sábado, 11 de janeiro de 2020

BOM DIA! BOA TARDE! BOA NOITE! Oração da noite, Oração da manhã e Oração do entardecer - Deus te abençoe!



Oração da Noite

Boa noite Pai.
Termina o dia e a ti entrego meu cansaço.
Obrigado por tudo e… perdão!!
Obrigado pela esperança que hoje animou meus passos, pela alegria que vi no rosto das crianças;
Obrigado pelo exemplo que recebi daquele meu irmão;
Obrigado também por isso que me fez sofrer…
Obrigado porque naquele momento de desânimo lembrei que tu és meu Pai; Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa, pela comida, pelo meu desejo de superação…
Obrigado, Pai, porque me deste uma Mãe!
Perdão, também, Senhor!
Perdão por meu rosto carrancudo; Perdão porque não me lembrei que não sou filho único, mas irmão de muitos; Perdão, Pai, pela falta de colaboração e serviço e porque não evitei aquela lágrima, aquele desgosto; Perdão por ter guardado para mim tua mensagem de amor;
Perdão por não ter sabido hoje entregar-me e dizer: “sim”, como Maria.
Perdão por aqueles que deviam pedir-te perdão e não se decidem.
Perdoa-me, Pai, e abençoa os meus propósitos para o dia de amanhã, que ao despertar, me invada novo entusiasmo; que o dia de amanhã seja um ininterrupto “sim” vivido conscientemente.
Amém!!!

Oração da manhã

Bom-dia, Senhor Deus e Pai!
A ti, a nossa gratidão pela vida que desperta, pelo calor que
cria vida, pela luz que abre nossos olhos.
Nós te agradecemos por tudo que forma nossa vida, pela terra, pela água, pelo ar, pelas pessoas. Inspira-nos com teu Espírito Santo os pensamentos que vamos alimentar,as palavras que vamos dizer, os gestos que vamos dirigir,a comunicação que vamos realizar.
Abençoa as pessoas que nós encontramos, os alimentos que vamos ingerir.
Abençoa os passos que nós dermos, o trabalho que devemos fazer.
Abençoa, Senhor, as decisões que vamos tomar, a esperança que vamos promover,a paz que vamos semear,a fé que vamos viver, o amor que vamos partilhar.
Ajuda-nos, Senhor, a não fugir diante das dificuldades, mas a abraçar amor as pequenas cruzes deste dia.
Queremos estar contigo, Senhor, no início, durante e no fim deste dia.
Amém.

Oração do entardecer

Ó Deus!
Cai à tarde, a noite se aproxima.
Há neste instante, um chamado à elevação, à paz, à reflexão.
O dia passa e carregam os meus cuidados.
Quem fez, fez.
Também a minha existência material é um dia que se passa,
uma plantação que se faz, um caminho para algo superior.
Como fizeste a manhã, à tarde e a noite, com seus encantos,
fizeste também a mim, com os meus significados, meus resultados.
Aproxima de mim, Pai, a Tua paz para que usufrua desta
hora e tome seguras decisões para amanhã.
Que se ponha o sol no horizonte, mas que nasça
em mim o sol da renovação e da paz para sempre.
Obrigado, Deus, muito obrigado!
Amém!

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 12/01/2020

ANO A



FESTA DO BATISMO DO SENHOR

Ano A - Branco

“Este é o meu Filho Amado, escutai-O.” (Mt 3,17)

Mt 3,13-17


Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: O Batismo de Jesus marca o início de sua vida pública, de sua missão redentora no mundo. Também o batismo marca a entrada na comunidade cristã e o início de nossa colaboração com Cristo. Celebremos, alegremente, renovando nossa adesão à Jesus, cientes de que somos corresponsáveis pela salvação de toda a humanidade.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, a festa de hoje encerra o sagrado tempo do Natal: o Pai apresenta o Salvador que Ele nos deu, o Menino que nasceu para nós. Jesus, o Filho Amado do Pai é também o Servo anunciado por Isaías que deverá cumprir sua missão de modo humilde e doloroso. Hoje, às margens do Jordão, Ele foi ungido com o Espírito Santo como o Messias, o Cristo, que Israel esperava. Agora, ele começará publicamente a missão de anunciar e inaugurar o Reino de Deus e nós, seus discípulos, batizados, caminharemos na estrada de Jesus. Recordando hoje o Batismo do Senhor, demos graças pelo dia do nosso Santo Batismo e reavivemos a nossa consagração a serviço da Igreja e do Evangelho.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: À margem do Rio Jordão, João Batista prega a conversão dos pecados como meio para se receber o reino de Deus que está próximo. Jesus entra na água, como todo o povo, para ser batizado. Para os judeus, o batismo era um rito penitencial; por isso, aproximavam-se dele confessando seus pecados. Entretanto, o que Jesus recebe não é só um batismo de penitência; a manifestação, do Pai e do Espírito Santo dão-lhe um significado preciso. Jesus é proclamado "filho bem-amado" e sobre ele desce o Espírito que o investe da missão de profeta (anúncio da mensagem da salvação), sacerdote (o único sacrifício agradável ao Pai) e rei (messias esperado como savlador).

BATIZADOS PARA A MISSÃO...

