domingo, 12 de janeiro de 2014

LITURGIA DIÁRIA - O Domingo – Crianças

Este é meu Filho amado!

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 12/01/2014

12 de Janeiro de 2014

ANO A


Mt 3,13-17

Comentário do Evangelho

Jesus é batizado por João

À notícia do Batismo de Jesus no evangelho de Marcos (Mc 1,9-11), Mateus acrescenta um diálogo entre João Batista e Jesus, cujo objetivo é afirmar que Jesus é maior que João Batista. A finalidade da perícope do Batismo de Jesus é, desde o início do relato evangélico, afirmar a identidade e a missão de Jesus.
O trecho do livro do profeta Isaías proposto para este domingo é parte de um dos cânticos do servo sofredor. Lembre-se de que no texto de Isaías por ele mesmo o servo é todo o povo de Israel. A releitura cristã dos “cânticos do servo sofredor” transformará esse personagem coletivo num indivíduo: o servo, por excelência, é Jesus, o Cristo. No trecho que nos é proposto, trata-se, fundamentalmente, da eleição e da missão do servo do Senhor. Israel é escolhido por Deus. O texto pode ser dividido em duas partes: vv. 1-4, apresentação do servo por parte de Deus, e vv. 6-7, diálogo do Senhor com o servo, no qual se explica a sua eleição e a sua missão. Como no texto do evangelho que cita, transformando o texto de Isaías (42,1; Mt 3,17), é Deus quem apresenta o seu servo. A missão do servo é escolha de Deus. O sustento do servo na realização de sua missão é o Espírito. A missão do servo (Is 42,6-7) tem uma dupla característica: é mediador da Aliança e libertador dos cativos. Desde o Antigo Testamento, essas duas realidades estão intrinsecamente relacionadas: o Deus que faz Aliança com o seu povo, é o Deus que o libertou do país da escravidão para a vida (cf. Ex 20,1; Dt 5,6).
Por que Jesus, segundo o nosso texto, se submeteu ao Batismo de João (cf. Mt 3,15)? O Batismo de João era para a conversão, o arrependimento, o perdão dos pecados (cf. Mt 3,1). Jesus não tinha pecado (cf. Hb 4,15), embora tenha sido tentado. A resposta só pode ser esta: para ser solidário com a nossa humanidade pecadora. É por essa razão que o autor da carta aos Hebreus pode afirmar que ele se compadece de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado, sem sucumbir (cf. Hb 4,15). O gênero literário da cena do Batismo é “visão interpretativa”: a voz celeste interpreta a katabasis (descida) do Espírito. Os céus se abrem para que desçam sobre a terra as realidades celestes (cf. Is 63,19 ou 64,1), em nosso caso o Espírito que reveste Jesus com o seu poder para a missão que ele recebe do Pai. A voz serve, ainda, para declarar a identidade de Jesus: é o Filho em quem o Pai habita.
Carlos Alberto Contieri, sj
ORAÇÃO
Pai, pelo batismo, teu Filho Jesus foi investido da missão de salvador solidário com os pecadores. Torna-me digno dele, acolhendo-o como meu Salvador.

Recadinho


Você sabe quando foi batizado? - Que lugar ocupa o Espírito Santo em sua vida? - Sua presença manifesta a ação do Espírito Santo que age em você? - Na vivência da fé, que lugar ocupa a humildade em sua vida? - Cite alguns gestos seus que demonstram publicamente sua fé.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R

