terça-feira, 8 de dezembro de 2020

BOM DIA! BOA TARDE! BOA NOITE! Oração da noite, Oração da manhã e Oração do entardecer - Deus te abençoe!



Oração da Noite

Boa noite Pai.
Termina o dia e a ti entrego meu cansaço.
Obrigado por tudo e… perdão!!
Obrigado pela esperança que hoje animou meus passos, pela alegria que vi no rosto das crianças;
Obrigado pelo exemplo que recebi daquele meu irmão;
Obrigado também por isso que me fez sofrer…
Obrigado porque naquele momento de desânimo lembrei que tu és meu Pai; Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa, pela comida, pelo meu desejo de superação…
Obrigado, Pai, porque me deste uma Mãe!
Perdão, também, Senhor!
Perdão por meu rosto carrancudo; Perdão porque não me lembrei que não sou filho único, mas irmão de muitos; Perdão, Pai, pela falta de colaboração e serviço e porque não evitei aquela lágrima, aquele desgosto; Perdão por ter guardado para mim tua mensagem de amor;
Perdão por não ter sabido hoje entregar-me e dizer: “sim”, como Maria.
Perdão por aqueles que deviam pedir-te perdão e não se decidem.
Perdoa-me, Pai, e abençoa os meus propósitos para o dia de amanhã, que ao despertar, me invada novo entusiasmo; que o dia de amanhã seja um ininterrupto “sim” vivido conscientemente.
Amém!!!

Oração da manhã

Bom-dia, Senhor Deus e Pai!
A ti, a nossa gratidão pela vida que desperta, pelo calor que
cria vida, pela luz que abre nossos olhos.
Nós te agradecemos por tudo que forma nossa vida, pela terra, pela água, pelo ar, pelas pessoas. Inspira-nos com teu Espírito Santo os pensamentos que vamos alimentar,as palavras que vamos dizer, os gestos que vamos dirigir,a comunicação que vamos realizar.
Abençoa as pessoas que nós encontramos, os alimentos que vamos ingerir.
Abençoa os passos que nós dermos, o trabalho que devemos fazer.
Abençoa, Senhor, as decisões que vamos tomar, a esperança que vamos promover,a paz que vamos semear,a fé que vamos viver, o amor que vamos partilhar.
Ajuda-nos, Senhor, a não fugir diante das dificuldades, mas a abraçar amor as pequenas cruzes deste dia.
Queremos estar contigo, Senhor, no início, durante e no fim deste dia.
Amém.

Oração do entardecer

Ó Deus!
Cai à tarde, a noite se aproxima.
Há neste instante, um chamado à elevação, à paz, à reflexão.
O dia passa e carregam os meus cuidados.
Quem fez, fez.
Também a minha existência material é um dia que se passa,
uma plantação que se faz, um caminho para algo superior.
Como fizeste a manhã, à tarde e a noite, com seus encantos,
fizeste também a mim, com os meus significados, meus resultados.
Aproxima de mim, Pai, a Tua paz para que usufrua desta
hora e tome seguras decisões para amanhã.
Que se ponha o sol no horizonte, mas que nasça
em mim o sol da renovação e da paz para sempre.
Obrigado, Deus, muito obrigado!
Amém!

Nossa Senhora da Imaculada Conceição - 08 de dezembro






A festa litúrgica que celebramos hoje, exalta uma das grandes maravilhas da história de nossa salvação: a Imaculada Conceição de Maria. Durante toda a sua vida terrena, Maria foi livre da mancha do pecado. Essa verdade, reconhecida pela Igreja de Cristo, é muito antiga. “Entrando, o anjo disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo’” (Lucas 1,28). Muitos padres e doutores da Igreja Oriental, ao exaltarem a grandeza de Maria, Mãe de Deus, usavam expressões como: cheia de graça, lírio da inocência, mais pura do que os anjos.
A Igreja Ocidental, que sempre amou a Santíssima Virgem, tinha uma certa dificuldade para a aceitação do mistério da Imaculada Conceição. Não por repulsa a Nossa Senhora, mas para conservar a doutrina da redenção operada por Cristo em favor de todos.
Em 1304, o Papa Bento XI reuniu na Universidade de Paris uma assembleia dos doutores mais eminentes em Teologia, para terminar as questões de escola sobre a Imaculada Conceição da Virgem. Foi o franciscano João Duns Escoto quem solucionou a dificuldade ao mostrar que era sumamente conveniente que Deus preservasse Maria do pecado original, pois a Santíssima Virgem era destinada a ser mãe do seu Filho. Isso é possível para a Onipotência de Deus, portanto, o Senhor, de fato, a preservou, antecipando-lhe os frutos da redenção de Cristo.
Rapidamente, a doutrina da Imaculada Conceição de Maria, no seio de sua mãe Sant’Ana, foi introduzida no calendário romano. José de Anchieta foi o apóstolo que propagou essa doutrina no Brasil. Desde o início de sua colonização dedicou a esse ministério igrejas.
A própria Virgem Maria apareceu em 1830 a Santa Catarina Labouré pedindo que se cunhasse uma medalha com a oração: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”. Esta medalha, anunciada em todo o mundo, possibilitou a devoção a Maria Imaculada, induzindo os bispos a solicitarem ao papa a definição do dogma, que já era vivenciado entre os cristãos.
Sendo assim, no dia 8 de dezembro de 1854, através da bula Ineffabilis Deus do Papa Pio IX, a Igreja oficialmente reconheceu e declarou solenemente como dogma: “Maria isenta do pecado original”.
A própria Virgem Maria, na sua aparição em Lourdes, em 1858, confirmou a definição dogmática e a fé do povo dizendo para Santa Bernadette e para todos nós: “Eu sou a Imaculada Conceição”.