O Batismo do Senhor inaugura sua vida pública e sua missão. Os cristãos são batizados no mesmo Espírito, por isso esta celebração remete ao nosso compromisso com o Reino de Deus.
A primeira leitura traz um texto do Segundo Isaías (cap.40-55) intitulado “O Livro da Consolação” que dirige palavras de consolo e esperança ao povo que havia regressado do exílio. É o primeiro dos quatro cânticos do Servo Sofredor. O Servo é portador do Espírito do Senhor, o que indica sua eleição. Sua missão implica promover a justiça e a verdade, e seu julgamento se dá pela via da humildade e da simplicidade. Formado por Deus, é apresentado como aquele que promoverá a Aliança que unirá novamente o povo e, sem perder a perspectiva universalista, o texto o apresenta como a luz das nações e promotor da salvação. Podemos identificar a figura do Servo Sofredor com Jesus, que ungido pelo Espírito inaugura o Reino de justiça e paz e traz a Salvação à humanidade.
No Evangelho, as expectativas do povo acerca do Messias levam João a declarar que o Ungido do Senhor é aquele que trará o Batismo no Espírito Santo e no fogo. De fato, o batismo de João pertence ao Antigo Testamento e serve como gesto penitencial. Ao associar-se ao batismo de João Jesus não se declara pecador, mas revela-se solidário com a humanidade pecadora. Na cena seguinte, enquanto estava em oração, Jesus recebe sobre si o Espírito Santo em forma de pomba que confirma seu messianismo. A voz do Pai revela sua relação filial com Deus. É uma cena trinitária carregada de simbolismos e mostra toda novidade trazida pela pessoa de Jesus.
A segunda leitura é justamente um reflexo desta novidade de Deus. Na casa de Cornélio, centurião romano que vivia em Cesaréia, Pedro reconhece que diante de Deus não há distinção de pessoas, mas Ele aceita a todos que o temem e que procuram praticar a justiça. A Boa-Nova anunciada por Jesus aos israelitas é dirigida também aos pagãos, por isso todo preconceito deve ser superado. O versículo 38 funciona como uma espécie de síntese da atividade de Jesus. Ungido pelo Espírito, passou pelo mundo promovendo o bem e livrando a todos que estavam sob o domínio do mal. O tema do batismo/unção é, portanto, transversal em toda Liturgia da Palavra deste domingo, e deve nos levar a refletir que é o mesmo Espírito Santo que fecunda e santifica a Igreja, e, portanto, ela não pode isentar-se de promover o Reino. Essa foi a missão de Jesus, essa é a missão da Igreja.
Equipe Diocesana
Diocese de Apucarana - PR

O BATISMO DE JESUS

Comemoramos hoje o Batismo de Jesus por São João Batista nas águas do rio Jordão. Jesus entrou na fila dos pecadores e pediu o Batismo, apresentando-se como um a mais, dentro de um grupo de peregrinos. Por que Jesus entrou nas águas do Jordão? Jesus obviamente não necessitava ser batizado, mas entrou nas águas para santificá-las: assim, todas as águas da terra são a matéria do sacramento do Batismo. Esse sacramento é tão essencial, por ser condição para conseguir o perdão dos pecados e entrar no Céu, que Deus quis que fosse a matéria mais acessível, como a água.
“O Batismo não somente purifica de todos os pecados, como faz do neófito «uma criatura nova» (2Cor 5, 17), um filho adotivo de Deus que se tornou «participante da natureza divina» (2Pe 1, 4), membro de Cristo e co-herdeiro com ele (Rm 8, 17), templo do Espírito Santo” (CIC, n 1265). Quando uma criança é concebida, recebe dos pais a natureza e a vida humanas, bem como a inserção numa família. E quando essa criança é batizada, dá-se nela esse fenômeno sobrenatural maravilhoso, mesmo que externamente nada pareça ter mudado: aquela criaturinha inerme vale agora mais do que o Universo inteiro. Como ensina São Tomás de Aquino, “o menor bem da graça vale mais do que o bem material de todo o Universo” (Suma Teológica, I-II, q. 113, a. 9, ad 2).
O dia em que fomos batizados foi o mais importante da nossa vida, pois nele recebemos a fé e a graça. Antes de recebermos o Batismo, todos nós nos encontrávamos com a porta do Céu fechada e sem nenhuma possibilidade de dar o menor fruto sobrenatural. Por isso, devemos agradecer a Deus que nos tenha purificado a alma da mancha do pecado original, bem como de qualquer outro pecado que tivéssemos naquele momento. Este “pecado original transmite-se juntamente com a natureza humana, por propagação, não por imitação, e está em cada um como algo próprio” (São Paulo VI, Credo do povo de Deus). Mas Jesus dotou o Batismo de uma eficácia especialíssima para purificar a natureza humana e libertá- la desse pecado com que nascemos.
A nossa dignidade mais alta – a condição de filhos de Deus, que nos é comunicada ao sermos batizados – é consequência dessa nova geração: “vede que amor nos teve o Pai em querer que nos chamássemos filhos de Deus, e que o sejamos realmente! Caríssimos, agora nós somos filhos de Deus. (cfr. 1 Jo 3, 1-9)
Na Igreja, ninguém é um cristão isolado. A partir do Batismo, o cristão passa a fazer parte de um povo, e a Igreja apresenta-se como a verdadeira família dos filhos de Deus. “E na Igreja, precisamente pelo Batismo, somos todos chamados à santidade” (Concílio Vaticano II, Constituição Lumen gentium, 11), cada um no seu próprio estado e condição. “O chamado à santidade e a consequente exigência de santificação pessoal são universais: todos, sacerdotes, religiosos e leigos, estamos chamados à santidade; e todos recebemos, com o batismo, as primícias dessa vida espiritual que, por sua própria natureza, tende à plenitude” (idem, 42).
Por tudo isso, desde sempre a Igreja pediu aos pais que batizem os filhos o quanto antes. É uma demonstração prática de fé e a criança tem direito a receber essa graça.
Dom Carlos Lema Garcia
Bispo Auxiliar de São Paulo

