ANO C

Lc 24,35-48
Comentário do Evangelho
Tocai em mim e vede
Trata-se da sequência do episódio dos discípulos
de Emaús; a repetição do versículo 35 mostra isso. Já o dissemos, mas será
necessário repeti-lo, a saber, que a presença do Ressuscitado não é evidente:
“... ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um
espírito” (v. 37). A presença do Senhor não é fruto da ilusão; é uma realidade
que se pode experimentar: “… sou eu mesmo. Tocai em mim e vede” (v. 39). O
Ressuscitado traz as marcas dos sofrimentos que lhe causaram a morte. A vida,
paixão, morte e ressurreição de Jesus são indissociáveis. À luz do Senhor
Ressuscitado que as Escrituras adquirem, para o discípulo, o seu pleno sentido:
“... abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras…”
(v. 45). A paz é outro dom do Cristo Ressuscitado e, ao
mesmo tempo, critério para o seu reconhecimento.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, faze-me compreender a importância da
comunidade na dinâmica da consolidação de minha fé no Senhor ressuscitado.
Fonte: Paulinas em 04/04/2013
Vivendo a Palavra
É bom que vivamos intensamente a Paixão e Morte
de Jesus de Nazaré. Mas é imprescindível que nos conscientizemos que Ele
ressuscitou e continua, conforme prometeu, em nós e no nosso meio. Proclamemos
que o Reino do Céu já chegou e, ainda que não em sua plenitude, ele está em nós!
Fonte: Arquidiocese BH em 04/04/2013
VIVENDO A PALAVRA
É muito bom e necessário que vivamos
intensamente a Paixão e a Morte de Jesus de Nazaré. Mas é imprescindível que
nos conscientizemos que Ele ressuscitou e continua vivo, conforme prometeu, em
nós e no nosso meio. Proclamemos que o Reino do Céu já chegou e, ainda que não
em sua plenitude, ele está dentro de nós!
Reflexão
Quando a comunidade está reunida, realiza-se a
experiência pascal, a experiência da presença do Ressuscitado. Esta presença é
a manifestação do Deus da Paz, o Deus real, o Deus vivo e verdadeiro, do Deus
que é solidário com os homens e está sempre participando de suas vidas, mesmos
que eles não sejam capazes de perceber isso. Não é a manifestação de um
fantasma qualquer. Esta experiência comunitária da presença do Ressuscitado faz
com que a comunidade se torne evangelizadora, testemunha de todos os valores pelos
quais Jesus morreu e ressuscitou, se torne testemunha de que de fato Jesus é o
Filho do Deus vivo, que cumpriu plenamente a vontade do Pai.
Fonte: CNBB em 04/04/2013
Reflexão
Os discípulos têm dificuldades para crer que o Ressuscitado é o mesmo
Jesus que foi crucificado. Para ajudá-los a dar um passo na fé, Jesus mostra os
sinais da paixão e morte, deixa-se tocar por eles e come um pedaço de peixe
assado. Após desejar-lhes a paz, abre a inteligência deles para compreenderem a
missão do Messias, que devia morrer e ressuscitar dos mortos. Os apóstolos e os
discípulos de Emaús sentem-se investidos de uma missão: serão as autênticas
testemunhas do Ressuscitado. Aqueles que viviam fechados no medo vão percorrer
o mundo para anunciar o Evangelho. A ressurreição de Jesus é salvação para
todos. Salvação que se realiza mediante “o arrependimento para o perdão dos
pecados”.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Meditando o evangelho
RECONHECIDO AO PARTIR O PÃO
A vida em comunidade foi de suma importância no processo de consolidação
da fé dos primeiros cristãos. Superada a tentação de dispersar-se, reconheceram
ser fundamental manter-se unidos, fiéis às instruções recebidas do Mestre.
A celebração eucarística – conhecida como fração do pão – era
um momento privilegiado de partilha da fé. A leitura das Escrituras,
reinterpretadas à luz do mistério pascal, a recordação da vida de Jesus e a
percepção dos sinais de sua presença no meio dos discípulos serviam de suporte
para a fé dos discípulos, em fase de afirmação.
Afinal, a ressurreição deixara-os perturbados, cheios de interrogações.
