quinta-feira, 7 de março de 2019

BOM DIA! BOA TARDE! BOA NOITE! Oração da noite, Oração da manhã e Oração do entardecer - Deus te abençoe!



Oração da Noite

Boa noite Pai.
Termina o dia e a ti entrego meu cansaço.
Obrigado por tudo e… perdão!!
Obrigado pela esperança que hoje animou meus passos, pela alegria que vi no rosto das crianças;
Obrigado pelo exemplo que recebi daquele meu irmão;
Obrigado também por isso que me fez sofrer…
Obrigado porque naquele momento de desânimo lembrei que tu és meu Pai; Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa, pela comida, pelo meu desejo de superação…
Obrigado, Pai, porque me deste uma Mãe!
Perdão, também, Senhor!
Perdão por meu rosto carrancudo; Perdão porque não me lembrei que não sou filho único, mas irmão de muitos; Perdão, Pai, pela falta de colaboração e serviço e porque não evitei aquela lágrima, aquele desgosto; Perdão por ter guardado para mim tua mensagem de amor;
Perdão por não ter sabido hoje entregar-me e dizer: “sim”, como Maria.
Perdão por aqueles que deviam pedir-te perdão e não se decidem.
Perdoa-me, Pai, e abençoa os meus propósitos para o dia de amanhã, que ao despertar, me invada novo entusiasmo; que o dia de amanhã seja um ininterrupto “sim” vivido conscientemente.
Amém!!!

Oração da manhã

Bom-dia, Senhor Deus e Pai!
A ti, a nossa gratidão pela vida que desperta, pelo calor que
cria vida, pela luz que abre nossos olhos.
Nós te agradecemos por tudo que forma nossa vida, pela terra, pela água, pelo ar, pelas pessoas. Inspira-nos com teu Espírito Santo os pensamentos que vamos alimentar,as palavras que vamos dizer, os gestos que vamos dirigir,a comunicação que vamos realizar.
Abençoa as pessoas que nós encontramos, os alimentos que vamos ingerir.
Abençoa os passos que nós dermos, o trabalho que devemos fazer.
Abençoa, Senhor, as decisões que vamos tomar, a esperança que vamos promover,a paz que vamos semear,a fé que vamos viver, o amor que vamos partilhar.
Ajuda-nos, Senhor, a não fugir diante das dificuldades, mas a abraçar amor as pequenas cruzes deste dia.
Queremos estar contigo, Senhor, no início, durante e no fim deste dia.
Amém.

Oração do entardecer

Ó Deus!
Cai à tarde, a noite se aproxima.
Há neste instante, um chamado à elevação, à paz, à reflexão.
O dia passa e carregam os meus cuidados.
Quem fez, fez.
Também a minha existência material é um dia que se passa,
uma plantação que se faz, um caminho para algo superior.
Como fizeste a manhã, à tarde e a noite, com seus encantos,
fizeste também a mim, com os meus significados, meus resultados.
Aproxima de mim, Pai, a Tua paz para que usufrua desta
hora e tome seguras decisões para amanhã.
Que se ponha o sol no horizonte, mas que nasça
em mim o sol da renovação e da paz para sempre.
Obrigado, Deus, muito obrigado!
Amém!

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 06/03/2019

ANO C


Mt 6,1-6.16-18

Comentário do Evangelho

Quaresma: tempo de graça e conversão

Com a celebração da Quarta-Feira de Cinzas, damos início ao tempo da Quaresma, "tempo de graça e reconciliação"; tempo que é um itinerário oferecido como oportunidade de uma profunda e verdadeira conversão; tempo que nos dispõe para celebrar a Páscoa de Jesus Cristo, mistério central da vida cristã. As práticas tradicionais do jejum, da esmola e oração, também recomendadas pela Igreja, são a expressão de nosso desejo e empenho de uma verdadeira conversão, apelo e tarefa não só de um tempo, mas um trabalho de toda a vida.
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, só te agradam as ações feitas na simplicidade e no escondimento. Que eu procure sempre agradar-te, enveredando por este caminho.
Fonte: Paulinas em 13/02/2013

