sexta-feira, 29 de março de 2024

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE D EUS TE ACOMPANHE…

Novena da Divina Misericórdia


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DO DIA DA NOVENA


Você sabia que: O círio pascal é o símbolo principal da Páscoa, pois reúne em si mesmo aos simbolismos derivados da luz e do fogo.


Você sabia que:

O círio pascal é o símbolo principal da Páscoa, pois reúne em si mesmo aos simbolismos derivados da luz e do fogo.

Círio Pascal

É uma grande vela que é acesa no fogo novo, no Sábado Santo, logo no início da celebração da Vigília Pascal. Assim como o fogo destrói as trevas, a luz que é Jesus Cristo afugenta toda a treva do erro, da morte, do pecado. É o símbolo de Jesus ressuscitado, a luz dos Povos.
Após a bênção do fogo acende-se, nele, o Círio. Faz-se a inscrição dos algarismos do ano em curso; depois crava-se neste, cinco grãos de incenso que lembram as cinco chagas de Jesus e as letras "alfa" e "Omega", primeira e última letra do alfabeto grego, que significa o princípio e o fim de todas as coisas.

Tríduo Pascal - Sábado Santo



Canal do YouTube: Padre Paulo Ricardo

Publicado em 23 de abr de 2011

Neste dia do Sábado Santo, espaço de tempo que começa no por-do-sol da sexta-feira e termina no por-do-sol do sábado, a Igreja fica sem o seu Senhor. Porque Jesus jaz no túmulo.
Existe aqui a oração silenciosa e a penitência da Igreja esperando que Nosso Senhor ressuscite. Mas quem era realmente a Igreja que esperava a ressurreição de Jesus?
Era a Virgem Santíssima, Maria, ela sabia da ressurreição de Jesus. Parece que no Sábado Santo a Igreja foi como que reduzida a uma pessoa.
"Bem-aventurada é aquela que acreditou..."

Sábado Santo - No Sábado Santo ou Sábado de Aleluia, a principal celebração é a “Vigília Pascal”.


No Sábado Santo ou Sábado de Aleluia, a principal
celebração é a “Vigília Pascal”.

Vigília Pascal

Inicia-se a noite do Sábado Santo em memória da noite santa da ressurreição gloriosa de Nosso Senhor Jesus Cristo. É a chamada “A mãe de todas as santas vigílias”, porque a Igreja mantém-se de vigília à espera da vitória do Senhor sobre a morte. Cinco elementos compõem a liturgia da Vigília Pascal: a bênção do fogo novo e do círio pascal; a proclamação da Páscoa, que é um canto de júbilo anunciando a Ressurreição do Senhor; a liturgia da Palavra, que é uma série de leituras sobre a história da Salvação; a renovação das promessas do Batismo e, por fim, a liturgia Eucarística.

Leia também:

Prof. Felipe Aquino
Fonte: Cléofas em 2023

Maria, o único Coração que acreditou: meditação de Sábado Santo


Canal do Youtube: Padre Paulo Ricardo

Publicado em 31 de mar de 2018

Com a morte do Senhor na cruz, desfalece também a fé de seus discípulos. A Igreja então nascente vê-se como “morta” e “vazia”.
Mas, no meio da amarga desesperança que toma conta do mundo, um Coração permanece VIVO E ACESO, iluminado por uma fé imperecível: o Coração da Virgem Maria.
Neste Sábado Santo, a saudade que se apodera dos fiéis é consolada pela esperança que MARIA JAMAIS PERDEU; o desânimo que tenta os seguidores de Cristo encontra na alma da Virgem um ânimo sempre disposto a amar.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=auNZ3FIz6_k&feature=emb_logo

Feliz dia da Vigília Pascal! Tenha um sábado abençoado! Não esqueça de rezar e refletir neste dia!

Feliz Vigília Pascal! "Anunciamos Senhor a Vossa Morte e proclamamos a Vossa Ressurreição."

Feliz dia da Vigília Pascal! Tenha um sábado abençoado! Não esqueça de rezar e refletir neste dia!

Feliz Vigília Pascal! "Anunciamos Senhor a Vossa Morte e proclamamos a Vossa Ressurreição."

Feliz Vigília Pascal! Afugentando as Trevas do Pecado e da Morte, o cristão celebra nesta Noite Aquele que diz: "Eu sou a Luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a Luz da Vida." (Jo 8,12)

Hoje é dia da Vigília Pascal! Que você tenha um ótimo fim de Semana Santa!

Sábado Santo... "Um grande silêncio reina hoje na terra... Um grande silêncio porque o Rei dorme." CIC 635


Sábado Santo

"Durante o Sábado santo a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e sua morte, sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição." (Circ 73)
No dia do silêncio: a comunidade cristã vela junto ao sepulcro. Calam os sinos e os instrumentos. É ensaiado o aleluia, mas em voz baixa. É o dia para aprofundar. Para contemplar. O altar está despojado. O sacrário aberto e vazio.
A Cruz continua entronizada desde o dia anterior. Central, iluminada, com um pano vermelho com o louro da vitória. Deus morreu. Quis vencer com sua própria dor o mal da humanidade. É o dia da ausência. O Esposo nos foi arrebatado. Dia de dor, de repouso, de esperança, de solidão. O próprio Cristo está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de seu último grito da cruz "por que me abandonaste?", agora ele cala no sepulcro. Descansa: "consummantum est", "tudo está consumado". Mas este silêncio pode ser chamado de plenitude da palavra. O assombro é eloquente. "Fulget crucis mysterium", "resplandece o mistério da Cruz".
O Sábado é o dia em que experimentamos o vazio. Se a fé, ungida de esperança, não visse no horizonte último desta realidade, cairíamos no desalento: "nós o experimentávamos… ", diziam os discípulos de Emaús.
É um dia de meditação e silêncio. Algo parecido à cena que nos descreve o livro de Jó, quando os amigos que foram visitá-lo, ao ver o seu estado, ficaram mudos, atônitos frente à sua imensa dor: "Sentaram-se no chão ao lado dele, sete dias e sete noites, sem dizer-lhe uma palavra, vendo como era atroz seu sofrimento" (Jó. 2, 13).
Ou seja, não é um dia vazio em que "não acontece nada". Nem uma duplicação da Sexta-feira. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa. E junto a Ele, como sua Mãe Maria, está a Igreja, a esposa. Calada, como ele. O Sábado está no próprio coração do Tríduo Pascal. Entre a morte da Sexta-feira e a ressurreição do Domingo nos detemos no sepulcro. Um dia ponte, mas com personalidade. São três aspectos -não tanto momentos cronológicos- de um mesmo e único mistério, o mesmo da Páscoa de Jesus: morto, sepultado, ressuscitado:
"...se despojou de sua posição e tomou a condição de escravo... se rebaixou até se submeter inclusive à morte, quer dizer, conhecesse o estado de morte, o estado de separação entre sua alma e seu corpo, durante o tempo compreendido entre o momento em que Ele expirou na cruz e o momento em que ressuscitou. Este estado de Cristo morto é o mistério do sepulcro e da descida à mansão dos mortos. É o mistério do Sábado Santo em que Cristo depositado na tumba manifesta o grande repouso sabático de Deus depois de realizar a salvação dos homens, que estabelece na paz o universo inteiro".

Vigília Pascal

A celebração é no sábado à noite, é uma Vigília em honra ao Senhor, segundo uma antiquíssima tradição, (Ex. 12, 42), de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (Lc. 12, 35 ss), tenham acesas as lâmpadas como os que aguardam a seu Senhor quando chega, para que, ao chegar, os encontre em vigília e os faça sentar em sua mesa.

