sábado, 23 de junho de 2012

FELIZ INÍCIO DE SEMANA

TEXTOS BÍBLICOS PARA A SEMANA:

2ª vd - 2Rs 17,5-8.13-15a.18; Sl 59(60); Mt 7,1-5
3ª vd - 2Rs 19,9b-11.14-21. 31-35a.36; Sl 47(48); Mt 7,6.12-14
4ª vd - 2Rs 22,8-13; 23,1-3; Sl 118(119); Mt 7,15-20
5ª vm - 2Rs 28,8-17; Sl 78(79); Mt 7,21-29
6ª vd - 2Rs 25,1-12; Sl 136(137); Mt 8,1-4
sb vd - Lm 2,2.10-14.18-19; Sl 73(74); Mt 8,5-17
Dom. S.PEDRO e S.PAULO APÓSTOLOS |(Dia do Papa) At 12,1-11; SI 33 (34); 2Tm 4,6-8.17-18; Mt 16,13-19 (Tu és Pedro)

O Terço - Mistérios Gloriosos - Quarta-Feira e Domingo



Terço do Rosário: Mistérios Gloriosos  


Solenidade do Nascimento de São João Batista (Ano B)


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Solenidade do Nascimento de João Batista - 24 de Junho


Solenidade do Nascimento de João BatistaCom muita alegria, a Igreja, solenemente, celebra o nascimento de São João Batista. Santo que, juntamente com a Santíssima Virgem Maria, é o único a ter o aniversário natalício recordado pela liturgia.

São João Batista nasceu seis meses antes de Jesus Cristo, seu primo, e foi um anjo quem revelou o seu nome ao seu pai, Zacarias, que há muitos anos rezava com sua esposa para terem um filho.

Estudiosos mostram que possivelmente depois de idade adequada, João teria participado da vida monástica de uma comunidade rigorista, na qual, à beira do Rio Jordão ou Mar Morto, vivia em profunda penitência e oração. Pode-se chegar a essa conclusão a partir do texto de Mateus: "João usava um traje de pêlo de camelo, com um cinto de couro à volta dos rins; alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre".

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 24/06/2012

24 de Junho de 2012 


Lucas 1,57-66.80

Comentário do Evangelho

Missão profética de João e de Jesus

Os evangelhos, na medida em que procuram resgatar e interpretar memórias da vida de Jesus, apresentam semelhanças com as antigas biografias de profetas e de filósofos. O evangelho de Marcos, o mais antigo dentre os canônicos, apresenta a história de Jesus começando com o batismo de João e terminando, após a crucifixão de Jesus, com o encontro do túmulo vazio pelas mulheres. Um anexo tardio apresentará narrativas de aparições, extraídas dos outros evangelhos. O evangelho de Mateus, escrito cerca de uma década depois de Marcos, amplia a história de Jesus, apresentando, de início, narrativas relativas à concepção, nascimento e infância de Jesus, bem como, na parte final, narrativas de aparições do Ressuscitado, após o encontro do túmulo vazio. Este esquema é também adotado por Lucas. 
Contudo, Lucas, de maneira original, começa seu evangelho com os anúncios das concepções de João, feitos a Zacarias, esposo de Isabel, e de Jesus, feito a Maria, apresentando, em seguida, as narrativas do nascimento dos dois. Com esta aproximação dos dois meninos, desde suas origens, Lucas procura acentuar, de maneira convincente, a íntima relação entre as missões proféticas de João e de Jesus. Esta relação é reafirmada pelos quatro evangelistas, no encontro de Jesus com João Batista, com a recepção de seu batismo, seguindo-se o início do ministério de Jesus, cujo anúncio da chegada do Reino e apelo à conversão assemelham-se aos do Batista. No Segundo Testamento, depois do nome de Pedro, o nome de João Batista é o que mais aparece nos textos, ultrapassando muito as demais ocorrências dos nomes dos próprios apóstolos. 
Zacarias era sacerdote do Templo de Jerusalém. João, filho único, deveria receber o nome do pai, bem como manter a sua linhagem sacerdotal hereditária. Contudo, conforme o anúncio do anjo, o nome que lhe dão é João. Um nome diferente que já prenuncia a ruptura com o sacerdócio e com o Templo de Jerusalém. João atuará como profeta, nas regiões desérticas da Judeia, longe de Jerusalém. Chamado desde o seio materno para sua missão profética, João foi associado ao servo do livro de Isaías (primeira leitura). Ele abre os horizontes para a missão universal de Jesus, sem fronteiras nacionalistas ou raciais. João se caracteriza pelo seu batismo de conversão (segunda leitura). É a conversão à justiça, pelo que o pecado é superado. Jesus, assumindo em si todos os valores humanos, proclama a conversão à justiça como o caminho para ingresso no Reino de Deus, já presente entre nós. É o mundo novo, revestido de imortalidade e eternidade, no amor e na misericórdia.