Comentário do Evangelho

SOLIDÁRIO COM OS PECADORES

Quando Jesus se apresentou para ser batizado, João não só recusou-se a atendê-lo, como tentou dissuadi-lo, por reconhecer nele o Messias esperado. Daí sua exclamação: “Sou eu que devo ser batizado por ti, e tu vens a mim?”.
João era procurado por toda sorte de pecadores, em busca do batismo purificador, de modo a se prepararem para a chegada do Messias. Arrependidos, e esperançosos de serem acolhidos por ele, uma verdadeira multidão ia até o Batista, de todas as partes. Este impunha-lhes duras exigências de conversão. Por isso, ficou confuso ao se deparar com Jesus, para quem seu batismo não teria nenhuma utilidade.
O batismo do Messias teve a finalidade de mostrar publicamente sua solidariedade com a humanidade pecadora que viera salvar. Desde o início do seu ministério, Jesus, na qualidade de Filho dileto de Deus, colocou-se junto do povo, destinatário privilegiado de seu envio por parte do Pai. Sua presença no mundo justificava-se pela preocupação divina de reconduzir toda a humanidade à comunhão com Deus. Logo, quanto mais afastado de Deus estivesse o pecador, tanto mais Jesus estaria interessado por ele.
Daí ter recordado a João ser necessário “cumprir toda a justiça”. Esta expressão referia-se ao desígnio salvador de Deus para toda a humanidade. Desígnio do qual tanto Jesus quanto João Batista eram mediação. Naquele momento, competia a João revelar o rosto solidário do Messias Jesus.
Oração
Pai, pelo batismo, teu Filho Jesus foi investido da missão de salvador solidário com os pecadores. Torna-me digno dele, acolhendo-o como meu Salvador.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que, sendo Cristo batizado no Jordão e pairando sobre ele o Espírito Santo, o declarastes solenemente vosso Filho, concedei aos vossos filhos adotivos, renascidos da água e do Espírito Santo, perseverar constantemente em vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

REFLEXÕES DE HOJE


12 de JANEIRO - DOMINGO

Liturgia comentada

Os céus se abriram... (Mt 3,13-17)
Desde os tempos do último profeta, Deus se mantinha calado. Cerca de 150 anos do silêncio de Deus. Mal-estar ou expectativa? Ruptura ou preparação? O Senhor se cansara de falar a um povo de dura cerviz, que se recusava a dobrar a coluna cervical e obedecer à voz do Sinai?
Não creio. Em lugar de um “deus emburrado” que volte as costas ao seu povo bem-amado, prefiro pensar em um tempo de silêncio – um longo Advento de século e meio! - que prepara a irrupção impensável do Filho de Deus encarnado, nascido de Mulher, assim como todo o corpo da orquestra faz absoluto silêncio, atento ao maestro, antes de abrir os primeiros acordes da nova sinfonia.
Céus fechados fazem pensar em in-comunicação, mas podem significar outra coisa: a reverente expectativa diante das cortinas que ainda não permitem ver o cenário da ação dramática. Céus abertos, sem dúvida, indicam que o drama já começou. O Filho de Deus está entre nós e já se dispõe a iniciar sua missão salvífica.
Qual será a chave poderosa capaz de abrir aos homens sedentos as fontes da salvação. Qual será a “isca” irrecusável que leva o Pai a se debruçar de novo sobre a terra dos homens? Sem dúvida, o Filho bem-amado. Ou melhor, a obediência plena e sem reservas do Filho, objeto das preferências e dos agrados do Pai.
Ao entrar no mundo, o Filho obedece a um anseio profundo do Pai, que quer a salvação de todos os homens: “Pai, tu não quiseste sacrifícios nem oblações, mas me formaste um corpo. Holocaustos e sacrifícios não te agradam. Então, eu disse: ‘Eis que venho, ó Pai, para fazer a tua vontade’”. (Cf. Hb 10,5-7.)
Tendo o Jordão como pano de fundo, o Pai contempla o Filho em sua humanidade, mergulhado nas águas do rio. Misturado aos pecadores, o Salvador atesta sua total solidariedade com aqueles a quem deve salvar. Natural, o Pai sorri diante desse misto de obediência filial e de compromisso com os homens e mulheres da mesma raça à qual seu Filho aceitou aderir em tudo, exceto o pecado.
De agora em diante, os céus jamais voltarão a se fechar, pois Jesus Cristo – como bradamos em cada Eucaristia – está no meio de nós.
Orai sem cessar: “Senhor, a vossa bondade chega até os céus!” (Sl 36,6)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br