A Vigília Pascal se desenvolve na seguinte ordem:

- Breve Lucernário
Abençõa-se o fogo. Prepara-se o círio no qual o sacerdote com uma punção traça uma cruz. Depois marca na parte superior a letra Alfa e na inferior Ômega, entre os braços da cruz marca as cifras do anos em curso. A continuação se anuncia o Pregão Pascal.

Liturgia da Palavra
Nela a Igreja confiada na Palavra e na promessa do Senhor, media as maravilhas que desde os inícios Deus realizou com seu povo.

Liturgia Batismal
São chamados os catecúmenos, que são apresentados ao povo por seus padrinhos: se são crianças serão levados por seus pais e padrinhos. Faz-se a renovação dos compromissos batismais.

Liturgia Eucarística
Ao se aproximar o dia da Ressurreição, a Igreja é convidada a participar do banquete eucarístico, que por sua Morte Ressurreição, o Senhor preparou para seu povo. Nele participam pelas primeira vez os neófitos.

Toda a celebração da Vigília Pascal é realizada durante a noite, de tal maneira que não se deva começar antes de anoitecer, ou se termine a aurora do Domingo.
A missa ainda que se celebre antes da meia noite, é a Missa Pascal do Domingo da Ressurreição. Os que participam desta missa, podem voltar a comungar na segunda Missa de Páscoa.
O sacerdote e os ministros se revestem de branco para a Missa. Preparam-se os velas para todos os que participem da Vigília.

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 29/03/2024

ANO B


Jo 18,119,42

Comentário do Evangelho

Nosso olhar diante do sofrimento do Homem que passou fazendo o bem.

Nesse dia as palavras devem ceder lugar ao silêncio e à contemplação. Trata-se, ao fazer memória da paixão e morte do Senhor, de estar com ele. É a oportunidade de permitir que o nosso olhar, encontrando Jesus no seu sofrimento, nos transforme profundamente segundo a graça de Deus. Ao apresentar Jesus à multidão, depois de ser duramente açoitado e humilhado, Pilatos o faz com essas palavras: “Eis o homem!”. De fato, Jesus é o homem que realiza o projeto de Deus para o ser humano feito à sua imagem e semelhança. Mas esse homem é, também, o homem desfigurado pelo mal presente na humanidade, desfigurado a ponto de não parecer humano pela maldade do coração do ser humano. O que desfigura o servo de Deus é o mal que seduz e destrói. Aquele que “passou pela vida fazendo o bem” é acusado, segundo nosso relato, de ser um malfeitor. Aquele que só falou o bem e fez a muitos viverem pelo sopro de sua palavra, aquele que é a Palavra encarnada do Pai, é condenado como blasfemo. A iniquidade humana ceifa dramática e violentamente a vida, apoiando-se na mentira, na confusão e na dissimulação. Mesmo no que a história humana tem de mais perverso, Deus revela o seu plano de amor. Para nós que celebramos a paixão do Senhor é ocasião de, olhando para o Crucificado, nos perguntarmos: “Que poderei retribuir ao Senhor por tudo aquilo que ele me fez?”.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, confirma minha condição de discípulo do Reino instaurado por Jesus na história humana, fazendo-me acreditar sempre mais na força da justiça e do amor.
Fonte: Paulinas em 18/04/2014

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Paixão do Senhor


Quem morre na cruz, segundo o Evangelho de João, é o Senhor da História, que dá a sua vida para tomá-la de novo, porque ninguém tem o poder de tirá-la dele. Todos se prostraram por terra quando disse aos soldados que o procuravam: “Sou eu”, porque “Eu sou” é o nome de Deus. E diz a Pilatos: “Você não tem nenhuma autoridade sobre mim”. Jesus morre serenamente. Não grita: “Meu Deus, por que me abandonaste?”, mas diz solenemente: “Tudo está realizado”. Inclina a cabeça e entrega o espírito. Inclina a cabeça e morre na hora que ele determina. Cada evangelista vê a mesma cena: Jesus vai para o Calvário, é crucificado, morre e é sepultado. Marcos vê o Cordeiro levado ao matadouro, João vê o Cristo Rei glorificado. Em João, não há agonia nem suor de sangue, mas o Cristo é o mesmo.
Cônego Celso Pedro da Silva,

Vivendo a Palavra

Jesus de Nazaré – humano como nós – depois de passar a vida fazendo o bem, sofre condenação injusta, é duramente martirizado, morre crucificado e nos convida a segui-lo em seu caminho de Filho muito amado do seu Pai. Mas ressuscita! Assim, com Ele, também nós ressuscitaremos para a glória no Reino do Céu.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/04/2014

VIVENDO A PALAVRA

Jesus de Nazaré, depois de viver e ensinar a viver fazendo o bem, mostrou-nos que também a dor e o sofrimento causados pela incompreensão dos homens fazem parte da nossa história e devem ser acolhidos sem abalar a certeza de que somos filhos muito queridos pelo Pai e chamados à ressurreição em seu Reino de Amor.
Fonte: Arquidiocese BH em 30/03/2018

VIVENDO A PALAVRA

Jesus de Nazaré – humano como nós – depois de passar a vida fazendo o Bem, sofre condenação injusta, é duramente martirizado e morre crucificado entre dois ladrões. Mas Ele ressuscitou! E nos convida a segui-Lo em seu Caminho de Filho muito amado do Pai Misericordioso. Assim, também nós, morrendo com Ele, com Ele ressuscitaremos para a glória no Reino do Céu.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/04/2020

VIVENDO A PALAVRA

Eis a lição-síntese que Jesus quis ensinar com sua vida e nós, seus discípulos, devemos seguir: Ele encontrou os obstáculos inevitáveis que se opõem à caminhada humana. Vivendo-os intensamente, acolhendo-os e se identificando com eles, passou além deles. Jesus fez dos obstáculos, caminhos novos. Para Ele, a própria morte foi uma passagem – a Páscoa para a Ressurreição. Façamos o mesmo!
Fonte: Arquidiocese BH em 02/04/2021

Reflexão

Conhecer Jesus significa conhecer também o mistério da cruz e a grande mensagem que esse mistério nos traz: Deus amou tanto o mundo que lhe enviou seu Filho Unigênito, não para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele, e ele derramou o seu próprio sangue derramado na cruz, fazendo-se oferenda perfeita para expiação dos nossos pecados. Conhecer Jesus através do mistério da cruz significa tornar-se capaz de fazer-se também oferenda a Deus, amando até o fim, tornar-se uma perfeita oblação a Deus pela salvação da humanidade e, hoje, tornar-se oblação é antes de tudo tornar-se um missionário da vitória do Cristo sobre o pecado e a morte.
Fonte: CNBB em 18/04/2014

Reflexão

O longo relato da paixão de Jesus, segundo João, é muito detalhado. O autor descreve com pormenores o processo de julgamento, condenação e morte de Jesus. A páscoa da cruz, como pode ser chamada a sexta-feira da paixão, expressa a tristeza e o luto, pois a comunidade-noiva perde temporariamente seu noivo. O justo é julgado e condenado pelas forças do mal. A cruz, instrumento de tortura, demonstra a crueldade humana inclinada ao pecado. Participando desse ritual, a comunidade expressa a rejeição da injustiça e se solidariza com os injustiçados do mundo de hoje. Por outro lado, a celebração da sexta-feira santa mostra que a páscoa foi possível através da cruz. Assim, a cruz, instrumento de tortura, torna-se sinal de vitória sobre a morte. São Cirilo de Alexandria dizia que Jesus “entregou sua alma nas mãos do Pai, para que nela e por ela nós alcancemos a luminosa esperança, sentindo e crendo firmemente que, depois de termos suportado a morte na carne, estaremos nas mãos de Deus, num estado de vida infinitamente melhor do que aquele que temos enquanto vivemos na carne”.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 30/03/2018