José Raimundo Oliva

Oração
Pai, toma-me sob a tua proteção e robustece-me com o teu Espírito, de modo que eu possa cumprir, com coragem e fidelidade, as tarefas do Reino que me são confiadas.


Vivendo a Palavra

João Batista não é apenas um nome do passado, que o Evangelho aponta como Precursor do Messias. Ele deve ser revivido por cada um de nós, que somos a Igreja de Jesus, e nós o fazemos todas as vezes que anunciamos que o Reino de Deus já está presente na história, trazido pelo Filho Unigênito do Pai Misericordioso.

Reflexão

O nascimento de João Batista nos mostra a atuação de Deus na história e que nem sempre entendemos esta atuação ou os nossos projetos são os mesmos dele. Quando existe discordância entre a vontade de Deus e a nossa vontade, nós nos tornamos limitados e incapazes de viver plenamente na graça divina e de comunicar esta graça aos nossos irmãos e irmãs, mas quando a nossa vida é conforme a vontade de Deus, a graça divina atua em nós, a mão do Senhor está conosco e a nossa boca se abre para anunciar suas maravilhas e proclamar os seus louvores.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

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1. “COMPLETOU-SE O TEMPO...”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Nossa vida de fé é marcada por muitas promessas, a primeira delas no Batismo, quando pais e padrinhos, falando por nós prometem e se comprometem em professar uma fé viva, capaz de um testemunho autêntico diante do filho ou do afilhado, e na unção crismal prometemos acolher em nossa vida o dom do Espírito Santo e deixarmo-nos conduzir por ele.

O “amém” ao receber a Eucaristia não deixa de ser também uma promessa, de viver sempre em comunhão com Jesus, e nos sacramentos da ordem ou do Matrimônio, prometemos viver um amor total de entrega e doação à Santa Igreja, ou um ao outro, na vida conjugal. Fazemos muitas promessas diante de Deus, antes de receber o sinal sacramental e sabemos muito bem, que por causa dos nossos pecados, muitas vezes quebramos promessas sagradas, quando acontecem as separações, o abandono da comunidade ou de uma vocação religiosa.


Não é de hoje que o homem não cumpre suas promessas diante de Deus, à Bíblia está repleta de relatos onde as pessoas, e próprio povo descumpriu algo prometido diante de Deus. Entretanto, não encontramos uma só palavra ou frase, no antigo ou no novo testamento, onde afirme que Deus deixou de cumprir alguma de suas promessas, feitas para o homem.

A natividade de João Batista, único santo que no calendário da Igreja, tem comemorado o seu nascimento, se reveste de fundamental importância na história da salvação, justamente por ser um elemento divisor entre o tempo chamado das promessas, e o tempo do cumprimento das mesmas.

Há na religiosidade do povo brasileiro uma prática que a modernidade não conseguiu matar: a de fazer promessas! Todas as promessas são feitas para Deus, mas com a intercessão dos santos. A história da Salvação teve início com uma promessa, feita pelo próprio Deus. Ele prometeu através de líderes como Moisés, dos patriarcas Abraão, Isaac e Jacó, dos profetas e demais homens e mulheres de Deus.

“Terminou para Isabel o tempo da gravidez e ela deu a luz um filho...”. Este não é um nascimento qualquer de um israelita, Lucas faz questão de salientar que se completou o tempo de gestação, o tempo de espera, e o útero de Isabel, antes estéril e incapaz de gerar vida, tocado por Deus torna-se fértil, simbolizando de repente o coração de todo um povo, cansado de sofrer, de andar por caminhos errados, por atalhos que só levavam à morte, guiados por falsos líderes, toda a esperança que este povo guardava no coração nas promessas de Deus, irrompe agora como um lençol d’água que fura a rocha e flui à flor da terra, para saciar os sedentos de esperança e de vida nova.