12 de janeiro – BATISMO DO SENHOR

ESTE É O MEU FILHO AMADO, EM QUEM ME COMPRAZO

I. INTRODUÇÃO GERAL

A profecia de Isaías sobre o Servo de Deus é prefiguração da vida de Jesus, o Servo por excelência, totalmente consagrado a Deus para salvar o gênero humano. O evangelho substitui a expressão “meu servo”, da primeira leitura, pela proclamação “meu Filho amado” para indicar a natureza divina de Cristo. O Pai e o Espírito Santo garantem a identidade de Jesus como Filho de Deus e o apresentam aos seres humanos, destinatários da salvação. As palavras de Pedro, no discurso a Cornélio, fazem eco às palavras de Isaías e às do evangelho: Jesus foi ungido por Deus com o Espírito Santo (At 10,38). Em todos os textos bíblicos da liturgia de hoje se afirma que Jesus é totalmente guiado pelo Espírito Santo no cumprimento de sua missão.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Mt 3,13-17): O Espírito de Deus veio sobre ele
Jesus é o Messias, Filho de Deus. João Batista é seu precursor. Da mesma forma, o batismo praticado por João é uma prefiguração do batismo cristão. O batismo de João convocava para o arrependimento e para a conversão. Jesus, sendo justo, não precisava ser batizado por João. No entanto, quis cumprir toda a justiça, ou seja, quis realizar integralmente a vontade do Pai: elevar o ser humano pecador à filiação divina. Com o mergulho nas águas do rio Jordão, o Filho de Deus solidarizou-se com a humanidade pecadora para resgatá-la do pecado e elevá-la à condição de filha de Deus. Em sentido inverso, cada batizado solidariza-se com a vida de Jesus e deve seguir o mesmo caminho de entrega total por amor. Uma entrega de si mesmo, que é o reflexo da entrega do Pai à humanidade para salvá-la do pecado, do egoísmo e do desamor. Na vivência do batismo se realiza a vocação humana do amor a Deus e do amor ao próximo.

2. I leitura (Is 42,1-4.6-7): Sobre ele está o meu Espírito
O Servo de Deus, nesse texto de Isaías, é uma personificação de Israel, cuja missão era levar para as nações a justiça e o direito. Isso significa que o povo de Israel estava destinado a exteriorizar a justiça e o direito entesourados nas Sagradas Escrituras e fazer deles um patrimônio das demais nações da terra. Essa missão deveria ser realizada sem a utilização do poder tirânico, comum aos grandes impérios mundiais; a influência de Israel sobre as nações deveria libertá-las da cegueira espiritual e das trevas da idolatria. O Espírito de Deus, agindo no Servo (Israel), possibilitaria a efetivação dessa missão – ou seja, a transmissão das Sagradas Escrituras, até que estas fossem postas em prática por todas as nações. As Sagradas Escrituras seriam o caminho para que os povos chegassem até Deus.
A releitura cristã desse texto bíblico viu em Jesus o pleno cumprimento da vocação de Israel.

3. II leitura (At 10,34-38): Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder
Pedro começou seu discurso na casa de Cornélio (primeiro gentio convertido à fé cristã) reconhecendo as intervenções divinas que o levaram a entender claramente como a salvação foi destinada a todos os povos.
Pedro deu-se conta de que Deus não faz distinção de pessoas. Esse foi um grande passo na compreensão humana da revelação divina. Que Deus ama todas as pessoas e deseja ser adorado por todas as gentes já estava claro para os seguidores de Jesus. Mas até aquele momento se pensava que, se um gentio quisesse seguir Jesus, deveria primeiramente converter-se ao judaísmo para depois ter acesso à salvação. O discurso na casa de Cornélio mostra que Pedro chegou à conclusão de que a mensagem e obra de Jesus estão destinadas a todos, sem exceção. Digna de destaque é a afirmação de que Deus ungiu Jesus “com o Espírito Santo e com poder”: isso significa a chegada do Reino de fraternidade e paz a todos os povos. Os milagres e exorcismos realizados sob a unção do Espírito do Cristo ressuscitado são sinais que atestam a instauração desse Reino na história.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

O foco da homilia deve ser a vida cristã sob a ação do Espírito Santo, que nos faz filhos e filhas de Deus. Jesus disse a João: “Convém que cumpramos toda justiça” (Mt 3,15). No sentido bíblico, “justiça” significa “ajustar-se à vontade de Deus”. A justiça que Jesus deseja é o cumprimento perfeito da vontade do Pai. A condição indispensável ao cristão para viver o batismo é deixar-se conduzir pelo Espírito Santo, buscando em tudo a vontade de Deus. A vivência do batismo cristão se efetiva principalmente na luta pela implantação da fraternidade universal, em que todos são filhos do mesmo Pai. Mas a luta do cristão será baseada na não violência: sem “esmagar a cana quebrada” nem “apagar a mecha que ainda fumega” (Is 42,3). Essa luta se dará pela proclamação das exigências de implantação da justiça e do direito. Agindo assim, o cristão estará ajustado à missão do Filho muito amado no qual o Pai se compraz.