Nossa Senhora da Imaculada Conceição, rogai por nós!

Referência:
Livro ‘O Santo do dia’ – Dom Servilio Conti, I.M.C.
https://santo.cancaonova.com/santo/imaculada-conceicao-de-maria/?sDia=8&sMes=12&sAno=2021

Nossa Senhora da Imaculada Conceição


Esta é uma das celebrações mais antigas da Igreja primitiva. A convicção da pureza completa de Maria, Mãe de Deus nunca foi questionada pelo povo cristão.
Entretanto esta doutrina não encontrava consenso entre as várias vertentes do alto clero da Igreja, que continuou discutindo a questão durante muitos séculos. Não que Maria fosse ser desconsiderada, ao contrário sempre tida como a mais sublime das criaturas, mas havia receio de que a verdadeira doutrina da Redenção, operada somente pelas virtudes de Jesus Cristo, fosse confundida.
Em 1830, a Virgem Maria apareceu à Santa Catarina Labouré e mandou cunhar uma medalha com a sua imagem e a oração: "Maria concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos à vós".
Finalmente em 1854, o Papa Pio IX definiu a Imaculada Conceição da Mãe de Deus como verdade ou dogma de fé, através da bula "Ineffabilis Deus" que proclamou: "Maria isenta do pecado original, desde o primeiro instante de sua existência no seio de sua mãe, em atenção aos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano". A sua celebração foi fixada no calendário litúrgico oficial da Igreja, no dia 08 de dezembro.
Em 1858, as aparições da Virgem Maria na cidade francesa de Lourdes confirmaram essa verdade de fé, um sinal da divina misericórdia de Deus. Maria disse claramente "Eu sou a Imaculada Conceição" à menina vidente, Santa Bernadete Soubirous.
Ao longo dos séculos, o povo adaptou o título à forma usual das devoções e passou a chamar de Nossa Senhora da Conceição à invocação mais preciosa da Igreja: a Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus.
Esta é a devoção mariana mais querida em Portugal, que a tem como Padroeira da nação desde 1646. O culto se difundiu e chegou ao Brasil em 1549, com a primeira escultura de Nossa Senhora da Conceição trazida por Tomé de Souza ao desembarcar na Bahia. Porém, o seu maior propagador foi o missionário jesuíta José de Anchieta. A população cristã americana celebra Nossa Senhora da Conceição como a Padroeira Eterna dos Estados Unidos da América do Norte.
Fonte: Paulinas em 2015

Imaculada Conceição de Maria


O dogma da Imaculada Conceição de Maria é um dos dogmas mais queridos ao coração do povo cristão. Os dogmas da Igreja são as verdades que não mudam nunca, que fortalecem a fé que carregamos dentro de nós e que não renunciamos nunca.
A convicção da pureza completa da Mãe de Deus, Maria, ou seja, esse dogma, foi definida em 1854, pelo papa Pio IX, através da bula "Ineffabilis Deus", mas antes disso a devoção popular à Imaculada Conceição de Maria já era extensa. A festa já existia no Oriente e na Itália meridional, então dominada pelos bizantinos, desde o século VII.
A festa não existia, oficialmente, no calendário da Igreja. Os estudos e discussões teológicas avançaram através dos tempos sem um consenso positivo. Quem resolveu a questão foi um frade franciscano escocês e grande doutor em teologia chamado bem-aventurado João Duns Scoto, que morreu em 1308. Na linha de pensamento de são Francisco de Assis, ele defendeu a Conceição Imaculada de Maria como início do projeto central de Deus: o nascimento do seu Filho feito homem para a redenção da humanidade.
Transcorrido mais um longo tempo, a festa acabou sendo incluída no calendário romano em 1476. Em 1570, foi confirmada e formalizada pelo papa Pio V, na publicação do novo ofício, e, finalmente, no século XVIII, o papa Clemente XI tornou-a obrigatória a toda a cristandade.
Quatro anos mais tarde, as aparições de Lourdes foram as prodigiosas confirmações dessa verdade, do dogma. De fato, Maria proclamou-se, explicitamente, com a prova de incontáveis milagres: "Eu sou a Imaculada Conceição".
Deus quis preparar ao seu Filho uma digna habitação. No seu projeto de redenção da humanidade, manteve a Mãe de Deus, cheia de graça, ainda no ventre materno. Assim, toda a obra veio da gratuidade de Deus miseriordioso. Foi Deus que concedeu a ela o mérito de participar do seu projeto. Permitiu que nascesse de pais pecadores, mas, por preservação divina, permanecesse incontaminada.
Maria, então, foi concebida sem a mancha do orgulho e do desamor, que é o pecado original. Em vista disso, a Imaculada Conceição foi a primeira a receber a plenitude da bênção de Deus, por mérito do seu Filho, e que se manifestou na morte e na Ressurreição de Cristo, para redenção da humanidade que crê e segue seus ensinamentos.
Hoje, não comemoramos a memória de um santo, mas a solenidade mais elevada, maior e mais preciosa da Igreja: a Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria, a rainha de todos os santos, a Mãe de Deus.
Fonte: Catolicanet em 2015