Vivendo a Palavra

Esmola, oração e jejum – são metáforas para indicar que as nossas relações com o próximo devem ser de compaixão e generosidade; com o Pai, de gratidão e verdade; e com nós mesmos de busca da santidade, isto é, assumirmos o Espírito Santo que nos habita. Sejam estes os desejos de nossa quaresma.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/02/2013

VIVENDO A PALAVRA

Neste tempo quaresmal que iniciamos hoje – e segue por toda a vida! – vamos nos esforçar para orar, jejuar e partilhar nossos bens do jeito que o Evangelho nos ensina: sem alarde, sem esperarmos que sejamos reconhecidos, sem buscar lucros e nem gratidão, mas na humilde gratuidade que praticou e ensinou o nosso Mestre de Nazaré.

Reflexão

O verdadeiro espírito de conversão quaresmal é aquele de quem não busca simplesmente dar uma satisfação de sua vida a outras pessoas para conseguir a sua aprovação e passar assim por um bom religioso, mas sim aquele que encontra a sua motivação no relacionamento com Deus e busca superar as suas imaturidades, suas fraquezas, sua maldade e seu pecado para ter uma vida mais digna da vocação à santidade que é conferida a todas as pessoas com a graça batismal, e busca fazer o bem porque é capaz de ver nas outras pessoas um templo vivo do Altíssimo e servem ao próprio Deus na pessoa do irmão ou da irmã que se encontram feridos na sua dignidade.
Fonte: CNBB em 13/02/2013

Reflexão

O ser humano tende a fazer propaganda das próprias boas obras. Jesus previne seus discípulos contra isso. Dar esmola, rezar, jejuar, receber as cinzas só para chamar a atenção sobre si mesmo não tem valor perante Deus. O que realmente conta é a atitude interior de conversão a Deus e aos irmãos. Por isso é que Jesus insiste: tudo se faça com discrição e humildade. Do contrário, podemos ficar reféns da aprovação dos outros para o que realizamos. Então caímos no perigo de dar aparência de virtude para algo que não passa de ostentação e exibicionismo. Desse modo, enganamos o próximo e a nós mesmos. Podem até nos aplaudir, mas isto seria uma recompensa fugaz e vazia. Importa a aprovação de Deus, que conhece o nosso íntimo e a quem nada passa despercebido.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

A quaresma, que se inicia hoje, tem sua origem na tradição sacrifical do Primeiro Testamento, segundo a qual a reconciliação com Deus se faz pelo sofrimento. A penitência, que foi identificada com práticas de sofrimento, na realidade significa a mudança de vida, o abandono dos falsos valores oferecidos pelo mundo do consumismo, sob controle dos donos do dinheiro, para assumir novos valores que levam à promoção da vida neste mundo. Jesus nos chama para a sincera relação com Deus e com o próximo, nos desapegando das riquezas, partilhando com os pobres, confiantes na vida, no irmão, na bondade e na amizade. (Após a homilia, faz-se a bênção das cinzas)

A VERDADEIRA PIEDADE

A relação do ser humano com Deus acontece através de gestos concretos. A piedade bíblica valorizava, de modo especial, três práticas de piedade: a esmola, a oração e o jejum. A esmola manifesta a abertura de coração para o próximo, especialmente, para quem é pobre e depende da misericórdia alheia para sobreviver. Orar é entrar em comunhão com Deus, como superação dos limites humanos e como projeção para o Absoluto. O jejum coloca-se no nível da relação do ser humano consigo mesmo, evidenciando a capacidade de manter, sob controle, as próprias paixões, os próprios sentimentos e, até mesmo, os instintos.
Jesus ensinou a seus discípulos uma maneira diferente de praticar a piedade, maneira que ele chamou de justiça. Tudo deve ser feito com a máxima discrição: a esmola deve ser dada sem ostentação; a oração verdadeira, feita no recesso do próprio quarto, de modo a ser Deus a única testemunha; o jejum, dissimulado com banhos e perfumes para se evitar toda aparência de abatimento. Quem age assim, é visto por Deus, que se dá conta de tudo, até mesmo do que se passa em segredo.
Jesus não aboliu as práticas de piedade. Pelo contrário, deu-lhes uma impostação nova. Esse é o modo concreto de vivê-las na perspectiva da justiça do Reino. A verdadeira piedade é, pois, um caminho excelente de encontro com Deus e com os irmãos.