Aíla Luzia Pinheiro Andrade
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do
livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail: aylanj@gmail.com.
12 de janeiro – Batismo do Senhor
O NOSSO COMPROMISSO BATISMAL

Com a celebração do Batismo do Senhor, concluímos o tempo do Natal e passamos ao tempo litúrgico comum. Tempo que vai nos revelar a missão de Jesus e o chamado feito a cada um de nós no dia do nosso batismo: sermos anunciadores da boa-nova do Reino.
O batismo de João era de arrependimento e conversão; por isso, Jesus não precisaria ter sido batizado, visto que nele não havia pecado algum. Mas o Senhor busca o batismo e se solidariza com o povo, une-se com quem precisa ser salvo. Jesus quis, desde o início da sua missão, pôr-se ao lado dos pecadores, pobres, marginalizados, rejeitados… Fez-se um deles, aceitou a condição deles, para percorrer com eles o caminho rumo à liberdade. De que modo se comporta, em nossos dias, a nossa comunidade? Manifesta solidariedade com os que na vida erraram ou, em vez disso, julga-os, condena-os, falando mal deles?
O Espírito Santo se manifesta sobre Jesus quando este é batizado por João. Ao mesmo tempo, Jesus é revelado como Filho amado do Pai. Também nós, ao sermos submetidos à infusão da água batismal em nome da Trindade, recebemos o Espírito e fomos proclamados filhos e filhas amados do Pai. O Espírito é a força que nos prepara e impulsiona para a missão. E esta requer que nos despojemos de privilégios pessoais e de toda mentalidade exclusivista a fim de estarmos livres para mergulhar no mundo em que vivemos e ir ao encontro das irmãs e irmãos necessitados da nossa dedicação e acolhida.
O batismo nos põe diante da grandeza de nossa vocação cristã. A exemplo de Jesus, o cristão é convidado a viver sob a inspiração do Espírito Santo, fazendo de sua vida um anúncio da caridade e da reconciliação. Assim, somos chamados a sair de nossa casa, de nosso lugar seguro e de nosso comodismo para assumir, na comunidade, a missão que o Senhor nos deu.
Mas nem sempre estamos à altura dessa missão. De fato, se todo cristão batizado fosse realmente participante da missão de Jesus, não haveria, na comunidade e na sociedade, pessoas marginalizadas, abandonadas, pobres, carentes de amor. Essa é uma preocupação que merece atenção e cuidado.
Senhor, fazei-nos compreender nosso batismo como engajamento na missão de Jesus, vosso Filho, enviado para trazer a salvação à humanidade.
Pe. Gilbert Mika Alemick, ssp
12 de janeiro: Batismo do Senhor
BATIZADOS PARA A MISSÃO