Comentário do Evangelho

Jesus é batizado por João

À notícia do Batismo de Jesus no evangelho de Marcos (Mc 1,9-11), Mateus acrescenta um diálogo entre João Batista e Jesus, cujo objetivo é afirmar que Jesus é maior que João Batista. A finalidade da perícope do Batismo de Jesus é, desde o início do relato evangélico, afirmar a identidade e a missão de Jesus.
O trecho do livro do profeta Isaías proposto para este domingo é parte de um dos cânticos do servo sofredor. Lembre-se de que no texto de Isaías por ele mesmo o servo é todo o povo de Israel. A releitura cristã dos “cânticos do servo sofredor” transformará esse personagem coletivo num indivíduo: o servo, por excelência, é Jesus, o Cristo. No trecho que nos é proposto, trata-se, fundamentalmente, da eleição e da missão do servo do Senhor. Israel é escolhido por Deus. O texto pode ser dividido em duas partes: vv. 1-4, apresentação do servo por parte de Deus, e vv. 6-7, diálogo do Senhor com o servo, no qual se explica a sua eleição e a sua missão. Como no texto do evangelho que cita, transformando o texto de Isaías (42,1; Mt 3,17), é Deus quem apresenta o seu servo. A missão do servo é escolha de Deus. O sustento do servo na realização de sua missão é o Espírito. A missão do servo (Is 42,6-7) tem uma dupla característica: é mediador da Aliança e libertador dos cativos. Desde o Antigo Testamento, essas duas realidades estão intrinsecamente relacionadas: o Deus que faz Aliança com o seu povo, é o Deus que o libertou do país da escravidão para a vida (cf. Ex 20,1; Dt 5,6).
Por que Jesus, segundo o nosso texto, se submeteu ao Batismo de João (cf. Mt 3,15)? O Batismo de João era para a conversão, o arrependimento, o perdão dos pecados (cf. Mt 3,1). Jesus não tinha pecado (cf. Hb 4,15), embora tenha sido tentado. A resposta só pode ser esta: para ser solidário com a nossa humanidade pecadora. É por essa razão que o autor da carta aos Hebreus pode afirmar que ele se compadece de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado, sem sucumbir (cf. Hb 4,15). O gênero literário da cena do Batismo é “visão interpretativa”: a voz celeste interpreta a katabasis (descida) do Espírito. Os céus se abrem para que desçam sobre a terra as realidades celestes (cf. Is 63,19 ou 64,1), em nosso caso o Espírito que reveste Jesus com o seu poder para a missão que ele recebe do Pai. A voz serve, ainda, para declarar a identidade de Jesus: é o Filho em quem o Pai habita.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, pelo batismo, teu Filho Jesus foi investido da missão de salvador solidário com os pecadores. Torna-me digno dele, acolhendo-o como meu Salvador.
Fonte: Paulinas em 12/01/2014

VIVENDO A PALAVRA

Jesus de Nazaré procura João para cumprir a Lei do seu povo. Mas o Pai se manifesta a Ele e O envia para a Missão. Ele viu, então, o Espírito descer como pomba e ouviu a voz do Pai. O crescimento do Mestre nos induz a caminhar com Ele, para que um dia também nós ouçamos do Pai: «Este é o meu Filho amado, que muito me agrada.»

Recadinho

Você sabe quando foi batizado? - Que lugar ocupa o Espírito Santo em sua vida? - Sua presença manifesta a ação do Espírito Santo que age em você? - Na vivência da fé, que lugar ocupa a humildade em sua vida? - Cite alguns gestos seus que demonstram publicamente sua fé.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 12/01/2014