Bênção das cinzas

PR: Caros irmãos e irmãs, roguemos instantemente a Deus Pai que abençoe com a riqueza da sua graça estas cinzas, que vamos colocar sobre as nossas cabeças em sinal de penitência. Ó Deus, que vos deixais comover pelos que se humilham e vos reconciliais com os que reparam suas faltas, ouvi como um pai as nossas súplicas. Derramai a graça da vossa bênção + sobre os fiéis que vão receber estas cinzas, para que, prosseguindo na observância da Quaresma, possam celebrar de coração purificado o mistério pascal do vosso Filho. Por cristo, nosso Senhor. AS: Amém. (Em silêncio, aspergir as cinzas com água benta. Após, os fiéis se aproxima pra receber as cinzas. O ministro diz, na imposição das cinzas) PR: Convertei-vos e crede no Evangelho.

(Após a homilia, faz-se a bênção das cinzas)

PR: Caros irmãos e irmãs, roguemos instantemente a Deus Pai que abençoe com a riqueza da sua graça estas cinzas, que vamos colocar sobre as nossas cabeças em sinal de penitência. Ó Deus, que vos deixais comover pelos que se humilham e vos reconciliais com os que reparam suas faltas, ouvi como um pai as nossas súplicas. Derramai a graça da vossa bênção + sobre os fiéis que vão receber estas cinzas, para que, prosseguindo na observância da Quaresma, possam celebrar de coração purificado o mistério pascal do vosso Filho. Por cristo, nosso Senhor.

AS: Amém.

(Em silêncio, aspergir as cinzas com água benta. Após, os fiéis se aproxima pra receber as cinzas. O ministro diz, na imposição das cinzas)

PR: Convertei-vos e crede no Evangelho.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a compreender o valor da esmola, da oração e do jejum feitos em segredo, para serem visto apenas pelo Pai.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Quaresma: Tempo de Reflexão e Conversão
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A quaresma, que se inicia hoje, tem sua origem na tradição sacrifical do Primeiro Testamento, segundo a qual a reconciliação com Deus se faz pelo sofrimento. A penitência, que foi identificada com práticas de sofrimento, na realidade significa a mudança de vida, o abandono dos falsos valores oferecidos pelo mundo do consumismo, sob controle dos donos do dinheiro, para assumir novos valores que levam à promoção da vida neste mundo. Jesus nos chama para a sincera relação com Deus e com o próximo, nos desapegando das riquezas, partilhando com os pobres, confiantes na vida, no irmão, na bondade e na amizade.
Fonte: NPD Brasil em 13/02/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Cinzas
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Hoje é Quarta Feira de Cinzas que marca o início do tempo quaresmal. Vivemos um tempo de muitas ostentações religiosas até mesmo em nossa querida e amada Igreja Católica, ás vezes há muita fachada e pouca autenticidade no que fazemos e celebramos. O evangelho de hoje, bem dentro desse clima penitencial que nos motiva á sincera conversão, nos ensina e nos recorda que a verdadeira religião é para dentro e não para fora.
Religião significa relação com Deus, algo muito íntimo e pessoal, e que consiste na prática de certas virtudes evangélicas, que não precisam e nem podem ser ostentadas diante das pessoas porque é perigoso buscarmos o nosso engrandecimento quando na verdade, a relação sincera com Deus sempre tem como ponto de partida uma postura de humildade.
A prática de uma religião ostensiva acaba esvaziando o verdadeiro sentido das nossas relações com Deus presente em Jesus. Os atos de piedade: esmola, oração e jejum, nas comunidades de Mateus acabaram se transformando em uma mera aparência, são ações que parecem ser piedosas, mas não o são, justamente porque ficam só nas aparências. Esmola parece uma palavra meio fora de moda, (nas grandes cidades há até faixas educativas nos cruzamentos das grandes avenidas, pedindo para não darmos esmolas) oração parece coisa de doido, pois em vez de falar com Deus, o homem fala consigo mesmo ou com os outros, trabalha a razão e deixa a mística de lado, crendo em um Deus mudo, cego e surdo, que parece que nada tem a dizer ao homem de hoje.
Jejum muito menos... a ordem não é esvaziar-se, a ordem é encher-se, empanturrar-se, satisfazer a todos os prazeres de maneira irracional e desenfreada como as lições do dia a dia no "Big Brother" da TV.
Vamos aproveitar o início de mais uma quaresma e reduzir a cinzas nosso homem velho, deixando que em seu lugar vá nascendo um homem novo, um homem que em seu coração se comunica com Deus em uma deliciosa intimidade, um homem novo que ao orar consegue também se abrir para escutar a Voz de Deus ecoando na sua consciência, determinando todos os seus atos e escolhas, um homem novo que consegue se abrir aos irmãos, não dando uma esmola do que lhe sobra, mas partilhando sua vida e seus carismas na comunidade, e finalmente um homem novo que jejua, porque tem a consciência e a certeza de que nossa única necessidade é DEUS, e todo o resto é dispensável... até mesmo as necessidades vitais que um dia não iremos mais precisar, quando estivermos com Deus no amanhã da nossa História.