Jesus dirige-se da Galileia para o rio Jordão, indo ao encontro de João Batista para ser batizado por ele. Une-se ao povo que vai até João em busca do batismo. Antes mesmo de ser batizado, Jesus já se põe ao lado do povo.
Como batizado, Jesus deve “cumprir toda a justiça”. O tema da justiça perpassa o Evangelho de Mateus. Nas periferias do império opressor e no meio do povo, Jesus mostra a que veio. A ação salvífica de Deus está sendo concretizada nas ações do seu Filho.
Do céu, o Espírito de Deus desce sobre Jesus e o unge para a missão. O Espírito é a manifestação do amor do Pai presente na pessoa de Jesus e de todos os que seguem seus passos e assumem o compromisso de dar continuidade ao seu projeto. A pessoa de Jesus e de seus seguidores é o ninho onde o Espírito quer pousar e estabelecer morada.
No batismo, Jesus é proclamado publicamente “Filho amado de Deus”. Deus estabelece comunicação direta entre o céu (esfera divina) e a terra (esfera humana) e nos fala abertamente a respeito de quem é Jesus. Por meio de seu Filho, Deus refaz a aliança com toda a humanidade.
Em geral, logo que um filho nasce, uma das primeiras preocupações dos pais católicos é levá-lo ao batismo. E aqui cabe uma pergunta: qual o sentido de levar os filhos para ser batizados? Não é para livrá-los de alguma doença, imunizá-los das dificuldades e problemas do mundo ou deixá-los calmos e dóceis diante dos pais e da sociedade. No batismo, somos ungidos com o mesmo Espírito que ungiu Jesus e nos tornamos membros da Igreja e discípulos missionários de Cristo. Com o batismo, somos proclamados publicamente “filhos amados e queridos de Deus” e convidados a viver a honestidade e a justiça do reino. O teólogo Schillebeeckx dizia que a “luz de Deus só pode queimar sobre a terra com o azeite de nossa vida. Sobretudo com o azeite do amor e da justiça”.
Pe. Nilo Luza, ssp





HOMILIA
O BATISMO DE JESUS Mt 3,13-17

Hoje a igreja celebra o Batismo de Jesus, e alguns aspectos são marcantes para a nossa reflexão. Em primeiro lugar, precisamos ter uma boa idéia do que seja o Batismo. O Evangelho deste dia apresenta o encontro entre Jesus e João Batista nas margens do Rio Jordão. Na circunstância, Jesus foi batizado por João. O Batismo de Jesus por João Batista é o ato inaugural do ministério de Jesus. Pode-se dizer que seja a Epifania histórica do Senhor. Atraído pela mensagem de João Batista, Jesus abandona sua rotina de vida em Nazaré da Galiléia, procura o Batismo de João na região do além Jordão e começa a formar seu próprio discipulado para, a seguir, iniciar seu próprio ministério, assumindo elementos do anúncio de João Batista.
O que significa para nós o Batismo? É para nós o primeiro dos Sacramentos da nossa igreja católica. Ao pé da letra, batismo significa imersão. Na simbologia da nossa igreja, o batismo é o ato que nos transforma de criaturas em filhos de Deus. Por tradição, é feito quando ainda somos bebês de colo, já que se temia que as crianças morressem antes de serem batizadas e não fossem consideradas filhas de Deus, e conseqüentemente não irem para o céu. Quando já estamos mais crescidos, "conscientes" dos nossos atos, recebemos o Sacramento da Confirmação (ou Crisma), no qual afirmamos ter plena consciência da nossa filiação divina, bem como da nossa responsabilidade advinda dessa filiação.
Na época de Jesus, o Batismo era realizado na idade adulta, e significava algo que eu gostaria que cada um de nós parasse um pouco para refletir: a purificação dos pecados. Lembre-se que as pessoas iam a João Batista para se confessar e receber o batismo. Senão vejamos: A pessoa confessava os pecados, e se dirigia para o Rio Jordão, onde era mergulhada por João Batista. Era como se fosse um renascimento! Observe: O mergulho lava a sujeira física, e leva a pessoa de volta ao ventre da mãe, que é o lugar onde ninguém tinha pecado. Da mesma forma que nascemos sem pecado, ao renascermos pelo Batismo, também nascemos limpos de qualquer pecado, e preparados para uma vida nova! Então temos direito a entrar no Reino do Céu.
Por que Jesus foi se batizar? Ele não tinha nenhum pecado! Já era o Filho de Deus! Ele foi se batizar para nos dar o exemplo! Se até Ele se fez humilde a ponto de se colocar na fila dos pecadores, quem somos nós para nos acharmos perfeitos? Ao ser batizado, Jesus começou uma nova etapa da sua vida, e Ele parou de dizer que ainda não era a sua hora. A partir do Batismo, Jesus começou a sua peregrinação pela Palestina, para anunciar a chegada do Reino dos Céus.
O episódio do batismo de Jesus coloca-nos frente a frente com um Deus que aceitou identificar-se com o homem, partilhar a sua humanidade e fragilidade, a fim de oferecer ao homem um caminho de liberdade e de vida plena. Eu, filho deste Deus, aceito ir ao encontro dos meus irmãos mais desfavorecidos e estender-lhes a mão? Partilho a sorte dos pobres, dos sofredores, dos injustiçados, sofro na alma as suas dores, aceito identificar-me com eles e participar dos seus sofrimentos, a fim de melhor os ajudar a conquistar a liberdade e a vida plena? Não tenho medo de me sujar ao lado dos pecadores, dos marginalizados, se isso contribuir para promovê-los e para lhes dar mais dignidade e mais esperança?
No batismo, Jesus tomou consciência da sua missão, recebeu o Espírito e partiu em viagem pelos caminhos poeirentos da Palestina, a testemunhar o projeto libertador do Pai. Eu, que no batismo aderi a Jesus e recebi o Espírito que me capacitou para a missão, tenho sido uma testemunha séria e comprometida desse programa em que Jesus se empenhou e pelo qual ele deu a vida? Renovemos o nosso Batismo!
Pai, ensina-me a cumprir toda a justiça, a exemplo de Jesus, fazendo-me solidário com quem se afastou de ti e precisa novamente encontrar-te.
Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