Meditando o evangelho

SOLIDÁRIO COM OS PECADORES

Quando Jesus se apresentou para ser batizado, João não só recusou-se a atendê-lo, como tentou dissuadi-lo, por reconhecer nele o Messias esperado. Daí sua exclamação: "Sou eu que devo ser batizado por ti, e tu vens a mim?".
João era procurado por toda sorte de pecadores, em busca do batismo purificador, de modo a se prepararem para a chegada do Messias. Arrependidos, e esperançosos de serem acolhidos por ele, uma verdadeira multidão ia até o Batista, de todas as partes. Este impunha-lhes duras exigências de conversão. Por isso, ficou confuso ao se deparar com Jesus, para quem seu batismo não teria nenhuma utilidade.
O batismo do Messias teve a finalidade de mostrar publicamente sua solidariedade com a humanidade pecadora que viera salvar. Desde o início do seu ministério, Jesus, na qualidade de Filho dileto de Deus, colocou-se junto do povo, destinatário privilegiado de seu envio por parte do Pai. Sua presença no mundo justificava-se pela preocupação divina de reconduzir toda a humanidade à comunhão com Deus. Logo, quanto mais afastado de Deus estivesse o pecador, tanto mais Jesus estaria interessado por ele.
Daí ter recordado a João ser necessário "cumprir toda a justiça". Esta expressão referia-se ao desígnio salvador de Deus para toda a humanidade. Desígnio do qual tanto Jesus quanto João Batista eram mediação. Naquele momento, competia a João revelar o rosto solidário do Messias Jesus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, pelo batismo, teu Filho Jesus foi investido da missão de salvador solidário com os pecadores. Torna-me digno dele, acolhendo-o como meu Salvador.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A GRAÇA QUE NOS TORNA LIVRES...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Já ouvi muitos debates calorosos, inclusive na aula de teologia, sobre o Batismo de João, que tinha um caráter penitencial. Claro que se trata de um rito iniciático, para os que querem mudar de vida, diante da vinda do Reino de Deus, ou do Messias, como se falava mais por aqueles tempos.
Entretanto, não podemos hoje ignorar o significado desse Batismo penitencial, que até o próprio Jesus recebeu. O texto de São Mateus, no diálogo entre João e Jesus, se apressa em dizer que Jesus não tinha necessidade de receber esse Batismo já que Nele não há pecado e nenhuma imperfeição que precise ser purificada. A necessidade de uma conversão, colocada por João, como condição para receber o Batismo, nos faz pensar na situação de pais e padrinhos que levam as crianças para receberem esse Sacramento.
As discussões em torno dos efeitos da graça de Deus, que o Batismo confere a cada criança, são sempre acirradas, se entendermos que a Graça por si realiza a Salvação, corre-se sempre o risco de tirar dos pais, padrinhos e da própria comunidade o compromisso do testemunho da Fé, imprescindível para o Batismo. Se por outro lado, jogarmos todo peso da responsabilidade sobre os pais e padrinhos, exigindo deles uma vida santa e fiel á Palavra de Deus e á Santa Igreja, estaríamos sendo incoerentes, pois sabemos que a grande maioria de pais e padrinhos que procuram a igreja, muitos nem tiveram ainda uma experiência querigmática com Jesus. Conheci padrinhos que logo após o Batismo, deixaram a Igreja Católica indo para outra, levando consigo os pais e a criança que recebeu o Santo Batismo. Conheci jovens, que receberam o Batismo, o Crisma e depois, simplesmente mudaram de igreja, por influência de outras pessoas. Essa estatística, se levada a sério, é muito relevante e mostra que a nossa catequese de um modo geral, não desperta nos catequizados esse desejo interior de ter a vida transformada pelo Santo Evangelho.
Claro que a Graça de Deus supõe a natureza humana, como diz um grande Santo e Teólogo da Igreja São Tomas de Aquino, isso significa dizer que Deus quer ardentemente entrar na nossa vida, para viver conosco uma comunhão santificante, processo que se inicia com o Batismo.
Poderíamos dizer, que a natureza humana, depois do pecado original, permaneceu íntegra com relação á sua essência, mas perdeu o seu ordenamento natural ao bem que, quanto ao seu fim último, é a felicidade humana que consiste em ver Deus face a face, portanto, a dimensão essencial do ser homem, permanece, mas a dimensão do operar, que é o agir humano, com relação ao seu fim próprio, foi perdida. Com o pecado o homem não deixou de ser homem, mas perdeu a capacidade de agir como homem, segundo o fim para o qual foi criado. O Batismo resgata pela graça esse “direcionamento” para o bem, e isso, logicamente requer uma atitude interior de acolhimento, daí a importância  testemunho de vida em família:
Como vou convencer meu filho ou afilhado, ainda em desenvolvimento, que a Graça de Deus e a Vida de Fé, vivida em comunidade, me faz feliz e transforma a minha vida na relação com as pessoas? Como posso querer que o meu filho saboreie esse “Manjar” da Santidade de Deus dada na graça do Batismo, se eu mesmo ainda não experimentei? Como posso desejar que meu filho saboreie a doce uva da misericórdia e do amor do Pai, se a minha vida de Pai ou de Mãe, de Padrinho ou de Madrinha, reflete sempre uvas azedas e amargas, das discórdias, das intrigas, das inimizades, da falta de amor á família e a comunidade da Igreja? Claro que a criança não vai “engolir” tudo isso.
Há quem confunda o Batismo com uma espécie de “freio”, ou de submissão forçada á Leis e Doutrinas da Igreja, com isso acentua-se o sentido negativo, agora que sou batizado, não posso mais fazer isso ou aquilo, Batismo desse jeito não é Cristão, porque a primeira ação do amor de Deus em nossa vida é precisamente a Liberdade. No Batismo de Jesus, todo homem se torna uma nova criatura, Filho de Deus, senhor da sua vida e da sua história, livre para trilhar o próprio caminho, sempre percebendo com os olhos da Fé a Vontade de Deus. Fazer em nossa vida a vontade de Deus não é ser escravo, mas agir com Ele, a Graça presente em nossa vida torna isso possível.
Mas há no Batismo de Jesus um elemento novo que o Batismo de João não dava: os céus se abriram e desceu sobre ele, em forma de pomba, o Espírito de Deus. Por isso João irá dizer que Jesus irá Batizar no fogo do Espírito, o Batismo de João é um sinal, uma lavagem exterior, uma ante-sala do que virá depois, o desejo de conversão e mudança de vida, é uma disposição interior em acolher esse Espírito de Deus que quer entrar em nós, e que de fato entra, pelo ritual do Santo Batismo, nos purificando da mancha original, e conferindo-nos a liberdade de Filhos e Filhas de Deus.
Nesse domingo do Batismo do Senhor, lembremo-nos do nosso Batismo, e renovemos com alegria e fidelidade nossos compromissos batismais, e o mais importante, que ouçamos em nossas entranhas a voz amorosa do Pai, dizendo-nos em Jesus “Este é meu Filho muito amado, em quem ponho minha afeição”.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP

2. Depois de ser batizado, Jesus saiu logo da água, e o céu se abriu - Mt 3,13-17
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Terminamos o Tempo do Natal. Jesus é batizado e inicia sua vida pública. Ele ensina, cura, forma discípulos, mostra ao mundo o amor do Pai. O que dizem os evangelistas sobre o Batismo de Jesus? Todos eles descrevem a cena de Jesus sendo batizado por João Batista, mas cada um segundo a própria visão teológica do que está acontecendo. Marcos é sintético e rápido: Jesus vem de Nazaré da Galileia e é batizado por João no rio Jordão; quando sai da água, vê os céus se abrindo e o Espírito, como uma pomba, descer sobre ele; vem então uma voz dos céus, que diz: “Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo”.
No relato de Mateus, antes do Batismo João tem uma conversa com Jesus para convencê-lo de que ele, João, é quem deve ser batizado, e não o contrário. Respondendo-lhe, Jesus diz: “Por ora, deixa, é assim que devemos cumprir toda a justiça!”. E João concorda. Em Marcos, a voz que vem do céu se dirige diretamente a Jesus: “Tu és o meu Filho amado”. Em Mateus, a frase é demonstrativa: “Este é o meu Filho amado”. O céu, então, se abre e o Espírito desce como uma pomba.
Lucas menciona o povo que tinha sido batizado, Jesus em oração e o Espírito que desce em forma corporal, como pomba. Os outros parecem dizer que o Espírito desceu como uma pomba. Lucas afirma que desceu na forma de uma pomba. A voz que vem do céu fala diretamente com Jesus e lhe diz: “Eu, hoje, te gerei”. Curiosamente, João Batista não aparece na cena. Já o evangelista São João destaca em seu Evangelho o testemunho de João Batista e também que veio batizar Jesus para que fosse manifestado a Israel.
Assim como a Epifania, o Batismo é um momento forte de manifestação do Salvador. No testemunho de João, o Batista afirma que viu o Espírito descer; Mateus e Marcos dizem que foi Jesus quem o viu. De qualquer modo, para João Batista, este foi o sinal de que Jesus é o Filho de Deus, que batiza no Espírito Santo, e nesse momento passa a conhecê-lo. Jesus viu o Espírito, e João Batista também, e então João o conhece como aquele que devia vir. Ele é o Filho de Deus, o Messias prometido.

Liturgia comentada

Os céus se abriram... (Mt 3,13-17)
Desde os tempos do último profeta, Deus se mantinha calado. Cerca de 150 anos do silêncio de Deus. Mal-estar ou expectativa? Ruptura ou preparação? O Senhor se cansara de falar a um povo de dura cerviz, que se recusava a dobrar a coluna cervical e obedecer à voz do Sinai?
Não creio. Em lugar de um “deus emburrado” que volte as costas ao seu povo bem-amado, prefiro pensar em um tempo de silêncio – um longo Advento de século e meio! - que prepara a irrupção impensável do Filho de Deus encarnado, nascido de Mulher, assim como todo o corpo da orquestra faz absoluto silêncio, atento ao maestro, antes de abrir os primeiros acordes da nova sinfonia.
Céus fechados fazem pensar em in-comunicação, mas podem significar outra coisa: a reverente expectativa diante das cortinas que ainda não permitem ver o cenário da ação dramática. Céus abertos, sem dúvida, indicam que o drama já começou. O Filho de Deus está entre nós e já se dispõe a iniciar sua missão salvífica.
Qual será a chave poderosa capaz de abrir aos homens sedentos as fontes da salvação. Qual será a “isca” irrecusável que leva o Pai a se debruçar de novo sobre a terra dos homens? Sem dúvida, o Filho bem-amado. Ou melhor, a obediência plena e sem reservas do Filho, objeto das preferências e dos agrados do Pai.
Ao entrar no mundo, o Filho obedece a um anseio profundo do Pai, que quer a salvação de todos os homens: “Pai, tu não quiseste sacrifícios nem oblações, mas me formaste um corpo. Holocaustos e sacrifícios não te agradam. Então, eu disse: ‘Eis que venho, ó Pai, para fazer a tua vontade’”. (Cf. Hb 10,5-7.)
Tendo o Jordão como pano de fundo, o Pai contempla o Filho em sua humanidade, mergulhado nas águas do rio. Misturado aos pecadores, o Salvador atesta sua total solidariedade com aqueles a quem deve salvar. Natural, o Pai sorri diante desse misto de obediência filial e de compromisso com os homens e mulheres da mesma raça à qual seu Filho aceitou aderir em tudo, exceto o pecado.
De agora em diante, os céus jamais voltarão a se fechar, pois Jesus Cristo – como bradamos em cada Eucaristia – está no meio de nós.
Orai sem cessar: “Senhor, a vossa bondade chega até os céus!” (Sl 36,6)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 12/01/2014

Reflexão

BATISMO DO SENHOR

ESTE É O MEU FILHO AMADO, EM QUEM ME COMPRAZO

I. INTRODUÇÃO GERAL

A profecia de Isaías sobre o Servo de Deus é prefiguração da vida de Jesus, o Servo por excelência, totalmente consagrado a Deus para salvar o gênero humano. O evangelho substitui a expressão “meu servo”, da primeira leitura, pela proclamação “meu Filho amado” para indicar a natureza divina de Cristo. O Pai e o Espírito Santo garantem a identidade de Jesus como Filho de Deus e o apresentam aos seres humanos, destinatários da salvação. As palavras de Pedro, no discurso a Cornélio, fazem eco às palavras de Isaías e às do evangelho: Jesus foi ungido por Deus com o Espírito Santo (At 10,38). Em todos os textos bíblicos da liturgia de hoje se afirma que Jesus é totalmente guiado pelo Espírito Santo no cumprimento de sua missão.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Mt 3,13-17): O Espírito de Deus veio sobre ele

Jesus é o Messias, Filho de Deus. João Batista é seu precursor. Da mesma forma, o batismo praticado por João é uma prefiguração do batismo cristão. O batismo de João convocava para o arrependimento e para a conversão. Jesus, sendo justo, não precisava ser batizado por João. No entanto, quis cumprir toda a justiça, ou seja, quis realizar integralmente a vontade do Pai: elevar o ser humano pecador à filiação divina. Com o mergulho nas águas do rio Jordão, o Filho de Deus solidarizou-se com a humanidade pecadora para resgatá-la do pecado e elevá-la à condição de filha de Deus. Em sentido inverso, cada batizado solidariza-se com a vida de Jesus e deve seguir o mesmo caminho de entrega total por amor. Uma entrega de si mesmo, que é o reflexo da entrega do Pai à humanidade para salvá-la do pecado, do egoísmo e do desamor. Na vivência do batismo se realiza a vocação humana do amor a Deus e do amor ao próximo.

