terça-feira, 26 de dezembro de 2023

GOTAS DE MISERICÓRDIA - Diário de Santa Faustina §890


Diário de Santa Faustina §890

"O amor é um mistério que transforma tudo o que toca, em coisas belas e agradáveis a Deus. O amor de Deus torna a alma livre. É como um rei que não conhece escravidão, empreende tudo com grande liberdade da alma, pois o amor que mora nela é estimulo para a ação. Tudo que a cerca dá-lhe a conhecer que somente Deus é digno do amor dela. A alma que ama a Deus e n'Ele submerge, cumpre os seus deveres com a mesma disposição com que vai à Santa Comunhão, executando mesmo as tarefas mais simples com grande zelo, sob o olhar amoroso de Deus. Ela não se perturba se alguma coisa, depois de algum tempo, parece não ter dado certo. Mantém-se tranquila, porque no momento de agir fez o que estava ao seu alcance. Quando acontece que a abandona a presença viva de Deus, da qual goza quase continuamente, ela procura então viver com a fé viva. A alma compreende que há momentos de descanso e momentos de luta. Por sua vontade, ela estaria sempre com Deus. Essa alma é como um cavaleiro, exercitado na luta: percebe de longe onde está escondido o inimigo e está pronta para a luta. Ela sabe que não está sozinha, Deus é sua força."

JESUS, EU CONFIO EM VÓS!






HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 24/12/2023

ANO B


4º DOMINGO DO ADVENTO

Ano B - São Marcos - Cor Roxa

“Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus.” Lc 1,31

Lc 1,26-38

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Às vésperas do nascimento do Salvador, a preparação da humanidade para sua chagada se faz de forma perfeita ne bem-aventurada Virgem Maria. Muito embora as dúvidas que nos envolvam, as consequências para nosso “faça-se” e a realidade na qual estamos, Maria nos ensina como recebermos seu Filho com generosidade.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, já nesta noite estaremos reunidos para celebrar a solene Vigília do Natal do Senhor. Que Deus nos dê, por esta Eucaristia, a graça de, unidos aos sentimentos e expectativas da Virgem Maria, aguardar com alegria a chegada do Filho do Altíssimo.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Celebrando este último domingo do Advento, somos informados da chegada iminente de Jesus. O próprio anjo Gabriel diz à Maria que ela teria um filho; que Deus lhe daria o trono de seu pai Davi e que seu reino seria para sempre. À exemplo da Mãe de Jesus, respondamos sim ao projeto do Altíssimo, trazendo Jesus em nosso coração. (Após a procissão de entrada, acender quarta vela da coroa do Advento.)

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, mais alguns dias e estaremos reunidos para celebrar a solene Vigília do Natal do Senhor. Por esta Eucaristia, unidos aos sentimentos e expectativas da Virgem Maria, aguardaremos com alegria o anúncio da chegada do Filho do Altíssimo.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A catequese evangélica, como a paulina, preocupa-se em afirmar claramente que Jesus pertence à família real de Davi. Evidencia assim a existência concreta de Jesus e o cumprimento das promessas messiânicas. Deus coloca sua morada entre os homens e faz da humanidade seu templo: as pedras que o constituem são os homens do "sim" incondicional a Deus. Maria é a primeira pedra viva da casa de Deus entre os homens! No quarto e último Domingo do Advento, a Igreja se prepara para celebrar o Natal, proclamando a anunciação do Senhor e enaltecendo a figura da Virgem Maria como símbolo da humanidade que se abre ao mistério de Deus e acolhe o Redentor. Celebremos esta Eucaristia com o coração vibrante no Senhor, assim como cantou Maria seu hino de louvor e viveu uma vida inteira de ação de graças ao Senhor.
Fonte: NPD Brasil 20/12/2020

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Celebrando este último domingo do Advento, somos informados da chegada iminente de Jesus. Através dos profetas, Deus preparou a alma de seu povo para este acontecimento. Mil anos antes, o profeta Natan garantiu ao rei Davi que um de seus descendentes se sentaria no trono e que o reino dele seria firme para sempre. Hoje é o anjo Gabriel que diz à Maria que ela teria um filho; que Deus lhe daria o trono de seu pai Davi; que seu reino seria para sempre e que seria chamado Filho de Deus. E quando Maria disse: “eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra”, o Filho de Deus encarnou-se em seu seio por obra do Espírito Santo. (Após a procissão de entrada, acender quarta vela da coroa do Advento.) ATENÇÃO: Srs. Padres e comunidades, o quarto domingo do advento se estende até à tarde do mesmo. À partir das vésperas, celebra-se a liturgia do Natal do Senhor.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, mais algumas horas e estaremos reunidos para celebrar a solene Vigília do Natal do Senhor. Por esta Eucaristia, unidos aos sentimentos e expectativas da Virgem Maria, aguardaremos com alegria o anúncio da chegada do Filho do Altíssimo. Como nos sugere o hino, supliquemos ainda mais uma vez : “Oh! Vinde enfim, eterno Deus, descei dos altos céus. Deixai a vossa habitação, que a terra espera a salvação. Que o céu orvalhe o Redentor, baixai das nuvens, ó Senhor! Germine a terra o nosso Deus, pra que nos abra os altos céus!”.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A catequese evangélica, como a paulina, preocupa-se em afirmar claramente que Jesus pertence à família real de Davi. Evidencia assim a existência concreta de Jesus e o cumprimento das promessas messiânicas. Deus coloca sua morada entre os homens e faz da humanidade seu templo: as pedras que o constituem são os homens do "sim" incondicional a Deus. Maria é a primeira pedra viva da casa de Deus entre os homens! No quarto e último Domingo do Advento, a Igreja se prepara para celebrar o Natal, proclamando a anunciação do Senhor e enaltecendo a figura da Virgem Maria como símbolo da humanidade que se abre ao mistério de Deus e acolhe o Redentor. Celebremos esta Eucaristia com o coração vibrante no Senhor, assim como cantou Maria seu hino de louvor e viveu uma vida inteira de ação de graças ao Senhor.
Fonte: NPD Brasil em (24/12/2017)

A SERVA DO SENHOR

Concluindo hoje o tempo do advento em preparação para celebramos o nascimento de Jesus. É esperado que todos tenham feito uma proveitosa preparação para celebrarmos tão grande mistério de amor. A liturgia de hoje nos inspira a compreender e viver este tempo tão encantador.
O profeta Natã conta que o rei Davi, incomodado em morar em um palácio de cedro quando o próprio Deus habitava uma tenda, deseja construir uma casa para Deus, um templo para guardar a arca da aliança. No entanto, inspirado por Deus, o profeta comunica que tal construção não deve ser iniciada e que o próprio Deus vai preparar um lugar para o seu povo que será ocupado por um descendente, o ungido do Senhor. Queriam deixar Deus aprisionado no templo como único espaço de ação, mas Deus quer caminhar no meio do povo como fizera nos tempos difíceis da escravidão e caminho feito pelo deserto. Este modo de pensar ainda seduz pessoas que fecham Deus no templo para fazer o que bem entendem fora dele.
No Evangelho, a promessa dá sinais de que se cumprirá. O templo já está construído, mas não será nele que ocorrerá o anúncio do nascimento do descendente de Davi. Tudo vai acontecer num povoado desconhecido das montanhas da Galileia: uma aldeia sem importância nenhuma, chamada Nazaré. Desconhecida também era a jovem que foi visitada pelo anjo para ser a mãe do Salvador. A pequena Maria se perturba com tal proposta, assim como Davi se perturbara com sua morada suntuosa, mas em atenção a tudo que ouviu do enviado de Deus, se declara: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”.
E daquele que nascerá do seio virginal de Maria, São Bernardo diz: “na compreensão do Cântico dos Cânticos (5,10) é uma flor branca e vermelha, flor que os anjos desejam contemplar como afirma a Carta de Pedro (1,12), cujo perfume faz reviver os mortos (2 Cor, 2,16). É uma flor de campo (Ct 2,1), não de jardim. O campo, com efeito, cobre-se de flores sem intervenção do homem, não é semeado por ninguém, não é cavado com a enxada nem adubado com esterco. Foi assim, de modo inteiramente semelhante, que o seio da virgem floresceu, foi assim que as entranhas invioladas, íntegras e castas de Maria produziram, como um prado eternamente verdejante, uma flor cuja beleza jamais conhecerá a corrupção e cuja glória nunca haverá de declinar”.
A prontidão de Maria é muito inspiradora. Ela não pediu tempo para pensar, não estabeleceu condições e nem pediu explicações mais detalhadas. Ela não adiou e nem deixou Deus esperando, sua resposta é imediata. Como Maria, estejamos de prontidão para fazer a vontade de Deus vivendo intensamente para “sermos melhores no amor, melhores na dor, melhores em tudo, construindo dias de paz”.
Dom José Benedito Cardoso
Bispo Auxiliar de São Paulo

ALEGRA-TE

A nossa sociedade corre sempre em busca de um estado de bem-estar. Desde o princípio, a humanidade procurou soluções e meios para alcançar uma situação de suficiência de recursos, paz e prosperidade. O alcance desses recursos não leva necessariamente a uma justa distribuição dos bens, a desigualdade entre os povos é um claro exemplo disso, já que os países estão divididos entre pobres e ricos. O acesso de recursos básicos como água, comida, educação, segurança, trabalho e lazer, não estão acessíveis a todos, tudo depende do lugar e da posição social. Nesse contexto, a compreensão do que é bem-estar pode mudar.
Na noite de natal, em algum lugar, uma criança fica alegre porque ganhou um novo vídeo game ou celular de última geração, em outro lugar, a alegria é por causa de pouco de comida ou de água. Duas crianças, dois lugares, duas maneiras de perceber a realidade, mas as duas vão dormir alegres e felizes, ao menos por uma noite. A alegria e o bem-estar são condições passageiras, sujeitas a diversas mudanças próprias da nossa realidade humana. Diante disso como alcançar bem-estar e felicidade nesse mundo? Será possível viver bem, ser feliz, aproveitando a vida?
“Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1, 28), ao receber a saudação do anjo, Maria ficou perturbada. O diálogo com o anjo revelou que a causa dessa perturbação foi a surpresa diante da grandiosidade da proposta divina, a de ser mãe do Filho de Deus. Maria tem uma justa compreensão da sua condição humana, da sua pequenez e incapacidade para realizar aquela obra. Mas por outro lado, ela também é consciente da fidelidade de Deus ao longo de toda a história do seu povo. Um povo acostumado a experimentar dor e alegria, que entrou pelo deserto e seguiu caminho até a terra prometida.
O anjo anunciou o tempo da alegria, isto é, do cumprimento da promessa de salvação com o nascimento de Jesus. A alegria que vem de Deus não é um mero estado de bem-estar, ela se mistura com as outras realidades da vida e se realiza no cumprimento da vontade de Deus. Aceitando a alegria da maternidade divina, Maria se colocou a caminho para servir, sofreu rejeição, desterro, incompreensão e viu a morte de seu filho na cruz. Assim como na história do seu povo, na vida de Maria se misturam dor e alegria.
Num tempo tão acostumado a procurar o bem-estar, como é o nosso, a alegria cristã pode parecer uma fuga da realidade. Mas isso é um engano. A fé cristã esta alicerçada na certeza da presença de Deus na história e na sua justiça. Neste ano, foram grandes os desafios gerados pela pandemia, que colocaram em jogo o bem-estar de toda a nossa sociedade. De outra parte, redescobrimos o valor da partilha, a necessidade do encontro com aqueles que amamos. Foi um ano de dores e alegrias, mas um tempo onde Deus se manifestou sempre presente. Coloquemos tudo isso no altar do Senhor e com Maria, sejamos um Igreja em saída, para servir com alegria.
Dom Devair Araújo da Fonseca
Bispo auxiliar de São Paulo

MARANATHÁ! VEM, SENHOR JESUS!

