ANO C
Mt 23,23-26
Comentário do
Evangelho
A lei visa proteger a vida e a liberdade Povo de
Deus.
O objeto da crítica de Jesus aos escribas e
fariseus é a hipocrisia deles.
Hipócrita é a palavra para dizer do ator de
teatro que representa uma peça. A hipocrisia dos escribas e fariseus consiste,
no que se refere à Lei de Moisés, na
dissociação entre dizer e fazer (v. 23).
A Lei é expressão do amor de Deus por seu povo e
visa proteger a vida e a liberdade dos membros do Povo de Deus. É inadmissível
um modo de praticar a Lei que prescinda da misericórdia e do amor – é
distanciar-se do espírito da Lei (cf. vv. 23-24). A prática obsessiva da Lei de
Deus cega e fecha o coração para a necessidade dos outros. Nós sabemos, pelas
controvérsias galileanas de Marcos (2,1-3,6), com suas paralelas em Mateus, o
quanto a misericórdia esteve ausente dos adversários de Jesus: “No dia de
sábado, é permitido fazer o bem ou o mal, salvar uma vida ou perdê-la?” (Mc
3,4). O amor, a fidelidade, a misericórdia precedem e têm precedência sobre
tudo.
O interior, a “pureza de coração” (cf. Mt 5,8; Mc
7,20-23), é mais importante que o exterior, a aparência (vv. 25-26). O que
importa é uma verdadeira purificação interior, uma verdadeira e profunda
conversão.
Fonte: Paulinas em 27/08/2013
Vivendo a Palavra
A reiterada condenação de Jesus ao jeito de viver
dos fariseus e doutores da Lei tem sua razão de ser: pelos séculos afora
existem sempre os que mascaram sua omissão dos deveres essenciais da justiça e
da fraternidade, cumprindo as minúcias da Lei – sem dúvida importantes, mas não
suficientes. Jesus mostrou que o Espírito dos Mandamentos é o Amor.
VIVENDO A PALAVRA
A reiterada condenação de Jesus ao jeito de
viver dos hipócritas (no texto, os fariseus e doutores da Lei) tem sua razão de
ser: pelos séculos afora existem sempre os que mascaram sua omissão no
cumprimento dos deveres essenciais da justiça e da fraternidade, seguindo as
minúcias aparentes da Lei – sem dúvida necessárias, mas não suficientes. Jesus
mostrou que o Espírito dos mandamentos é o Amor.
Reflexão
O Evangelho de hoje é a continuação do de ontem,
de modo que a nossa reflexão também é uma continuidade da de ontem. Um dos
meios através dos quais tornamos a nossa religião superficial e unilateral é o
formalismo religioso, que faz com que sejamos capazes de cumprir até mesmo os
menores preceitos, mas tiram da nossa vida o mais importante que são os
ensinamentos fundamentais para a nossa vida como a justiça, a misericórdia e a
fidelidade. Ser verdadeiramente cristão significa ser capaz de viver os valores
do Reino e não simplesmente o cumprimento de rituais e a capacidade de falar
coisas bonitas e poéticas a respeito de Deus.
Reflexão
Tem
sequência o ataque de Jesus contra o comportamento dos doutores da Lei e
fariseus. Praticam muitos pormenores da Lei, ao passo que se descuidam do que
há de mais importante: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. São qualidades
relativas aos outros e a Deus; por elas é que se deve pautar a vida dos
cristãos. Fidelidade filial e cordial a Deus, que deseja de nós a justiça e a
misericórdia para com o próximo. Deus é Pai e quer que todos os seus filhos e
filhas se ajudem entre si. Essa é a prática que agrada a Deus. Da limpeza
exterior de objetos, Jesus orienta o discurso para a limpeza interior, já que
por dentro “estão cheios de roubo e cobiça”. A purificação deve começar dentro
das intenções. “Felizes os puros no coração, porque verão a Deus” (Mt
5,8).
