sábado, 20 de agosto de 2022

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE DEUS TE ACOMPANHE…

São Bernardo de Claraval - 20 de Agosto




São Bernardo Claraval, destacou-se como pregador

São Bernardo Claraval, irradiava a luz do Cristianismo, isto também pelos seus escritos
Com muita alegria celebramos a santidade do abade e doutor da Igreja: São Bernardo. Nascido no Castelo de Fontaine em 1094, perto de Dijon (França), pertencia a uma família nobre, a qual se assustou com sua decisão radical de seguir Jesus como monge cisterciense.
São Bernardo é considerado pela Família Cisterciense um segundo fundador, pois atraía a tantos para a Ordem, que as mães e esposas afastavam os filhos e maridos do santo; tamanho era real o poder de atração de Bernardo que todos os irmãos, primos e amigos o seguiram. Homem de oração, destacou-se como pregador, prior, místico, escritor, fundador de mosteiros, abade, conselheiro de Papas, Reis, Bispos e também polemista, político e pacificador.
Aconteceu que São Bernardo, mesmo sendo contemplativo, entrou no concreto da realidade da sua época, a ponto de participar de várias polêmicas internas e externas da Igreja da época.
No ano de 1115, o seu abade Estevão mandou-o com doze companheiros fundar, no Vale do Absíntio, aquilo a que São Bernardo chamou Vale Claro (Claraval). Do Mosteiro de Claraval, o santo irradiava a luz do Cristianismo, isto também pelos escritos, como o Tratado do Amor de Deus e o Comentário ao Cântico dos Cânticos; a invocação é fruto de sua profunda e sólida devoção a Nossa Senhora: Ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria”. Pela Mãe do Céu, foi acolhido na eternidade em 1153.
Escreveu numerosas obras, milhares de cartas, mais de 300 sermões; interveio em todas as disputas doutrinais, em todas as grandes questões religiosas e seculares da época. Por ordem de tempo, considera-se o último dos Padres da Igreja. Um seu editor, falecido em 1707, Mabillon, escreveu sobre ele: “É o último dos Padres mas iguala os maiores”.
São Bernardo, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova em 2018

São Bernardo de Claraval, o Doutor Melífluo

Fundador e Abade (1090 – 1153)

Origens

São Bernardo de Claraval nasceu em 1090, em Fontaines, França, em uma família opulenta. Aos 22 anos, após ter estudado gramática e retórica, entrou para o Mosteiro fundado por Roberto de Molesmes, em Citeaux (em latim Cistercium, do qual deriva o nome de Cisterciense). Alguns anos depois, fundou o Mosteiro de Claraval (Clairvaux), junto com 12 companheiros, entre os quais: 4 irmãos, um tio e um primo. Pelo seu exemplo, muitos de seus parentes também escolheram a vida religiosa.

Trabalho, contemplação e oração

Segundo o espírito de Bernardo, a vida monacal era constituída de trabalho, contemplação e oração, tendo como estrelas fixas Jesus e Maria. Para o Abade cisterciense, Cristo era o centro de tudo: “Para mim, nas discussões ou conversas, se não for pronunciado o nome de Jesus, nada tem sentido” (Sermones super Cantica Canticorum, XV). Maria – escreve Bernardo – leva a Jesus: “Nos perigos, nas angústias, nas incertezas, deve-se elevar o pensamento a Maria, invocar Maria. Que ela jamais saia dos nossos lábios; jamais se separe do nosso coração; para obtermos a ajuda na oração, jamais devemos esquecer seu exemplo de vida. Se a seguirmos, não nos perderemos; se rezarmos a ela, não nos desesperaremos; se pensarmos nela, não erraremos…” (Homilia II super “Missus est”).

Os degraus do amor

No seu escrito “De diligendo Deo”, Bernardo indica o caminho da humildade para atingir o amor de Deus; exorta a amar o Senhor sem limites. Para o monge Cisterciense, os degraus fundamentais do amor são quatro:
1 – O amor de si para si: Primeiro, o homem ama-se a si mesmo; depois, vendo que sozinho não pode viver, começa a buscar a Deus por meio da fé”.
2 – O amor de Deus para si: “No segundo degrau, portanto, ame a Deus para si e não para Ele. Porém, deve começar a frequentar a Deus e a honrá-lo, segundo as próprias necessidades”.
3 – O amor de Deus por Deus: “A alma passa para o terceiro degrau, amando a Deus, não por si mesmo, mas por Ele. Neste degrau, se detém longamente; aliás, não sei se nesta vida seja possível chegar ao quarto degrau”.
4 – O amor de si por Deus: “Aquele amor em que o homem ama a si mesmo somente por Deus. Assim sendo, terá quase que esquecido admiravelmente a si mesmo; quase deixa a si mesmo para tender totalmente a Deus, a ponto de ser um só espírito com Ele”.