Que poderosa intervenção de Deus na história! “Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho”... Mergulhemos também nós neste mistério: Deus poderá realizar este milagre. Maria é o tabernáculo do grande milagre: preservada de todo pecado. É a jovem que se abandona para receber a plenitude do Espírito Santo. Como é agradável olhar Maria e ver – tão pura e tão perfeita - uma representante da nossa frágil humanidade! Ela é o que todos deveríamos ser. Não tivesse o pecado nos oprimido tanto e nos desfigurado. Roguemos a Maria, pedindo para que sempre interceda por nós, pois o pecado ainda nos aniquila e afasta do convívio com o Pai. Amparai-nos, querida Mãe, vós que sois o exemplar mais perfeito de pessoa humana!
O “Sim” de Maria possibilitou – de maneira extraordinária – que “o extraordinário” irrompesse na história! Maria, mulher plena de muita fé, não questiona a vontade de Deus para sua vida. Pela obediência do seu “eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” é que o céu veio até nós. A jovem de Nazaré recebeu o dom da divina maternidade e gerou o Messias, que veio para libertar a humanidade que vivia nas trevas. Obrigado, Maria, pelo “Sim” generoso, corajoso, proferido na fé!
Ensinai-nos a ter a firmeza que te moveu para essa resposta definitiva! É doce e belo esse teu “Sim”! Entendemos nele a tua fé. A fé é um dom – bem o sabemos. No entanto, exige aceitação. Querer crer já é crer: ensinai-nos, então, os teus caminhos de fé!
Nestes tempos duros que vivemos, há “cristãos de estatística”: os que - sem noção do ridículo - admitem que são “católicos não-praticantes”. Sabemos que Deus “não despreza a mecha que ainda fumega” (Is 42,3b) e que a fé pode ser desperta também nos corações de pedra. Os indiferentes ao “Sim” de Maria e ao nascimento do Menino Deus ainda não foram alcançados pela graça. Isto deve nos questionar, desafiar. Mostremos nós, o salvador. Ofereçamos a salvação. Para Deus, nenhum caso é perdido. A vida nova pode nascer agora. Maranathá! Vem, Senhor Jesus! Um feliz e abençoado Natal do Senhor a todos!
Pe. Jorge “Rocha” Pierozan
Vigário Episcopal da Região Lapa
na Arquidiocese de São Paulo

Comentário do Evangelho

Maria experimenta Deus vivendo nela

Davi queria construir um templo para abrigar a arca da Aliança. Através da arca, que continha as tábuas da Lei, o povo experimentava a presença de Deus. Sobre a sua intenção de construir referido templo, ele consulta o profeta Natã, o mesmo que denunciou o grave pecado do rei. No entanto, a resposta de Natã a Davi não agradou a Deus: “realiza o projeto que tens no coração”. Deus faz Natã voltar atrás e comunicar a Davi o que Ele deseja. Deus não é prisioneiro de nossos projetos nem tampouco de nossos caprichos. Davi invertia a ordem das coisas: não era ele o benfeitor de Deus, mas Deus quem era o benfeitor de Davi. O mal de Davi era a sua vaidade. Se Deus, à época, rejeita para si um santuário, é porque o seu Filho, encarnado para a salvação de toda a humanidade, será o lugar de sua habitação.
Na tradição da Igreja, a “arca da Aliança” é Maria, pois ela carregou no seu próprio seio a Palavra encarnada do Pai. Se Maria é a arca, Jesus é, como dissemos acima, o “Templo” no qual Deus habita e é encontrado. Nesse “Templo” não há o véu que esconde o rosto de Deus, pois Ele é a imagem do Deus invisível (Cl 1,15). Estando diante dele, se está diante de Deus (cf. Jo 14,9). O texto do anúncio do anjo a Maria é surpreendente. É Deus quem toma a iniciativa de vir ao encontro do ser humano para fazê-lo participar da obra do seu amor. O relato, tomado no seu conjunto, mostra que Deus vai manifestando e fazendo compreender o seu projeto de amor num diálogo permanente com o ser humano. É em nossa história pessoal que Deus trava um diálogo conosco, como fez com Maria, para nos dar a possibilidade de participar de sua própria vida. Gerando, segundo a carne, o Filho de Deus, Maria experimenta Deus vivendo nela, e ela se experimenta participando da vida divina. No dinamismo da encarnação, em que a criação chega à sua plenitude, Deus quis contar com o ser humano. Nem a esterilidade de Isabel nem tampouco a virgindade de Maria foram impedimentos para que Deus cumprisse a sua palavra. A liberdade do ser humano poderia ter sido um impedimento. No entanto, em Maria, ícone da Igreja, Deus encontra o “sim”, a adesão humana necessária para que o seu Verbo tivesse uma existência histórica, como membro de um povo.
Pe. Contieri
Oração
Infundi Senhor em nossos corações a vossa graça, para que, conhecendo pela anunciação do anjo a encarnação do vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e morte, à glória da ressurreição.
Fonte: Paulinas em 21/12/2014

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!


Chegamos ao último domingo do Advento. O projeto salvífico de Deus, anunciado pelos profetas, começa a ganhar forma. A primeira leitura nos apresenta o rei Davi no início do seu reinado. Ele já havia construído um palácio confortável, mas a casa do Senhor, o Templo, ainda não estava estabelecida. O profeta Natã joga com dois significados da palavra “casa”: templo e dinastia.
Não será Davi a construir uma casa para Deus; será Deus a construir uma dinastia para Davi. Estabelecem-se quatro elementos básicos: uma relação especial entre Deus e a descendência de Davi; por meio de sua descendência, Deus cuidará do seu povo; Deus garante prosperidade, paz e bênção; e garante a eternidade da promessa. Paulo fala de um mistério revelado. Na teologia paulina, o mistério se refere ao plano de salvação que Deus tem para cada ser humano.
O mistério foi plenamente revelado por Cristo Jesus, especialmente em sua morte e ressurreição. A novidade é a sua universalidade: os pagãos foram admitidos à mesma herança de Israel, participam das mesmas promessas, tornaram-se membros do único Corpo de Cristo. Cristo realizou a reconciliação do gênero humano, expressando seu amor e derrubando o muro da separação.
Maria é instrumento especial de Deus em vista do cumprimento do seu plano salvífico. Ela fez coincidir sua liberdade com o projeto de Deus. Declara-se escrava porque totalmente livre. O seu “sim” à proposta de Deus transformou a história da humanidade. Maria é a filha de Sião: espera ansiosamente a vinda do Messias, mas não imagina que será sua mãe. O anúncio do anjo Gabriel a Maria segue um esquema mais ou menos fixo: uma introdução com o contexto; o diálogo do anjo com Maria em três atos; o sinal de que a palavra do mensageiro é verdadeira; despedida.
José e Maria já haviam realizado a primeira etapa do matrimônio (consagração), mas ainda não tinham realizado a cerimônia de núpcias. A narrativa é um relato catequético para apresentar Jesus, o “Deus que salva”, como o Messias e Filho de Deus, Filho do Altíssimo.
Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa

Vivendo a Palavra

Voltamos à casinha de Nazaré, refúgio para nossas angústias, medos e ansiedades e, na doce companhia de Maria, preparemo-nos para a chegada do Menino Deus aos nossos corações. Que a nossa presença no mundo seja o anúncio vivo da Libertação que Ele nos trouxe e que cabe a nós partilhar.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/12/2014

VIVENDO A PALAVRA

Voltamos à casinha de Nazaré, refúgio para nossas angústias, medos e ansiedades e, na doce companhia de Maria, preparemo-nos para a chegada do Menino Deus aos nossos corações. Que a nossa presença no mundo seja o anúncio vivo da Libertação que Ele nos trouxe e que cabe a nós partilhá-la com os irmãos de caminhada.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/12/2017

VIVENDO A PALAVRA

É chegada a plenitude dos tempos. Hora em que o Verbo de Deus se faz carne e vem morar conosco. Tempo de nos prepararmos para recebê-Lo em nossos corações, nossas casas, nossa comunidade, nosso Mundo. Tempo de preparar e abrir nossas moradas para acolher carinhosamente o Menino Jesus, o Cristo, Filho Unigênito do Pai Misericordioso.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/12/2020

Reflexão

PELO SIM DE MARIA, DEUS SE FAZ CARNE

Deus intervém na vida de Maria e a convida para ser a mãe do salvador do mundo, Jesus Cristo. Jesus se faz corpo no corpo de Maria, verdadeiro santuário que Deus desejava para se hospedar no seio da humanidade. Graças ao sim de Maria, a palavra viva de Deus toma corpo num corpo materno. Com isso, Deus encontra uma casa para morar.
O coração da pessoa é o santuário preferido onde Deus deseja habitar. É o templo vivo, formado por seres humanos, pedras vivas, das quais Maria foi a primeira.
O anjo vai ao encontro da jovem Maria enquanto ela realiza suas tarefas cotidianas. Assim Jesus marca presença lá nas atividades do dia a dia, onde as pessoas vivem, convivem e trabalham. Deus se faz carne para viver junto com os mortais, não para ficar preso nos santuários e trancado nas sacristias. Segundo o papa Francisco, a Igreja não pode ficar fechada em si mesma, mas deve ir ao encontro, abrir-se às necessidades das pessoas, sair do comodismo e buscar as periferias que carecem da luz do evangelho.
A novidade da vinda de Jesus é que ele não nasce de uma personagem poderosa e influente nem em um grande centro político e religioso, mas nasce da generosidade de uma jovem inexperiente e desconhecida e numa vila sem nenhuma importância, Nazaré, de onde nada se esperava.
Ele não vem com poder, como um guerreiro forte e assombroso, nem quer ser um líder triunfalista, mas é o Messias do serviço e da doação. Veio revelar e construir o reino de Deus, reino da paz, da justiça, do amor e da solidariedade.
Deus se faz gente na pobre criança de Nazaré para tornar divino o humano.
Jesus elevou à dignidade de filhos e filhas de Deus todo ser humano que vem ao mundo. É a concretização da comunhão entre o céu e a terra, já não mediante uma instituição, mas por meio de um menino.
Pe. Nilo Luza, SSP
Fonte: Paulus em 21/12/2014

Reflexão

Pistas para a reflexão:

I leitura: Deus quer caminhar com seu povo, e não ficar trancado no templo.
II leitura: O mistério de Deus se revela à humanidade em Jesus encarnado.
Evangelho: Maria aceita a proposta de ser a mãe de Jesus.
Fonte: Paulus em 21/12/2014