Solenidade da Imaculada Concepção da Maria

Em 8 de dezembro de 1854 o Sumo Pontífice, Pio IX, depois de receber numerosas petições de todos os bispos e fiéis de todo o mundo se reuniu na Basílica de São Pedro em Roma e proclamou a festa da Imaculada Concepção. Havia mais de 200 prelados, cardeais, arcebispos, bispos, embaixadores e milhares e milhares de fiéis católicos, em meio da emoção geral declarou solenemente:
"Declaramos que a doutrina que diz que Maria foi concebida sem pecado original, é doutrina revelada por Deus e que a todos obriga a acreditá-la como dogma de fé".
De Roma quantidade de pombas mensageiras saíram em todas as direções levando a grande noticia, e nos 400,000 templos católicos do mundo se celebraram grandes festas em honra da Imaculada Concepção da Virgem Maria.
http://www.acidigital.com/santos/santo.php?n=347

Nossa Senhora da Imaculada Conceição


Comemorção  litúrgica - 08 de dezembro.

Também nesta data:  Santa Lucila e São Romário.

Com as palavras “Maria Concebida Sem Pecado” confessamos, que Maria, por uma exceção especial, em virtude dos  futuros merecimentos de cristo, desde o primeiro instante de sua vida ficou isenta do pecado original e revestida foi da graça santificante. Não é assim com as outras  criaturas humanas. Desde o princípio da nossa existência, carecemos  da graça santificante, sendo que esta graça estatui um verdadeiro pecado, não pessoal, é claro, mas um pecado da natureza, chamado pecado original por ser  uma conseqüência  do pecado dos primeiros  pais.
O mistério da Imaculada conceição, exclui o pecado, isto é, o pecado original e  conseqüentemente duas coisas, inseparavelmente ligadas a este: A desordenada concupiscência e o pecado pessoal;  inclui, porém,  a  posse da graça santificante. O que tem nome de pecado,  é a  ausência culpada da graça santificante. A presença desta significa a ausência, a extinção daquele.  Maria,  desde o princípio  era possuidora da graça  santificante e, junto com esta,  de todos os  bens que a acompanharam, isto num grau não comum, mas numa abundância tal, que Santo nenhum até o fim de sua vida chegou a possuí-la. Inerente a  este dom da graça  santificante se achava outro privilégio, o da perseverança final. Também Eva possuía inicialmente a  graça santificante;  perdeu-a, porém, pela transgressão do Mandamento de Deus. Não assim Maria. Na sua vida não houve um momento sequer, em que se visse privada da graça de Deus; pelo contrário:  esta lhe crescia de maneira tão exuberante, que não podemos dela  formar idéia.
A alma, ou o coração de Maria no mistério da Imaculada Conceição não é comparável a um recipiente, puro sim, e sem mácula, destituído entretanto de qualquer adorno; antes se assemelha com um vaso riquíssimo transbordando de todas as espécies de tesouros e preciosidades da ordem sobrenatural; obra-prima, maravilhosa da terra e do céu, da natureza e da  graça de  Deus e a complacência do divino artífice seu Criador.
Não como nós, pobres  filhos de  Eva, desfigurados pelo pecado, semelhantes a tristes espinheiros, crestados pelo sol, Maria pelo contrário se ostenta bela,  luminosa, envolta em claridade  celestial, qual lírio puríssimo, encanto dos Anjos e dos Santos do céu. “Como a açucena entre os espinhos, assim é a minha amiga entre as  donzelas”. (Cant.  2, 2)
O mistério da Imaculada Conceição é de suma importância, sem restrição alguma, belo e glorioso.
É uma glória para Deus, para a  Santíssima  Trindade. O Pai é a majestade, a suma do poder, a autoridade sem par, criadora, vivificadora, legisladora e  governadora.  Este poder, porém, consiste  não só em dar leis e aplicar castigos, como também em isentar da lei e  agraciar, quando e da maneira que lhe apraz.
Cometido o primeiro pecado no Paraíso, para todos os  filhos de Adão foi criada a lei da morte espiritual, da privação, da graça  santificante para o primeiro momento da vida, lei da qual isenta só ficou Maria, em atenção à  sua missão excepcional e única, à sua futura vida, a nossa vida pela maternidade divina. O Filho é a  sabedoria e a Redenção. O sangue de Cristo é o remédio contra a morte do pecado. Em Maria, porém, produziu um efeito extraordinário. Em todos os  outros homens tira o pecado, extingue-o e restabelece o estado da graça. Em Maria, porém, teve este efeito desde o princípio. A Imaculada Conceição é, portanto, o fruto mais nobre e  grandioso da morte do Salvador, como também prova do grande amor de Jesus a sua Mãe. O Espírito Santo é a  bondade, o amor e a generosidade de  Deus em distribuir bens naturais e sobrenaturais.  Na Imaculada Conceição este Divino Espírito manifesta uma bondade inesgotável, não só em ter adornado Maria de bens naturais  extraordinários, como também, e principalmente em tê-la enriquecido de dons e graças divinas.  Pelo curso normal o Espírito Santo dá a graça santificante depois  do nascimento, no sacramento do batismo. Muito poucos são os que foram santificados, quando ainda no seio da mãe, assim São João Batista e talvez São José;  mas só Maria desde o primeiro momento da sua vida gozou deste privilégio. Todos os  demais, o Espírito Santo santifica num determinado grau:  Maria, porém, foi agraciada de uma maneira tão abundante, que da plenitude das graças, a  Ela  dispensada, não se pode fazer idéia.