Amizade com os Templários

Entre os escritos do Abade cisterciense, há também um famoso elogio da Ordem monacal-militar dos Templários, fundada em 1119, por alguns Cavaleiros, sob a guia de Hugo de Payns, feudatário da região de Champanhe e parente de Bernardo. No seu “De laude novae militiae ad Milites Templi”, descreve assim os Cavaleiros do Templo: “São vestidos de modo simples e cobertos de pó; rosto queimado pelo sol e olhar orgulhoso e severo: antes da batalha, armam-se interiormente, com a força da fé. A sua única fé é a Deus”.

Legado

Bernardo, depois de Roberto, Alberico e Stefano, foi o pai da Ordem Cisterciense. A obediência e o bem da Igreja, muitas vezes, o levaram a deixar a paz monástica, para se dedicar às questões político-religiosas mais sérias de seu tempo. Mestre de guia espiritual e educador de gerações de santos, ele deixa, em seus sermões comentados sobre a Bíblia e a liturgia, um documento excepcional de teologia monástica, tendendo, mais do que ciência, à experiência do mistério. Ele inspirou um afeto devotado pela humanidade de Cristo e da Virgem Mãe. (Rom. Mess.)

Páscoa

Bernardo morreu em 20 de agosto de 1153. Papa Alexandre III o proclamou santo em 1174. Pio XII dedicou-lhe uma encíclica intitulada “Doctor Mellifluus” (que escorre mel), na qual recorda, de modo particular, estas palavras de Bernardo: “Jesus é mel na boca, suave concerto aos ouvidos, júbilo ao coração”. “O Doutor melífluo, último dos Padres, mas não, certamente, inferior aos primeiros – escreveu o Pontífice – se destacou por seus dotes de mente e de espírito, aos quais Deus acrescentou abundantes dons celestes”.

Minha oração

“Mestre na arte da oração e dotado da sabedoria do Alto, ajudai-nos a viver a santidade e nos unir a Deus por inteiro. Ensina-nos o caminho da sabedoria e da verdade, assim como ensinaste aos cistercienses, Por Cristo Nosso Senhor. Amém!”

São Bernardo de Claraval , rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 20 de Agosto:

- Comemoração de São Samuel, profeta, que, chamado por Deus quando ainda era criança, foi depois juiz em Israel e, por mandato divino, ungiu Saul como rei do seu povo; mas, quando Deus repudiou Saul por causa da sua infidelidade, conferiu a unção real a David, de cuja descendência havia de nascer Cristo.
- Em Chinon, fortaleza do território de Tours, na Aquitânia, hoje na França, São Máximo. († s. V)
- Em Noirmoutier, na ilha Hero, no litoral da Aquitânia, também na hodierna França, São Filiberto, abade. († c. 684)
- Em Córdova, na Andaluzia, região da Espanha, os santos mártires Leovigildo e Cristóvão, monges. († 852)
- Em Sena, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, o passamento de São Bernardo Tolomei, abade, fundador da Congregação Olivetana, com a Regra de São Bento. († 1348)
- Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, os beatos Luís Francisco Le Brun e Gervásio Brunel, presbíteros e mártires: o primeiro foi monge da Congregação Beneditina de Santo Amaro, o segundo foi prior da Abadia Cisterciense da Trapa. († 1794)
- Em Roma, Santa Maria de Mattias, virgem, fundadora da Congregação das Irmãs da Adoração do Preciosíssimo Sangue de Cristo. († 1866)
- Em Roma, o dia natal de São Pio X, papa. († 1914)
- Em Vallibona, na província de Castellón, na Espanha, o Beato Matias Cardona Meseguer, presbítero da Ordem dos Clérigos Regrantes das Escolas Pias e mártir. († 1936)
- Em Xativa, na província de Valência, também na Espanha, a Beata Maria Clemente Mateu, virgem e mártir. († 1936)
- Em Barcelona, também na Espanha, o Beato Celestino António (Ismael Bárrio Marquilla), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir. († 1936)
- No campo de concentração de Dachau, próximo de Munique da Baviera, na Alemanha, o Beato Ladislau Maczkowski, presbítero e mártir. († 1942)
- No campo de concentração de Dachau, perto de Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, o Beato Jorge Häffner, presbítero da diocese de Wurzburgo e mártir. († 1942)