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
Quem se preocupa com coisas insignificantes, se
esquecendo dos grandes problemas que nos envolvem, alerta Jesus. Cite algum
exemplo concreto.
- Ai de quem cuida de coisas exteriores
secundárias e se esquece do que vai no íntimo de seu coração, alerta novamente
Jesus. Cite algum exemplo. - Sinto-me feliz? Por quê? - Seria porque sou
coerente em meu modo de viver? - Jesus quer nos levar a pensar na grande
distância que existe entre a realidade interior e a aparência. É o tal do
“parece mas não é!”
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Meditando o evangelho
AS COISAS NECESSÁRIAS
Os escribas e fariseus enganavam-se quando se preocupavam com coisas
secundárias, descuidando-se das coisas fundamentais. Mostravam-se escrupulosos
no pagamento do dízimo, não omitindo nem mesmo o das ervinhas cultivadas no
fundo do quintal, ao invés de se destacarem na prática da justiça, da
misericórdia e da fidelidade.
Nesta mesma linha, procuravam ser exemplares no cumprimento da pureza
ritual. Lavavam pratos e copos, com todo cuidado, ao passo que seu interior
estava cheio de maldades. A impureza deles, portanto, não vinha de fora para
dentro, mas de dentro para fora, e precisava ser combatida na sua raiz. A
comunidade cristã não podia cair na armadilha farisaica e perder tempo com
picuinhas, olvidando os pontos fundamentais do ensinamento de Jesus. Ponto de
honra para ela seria a prática da misericórdia, mormente em relação aos mais
fracos e pequeninos; a prática da justiça, em conformidade com as exigências do
Reino; a contínua busca da fidelidade a Deus e ao seu projeto. Só assim os
discípulos se tornariam modelo para quem, com sinceridade, estivesse buscando a
Deus. O Reino se funda em coisas essenciais, que são, efetivamente, uma estrada
para Deus.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE –
e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Senhor Jesus, faze-me buscar sempre o que é essencial e pode conduzir-me
ao Pai.
Observando o outro, não nos observamos, e no
desejo de passar uma imagem que impressiona, não cuidamos do principal: o nosso
interior! Preocupados com a nossa estampa, não regamos a
sementinha do amor, que Deus plantou no mais profundo do nosso ser!
O nosso tempo de vida terrena é curto, por isso
não podemos perder tempo com pormenores que nada nos acrescenta, que só nos
impede de viver as alegrias da fé, da fé que nos dá a certeza de que
nunca estamos sós, de que existe uma força maior que não nos deixa
esmorecer diante às adversidades da vida!
Em todos os seus ensinamentos, Jesus sempre deixou
claro que a vida deve estar em primeiro lugar e que a lei que deve nos
reger é a Lei do amor!
O evangelho que a liturgia de hoje nos apresenta,
chama a nossa atenção para o essencial da vida, a prática do amor que passa
pela justiça. Jesus é muito claro, Ele condena a hipocrisia daqueles
que deveriam cuidar da vida, fazendo um lamento diante dos líderes que impunham
pesados fardos sobre os ombros do povo, se isentando de quaisquer responsabilidades
com eles.
Jesus critica a postura dos mestres da lei e
fariseus, que tentavam mostrar através das aparências, o que na verdade eles
não eram. Diziam-se cumpridores da lei, quando na verdade, desprezavam o
que é de mais precioso para Deus: a vida humana! “Ai de vós Mestres da lei e
fariseus hipócritas!
Para os fariseus e mestres da lei, religião, era
cumprir preceitos, normas, rituais estéreis, o que aos olhos de Deus não
acrescentavam nada.
Observando rigorosamente os pormenores, eles
deixavam de lado o mais importante: a vida! Atrás de uma aparente pureza,
estava escondida a dureza dos seus corações.
O texto nos convida a refletir sobre a nossa fé e
a nossa vivência religiosa, devemos ser coerentes entre o que falamos e o que
vivemos.