Desta forma o mistério da Imaculada Conceição constitui uma glorificação da SS. Trindade. Não menos glorioso e de suma importância ele é também para Maria. A Imaculada Conceição é o fundamento da grandeza e magnificência desta, em três sentidos. Primeiro: É o fundamento da sua santidade. A santidade consiste antes de tudo na isenção de todo o pecado, na posse  da graça santificante e das virtudes e dons concomitantes.  Preservada que foi do pecado original, Maria ficou livre também do pecado pessoal. Em sua Conceição recebeu uma harmonia tal de todas as energias físicas e morais, um temperamento tão particularmente eficientes, que em toda a sua vida nunca houve manifestação de concupiscência; por isto pecado venial, nenhum, por mais leve que fosse, cometeu. É esta a doutrina de Santo Agostinho e do Concílio de Trento. O tesouro da santidade da Mãe de Deus, sempre aumentando, cresceu a graus incalculáveis, uma vez pelo afluxo de graças extraordinárias, como também pela sua fidelíssima cooperação e as  circunstâncias especiais da sua vida. Toda essa riqueza incomensurável tem sua razão, seu fundamento na Imaculada Conceição.  Em segundo lugar é este mistério a condição preliminar e preparação adequada para a excelsa dignidade que Maria possuía, de Mãe de Deus e Rainha do céu e da terra. Como o Salvador em sua tenra infância poderia unir-se tão estreitamente, e tão intimamente descansar junto a um coração que, por um momento aliás, tivesse sido morada e domínio de Satanás? Como poderia ela, sua rainha,  se  apresentar aos coros dos Anjos, que nunca perderam a graça santificante, se pelo pecado tivesse sido escrava do demônio?
Na Imaculada Conceição, o poder de Maria Santíssima tem o seu fundamento. Pureza, inocência e santidade são valores por Deus muito apreciados, valores a que é atribuído certo poder imperativo junto à divina majestade. Com quanto mais razão deve-se isto afirmar da pureza de Maria que, nem por sombra de pecado sequer empanada, realmente é o reflexo da luz eterna,  o espelho sem mácula, a imagem da divina bondade! (Sab 7, 26).  Numerosas, grandes e  admiráveis são as prerrogativas deste ser abençoado: O nascimento virginal do Salvador, a integridade perfeita e a incorruptibilidade do corpo, a ressurreição e assunção antes do dia do juízo e da consumação dos séculos.  De todas estas exceções é a da Imaculada Conceição por Maria a mais apreciada. As demais prerrogativas necessárias, eram concedidas sob certas suposições, e sempre condicionalmente; mas o privilégio de por nenhum momento se achar sujeito ao pecado, este sob todos os pontos de vista, era necessário, indispensável. Ainda mais:  Diante da hipótese de poder escolher qualquer distinção, a todas ela poderia renunciar, menos a da Imaculada conceição. Por isto, na  missa deste dia, a igreja põe nos lábios de Maria as  seguintes palavras:  “Regozijar-me-ei no Senhor e minha alma exultará de alegria em meu Deus;  porque me revestiu com vestimenta de salvação, e me cobriu com o manto de  santidade, como uma esposa  com suas galas” (Is. 61, 10) .  “Louvar-vos-ei, Senhor,  porque me livrastes e não deixastes que meu inimigo zombasse de min. (Sal 29, 3)
O mistério da Imaculada Conceição é de suma importância para nós, para a Igreja, para o mundo inteiro. Sua solene proclamação como dogma em 1854, foi um progresso, um novo elo na evolução da nossa fé. Não é este dogma uma  invenção da Igreja. Antiqüíssimo, fazia parte das verdades   reveladas, estava incluído no depósito da fé. Até aquele  ano, o católico tinha liberdade de crer ou não crer na Imaculada  Conceição;  podia rejeitar esta doutrina, sem incorrer numa heresia.  Houve de fato doutores da Igreja e Santos que não a aceitaram. Hoje o mundo inteiro está convencido da verdade do mistério: A criança que sabe seu catecismo, pensa sobre esta doutrina com mais acerto que aqueles  grandes  teólogos e espíritos de escol e iluminados.
O mistério e  sua elevação a  dogma é a  confirmação de uma nova declaração da lei moral sobrenatural, que somos destinados à uma vida sobrenatural; que a graça é-nos indispensável para alcançar este  fim; que a perda culposa e  a falta de graça é a essência do pecado, e todos, com exceção de Maria, como filhos de Adão, estamos sujeitos ao pecado.  Tudo isto o dogma da Imaculada Conceição diz e ensina ao mundo materializado e ímpio. Portanto, sua proclamação é um solene protesto contra o racionalismo e materialismo; é a condenação destas  ideologias, que não querem saber da verdade e ordem sobrenaturais;  que rejeitam a doutrina sobre o pecado, a redenção e tudo que se eleva acima da vida material e  da observação sensitiva. Ao mesmo tempo,  apresentando Maria como ente perfeitíssimo na ordem da graça, é para nós animação poderosa a nos aproximar desta ordem, e a nossa vida ordenar segundo seus  princípios.