Reflexão

A narrativa do julgamento, condenação e morte de Jesus, segundo o Evangelho de João, mostra como Jesus enfrenta as forças que se opõem ao seu projeto. O relato se inicia num jardim, como em Gênesis. Este livro mostra que Adão não resistiu às forças do mal; Jesus, ao contrário, não se rende, mas assume livremente o caminho do Calvário para não trair sua missão. Jesus morre na mesma hora em que eram sacrificados os cordeiros para a ceia pascal, ele é o nosso cordeiro pascal. Não morre por ser essa a vontade de Deus, mas porque enfrentou o poder político e religioso da sua época. Suas últimas palavras (“tudo está consumado”) revelam que sua missão chegou ao fim e ele foi fiel ao Pai até o extremo. Ao celebrarmos a paixão e a morte de Jesus, não podemos esquecer a dor, a paixão e a morte de tantas pessoas do nosso povo. Muitos continuam a ser crucificados pelo descaso das autoridades, pelo desemprego, pela miséria, pela fome, pela violência.
Oração
Ó Jesus, Mártir e Redentor nosso, aceita o silêncio respeitoso em reconhecimento pelo teu extremo gesto de amor em favor de toda a humanidade. Ajuda-nos, Senhor, a compreender e valorizar o mistério da entrega de tua vida para nos salvar. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 10/04/2020

Reflexão

Um prisioneiro, ainda que inocente, torna-se joguete e objeto de deboche dos chefes. Com relação a Jesus, os dirigentes do povo percebem que estão lidando com um prisioneiro especial. Jesus, de fato, está bem consciente de que é vítima de uma condenação precipitada e injusta. Entretanto, seus frequentes diálogos com o Pai celeste lhe dão a garantia de que sua morte não será em vão. O próprio Jesus dizia: “O bom pastor expõe a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10,11). Dizia também que o Filho Homem veio dar a própria vida em resgate da humanidade (cf. Mc 10,45). O apóstolo Paulo compreendeu bem o alcance da morte do Filho de Deus, ao escrever aos Gálatas: “Ele me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20). A morte de Jesus em nosso favor nos leva a cultivar sentimentos de perene gratidão.
Oração
Ó Jesus, Mártir e Redentor nosso, aceita o silêncio respeitoso em reconhecimento pelo teu extremo gesto de amor em favor de toda a humanidade. Ajuda-nos, Senhor, a compreender e valorizar o mistério da total entrega de tua vida para nos salvar. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 02/04/2021

Reflexão

O longo relato da paixão de Jesus, segundo João, é muito detalhado. O autor descreve, com pormenores, o processo de julgamento, condenação e morte de Jesus. A Páscoa da cruz, como pode ser chamada a Sexta-feira da Paixão, expressa a tristeza e o luto, pois a comunidade-noiva perde temporariamente seu noivo. O justo é julgado e condenado pelas forças do mal. A cruz, instrumento de tortura, demonstra a crueldade humana inclinada ao pecado. Participando desse ritual, a comunidade expressa a rejeição à injustiça e se solidariza com os injustiçados do mundo de hoje. Por outro lado, a celebração da Sexta-feira Santa mostra que a Páscoa foi possível através da cruz. Assim, a cruz, instrumento de tortura, torna-se sinal de vitória sobre a morte. São Cirilo de Alexandria dizia que Jesus “entregou sua alma nas mãos do Pai, para que nela e por ela nós alcancemos a luminosa esperança, sentindo e crendo firmemente que, depois de termos suportado a morte na carne, estaremos nas mãos de Deus, num estado de vida infinitamente melhor do que aquele que temos enquanto vivemos na carne”.
(Dia a dia com o Evangelho 2024)

Reflexão

«Ele tomou o vinagre e disse: “Está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito»

Rev. D. Francesc CATARINEU i Vilageliu
(Sabadell, Barcelona, Espanha)

Hoje celebramos o primeiro dia do Tríduo Pascal. Por tanto é o dia da Cruz vitoriosa, desde donde Jesus nos deixou o melhor de Ele mesmo: Maria como mãe, o perdão —também os verdugos— e a confiança total em Deus Pai.
Escutamos na leitura da Paixão que nos transmite o testemunho de São João, presente no Calvário com Maria, a Mãe do Senhor e as mulheres. É um relato rico em simbologia, onde cada pequeno detalhe tem sentido. Mas também o silêncio e a austeridade da Igreja, hoje nos ajudam a viver num clima de oração, atentos ao dom que celebramos.
Diante deste mistério tão grande, estamos chamados —mais que tudo— a ver. A fé cristã não é a relação reverencial a um Deus que está longe e abstrato que desconhecemos, senão a adesão a uma Pessoa, verdadeiro homem como nós e também verdadeiro Deus. O “Invisível” fez-se carne da nossa carne, e assumiu ser homem até a morte e morte de cruz. Foi uma morte aceitada como resgate por todos, morte redentora, morte que nos dá vida. Aqueles que estavam aí e o viram, nos transmitiram os fatos e ao mesmo tempo, nos descobrem o sentido daquela morte.
Ante isto, sentimo-nos agradecidos e admirados. Conhecemos o preço do amor: «Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos» (Jo 15,13). A oração cristã não é só pedir, senão— e principalmente— admirar agradecidos.
Para nós, Jesus é modelo que temos que imitar, quer dizer, reproduzir em nós as suas atitudes. Temos que ser pessoas que amam até darmo-nos e que confiamos no Pai em toda adversidade.
Isto contrasta com a atmosfera indiferente da nossa sociedade; por isso o nosso testemunho tem que ser mais valente do que nunca, já que o dom é para todos. Como diz Melitão de Sardes, «Ele nos fez passar da escravidão à liberdade, das trevas à luz, da morte à vida. Ele é a Páscoa da nossa salvação».

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- A cruz é a inclinação mais profunda da Divindade para com o homem. A cruz é como um toque de amor eterno nas feridas mais dolorosas da existência terrena do homem» (São João Paulo II)

- «O perdão custa algo, sobretudo a quem perdoa (…). Deus só pode vencer a culpa e o sofrimento dos homens intervindo pessoalmente, sofrendo Ele próprio no seu Filho, que carregou este fardo e o superou dando-se a si mesmo» (Bento XVI)

- «Este desejo de fazer seu o plano do amor de redenção do seu Pai, anima toda a vida de Jesus. A sua paixão redentora é a razão de ser da Encarnação: ‘Pai, salva-Me desta hora! Mas por causa disto, é que Eu cheguei a esta hora’ (Jo 12, 27). ‘O cálice que o Pai Me deu, não havia de bebê-lo?’ (Jo 18, 11). E ainda na cruz, antes de ‘tudo estar consumado’ (Jo 19, 30), diz: ‘Tenho sede’» (Catecismo da Igreja Católica, nº 607)

Reflexão

A hora de Jesus no Horto de Getsêmani

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje o Monte das Oliveiras —o mesmo de então—um dos lugares mais venerados do cristianismo. Nele encontramos um dramático ponto culminante do mistério de nosso Redentor: ai Jesus experimentou a "última solidão", toda a tribulação do ser homem. Aí, o abismo do pecado e do mal chegou até o fundo da alma. Ai se estremeceu diante da morte eminente. Ai o beijou o traidor. Ai todos os discípulos o abandonaram.
São João recolhe todas estas experiências e dá uma interpretação teológica do lugar: com a palavra "horto" faz alusão à narração do Paraíso e do pecado original. Quer nos dizer que ao se retomar aquela historia. Naquele horto, no "jardim" do Éden, se produz uma traição, mas "horto" é também o lugar da ressurreição.
—No horto Jesus aceitou até o fundo a vontade do Pai, a fez sua, e assim deu uma transformação a historia. Aqui Ele lutou também por mim!