Deus não nos olha externamente, para Ele, não
importa a nossa cor, nossa posição social e nem mesmo a nossa religião, para
Deus, o que importa é o que cultivamos de bom no nosso interior.
É de um coração puro, que brotam as mais belas
atitudes de amor!
De nada adianta os nossos atos externos, se eles
não retratam o que na verdade somos interiormente!
Aos olhos de Deus, a prática exterior só encontra
seu verdadeiro sentido, quando é uma expressão do que realmente se crê e se
vive, do contrário, são práticas vazias que nada significam, pois mostram o
que na verdade não se é, e não se vive!
O que verdadeiramente agrada a Deus é um coração livre
das maldades, das ambições...
Deixemos, pois, que o nosso coração se encha do
amor que liberta, que nos torna sinal da presença de Deus no mundo.
FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia
2 - Ai de vós escribas e fariseus hipócritas! -
José Salviano
Jesus critica severamente os escribas e fariseus
porque eles desprezavam os preceitos mais importantes da lei, que era: a
justiça, a misericórdia, a fidelidade. A hipocrisia dos fariseus e escribas com
relação à religiosidade era algo que eles não conseguiam disfarçar, não
obstante a sua falsa aparência de santos. Eles se fecham para não perder
prestígio e poder, julgando-se justos e perfeitos desprezavam o povo humilde e
excluído da sociedade. Jesus que enxerga além das aparências daqueles falsos
santos denuncia toda a sua falsidade. Por outro lado, Jesus, no estilo
profético, contradisse a religião da Lei que oprime e humilha o povo com suas
inumeráveis observâncias, favorecendo aqueles que subjugavam o povo em nome de
Deus. E estes mandatários ou representantes da elite religiosa procuram manter
as aparências, porém falta o essencial, que é a acolhida da pessoa de Jesus, e
o seu plano de salvação com seu amor misericordioso, libertador e vivificante.
Jesus é duro em suas advertências chegando a
chamar os Fariseus de cegos e de hipócritas que limpam o exterior dos seus
corpos enquanto por dentro continuava sujo de pecados.
Prezados irmãos: Será que Jesus no evangelho de
hoje está dizendo alguma coisa para nós? Será que nós também não lavamos
muito bem o nosso corpo e até passamos perfume e deixamos a nossa alma embaçada
pelo pecado? Ou será que nós procuramos manter uma aparência de santos,
de quem observa todos os mandamentos de Jesus, e tudo mais, porém, na
realidade, não passamos de pecadores maiores que aqueles que ao ver as nossas
aparências de justos se sentem pequeninos em relação a nós?
Irmãos: Não sejamos hipócritas como os Escribas e
Fariseus. Vamos procurar viver o que nós ensinamos, pregamos e aparentamos
ser perante a comunidade cristã! Pois não nos esqueçamos que Deus que vê tudo
vai um dia nos julgar.
Sal
3 - “justiça, a misericórdia e a fidelidade” -
Helena Serpa
Penetrando no coração dos mestres da lei e dos
fariseus, com muita sabedoria Jesus denunciava o que havia de escondido por
debaixo da sua aparente “retidão! Sem nenhuma dúvida ou temor Jesus os chamava
de “hipócritas” por causa da sua incoerência de vida. Da mesma forma como
falava para os mestres da lei e para os fariseus, Ele também poderá dirigir-se
a qualquer um de nós que nos enaltecemos em vista das nossas “boas ações” e nos
nomear de hipócrita. Nós também, como os antigos, podemos estar pagando o
dízimo de todos os nossos proventos e até promovendo o bem comum, no entanto,
ao mesmo tempo, poderemos estar agindo como guias cegos, se as nossas atitudes
não estiverem servindo de suporte para alguém. Se, estivermos praticando o bem
apenas para aparecer e chamar a atenção, damos prova de que estão nos faltando
os ensinamentos mais importantes para a nossa vivência cristã, que são, a
justiça, a misericórdia e a fidelidade. Isto poderá estar acontecendo quando
estivermos aproveitando as ocasiões em que todos tomam conhecimento das nossas
boas obras, ou nossa participação em campanhas que têm como objetivo somente a
nossa promoção pessoal. Por isso, o nosso exterior aparece sem manchas, todavia
o nosso interior está cheio de maldade. Por isso, Jesus nos adverte enquanto é
tempo: “limpa primeiro o copo por dentro, para que também por fora fique
limpo”. Podemos enganar a todos, mas não enganamos a Deus que sonda o nosso
coração e conhece o que há de mais camuflado dentro de nós. A justiça, a
misericórdia e a fidelidade, portanto, se constituem em atos concretos de amor.