Reflexão

O anjo do Senhor aparece a Maria e a convida a aceitar a proposta de Deus de ser a mãe do Filho de Deus. A primeira saudação do anjo foi de alegria: “Alegre-se, cheia de graça, o Senhor está com você”. O motivo da alegria é que o Senhor está com Maria e deseja nela se encarnar. Diante dessa saudação, a jovem se pergunta qual o significado disso. E o anjo foi esclarecendo aos poucos, até convencê-la a aceitar a proposta: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim como você me disse”. O que acontece em Maria é obra de Deus, mas ele conta com a colaboração humana. Jesus é presente de Deus para a humanidade. A figura de Maria é fundamental nesse processo de Deus de se tornar gente entre os seres humanos. Ele sempre deseja e espera a colaboração de homens e mulheres de boa vontade para realizar seus projetos. O anúncio do nascimento de Jesus se fundamenta no sim de uma mulher simples de uma aldeia da periferia, de onde ninguém espera algo de bom. Jesus se faz presente onde as pessoas o acolhem com simplicidade.
Oração
Ó Jesus, nosso Salvador, contemplamos, maravilhados, a delicadeza e o zelo com que o Pai celeste organiza tua vinda ao mundo. Para ser tua mãe, Deus convida uma mulher humilde de Nazaré da Galileia. Obediente ao plano divino de salvação, ela aceita e acolhe esse mistério. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 20/12/2020

Reflexão

A cena se passa em Nazaré, insignificante povoado da Galileia. O Messias esperado nascerá no meio do povo pobre. No centro da narração está Maria, “uma virgem prometida em casamento a José”. O mensageiro não é um vizinho qualquer; é o anjo Gabriel enviado por Deus. A surpreendente notícia é que Maria é a escolhida para ser a mãe de Jesus, o Filho do Altíssimo. Como é possível, se ela não vive “com nenhum homem”? “Para Deus, nada é impossível”. Ela conceberá pelo poder de Deus, sem interferência de homem: “O Espírito Santo virá sobre você e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus”. Este é o ponto alto de todo o anúncio: Jesus é o Messias, o próprio Filho de Deus que vai trazer a salvação. Maria entrega-se à vontade de Deus: “Faça-se”.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

Reflexão

As virtudes de Nossa Senhora

O Evangelho escolhido para este Domingo, que antecede a grande solenidade do Natal, é o da Anunciação do Anjo e Encarnação de Deus.
Em primeiro lugar, o diálogo entre o anjo Gabriel e Maria Santíssima é espelho de outro que acontece na eternidade, entre o Pai e o Filho. É sabido que Deus Pai quis enviar o Seu Filho ao mundo, conforme está escrito: "De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" [1]. Este decreto do Pai, no entanto, foi acolhido humildemente pelo Filho. Assim como a Virgem respondeu ao anjo: "Ecce ancilla Domini, fiat mihi secundum verbum tuum – Eis aqui a escrava do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra", o Autor Sagrado põe nos lábios de Cristo as palavras do salmista: "Eis que eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade" [2].
Mas, às portas do Natal, por que recordar uma narrativa de nove meses atrás (afinal, a Igreja celebra a Anunciação no dia 25 de março)? A resposta está em que todos os cristãos são chamados a imitar as virtudes de Nossa Senhora, a fim de bem celebrar o Santo Natal. O Catecismo Maior de São Pio X, ao responder "quais são as virtudes que a Santíssima Virgem mostrou, de modo especial, ao receber a mensagem do Anjo São Gabriel", ensina: "Ao receber a mensagem do Anjo São Gabriel, a Santíssima Virgem mostrou, de modo especial: pureza admirável, humildade profunda, fé e obediência perfeita."
Primeiro, Nossa Senhora mostrou "pureza admirável". Quando o anjo lhe anunciou que seria a mãe do Salvador, ela não colocou nenhuma objeção ao poder de Deus – que sabia ser onipotente –, mas apenas perguntou: "Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?" Também nós somos chamados a imitar a inocência da Virgem Santíssima. A principal e mais concreta forma de fazê-lo é por meio de uma boa Confissão. Para bem receber Nosso Senhor neste Natal, nada melhor do que purificar o coração por meio deste sacramento.
Segundo, Nossa Senhora mostrou "humildade profunda". Quando o anjo a saudou, dizendo: "Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo", ela "perturbou-se com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação". Diante das palavras elogiosas do anjo, ela não se ensoberbeceu. Assim como Cristo "não se apegou ao ser igual a Deus, mas despojou-se, assumindo a forma de escravo" [3], Maria Santíssima "não se apegou", por assim dizer, ao fato de ser "cheia de graça" e imaculada, mas reconheceu-se como "escrava do Senhor". Olhando para o mistério do Natal e para a humildade de Jesus e de sua mãe, devemos imitá-los e lutar contra a nossa soberba.
Terceiro, Nossa Senhora mostrou "fé e obediência perfeita". Assim como Cristo fez-se "obediente até a morte – e morte de cruz" [4], a Virgem Santíssima pediu que se fizesse nela "segundo a tua palavra". Diante da obediência dos dois, também nós devemos obedecer, manifestando dia a dia a nossa fé e fidelidade aos planos de Deus – ainda que permaneçam misteriosos para nós.
A propósito, quando se fala que os mistérios de Deus são incompreensíveis, não é porque eles são irracionais, mas porque são suprarracionais. Quando o Senhor mostra o que é e o que faz, as criaturas são ofuscadas por Sua luz. Por isso, às vezes fica mais fácil contemplar o mistério do Natal – do Deus que Se faz servo – à luz do "sim" de Maria Santíssima.
Sigamos então o exemplo de Nossa Senhora: na pureza, preparando o nosso coração por meio da Confissão; na humildade, descobrindo que o Natal é obra gratuita da bondade divina; e na obediência, procurando ser fiel aos projetos de Deus para o ano que se avizinha. Quem sabe, em 2015, Deus pedirá de nós o heroísmo do martírio? Ou o testemunho silencioso do dia a dia? Desde já, adoremos os decretos de Deus, antes mesmo de conhecê-los.

Referências:
Jo 3, 16.
Hb 10, 7; Sl 40, 8-9.
Fl 2, 6-7.
Fl 2, 8.
Fonte: Reflexões Franciscanas em 21/12/2014

REFLEXÃO

Eis que conceberás e darás à luz um filho.

Filho de Davi e filho de Deus

Infundi Senhor em nossos corações a vossa graça,
para que, conhecendo pela anunciação do anjo
a encarnação do vosso Filho, cheguemos,
por sua paixão e morte, à glória da ressurreição.

Uma história antiga. Por volta do ano 1000ª.C., o Rei Davi consegue firmar seu “império” e pensa em construir uma “casa” para Deus, um templo. Mas Deus manda o profeta Natã dizer a Davi que ele não é de viver em templo: acompanhou o povo de Israel pelo deserto numa tenda, a Tenda da Aliança. E mais: ele, Deus, vai construir uma casa para Davi – casa no sentido de família, descendência. E então, Deus será como um pai para o descendente do rei (1ª leitura).
Mil anos depois, Deus se mostra fiel à sua promessa. Vive em Nazaré um descendente remoto de Davi. Chama-se José. Tem uma noiva, Maria. Nesta, ligada à casa de Davi por ser noiva do descendente, Deus quer suscitar, pela misteriosa ação de seu Espírito, o prometido “filho de Davi”. Conforme a promessa, Deus será um pai para o prometido, que será para ele um filho: o “Filho do Altíssimo”, o Messias (Lc 1,32, evangelho). Maria não consegue imaginar como isso será possível. Ela nem está convivendo com José. Então, Deus lhe dá um sinal para mostrar que ela pode confiar em sua palavra. Faz-lhe conhecer a gravidez de sua parenta Isabel, que era estéril. E Maria, confiante na fidelidade de Deus, dá o seu “sim”: “Aconteça-me segundo a tua palavra” (1,38).
Deus dá sinais. As profecias, que revelam o modo de agir de Deus, são sinais de fidelidade de Deus (2ª leitura). Que de Maria nasça um remoto “filho de Davi” é um sinal de que ele é “Filho de Deus”, obra de Deus na humanidade. Ora, para realizar seu projeto, Deus se expõe ao “sim” dessa mocinha do povo. Assim, o “Filho de Deus” será um verdadeiro “filho da humanidade”, alguém que faça parte de nossa história e nos liberte de verdade. Só o que é assumido pode ser salvo, diz Sto. Irineu. Se Jesus não fosse verdadeiro filho da humanidade, nossa salvação nele seria mera ficção.
Não expliquemos. Contemplemos. “Revelação de um mistério envolvido em silêncio desde os séculos eternos”… (Rm 1,25). Não peçamos a Deus que ele justifique seu modo de agir para os nossos critérios “científicos”. Quanto sabemos das coisas da criação… e das do Criador? Admiremos o modo de Deus se tornar presente. E, sobretudo, não queiramos fazer da mãe de Jesus uma Maria qualquer. Será que temos medo de reconhecer que, em algumas pessoas, Deus faz coisas especiais? Estamos com ciúmes? Ora, não acha cada qual a sua namorada excepcional em comparação com as outras moças?
Não neguemos a Deus esse prazer…
Essa admiração, porém, não é alienação. Só por ser verdadeiramente humano é que Jesus realiza entre nós uma missão verdadeiramente divina. Pois se fosse um anjo, nada teria a ver conosco. Jesus é tão humano como só Deus pode ser. Que ele é descendente de Davi significa que ele resume em si toda a história humana. Resume, recapitula, reescreve essa história. A história de Adão, a história de Davi, o “reinado”, da comunidade humana política e socialmente organizada. Será que desta vez vai dar certo – menos guerra, adultérios, idolatrias…? Da sua parte, a “qualidade divina” da obra está garantida. Deus está com ele, “Emanuel”. Mas, e da nossa parte?
Fonte Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
Fonte: Liturgia da Palavra em 21/12/2014

Reflexão

I. Introdução geral

Neste 4º e último domingo do Advento, meditamos sobre a anunciação do Senhor, conforme relata o Evangelho de Lucas. O Salvador encarna-se no mundo pela via não oficial. Ele é concebido no seio de Maria, camponesa de uma pequena cidade sem importância de uma região marginalizada: Nazaré da Galileia. O Espírito Santo de Deus encontra em Maria a acolhida necessária para gerar o Filho de Deus: “Eu sou a serva do Senhor…”. Jesus é da descendência de Davi, conforme a promessa feita por Deus por meio do profeta Natã. Davi foi escolhido por Deus para pastorear o povo, e não para projetar-se mediante magníficas construções. Não precisa construir um templo para Deus, e sim adorá-lo pela fidelidade à missão recebida. É a vida das pessoas que interessa a Deus. Ele as liberta e as protege. Por isso, prefere morar no meio do povo (I leitura). Jesus é o extravasamento do amor divino derramado sobre todos os povos. Ele nos foi dado a conhecer pelos anúncios proféticos e pela bondade e sabedoria de Deus, a quem queremos glorificar eternamente (II leitura). Entrando na semana do Natal, na mesma disposição de Maria, a mãe de Jesus e nossa, queremos acolher o Salvador e dizer-lhe com o coração e com a vida: “Eis aqui os servos e as servas do Senhor…”.
II. Comentário dos textos bíblicos