2. Quando orardes entra no teu quarto
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Iniciamos hoje o sagrado Tempo da Quaresma. Daqui a quarenta dias celebraremos a entrada de Jesus em Jerusalém. É a entrada triunfal do rei que se sentará no trono da cruz. Marcamos o início deste tempo litúrgico com um dia de jejum e abstinência de carne. Entramos com disposição, orientados pelo Evangelho que nos indica o caminho do jejum, da oração e da esmola. Três práticas salutares de preparação para a Páscoa.

HOMILIA DIÁRIA

Quaresma, tempo de reencontrar a amizade de Deus

Postado por: homilia
fevereiro 13th, 2013

Por ocasião do início deste tempo tão importante de oração e penitência na vida da Igreja que é a Quaresma, quero recordar as palavras do Santo Padre Bento XVI durante a Celebração da Quarta-feira de Cinzas há alguns anos:Hoje, e com esta Celebração Eucarística, vamos iniciar um caminho de verdadeira conversão para enfrentar vitoriosamente com as armas da penitência o combate contra o espírito do mal. Ao receber neste dia as cinzas sobre a cabeça, ouve-se mais uma vez um claro convite à conversão que pode expressar-se numa fórmula dupla: “Convertei-vos e acreditai no Evangelho”, ou “Recorda-te que és pó e em pó te hás de tornar”.
Precisamente devido à riqueza dos símbolos e dos textos bíblicos, a Quarta-feira de Cinzas é considerada a “porta” da Quaresma.
“Convertei-vos a mim de todo o vosso coração com jejuns, com lágrimas, com gemidos”.Com estas palavras inicia a Primeira Leitura, tirada do livro do profeta Joel (2,12). Os sofrimentos, as calamidades que afligiam naquele tempo a terra de Judá estimulam o autor sagrado a encorajar o povo eleito à conversão, isto é, a voltar com confiança filial ao Senhor dilacerando o seu coração e não as vestes. De fato, recorda o profeta, Ele “é clemente e compassivo, paciente e rico em misericórdia e se compadece da desgraça”(2,13).
O convite que Joel dirige aos seus ouvintes também é válido para nós. Não hesitemos em reencontrar a amizade de Deus perdida com o pecado; encontrando o Senhor experimentamos a alegria do seu perdão. E assim, quase respondendo às palavras do profeta, fizemos nossa a invocação do refrão do Salmo responsorial: “Perdoai-nos Senhor, porque pecamos”. Proclamando o Salmo 50, o grande Salmo penitencial, apelamos à misericórdia divina; pedimos ao Senhor que o poder do seu amor nos volte a dar a alegria de sermos salvos.
Com este espírito, iniciamos o tempo favorável da Quaresma, como nos recordou São Paulo na Segunda Leitura, para nos deixarmos reconciliar com Deus em Cristo Jesus. O apóstolo apresenta-se como embaixador de Cristo e mostra claramente como precisamente através d’Ele, seja oferecida ao pecador, isto é, a cada um de nós, a possibilidade de uma reconciliação autêntica.
“Aquele que não havia conhecido o pecado – diz o apóstolo – Deus o fez pecado por nós, para que nos tornássemos, nele, justiça de Deus” (2 Cor 5,21). Só Cristo pode transformar qualquer situação de pecado em novidade de graça. Eis por que assume um forte impacto espiritual a exortação que Paulo dirige aos cristãos de Corinto: “Em nome de Cristo suplicamo-vos: reconciliai-vos com Deus”; e ainda: “Este é o tempo favorável, é este o dia da salvação” (5,20; 6,2).