João Batista é a resposta de Deus aos anseios do povo, após um silêncio de quase três séculos! Inspirados por Deus, todos os profetas haviam falado deste tempo novo, para consolar e fortalecer um povo desiludido, desmotivado, esmorecido e sem esperança, certamente esses profetas foram tidos como loucos, sonhadores, fantasiosos, mas muitos guardaram no coração essas promessas, e souberam transmiti-las de geração em geração, sem deixar morrer a esperança, o próprio Zacarias, sacerdote do templo e pai de João Batista, faz parte deste povo que espera, seu nome significa “Deus se recordou”.

A sua súbita mudez, longe de ser um castigo, é prenúncio do tempo feliz que com ele irá se iniciar, e ao apresentar a criança no templo, para ser circuncidado como era costume, ele confirma o nome de “João” que significa “Aquele que anuncia” e recuperando a voz, glorifica a Deus que visitou o seu povo.

Que significado tem, para nós cristãos, a celebração do nascimento de João Batista neste 24 de Junho? Se ficarmos apenas na popularidade e nos festejos joaninos típicos desta data, iremos nos divertir muito, mas certamente não iremos aprender nenhuma lição.

O nosso povo, tanto quanto aquele povo de Israel, em meio aos sofrimentos físicos e morais, também têm guardado no coração essa esperança, de que um dia o bem supremo irá triunfar sobre as forças do mal, é verdade que conforme os dias vão passando, as vezes o desânimo vai tomando conta do coração de muitos que perderam a crença em Deus, no amor e na própria vida, são certas promessas mirabolantes que nunca se realizam, são líderes charlatães que iludem, enganam, roubam. São lideranças religiosas que não cumprem e nem honram seu papel de ministros de Deus, criando uma religião fantasiosa, que explora e cria tantas ilusões.

João vislumbra algo que ninguém tinha ainda vislumbrado: que o reino já estava no meio dos homens, na pessoa e na missão de Jesus de Nazaré. Anuncia a necessidade de uma mudança de mentalidade e de coração, para acolher este reino novo, que não se fundamenta em mentiras e fantasias, mas na Verdade que é Jesus Cristo, o Cordeiro que tira o pecado do mundo.

Olhando para a origem de João, seu nascimento e a missão de precursor do Messias, que Deus lhe confiou, podemos refletir sobre tais acontecimentos à luz do evangelho, e mais do que refletir, já está na hora de vivermos esse evangelho, que fala de um tempo novo, de um reino que já está entre nós e que consegue restituir ao coração humano toda essa Esperança que é Jesus de Nazaré, pois como João Batista, todos nós nascemos para ser os portadores e anunciadores dessa Boa Nova, ao homem descrente deste terceiro milênio.

José da Cruz é Diácono da 

Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP




2. Missão profética de João e de Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Oração
Pai, toma-me sob a tua proteção e robustece-me com o teu Espírito, de modo que eu possa cumprir, com coragem e fidelidade, as tarefas do Reino que me são confiadas.


3. SOB A PROTEÇÃO DO SENHOR
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O texto evangélico sublinha a intensa manifestação divina nos fatos ligados ao nascimento de João Batista, a quem seria confiada a tarefa de preparar os caminhos do Messias Jesus. E isto, a tal ponto que, por toda a redondeza, espalhou-se um temor divino, levando o povo a se perguntar: "O que será que esse menino vai ser?".

A mudez inexplicada de seu pai Zacarias foi um evidente indício de que algo maravilhoso estava acontecendo. Ele só voltou a falar quando cumpriu a ordem divina de dar ao filho o nome de João, que significa "Deus é favorável", embora sua parentela julgasse que o mais normal seria chamá-lo de Zacarias, como o pai.

O parto de Isabel também foi interpretado como "demonstração de uma grande misericórdia do Senhor" para com ela. De fato, sem a ajuda divina jamais poderia conceber e dar à luz, dado a sua idade avançada e sua esterilidade.

A proteção divina dispensada a João Batista enquadrava-se no projeto de Deus de confiar-lhe a tarefa de preparar o povo para acolher o Messias, predispondo-o à conversão. A gravidade desta tarefa exigia que fosse "robustecido" pelo próprio Espírito, de modo a capacitar-se para o cumprimento do desígnio divino.