A Voz do Pastor
Batismo do Senhor
Domingo 12/01/2014
Canal do Youtube: arqrio




Batismo de Jesus

Liturgia de 12.01.2014

Canal do Youtube: Dermeval Neves




HOMÍLIA DIÁRIA
O batismo nos dá a graça de sermos discípulos do Senhor
A unção que recebemos no batismo é a graça de sermos marcados para sempre como propriedade de Deus, como pertencentes a Ele.
”Depois de ser batizado, Jesus saiu logo da água. Então o céu se abriu e Jesus viu o Espírito de Deus, descendo como pomba e vindo pousar sobre ele”(Mt 3,16).
Nós hoje celebramos a festa do batismo de Jesus, Nosso Senhor e Mestre foi submisso ao batismo de João, mesmo ele [João] se negando a batizá-Lo, Jesus disse: ”Que a justiça se cumpra, que assim seja feito!” E Ele deixa-se batizar por João, para nos ensinar que todos nós temos que passar pelo batismo, pelo novo nascimento. Quem nasce da carne é carne, quem nasce do Espírito é do Espírito!
Todos nós hoje somos convidados a refletir sobre o nosso batismo, sobre esta graça primeira que nós recebemos de Deus. A maioria de nós éramos ainda crianças quando fomos lavados nas águas batismais. Se você tem a graça de ir à  igreja onde você foi batizado um dia, além de ir ao Sacrário; diante do crucifixo, da imagem de Nossa Senhora, procure o batistério desta igreja, procure a pia batismal, o lugar onde você nasceu para Deus.
Que lugar sagrado, que lugar abençoado! É o seu “Rio Jordão”, é o lugar onde o Espírito se manifestou pela sua vida. Mas hoje indo à igreja, à capela do local onde você mora, procure saber onde está a pia batismal; ali nascem os filhos de Deus, ali nós nascemos para sermos todos de Deus.
E o que o batismo faz em nossa vida? Ele nos configura a Cristo Jesus, nos torna, por adoção, filhos de Deus, o batismo nos dá a graça da unção. A unção que recebemos no batismo é a graça de sermos marcados para sempre como propriedade de Deus, como pertencentes a Ele.
Todos nós temos no nosso peito aquele óleo do crisma infuso em nós, a marca que levaremos para a eternidade, a marca que imprime em nosso ser o caráter e a graça de sermos de Deus. O batismo nos dá a graça de sermos discípulos do Senhor, seguidores d’Ele. Ele mesmo disse: ”Ide pelo mundo, batizai-os e tornai-os meus discípulos”.
Uma vez que somos batizados nós pertencemos à escola de Jesus. Como seria bom se os pais e os padrinhos levassem o batismo mais a sério; se entendessem que batismo é compromisso de educar na fé, ensinar na fé, de querer acima de tudo viver como filho de Deus.
Como seria bom se escolhêssemos melhor os padrinhos para batizar nossas crianças, que fossem realmente homens e mulheres comprometidos com a fé, com o seguimento de Jesus! Como seria bom se nós refletíssemos a cada dia sobre o que o batismo significa em nossa vida. Jesus saindo da água ou melhor das águas do Rio Jordão, viu o Espírito pairar sobre Ele e uma voz do céu dizendo: ”Este é meu Filho amado!”
Todo batizado é templo da Santíssima Trindade, o Espírito, que está em nós, nos mostra Jesus, e o Pai  olha para a nossa vida e nos diz: ”Este é meu filho amado!” Que nós sejamos, pelo nosso batismo, filhos muito amados no Pai do Céu!
Deus abençoe você!


Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.Facebook Twitter
LEITURA ORANTE

Mt 3,13-17 - Batismo de Jesus



Saudação
- A nós, a paz de Deus, nosso Pai, a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

Preparo-me para a Leitura, rezando:
Jesus Mestre, ficai conosco,
aqui reunidos (pela grande rede da internet),
para melhor meditar e comungar com a vossa Palavra.

Oferecimento do dia  
Adoro-vos, meu Deus, amo-vos de todo o meu coração.
Agradeço-vos porque me criastes, me fizestes cristão, me conservastes a vida e a saúde.
Ofereço-vos o meu dia: que todas as minhas ações correspondam à vossa vontade.
E que faça tudo para a vossa glória e a paz das pessoas.
Livrai-me do pecado, do perigo e de todo o mal.
Que a vossa graça, benção, luz e presença permaneçam sempre comigo
e com todos aqueles que eu amo. Amém.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto na Bíblia: Mt 3,13-17
Naqueles dias, Jesus foi da Galiléia até o rio Jordão a fim de ser batizado por João Batista. Mas João tentou convencê-lo a mudar de idéia, dizendo assim:
- Eu é que preciso ser batizado por você, e você está querendo que eu o batize?
Mas Jesus respondeu:
- Deixe que seja assim agora, pois é dessa maneira que faremos tudo o que Deus quer.
E João concordou.
Logo que foi batizado, Jesus saiu da água. O céu se abriu, e Jesus viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e pousar sobre ele. E do céu veio uma voz, que disse:
- Este é o meu Filho querido, que me dá muita alegria!

O batismo de Jesus é considerado a segunda epifania ou manifestação. A primeira foi ao magos. No batismo, Jesus se integra à comunidade cristã e aos judeus presentes. Naquela cerimônia, o que era sinal de arrependimento para o povo, para ele é sinal de justiça. E justiça, na Bíblia, significa, amor de Deus para todos. Para todos! Assim, ungido, Jesus declara sua missão.
Quando Jesus saiu da água, aconteceu a manifestação da Santíssima Trindade: "viu o Espírito de Deus" e ouviu o testemunho amoroso do Pai: "Este é o meu Filho querido".
No Batismo de cada cristão ouve-se também esta proclamação: "Eu te batizo em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo".

2. Meditação (Caminho) 
O que o texto diz para mim, hoje?
O nosso batismo deriva do  batismo de Cristo. Ser batizado é ser enxertado em Cristo, é aceitar a justiça e os desafios provenientes do anúncio do Evangelho. Ser imerso na água do batismo é aceitar morrer ao pecado.  Disseram os bispos, em Aparecida: "Ao receber a fé e o batismo, os cristãos acolhem a ação do Espírito Santo que leva a confessar a Jesus como Filho de Deus e a chamar Deus “Abba”(Paizinho!). Como todos os batizados e batizadas da América Latina e do Caribe “através do sacerdócio comum do Povo de Deus”, somos chamados a viver e a transmitir a comunhão com a Trindade, pois “a evangelização é um chamado à participação da comunhão trinitária” (DAp 157).

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Renovo o meu Batismo, renovando a minha fé e meu compromisso cristão.
Creio em Deus-Pai, todo poderoso,
criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo seu único filho, Nosso Senhor,
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria
Padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu a mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai, todo poderoso,
de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na Santa Igreja Católica,
na comunhão dos Santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne,
na vida eterna.
Amém.

4.Contemplação (Vida e Missão) 
 Qual meu novo olhar a partir da Palavra?

Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou viver a minha vida c
ristã coerente com meus compromissos do meu batismo, em contínua conversão e dando testemunho de minha fé.

nção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Irmã Patrícia Silva, fsp