2. I leitura (Is 42,1-4.6-7): Sobre ele está o meu Espírito

O Servo de Deus, nesse texto de Isaías, é uma personificação de Israel, cuja missão era levar para as nações a justiça e o direito. Isso significa que o povo de Israel estava destinado a exteriorizar a justiça e o direito entesourados nas Sagradas Escrituras e fazer deles um patrimônio das demais nações da terra. Essa missão deveria ser realizada sem a utilização do poder tirânico, comum aos grandes impérios mundiais; a influência de Israel sobre as nações deveria libertá-las da cegueira espiritual e das trevas da idolatria. O Espírito de Deus, agindo no Servo (Israel), possibilitaria a efetivação dessa missão – ou seja, a transmissão das Sagradas Escrituras, até que estas fossem postas em prática por todas as nações. As Sagradas Escrituras seriam o caminho para que os povos chegassem até Deus.
A releitura cristã desse texto bíblico viu em Jesus o pleno cumprimento da vocação de Israel.

3. II leitura (At 10,34-38): Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder

Pedro começou seu discurso na casa de Cornélio (primeiro gentio convertido à fé cristã) reconhecendo as intervenções divinas que o levaram a entender claramente como a salvação foi destinada a todos os povos.
Pedro deu-se conta de que Deus não faz distinção de pessoas. Esse foi um grande passo na compreensão humana da revelação divina. Que Deus ama todas as pessoas e deseja ser adorado por todas as gentes já estava claro para os seguidores de Jesus. Mas até aquele momento se pensava que, se um gentio quisesse seguir Jesus, deveria primeiramente converter-se ao judaísmo para depois ter acesso à salvação. O discurso na casa de Cornélio mostra que Pedro chegou à conclusão de que a mensagem e obra de Jesus estão destinadas a todos, sem exceção. Digna de destaque é a afirmação de que Deus ungiu Jesus “com o Espírito Santo e com poder”: isso significa a chegada do Reino de fraternidade e paz a todos os povos. Os milagres e exorcismos realizados sob a unção do Espírito do Cristo ressuscitado são sinais que atestam a instauração desse Reino na história.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

O foco da homilia deve ser a vida cristã sob a ação do Espírito Santo, que nos faz filhos e filhas de Deus. Jesus disse a João: “Convém que cumpramos toda justiça” (Mt 3,15). No sentido bíblico, “justiça” significa “ajustar-se à vontade de Deus”. A justiça que Jesus deseja é o cumprimento perfeito da vontade do Pai. A condição indispensável ao cristão para viver o batismo é deixar-se conduzir pelo Espírito Santo, buscando em tudo a vontade de Deus. A vivência do batismo cristão se efetiva principalmente na luta pela implantação da fraternidade universal, em que todos são filhos do mesmo Pai. Mas a luta do cristão será baseada na não violência: sem “esmagar a cana quebrada” nem “apagar a mecha que ainda fumega” (Is 42,3). Essa luta se dará pela proclamação das exigências de implantação da justiça e do direito. Agindo assim, o cristão estará ajustado à missão do Filho muito amado no qual o Pai se compraz.

Aíla Luzia Pinheiro Andrade
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail: aylanj@gmail.com.
Fonte: Vida Pastoral em 12/01/2014

Reflexão

Batismo do Senhor - O NOSSO COMPROMISSO BATISMAL

Com a celebração do Batismo do Senhor, concluímos o tempo do Natal e passamos ao tempo litúrgico comum. Tempo que vai nos revelar a missão de Jesus e o chamado feito a cada um de nós no dia do nosso batismo: sermos anunciadores da boa-nova do Reino.
O batismo de João era de arrependimento e conversão; por isso, Jesus não precisaria ter sido batizado, visto que nele não havia pecado algum. Mas o Senhor busca o batismo e se solidariza com o povo, une-se com quem precisa ser salvo. Jesus quis, desde o início da sua missão, pôr-se ao lado dos pecadores, pobres, marginalizados, rejeitados… Fez-se um deles, aceitou a condição deles, para percorrer com eles o caminho rumo à liberdade. De que modo se comporta, em nossos dias, a nossa comunidade? Manifesta solidariedade com os que na vida erraram ou, em vez disso, julga-os, condena-os, falando mal deles?
O Espírito Santo se manifesta sobre Jesus quando este é batizado por João. Ao mesmo tempo, Jesus é revelado como Filho amado do Pai. Também nós, ao sermos submetidos à infusão da água batismal em nome da Trindade, recebemos o Espírito e fomos proclamados filhos e filhas amados do Pai. O Espírito é a força que nos prepara e impulsiona para a missão. E esta requer que nos despojemos de privilégios pessoais e de toda mentalidade exclusivista a fim de estarmos livres para mergulhar no mundo em que vivemos e ir ao encontro das irmãs e irmãos necessitados da nossa dedicação e acolhida.
O batismo nos põe diante da grandeza de nossa vocação cristã. A exemplo de Jesus, o cristão é convidado a viver sob a inspiração do Espírito Santo, fazendo de sua vida um anúncio da caridade e da reconciliação. Assim, somos chamados a sair de nossa casa, de nosso lugar seguro e de nosso comodismo para assumir, na comunidade, a missão que o Senhor nos deu.
Mas nem sempre estamos à altura dessa missão. De fato, se todo cristão batizado fosse realmente participante da missão de Jesus, não haveria, na comunidade e na sociedade, pessoas marginalizadas, abandonadas, pobres, carentes de amor. Essa é uma preocupação que merece atenção e cuidado.
Senhor, fazei-nos compreender nosso batismo como engajamento na missão de Jesus, vosso Filho, enviado para trazer a salvação à humanidade.
Pe. Gilbert Mika Alemick, ssp
Fonte: Paulus em 12/01/2014