1. I leitura (2Sm 7,1-5.8b-12.14a.16): A tenda de Deus

A história de Davi, ao longo da Bíblia, vai sendo contada e recontada pelas sucessivas gerações. Ao redor dessa personagem cria-se verdadeiro movimento. O regime da monarquia produziu uma realidade de marginalização para muita gente. A memória de Davi como rei-pastor funciona, para as vítimas do poder monárquico, como resistência e esperança do estabelecimento de um Reino de justiça e paz.
A 1ª leitura deste domingo consiste numa denúncia à situação privilegiada em que se encontra Davi. Depois de uma trajetória de inúmeras lutas e conflitos, ele se torna rei de Israel, constrói para si uma casa luxuosa e pretende construir um templo magnífico para Deus. Por meio do profeta Natã, porém, Deus lembra a Davi que jamais precisou de uma casa, pois desde o nascimento de Israel sempre morou em tenda, a fim de caminhar com o seu povo, protegê-lo e libertá-lo.
O nó da questão é que Davi, ao conquistar o poder, tende a esquecer-se de suas origens humildes e de sua vocação de pastorear o povo. O projeto de construir um templo para o Senhor revela a intenção de projetar-se politicamente, firmar seu poder e perenizar sua memória. Não é para isso que Deus o chamou, e sim para cuidar da vida do povo. Um templo material para o Senhor revela a pretensão de “apropriar-se” do sagrado e “legitimar” o domínio monárquico sobre o povo, como vai acontecer a partir de Salomão. A habitação em que Deus prefere morar não é a feita de cedro, pois isso significaria afastamento do lugar social onde vivem as pessoas comuns. A habitação humilde em que Deus quer morar é o chão onde se encontra o povo.
Deus, então, indica que a perenidade do reino de Davi se dará por outro caminho. De sua descendência virá o Messias. Seu reino, porém, não será monárquico nem atenderá à expectativa dos dominantes. O messianismo de Jesus revela-se transgressor desde o anúncio do seu nascimento.

2. Evangelho (Lc 1,26-38): A anunciação do Messias

Segundo o Evangelho de Lucas, o anúncio do nascimento de Jesus se dá no “sexto mês” a contar da concepção de João Batista. É evidente a ligação com o “sexto dia” da criação, quando Deus criou o ser humano. Jesus inaugura nova humanidade. O anúncio se dá em Nazaré da Galileia. No Primeiro Testamento não encontramos referência a essa cidade, o que indica ser um lugar sem importância. Ninguém poderia supor que a promessa do Messias seria cumprida por meio de uma jovem camponesa de Nazaré.
Lucas tem clara intenção de contrapor a instituição religiosa oficial localizada em Jerusalém com a cidadezinha de Nazaré, de onde não se esperava nada de bom (cf. Jo 1,46). Maria está comprometida em casamento com José, da descendência de Davi. Cumpre-se a promessa divina conforme o anúncio profético. No evangelho, encontramos várias vezes a expressão “filho de Davi”. Assim, Jesus foi reconhecido pelas multidões como o Messias que, segundo a crença comum, deveria pertencer à linhagem davídica. No entanto, ele é “grande” não por ser “filho de Davi”, e sim por ser “Filho do Altíssimo”. Por isso, “o seu reinado não terá fim”. O reino de Jesus é universal e eterno, não se ancora no poder temporal nem age com a força de nenhum exército. Seu programa está contido em seu nome: Jesus = “Deus salva”.
Com relação a Maria, Lucas não menciona sua ascendência. É uma mulher comum a quem o anjo anuncia que será a mãe de Jesus. A graça de Deus está nela e conceberá o “Filho de Deus” com o poder do Espírito Santo. A “sombra” que cobre Maria lembra a “nuvem” que simbolizava a presença de Deus no meio do seu povo em caminhada pelo deserto rumo à terra prometida. O livro do Êxodo relata também: “A nuvem cobriu a tenda da reunião e a glória do Senhor encheu a habitação” (Ex 40,34).
Maria é a nova habitação de Deus. O anjo Gabriel, mensageiro divino (cujo nome significa “Deus é forte”), anuncia: “O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra”. Ela é escolhida e agraciada como “sinal” salvífico de Deus, conforme anunciara o profeta Isaías (7,14): “O Senhor vos dará um sinal: eis que a jovem está grávida e dará à luz um filho e dar-lhe-á o nome de Emanuel”. As expressões: “agraciada” e “encontraste graça diante de Deus” revelam que o anúncio se refere à intervenção gratuita e salvadora de Deus em favor da humanidade. Um sinal dessa intervenção já estava em andamento no seio de sua parenta Isabel: uma mulher velha e estéril é capaz de gerar a vida, pois “para Deus nada é impossível”.
A receptividade de Maria ao anúncio do anjo Gabriel não tem nada a ver com passividade. O seu consentimento de fé liga-se com a atitude de serviço. Ao fazer-se serva de Deus, permite que sua Palavra se faça carne nela. Por essa sua atitude de humildade e de entrega ao plano divino, recebemos a graça do Salvador e Maria torna-se modelo para todos nós.

3. II leitura (Rm 16,25-27): Jesus é a revelação de Deus ao mundo

Paulo encerra sua carta aos Romanos com um solene hino de louvor. É a expressão de fé e louvor das comunidades cristãs primitivas, maravilhadas com a bondade divina revelada pela encarnação de Jesus Cristo. Elas se percebem privilegiadas pelo fato de estarem vivenciando em seu tempo a realização da promessa do Messias salvador, conforme anunciada pelos profetas.
Jesus Cristo é a revelação do mistério de Deus “envolvido em silêncio desde os séculos eternos”. É como se Deus abrisse o coração para que todas as nações pudessem conhecer o seu desígnio de amor e salvação. Agora tudo foi revelado, e fica evidente o sentido das Escrituras Sagradas no que se refere ao Messias: é dom de Deus para a salvação universal.
O louvor é para “aquele que tem o poder de confirmar” o evangelho de Jesus Cristo anunciado por Paulo e pelas demais testemunhas oculares. A compreensão verdadeira da pessoa e da obra redentora de Jesus Cristo não se dá meramente pelo esforço humano, tanto de quem anuncia como de quem ouve, e sim pela ação do Espírito Santo. O louvor é para Deus, “o único sábio”, que se dispôs a derramar sua sabedoria sobre todos os povos e redimi-los em Jesus Cristo, mediante a “obediência da fé”.

III. Pistas para reflexão

- A tenda de Deus. Por meio do profeta Natã, Deus esclarece a Davi que sua morada predileta é no meio do povo. Não lhe agrada a construção de um templo magnífico. Desde o início da história do povo de Israel, Deus “desceu” para caminhar com ele. Deus é reconhecido não pelas grandes construções feitas em sua homenagem, pois atrás delas podem se esconder intenções políticas de legitimação do domínio de alguns sobre a maioria. Deus é reconhecido pela fidelidade à sua aliança de amor. Davi não pode se esquecer de sua missão de pastor junto ao povo. Da linhagem desse Davi, pastor humilde, nascerá o Messias, não conforme a expectativa oficial, mas a partir do corpo e do lugar social das pessoas simples e abertas ao amor de Deus…

- Maria, a serva de Deus. A anunciação do anjo Gabriel a Maria refere-se ao dom maior de Deus à humanidade: Jesus Cristo, o salvador do mundo. Deus intervém gratuitamente e de modo soberano. Não foi por meio do templo de Jerusalém nem foi com o aval da religião oficial que o Salvador veio ao mundo, e sim por meio do corpo de uma humilde jovem de Nazaré da Galileia. Nela Deus fez a sua tenda. Por ela Deus revela o seu poder e a sua glória. Em seu seio é gerado o Filho de Deus, o Messias, da descendência de Davi, conforme a promessa feita por meio dos profetas. Pela obediência da fé professada por Maria, a palavra divina torna-se eficaz. A vocação da mãe de Deus ilumina a nossa: também a nós, pelo mesmo Espírito Santo, nos é dado conceber a Jesus, de forma que se torne conhecido e amado no mundo. Inspirados pelo exemplo de Maria, pedimos a Deus que nos transforme em seus servos e servas… Qual concepção temos de Deus: é a de Davi, preocupado em homenageá-lo com obras materiais magníficas, ou a de Maria, que acolhe a sua vontade e se faz sua serva?

- Demos glória a Deus! O coração de Deus abriu-se definitivamente para revelar o seu desígnio de salvação por meio de Jesus Cristo. Todos os povos são contemplados. Todos são agraciados. É o extravasamento do amor divino derramado sobre cada um de nós e sobre toda a criação. Como as primeiras comunidades cristãs, glorificamos a Deus pela plenitude de seu amor, que ele nos concedeu em Jesus Cristo… O que significa louvar a Deus por meio da obediência da fé?

Celso Loraschi
Mestre em Teologia Dogmática com Concentração em Estudos Bíblicos, professor de evangelhos sinóticos e Atos dos Apóstolos no Instituto Teológico de Santa Catarina (Itesc).
E-mail: loraschi@itesc.org.br
Fonte: Vida Pastoral em 21/12/2014

Reflexão

«Conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus»

Fray Josep Mª MASSANA i Mola OFM
(Barcelona, Espanha)

Hoje o Evangelho se assemelha a um conto popular. Começa assim: «Era uma vez...»,apresentam-se as personagens, a época, o lugar e o tema. Esta chegará ao ponto crucial com o centro da narração e finalmente, há o desenlace.
São Lucas, de modo semelhante, conta-nos de forma popular e acessível, a maior história. Apresenta não uma narração criada pela imaginação, senão uma realidade tecida pelo mesmo Deus com colaboração humana. O ponto crucial é: «Conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus» (Lc 1,31).
Essa mensagem diz-nos que o Natal já está próximo. Maria nos abrirá a porta com a sua colaboração na obra de Deus. A humilde donzela de Nazaré escuta surpreendida o anúncio do Anjo. Precisamente orava para que Deus enviasse o Ungido, para salvar o mundo. Não podia imaginar, no seu modesto entendimento, que Deus a escolhia justamente a Ela para realizar seus planos.
Maria vive no seu coração uns momentos de tensão, dramáticos: era e queria continuar virgem; Deus agora lhe propõe uma maternidade. Maria não o entende: «Como acontecerá isso?» (Lc 1,34), pergunta. O Anjo disse-lhe que virgindade e maternidade não se contradizem, senão que, pela força do Espírito Santo, integram-se perfeitamente. Não é que ela agora o compreenda melhor. Mas já lhe é suficiente, pois o prodígio será obra de Deus: «Para Deus nada é impossível» (Lc 1,38). Por isso responde: «Faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1,38). Que se realizem! Que se faça! Fiat! Sim. Total aceitação da vontade de Deus, ainda que meio a cegas, mas sem condições.
Naquele mesmo instante, «a Palavra se fez carne e veio morar no entre nós» (Jo 1,14). Aquele conto popular converte-se ao mesmo tempo em realidade mais divina e mais humana. Paulo VI escreveu no ano 1974: «Em Maria vemos a resposta que Deus dá ao mistério do homem; e a pergunta que o homem faz sobre Deus e a sua própria vida».