Fontes:
- vatican.va e vaticannews.va
- Martirológio Romano – liturgia.pt
- Liturgia das Horas
- Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof Felipe Aqui [Cléofas 2007]
- santiebeati.it

– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova

– Produção e edição: Melody de Paulo

São Bernardo de Claraval

São Bernardo de Claraval
1090-1153

Bernardo nasceu na última década do século XI, no ano 1090, em Dijon, França. Era o terceiro dos sete filhos do cavaleiro Tecelim e de sua esposa Alícia. A sua família era cristã, rica, poderosa e nobre. Desde tenra idade, demonstrou uma inteligência aguçada. Tímido, tornou-se um jovem de boa aparência, educado, culto, piedoso e de caráter reto e piedoso. Mas chamava a atenção pela sabedoria, prudência, poder de persuasão e profunda modéstia.
Quando sua mãe morreu, seus irmãos quiseram seguir a carreira militar, enquanto ele preferiu a vida religiosa, ouvindo o chamado de Deus. Na ocasião, todos os familiares foram contra, principalmente seu pai. Porém, com uma determinação poucas vezes vista, além de convencê-los, trouxe consigo: o pai, os irmãos, primos e vários amigos. Ao todo, trinta pessoas seguiram seus passos, sua confiança na fé em Cristo, e ingressaram no Mosteiro da Ordem de Cister, recém-fundada.
A contribuição de Bernardo dentro da ordem foi de tão grande magnitude que ele passou a ser considerado o seu segundo fundador. No seu ingresso, em 1113, eram apenas vinte membros e um mosteiro. Dois anos depois, foi enviado para fundar outro na cidade de Claraval, do qual foi eleito abade, ficando na direção durante trinta e oito anos. Foi um período de abundante florescimento da Ordem, que passou a contar com cento e sessenta e cinco mosteiros. Bernardo sozinho fundou sessenta e oito e, em suas mãos, mais de setecentos religiosos professaram os votos.
Bernardo viveu uma época muito conturbada na Igreja. Muitas vezes teve de deixar a reclusão contemplativa do mosteiro para envolver-se em questões que agitavam a sociedade. Foi pregador, místico, escritor, fundador de mosteiros, abade, conselheiro de papas, reis, bispos e também polemista político e tenaz pacificador. Nada conseguia abater ou afetar sua fé, imprimindo sua marca na história da espiritualidade católica romana.
Ao lado dessas atividades, nesse mesmo período teve uma atividade literária muito expressiva, em quantidade de obras e qualidade de conteúdo. Tornou-se o maior escritor do seu tempo, apesar de sua saúde sempre estar comprometida. Isso porque Bernardo era um religioso de vida muito austera, dormia pouco, jejuava com freqüência e impunha-se severa penitência.
Em 1153, participando de uma missão em Lorena, adoeceu. Percebendo a gravidade do seu estado, pediu para ser conduzido para o seu Mosteiro de Claraval, onde pouco tempo depois morreu, no dia 20 de agosto do mesmo ano. Foi sepultado na igreja do mosteiro, mas teve suas relíquias dispersadas durante a Revolução Francesa. Depois, sua cabeça foi entregue para ser guardada na catedral de Troyes, França.
São Bernardo de Claraval, canonizado em 1174, recebeu, com toda honra e justiça, o título de doutor da Igreja em 1830.
Fontes: Paulinas e Catolicanet em 2013