Reflexão

A Paixão de Cristo

Rev. D. Antoni CAROL i Hostench
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje, assombrados, comemoramos a Paixão de Jesus Cristo. Hei aqui seu itinerário: o cenáculo da Eucaristia, o Horto de Getsemani, os palácios de Caifás e Herodes, o pretório de Pilatos, o Calvário da morte e o túmulo. Em cada um destes locais, entre uns e outros, fizemos sofrer a Jesus.
Deus podia nós redimir de mil modos diferentes. Escolheu o caminho do sofrimento até dar a vida. “Perder a vida” é a manifestação mais radical de amor. Não há improvisação: Profetizado já no Antigo Testamento, Jesus o predisse várias vezes; na Última Ceia nos deu de presente como alimento seu "Corpo que será entregue"; em Getsemani reza e diz "sim" a Deus-Pai. Na Cruz —plenamente consciente— mais uma vez diz “SIM”, entregando com liberdade e serenidade seu espírito.
—Jesus, meu Redentor, cuidarei de ti com minhas mãos, te defenderei com meus braços, te exaltarei com inteligência, te adorarei com todo meu coração. O farei com tua —nossa!— Bendita Mãe, Santa Maria.

Reflexão

A postura do orador: Jesus reza de joelhos

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, depois da exortação à vigilância dirigida aos Apóstolos, Jesus se distancia um pouco. Começa propriamente a oração do Monte das Oliveiras. Mateus e Marcos nos dizem que Jesus caiu com o rosto na terra: a postura de oração que expressa a extrema submissão à vontade de Deus, o abandono mais radical a Ele; uma postura que a liturgia ocidental inclui ainda na sexta-feira Santa e na profissão monástica, assim como na Ordenação de diáconos, presbíteros e bispos.
No entanto, Lucas diz que Jesus orou de joelhos. Introduz assim, baseando-se na postura de oração, esta luta noturna de Jesus no contexto da historia da oração cristã: enquanto a lapidavam, Estevão dobra os joelhos e ora (cf. Hch 7,60); Pedro se ajoelha antes de ressuscitar a Tabita da morte (cf. Hch 9,40); se ajoelha Paulo quando se despede dos presbíteros de Efésio (cf. Hch 20,36)…
—Señor, el hombre nunca es tan hombre como cuando se arrodilla ante ti.

Recadinho

Eis o lenho da Cruz do qual pendeu a salvação do mundo! Vinde, adoremos!”
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 18/04/2014

Meditação

O evangelista insiste que Jesus morreu de fato. Porque era homem de fato, viveu a nossa vida e morreu a nossa morte. Viveu e morreu sempre na mais completa fidelidade ao Pai, na mais total obediência. Sua morte foi o resultado dessa sua coerência de vida, e foi também sua entrega final nas mãos do Pai. Viveu e morreu para que eu também viva e morra na obediência e na entrega.
Oração
— LEMBRAI-VOS DE VOSSAS MISERICÓRDIAS, Senhor, e santificai com vossa eterna proteção vossos fiéis, pelos quais o Cristo, vosso Filho, instituiu, por seu sangue, o mistério pascal. Ele, que vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém.

Comentário sobre o Evangelho

Jesus entrega a sua vida na Cruz pela nossa salvação


Hoje, Cristo completa o gesto de lavar os pés que iniciou ontem quando instituía a Eucaristia no Cenáculo. Hoje, Jesus completa o derramamento do seu Sangue que começou ontem quando suava sangue enquanto rezava em Getsémani. Hoje, o Senhor, paciente e misericordioso, leva para o Céu o “bom ladrão”…
- E nós? «Pai, perdoa-lhes». Desculpou-nos! E como se fosse pouco, não nos deixa órfãos: «’Mulher, eis aí o teu filho’». Depois diz ao discípulo: ’Eis aí a tua mãe’. E desde aquela hora o discípulo recebeu-a em sua casa». Tens Maria na tua casa?

Comentário do Evangelho

O REI ULTRAJADO

A paixão revelou a dignidade real de Jesus, embora, tenha havido uma radical contradição entre a interpretação de Jesus e a dos seus inimigos e algozes.
Ao ser interrogado por Pilatos, Jesus respondeu: "Eu sou rei", depois de fazer a autoridade romana concluir, por si mesma: "Tu o dizes!"
A soldadesca insana ultrajou Jesus, servindo-se de mímicas burlescas próprias de uma investidura real: colocaram-lhe uma coroa de espinhos na cabeça, vestiram-no com um manto de púrpura. A seguir, prostraram-se, ironicamente, diante dele, saudando-o como rei dos judeus.
Por ordem de Pilatos, foi preparada uma inscrição, em três línguas, para ser afixada sobre a cabeça de Jesus, indicando a causa da condenação: "Jesus nazareno, rei dos judeus". Alertado a mudar o teor da inscrição, Pilatos apelou para a sua autoridade: "O que escrevi, está escrito". O evangelista observa que muitos judeus leram a inscrição, por ter sido Jesus crucificado perto da cidade.
O Mestre, porém, tinha consciência de que seu Reino não era deste mundo, e estava estruturado de maneira diferente. Fundava-se na fraternidade, na justiça, na partilha, no perdão reconciliador. Os reinos deste mundo não serviam de modelo para Jesus fazer os discípulos entenderem o que se passava com o seu Reino. Por conseguinte, nem Pilatos nem os judeus tinham condições de compreender em que sentido Jesus era rei.
Oração
Pai, confirma minha condição de discípulo do Reino instaurado por Jesus na história humana, fazendo-me acreditar sempre mais na força da justiça e do amor.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, pela paixão de nosso Senhor Jesus Cristo destruístes a morte que o primeiro pecado transmitiu a todos. Concedei que nos tornemos semelhantes ao vosso Filho e, assim como trouxemos pela natureza a imagem do homem terreno, possamos trazer pela graça a imagem do homem novo. Por Cristo, nosso Senhor.
Fonte: Dom Total em 18/04/2014