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Abra, Santíssima Virgem, o coração à fé, os lábios ao consentimento, as entranhas castas ao Criador. Veja que o desejado de todas as pessoas está batendo à sua porta. Levante-se, corra, abra. 'Aqui está a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra.'” (São Bernardo)

- «O Verbo, que encontrou casa no seio virginal de Maria, no Natal volta a chamar o coração de cada cristão. Cada um está chamado a responder, como Maria, com um «sim» pessoal e sincero, colocando-se plenamente à disposição de Deus» (Francisco)

- «A Anunciação a Maria inaugura a ‘plenitude dos tempos’ (Gl 4, 4), isto é, o cumprimento das promessas e dos preparativos. Maria é convidada a conceber Aquele em quem habitará ‘corporalmente toda a plenitude da Divindade’ (Cl 2, 9). A resposta divina ao seu ‘como será isto, se Eu não conheço homem?‘ (Lc 1, 34) é dada pelo poder do Espírito: ‘O Espírito Santo virá sobre ti ‘ (Lc 1, 35)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 484)

Reflexão

“Alegra-te” ("Kairé”): começo do Novo Testamento

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, imersos numa das cenas mais bonitas das Sagradas Escrituras, presenciamos o momento solene de inauguração do Novo Testamento: “Alegra-te”. O cumprimento habitual, entre judeus era “shalom”, “paz”, enquanto o cumprimento entre os gregos era “Kaire”, “alegra-te”. É surpreendente que o Arcanjo Gabriel, ao entrar à casa de Maria, cumprimente a com o cumprimento grego: “Kaire”, “alegra-te”, “regozija-te”.
Com o começo do Novo Testamento, relatado nesta pagina de Lucas, se produz a apertura à universalidade do povo de Deus, que não é apenas o povo judeu, mas também ao mundo em sua totalidade, a todos os povos. Neste cumprimento grego do anjo aparece a nova universalidade do reino do verdadeiro Filho de Davi.
O Novo Testamento é realmente “Evangelho”, “boa notícia” que nos traz alegria. Deus não está longe, não é um desconhecido, enigmático. Deus está perto de nós, tão perto que se faz criança, e podemos tratar de “tu” a este Deus.

Comentário sobre o Evangelho

A Anunciação: o anjo Gabriel foi enviado por Deus a Maria


Hoje nos lembramos de um dos dias mais belos da história da humanidade: Deus se torna um homem no ventre de uma jovem mulher, Maria de Nazaré. Ela é simples e humilde, vive em uma cidade muito pequena, em uma casa muito modesta. E Ela foi escolhida por Deus para ser a Mãe de Deus.
-Jesus, espero por você com alegria, como sua Mãe. Não demore!

Meditando o evangelho

A AGRACIADA DE DEUS

O Anjo do Senhor definiu Maria como a repleta de graça. Nesta afirmação, está contido um movimento de dupla direção: de Deus para Maria - de Maria para Deus. E, neste movimento articula-se o mistério divino na vida da mãe de Jesus.
Deus, em seu amor infinito pela humanidade e desejoso oferecer-lhe salvação, escolheu Maria para colaborar no seu plano de salvação. Esta escolha não se explica com parâmetros humanos, mas se perde nos abismos da liberdade divina. Deus concede, à jovem de Nazaré, a riqueza de suas graças: a predispõe a ser sua interlocutora, dando-lhe sensibilidade para captar os apelos divinos e tornando-a capaz de ir além de si mesma para  decidir-se a aceitar o projeto divino de salvação.
Maria, por sua vez, embora elevada a um nível altíssimo de santidade, que lhe fora comunicada pela plenitude da graça divina, conservava a simplicidade e a humildade de quem se sabia servidora. Em seu coração, não houve lugar para a soberba e a vanglória. Agraciada por Deus, mantinha-se no escondimento, não exigindo para si tratamento condizente com sua condição de mãe do Filho de Deus. Bastava-lhe saber-se cumpridora da vontade de Deus, ajudada pela graça que a plenificava. Não ambicionava grandezas mundanas, uma vez que possuía o bem mais precioso: estava repleta do próprio Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, que minha vida se inspire no exemplo de Maria, em sua disposição para cumprir a vontade de Deus.
Fonte: Dom Total em 21/12/201424/12/2017 20/12/2020

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Não tenhas medo, Maria!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Um pouco mais e o Natal chegou. Maria e José estão procurando um lugar para colocar o menino. Maria o tem dentro de si e vai dá-lo de presente a toda a humanidade. Do seu seio ela o colocará no seio da humanidade. Ela o colocará no nosso coração. Será que o menino precisa de uma casa? O rei Davi queria construir uma Casa para Deus. Deus não quis e disse a Davi: “Fui eu que tirei você do meio das ovelhas e é você quem vai construir uma casa para mim?”.
Na realidade, Deus não está interessado em ter um Templo. O que ele quer é um lugar para o povo morar sem ser molestado, sem ser oprimido por gente violenta, vivendo uma vida tranquila, sem inimigos. O Senhor é que vai construir uma casa para Davi. Davi não precisa ter medo. Ele pode compor salmos e cantá-los em honra do Senhor Deus, porque “o amor está garantido para sempre”. O Deus que fez uma aliança com Davi é leal. Ele mantém a palavra dada e garante o trono de Davi para sempre. Davi é sincero em seu desejo de construir um Templo para Deus. Ele mesmo tem um palácio bonito e Deus tem apenas uma tenda na qual são feitos os serviços religiosos. O conselheiro de Davi era o profeta Natã, que lhe dizia para fazer o que mandava o seu coração. Deus, porém, tem uma surpresa para Davi. Ele vai construir para seu Filho uma casa inesperada, colocada no meio dos povos, ao alcance de todas as gentes.
A construção da casa de Deus se tornou realidade quando o anjo Gabriel ouviu a resposta de Maria: “Faça-se em mim segundo a tua palavra”. Maria é o Templo de Deus. O Espírito Santo vem sobre ela e ela concebe o Filho de Deus. Maria é a Arca da Aliança, o Templo do Deus vivo. Deus não precisa de outra casa. Ele começa a estar onde Maria está, na casa de Nazaré, nas montanhas da Judeia, na cidade de Belém, no Egito, na cruz e em toda parte. O Deus sábio escolheu o corpo de uma mulher para ser o Templo de sua glória. A construção se tornou visível quando ela aceitou colocar o seu corpo a serviço do projeto de Deus. Maria não se julgou dona do seu corpo. Ela o colocou totalmente a serviço de Deus. E assim, do seu corpo saiu o corpo do Salvador.
Fonte: NPD Brasil em 24/12/2017

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. JESUS, O FILHO DE MARIA!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Depois do nome, a referência mais importante de uma pessoa é a sua filiação, filho de fulano e de cicrana, ter uma mãe e um pai, uma origem, algo que está na essência da nossa humanidade, sem essa referência, até da existência se pode duvidar. Quem é ele, filho de quem, onde mora? O Filho de Deus, onipotente, onipresente, onisciente, aceita trilhar o mesmo caminho do homem. A encarnação é obra de Deus, mas que irá acontecer com a colaboração do homem.
O rei Davi era a dinastia mais famosa de Israel, pois unificara o norte e o sul formando um dos maiores impérios do oriente, o povo sonhava com aqueles tempos em que Israel era uma nação respeitada e temida pelas demais, pois o rei Davi impunha respeito, pelo poder do seu numeroso exército, mas acima de tudo por ter sido ungido do Senhor, pois ser rei era uma missão divina. As profecias falavam que o esperado messias era dessa família e que seria igual ou até melhor que Davi, ele era para o povo o braço poderoso de Deus lutando a favor dos pobres, alinhando-se com os homens justos e punindo os maus.
Os grandes acontecimentos ou decisões importantes que representem mudança na vida do povo, só poderiam ocorrer no meio dos poderosos, ao povo cabia ouvir, dizer amém e aguentar as consequências. Entretanto a vinda do messias começa a ser articulada entre Deus e uma mocinha pobre da periferia chamada Nazaré, até ela própria fica assustada e surpresa quando percebe que está em suas mãos mudar os rumos da história do seu povo. A mudança dos rumos de uma nação, só começa a acontecer de fato, quando o povo descobre a sua força. Deus nunca seguiu as estruturas humanas para realizar a salvação da humanidade, escolhe como parceiro pessoas fracas, aparentemente incapazes de fazer qualquer mudança.
Por caminhos tortuosos, incompreensíveis para os homens, Deus irá cumprir com a promessa, o noivo de Maria chama-se José e pertence a família do grande rei Davi mas apesar disso, José é um homem do povo, que vive de sua profissão de carpinteiro. E Maria? Quais eram seus planos de vida?
Todos nós temos de ter um projeto de vida, quem não tem, acaba não vivendo bem e nem sabe o sentido da vida. Maria estava prometida em casamento a José, como seu povo ela também esperava o messias, ela também alimentava no coração a esperança de dias melhores.
E em um momento de oração Maria se abre para ouvir a Deus e descobrir a sua vontade a seu respeito. Somente uma fé madura e consciente consegue se abrir diante de Deus e ao mesmo o questiona. Há certas coisas em nossa vida de difícil solução, e que seria tão bom se Deus fizesse do nosso jeito. Não que Deus seja sempre do contra, mas nunca vai ser do nosso jeito. Em Maria vemos o que é realmente a fé, quando não fazemos questão que seja do nosso jeito, mas sim do jeito de Deus, daí é que as coisas vão acontecer. Só que o jeito de Deus não é muito fácil de aceitar porque ultrapassa a lógica humana.
Maria não é casada, não tem marido, quando ela apresenta essa dificuldade o anjo anuncia que as coisas irão acontecer do jeito de Deus e para que Maria possa confiar é lhe dado um sinal, a prima Isabel, avançada em idade e ainda por cima estéril, irá conceber uma criança. Os sinais de Deus nunca seguem a lógica humana, mas é preciso confiar. E Maria aceita totalmente a missão, que não será das mais fáceis, abre mão de todos os seus planos, inclusive o casamento com José, ela aceita o risco de ser acusada de infidelidade, o que poderia fazer com que fosse condenada á morte, caso o noivo a denunciasse.
Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra - Para nós, hoje é muito fácil aceitar e entender essa história. Mas pensemos um pouco em Maria, que não fazia ideia do que vinha pela frente, mas sabia que Deus estava com ela.
Hoje o reino de Deus vai acontecendo e sendo edificado em meio aos homens, na medida em que, como Maria, nós aceitamos o desafio, fazendo de nossa vida uma entrega total e silenciosa nas mãos do Pai. Para isso é sempre preciso renovar a cada dia a decisão em favor de Jesus e seu reino...
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra - Lc 1,26-38
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Entramos na preparação imediata do Natal.
Com São Mateus vimos a genealogia e a origem de Jesus, e São José em sua missão de pai adotivo do Menino Jesus. Em São Lucas, encontramos o anjo anunciando a Zacarias o nascimento de João Batista, o anjo anunciando a Maria o nascimento de Jesus e Maria visitando Isabel nas montanhas de Judá. Ouvimos o seu canto de glorificação e ação de graças, vimos o nascimento de João Batista e ouvimos seu pai bendizer o Senhor, Deus de Israel.
E assim chegamos a Belém ao som do canto dos anjos: “Glória a Deus nas alturas”. A liturgia destes dias nos envolve com o clima do Natal e nos faz participar, nos dias de hoje, dos acontecimentos daqueles dias: “Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco”, disse o anjo a Maria. “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”, acrescentou Isabel. E nós, por nossa vez, nos unimos em súplica e dizemos: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém”. Diz uma tradição que as palavras da segunda parte da Ave-Maria foram ditas pelo carmelita São Simão Stock, em seu leito de morte, no ano de 1265.
Fizemos a caminhada do Advento acompanhados pelo profeta Isaías e por São João Batista. Agora, é Maria quem nos acolhe com o Menino nos braços e o coloca em nossas vidas. Como ela o levou dentro de si de Nazaré às montanhas de Judá, possamos também levá-lo a todos os lugares por onde passarmos e pararmos.
Que nossa presença, portadora do Salvador, seja ocasião de alegria e de cânticos que bendigam o Senhor e o engrandeçam por sua grande misericórdia! A menina de Nazaré tornou-se a Mãe do Salvador com um “sim” generoso e bem-disposto.
Maria é Mãe de todos: dos que a acolhem e dos que a rejeitam, dos que são dóceis e dos que são rebeldes, e cuida de todos. Tornou-se, também, modelo para todos nós, chamados a dizer “sim” à vontade de Deus e aos apelos dos irmãos e irmãs.
Fonte: NPD Brasil em 20/12/2020