Eles confundiam o Ressuscitado com uma espécie de espírito errante, a vagar
pela Terra. Alguns recusavam-se a compreender que o Ressuscitado era o mesmo
Jesus que havia sido crucificado. Outros já não se recordavam que o Mestre os
prevenira a respeito de seu destino de sofrimento, morte e ressurreição, como
também nem se lembravam da missão que lhes havia sido confiada, qual seja, a de
pregar a penitência para a remissão dos pecados a todas as nações, a começar
por Jerusalém.
Somente os que permaneciam unidos aos demais conseguiam entender tudo o
quanto se referia a Jesus. O individualismo e a fuga eram os piores inimigos da
fé. A descoberta do Ressuscitado devia ser feita em comunidade.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe.
Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE –
e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, faze-me a compreender a importância da comunidade na dinâmica da
consolidação de minha fé no Senhor ressuscitado.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. A PAZ ESTEJA CONVOSCO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe.
Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e
disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Os encontros do Ressuscitado com os discípulos
começavam, muitas vezes, com o augúrio de paz. O desejo de que houvesse paz
entre eles não era pura formalidade. Antes, a saudação de Jesus adquiria uma
consistência especial.
Para os discípulos, perturbados com a
ressurreição, essa paz consistia em estabelecer um relacionamento correto com o
Ressuscitado. Tratava-se de superar o medo, a perplexidade, o espanto, a
perturbação, a dúvida, a incredulidade, a desconfiança, e acolher, na fé, o
Ressuscitado presente no meio deles. Todos estes sentimentos revelam ausência
de paz. Eis por que Jesus é apresentado como quem se esforça por fazer a paz
acontecer no coração dos discípulos, em forma de abertura para a fé, de
capacidade para reconhecê-lo como o Mestre de outrora, de iluminação da
inteligência para penetrar o sentido das Escrituras, de superação da dureza de
coração.
Portanto, sem a paz, no sentido querido por
Jesus, eles não poderiam abrir-se para a novidade da ressurreição. Só na paz,
os discípulos estariam em condições de reconhecer Jesus ressuscitado, e
experimentar a comunhão com ele. Este era o primeiro passo a ser dado pelo
discípulo no processo de concretizar sua fé no Senhor.
Oração
Espírito de paz, coloca, em meu coração, as
disposições adequadas para que eu viva a comunhão com o Ressuscitado.
Fonte: NPD Brasil em 04/04/2013
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. VÓS SEREIS MINHAS TESTEMUNHAS!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da
Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Certa vez um amigo solicitou minha ajuda para atuar como
testemunha a seu favor em um processo trabalhista, antes tive de passar pelo
advogado, que sendo um ótimo profissional quis saber em detalhes tudo o que eu
iria dizer diante do juiz, caso fosse necessário. Um bom testemunho é feito com
firmeza, convicção e clareza de idéia, pois naquele momento a palavra é dele, e
o advogado, promotor, juiz, júri, e as partes envolvidas, apenas o ouvem, uma
palavra errada ou mal colocada, poderá por a perder todo o processo.
O papel de uma testemunha é convencer quem não presenciou o
fato, de que o ocorrido é verdadeiro e não há nenhuma outra interpretação, por
isso, se Jesus fosse como um advogado altamente profissional e rigoroso, nem os
discípulos e muito menos nós, seríamos constituídos suas testemunhas. No
evangelho de hoje, para início de conversa o confundiram com um fantasma, e olhe
que já era praticamente a terceira aparição do Senhor, à comunidade. Os dois
que iam para Emaús o confundiram com um forasteiro, na comunidade, as duas
primeiras reuniões foram com as portas fechadas, por medo dos judeus, e ele já
tinha aparecido uma vez, no evangelho de hoje, mesmo ouvindo o depoimento dos
discípulos de Emaús, e vendo Jesus aparecer diante deles, ficaram assustados e
cheios de medo, Jesus falou com eles, mostrou as mãos e os pés, deixou-se
tocar, ainda assim não acreditaram, a ponto do próprio Senhor lhes censurar
porque estavam preocupados e tinham dúvidas no coração. Em uma audiência diante
de um tribunal, essas testemunhas seriam no mínimo desastrosas, dá até para
imaginar o diálogo “Vocês viram Jesus ou não?”. “Não sabemos Meritíssimo, se
realmente era ele, parecia um fantasma, a gente o viu e o tocou, ele até comeu
um peixe assado, pode ser que seja ele mesmo”. Que “belo testemunho”, não
afirma e nem confirma...