Reflexão

Batismo do Senhor - BATIZADOS PARA A MISSÃO

Jesus dirige-se da Galileia para o rio Jordão, indo ao encontro de João Batista para ser batizado por ele. Une-se ao povo que vai até João em busca do batismo. Antes mesmo de ser batizado, Jesus já se põe ao lado do povo.
Como batizado, Jesus deve “cumprir toda a justiça”. O tema da justiça perpassa o Evangelho de Mateus. Nas periferias do império opressor e no meio do povo, Jesus mostra a que veio. A ação salvífica de Deus está sendo concretizada nas ações do seu Filho.
Do céu, o Espírito de Deus desce sobre Jesus e o unge para a missão. O Espírito é a manifestação do amor do Pai presente na pessoa de Jesus e de todos os que seguem seus passos e assumem o compromisso de dar continuidade ao seu projeto. A pessoa de Jesus e de seus seguidores é o ninho onde o Espírito quer pousar e estabelecer morada.
No batismo, Jesus é proclamado publicamente “Filho amado de Deus”. Deus estabelece comunicação direta entre o céu (esfera divina) e a terra (esfera humana) e nos fala abertamente a respeito de quem é Jesus. Por meio de seu Filho, Deus refaz a aliança com toda a humanidade.
Em geral, logo que um filho nasce, uma das primeiras preocupações dos pais católicos é levá-lo ao batismo. E aqui cabe uma pergunta: qual o sentido de levar os filhos para ser batizados? Não é para livrá-los de alguma doença, imunizá-los das dificuldades e problemas do mundo ou deixá-los calmos e dóceis diante dos pais e da sociedade. No batismo, somos ungidos com o mesmo Espírito que ungiu Jesus e nos tornamos membros da Igreja e discípulos missionários de Cristo. Com o batismo, somos proclamados publicamente “filhos amados e queridos de Deus” e convidados a viver a honestidade e a justiça do reino. O teólogo Schillebeeckx dizia que a “luz de Deus só pode queimar sobre a terra com o azeite de nossa vida. Sobretudo com o azeite do amor e da justiça”.
Pe. Nilo Luza, ssp
Fonte: Paulus em 12/01/2014

Reflexão

Jesus, saindo do anonimato, vai ao encontro de João Batista e, misturado com a multidão, busca o batismo. Cerca de trinta anos se passaram desde seu nascimento. Jesus percebe que a missão dele vai além de ser um simples carpinteiro: uma voz vinda do céu o revela como “Filho amado”. João tenta resistir, mas Jesus insiste em ser batizado, pois tem a missão de “cumprir toda a justiça”. Ao receber o batismo, inicia sua caminhada missionária, manifestando-se publicamente ao mundo – epifania que chega ao auge já não pela estrela, mas pela voz do Pai. Sua grande missão é revelar a justiça, a misericórdia e a bondade do Pai, para que contagiem a humanidade e a tornem mais fraterna e solidária. A exemplo de Jesus, nós também, mediante o batismo, somos inseridos na comunidade para realizar a missão que o Pai nos confiou. Com o batismo do Senhor, conclui-se o tempo natalino e abre-se a primeira etapa do Tempo Comum.
Oração
Ó Jesus, Filho amado do Pai celeste, teu batismo prefigura o batismo cristão, pelo qual somos purificados dos pecados, recebemos a graça do Espírito Santo e nos tornamos filhos adotivos de Deus Pai. Ajuda-nos a viver os compromissos do nosso batismo, para produzirmos generosos frutos para o teu Reino. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

HOMILIA

O BATISMO DE JESUS

Hoje a igreja celebra o Batismo de Jesus, e alguns aspectos são marcantes para a nossa reflexão. Em primeiro lugar, precisamos ter uma boa idéia do que seja o Batismo. O Evangelho deste dia apresenta o encontro entre Jesus e João Batista nas margens do Rio Jordão. Na circunstância, Jesus foi batizado por João. O Batismo de Jesus por João Batista é o ato inaugural do ministério de Jesus. Pode-se dizer que seja a Epifania histórica do Senhor. Atraído pela mensagem de João Batista, Jesus abandona sua rotina de vida em Nazaré da Galiléia, procura o Batismo de João na região do além Jordão e começa a formar seu próprio discipulado para, a seguir, iniciar seu próprio ministério, assumindo elementos do anúncio de João Batista.
O que significa para nós o Batismo? É para nós o primeiro dos Sacramentos da nossa igreja católica. Ao pé da letra, batismo significa imersão. Na simbologia da nossa igreja, o batismo é o ato que nos transforma de criaturas em filhos de Deus. Por tradição, é feito quando ainda somos bebês de colo, já que se temia que as crianças morressem antes de serem batizadas e não fossem consideradas filhas de Deus, e conseqüentemente não irem para o céu. Quando já estamos mais crescidos, "conscientes" dos nossos atos, recebemos o Sacramento da Confirmação (ou Crisma), no qual afirmamos ter plena consciência da nossa filiação divina, bem como da nossa responsabilidade advinda dessa filiação.
Na época de Jesus, o Batismo era realizado na idade adulta, e significava algo que eu gostaria que cada um de nós parasse um pouco para refletir: a purificação dos pecados. Lembre-se que as pessoas iam a João Batista para se confessar e receber o batismo. Senão vejamos: A pessoa confessava os pecados, e se dirigia para o Rio Jordão, onde era mergulhada por João Batista. Era como se fosse um renascimento! Observe: O mergulho lava a sujeira física, e leva a pessoa de volta ao ventre da mãe, que é o lugar onde ninguém tinha pecado. Da mesma forma que nascemos sem pecado, ao renascermos pelo Batismo, também nascemos limpos de qualquer pecado, e preparados para uma vida nova! Então temos direito a entrar no Reino do Céu.
Por que Jesus foi se batizar? Ele não tinha nenhum pecado! Já era o Filho de Deus! Ele foi se batizar para nos dar o exemplo! Se até Ele se fez humilde a ponto de se colocar na fila dos pecadores, quem somos nós para nos acharmos perfeitos? Ao ser batizado, Jesus começou uma nova etapa da sua vida, e Ele parou de dizer que ainda não era a sua hora. A partir do Batismo, Jesus começou a sua peregrinação pela Palestina, para anunciar a chegada do Reino dos Céus.
O episódio do batismo de Jesus coloca-nos frente a frente com um Deus que aceitou identificar-se com o homem, partilhar a sua humanidade e fragilidade, a fim de oferecer ao homem um caminho de liberdade e de vida plena. Eu, filho deste Deus, aceito ir ao encontro dos meus irmãos mais desfavorecidos e estender-lhes a mão? Partilho a sorte dos pobres, dos sofredores, dos injustiçados, sofro na alma as suas dores, aceito identificar-me com eles e participar dos seus sofrimentos, a fim de melhor os ajudar a conquistar a liberdade e a vida plena? Não tenho medo de me sujar ao lado dos pecadores, dos marginalizados, se isso contribuir para promovê-los e para lhes dar mais dignidade e mais esperança?
No batismo, Jesus tomou consciência da sua missão, recebeu o Espírito e partiu em viagem pelos caminhos poeirentos da Palestina, a testemunhar o projeto libertador do Pai. Eu, que no batismo aderi a Jesus e recebi o Espírito que me capacitou para a missão, tenho sido uma testemunha séria e comprometida desse programa em que Jesus se empenhou e pelo qual ele deu a vida? Renovemos o nosso Batismo!
Pai, ensina-me a cumprir toda a justiça, a exemplo de Jesus, fazendo-me solidário com quem se afastou de ti e precisa novamente encontrar-te.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 12/01/2014