HOMILIA

Alegria: o Senhor está no meio de nós

Com o 4° domingo, o Advento chega ao auge. O evangelho traz o pleno cumprimento de todos os sinais que anunciam a vinda do Salvador. A promessa feita a Davi, de que sua descendência teria seu trono firmado para sempre (2Sm 7; cf. 1ª leitura), realiza-se no filho de Maria, juridicamente inserida, através de seu noivo José (o noivado tinha força jurídica), na descendência de Davi (Lc 1,27). A este filho, Deus dará – embora não do modo que se esperava – o trono de Davi, o governo da casa de Jacó (Israel) para sempre (cf. 2Sm 7,16). Já aprendemos, por estas últimas palavras, que as profecias se cumprem de um modo que a inteligência humana desconhece (1). O modo de Jesus ser o Cristo que reinará para sempre, e o modo em que a casa de Israel se tomará um povo universal, nenhum contemporâneo de Maria o podia imaginar, e mesmo Maria só o vislumbrava como Mistério de Deus. As profecias não são programas a serem executados. São sinais da obra inesperada que Deus está realizando, sinais que a gente só entende plenamente depois da obra realizada.
Outro sinal que a gente reconhece ao reler o A.T. à luz do Evento de Jesus Cristo é a profecia de Is 7,14. Embora o rei Acaz não gostasse de que Deus se intrometesse nos seus negócios políticos, Deus lhe deu um sinal: o nascimento de um filho de uma mulher nova (“virgem”, traduz a versão grega do A.T., usada pelos primeiros cristãos). Esse filho seria chamado Emanuel, “Deus conosco” (cf. Mt 1,23; 4° dom. Adv. A). No tempo de Is, isso significava: nos dias de catástrofe que hão de vir (722 a.C.: destruição do Norte e invasão do Sul pelos assírios), este rapaz de nome Emanuel, nascido como que por ordem de Deus, lembrará que Deus está com o povo. Mas, para quem conhece a história de Jesus, esse sinal reveste um sentido novo. Prefigura o mistério de Deus, a obra de seu “sopro” ou “espírito” vivificador (cf. Gn 2,7; Ez 37,9; Sl 104[l03],29-30) em Maria, suscitando nela um filho que não é fruto da geração humana (Lc 1,34; cf. Mt 1,18-24), mas um presente de Deus à humanidade: sendo obra do Espírito Santo, que veio sobre Maria, este filho é chamado “Santo” e “filho do Altíssimo” (Lc 1,36; cf. as atribuições do filho real em Is 9,5-6; 11,1-5), o filho em que Deus investe todo seu bem-querer (Lc 3,22), enviado e ungido com seu Espírito (4,18). É o verdadeiro e definitivo “Deus conosco”.
Mas o sinal por excelência da realização da promessa é o próprio nascimento do precursor de Cristo, do seio de Isabel, que tinha a fama de ser estéril (1,36). João Batista é “sinal” no sentido mais pleno imaginável: seu nascimento mostra a força do Altíssimo gerando o Salvador; sua missão prepara o caminho para este Salvador; sua pregação anuncia o Reino que o Cristo inaugura.
Ora, a obra de Deus através da História, assinalada pelos referidos sinais, anunciada como plenificando-se na alegre saudação do Anjo, que proclama a plenitude da graça de Deus em Maria (Lc 1,28-30; cf. Sf3,14-15; Zc 2,14 etc.), só se toma fecunda para o homem se este o quiser. Daí, a importância de dizer: “Sim”. Maria, respondendo ao Anjo (representando Deus mesmo) seu Fiat (“Faça-se em mim segundo a tua palavra”; Lc 1,38), colocando-se, como serva, a serviço do Senhor, é a primeira de todos os que, pela adesão da fé, “dão chances” à obra definitiva de Deus em Jesus Cristo. O Fiat de Maria representa a fé da humanidade e a disponibilidade com que a Igreja quer assumir o Mistério de Natal (cf. oração final).
Diante de todos esses sinais, na história de Israel e de Maria, devemos afirmar o que Paulo nos diz na 2ª leitura: em Cristo se toma manifesto o que, desde séculos, as Escrituras, ao mesmo tempo que o assinalavam, escondiam: o Mistério de Deus (Rm 1,25-26; cf. Mt 13,35). Os autores escriturísticos vislumbravam uma presença fiel de Deus nos fatos provisórios da História. Vistos a partir de Jesus Cristo, estes fatos tornam-se indícios do que se manifesta, em plena clareza, nele mesmo, e isto, para todos os povos, ao menos, quando conduzidos pela auscultação da fé (Rm 1,26) Por isso, podemos louvar e agradecer (1,27).
(1.) 0 “recado” de Natã a Davi, de que sua descendência estaria firme para sempre (2Sm 7,16), foi entendido, originariamente, como a certeza de que Israel sempre teria um rei da dinastia davídica, e o nascimento de um filho real é saudado, em Is 9,6, como sendo a confirmação desta promessa. Depois que o Exílio (586-535 a.C.) abolira o reinado, o “para sempre” foi interpretado como significando “de novo”. Israel (reduzido a um pequeno resto, ou seja, a população de Judá, no sul do pais) teria um novo rei (davídico), um novo “ungido” (Messias ou Cristo). Mas o que é anunciado a Maria ultrapassa de longe o que os judeus depois do exílio esperavam.
Fonte Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
Fonte: Liturgia da Palavra 21/12/2014

Homilia do 4º Domingo do Advento

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista

“Seu Reino não terá fim”
Descendente de Davi

O nascimento de Jesus não é um ato isolado na história da humanidade. Acontece em continuação às maravilhosas intervenções de Deus na História do povo de Israel, com destinação a todos os povos.
Deus preparou o nascimento de seu Filho na Humanidade, escolhendo para si um povo e neste, uma família cujo patriarca rei Davi recebe a promessa de uma herança eterna que vai acontecer em Jesus. Davi quis construir uma casa, isto é, um templo para Deus.
E Deus responde através do profeta Natã: “O Senhor anuncia que Ele te fará uma casa...
Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre” (2Sm7,11.16).
É o que rezamos no salmo 88: “Fiz um juramento a Davi, meu servidor. Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem, de geração em geração garantirei teu reinado... Com ele firmarei minha aliança indissolúvel”.
No anúncio a Maria Lucas diz que José “é descendente de Davi” (Lc 1,27). Falando do Menino que iria conceber proclama: “Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu Pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim” (Lc 32-33).
Filho de Davi segundo a carne, Filho de Deus, segundo o Espírito: “Ele será chamado Filho do Altíssimo... O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra (presença de Deus), Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus” (Lc 1,32.35). Cumprem-se as profecias de um Salvador, Messias, Filho de Deus.
Maria é virgem, pois Ele é Filho de Deus. Ela é a humanidade que acolhe a Divindade. É a Divindade que assume a Humanidade. É o momento da salvação. A carne se une a Deus.

Casa aberta a todos

O nascimento durante o recenseamento o coloca na lista entre todos os homens. Os Anjos que cantam anunciam que pertence à Glória de Deus. Faz parte do povo por ser da casa e família de Davi. Na fé se faz mistério aberto a todos conforme as Escrituras proféticas (Rm 16,25-37).
Com sua Morte e Ressurreição completa a promessa de abrir o santuário de Deus a todos. Em Cristo todos podem ter acesso ao Pai. O anúncio do Anjo nos abre ao universalismo da fé. Como o seio virgem de Maria concebeu e como o ventre morto de Isabel gerou, o seio da humanidade murcho pelo pecado pode conter o Filho do Criador e gerá-Lo pelo Espírito a todo Universo.
Todos são chamados a ir a Belém para ver o que aconteceu e o que o Senhor deu a conhecer (Lc 2,15). Esses são em primeiro lugar os que são necessitados. Maria sintetiza em si a vocação de todo cristão: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim seguindo a tua palavra”.
A missão de Jesus Ele a realiza como serviço, fazendo a vontade do Pai. A porta que abre a todos o caminho é realizar a vontade do Pai, como o fez Jesus.
Assim implantou o Reino e nos fez casa de Deus. Maria, casa de ouro Maria tornou-se casa de Deus. É casa de ouro. O ouro está na beleza de sua abertura a Deus que a quis como sua casa.
É preciosa porque concebe o Filho de Deus e concebe a Palavra do Filho. Maria sintetiza em si esse momento de salvação. Traz Deus a nós e nos leva a Deus em sua própria carne. Ela é um sacramento em união a seu Filho sacramento do Pai.
Nos sinais humanos do Filho leva-nos ao Divino que é. O Mistério que a envolveu ela O distribui como Mãe generosa a seus filhos. Na preparação do Natal do Senhor, somos chamados a viver a abertura para que o Verbo eterno reine sobre nós.

Leituras: 2° Samuel 7,1-5;8b-12.14ª.16; Salmo 88; Romanos 16,25-27; Lucas 1,26-38

Ficha nº 1398 - Homilia do 4º Domingo do Advento

Deus preparou o nascimento de seu Filho escolhendo um povo. Neste escolheu uma família, de Davi a quem prometeu uma casa eterna. No anúncio do nascimento de Jesus é lembrando que é da família de Davi.
No seio de Maria, na pessoa do Filho se cumpre a promessa de um Salvador que como Deus se une à humanidade. É o momento da Salvação. No recenseamento Jesus é parte da Humanidade. Pertence à Glória de Deus. Faz parte da família de Davi. Abre o santuário a todos.
Por Cristo temos acesso ao Pai. É o universalismo da fé. Jesus realiza sua missão como serviço fazendo a vontade do Pai. A porta que abre a todos o caminho é realizar a vontade do Pai, como fez Jesus. Maria tornou-se casa de Deus, casa de ouro beleza de sua abertura a Deus que a quis como sua casa. E concebe o Filho e a Palavra do Filho.
Maria sintetiza em si esse momento de salvação: traz Deus a nós e nos leva a Deus em sua própria carne. O Mistério que recebeu ela o distribui como Mãe generosa. Somos chamados a viver a abertura para que o Verbo eterno reine sobre nós.

