronteiras de Tiro e Sidônia e, não querendo que alguém soubesse disso, o Senhor entrou numa casa onde esperava encontrar alguma privacidade.
Mas, significativamente, Jesus não pode ficar escondido, porque a Sua mensagem era demasiado maravilhosa e os Seus feitos demasiado poderosos para serem ocultados.
Trata-se do Sumo Bem personalizado em Jesus, por isso, não se pode esconder seja a quem for. Sua fama precedia-O aonde quer que Ele fosse.
Dentro dessa visão, uma mulher com o coração despedaçado O procura e O descobre. Ela era de origem cananeia, isto é, tinha raízes pagãs. A mulher estava extremamente aflita devido ao fato de sua filha estar possuída por um demônio que lamentavelmente a atormentava.
Tendo em vista o pedido que queria fazer, esta mãe ansiosa seguiu Cristo e os que O acompanhavam, tendo–Lhe rogado que tivesse compaixão dela e curasse a sua filha. Muitos pensam que o Senhor a tratou de uma forma descuidada, quase rudemente. No entanto, esse ponto de vista não tem qualquer fundamento.
Uma análise mais cuidadosa revela que Cristo conhecia a qualidade da alma dessa mulher e Ele a desafiou a amadurecer. De um modo maravilhoso, o Mestre colocou vários obstáculos no caminho da cananeia. E cada um destes obstáculos ela superou com uma fé radiante. Finalmente, Jesus exclamou: “Ó mulher, grande é a tua fé!” e Ele curou a sua filha sem nem sequer ter colocado os olhos sobre a criança. Que qualidades caracterizavam a fé dessa mulher, a ponto de receber tão grande elogio por parte do Salvador?
Ela, embora com antecedentes pagãos, tinha obviamente conhecimento em relação ao Filho de Deus. Isso é evidenciado pelo fato de ela tratar Jesus como “Senhor, filho de Davi”.
Onde teria ela aprendido sobre o Filho de Deus? Teria ela ouvido alguém falar sobre Ele? Teria ela viajado para a Galileia, estando presente entre as multidões que O seguiam? Essas perguntas devem permanecer sem resposta. O fato é que ela acreditou.
Jesus ensinou em uma ocasião: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á.”. As formas verbais denotam ação contínua, persistência. Essa senhora encantadora entendeu bem esse princípio, tanto que a sua fé era da mais tenaz.
Conforme sugerido anteriormente, com a intenção de aumentar e testar a sua fé, o Senhor colocou pequenas barreiras no caminho dessa mulher, mas ela as superou uma a uma. Isso é uma evidência clara da percepção divina de Cristo, que penetrava através da essência da alma dessa mulher. Ela era uma pessoa forte, mas este encontro com o Filho de Deus a tornaria ainda mais forte.
Os discípulos sugeriram que Cristo concedesse apressadamente o pedido da mulher para que ela os deixasse em paz. Com certeza, essa foi a intenção do pedido feito pelos discípulos. E isso está claramente implícito na natureza da resposta dada pelo Senhor. Jesus respondeu que Ele havia sido enviado apenas às ovelhas perdidas da casa de Israel. E isso excluía essa mulher gentia. Mas ela não desistiu!
Cristo disse-lhe: “Deixa que primeiro se fartem os filhos; porque não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos”. Muitos se queixam de que nessa ocasião o Senhor usou uma linguagem ofensiva aos gentios, mas o termo grego utilizado para a palavra“cães” é diminutivo, significando um pequeno cachorrinho de estimação. A expressão não é áspera como poderia parecer.
Então, essa mulher perseverante “agarrou-se” ao significado da palavra “primeiro”. Sendo certo que ela reconheceu a prioridade dos judeus no plano do Deus, claramente ela detectou a inferência de que os gentios no futuro também receberiam a benevolência do Salvador, tendo pensado provavelmente: “Por que não agora?”
Desse modo, com um argumento brilhante, ela contrapôs: “Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos”. Ela ficaria satisfeita com apenas uma migalha da mesa do seu Mestre. Que grande mulher! Ela agarrou-se firmemente à Misericórdia Divina, não sendo de admirar que o Salvador tivesse elogiado a sua grande fé!
Embora a mulher siro-fenícia tivesse rogado ao Senhor dizendo: “Tem compaixão de mim”,de fato, o pedido foi para a sua filha. A sua paixão estava tão dirigida para a sua filhinha que ela colocou de lado quaisquer necessidades pessoais e sentimento e de orgulho e implorou pelo bem-estar da sua criança aflita. A história de um espírito tão disposto ao sacrifício é deveras refrescante nestes dias, quando o abuso infantil é um drama tão comum.
Essa mulher entendeu bem o conceito de que uma fé sem obras está morta. Embora não lhe tivessem pedido para executar nenhum ato específico de obediência, quando Cristo visitou a sua região, ela buscou-O, seguiu-O, adorou-O, apelou para Ele e argumentou com Ele. Se ela tivesse atuado segundo a premissa de que “contanto que acredite que isso seja assim, assim será”, a sua filha teria permanecido na mesma situação deplorável.
É uma grande verdade que, segundo o Novo Testamento, nenhuma pessoa foi alguma vez abençoada por causa da sua fé pessoal, sem que essa fé tivesse sido manifestada em ações.
Quão triste teria sido se esta estimável mulher tivesse raciocinado do seguinte modo: “Sou gentia, uma mera mulher sem nenhuma reputação. Quem sou eu para receber qualquer bênção deste importante Nazareno?” Tivesse sido esse o caso, ela não teria pedido e, por conseguinte, não teria recebido!
Essa mulher anônima deve inspirar a minha e a sua fé. A sua fé resoluta e destemida faz com que Jesus, por intermédio dela, diga também a mim e você neste dia: “Grande é a tua fé!”
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 09/02/2012