São Bernardo de Clairvaux

NascimentoNo ano de 1091
Local nascimentoNa França, castelo de Fantaime Dijon
OrdemAbade, co-fundador da Ordem cisterciense
Local vidaClairvaux
EspiritualidadeAutor da oração SALVE RAINHA e outras, quando ainda era muito jovem, resolveu fazer-se monge em Cister. Logo a vida monástica influenciou seus outros cinco irmãos: Guido, Nissardo, Umbelina, Gaudry e Tascerlino. Todos deixaram o conforto do castelo para dedicarem suas vidas a Deus. Além desses jovens, muitos outros foram atraídos para o mundo cisterciense, fazendo-se necessária a fundação de novos mosteiros. O encarregado dessa missão foi o próprio Bernardo, que deixou Citeaux carregando uma cruz e seguido por doze religiosos. Seguiam as regras beneditinas rigorosamente: oração e trabalho, sob a obediência absoluta do abade. Mas antes das regras, Bernardo pregava outra coisa, o amor: naqueles que amamos, encontraremos repouso, e o mesmo repouso oferecemos a todos aqueles que amamos. Exerceu grande influência e peregrinou por toda a Europa além de seus retiros para escrever suas doces e otimistas obras, como o Tratado do Amor de Deus e o Comentário ao Cântico dos Cânticos. Fundou mais de sessenta instituições religiosas em toda a Europa.
Local morteClaraval
Morte20 de Agosto de 1153, aos 62 anos de idade
Fonte informaçãoSanto nosso de cada dia, rogai por nós
OraçãoBendito sejais, Deus, que concedestes inumeráveis graças a São Bernardo, fazendo-o firme instrumento das coisas do céu e fundador da Ordem dos Cisterciences. Concedei-nos, por sua intercessão, a graça que vos pedimos. Por Jesus e Maria, amém.
DevoçãoÀ oração, trabalho, obediência e amor
PadroeiroDos apicultores
Outros Santos do diaOutros santos do dia: Bernardo (ab. e dr); Adoindo (ab); Adivino, Amador, Brígida (ab); Cristóvão e Leivigildo (Márts.); Denócio, Edberto, Eberto, Filiberto (ab); Leôncio e Carpóforo (mrs); Lúcio (Monge); Máximo (ab); Osvino (rei); Poemen e Eudóxia, Profírio (márts); Samuel (pf); Serônio, Severo e Men (Márts).
Fonte: ASJ em 2013

LEITURA ORANTE DO DIA 20/08/2022



LEITURA ORANTE

Mt 23,1-12 - Um só Pai, um só Mestre!


Preparamo-nos para a Leitura Orante, cumprimentando,
a todos e todas que fazem parte desta ciranda de leitura da Palavra
A caminho com Jesus,
pedimos a graça de saber caminhar sob o impulso da vida,
conscientes de
poder fazer parte de uma Casa Comum
incrivelmente bela e inspiradora.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo.
Trindade Santíssima
- Pai, Filho, Espírito Santo -
presente e atuante na Igreja e na profundidade do meu ser.
Eu vos adoro, amo e agradeço.
Lembramos  uma frase de Follereau:
"Ser feliz é fazer os outros felizes".
Rezemos com ele:
Senhor, ensina-nos
a não amar somente os que são nossos,
a não amar somente os que amamos.
Ensina-nos a pensar nos outros e a
amar, em primeiro lugar,
aqueles a quem ninguém ama.
Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.
Agora, ouçamos o que ele, o Senhor,  nos diz
neste tempo de repouso do nosso coração no de Jesus,
em silêncio,
ouvimos o que ele nos quer comunicar.