Meditando o evangelho

A TAREFA CONCLUÍDA

A última palavra de Jesus crucificado foi uma proclamação de que sua missão específica tinha atingido seu ápice e ele a dava por concluída. A exclamação: “Tudo está consumado” pode ser entendida sob diversos ângulos. Significava que Jesus tinha sido fiel ao Pai, no grau mais elevado. Proclamava que a Encarnação chegara a seu limite. Nada de autenticamente humano deixou de ser assumido por Jesus, mesmo os aspectos mais trágicos da existência humana. Desta forma, convocava os discípulos a serem também fiéis ao Pai, mesmo sendo vítimas da injustiça e da maldade humana. As últimas palavras de Jesus, na cruz, sintetizavam sua contínua disposição de assumir, com radicalidade, todas as coisas e fazê-las bem, não se contentando com a mediocridade nem se deixando intimidar pela grandiosidade da missão. Podiam ser tomadas como alerta aos discípulos. Uma vez cumprida a missão reservada a Jesus, convinha que cada qual se sentisse apelado a realizar, com as mesmas disposições do Mestre, a parte que lhe competia.
As palavras finais de Jesus não podem ser tomadas como capitulação ou conformismo diante da injustiça de que foi vítima. Nem como consciência de ter sido vencido pelas forças da morte. Jesus concluiu sua missão terrena certo de que sua vida foi pura entrega ao Pai a serviço da salvação da humanidade. Tarefa que realizou de maneira perfeita!
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, sustenta a minha fraqueza e ajuda-me a ser, como tu, perfeitamente fiel ao Pai.
Fonte: Dom Total em 30/03/2018 e 02/04/2021

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Quem morre na cruz, segundo o Evangelho de João, é o Senhor da História, que dá a sua vida para tomá-la de novo, porque ninguém tem o poder de tirá-la dele. Todos se prostraram por terra quando disse aos soldados que o procuravam: “Sou eu”, porque “Eu sou” é o nome de Deus. E diz a Pilatos: “Você não tem nenhuma autoridade sobre mim”. Jesus morre serenamente. Não grita: “Meu Deus, por que me abandonaste?”, mas diz solenemente: “Tudo está realizado”. Inclina a cabeça e entrega o espírito. Inclina a cabeça e morre na hora que ele determina. Cada evangelista vê a mesma cena: Jesus vai para o Calvário, é crucificado, morre e é sepultado. Marcos vê o Cordeiro levado ao matadouro, João vê o Cristo Rei glorificado. Em João, não há agonia nem suor de sangue, mas o Cristo é o mesmo.
Fonte: NPD Brasil em 30/03/2018

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Os soldados trançaram uma coroa de espinhos, a puseram na cabeça de Jesus e o vestiram com um manto... - Jo 18,1–19,42
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Medite aos pés da cruz com Gregório de Matos, poeta baiano: “A vós correndo vou, braços sagrados, nessa cruz sacrossanta descobertos que, para receber-me, estais abertos, e, por não castigar-me, estais cravados. A vós, divinos olhos, eclipsados de tanto sangue e lágrimas cobertos, pois, para perdoar-me, estais despertos, e, por não condenar-me, estais fechados. A vós, pregados pés, por não deixar-me; a vós, sangue vertido, para ungir-me; a vós, cabeça baixa, pra chamar-me; a vós, lado patente, quero unir-me; a vós, cravos preciosos, quero atar-me, para ficar unido, atado e firme”.
Fonte: NPD Brasil em 10/04/2020

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A Semente plantada em um jardim tornará realidade o Sonho de Deus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Além de ótimo Teólogo, São João Evangelista era também poeta, aliás, o amigo Alex, professor de Teologia Moral sempre diz que Poesia e Teologia têm tudo a ver, com certeza porque ambas falam ao coração. Neste evangelho da Paixão do Senhor, João remonta ao Jardim do Éden onde começou o desígnio de Deus a respeito do homem, Deus plantou a humilde semente chamada Adão, como na parábola dos vinhateiros cuidou dela com todo amor e carinho, colocou em seu redor a melhor terra, protegeu-a com muros, fez uma torre de Vigia, preparou um lagar onde essa uva de primeira qualidade se tornaria o vinho inebriante e inigualável das Bodas de Caná, mas a uva ali produzida, em vez de doce tornou-se amarga... Como um lavrador sábio e paciente Deus se recolheu a seu canto, aparentemente abandonando a plantação que foi invadida e pisoteada pelos animais. Entretanto Deus esperou o tempo oportuno para de novo plantar a semente e esse tempo da plenitude chegou, com a encarnação do seu próprio Filho Jesus Cristo.
O evangelho de hoje, contrapõe tristeza e alegria, derrota e gloria, tragédia pleno êxito, João conta os fatos às avessas, olhando precisamente com os olhos de Deus. Podemos ilustrar a reflexão dizendo que João se comporta como aquela mãe, que sentada em sua cadeira preferida faz paciente o seu bordado á mão, nós homens somos como a criança que olha por baixo e vendo o bordado as avessas não entende como a mãe se dedica a um trabalho que não tem nada de bonito.
Que pode haver de belo nessa narrativa da paixão do Senhor, em uma ceia marcada por momentos de tensão, a traição de Judas, o anuncio da negação de Pedro, a prisão de Jesus no Horto das Oliveiras, as falsas testemunhas diante do Sumo Sacerdote, e finalmente a sua caminhada até Pilatos de onde saiu açoitado, massacrado, com a cruz aos ombros até o alto do morro onde iria ser pregado no madeiro, e padecer um a morte horrível, vergonhosa e humilhante?????
A Cristologia de João é alta e ele vê assim, de cima para baixo, e enxerga a beleza do amor de Deus manifestado plenamente em Jesus Cristo, que refaz em si Adão e nós todos, iniciando a nova criação, não mais subordinada ao Mal, mas livre para tomar decisão, contrária as forças do mal...
No Jardim da torrente de Cedron tem início a tragédia e o início de uma Vitória definitiva, ao mesmo tempo, quando Judas vem até o Mestre acompanhado de seus inimigos para prendê-lo. Olhando por baixo do bordado, podemos dizer que o sonho do novo Reino começa ali a se desfazer, porém, nosso irmão João Evangelista não pensa assim, podem reparar na postura de Jesus...
"Consciente de tudo o que iria acontecer, saiu ao encontro deles… A quem procurais?" Jesus poderia ter pedido ajuda aos discípulos, se esconder para dentro da mata, fazer uma oração forte ao Pai para acabar com os seus perseguidores. Mas não! Livremente vai ao encontro do seu destino, ninguém o prende, Ele se entrega. "Recuaram e caíram por terra..." A liberdade, a decisão e a firmeza que eles veem em Jesus os surpreende fazendo-os cair por terra. É Jesus quem novamente toma a iniciativa, é ele quem está no controle "A quem procurais?" E eles responderam "A Jesus de Nazaré!"
Aqui nota-se como é grande o amor de Jesus pelos seus, não porque intercedeu por eles, para que os soldados o deixassem ir em paz, mas porque deu a cada um deles a liberdade de decidir, de que lado queriam ficar... Pedro queria ficar com Ele, mas do seu modo, armado de uma espada e tentando resolver a situação pela violência. É o pensamento humano dos pós-modernidade que Pedro ali representa. Que solução a maioria das pessoas propõe, para resolver o problema da violência nas grandes metrópoles? Exatamente com mais violência, quando a sociedade depara nos noticiários sensacionalistas da TV muitos corpos de marginais mortos na invasão do morro, ou quando há algum massacre em um grande presídio, a população vibra e sente-se de certa forma "vingada". Somos todos da mesma opinião de Pedro, de que a violência combate a violência. Para nossa decepção Deus não pensa assim pois a atitude de Jesus mandando o velho Pedro guardar a espada, manifesta isso claramente.
O episódio dramático e trágico tem o seu desfecho em um outro Jardim onde Jesus, pelo gesto piedoso de José de Arimatéia, irá ser sepultado. Agora a mãe terra receberá a semente definitiva do Novo Reino. Os que mataram Jesus pensavam que o estavam esmagando, e que tinham acabado com ele de vez, nem imaginavam, que apenas colaboravam na semeadura de um Reino que iria superar todos os Reinos do Mundo. José de Arimatéia e Nicodemos é o cristão paciente que ainda crê, apesar da grande tragédia que se abateu sobre eles, e porque creem se dispõe a "plantar a semente" esmagada, triturada, no seio da terra, alimentando no coração a esperança de que algo de novo vai acontecer, a história há de ter um final feliz.
Que destino aguarda a humanidade? De tragédia em tragédia, e por conta de uma violenta crise de valores e decadência moral, o homem se arrasta para o caos das trevas sem nenhuma luz. Será que Deus abandonou a humanidade? Uma grande maioria, inclusive de cristãos, perdeu a esperança e fazem da religião do Cristianismo apenas um consolo para as dores e decepções desta vida, fechando-se em suas comunidades ou grupos, sentindo-se protegidos do terrível mal que aflige a humanidade...
José de Arimatéia pensa diferente, ele entra no Palácio de Pilatos porque tem algo a dizer "Vai plantar a semente na profundeza da terra, Pilatos autoriza o sepultamento de Jesus, que mal pode fazer um cadáver? Tudo o que Jesus representava de ameaça e perigo, contra a Religião Oficial e o Império Romano, agora não mais existia, sobrou de Jesus um corpo rígido, um cadáver cheio de marcas da violência, era preciso mesmo enterrá-lo para tirá-lo dos pensamentos, do coração e da consciência. Morto e enterrado!
Hoje os poderosos que também manipulam, enganam, mentem, massacram e oprimem, fizeram a sua opção por um Cristo morto, preso nas igrejas, e que não incomoda a ninguém, um Cristo impotente para influenciar o homem em suas decisões pelo Bem, uma lembrança de alguém que se tornou célebre para toda humanidade, mas que já passou...
A postura firme de Jesus diante dos seus inquisidores, a sua determinação em levar adiante a missão que o Pai lhe confiou, a sua firmeza diante dos poderosos desse mundo, e o seu despojamento para Servir a todos, resgatando todos os homens das garras do mal, deve servir nessa sexta feira como um grito de incentivo e alerta para nossas comunidades. Em meio a tanto desânimo e falta de esperança, entre tantos corações que perderam a capacidade de sonhar, precisamos nos arriscar como José de Arimatéia e transformar tantos enterros em semeaduras, confiantes de que a Vida é mais forte que a morte, e de que em cada tragédia a Vida se refaz e o Reino sem torna mais forte e indestrutível, os homens não conseguirão impedir que o Sonho de Deus se torne realidade, esta é a grande lição dessa Sexta Feira Santa, para todos nós.

2. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade - Jo 18,1-19,42
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Não só a ceia, não só a cruz, mas uma só realidade em dois momentos gloriosamente celebrados pelo mesmo Cristo, Senhor nosso. A comunidade se reúne alegre em torno da mesa da refeição e parte o pão celebrando a grande fraternidade. No mesmo ato, a mesa é altar preparado para o sacrifício. A vítima está na cruz levantada sobre o universo, e a comunidade, prostrada, adora o Senhor crucificado. Às 15 horas, bate o sino do Santo Sepulcro anunciando a morte de Cristo, e os fiéis presentes se prostram com a cabeça no chão. E ele, na cruz, “inclinando a cabeça, entregou o espírito”. Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos, porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.
Fonte: NPD Brasil em 02/04/2021

Homilia

O amor assumido na cruz

Sexta Feira Santa ou simplesmente da Paixão e Morte de Jesus. Somos levamos a contemplar e vivenciar o mistério da iniquidade humana na pessoa de Jesus sim, mas e, sobretudo o mistério do Seu triunfo definitivo. O rito da apresentação e adoração da cruz vem como consequência lógica da proclamação da paixão de Cristo. A Igreja ergue diante dos fiéis o sinal do triunfo do Senhor, que havia dito: “Quando vocês levantarem o Filho do Homem, saberão que Eu sou” (Jo 8, 28)
Enquanto apresenta a cruz, o celebrante canta por três vezes: “Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo”. A assembleia, cada vez, responde: “Vinde, adoremos!”. Durante a procissão da adoração, entoam-se cânticos apropriados.
Jesus morre no momento em que, no templo, se imolam os cordeiros destinados à celebração da páscoa; a sua imolação é uma imolação “real”, um sacrifício realizado uma vez por todas, porque a vitima espiritual tornou inúteis as vítimas materiais. Outros pormenores completam o quadro: a Jesus não são quebradas as pernas, em conformidade com as prescrições rituais (Ex 12,46); do seu lado traspassado jorra o sangue, com o qual são misteriosamente assinalados os que pertencem ao novo povo, aqueles que Deus salva (cf Ex 12,7.13). Cristo crucificado é, pois, o “verdadeiro Cordeiro pascal”: ele é a “nossa Páscoa” imolada (cf 1 Cor 5,7). “Verdadeiro ,porque e a realidade daquilo que os sacrifícios antigos exprimiam: a salvação recebida e esperada, a aliança com Deus e a inserção em seu desígnio. Esta descrição não é uma novidade; os profetas, e especialmente o Segundo Isaias (2~ leitura), descrevem o Servo do Senhor no momento em que realiza sua missão de libertar o povo dos pecados e de torná-lo agradável a Deus, como um cordeiro inocente, carregado dos delitos do seu povo, e que, em silêncio, se deixa conduzir ao matadouro. E é de sua morte, aceita livremente, que provém a justificação “para todos”.
Jesus morre no momento em que, no templo, se imolam os cordeiros destinados à celebração da páscoa; a sua imolação é uma imolação “real”, um sacrifício realizado uma vez por todas, porque a vitima espiritual tornou inúteis as vítimas materiais. Outros pormenores completam o quadro: a Jesus não são quebradas as pernas, em conformidade com as prescrições rituais (Ex 12,46); do seu lado traspassado jorra o sangue, com o qual são misteriosamente assinalados os que pertencem ao novo povo, aqueles que Deus salva (cf Ex 12,7.13). Cristo crucificado é, pois, o “verdadeiro Cordeiro pascal”: ele é a “nossa Páscoa” imolada (cf 1 Cor 5,7). “Verdadeiro ,porque e a realidade daquilo que os sacrifícios antigos exprimiam: a salvação recebida e esperada, a aliança com Deus e a inserção em seu desígnio. Esta descrição não é uma novidade; os profetas, e especialmente o Segundo Isaias (2~ leitura), descrevem o Servo do Senhor no momento em que realiza sua missão de libertar o povo dos pecados e de torná-lo agradável a Deus, como um cordeiro inocente, carregado dos delitos do seu povo, e que, em silêncio, se deixa conduzir ao matadouro. E é de sua morte, aceita livremente, que provém a justificação “para todos”.
O dramático diálogo com Pilatos mostra Jesus silencioso, enquanto a autoridade, neste momento a serviço do pecado do mundo que cega o povo, decide sua morte e o condena.
Não seria completa a compreensão do mistério de Jesus se não contemplássemos também, como o Apocalipse de João, o Cordeiro glorioso, que está diante de Deus com os sinais das suas chagas, dominador do mundo e da história (Ap 5,6ss); o Cordeiro que se imolou por amor da Igreja e para o qual a Igreja tende cheia de amor. Na cruz se iniciaram as núpcias do Cordeiro, que terão sua realização plena na festa do céu (cf Ap 19,7-9).
Neste dia, “em que Cristo, nossa Páscoa foi imolado” (1 Cor 5,7), toma-se clara realidade o que desde há muito havia sido prenunciado em figura e mistério; a ovelha verdadeira substitui a ovelha figurativa, e mediante um único sacrifício realiza-se plenamente o que a variedade das antigas vítimas significava.
Com efeito, “a obra da Redenção dos homens e perfeita glorificação de Deus, prefigurada pelas suas obras grandiosas no povo da ANTIGA Aliança, realizou-a Cristo Senhor, principalmente pelo mistério pascal da sua bem-aventurada Paixão, Ressurreição de entre os mortos e gloriosa Ascensão, mistério este pelo qual, morrendo, destruiu a nossa morte ,e ressuscitando, restaurou a nossa vida. Foi do lado de Cristo adormecido na Cruz que nasceu o admirável sacramento de toda a Igreja”.
A celebração da “Paixão do Senhor” focaliza o significado original do sofrimento de Jesus que culmina em sua morte na cruz. Trata-se do “Amor em Plenitude” que é assumido na cruz. Mas, é importante ressaltar que, antes de assumir a cruz de madeira, Jesus assumiu outras grandes e difíceis cruzes:
Podemos ver no mesmo hoje em dia muitas cruzes levadas por Jesus: uma da traição de Judas e outra da negação de Pedro, a da condenação por parte de Pilatos e o povo e a terceira é a minha e tua meu irmão e minha irmã.
Portanto, celebrar a morte de Jesus na cruz nos faz pensar nas muitas cruzes que, ainda hoje, colocamos sobre os seus ombros através da injustiça, do egoísmo, da falta de ternura, da impiedade, da violência, das drogas, etc. Faz-nos pensar também sobre as muitas cruzes que os filhos colocam sobre os ombros de seus pais; as cruzes que os pais colocam sobre os ombros frágeis de seus filhos; as cruzes que os esposos colocam-se mutuamente sobre os ombros um do outro e sobre seus próprios ombros; as cruzes que todos colocamos sobre os ombros da comunidade, da Igreja, da sociedade, etc. Mas não se esqueça que a Cruz de Cristo nos leva a gloria da Ressurreição para a Vida Eterna.
Reitoria São Vicente
Fonte: Liturgia da Palavra em 18/04/2014