Somos chamados a dar o dízimo e a fazer o bem, mas tudo com sentido e, por
amor! Que a regra de ouro da nossa vida seja TUDO FAZER POR AMOR! – Com que
finalidade você tem contribuído com o dízimo? – Você acha que Deus está vendo
as suas ações de caridade? – Você tem sido fiel, justo (a) e misericordioso (a)
com as pessoas com quem você convive? – Você faz alguma coisa para aparecer?
Helena Serpa
4 - Somos árvores frutíferas - Alexandre
Soledade
Bom dia!
Domingo, Frei Ari disse uma coisa que muito tocou
o coração: “Somos arvores frutíferas, que no fim da vida, veremos e
contabilizaremos em nosso tronco a quantidade de galhos e brotos quebrados;
lascas e pedaços retirados pelas pedradas que levamos, pois árvores que dão
frutos são assim, passamos a vida a levar pedradas, enquanto aqueles que se
preservam inteiros e sem frutos, só lhes restam fazer sombra”.
Muitas pessoas se dizem incomodadas quando vêem
alguém não fazendo coisa alguma, mas como é intrigante também a quantidade de
pessoas que se incomodam ao ver alguém trabalhando, e o pior, quando o que
fazem, dá certo!
Brinco muito com a história do padroeiro de nossa
comunidade – São Sebastião. Somos de fato, espelhos de sua vida. Alguns pensam
que ele morreu vítima das flechadas, como a imagem que conhecemos sugere, mas
não. Sebastião foi encontrado semimorto, recuperou-se e ao invés de sossegar,
voltou e morreu apedrejado. Quando falo que somos o reflexo de nosso padroeiro,
digo isso na íntegra. Levamos flechadas dos “irmãos” no domingo, mas não
paramos por isso – voltamos terça-feira pra levar as pedradas. (risos).
Eu costumo dizer que as pancadas (ou pedradas)
mais doloridas vêm de “fogo amigo”. Esse termo se refere a uma denominação
militar em que o soldado em campo de batalha é atingido por uma bala ou
bombardeio do mesmo exército por qual luta. Quantos de nós já não fomos
atacados pelo fogo “invejoso” amigo (da onça)? Quantos de nós, já pensamos em
desistir, largar a coordenação de um movimento ou de uma pastoral por esses
irmãos que ainda não aprenderam como atirar? Até Jesus foi vítima do fogo
amigo de Judas!