João Batista soube corresponder à ação do Espírito. Sua vida haveria de ser um testemunho fulgurante de temor a Deus, de cujos caminhos jamais se desviou, mesmo devendo padecer o martírio.

Oração
Pai, toma-me sob a tua proteção e robustece-me com o teu Espírito, de modo que eu possa cumprir, com coragem e fidelidade, as tarefas do Reino que me são confiadas.


Pe. Jacir de Freitas Faria, ofm

NATIVIDADE DE JOÃO BATISTA (24 de junho)
ELE SE CHAMARÁ JOÃO, ISTO É, “DEUS SE MOSTROU MISERICORDIOSO”

I. INTRODUÇÃO GERAL

Celebrando hoje a Natividade de João Batista, a Igreja relembra a importância dessa personagem para o cristianismo. O nascimento de João Batista foi testemunhado pela tradição como um evento importante (Lc 1,5-25.57-80). Seu pai, Zacarias, estando a exercer suas funções sacerdotais no Templo, recebe de um anjo o anúncio de que a sua mulher, Isabel, idosa e estéril, conceberia e daria à luz um filho, a quem ele poria o nome de João. Deus promete alegria com o nascimento de João, pois o menino seria um consagrado – um nazireu, daí a proibição de lhe dar vinho ou bebida embriagante; estaria sempre cheio do Espírito Santo; converteria os filhos de Israel e teria o espírito e o poder de Elias, o profeta que subiu ao céu em um carro de fogo e que, segundo a tradição, voltaria antes da visita de Deus (Eclo 48,9-11). Zacarias, tendo duvidado de tudo isso, tornou-se, naquele instante, mudo e surdo. João nasceu em um lugarejo chamado Ain Karim, naquele tempo distante oito quilômetros de Jerusalém, hoje bairro dessa cidade. 

As leituras deste domingo nos ajudam a compreender o papel de João e sua relação com o ministério de Jesus, seu primo. Aliás, a natividade de João Batista só pode ser entendida no ciclo dos evangelhos da infância de Jesus. As histórias são parecidas: um anjo também aparece a Maria, que não era estéril, mas virgem; assim como Zacarias, Maria duvida; Deus promete o seu Espírito; tal como Zacarias, Maria teria a obrigação de pôr determinado nome em seu filho.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS 

1. Evangelho (Lc 1,57-66.80): João, profeta e precursor 

O evangelho se inicia dizendo que chegara o tempo de Isabel dar à luz. Parentes e vizinhos se alegram ao ouvirem dizer que Deus a havia cumulado de misericórdia. Para Deus nada é impossível (Lc 1,36-37). Em tempos bíblicos, a esterilidade era considerada desonra e castigo (Gn 30,23; 1Sm 1,5-8; 2Sm 6,23). Várias mulheres estéreis dão à luz para demonstrar que Deus “abriu a sua madre”, de modo que ela voltasse a ser fecunda, assim como a terra que faz germinar a semente. Isabel é uma dessas mulheres, tal como Sara, a esposa de Abraão (Gn 21,6), que riu ao receber o anúncio divino e gerou um filho, Isaac, cujo nome significa “aquele que ri”. 

Oito dias após o seu nascimento, João teria de ser circuncidado. A comunidade de Lucas valoriza muito o rito da circuncisão de João. Em relação a Jesus, diz-se apenas que foi circuncidado e recebeu o nome de Jesus (Lc 1,21), pois o mais importante seria ressaltar o seu nascimento em Belém (Lc 2,1-20). Já em relação a João, é relatada a dificuldade em decidir pelo nome do menino. Muitos queriam que ele recebesse o nome do pai, Zacarias – “Deus se lembrou” –, pois este já era velho e não haveria motivo de confusão das pessoas. Nesse momento, sem saber que o anjo já havia revelado o nome do menino a seu marido, Isabel toma a palavra e diz que o seu filho se chamaria João, Yohanan, que significa “Deus (Y de Yahweh) tem misericórdia” (hanan). A bem da verdade, Deus teve misericórdia com o velho casal e lhe deu um dom, um presente, chamado João. 