HOMILIA DIÁRIA

Que sejamos capazes de dar a nossa vida para o resgate do próximo

Assim como o Senhor deu a vida por nós, que nós também aprendamos a dar a nossa vida pelo próximo!

”Com efeito, temos um sumo sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado.” (Hebreus 4,15)

Nesta Sexta-feira da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, nós contemplamos o Cordeiro de Deus, o Cristo Jesus, que morre pelos nossos pecados. Sim, nós não precisamos mais do sacrifício de ovelhas, de cordeiros; não, nós não precisamos mais disso, porque um só se compadeceu de nós, um só se humilhou por nós, um só deu a Sua vida por nós!
Meus irmãos, se o Senhor Jesus foi capaz de fazer isso por nós, não sejamos soberbos! Que nós também sejamos capazes de dar a nossa vida para o resgate de muitos e para a salvação daqueles que Deus colocou ao nosso lado.
Hoje um grande silêncio toma conta da face de toda a Terra, mas, sobretudo, do coração daqueles que são os discípulos e os seguidores de Jesus Cristo. Não é um silêncio de túmulo e de tristeza não! O Senhor morreu uma vez só, nós hoje fazemos memória de Sua paixão, nós hoje contemplamos o Cristo Crucificado. Não é para ter dó de Jesus, não é para ficar com piedade de Jesus. É o contrário, é para o Senhor ter piedade de nós, ter compaixão de nós e pela Sua sagrada cruz, pela Sua sagrada Paixão, pela Sua dolorosa Paixão, que Ele possa nos lavar dos nossos pecados e ter misericórdia de nossa natureza humana tão frágil e tão pecadora.
O que nós hoje queremos é contemplar o Crucificado e permitir que a obra que Ele realizou na cruz produza frutos em nossa vida. Nós, hoje, queremos morrer para aquilo que ainda não conseguimos morrer: o pecado que está latente dentro de nós, o pecado que cresce, muitas vezes, dentro de nós e aos quais não somos capazes de dizer ”não” a ele. É uma luta, a Palavra de Deus diz que nós não lutamos até o sangue contra o pecado.
E hoje nós queremos olhar para o Senhor Crucificado e pedir: ”Senhor, tem compaixão e misericórdia de mim, porque eu sou pecador. Que a Tua compaixão gloriosa, que a Tua Paixão na cruz seja redentora para mim, que ela me purifique inteiramente, ela me faça um homem livre, despojado, crucificado, amante da cruz e  amando os crucificados que a vida coloca diante de nós”.
Que nós saibamos cuidar, amar e ter delicadeza com Cristo Jesus, que se apresenta a nós por intermédio de tantas pessoas que são crucificadas pelos seus sofrimentos, pelas suas dores. E assim como o Senhor deu Sua vida por nós, que nós a cada dia aprendamos também a dar a nossa vida pelo próximo.
Uma Sexta-feira Santa abençoada para você e para sua casa!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 18/04/2014

HOMILIA DIÁRIA

Cristo morreu na Cruz para salvar a nossa vida

Queremos nos voltar para Cristo e referenciar as Suas Chagas, adorar a Sua Paixão e encontrar n’Ele as dores de toda a humanidade

“A verdade é que ele tomava sobre si nossas enfermidades e sofria, ele mesmo, nossas dores; e nós pensávamos fosse um chagado, golpeado por Deus e humilhado!” (Is 52,4)

Na Sexta-feira da Paixão de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, contemplamos o servo sofredor, porque Ele está sofrendo na carne todas as humilhações que a pessoa humana sofre. Cristo está carregando sobre si as nossas dores e enfermidades. Queremos nos voltar para Cristo e referenciar as Suas Chagas, adorar a Sua Paixão e encontrar n’Ele as dores, as chagas e a paixão de toda a humanidade.
O Cristo sofre por nós e junto de nós. Ele sofre pelos sofredores e com os sofredores. Nenhum sofrimento humano é desprezível ou perdido quando é sofrido em Deus.
A Paixão de Cristo é a paixão do mundo, não são as paixões humanas e mundanas, pelo contrário, é a paixão de um Deus apaixonado que leva em si todo o Seu amor pela humanidade sofrida, que paga um preço alto pelos nossos pecados, e Ele mesmo faz questão de carregar sobre Si as dores de todos.
Na lei judaica, lei antiga para a reparação e a expiação dos pecados, imolava-se o cordeiro e ele era oferecido em sacrifício aos pecados. Hoje, o único cordeiro que é imolado e sacrificado por causa dos nossos pecados é o Cordeiro Jesus, porque Ele é o único Cordeiro que pode tirar os pecados do mundo, pode tirar o pecado da nossa vida e, por isso, nos voltamos para Ele, para louvá-Lo, para rendermos todo o amor do nosso coração, toda adoração que Ele merece.
Quando formos na Igreja, hoje, para adorarmos a Cruz, não é adorarmos a Cruz por si só, pelo contrário, é adorarmos o Crucificado que morreu na Cruz para nos salvar; é adorarmos a salvação, a redenção que, na Cruz, Ele faz por nós.
Nenhum sacrifício humano nos redime, somente o sacrifício de Cristo tem esse poder. Se a nossa vida exige de nós sacrifícios, então, que o nosso sacrifício humano não seja inútil, porque o sacrifício que salva é o nosso sacrifício unido à Paixão e ao sofrimento de Cristo.
Cristo está com os doentes, com os enfermos, com os sofredores, com todos aqueles que sofrem as desigualdades, as mazelas da humanidade, dizendo: “Eu estou neles e sou um deles”. Cristo é um de nós nos nossos sofrimentos e nas nossas dores. Adoremos o Cristo crucificado que morreu para nos salvar.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 30/03/2018