1. Leitura (Verdade)
- O que a Palavra diz?
Lemos com atenção, o texto de hoje em Mt 23,1-12.
Então Jesus falou à multidão e aos seus discípulos. Ele disse:
- Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para explicar a Lei de Moisés. Por isso vocês devem obedecer e seguir tudo o que eles dizem. Porém não imitem as suas ações, pois eles não fazem o que ensinam. Amarram fardos pesados e os põem nas costas dos outros, mas eles mesmos não os ajudam, nem ao menos com um dedo, a carregar esses fardos. Tudo o que eles fazem é para serem vistos pelos outros. Vejam como são grandes os trechos das Escrituras Sagradas que eles copiam e amarram na testa e nos braços! E olhem os pingentes grandes das suas capas! Eles preferem os melhores lugares nos banquetes e os lugares de honra nas sinagogas. Gostam de ser cumprimentados com respeito nas praças e de ser chamados de "mestre". Porém vocês não devem ser chamados de "mestre", pois um só é o vosso Mestre e todos vós sois irmãos.
E aqui na terra não chamem ninguém de pai porque vocês têm somente um Pai, que está no céu. Vocês não devem também ser chamados de "líderes" porque vocês têm um líder, o Messias. Entre vocês, o mais importante é aquele que serve os outros. Quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido.
Refletindo
O Evangelho de hoje nos faz ver que existem falsos senhores e falsos mestres que podem arruinar a nossa vida e nos levar a romper laços de comunhão com os outros e com Deus.
O fariseu vive uma religião que o leva a centrar-se em si mesmo ou seja, uma religião  na qual  o único interesse é a observância das leis e das tradições, de maneira que  em função disso, torna-se o juiz dos demais. O fariseu se coloca num pedestal de superioridade a partir do qual olha e despreza os demais, despreza todo aquele que não consegue ser fiel na observância de normas e leis. O que lhe interessa é brilhar diante dos homens. A única coisa que o preocupa é sua boa imagem diante das pessoas. Quer ser visto, apreciado, louvado. Não tem outro Deus a não ser ele mesmo.
Mas, o pior é que o fariseu vê tudo isso como graça de Deus.
Jesus desmascara a ideia que os fariseus tinham de Deus e põe às claras o "farisaísmo" que desumaniza Deus, nos desumaniza e desumaniza os outros.
Para um bom fariseu a imagem de Deus não estava centrada na misericórdia, mas no julgamento, entendido como característica do Deus justiceiro, castigador, implacável com os pecadores, com as pessoas de má fama. Daí surge a ideia de um Deus severo, ameaçador, vingativo, inimigo da vida. Um Deus assim causa um medo aterrador. Uma religião com essa tonalidade faz com que as pessoas se sintam mal, às vezes por coisas sem importância. Mais ainda:  envenena a convivência de uns com os outros, criando divisões, suspeitas, prejuízos, situações violentas, exclusão, com um refinamento de hipocrisia.

2. Meditação (Caminho)
- O que a Palavra diz para nós?
Estamos livres do farisaísmo?
Se formos honestos,  vamos admitir que todos nós carregamos um fariseu dentro de nós. Os fariseus não são só uma recordação do passado. Continuam vivendo em cada um de nós, continuam naqueles que  vivem e exigem uma religiosidade marcada por observâncias, ritualismos, moralismos, títulos e se consideram bons para julgar os demais.
Meditando
O papa Francisco na Laudato sì , lembra: "Ser Igreja é ser povo de Deus, de acordo com o grande projeto do Pai. A Igreja deve ser o lugar da misericórdia, onde todos possam sentir-se acolhidos, amados, perdoados e animados a viverem segundo a vida boa do Evangelho" (LS 114).
Jesus se apresenta como um Mestre diferente.
Ele é a Verdade, o Caminho e a Vida.
Nele podemos confiar.

3. Oração (Vida)
- O que a Palavra nos leva a dizer a Deus?
Rezamos com toda a Igreja
Deus e Pai,
nós vos louvamos pelo vosso infinito amor
e vos agradecemos por ter enviado Jesus,
o Filho amado, nosso irmão.
Ele veio trazer paz e fraternidade à terra
e, cheio de ternura e compaixão,
sempre viveu relações repletas
de perdão e misericórdia.
Derrama sobre nós o Espírito Santo,
para que, com o coração convertido,
acolhamos o projeto de Jesus
e sejamos construtores de uma sociedade
justa e sem violência,
para que, no mundo inteiro, cresça
o vosso Reino de liberdade, verdade e de paz.
Amém!

Podemos ainda, rezar o Salmo  84

A glória do Senhor habitará em nossa terra.

- Quero ouvir o que o Senhor irá falar: / é a paz que ele vai anunciar. / Está perto a salvação dos que o temem, / e a glória habitará em nossa terra. – R.
- A verdade e o amor se encontrarão, / a justiça e a paz se abraçarão; / da terra brotará a fidelidade, / e a justiça olhará dos altos céus. – R.
- O Senhor nos dará tudo o que é bom, / e a nossa terra nos dará suas colheitas; / a justiça andará na sua frente / e a salvação há de seguir os passos seus. – R.