Finalmente descobrimos no mistério da Imaculada Conceição um penhor da graça e  da bênção divinas para o mundo nosso contemporâneo. Seus pecados são muitos e graves.  Basta apontar os seguintes:  Impiedade, dissolução de costumes,  revolta contra Deus e a  autoridade legitimamente estabelecida, perseguição contra a Igreja. Um grande merecimento, entretanto, não lhe pode ser negado: o de ter aceito o dogma da Imaculada Conceição, e com esta homenagem ter adornado a  cabeça de Nossa Senhora com uma coroa de incomparável e indestrutível valor. A Pobre humanidade  pode, portanto, esperar por uma resposta amável e misericordiosa daquela que é sua Mãe. Uma grande graça o mundo já experimentou, que pode ser considerada favor do céu e efeito da intercessão da Santíssima Virgem. As circunstâncias em que se realizou a proclamação dogmática da Imaculada Conceição, já eram um prelúdio da dogmatização da infalibilidade do Papa.  Quando Pio IX, a 8 de dezembro de  1854, na Basílica de São Pedro proclamava a bula da  Imaculada Conceição,  alguns bispos presentes exclamaram: “É isto a infalibilidade do próprio Papa”. Tinham eles razão, porque o papa, sem ter assistência de um Concílio, por sua própria autoridade fez esta proclamação.  Poucos  anos depois o Concílio Vaticano elevou a Dogma a infalibilidade pessoal do papa. Desta maneira, Maria Santíssima retribuiu honra com honra, e deu à igreja o remédio mais necessário para curar os males dos nossos dias.
Assim, o mistério da Imaculada Conceição projeta raios de luz em todas as  direções:  raios de glorificação a Deus, sobre a SS. Trindade, cuja essência e bondade tão admiravelmente revela;  raios de louvor e honra sobre Maria, cujas prerrogativas e santidade tão prestigiosamente desvenda;  raios de bênção, de graças e de consolações para o mundo, tão necessitado de uma Mãe e poderosa protetora.
Terminando esta meditação, três resoluções se nos impõe:   Primeiro:  de  dar graças à SS. Trindade por tudo que de grandioso e de bom no mistério da Imaculada conceição operou para sua maior glória, em benefício de Maria e para nosso proveito. Regozijemo-nos.  “O grande sinal,  a  mulher vestida de sol, tendo a lua aos pés e a  coroa de estrelas cingindo a sua cabeça”, apareceu. O dragão fugiu, voltando às trevas e ao desespero. Graças  demos a Deus e,  a  Maria, apresentemos as  nossas felicitações.  Realmente: “ Tota pulchra es Maria,  et macula originalis non es in te”. -  Toda sois formosa, sem a mancha do pecado original. Segundo:  De  a  Deus,  por Maria pedir à Igreja, ao mundo inteiro e  a nós todos, advenham as  bênçãos que por este mistério Deus intencionava espargir. Muitos benefícios já recebemos;  outros tantos esperamos que nos sejam feitos por intermédio da Virgem Mãe Imaculada. Terceiro:  De  encher-nos de ódio e repugnância ao pecado e de veneração à graça  santificante.
A Imaculada Conceição é o mistério da paz e  do perdão. O pecado original é o menor entre os pecados graves de que podemos ser inculpados. Mas nem este o Salvador  tolera. Quanto mais intimamente ele se liga a uma criatura humana, tanto mais longe dela deve o pecador ficar. Por isto, e completamente do pecado isentou sua Mãe.  Deve ser para nós forte incentivo de fugirmos do pecado, de dar todo valor à graça e a conservar. Nossa honra, nossa riqueza, nossa formosura e nossa felicidade consistem unicamente na graça santificante.
No mistério da Imaculada Conceição encontramos o auxílio para adquirir esta graça e a conservar. É para nós o penhor da esperança, da consolação, do conforto e  da vitória, como o tem sido para a humanidade desde o princípio da sua existência. À Virgem Imaculada recorramos, quando a tentação de nós se aproxima. Neste sinal, terrível que é para o inferno, e para nós prometedor, teremos a vitória final e a  salvação.
REFLEXÕES
Por um privilégio especialíssimo Maria Santíssima ficou isenta da culpa original. A alma da Mãe foi criada no estado da graça santificante e nesta permaneceu.  Graça  igual não recebeste. Concebido em pecado, em pecado nasceste. Mas Deus purificou tua alma, no sacramento do batismo. Milhares e milhares não tiveram esta graça. No céu não puderam entrar, porque nada de impuro lá entra.  Por que te concedeu Deus, em sua infinita bondade, a graça do batismo? Quanta gratidão deves, pois,  a Deus tão bondoso, por te ter dado tamanha distinção! O batismo, porém, é somente a primeira graça que recebeste do Criador, para alcançares a vida eterna. Deve-se aliar-lhe uma vida santa, de perfeito acordo com os Mandamentos da Lei de Deus. “Aquele que disse ser necessário o batismo, o renascimento da água e do Espírito Santo, disse também: Se vossa justiça não for maior que a dos fariseus e dos escribas, não entrareis no reino dos céus!”  (Santo Agostinho)
*  *  *  *  *  *  *  *  *
Referências bibliográficas:
Na luz Perpétua,  5ª.  ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas  Gerais,  1959.
Fonte: Página Oriente em 2015