HOMILIA DIÁRIA

Contemplemos em Jesus o amor de Deus por nós

“Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus, por aquilo que ele sofreu. Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem.” (Hb 4,8-9)

Hoje, estamos contemplando a consumação da vida de Jesus na cruz. Estamos contemplando Jesus Crucificado, nosso Deus abandonado dando Sua vida por amor a nós.
Tantas lições podemos tirar da cruz, mas a primeira delas é o amor. Jesus morreu somente por amor, porque nos amou e nos ama. Amar é dar a vida, é dar a vida até no sentido de perder para ganhá-la. Por isso, hoje, celebremos o amor extremo que Deus tem por nós.
Quando me falta amor, quando não tenho as forças do amor, quando não estou conseguindo amar, olho para Jesus Crucificado, n’Ele me sinto amado, restaurado e consumado para amar.
No mistério da cruz de Jesus, contemplamos o silêncio do Pai e o silêncio de Jesus em meio às dores e angústias que a morte provocou n’Ele. Não é o silêncio do vazio, é o silêncio da plenitude, é o silêncio do encontro e da entrega.

Mergulhemos no silêncio da Paixão de Cristo, para sermos consumidos pelo amor profundo que Deus tem por nós

Faz-se, hoje, um silêncio por toda a Terra. E o quanto é difícil silenciarmos, o quanto é difícil tantas coisas que estão barulhentas dentro de nós, estão gritando dentro de nós. Busquemos mergulhar no silêncio de Deus, no silêncio da Paixão de Cristo, para sermos consumados e consumidos por esse amor profundo que Deus tem por nós.
Olhemos para a Paixão de Cristo e contemplemos a paixão que muitos sofrem nesta vida. A paixão dos doentes, dos enfermos, sofredores, daqueles que estão vivendo a Paixão do Cristo na sua própria vida.
Quantas pessoas estão fazendo hemodiálise, quimioterapia e radioterapia! Quantas pessoas estão passando por tratamentos exaustivos na sua saúde e, muitas vezes, já nem têm mais forças físicas! Quantos estão enfrentando a paixão da pobreza extrema, da fome, da miséria e das dores!
Cristo se une à paixão do ser humano e quer que todas as nossas dores estejam unidas à Sua Paixão. Ele aprendeu a ser obediente ao Pai ouvindo e deixando-se guiar pelo amor do Pai em tudo que fazia. Se nós Lhe formos obedientes, n’Ele também encontraremos a nossa salvação eterna.
Olhemos para Jesus e contemplemos o amor sem fim de Deus por todos nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 10/04/2020

HOMILIA DIÁRIA

A Paixão de Cristo nos concede vida nova

“Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem.” (Hebreus 5,9)

Toda a Terra silencia para penetrar no mistério da Paixão de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ele deu a Sua vida, Ele morreu por nós.
Contemplamos o Cristo servo e sofredor, que carrega nos seus ombros o sofrimento de toda a humanidade. O Cristo que é desprezado, humilhado, menosprezado e, mais do que isso, que sofre todas as humilhações por amor a nós.
Talvez, você pergunte: “Precisava sofrer tanto?”. É o preço que Ele pagou por nos amar e nos salvar. O Pai não ofereceu bois, carneiros e nenhum outro sacrifício, Ele sacrificou o seu próprio Filho, Ele ofereceu o Seu próprio Filho em redenção, em expiação pelos nossos pecados e o Filho tornou-se obediente ao Pai.
Que obediência é essa? É a obediência de se tornar homem e aceitar em si as condições humanas para que a nossa humanidade fosse n’Ele resgatada, salva e redimida. O sofrimento de Cristo é o sofrimento de toda a humanidade.

Adoremos o Cristo Crucificado que deu Sua vida para nos salvar

Hoje, voltamos o olhar, em especial, para aqueles que mais sofrem no meio de nós. O olhar de Cristo sofredor se volta para aqueles que padecem nos leitos de hospitais, naqueles que estão sofrendo na solidão, na depressão, na opressão da alma, do corpo e do espírito, aqueles que estão sendo privados do direito à vida. Ele está dando a Sua vida por nós, mas não deixemos de olhar para os sofrimentos daqueles que padecem no dia de hoje, eles são para nós a imagem do Cristo crucificado e sofredor.
Olhemos para o sofrimento de Cristo, façamos memória da Paixão do Senhor, não para ter dó e piedade d’Ele, mas para que possamos nos redimir, para que possamos tomar consciência da nossa própria fragilidade humana e assumirmos que um Deus nos amou tanto a ponto de sofrer toda a tragédia humana para nos salvar da tragédia do pecado. Ele sofreu por nós, se entregou por nós, Ele deseja que a salvação chegue hoje em mim, em você, em nossa casa, em nossa família.
Façamos silêncio, penetremos no silêncio de Deus. Contemplemos o Cristo crucificado. Que cada chaga de Cristo apague as chagas dos nossos pecados, que cada gota do sangue de Jesus seja derramado em nosso sangue e nos dê a vida.
Que a água que brota do lado aberto de Cristo na cruz nos lave, nos purifique e nos redima. Que a água do lado aberto de Cristo nos conceda uma vida nova. Penetremos no mistério da Paixão do Senhor, reverenciemos, adoremos o Cristo Crucificado que deu Sua vida para nos salvar.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo

Oração Final
Pai Santo, que o teu Espírito nos faça compreender que a morte é o caminho necessário para a Ressurreição. E que nós vivamos cheios de esperança as dores inevitáveis desta vida, na certeza de que elas fazem parte da história que nos leva ao teu abraço paterno e definitivo. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/04/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, o mistério de Amor que se esconde na morte de Jesus de Nazaré é grande demais para a nossa compreensão. Tão grande, que a nós só resta o silêncio diante dele. Silêncio reverente e agradecido. Obrigado, Pai Amado, pelo Cristo Jesus, teu Filho Unigênito que se tornou um de nós e, ressuscitado, contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 30/03/2018

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que o teu Espírito nos faça compreender que a morte é o caminho necessário para a Ressurreição. E que nós vivamos cheios de esperança as dores inevitáveis desta vida, na certeza de que elas fazem parte da história que está nos levando ao teu abraço paterno e definitivo. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/04/2020

ORAÇÃO FINAL

Diante do Crucificado, São João da Cruz orou assim:
«Não me move, meu Deus, para querer-Te,
o Céu que me hás um dia prometido.
Nem me move o inferno, tão temido,
para deixar por isso de ofender-Te.

Tu me moves, meu Deus, move-me ver-Te
cravado numa cruz e escarnecido,
move-me ver teu Corpo tão ferido,
move-me por fim, as afrontas e a tua morte…

Tu me moves, meu Deus, de tal maneira,
que ainda que não houvesse Céu, eu Te amaria;
e ainda que não houvesse inferno, temeria!

Nada tens que dar-me por querer-Te,
pois se ainda que o que espero não esperasse,
o mesmo que Te quero, quereria!»

Pai, Tu és a Fonte da nossa Paz! Que o teu Espírito nos faça compreender que a morte é o caminho necessário para a Ressurreição. E que vivamos cheios de esperança as dores inevitáveis desta vida, na certeza de que elas fazem parte da História que nos conduz ao teu Abraço Paternal e Eterno.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/04/2021