No final do evangelho Lucas afirma que Jesus abriu a
inteligência dos discípulos, para entenderem as escrituras. O pensamento humano
tem uma tampa, um limite aonde chega a lógica humana depois de investigar e
estudar muito alguma questão, mas dali para frente, há um mistério que só pode
ser compreendido por aquele que crê, ou seja, ler as escrituras apenas com a
nossa inteligência, fechada no horizonte humano, não vamos entender coisa
alguma, mas se lermos na perspectiva de Jesus de Nazaré, sua vida, sua
história, sua morte e ressurreição, iremos compreender o sentido da vida, porque
nele encontramos o nosso verdadeiro DNA, a nossa origem e o nosso fim, em
Cristo mergulhamos ao encontro daquele que é a Vida em toda sua plenitude, pois
nele fomos recriados, mudou-se a referência, herdamos sim, o pecado original de
Adão e Eva, mas agora já sabemos a verdade, não há possibilidade da serpente
nos enganar, conhecemos aquele que é mais Poderoso e Sábio do que a serpente,
conhecemos aquele que esmagou o mal com a sua morte e ressurreição, não há duas
alternativas, só uma e apenas uma, para quem desejar a Salvação: Jesus Cristo,
o Filho de Deus!
Adão e Eva não sabiam o que iria lhes acontecer, não tinham
ainda uma referência. Nós temos! Jesus é alguém da Trindade que se fez homem,
que se faz ouvir, que se deixa tocar, que senta conosco em uma mesa e faz uma
refeição, coloca todas as cartas na mesa, abre o jogo, nada esconde como o
tentador e enganador. Joga as claras, ele é a luz do mundo, o único caminho e a
única verdade, ele só não pode decidir por nós, por isso o seu reino e o seu
projeto de vida nos são apresentados como uma proposta, cabe a nós usarmos o
livre arbítrio para aceita-lo ou recusá-lo.
É esse Jesus Cristo Alfa e ômega, princípio e fim, Senhor
absoluto da História e Salvador do Homem, que nos congrega como igreja, que nos
lava de nossas culpas e nos redime dos nossos pecados, que faz de nossas
comunidades um pedacinho do céu prometido, mais ainda, conhecendo nossas
fraquezas e limites, sabendo que temos muitas dúvidas no coração, nos alimenta
com a eucaristia, fala em sua santa palavra, abrindo a nossa inteligência com o
seu espírito que vem do alto.
Embora não sejamos confiáveis para serem suas testemunhas, ele
mesmo nos qualifica, nossas palavras nunca caem no vazio, pois é ele próprio
que fala, e tocados pela graça da eucaristia, conseguimos superar os limites na
nossa relação com o próximo, e se quisermos, o nosso amor será sem limites como
o de Jesus, basta aceitar e querer, isso se chama santidade de vida, que
permite o entrelaçamento em nós, do humano e divino, aquele que é santo, aceita
participar da nossa vida, mesmo com os seus limites e fragilidades.
Uma vez encarnado em Maria de Nazaré, Jesus se encarna de novo
em cada homem, e em cada mulher, que esteja disposto a acolhê-lo, para fazê-lo
nascer nos corações de outros homens e mulheres, que ainda não o conhecem, é aí
que acontece o testemunho, onde o amor é imprescindível! “Nisso reconhecerão
que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. Qualquer outro
testemunho ou revelação, que não trouxer a exigência do amor a Deus e ao
próximo, é falso e não será digno sequer de atenção.
2. Tocai em mim e vede!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro
da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal
Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Os discípulos viram Jesus ressuscitado, puderam tocar em seu
corpo, sentir que era ele mesmo. Viram as chagas nos seus pés e nas suas mãos,
podendo constatar que estavam com aquele que tinha sido crucificado. E nos
transmitiram por escrito sua primeira experiência. Não contaram uma fábula nem
elaboraram uma teoria. Ao contrário, transmitiram, ainda com dúvidas, porque
não podiam acreditar, tanta era a sua alegria. Não inventaram a ressurreição.