Imaculada Conceição


EspiritualidadeDogma de fé proclamado em 1854 pelo Papa Pio IX, por ser uma tradição antiqüíssima da Igreja. Comemora-se, portanto, o momento em que Nossa Senhora concebeu Jesus em seu seio tendo sido preservada desde o primeiro momento do pecado original. Assim como o pecado entrou por uma mulher no mundo, assim também a salvação aconteceu pelo "sim" de uma Santa Mulher.
Fonte informaçãoSanto nosso de cada dia, rogai por nós!
OraçãoVirgem Santíssima, que fostes concebida sem o pecado original e por isto merecestes o título de Nossa Senhora da Imaculada Conceição e por terdes evitado todos os outros pecados, o Anjo Gabriel vos saudou com as belas palavras: "Ave Maria, cheia de graça"; nós vos pedimos que nos alcanceis do vosso divino Filho o auxílio necessário para vencermos as tentações e evitarmos os pecados e já que vos chamamos de Mãe, atendei-nos com carinho maternal esta graça: (fazer o pedido); para que possamos viver como dignos filhos vossos.
DevoçãoÀ vontade plena de Deus
PadroeiroDo Congo (ex Zaire)
Outros Santos do diaImaculada Conceição de N.As; Macário, Ana, mãe de Samuel, Eucário Sofrônio, Valente (bispo); Sabina e Edte (márts).
Fonte: ASJ em 2015

LEITURA ORANTE DO DIA 08/12/2020



LEITURA ORANTE

Lc 1,26-38 - Maria Imaculada Conceição

Maria Rainha dos Apóstolos

Preparo-me para a Leitura Orante, rezando, com todos
os internautas, ao Espírito Santo:
Espírito Santo,
Amor do Pai e do Filho,
inspirai-me sempre
o que devo pensar,
o que devo dizer,
o que hei de calar,
o que hei de escrever
o que hei de fazer,
como o hei de fazer,
para a vossa glória,
para o bem das pessoas
e a minha própria santificação. Amém

1. Leitura (Verdade)
- O que a Palavra diz?
Lemos com toda atenção,  o texto do Evangelho: Lc 1,26-38.
Quando Isabel estava no sexto mês de gravidez, Deus enviou o anjo Gabriel a uma cidade da Galileia chamada Nazaré. O anjo levava uma mensagem para uma virgem que tinha casamento contratado com um homem chamado José, descendente do rei Davi. Ela se chamava Maria. O anjo veio e disse:
- Que a paz esteja com você, Maria! Você é muito abençoada. O Senhor está com você.
Porém Maria, quando ouviu o que o anjo disse, ficou sem saber o que pensar. E, admirada, ficou pensando no que ele queria dizer. Então o anjo continuou:
- Não tenha medo, Maria! Deus está contente com você. Você ficará grávida, dará à luz um filho e porá nele o nome de Jesus. Ele será um grande homem e será chamado de Filho do Deus Altíssimo. Deus, o Senhor, vai fazê-lo rei, como foi o antepassado dele, o rei Davi. Ele será para sempre rei dos descendentes de Jacó, e o Reino dele nunca se acabará.
Então Maria disse para o anjo:
- Isso não é possível, pois eu sou virgem!
O anjo respondeu:
- O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Deus Altíssimo a envolverá com a sua sombra. Por isso o menino será chamado de santo e Filho de Deus. Fique sabendo que a sua parenta Isabel está grávida, mesmo sendo tão idosa. Diziam que ela não podia ter filhos, no entanto agora ela já está no sexto mês de gravidez. Porque para Deus nada é impossível.
Maria respondeu:
- Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer!
E o anjo foi embora.
Refletindo
O lugar onde acontece este fato é uma pequena aldeia da Galileia: Nazaré. A pessoa a quem Deus envia seu mensageiro é uma jovem como as outras de seu tempo: Maria. Fica preocupada e pede explicações. Por isso, fica sabendo que o que lhe acontecerá é obra do Espírito Santo e que o Menino do qual será Mãe é o próprio Filho de Deus. Sabendo que a Deus nada é impossível, com fé, faz seu ato de disponibilidade ao Projeto de Deus: “Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer!” Aprendo com Maria a buscar perceber os sinais de Deus, a dialogar com Deus, a ouvi-lo, a discernir a vontade de Deus e a dizer “sim”.

2. Meditação (Caminho)
- O que a Palavra diz para nós?
Como acolhemos os “anúncios” de Deus na nossa vida?
Muitas vezes o anúncio é para uma mudança de vida, outras é o imprevisto que nos faz trocar nossos projetos, outras vezes um problema de saúde, no trabalho, em família.
Respondemos com fé e disponibilidade?
Meditando
O anúncio de Nazaré continua hoje, de muitas formas e através de muitas pessoas.
Os bispos nos ajudam nesta reflexão:
A Virgem de Nazaré teve uma missão única na história da salvação, concebendo, educando e acompanhando seu filho até seu sacrifício definitivo. Desde a cruz Jesus Cristo confiou a seus discípulos, representados por João, o dom da maternidade de Maria, que nasce diretamente da hora pascal de Cristo: “E desse momento em diante, o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19,27). Perseverando junto aos apóstolos à espera do Espírito (cf. At 1,13-14), ela cooperou com o nascimento da Igreja missionária, imprimindo-lhe um selo mariano que a identifica profundamente. Como mãe de tantos, fortalece os vínculos fraternos entre todos, estimula a reconciliação e o perdão e ajuda os discípulos de Jesus Cristo a experimentarem como uma família, a família de Deus. Em Maria, encontramo-nos com Cristo, com o Pai e com o Espírito Santo, assim como com os irmãos.” (DAp 267).