HOMILIA DIÁRIA

Precisamos ser ousados na fé

Deus não deixa de amparar aquele que busca por Ele com fé sincera, verdadeira e ousada

É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem as migalhas que as crianças deixam cair” (Marcos 7,28).

Esse Evangelho, cada vez que eu o escuto, cada vez que eu o leio, cada vez que eu o proclamo, torno-me mais apaixonado por ele, porque fala de uma mulher siro-fenícia [não israelita], ou seja, que não fazia parte o povo eleito.
Jesus estava naquela região de Tiro e Sidônia. Por que Jesus estava ali? Claro que Ele veio primeiro para Israel, mas Israel precisa entender que Jesus não veio somente para ele, mas para todo o povo. É isso o que Jesus está fazendo aos poucos.
O que impressiona é o fato de essa mulher não ser judia, não fazer parte do povo de Israel. Ela tem uma filha, que está sofrendo com um espírito impuro; ao ouvir falar de Jesus, ouviu dizer que Ele expulsava os espíritos impuros, curava doenças e enfermidades. Ela queria, então, que Jesus fizesse isso também pela sua filha. E quando ela se aproximou d’Ele, pediu justamente isso, suplicou ao Senhor que expulsasse o demônio da vida de sua filha. O que deixou Jesus impressionado foi a fé, a ousadia dessa mulher, pois ela não pertencia àquele grupo, mas queria e sabia o que Ele poderia fazer.
Jesus usa uma expressão, que alguns talvez se escandalizem, não entendam, não compreendam, mas é uma expressão judaica: “Olha, não fica bem tirar o pão dos filhos”. Que filhos? Os filhos são Israel. “Estou semeando primeiro a eles, não fica bem agora eu tirar o pão que eu vim dar primeiro para os filhos, tirar deles para dar para os cães”. A mulher, no entanto, dá-Lhe uma resposta muito mais ousada: “É verdade Jesus, não fica bem, mas os cães comem as migalhas que caem da mesa dos filhos”.
Em outras palavras, se não me pode dar o pão, dê-me as migalhas do pão, porque as suas migalhas me são suficientes. Que tamanha fé! Que tamanha ousadia! Porque a fé precisa também da ousadia, e a ousadia nos chama a colocar a nossa fé para fora.
Vejam, meus irmãos, nós nos sentimos pecadores, indignos, excluídos, sentimos que não somos merecedores de tamanha graça, de tamanha ação de Deus na nossa vida, mas isso não pode tirar a ousadia da nossa fé.
Essa mulher poderia ter ficado prostrada, ela poderia ter ficado no canto dela e não ter procurado Deus, não ter procurado Jesus; e é o que acontece com muita gente, o que acontece conosco em muitas situações, porque nos sentimos pecadores, menores. Precisamos mesmo nos sentir menores, porque pior é nos sentirmos orgulhosos, vaidosos ou ter a presunção de que somos melhores. Esse é o pecado que muitos de Israel cometeram.
Também não podemos ficar na exclusão, pensando: “Não, não é para mim! Não sou merecedor!”. Eu não sou merecedor, e se eu não mereço o pão por inteiro, eu mereço as migalhas do Senhor. Eu tenho visto muitas pessoas ousadas. Ser ousada, aqui, não quer dizer uma pessoa que abusa, que faz tudo o que é errado. Não estou dizendo isso!
Aquela mulher, vivendo a situação em que está, a opressão em que está, ela sai e vai buscar de Deus o que precisa, e Ele não deixa de amparar aquele que o busca com fé sincera, verdadeira e, digo mais, ousada
A exemplo dessa mulher siro-fenícia, eu quero convidar você também a ser ousado na fé. Não é questão de mérito, mas uma questão de fé, de acreditar, buscar, jogar-se aos pés de Jesus, lançar-se na confiança em Deus. Essa mulher assim o fez e a graça de Deus lhe foi favorável. Se nós também o formos, pode ter certeza de que a graça de Deus vem em auxílio à nossa fé.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal.