Construindo uma casa

Começamos a preparação imediata para o Santo Natal. Deus esteve sempre presente no meio de seu povo. Agora de um modo diferente. A Palavra de Deus usa a imagem da casa, isto é, uma família que continua.
No Antigo Testamento estava no templo. Davi quis construir uma para Deus, pois ele tinha a sua de cedro e o templo, a casa de Deus funcionava numa tenda, isso havia já 300 anos.
Deus responde: Eu é que vou construir uma casa para você, isto é, a família de Davi permanecerá para sempre. E Jesus é da família de Davi e permanece para sempre. O Anjo diz a Maria que seu Reino não teria fim. Este Reino é para todos os povos. O Anjo anuncia a Maria que ela seria a mãe do filho de Deus que nasceria. Ele é Filho do Altíssimo.
Como se realizou este fato tão grande? O Espírito Santo te cobrirá com sua sombra, diz o Anjo. Sombra significa a presença de Deus. Nós participamos do Natal quando fazemos como Maria: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim, segundo tua palavra”.
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 21/12/2014

Homilia do 4º Domingo do Advento, por Pe. Paulo Ricardo



REFLEXÕES DE HOJE

DOMINGO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 21/12/2014

REFLEXÕES DE HOJE

DOMINGO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 20/12/2020

HOMILIA DIÁRIA

Seja você o lugar da morada de Deus

Seja você o lugar da morada de Deus! Maria traduz santidade, traduz a presença de Deus, transmite fidelidade a Deus, transmite o lugar que precisamos ser para Deus entrar e habitar.

“O anjo, então, disse-lhe: ‘Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus’.” (Lucas 1, 30-31)

Deus escolheu uma casa, uma habitação, um lugar para morar no meio de nós. Deus escolheu uma tenda para habitar em meio à nossa humanidade perdida, sofrida, machucada por causa do pecado. Deus precisava de uma casa nova, pura e santificada; o lugar onde Ele habitaria no meio de meio de nós, por isso o Ele próprio escolheu o ventre de Maria.
O ventre de Maria é o solo sagrado, o lugar santo, é o lugar da habitação de Deus no meio de nós! Assim como o Senhor já havia prometido a Davi que permaneceria para sempre em sua casa, que repousaria na sua casa – Maria é o lugar por excelência do cumprimento das profecias divinas. É nela que a Palavra de Deus se cumpre no sentido mais pleno.
Deus quis estar entre nós e quis precisar do ventre, do ser; quis precisar de Maria para fazer este intercâmbio entre o céu e a terra. Não é que nós queremos louvar Maria, exaltá-la; não, nós queremos reconhecer a grandeza de Deus que olhou para a pequenez de Sua serva, nós queremos reconhecer a bondade d’Ele, que teve misericórdia e compaixão de nós ao escolher Seus meios e Seus caminhos para habitar em meio a nossa humanidade.
Maria é a primeira redimida, a primeira salva, a primeira escolhida, a primeira abençoada. Nela está toda a humanidade, que precisa ser salva e redimida. Se o solo, o ser de Maria, é o solo sagrado de Deus, Ele quer também que a nossa casa, o nosso lar e a nossa família sejam também sagrados e abençoados!
Quero convidá-lo para que, neste Natal, você traga esse lugar abençoado de Deus para dentro da sua casa. Sim, receba Maria em sua casa, receba aquela que é a portadora de Deus, receba aquela que se tornou o lugar de habitação e morada de Deus por excelência. Eu tenho certeza de que a sua casa vai se tornar um lugar sagrado e abençoado.
Quando eu vejo a imagem da Virgem Maria não paro na imagem, eu paro naquilo que a imagem traduz para mim. Maria traduz santidade, traduz a presença de Deus, ela transmite fidelidade a Deus, transmite o lugar que precisamos ser para Deus entrar e habitar. Eu quero olhar para ela, a Bem-aventurada, sempre Virgem Maria, e a seu exemplo, a seu modo e à sua maneira, eu quero também ser o lugar da morada de Deus!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 21/12/2014

HOMILIA DIÁRIA

Recebemos de Maria o verdadeiro presente do Céu

Maria é o verdadeiro presépio, é o lugar por excelência onde Jesus nasce

“O anjo, então, disse-lhe: ‘Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi’” (Lucas 1,30-32)

Nessa noite abençoada do Natal do Senhor, queremos logo celebrar. Contemplamos o Filho bendito de Deus, que se encarna no ventre da Virgem Maria. Quem é esse menino? A Palavra nos diz que Ele é o Filho do Deus Altíssimo e que Deus (o Pai), Lhe deu o trono de Davi.
No Antigo Testamento, Deus havia prometido que daria para a descendência de Davi, o trono real. Não pense em trono como o rei que senta em um palácio e fica governando. O reinado do Senhor é na vida, no coração, na mente. O reinado de Cristo é para aqueles que se submetem a Ele.
Hoje, contemplamos o nascimento do nosso Rei, esse menino não nasce como nenhum outro rei. Ele nasce pobre, desprovido dos bens materiais, Ele nasce não sendo acolhido, não amado por muitos, perseguido por outros. Ele encontra aconchego e acolhimento no ventre, na vida, no colo e nos braços de Maria.
Maria é o protótipo d’Aquela que acolhe, ama e recebe Jesus. Ela é o protótipo modelo do homem e da mulher que, abriram o coração à vida, para acolherem a Jesus. Maria é o verdadeiro presépio, é o lugar por excelência onde Jesus nasce. Eu preferiria que, em nossas casas ou qualquer outro lugar, que as pessoas tirassem fotos, ou seja lá o que for, ao lado da Virgem Mãe.
Não foi o Papai Noel quem trouxe Jesus para nós, não são as árvores de Natal que representam o nascimento de Jesus para nós. Jesus nasce de Maria. É dessa árvore fecunda que brota a vida que nos abençoa! É de Maria que recebemos o verdadeiro presente do Céu; é dela que recebemos o maior presente da nossa vida, esse presente tem nome: Jesus, nosso Senhor, nosso Deus e nosso Salvador. A Ele queremos prestar toda a nossa reverência, nosso amor e nossa adoração.
Essa noite não é a noite dos presentes, das bebidas e das comidas, essa noite é de Jesus, nosso Senhor, nosso Salvador, o Deus da nossa vida. A Ele toda adoração, todo louvor e ação de graças. Se devemos viver a alegria, ela tem nome, a alegria se chama Jesus, é d’Ele que vem a única alegria que preenche a alma humana.
Deus abençoe você e um Natal feliz e abençoado, com Jesus no meio de nós!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

HOMILIA DIÁRIA

Acolhamos a graça de Deus em nossa vida

“Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus.” (Lucas 1,30-31)

Assim como Maria silenciou-se, parou-se e extasiou-se da presença de Deus para não só escutar o que Ele realizava nela, mas para permitir que a obra d’Ele nela se realizasse, nós hoje somos convidados a parar, contemplar, meditar e também a nos extasiar diante daquilo que Deus realiza no meio de nós.
Maria é a serva escolhida, ela é o protótipo, o modelo de ser humano que se coloca por inteiro para fazer a vontade do Senhor. Deus se encarnou no meio de nós no ventre dela. Quando o anjo diz: “Alegra-te cheia de graça”, é porque toda a graça de Deus, a graça mais plena e sublime d’Ele habita nela.
Já contemplei e contemplo tantas graças de Deus na história da humanidade e na minha própria vida, mas não posso negar que não há graça maior do que viver no ventre de uma mulher, onde Deus se fazer morada. Não posso negar que não há graça maior de se contemplar à luz da fé do que ver Deus que veio até nós, e o caminho escolhido foi se encarnar no ventre dessa mulher. Por isso ela é agraciada, por isso ela é cheia de graça, por isso nela Deus habita e se agracia.

Não há graça maior na vida do que acolher Jesus como Senhor e Salvador

A segunda coisa é que ela não precisa temer, como nós não precisamos ter medo daquilo que Deus realiza. Se ela encontrou graça diante d’Ele, e a graça que ela encontrou foi dar à luz ao Filho eterno de Deus, a quem se coloca o nome de Jesus porque Ele é nosso Salvador, Deus também tem uma graça para realizar em nós.
Toda graça parte dessa graça sublime, e a graça maior que temos é Jesus entre nós. Só pode considerar a sua vida arruinada, desgraçada e perdida aquele que se perdeu de Jesus, que não O acolheu, não permitiu ser Ele o Senhor e Salvador da sua vida. Porque o Jesus que se encarna em Maria veio para ser Salvador de todos nós.
Por isso, acolhamos o Senhor, pois não há graça maior na vida do que acolher Jesus como Senhor e Salvador. Maria acolheu, deu à luz, colocou-se toda serva do Senhor para que nela toda a Palavra de Deus se realizasse.
Sejamos servos do Senhor, permitamos que a Palavra de Deus se faça vida em nossa vida e se realize na vida de cada um de nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 20/12/2020

Oração Final
Pai Santo, nós agradecemos pela Encarnação de tua Palavra em Jesus de Nazaré. Prepara nossos corações para que ele seja morada digna do Cristo. Que sejamos mansos e humildes, mas corajosos e alegres para anunciar teu Reino de Amor que chega. Pelo Cristo Jesus, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/12/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, nós agradecemos pela Encarnação de tua Palavra Criadora em Jesus de Nazaré. Prepara nossos corações para que ele seja morada digna do Cristo. Que sejamos mansos e humildes, mas corajosos e alegres para anunciar teu Reino de Amor que chega com Ele. Pelo mesmo Cristo Jesus, que contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/12/2017

ORAÇÃO FINAL
Pai de bondade, a Ti nós clamamos: – Vem depressa! Celebramos hoje o último domingo deste tempo do Advento. Já vem próxima a Noite Santa em que o Verbo, teu Filho amado, se faz Criança para viver entre nós, nesta terra que criaste, entregando-a ao nosso cuidado. Aumenta a nossa veneração pelo grande Mistério: o Criador se faz criatura! Pelo mesmo Cristo Jesus, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/12/2020

(Missa do Galo)

Missa da Noite do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo

Lucas 2,1-14

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Anuncio-vos uma grande alegria: um menino nasceu para vós. É Natal! A salvação está ao nosso alcance, pois Deus fez-se um de nós tornando-nos seus. Ele nos propõe recomeçar para que a alegria nasça novamente em tantas vidas. Por isso, jubilosos e agradecidos, celebremos o grande mistério da encarnação do Verbo Divino!

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, esta é uma noite santa! O Filho Eterno do Pai, o Altíssimo, Aquele que habitava o mais alto dos céus, desceu e fez sua habitação entre nós. Deus visitou seu povo! E agora podemos dizer: “Ele está no meio de nós!” Como Igreja, nos unimos aos anjos para cantar a glória de Deus nesta noite em que Ele fez nascer para nós a salvação. Agradeçamos a Deus Pai pois, pela bendita encarnação do seu Filho, nova luz brilhou para nós e a escuridão e as trevas já não têm mais poder sobre nós e sobre o mundo!