O nome significava a essência e a missão da pessoa. Ele até podia mudar. Abrão (pai elevado) torna-se Abraão (pai de muitos). Não por menos, ao nome de João foi acrescentado Batista, aquele que batiza. João batizou Jesus, que mais tarde também se chamaria Cristo, o ungido. João foi testemunha da misericórdia de Deus, ao chamar o seu povo para a conversão, de modo que Deus pudesse agir com misericórdia. Misericórdia não teve, no entanto, o impiedoso Herodes Antipas, que mandou decapitá-lo (Mc 6,17-29). 

O episódio do nome termina com Zacarias dando a palavra final, escrevendo em uma tabuleta: “Seu nome é João”. Logo em seguida, ele voltou a falar e todos se maravilhavam com o ocorrido. Da boca de Zacarias veio o anúncio da ação de Deus em João – o protegido, símbolo da gratuidade de Deus para com seu povo – por meio de um canto de ação de graças chamado Benedictus (v. 68-79). Como a jovem Maria, que, inspirando-se no canto de Ana (1Sm 2,1-10), louva a Deus, o velho Zacarias rende louvores a Deus pelo nascimento de seu filho e acrescenta: “E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo; pois irás à frente do Senhor, para preparar-lhe os caminhos, para transmitir ao seu povo o conhecimento da salvação, pela remissão de seus pecados” (vv. 76-77). O último versículo do evangelho de hoje – fazendo forte alusão a outro menino, Jesus – diz que o menino crescia e se fortalecia em espírito. Além disso, ele moraria no deserto até o dia em que se manifestaria a Israel (v. 80). 

Essa manifestação, como cumprimento da profecia, aconteceu por volta do ano 20 E.C., no movimento que ele mesmo começou no deserto da Judeia, à beira do rio Jordão. João anunciava o batismo e a conversão dos pecados para obter o perdão. O batismo na água punha as pessoas em relação direta com Deus. Já não eram necessárias as práticas rituais do templo de Jerusalém. Assim, os batistas se tornaram perigosos para a ordem judaica estabelecida desde o Templo. João conclamava o povo a ir ao deserto, o que, simbolicamente, retomava a figura de Moisés e o êxodo. E do deserto, de novo, o povo entraria na terra da promessa, perdoado e batizado, para destruir o império romano. Assim, o movimento de João Batista tornou-se perigoso também para o império romano. A destruição romana viria pelas mãos de Deus, aquele que vem. Herodes Antipas, prevendo uma rebelião de João contra Roma, mandou decapitá-lo. João foi um crítico do poder e por isso foi assassinado, não necessariamente por questões morais, relativas à sua crítica ao relacionamento amoroso de Herodes Antipas e Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe (Mc 6,17-29).
  
2. I leitura (Is 49,1-6): João é a luz que aponta a luz definitiva, Jesus

A primeira leitura de hoje é tirada do livro do profeta Isaías, ou melhor, do Segundo Isaías,  que escreve no fim do exílio babilônico (587-536 a.E.C.), propondo aos deportados um projeto de vida nova, baseado em uma releitura, no presente, dos valores antigos. Israel se tornaria luz para os estrangeiros. Chamemos esse projeto de “Luz das Nações” (Is 49,6), o qual teve o seu apogeu entre os anos 520 e 445 a.E.C. 

A nossa primeira leitura fala também de um servo escolhido por Deus, desde o ventre materno, para ser luz e guia do povo de Israel e de todas as nações. E é nesse sentido que podemos aplicar o espírito do texto a João, de quem celebramos o nascimento. Ele foi escolhido para ser luz e apontar para todos a luz definitiva, o salvador e Messias Jesus.

3. II leitura (At 13,22-26): João é o precursor do Messias

Nesta leitura, Paulo, pregando aos judeus, relembra a figura de João Batista como proclamador de um batismo de arrependimento, em preparação à vinda do Messias. Paulo lembra que João não se deixou confundir com o Messias. Afirmava que depois dele viria “aquele de quem não sou digno de desatar a correia das sandálias” (v. 25; Jo 1,27). João aqui é o precursor do Messias.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

– Demonstrar que o nascimento de João Batista significa novo tempo de fecundidade para a comunidade de Lucas e para nós hoje. Não há mais como ficarmos estéreis, surdos e mudos. Chegou o tempo do anúncio da palavra de misericórdia e de libertação de Deus.