HOMILIA DIÁRIA

Imploremos a Jesus pelos nossos filhos

Precisamos cuidar dos nossos filhos e levá-los para Jesus

“Uma mulher, que tinha uma filha com um espírito impuro, ouviu falar de Jesus. Foi até ele e caiu a seus pés” (Marcos 7,25).

Nós nascemos puros! E ainda que tenhamos a marca do pecado original, a graça do batismo nos purifica.
As crianças são puras. E como são belas as nossas crianças! É verdade que, por descuido, por falta de zelo ou por outra circunstância da vida, nossos filhos se sujam com o mundo e, nós, também, nos sujamos.
E, os espíritos impuros, ao longo da caminhada, vão entrando em nossa vida, na nossa história. Às vezes, é dentro de casa mesmo, pois dentro de uma casa onde se fala palavrão, o espírito impuro invade a mente das crianças. Numa casa onde tem gritarias, brigas e tantas outras coisas, tudo isso invade o interior dos filhos e, com toda a certeza, também invade o interior dos adultos.
Hoje permite-se tudo: televisão, internet, redes sociais. São bens necessários, mas trazem um mundo de impureza para dentro das nossas casas e, também, para dentro dos nossos filhos. Nós não podemos ser ingênuos e nem inocentes com aquilo que invade os sentimentos e pensamentos, inclusive, das nossas crianças.
No Evangelho, aquela menina sofre com o espírito impuro, está toda atormentada. E quantas meninas tão cedo se deixam levar pelo espírito deste mundo! Quantas moças e quantos rapazes, cada vez mais cedo, são seduzidos pelo espírito deste mundo. E, mais cedo ainda, é grande a quantidade de jovens querendo se suicidar porque perderam o sentido da vida.
Então, o primeiro remédio é a prevenção. Precisamos cuidar dos nossos filhos com amor, atenção, e ter cuidado com os espíritos impuros, maldosos, imundos. Espíritos mundanos que roubam, cada vez mais cedo, a pureza dos nossos.
No Evangelho, aquela mãe aflita, estava com o coração amargurado por causa do que aconteceu com sua filha. Essa mãe implora a Jesus pela vida da filha. Pede que a liberte daquele espírito impuro que a atormentava, que tirava a paz interior dela, que a deixava sempre agitada, e fazia com que ela perdesse o sentido da vida.
Esse espírito impuro precisava ser expulso da vida dela. Aquela mãe sabia que só Jesus poderia fazer isso por sua filha. E ela implora, inclusive pelas migalhas, pois como ela não era judia e, Jesus estava pregando para os judeus, para o povo da primitiva aliança, ela rompeu toda e qualquer barreira e diz: “Os cães têm direito às migalhas”.
Nós precisamos das migalhas de Jesus para os nossos filhos. Podemos dar o “Pão da Palavra”, o “Pão da Eucaristia”, o “Pão que salva”, mas se rejeitamos o Pão da Palavra, o Pão da Eucaristia, o banquete da vida, se não os damos aos nossos filhos, o mundo tomará conta deles.
Precisamos mais do que nunca, implorar como aquela mulher: “Jesus, salva os nossos filhos”
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 14/02/2019

HOMILIA DIÁRIA

A fé do nosso coração impressiona o Senhor

“É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem as migalhas que as crianças deixam cair” (Marcos 7,28).