3. Oração (Vida)
- O que a Palavra nos leva a dizer a Deus?
Agora, cantamos com o Padre Zezinho a canção que é uma oração a Maria,
Maria de Nazaré
Maria de Nazaré, Maria me cativou
Fez mais forte a minha fé
E por filho me adotou
As vezes eu paro e fico a pensar
E sem perceber, me vejo a rezar
E meu coração se põe a cantar
Pra Vigem de Nazaré
Menina que Deus amou e escolheu
Pra mãe de Jesus, o Filho de Deus
Maria que o povo inteiro elegeu
Senhora e Mãe do Céu
Ave Maria, Ave Maria, Ave Maria, Mãe de Jesus!
Maria que eu quero bem, Maria do puro amor
Igual a você, ninguém
Mãe pura do meu Senhor
Em cada mulher que a terra criou
Um traço de Deus Maria deixou
Um sonho de Mãe Maria plantou
Pro mundo encontrar a paz
Maria que fez o Cristo falar
Maria que fez Jesus caminhar
Maria que só viveu pra seu Deus
Maria do povo meu.
ou
o Salmo do dia: 112

Bendito seja o nome do Senhor, / agora e por toda a eternidade!

1. Louvai, louvai, ó servos do Senhor, / louvai, louvai o nome do Senhor! / Bendito seja o nome do Senhor, / agora e por toda a eternidade. – R.
2. Do nascer do sol até o seu ocaso, / louvado seja o nome do Senhor! / O Senhor está acima das nações, / sua glória vai além dos altos céus. – R.
3. Quem pode comparar-se ao nosso Deus, † ao Senhor, que no alto céu tem o seu trono / e se inclina para olhar o céu e a terra? – R.
4. Levanta da poeira o indigente / e do lixo ele retira o pobrezinho, / para fazê-lo assentar-se com os nobres, / assentar-se com os nobres do seu povo. – R.

4. Contemplação(Vida/ Missão)
- Qual o nosso novo olhar a partir da Palavra?
Queremos hoje perceber melhor os anúncios de Deus e com fé e disponibilidade vamos dar nossa resposta.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Irmã Patrícia Silva, fsp
patricia.silva@paulinas.com.br

Fontes: Leitura Orante em 08/12/2019 

Leitura Orante
SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO


EM MARIA, DESCOBRIMOS QUE TODOS SOMOS IMACULADOS(AS)

“Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo! (Lc 1,28)

Texto Bíblico: Lucas 1,26-38

1 – O que diz o texto?

Celebramos neste domingo a festa de Maria ImaculadaO dogma da Imaculada Conceição foi proclamado pelo Papa Pio IX, na Bula “Ineffabilis Deus”, no dia 08 de dezembro de 1854. Nele se  afirma que Maria, à diferença dos demais seres humanos, não se viu alcançada pelo “pecado original”, sendo “imaculada” (“sem mancha”) desde o momento de sua concepção.
Mas, falar de Maria como Imaculada tem um sentido muito mais profundo que a afirmação dogmática de “ser preservada da mancha original”. Falar da Imaculada é tomar consciência de que, em um ser humano (Maria), descobrimos algo, no mais profundo de seu ser, que foi sempre limpo, puro, sem mancha alguma, imaculada. O verdadeiramente importante é que, se esse núcleo imaculado está presente em um ser humano (Maria), então podemos ter a garantia de que está presente em todos os seres humanos.
O próprio S. Paulo afirma que “em Cristo Jesus, Deus nos elegeu, antes da criação do mundo, para sermos santos e imaculados, diante dele, no amor”. (Ef 1,4). Essa eleição é para todos, sem exceção. Não é uma possibilidade, mas a realidade que nos faz ser. Descobri-la e vivê-la, sim, depende de nós.
Essa dimensão de nosso ser que nada nem ninguém pode manchar, é nosso autêntico ser. É o tesouro escondido, a pérola preciosa.
Ao longo dos séculos, temos colocado sobre a figura de Maria uma infinidade de adornos que levaremos muito tempo para tirar e voltar à sua simplicidade e pureza originais. Maria não necessita adornos.
A festa de Maria Imaculada nos revela a presença do divino nela e em nós. Nela descobrimos as maravilhas de Deus. O núcleo íntimo de Maria é imaculado, incontaminado, porque é o que há de Deus nela. Maria é grande porque descobriu e viveu o divino que fez nela sua morada. Não são os mantos luxuosos e os adornos colocados sobre ela, através dos séculos, que a faz grande, mas o fato de ter descoberto seu ser fundado em Deus e ter expandido sua feminilidade a partir desta realidade.
O que devemos admirar em Maria é o fato de ter vivido essa realidade e ter deixado transparecer o divino através de todos os poros de seu ser humano. Ela deixa passar a luz que há em seu interior, sem diminuí-la nem filtrá-la. Quando se diz que Maria é Imaculada, quer-se dizer que é no silêncio do corpo, no silêncio do coração, do silêncio do Espírito que o Verbo pode ser gerado.

2 – O que o texto diz para mim?