– Deixar claro que, ainda hoje, “os caminhos do Senhor devem ser abertos” por todos nós, quais outros “Joões Batistas” que nascem para anunciar a vida nova. Para que isso se concretize, só nos resta a constante conversão, o rompimento com o erro, de modo que possamos renascer e aderir ao projeto de Jesus.  

– “João” somos todos nós quando nascemos para o reino. Somente assim tem sentido celebrar a Natividade de João, o nascimento de uma Igreja voltada para a justiça social.

Deus não chama ninguém à vida sem lhe dar uma missão


Postado por: homilia

junho 24th, 2012


Com o nascimento de João Batista, temos uma nova etapa na realização do projeto salvador e vivificante de Deus, já iniciado com as concepções de Isabel e Maria.
Os acontecimentos que precedem estes dois fatos são de extrema importância para entendermos melhor o ambiente misterioso em que as duas mães geram os seus filhos.
A concepção de Isabel, em idade tardia, e o nome comum “João”, atribuído ao menino, sem semelhantes entre os parentes, rompe com as estruturas tradicionais dos sacerdotes. Todavia, aponta para uma vocação profética extraordinária do menino.
João, cujo nome significa “Deus é propício”, veio à luz em idade avançada de seus pais. Parente de Jesus, foi o precursor do Messias. É João Batista quem aponta o Senhor, dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Dele é que eu disse: ‘Depois de mim, vem um homem que passou adiante de mim, porque existia antes de mim’”. De si mesmo deu este testemunho: “Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai os caminhos do Senhor”.
São Lucas, no primeiro capítulo de seu Evangelho, narra a concepção, o nascimento e a pregação de João Batista, marcando o advento do Reino de Deus no meio dos homens.
Longe do templo, nos desertos, João viverá fortalecido pelo Espírito. Ele abre os horizontes para a missão universal de Jesus, sem fronteiras nacionalistas ou raciais. O Senhor, em Seu ministério, consagra o anúncio do reino da justiça e do perdão inaugurado por João. Reconhece nele o papel profético. Dentre os filhos nascidos de uma mulher, não apareceu nenhum maior do que João Batista.
É o único santo cujo nascimento e martírio são evocados em duas solenidades pelo povo cristão. Seu nascimento é celebrado pelo povo com grande júbilo: cantos e danças folclóricas, fogueiras e quermesses fazem da sua festa uma das mais populares e queridas da nossa gente.
Embora fossem os pais que desejassem e pedissem este filho, foi o Senhor que o escolheu e marcou, ainda antes de nascer, para a missão que o esperava na vida.
Deus não chama ninguém à vida sem uma missão que lhe dê sentido.
E você? Já descobriu a missão para qual Deus lhe chama? É importante se dar conta dela, ser-lhe fiel e pôr no Senhor a sua confiança, esperança e fé como fez João Batista.
“Sim! Com a graça de Deus vou realizar a minha vocação, pois tenho uma tarefa que é somente minha. Se eu não a fizer, ninguém a fará por mim.”
Jesus, dai-me a graça de corresponder sempre à minha missão aqui na Terra.
Padre Bantu Mendonça
Leitura Orante 

Lc 1,57-66.80 - "O nome dele é João" 

Preparo-me para a Leitura Orante, rezando, com todos que se encontram neste ambiente virtual:
 
Creio, meu Deus, que estou diante de ti. 
Que me vês e escutas as minhas orações. 
Tu és tão grande e tão santo: eu te adoro. 
Tu me deste tudo: eu te agradeço. 
Foste tão ofendido por mim: 
eu te peço perdão de todo o coração. 
Tu és tão misericordioso: eu te peço todas as graças 
que sabes serem necessárias para mim. 

1. Leitura (Verdade)
 
O que diz o texto do dia?
 
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: 
Lc 1,57-66.80, 
e observo pessoas, palavras, relações, lugares. 

São João Batista, primo de Jesus, é o único santo que tem duas festas no calendário litúrgico. Hoje celebramos seu nascimento e no dia 29 de agosto, o seu martírio. 
Zacarias, que estivera mudo desde o anúncio do nascimento de seu filho, começou a falar, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. João Batista recebeu de Deus a vocação de profeta e sua primeira profecia foi, abrir a boca do pai Zacarias. O profeta fala de Deus e faz com que os outros também falem. 

A fogueira das festas juninas nos lembra o nascimento de João Batista que anunciou Jesus, "Luz que ilumina as nações". 