ANÚNCIO DO NATAL

(Opcionalmente, esta proclamação pode ser feita nesta missa, após a saudação inicial e antes do ato penitencial. | MR, p 1216)

Oitavo dia antes das Calendas de janeiro. Lua décima terceira. Transcorridos muitos séculos desde a criação do mundo quando no princípio Deus criou o céu e a terra e formou o homem à sua imagem; depois de muitos séculos desde que, após o dilúvio o Altíssimo pusera entre as nuvens o arco sinal de aliança e de paz; vinte e um séculos depois que Abraão, nosso pai na fé, migrou da terra de Ur dos Caldeus; treze séculos depois da saída do povo de Israel do Egito, conduzido por Moisés; cerca de mil anos depois a unção real de Davi; na sexagésima quinta semana segundo a profecia de Daniel; durante a Olimpíada centésima nonagésima quarta; no ano setecentos e cinquenta e dois da fundação de Roma; no quadragésimo segundo ano do império de Cesar Otaviano Augusto, quando a paz reinava em toda a terra, Jesus Cristo, Deus eterno e Filho do eterno Pai, querendo santificar o mundo com o seu piíssimo advento, concebido pelo Espírito Santo, decorridos novos meses após a sua concepção, nasceu em Belém de Judá, da Virgem Maria, feito homem: Natividade de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo a carme. T. Amém.

GRANDE ALEGRIA PARA TODO O POVO!

Na noite do nascimento de Jesus, o anjo anunciou aos pastores nos campos de Belém: “não tenham medo. Eis que vos anuncio uma grande alegria, que será alegria também para todo o povo. Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é Cristo Senhor” (Lc 2,9-10).
A notícia do anjo encheu os pastores de alegria e animação. Eles foram logo ver o que Deus fez para eles e encontraram o menino Jesus, envolto em panos e deitado numa manjedoura, com sua mãe e José. Viram e ficaram maravilhados e cheios de esperança e saíram a contar para todos os que encontravam.
Nesses nossos tempos conturbados de guerras e tensões entre povos, grupos e pessoas, estamos necessitados de boas notícias, que tragam alegria, conforto e esperança para continuarmos nosso caminho, firmes no esforço por melhorar este mundo. O Natal é uma boa notícia para todos nós! Saber que Deus olha para nossa pobreza e confusão e tem compaixão de nós, que nos envia seu Filho para trazer luz e paz aos homens “de boa vontade” e ensinar os caminhos de justiça e de paz enche-nos de alegria e esperança.
Como é bom lembrar que não estamos sós e abandonados neste mundo imenso! Quem criou e sustenta este mundo olha para nós, cuida com sua providência do curso da vida e da história! Como é bom, saber que este mundo tem solução e esperança e não está entregue à sua própria sorte, destinado ao eterno caos e à ruína irreparável! Deus veio ao nosso encontro e se fez “Deus-conosco – Emanuel”.
Neste Natal, renovemos em nós a fé em Deus e agradeçamos pela sua providência paterna. E reafirmemos nosso desejo de ser “pessoas de boa vontade”, prontas a acolher os desígnios de Deus a nosso respeito e a respeito do mundo. Neste Natal, o mundo deveria “ressetar”, começar de novo a partir do que “Deus viu que era bom”. Trazemos esse desejo no profundo do coração, como uma saudade de algo que se perdeu, mas que ainda pode ser encontrado e reconstruído. O Natal é para nós a promessa da renovação de todas as coisas. Podemos começar neste Natal...
Desejo a todos os filhos desta Arquidiocese um feliz e abençoado Natal de Jesus. Que seja festa para todos, na fé, alegria e na fraternidade! Que seja festa em família, pois o Filho de Deus entrou numa família humana e abençoou todas as famílias. Que seja festa das crianças, que têm o coração aberto ao mistério grande que celebramos. Que os aflitos, doentes, pobres e pessoas sem casa e sem liberdade não fiquem esquecidas. Que seja um feliz e santo Natal para todos!
Dom Odilon P. Scherer
Arcebispo de São Paulo

VIVENDO A PALAVRA

Diante do Mistério de Amor, nós nos quedamos em contemplação reverente, silenciosa e cheia de gratidão. E lemos e tornamos a ler o texto, extasiados com tamanha misericórdia do Pai que, ao nos oferecer o próprio Filho, participa da nossa humanidade e nos possibilita participar de sua Divindade. Aos companheiros de ‘Meu dia em Oração’, um Santo Natal! Glória a Deus no mais alto dos Céus, e Paz na terra aos homens por Ele amados!
Fonte: Arquidiocese BH em 24/12/2020

Reflexão

Após enquadrar o foto historicamente, Lucas narra o nascimento de Jesus em Belém, na Judeia, e a visita dos pastores ao recém-nascido. Deus vem a nós encarnado na criança frágil e indefesa. Seu nascimento acontece num contexto de migração. Nasce numa estrebaria porque não havia lugar para ele na sala. Hoje ele encontra lugar em nosso coração, em nossas famílias e nas ceias natalinas? Ele não entra onde há ostentação, orgulho, arrogância e prepotência. Ele não nasce em palácios, pois lá os pobres não têm acesso; ele nasce numa estrebaria, lugar onde os pobres podem frequentar. Foi justamente os pobres e desprezados pastores que foram os primeiros a receber a boa notícia e visitar o recém-nascido. Jesus nasce pobre e se revela aos pobres, e são estes que o visitam e o acolhem. Natal é a festa da alegria, da simplicidade, do amor e da fraternidade. Luxo, pompa, ostentação não fazem parte dessa festa da cristandade. Infelizmente o comércio e o consumo acabam sufocando a genuinidade e a ternura dessa festa. Para que nossos natais sejam autênticos, precisamos voltar a Belém e recuperar o sentido da “manjedoura”.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 24/12/2018

HOMILIA DIÁRIA

Jesus nasceu para ser o nosso Rei e Salvador

Postado por: homilia
dezembro 24th, 2012

O Evangelho de Jesus nos diz que sua vida e morte testemunham a natureza inigualável de sua realeza e Reino. Mas o que seu nascimento nos diz? Jesus é o único qualificado para ser Rei.
Mateus traça a linhagem de Jesus através de José (Mt 1,1-17), um descendente de Davi (Mt 1,6), uma vez que somente um filho de Davi poderia reinar como Messias (Salmo 89,3-4). Lucas traça do mesmo modo a linhagem de Maria até Davi (Lc 3,23-31), assim qualificando duplamente Jesus para ser o Messias. Contudo, o Messias precisa também ser o Filho do Céu (Salmo 2,7). Pela virgindade de sua mãe, Jesus nasceria como o único Filho de Deus. O anjo Gabriel assegurou a Maria que o “poder do Altíssimo” (Lc 1,35) lhe daria a capacidade de conceber sendo virgem (Mt 1,20). E, “por isso, o ente santo” poderia ser “chamado Filho de Deus” (Lc 1,35).
O nascimento de Jesus demonstra Sua divindade. Anjos disseram a Maria (Lc 1,26-38) e a José (Mt 1,18-23) que seu “Filho do Altíssimo” era mais do que apenas um filho. Antes, ele seria o Filho unigênito de Deus (Jo 3,16), chamado apropriadamente “Emanuel”, ou seja, “Deus-conosco” (Is 7,14; Jo 1,14).
E Jesus reinaria sobre a casa de Jacó reconstruída (Lc 1,33; At 15,16-18). Desde que Ele receberia quem quer que o temesse e fizesse o que é reto (At 10,35), essa casa consistiria de judeus e de gentios. Ele concederia a todos os seus cidadãos uma igualdade e comunhão que o mundo jamais tinha conhecido (Gl 3,28), pois Ele seria boa nova “para todo o povo” (Lc 2,10).
Todavia, Jesus não reinaria como um tirano, mas como Salvador. Ele salvaria “seu povo dos pecados deles” (Mt 1,21), trazendo a eles a maior paz de todas: a paz com Deus (Rm 5,1). Ele salvaria, não subjugaria. Desde que seu Reino também traz salvação (At 2,23-24), Ele não poderia ser Rei se não fosse Salvador (Zc 6,12-13; Hb 1,3). Portanto, desde que Ele salva, Ele na verdade tem que reinar (At 2,33-36).
O modo de Seu nascimento mostra como Ele é inigualável. A maioria dos reis nascem no luxo e na riqueza. Porém, não este. Suas faixas não foram de fina púrpura nem seu berço de ouro. Em vez disso, uma manjedoura serviu como sua cama. Esse Rei humilde fez uma entrada quieta e não pretenciosa para aquelas pessoas de humildade incomum que seriam Seus cidadãos.
Os anjos não anunciaram o nascimento d’Ele aos poderosos e prestigiados, mas aos pastores. Eles, humildemente, vieram “apressadamente” para encontrar “a criança deitada na manjedoura”. Encontrando-o, eles glorificaram e louvaram a Deus. Para os corações que respondem, como os desses pastores, em fé confiante nas Palavras de Deus, Jesus seria Rei.
Entretanto, esse Rei seria tanto “para ruína como para levantamento” (Lc 2,34). Porque a maioria rejeita Sua mensagem (Jo 1,11), eles caem enquanto outros sobem a “lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Ef 2,6) pela obediência à Sua vontade (Mt 5,19). Até mesmo seus pais representam o tipo de cidadãos que pertenceriam ao seu Reino: justos, amorosos, puros e obedientes.
Seguindo a estrela até Herodes, homens sábios do Oriente aprenderam com o profeta Miquéias que o Messias nasceria em Belém. Eles entraram na casa (não estábulo) e viram o menino (não o recém-nascido) (cf. Mt 2,11). Portanto, esses homens possivelmente viram Jesus antes de Seu segundo ano de idade, em vez de vê-Lo na manjedoura, porque Herodes informou-se com os homens sábios “quanto ao tempo em que a estrela aparecera” (Mt 2,7) e, mais tarde, matou crianças de dois anos para baixo (Mt 2,16).
Até mesmo os visitantes do Oriente tipificam os cidadãos do Reino. Dispostos a fazer uma viagem longa e árdua só para vê-lo, eles O adoraram (Mt 2,11). Eles trouxeram dádivas adequadas a um rei: ouro, uma dádiva comum à realeza (1 Rs 10,14-22); incenso, frequentemente ligado com adoração a Deus (Lv 2,1-16); e mirra, uma especiaria tipicamente cara usada na adoração (Êx 30,23-33), na aromaterapia (Salmo 45,8) e no embalsamamento (Jo 19,39).
Nós também precisamos chegar alegremente ao nosso Rei e oferecer nossos corpos “por sacrifício vivo, santo, que é o vosso culto racional” (Rm 12,1). Seu nascimento valida Seu direito ao trono de Davi, Sua divindade, Seu domínio internacional e até a natureza de Seu Reino. Mas o que os pais, os pastores e os homens sábios demonstram é que nada menos do que corações submissos e vidas obedientes são suficientes para esse Rei, que eleva corações humildes à glória, no Reino dos Céus.
Pai, dá-me um coração de pobre que me permita contemplar o nascimento de Seu Filho Jesus, que viveu pobre para ser solidário com os pobres.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 24/12/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai querido, Tu és a nossa Fonte de Luz, de Paz e de Amor. Neste dia festivo do Natal de Jesus, nós elevamos a alma em Ação de Graças pela encarnação do teu Filho. E pedimos, amado Pai, como Igreja que desejamos ser, que não percamos o espírito do Jesus Menino e nos mantenhamos simples, puros, abertos ao Novo em que Te mostras para ensinar-nos e nos libertar da rotina que escraviza. Pelo mesmo Jesus, o Cristo, que contigo vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/12/2020


QUE O MENINO JESUS NASÇA,


TODOS OS DIAS EM SEU CORAÇÃO.