Como foi possível que Maria alcançasse essa plenitude? Aqui está o verdadeiro sentido do dogma da Imaculada. Ela foi o que foi porque descobriu e viveu essa realidade de Deus nela. Tudo o que tem de exemplaridade para o ser humano deve-se a ela, não porque Deus lhe tenha cumulado de privilégios. Ela é referência inspiradora para todos os seres humanos porque o ser humano pode seguir sua trajetória e pode descobrir e viver o que ela descobriu e viveu. Se eu continuar considerando Maria como uma privilegiada, continuar pensando que ela foi o que foi graças a algo que eu não tenho; portanto, toda tentativa de imitá-la seria em vão.
Dentro de mim está constituído o núcleo de meu ser, existe uma realidade transcendente, que não pode ser contaminada. O divino que há em mim, permanecerá sempre puro e limpo. Maria ativou esta dimensão de seu ser até empapar tudo o que ela era, “alma e corpo”. O que celebro é sua plenitude de vida, aberta e expansiva, e não um privilégio que a livrou de uma “mancha”.
Posso dizer que Maria é Imaculada, porque viveu essa realidade de Deus nela. Ela é Imaculada para todos, por todos e em todos; em outras palavras, em Maria somos  todos imaculados (as); eu sou imaculada em meu verdadeiro ser. O dogma da Imaculada Conceição fala de todos, de todas e de mim mesma: isso é o que realmente sou. Em minha verdadeira identidade, sou imaculada, limpa, inocente...
Falo demais sobre o “pecado original” e muito pouco sobre a “beatitude original”. Existe em mim uma realidade mais profunda que a minha resistência, um sim mais profundo que todos os meus “nãos”, uma inocência original que todos os meus medos e feridas... É preciso encontrar a confiança original.

3 – O que a Palavra me leva a experimentar?

Maria é o estado de confiança original. Assim, os Antigos Padres da Igreja viam nela o modelo da beatitude original, a mulher da pura confiança, do sim original Àquele que É.
Maria é a minha verdadeira natureza, é a minha verdadeira inocência original, aberta à presença do divino.
A partir desta perspectiva, Maria está recordando que, graças a pessoas parecidas com ela, ou seja, pessoas que se esvaziaram de seu próprio “ego”, é que foram capazes de entrar em sintonia com a Vontade de Deus; é ali, somente ali, no espaço interior, livre de todo resquício de auto-centramento, que Deus pode entrar, continua e continuará entrando em meu mundo, para trazer sua Boa Nova, traduzida em tantas e tantas realidades concretas.
A afirmação de que ela tenha sido “concebida sem pecado original” corre o risco de situá-la muito distante de mim. Pelo contrário, se a venero e nela me inspiro para viver o seguimento do seu Filho Jesus é porque a encontro muito próxima de minha vida. A vida que tenho vivido até agora e a que continuo vivendo: cheia de luzes e sombras, de esperanças e de desencantos.
Maria é grande por sua simplicidade, porque aceita ser serva, em sintonia com Deus. Maria não é uma extraterrestre, mas uma pessoa humana exatamente igual a cada ser humano. O extraordinário nela foi sua fidelidade e disponibilidade, sua capacidade de entrega. Toda a grandeza de Maria está contida em uma só palavra: “fiat”. Maria não pôs nenhum obstáculo para que o divino que havia nela se expandisse totalmente; por isso, chegou à plenitude do humano. Devo me alegrar que um ser humano possa me ensinar o caminho da plenitude, do divino.
Nesse sentido, Maria é a referência para mim porque a vejo como a pessoa que foi crescendo dia-a-dia, sempre aberta ao projeto de Deus. Esvaziando-se de si mesma, renunciando à sua vontade, para que Deus, o Todo-poderoso, como ela mesma cantará no Magnificat, entrasse na história, encarnado na pessoa de Jesus. Um Deus “todo Poderoso” que não usou seu poder para atuar de maneira impositiva, mas, em Maria “realizou maravilhas” para que, através dela, seu amor e sua misericórdia se fizesse visíveis a toda a humanidade. “Seu amor se estende de geração em geração...”, proclamará também no Magnificat.

4 – O que a Palavra me leva a falar com Deus?

Senhor, inspirada em Maria, é preciso encontrar, em mim mesma, este lugar por onde entra a vida, este lugar por onde entra o divino, este lugar por onde entra o amor. É uma experiência de silêncio, uma experiência de vazio, alguma coisa de mais profundo do que aquilo que se chama o “pecado original”.
É assim que se fala de Imaculada Conceição. O Verbo é concebido no que há de mais imaculado, no que há de mais completamente silencioso. Isto supõe que haja no corpo humano um lugar onde não existe memória doentia nem a presença do “ego cheio de si”, mas do eu esvaziado, de onde nasce a vida.
É preciso entrar num estado de silêncio, de vazio de si mesmo, de total receptividade, para que o Verbo possa ser gerado em mim. “Assim novamente encarnado”, me diz S. Inácio de Loyola.

5 – O que a Palavra me leva a viver?

No relato da Anunciação, descreve-se um itinerário de iniciação espiritual. É preciso, antes de tudo, entrar neste estado de escuta, neste estado de confiança, neste sim, pacificar minha memória e, então, não ter medo da visita do anjo e da alegria que ele pode trazer.
Mas também não ter medo da perturbação que pode surgir. Tal perturbação é que me faz descer ao chão de minha vida, vai me conduzir até a sombra, até o mais profundo de meu eu interior, até a profundeza da minha humanidade. E é ali que vai brotar o meu “sim” original; é ali que vai nascer o divino que me conduzirá à plenitude de vida.
Fazer então memória das experiências de “anunciação” em minha vida: o que mudou? Quê movimentos vitais surgiram?

Fonte:
Bíblia Novo Testamento – Paulinas: Lucas 1,26-38
Pe. Adroaldo Palaoro, sj

Sugestão:
Música:  Anunciação – fx 02
Autor: José Acácio Santana
Intérprete: Coral Acorde coração
CD: Oratório de Natal – Natividade de Natal
Gravadora: Paulinas Comep
Duração: 09:19

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