REFLEXÕES DE HOJE

12 DE JANEIRO-DOMINGO


HOMÍLIA DIÁRIA

O batismo nos dá a graça de sermos discípulos do Senhor

A unção que recebemos no batismo é a graça de sermos marcados para sempre como propriedade de Deus, como pertencentes a Ele.

”Depois de ser batizado, Jesus saiu logo da água. Então o céu se abriu e Jesus viu o Espírito de Deus, descendo como pomba e vindo pousar sobre ele” (Mt 3,16).

Nós hoje celebramos a festa do batismo de Jesus, Nosso Senhor e Mestre foi submisso ao batismo de João, mesmo ele [João] se negando a batizá-Lo, Jesus disse: ”Que a justiça se cumpra, que assim seja feito!” E Ele deixa-se batizar por João, para nos ensinar que todos nós temos que passar pelo batismo, pelo novo nascimento. Quem nasce da carne é carne, quem nasce do Espírito é do Espírito!
Todos nós hoje somos convidados a refletir sobre o nosso batismo, sobre esta graça primeira que nós recebemos de Deus. A maioria de nós éramos ainda crianças quando fomos lavados nas águas batismais. Se você tem a graça de ir à  igreja onde você foi batizado um dia, além de ir ao Sacrário; diante do crucifixo, da imagem de Nossa Senhora, procure o batistério desta igreja, procure a pia batismal, o lugar onde você nasceu para Deus.
Que lugar sagrado, que lugar abençoado! É o seu “Rio Jordão”, é o lugar onde o Espírito se manifestou pela sua vida. Mas hoje indo à igreja, à capela do local onde você mora, procure saber onde está a pia batismal; ali nascem os filhos de Deus, ali nós nascemos para sermos todos de Deus.
E o que o batismo faz em nossa vida? Ele nos configura a Cristo Jesus, nos torna, por adoção, filhos de Deus, o batismo nos dá a graça da unção. A unção que recebemos no batismo é a graça de sermos marcados para sempre como propriedade de Deus, como pertencentes a Ele.
Todos nós temos no nosso peito aquele óleo do crisma infuso em nós, a marca que levaremos para a eternidade, a marca que imprime em nosso ser o caráter e a graça de sermos de Deus. O batismo nos dá a graça de sermos discípulos do Senhor, seguidores d’Ele. Ele mesmo disse: ”Ide pelo mundo, batizai-os e tornai-os meus discípulos”.
Uma vez que somos batizados nós pertencemos à escola de Jesus. Como seria bom se os pais e os padrinhos levassem o batismo mais a sério; se entendessem que batismo é compromisso de educar na fé, ensinar na fé, de querer acima de tudo viver como filho de Deus.
Como seria bom se escolhêssemos melhor os padrinhos para batizar nossas crianças, que fossem realmente homens e mulheres comprometidos com a fé, com o seguimento de Jesus! Como seria bom se nós refletíssemos a cada dia sobre o que o batismo significa em nossa vida. Jesus saindo da água ou melhor das águas do Rio Jordão, viu o Espírito pairar sobre Ele e uma voz do céu dizendo: ”Este é meu Filho amado!”
Todo batizado é templo da Santíssima Trindade, o Espírito, que está em nós, nos mostra Jesus, e o Pai  olha para a nossa vida e nos diz: ”Este é meu filho amado!” Que nós sejamos, pelo nosso batismo, filhos muito amados no Pai do Céu!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 12/01/2014

ORAÇÃO FINAl
Pai Santo, que na encarnação do teu Verbo Libertador quiseste mostrar o valor do ser humano – que nasce criança e cresce em estatura, sabedoria e graça diante de Ti e dos irmãos –, dá-nos grandeza d’alma e um coração compassivo para seguir os passos do Cristo Jesus, teu Filho que contigo reina na unidade do Espírito Santo.