2. Meditação (Caminho) 

O que o texto diz para mim, hoje? 

Pela graça do Batismo cada um de nós é profeta. Todos os batizados têm a missão de abrir a boca como Zacarias, como João Batista para apontar o Messias, Jesus Cristo. Esta é também a minha missão. Os bispos na V Conferência, em Aparecida, disseram: 


"Nós, como discípulos e missionários de Jesus, queremos e devemos proclamar o Evangelho, que é o próprio Cristo. Anunciamos a nossos povos que Deus nos ama, que sua existência não é uma ameaça para o homem, que Ele está perto com o poder salvador e libertador de seu Reino, que Ele nos acompanha na tribulação, que alenta incessantemente nossa esperança em meio a todas as provas. Os cristãos são portadores de boas novas para a humanidade, não profetas de desventuras."
 (DAp 30). 


Somos, portanto, profetas de boas novas. 

3.Oração (Vida) 

O que o texto me leva a dizer a Deus? 

Rezo a Oração a São João Batista 

Glorioso São João Batista, que fostes santificado no seio materno, ao ouvir vossa mãe a saudação de Maria Santíssima, e canonizado ainda em vida pelo mesmo Jesus Cristo que declarou solenemente não haver entre os nascidos de mulheres nenhum maior que vós; por intercessão da Virgem e pelos infinitos merecimentos de seu divino Filho, de quem fostes precursor, anunciando-o como Mestre e apontando-o como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, alcançai-nos a graça de darmos também nós testemunho da verdade e selá-lo até, se preciso for, com o próprio sangue, como o fizestes vós, degolado iniquamente por ordem de um rei cruel e sensual, cujos desmandos e caprichos havíeis justamente denunciado. 
Abençoai todos os que vos invocam e fazei que todos nos sejamos profetas de boas novas. Amém. 

4.Contemplação (Vida e Missão)
 
Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 

Meu novo olhar é iluminado pelo testemunho de João Batista e pelas palavras dos Bispos em Aparecida: 

"Bento XVI nos recorda que: "o discípulo, fundamentado assim na rocha da Palavra de Deus, sente-se motivado a levar a Boa Nova da salvação a seus irmãos. Discipulado e missão são como os dois lados de uma mesma moeda: quando o discípulo está enamorado de Cristo, não pode deixar de anunciar ao mundo que só Ele salva (cf. At 4,12)." 
(DAp 146) 

Bênção 

- Deus nos abençoe e nos guarde. 
Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. 
Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. 
Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, 
Pai e Filho e Espírito Santo. 
Amém. 

Ir. Patrícia Silva, fsp


Oração Final
Pai Santo, envia-nos o teu Espírito para que tenhamos sabedoria, força e coragem para anunciar ao mundo que o teu Reinado de Amor está próximo – ele já está em nós e entre nós – e, assim, vivermos desde agora a aventura maravilhosa de seguir o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

Baixe e Ouça o Salmo Dominical - 138

Salmo dominical 138
Deus nos sonda e nos conhece!

O salmo responsorial do próximo domingo dia 24 de junho é o salmo 138. Cantado por belíssimas vozes e muito conhecido em sua versão com a música "Sonda-me", este salmo revela a admiração do salmista perante seu criador. Ele se encanta com a soberania de Deus sobre sua criação. Deus nos vê, nos sonda, nos conhece. Nada está oculto diante dos seus olhos. 

Na voz de Cristiane Viana da Comunidade Canção Nova, ouça a sugestão melódica para esse domingo, em que celebraremos a Natividade de João Batista. 

"Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!"

Confira melodia:

Produção musical, arranjos e execução - Paulinho de Jesus
Melodia: Cristiane Viana e Paulinho de Jesus


Assista:

LITURGIA DIÁRIA - 24/06/2012



Tema do Dia

Natividade de São João Batista

Eu ainda estava no ventre materno, e Javé me chamou; eu ainda estava nas entranhas de minha mãe, e ele pronunciou o meu nome. Agora fala Javé, que desde o ventre me formou para eu lhe trazer de volta Jacó e reunir Israel para ele. (Is 49,1-6)

Oração para antes de ler a Bíblia 

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Meu Senhor e meu Pai! Envia teu Santo Espírito para que eu compreenda 

e acolha tua Santa Palavra! Que eu te conheça e te faça conhecer, te ame

 e te faça amar, te sirva e te faça servir, te louve e te faça louvar por

 todas as criaturas. Fazei, ó Pai, que pela leitura da Palavra os pecadores

se convertam, os justos perseverem na graça e todos consigamos 

a vida eterna. Amém.