As Palavras do Mestre Jesus sempre impressionam o nosso coração, mas tem algo que impressiona a nós e ao próprio Jesus: é a fé do coração, é a fé da confiança, mesmo quando encontramos todas as barreiras, dificuldades ou pareça impossível.
Olho para essa mãe aflita, ela não vai buscar nada para si, aliás, é muito difícil uma mãe que busca algo para si. As mães vivem em função dos seus filhos, e uma mãe como essa, toda aflita, porque tinha uma filha tomada por um espírito impuro, ouviu falar de Jesus e entendeu que Ele era a luz, a cura e a resposta para a situação da sua filha.
Sei que nossas mães não só ouviram falar de Jesus, sei que nossas mães escutam a Jesus, mas eu digo às mães: não deixem de ouvir Jesus, não deixem de implorar a Jesus, não deixem de trazer Jesus para perto dos seus filhos, sobretudo, para tirar os espíritos impuros que estão agindo, perdendo e pervertendo nossos filhos sem que, muitas vezes, tomemos consciência dessa ação.

É para ter cuidado, coragem e fé, é para não se deixar perder e ser tomado pelos espíritos impuros

Quando a mãe e o pai colocam o celular na mão de um filho, tem que cuidar; quando um filho fica muito tempo na frente de um computador, de uma televisão… Quando os filhos vão para a escola – desculpe, não é para você ficar alardeada e tensa – , e sim para cuidar, pois vivemos num mundo cheio de impurezas.
Nunca vimos tantas crianças e adolescentes com sentimentos de depressão; nunca vimos tantos adolescentes querendo tirar a própria vida como nos tempos em que vivemos, onde existe toda uma ação do mal agindo em nosso meio.
Não é para ter medo, mas é para ter cuidado, coragem e fé, é para não se deixar perder e ser tomado por esses espíritos impuros, mas uma vez que eles estão aí, é preciso ter a ousadia que essa mãe teve.
Jesus estava cuidando, primeiro, da sua casa, que era a casa de Israel, e ela foi atrás de Jesus e disse: “Jesus, é só o Senhor que pode fazer pela minha filha”. Jesus se surpreende, Ele estava falando primeiro com a sua casa, a casa de Israel: “Não fica bem tirar o pão dos filhos para dar aos cães”, era a forma carinhosa que os judeus tratavam os pagãos, aqueles que não faziam parte da sua nação.
Que resposta de fé: “É verdade, Senhor; mas os cães comem as migalhas que caem da mesa dos filhos. Eu quero as migalhas, mas cuide, por favor, pois a minha filha precisa de você”.
Nossos filhos precisam de Jesus mais do que de um celular ou computadores, mais do que isso e aquilo. É claro, precisam de amor, da presença paterna, precisam de alimento… Mas eles precisam de Jesus.
Supliquemos a presença de Jesus, como essa mãe que foi atordoar o coração do Mestre até que Ele se voltasse e tirasse aquele demônio terrível que tomava conta do coração da sua filha. Imploremos que Jesus tire dos nossos filhos todos os demônios, espíritos impuros e maldosos que, muitas vezes, agem em nossas casas e famílias.
Voltemo-nos para Jesus, porque só Ele é o nosso Salvador!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 11/02/2021

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, inspira-nos a ajudar Francisco, procurando os irmãos distantes. Para isto, enche-nos de entusiasmo pelo Reino de Amor (que sabemos, está dentro de nós!) e de sabedoria, para anunciá-lo aos companheiros de caminhada por esta terra abençoada que nos emprestas para ser cuidada e partilhada. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/02/2019

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, inspira-nos a seguir o nosso querido Francisco, procurando os irmãos distantes. Para isto, enche-nos de entusiasmo pelo Reino de Amor (que sabemos, está dentro de nós!) e nos dá sabedoria e humildade para anunciá-lo aos companheiros de caminhada por esta terra abençoada que nos emprestas para ser cuidada e partilhada. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 11/02/2021