Antes, ficaram surpresos, e não entendiam perfeitamente o que estava
acontecendo. Também nós não entendemos, mas cremos e aguardamos confiantes o
dia da ressurreição da carne e a entrada na vida eterna. O corpo ressuscitado
de Jesus parece ter propriedades que não tinha antes. Surge no meio dos
discípulos sem precisar abrir as portas e ao mesmo tempo come com eles. Ou
parecia comer, como disse o anjo Rafael a Tobias: “Pareceu-lhes que eu comia,
mas foi só aparência”. O que importa é que ele está vivo. Como é a
ressurreição, saberemos um dia.
HOMILIA DIÁRIA
Postado por: homilia
abril 4th, 2013
Depois de Jesus ter aparecido a Maria Madalena,
ter dado ordem para que seus discípulos partissem em direção à Galileia e do
seu encontro com os dois discípulos na estrada de Emaús, Ele finalmente aparece
ao grupo reunido para lhes decepar as dúvidas e fortalecer-lhes a fé.
A comunidade estava vacilando na sua fé. As
perseguições estão no horizonte, ou até acontecendo; o primeiro entusiasmo
diminuiu, os membros estão cansados da caminhada e perdendo de vista a mensagem
vitoriosa da Páscoa. Parece mais forte a morte do que a vida, a opressão do que
a libertação, o pecado do que a graça. E, então, Jesus aparece e lhes diz: A
PAZ ESTEJA CONVOSCO.
Prova-lhes a sua autêntica Ressurreição e lhes
confirma na paz. Ele é a paz em plenitude. A paz da participação na vida eterna
do Pai para todos.
E para que suas palavras não fiquem somente “no
ar”, mostra-lhes as mãos, o peito e os pés rasgados: “Vede minhas mãos e meus pés: sou eu
mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais
vendo que eu tenho”.
Se estas palavras têm algum sentido histórico,
ele é o de manifestar que Jesus está vivo, que a morte não o venceu, que a vida
do além pode ter momentos em que se parece com a vida anterior como se esta
seguisse e aquela fosse uma continuação. Sobre o modo de pensar de alguns
teólogos que dizem que a ressurreição é uma forma de vida só espiritual, vemos
como Jesus se manifesta em corpo vivo e que não existe sentido em afirmar que
só o espírito vive e o corpo como que se destrói e não alcança a nova vida.
Como diz o Catecismo, é impossível interpretar a
ressurreição de Cristo fora da ordem física e não reconhecê-la como um fato
histórico. Pois o corpo ressuscitado é o mesmo que foi martirizado e
crucificado, ele traz as marcas de sua Paixão. Não constitui uma volta à
vida terrestre como foi o caso de Lázaro, visto que seu corpo possui
propriedades novas que o situam além do tempo e espaço.
Cristo passa de um estado de morte para uma outra
realidade. Ele participa da vida divina no estado de sua glória, de modo que
Paulo pode chamar a Cristo de o “Homem Celeste”. É por isso que Ele tem o poder
de transmitir a mim e a você a verdadeira paz.
Assim como ontem, Jesus continua nos dizendo: A
PAZ ESTEJA CONVOSCO!
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 04/04/2013
Oração Final
Pai Santo, ajuda-nos a amar radicalmente a Boa Nova
anunciada pelo Mestre de Nazaré e a fazermos dela o fundamento e o objetivo da
nossa peregrinação por esta terra abençoada que nos entregaste para que dela
cuidássemos. E que anunciemos a todos, com nossa vida, o teu Amor Paterno! Por
Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 04/04/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ajuda-nos a amar radicalmente a Boa
Notícia anunciada pelo Mestre de Nazaré, e a fazermos dela o fundamento e o
objetivo da peregrinação por esta terra abençoada que nos emprestas para que
dela cuidemos, usufruamos e partilhemos com os irmãos. E que anunciemos a
todos, com nossa vida, o teu Amor Paternal misericordioso! Por Jesus Cristo,
teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