Branco. Natividade de São João Batista, Solenidade


Primeira leitura (Isaías 49,1-6)

Domingo, 24 de Junho de 2012
Natividade de São João Batista



Leitura do Livro do Profeta Isaías:

1Nações marinhas, ouvi-me, povos distantes, prestai atenção: o Senhor chamou-me antes de eu nascer, desde o ventre de minha mãe ele tinha na mente o meu nome; 2fez de minha palavra uma espada afiada, protegeu-me à sombra de sua mão e fez de mim uma flecha aguçada, escondida em sua aljava, 3e disse-me: “Tu és o meu Servo, Israel, em quem serei glorificado”.
4E eu disse: “Trabalhei em vão, gastei minhas forças sem fruto, inutilmente; entretanto o Senhor me fará justiça e o meu Deus dará recompensa”. 5E agora diz-me o Senhor – ele que me preparou desde o nascimento para ser seu servo – que eu recupere Jacó para ele e faça Israel unir-se a ele; aos olhos do Senhor esta é a minha glória.
6Disse ele: “Não basta seres meu Servo para restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os remanescentes de Israel: eu te farei luz das nações, para que minha salvação chegue até aos confins da terra”.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Salmo (Salmos 138)

Domingo, 24 de Junho de 2012
Natividade de São João Batista



— Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!
— Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!

— Senhor, vós me sondais e conheceis, sabeis quando me sento ou me levanto; de longe penetrais meus pensamentos; percebeis quando me deito e quando eu ando, os meus caminhos vos são todos conhecidos.
— Fostes vós que me formastes as entranhas, e no seio de minha mãe vós me tecestes. Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!
— Até o mais íntimo, Senhor, me conheceis; nenhuma sequer de minhas fibras ignoráveis, quando eu era modelado ocultamente, era formado nas entranhas subterrâneas.


Segunda leitura (Atos dos Apóstolos 13,22-26)

Domingo, 24 de Junho de 2012
Natividade de São João Batista



Leitura dos Atos dos Apóstolos.

Naqueles dias, Paulo disse: 22“Deus fez surgir Davi como rei e assim testemunhou a seu respeito: ‘Encontrei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que vai fazer em tudo a minha vontade’. 23Conforme prometera, da descendência de Davi Deus fez surgir para Israel um Salvador, que é Jesus. 24Antes que ele chegasse, João pregou um batismo de conversão para todo o povo de Israel. 25Estando para terminar sua missão, João declarou: ‘Eu não sou aquele que pensais que eu seja! Mas vede: depois de mim vem aquele, do qual nem mereço desamarrar as sandálias’. 26Irmãos, descendentes de Abraão, e todos vós que temeis a Deus, a nós foi enviada esta mensagem de salvação”.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Evangelho (Lucas 1,57-66.80)

Domingo, 24 de Junho de 2012
Natividade de São João Batista




O nascimento de João Batista

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

57Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho. 58Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel, e alegraram-se com ela. 59No oitavo dia, foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. 60A mãe, porém, disse: “Não! Ele vai chamar-se João”.
61Os outros disseram: “Não existe nenhum parente teu com esse nome!” 62Então fizeram sinais ao pai, p
erguntando como ele queria que o menino se chamasse. 63Zacarias pediu uma tabuinha, e escreveu: “João é o seu nome”. E todos ficaram admirados. 64No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus.65Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia espalhou-se por toda a região montanhosa da Judeia. 66E todos os que ouviam a notícia ficavam pensando: “O que virá a ser este menino?” De fato, a mão do Senhor estava com ele. 80E o menino crescia e se fortalecia em espírito. Ele vivia nos lugares desertos, até o dia em que se apresentou publicamente a Israel. 

 

- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor.


Oração para depois de ler a Bíblia

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Dou-Te graças, meu Deus, pelos bons propósitos, afetos e inspirações
que me comunicastes nesta meditação; peço-Te ajuda para colocá-los  em prática. Minha Mãe Imaculada, meu protetor São José e Anjo da minha guarda, intercedeis todos por mim. Amém.