“(…) Não te irrites por causa dos que agem mal,
nem invejes os que praticam a iniqüidade, pois logo eles serão ceifados como a
erva dos campos, e como a erva verde murcharão. Espera no Senhor e faze o bem;
habitarás a terra em plena segurança. Põe tuas delícias no Senhor, e os desejos
do teu coração ele atenderá. Confia ao Senhor a tua sorte, espera nele, e ele
agirá. Como a luz, fará brilhar a tua justiça; e como o sol do meio-dia, o teu
direito. Em silêncio, abandona-te ao Senhor, põe tua esperança nele. Não
invejes o que prospera em suas empresas, e leva a bom termo seus maus
desígnios. Guarda-te da ira, depõe o furor, não te exasperes, que será um mal,
porque os maus serão exterminados, mas os que esperam no Senhor
possuirão a terra”. (Salmo 35/36, 1-9)
Esse fim de semana, digitava eu com uma amiga do
Pedregal (comunidade Santo Antônio), relatava ela do cansaço véspera de um
retiro. Um parêntese: O padroeiro é o reflexo do apadrinhado mesmo. Santo Antônio
é reconhecido como aquele que esteve em dois lugares ao mesmo tempo. O que se
esperava de alguém que está nessa comunidade? Estou aqui e ali ao mesmo tempo!
(risos)
Voltando (…). Divaguei para ela que precisamos
entender um pouco mais de geografia. Quanto maior a área de pressão maior é a
força dos ventos. Quanto maior forem as dificuldades, a inveja, a cobiça, a
ganância, maior será a força dos ventos do Espírito Santo em nossas obras, em
nossa vida e em nossas atitudes.
“(…) Sobreveio a lei para que abundasse o pecado.
Mas onde abundou o pecado, superabundou a graça“. (Romanos 5, 20)
Quanto aos fariseus, temos que compreender que
não deixarão de existir. Rezemos por eles.
Um imenso abraço fraterno.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Um bem humorado bate papo com Mateus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim
– SP)
Embora pareça tão claro por ser quase que uma repetição do de ontem,
achamos oportuno aprofundar a reflexão em uma conversa com o autor desse
evangelho
Anônimo __São Mateus, parece que logo de início Jesus está dizendo sobre
dízimo, que o pessoal pagava em espécie, parece que ele não quer que pague o
dízimo?
São Mateus ____ (rindo) Nada disso, o que o nosso Mestre dizia, em mais esse confronto
com os Fariseus, era exatamente que não adianta só pagar o Dízimo e achar
que está muito bom.
Anônimo _____ Olha que coisa, pensei mesmo nisso, da pessoa ofertar o
dízimo e achar que é uma prestação paga, para ter direito a ir para o céu!
São Mateus ____ Bem pensado, é por aí mesmo, os Fariseus cumpriam a lei ao pé da letra,
nos mínimos detalhes, mas naquilo que lhes interessava. Eles deixavam de lado
as coisas mais importantes.
Anônimo _____ Pagavam o dízimo em espécie até de plantas rasteiras
como a hortelã e a erva doce, mas parece que Justiça, misericórdia e
fidelidade, não era com eles?
São Mateus ____ Isso mesmo, e você sabe o que isso significa?
Anônimo ____ Que falta sinceridade e coerência, seria isso?
São Mateus ____Exatamente, e quando faltam essas duas coisas, sinceridade e
coerência, cai naquele adágio popular que vocês conhecem “Por Fora bela viola,
por dentro pão bolorento”.
Anônimo ____Ah entendi...Religião brota aqui de dentro, é coisa do
coração, é uma postura íntima Eu e Deus....
São Mateus_____ Exatamente. Vive-se a Fé e a celebra em Comunidade, mas cada um
deve ter para com Deus essa relação íntima, da qual toda a exterioridade é
apenas um sinal.
Anônimo ____Mas São Mateus, e quando a coisa fica apenas no sinal
exterior, porque parece que isso que está tirando o Mestre do Sério diante
dessa gente falsa e fingida?!
São Mateus ____ Certo! Quando isso acontece você tem o Farisaísmo e a
Hipocrisia, em lugar da sinceridade e do testemunho, apresentando-se uma vida
de Fé, mas que é só de fachada, sem compromisso com os irmãos. Mas você
que está aí na Pós modernidade, diga a palavra final, olhando para a sua
comunidade e para você mesmo...
Anônimo ___Bom, Jesus pede para que tiremos a máscara, para que
pareçamos menos e façamos mais. Vixe! A coisa não é lá com eles há dois mil
anos atrás, o assunto é conosco: a gente da Igreja de hoje.
