Pe. Fernando Fuentes. Foto:
Conferência Episcopal Espanhola
MADRI,
12 Set. 13 / 02:04 pm (ACI/EWTN Noticias).- O
Pe. Fernando Fuentes, diretor do Secretariado da Comissão Episcopal da Pastoral
Social da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), assinalou que a Doutrina
Social da Igreja é
um "âmbito nuclear para a vida da Igreja", entretanto, advertiu
que seu desconhecimento está afetando o desempenho dos leigos na vida pública
de seus países.
Em
declarações à agência SIC, o sacerdote se referiu ao Mestrado em Doutrina
Social da Igreja organizado pela Comissão Episcopal da Pastoral Social em
colaboração com a Fundação Paulo VI e a Universidade Pontifícia de Salamanca;
uma iniciativa online que, segundo Fuentes, pretende aprofundar no conhecimento
deste aspecto social da Igreja que às vezes é pouco conhecido por falta de
formação dos católicos.
Este
mestrado já vem sendo realizado há 20 anos em alguns países da América Latina,
como o México, Argentina e Panamá, mas é a primeira edição que acontece na Espanha.
Mediante um campus virtual da Universidade Pontifícia de Salamanca, Campus de
Madri, 14 professores de diferentes universidades se responsabilizam pelas
disciplinas curso.
E
é que conforme assegurou o diretor do Secretariado da Comissão Episcopal da Pastoral
Social, "a Doutrina Social da Igreja é uma das grandes desconhecidas pelos
católicos". Explicou que se trata de "falta de formação no âmbito
doutrinal no clero e também entre os leigos, o qual está incidindo na
debilidade da presença do laicato na vida pública e em uma presença na ação
social que nem sempre tem uma fundamentação nesta referência doutrinal".
Segundo
o Pe. Fuentes, a Doutrina Social da Igreja se trata de um "âmbito nuclear
para a vida da Igreja" e assegurou que "quando se apresenta àqueles
que fazem o curso, eles se surpreendem pela novidade do pensamento social da
Igreja".
O
sacerdote explicou que para discernir as questões sociais desde a experiência
cristã e com colocações morais são necessários recursos que normalmente são
pouco conhecidos e que se explicam neste mestrado, e que os 200 alunos que o
cursaram em seus 20 anos de história aprendem e depois aplicam como professores
de doutrina social da Igreja, técnicos do Caritas e de Mãos Unidas,
responsáveis por pastoral operária e de associações e movimentos eclesiais,
políticos, sindicalistas.
A
situação atual de crise social e econômica expõe desafios muito específicos
para os cristãos, por isso o Pe. Fuentes recordou que Bento
XVI já o advertia em
sua encíclica Deus Caritas Est, onde destacou "que a Igreja tem o dever de
oferecer, mediante a purificação da razão e a formação ética, sua contribuição
específica, para que as exigências da justiça sejam compreensíveis e politicamente
realizáveis". Explicou que se trata de "uma tarefa que requer bons
itinerários educativos e testemunho de solidariedade, como já está sendo feito
em muitas comunidades cristãs".
Nesse
aspecto o compromisso dos cristãos com a vida pública já se falou na encíclica
de João XXIII Pacem in terris, que completa 50 anos de sua publicação e que o
Pe. Fuentes assegura que é "como 'a constituição' para os governantes e
para o compromisso na vida pública. Influenciou decisivamente nos anos 70 e 80;
foi a carta magna dos direitos humanos e supôs toda uma interpelação à Igreja e
à sociedade na consecução de uma convivência pacífica".
A
encíclica Pacem in terris é um dos pontos mais importantes para a Comissão
Episcopal da Pastoral Social e para a Fundação Paulo VI. Em 2003 celebraram um
Simpósio sobre o documento e seus desafios; e agora a questão política tem
grandes desafios na atualidade, especialmente o possível conflito na Síria ante
o qual o Papa Francisco realizou um dia de oração pela paz no mundo.
Conforme
afirmou o Pe. Fuentes, Cáritas, Mãos Unidas e as obras das congregações
religiosas são algumas das respostas das necessidades sociais, coordenadas da
Comissão Episcopal da Pastoral Social já que "para a Igreja, a caridade
pertence a sua natureza e a sua essência, não é uma espécie de assistência
social. Por isso o testemunho da caridade se transforma também em 'caridade
política', chega a todos os rincões da vida e atende às pessoas de modo
integral".
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