4. Contemplação (Vida)
- Qual o nosso novo olhar iluminado pela Palavra?
Qual é a imagem de Deus que temos?
É a imagem do Deus dos fariseus (castigador, ameaçador, juiz implacável?
Ou a imagem do Deus de Jesus?
Misericordioso, acolhedor, Pai de bondade?
No dia de hoje e sempre vamos nos relacionar com o Deus de Jesus, Deus Pai, Deus cheio de amor e vida. E vamos liderar no serviço aos irmãos.

Bênção
Recebamos agora a bênção do cardeal Sérgio da Rocha pedindo a graça de saber "escutar" Jesus.
Senhor, nosso Deus, dai-nos a graça de aprender convosco a  ser livres para amar, acolhendo a vida como dom e compromisso, valorizando e defendendo a vida, especialmente onde ela se encontra mais fragilizada e sofrida. Isto vos pedimos, em nome do Pai, e do Filho e do Espirito Santo. Amém.

Ir. Patricia Silva, fsp

Palavra se fez carne - 20 de agosto, sábado, 20ª Semana do Tempo Comum


20 de agosto, sábado, 20ª Semana do Tempo Comum


- Hoje é 20 de agosto, sábado, 20ª Semana do Tempo Comum

- O Evangelho de hoje nos mostra Jesus e seus discípulos reunidos com a multidão de pessoas que o seguiam. Aproveitou esse momento pra falar sobre os mestres da lei e os fariseus. Dizia ter eles autoridade para interpretar a lei de Moisés e por isso deveriam observar o que eles diziam. Mas Jesus chama atenção para um fato importante: ouvir o que diziam, mas não imitar suas ações porque o que eles falam, eles não colocam em prática. Peça ao Senhor que ajude a ouvir e colocar em prática os seus ensinamentos.

- Evangelho de Mateus, Capítulo 23, versículos de 1 a 12: Naquele tempo, Jesus falou às multidões e a seus discípulos:

"Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo. Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Eles usam faixas largas, com trechos da Escritura, na testa e nos braços, e põem na roupa longas franjas. Gostam de lugar de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas. Gostam de ser cumprimentados nas praças públicas e de serem chamados de Mestre. Quanto a vós, nunca vos deixeis chamar de Mestre, pois um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos. Na terra, não chameis a ninguém de pai, pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. Não deixeis que vos chamem de guias, pois um só é o vosso Guia, Cristo. Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado"

- Os fariseus colocam as exigências da lei nos ombros dos outros, mas eles mesmo não estão dispostos a seguir. Muitas vezes buscam os primeiros lugares só para aparecer, gostam de ser cumprimentados em praças públicas e de serem chamados de mestres. Jesus passa seu ensinamento: nunca vos deixeis chamar de mestre, pois um só é vosso mestre e todos vós sois irmãos. E alerta: o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. Também somos chamados a praticar nossas ações conforme esses ensinamentos. Jesus é a Lei, e a Lei é instrução, modo de vida. Viver o amor, amando a Deus e aos irmãos. Peça a graça de mais amar e servir.

- Você está contribuindo para que as pessoas vejam em você as atitudes de Jesus?

- “Pois eles falam e não praticam”, diz Jesus sobre os fariseus. Esta Palavra de Jesus é uma forte chamada de atenção, aos pais, educadores e lideranças em geral, para que pratiquem o que ensinam, deem testemunho daquilo que acreditam, e assim, o seu ensinamento terá autoridade. Numa de suas catequeses diz o Papa Francisco:

“... a luz da fé permite-nos reconhecer quão infinita é a misericórdia de Deus, a graça que age para o nosso bem. Mas a mesma luz mostra-nos também a responsabilidade que nos foi confiada de colaborar com Deus na sua obra de salvação. O poder da graça precisa de se conjugar com as nossas obras de misericórdia, que somos chamados a viver para dar testemunho de quão grande é o amor de Deus. Vamos em frente com esta confiança: todos fomos justificados, somos justos em Cristo. Devemos concretizar esta justiça com as nossas obras.

– Termina sua oração pedindo ao Senhor que ilumine o seu agir, o seu testemunho. Agradeça pelos momentos difíceis, mas possíveis de serem superados, pois o Senhor está atento ao seu caminhar.

- Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo! Amém!


Jesus não é contra a religião | (Mt 23, 1-12) #851 - Meditação da Palavra - Frei Gilson



Publicado em 20 de ago. de 2022