2. Limpa primeiro por dentro
Lendo com calma os sete “ais” que pesam sobre escribas e fariseus,
percebemos primeiro que nem tudo se aplica a todos eles. O texto reflete a
polêmica entre judeus e cristãos depois da destruição do Templo pelos romanos.
É uma época de definições. O Antigo Testamente ou a Primeira Aliança se abre em
duas vertentes que buscam a sua identidade: o judaísmo rabínico e o
cristianismo. Ambos pretendem ser os autênticos discípulos de Moisés. Há
exagero nas expressões que fazem uma caricatura dos opositores. Os profetas
também têm críticas fortes a Israel e a seus pastores, civis e religiosos. Vale
meditar as críticas para evitá-las. Há três palavras que ocupam o centro das
acusações do Evangelho de hoje: direito, misericórdia e fidelidade. Estes três
ensinamentos vêm em primeiro lugar e devem estar presentes na prática de todos
os preceitos. Os preceitos não são todos iguais e não têm todos o mesmo peso.
Pratique a justiça, a misericórdia e a fidelidade e, com esse espírito, pague o
dízimo da hortelã. Exigir o pagamento do dízimo da hortelã, da erva-doce e do
cominho e exigir a observância ritual da limpeza de pratos e talheres, sem ter
um coração justo, misericordioso e fiel, é hipocrisia. Ai de vós!
Liturgia comentada
O dízimo da hortelã... (Mt 23,23-26)
Não, a Lei mosaica detalhada pelos rabinos judeus
não mandava pagar esse tipo de dízimo. Esta lembrança é quase uma ironia de
Jesus ao fazer distinção entre as coisas fundamentais da relação com Deus e as
minúcias insignificantes que podem se infiltrar nessa mesma relação.
Eis o comentário da Bíblia de Navarra: “A
hortelã, o endro (ou anis) e o cominho são ervas que os judeus cultivavam e
empregavam para aromatizar as casas ou para condimentar a comida. Sendo
produtos insignificantes, não entravam no preceito mosaico do pagamento dos
dízimos (Lv 27,30-33; Dt 14,22ss); este dizia respeito aos animais domésticos e
a alguns produtos mais correntes do campo: trigo, vinho, azeite etc. Não
obstante, os fariseus, para ostentar o seu respeito escrupuloso pela Lei, pagavam
os dízimos inclusive daquelas ervas. Era uma falsa manifestação de generosidade
e de acatamento da Lei. O Senhor não a despreza nem a rejeita, apenas
restabelece a ordem das coisas. É inútil cuidar os pormenores secundários, se
não se cuidam as coisas fundamentais e verdadeiramente importantes: a justiça,
a misericórdia e a fidelidade”.
Aí está: restabelecer a ordem das coisas. Em
outros termos, uma hierarquia de valores na prática religiosa. A celebração
eucarística vale mais que o grupo de oração. Pena que os fiéis só chegaram para
o grupo... A confissão auricular vale mais que a procissão. Pena que o
confessionário continua vazio... A formação catequética vale mais que o bingo
paroquial. Pena que só este último atrai multidões...
Filtramos o mosquito. Engolimos o camelo.
Certamente, não é isto que o Senhor espera da comunidade cristã. Há coisas
importantes que - há bom tempo - estão sendo relegadas a segundo plano em nossa
vida religiosa. Os casais que vão à missa também rezam em casa? Os fiéis que aplaudem
o Lecionário no templo ainda encontram tempo, em casa, para a leitura pessoal
da Bíblia? As viagens aos santuários da Europa substituem a visita aos doentes
da comunidade?
Em boa parte, os grupos que se apresentam como
“renovados no Espírito” têm merecido reprovação dos párocos exatamente pela
incapacidade de estabelecer uma adequada hierarquia quanto às práticas
religiosas. O aparente entusiasmo com as coisas de Deus não se traduz no
humilde compromisso com as necessidades imediatas da Igreja.
Ora, o futuro da Igreja (ainda mais com a falta
de ministros ordenados e as restrições e perseguições que se anunciam...) está
em pequenas comunidades reunidas em torno da Palavra de Deus, firmes na oração
comum, comprometidas com a ajuda mútua, autênticos pulmões para a respiração da
Igreja. E isto não é hortelã. É trigo integral...
Orai sem cessar: “Meu coração está pronto, ó Deus!” (Sl
57,8)
Texto de Antônio
Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
HOMILIA DIÁRIA
Mulher, jamais perca a esperança
Estou pedindo a Santa Mônica
que interceda por você, mulher, interceda pelas suas lágrimas, pelas suas
dores. Nunca perca a esperança, porque o Senhor está contigo.
A liturgia de hoje nos apresenta a intercessão de
Santa Mônica, mãe de Agostinho, o qual vamos celebrar no dia de amanhã.
Hoje, as mulheres têm em Santa Mônica um exemplo
de mãe, esposa e mulher de Deus acima de tudo. Santa Mônica tem as virtudes que
uma mulher precisa ter no exercício da sua missão, e a primeira delas é a
paciência. Como ela foi paciente com os sofrimentos que teve com o marido que
não quis saber de Deus! Paciência com o filho que se perdeu ao longo da vida,
apesar de toda boa educação que Mônica lhe deu! Ele se perdeu nos caminhos da
vida. Quantas lágrimas, quanto suor, quanto trabalho esse filho deu ao
coração dessa mãe!
Mônica é o exemplo da mãe paciente, mas é também
o exemplo da mulher de fé. Nunca desanimou, nunca se desesperou, nunca perdeu a
sua confiança em Deus; ela acreditou que a hora da graça poderia chegar e, por
isso, intensificou suas orações. E quanto mais ela rezava, mais as coisas
pareciam piorar. Nem por isso ela desanimou. Suas lágrimas, convertidas em
oração de fé e confiança, trouxeram a conversão do seu marido no leito ainda da
cama, quando ele aceitou o Senhor na sua vida. Trouxe, sobretudo, a conversão
do seu filho, Santo Agostinho, o qual se tornou uma das maiores referências da
Igreja.
Quero olhar, hoje, para o coração de cada mãe,
daquelas que estão tristes, desanimadas, que se desesperam diante das situações
dos seus filhos, e dizer a elas: “Mãe, não desanime, porque Deus está contigo.
Mãe, o Senhor é a sua luz, sua segurança. Olhe para Ele”.
Ainda que a situação em sua casa seja difícil,
ainda que o seu marido não a ajude nesse trabalho, conte com a graça de Deus.
Estou pedindo a Santa Mônica que interceda por você, mulher, interceda pelas
suas lágrimas, pelas suas dores. Nunca perca a esperança, porque o Senhor está
contigo. Ele é a sua luz, a sua proteção, é Aquele guia sua vida. Não importa
quantos anos você tem passado em oração, pedindo pela conversão da sua casa e
da sua família, o importante é continuar sendo canal da graça d’Aquele que traz
luz, que traz a graça de Deus para dentro da sua casa.
Que o Senhor abençoe nossas mulheres, que Ele
conceda a cada uma delas a graça da paciência, da fé e da confiança n’Ele.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e
colaborador do Portal Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, dá-nos um coração puro! Que sejamos
acolhedores para todos os irmãos do caminho, especialmente generosos e atentos
às necessidades dos pobres e dos discriminados pela sociedade dos homens. Nós
te pedimos por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito
Santo.
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos um coração puro! Que sejamos
acolhedores para todos os nossos irmãos do caminho, especialmente generosos e
atentos às necessidades dos pobres e dos discriminados pela sociedade dos
homens. Nós te pedimos por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do
Espírito Santo.