Enquanto Joel falava do futuro dia do Senhor como de um dia de terrível juízo, São Paulo, referindo-se às palavras do profeta Isaías, fala de “momento favorável”, de “dia da salvação”. O futuro dia do Senhor tornou-se o “hoje”. O dia terrível transformou-se na Cruz e na Ressurreição de Cristo, no dia da salvação. E este dia é agora, como ouvimos no Canto ao Evangelho: “Hoje não endureçais os vossos corações, mas ouvi a voz do Senhor”.O apelo à conversão e à penitência ressoa hoje com toda a sua força, para que o seu eco nos acompanhe em cada momento da vida.
A liturgia da Quarta-feira de Cinzas indica, assim, na conversão do coração a Deus a dimensão fundamental do tempo quaresmal. Esta é a chamada muito sugestiva que nos vem do tradicional rito da imposição das cinzas. Rito que assume um duplo significado: o primeiro relativo à mudança interior, à conversão e à penitência, enquanto o segundo recorda a precariedade da condição humana, como é fácil compreender das duas fórmulas diversas que acompanham o gesto.
Em Roma, a procissão penitencial da Quarta-feira de Cinzas parte de Santo Anselmo e conclui-se na basílica de Santa Sabina, onde tem lugar a primeira estação quaresmal. A este propósito é interessante recordar que a antiga liturgia romana, através das estações quaresmais, tinha elaborado uma singular “geografia da fé”, partindo da ideia que, com a chegada dos apóstolos Pedro e Paulo e com a destruição do Templo, Jerusalém se tivesse transferido para Roma. A Roma cristã era vista como uma reconstrução da Jerusalém do tempo de Jesus dentro dos muros da Cidade. Esta nova geografia interior e espiritual, ínsita na tradição das igrejas “estacionais” da Quaresma, não é uma simples recordação do passado, nem uma antecipação vazia do futuro; ao contrário, pretende ajudar os fiéis a percorrer um caminho interior, o caminho da conversão e da reconciliação, para chegar à glória da Jerusalém celeste onde Deus habita.
No Evangelho que foi proclamado, Jesus indica quais são os instrumentos úteis para realizar a autêntica renovação interior e comunitária: as obras de caridade (a esmola), a oração e a penitência (o jejum). São as três práticas fundamentais queridas também à tradição hebraica, porque contribuem para purificar o homem aos olhos de Deus (cf. Mt 6, 1-6.16-18).
Estes gestos exteriores, que devem ser realizados para agradar a Deus e não para obter a aprovação e o consenso dos homens, são por Ele aceitos se expressam a determinação do coração em servi-Lo com simplicidade e generosidade.
O jejum, ao qual a Igreja nos convida neste tempo forte, certamente não nasce de motivações de ordem física ou estética, mas brota da exigência que o homem tem de uma purificação interior que o desintoxique da poluição do pecado e do mal; que o eduque para aquelas renúncias saudáveis que libertam o crente da escravidão do próprio eu; que o torne mais atento e disponível à escuta de Deus e ao serviço dos irmãos. Por esta razão, o jejum e as outras práticas quaresmais são consideradas pela tradição cristã “armas” espirituais para combater o mal, as paixões negativas e os vícios.
A este propósito, apraz-me refletir convosco sobre um breve comentário de São João Crisóstomo: “Como no findar do Inverno – escreve ele – volta a estação do Verão e o navegante arrasta para o mar a nave, o soldado limpa as armas e treina o cavalo para a luta, o agricultor lima a foice, o viandante revigorado prepara-se para a longa viagem e o atleta depõe as vestes e prepara-se para as competições; assim também nós, no início deste jejum, quase no regresso de uma Primavera espiritual forjamos as armas como os soldados, limamos a foice como os agricultores, e como timoneiros reorganizamos a nave do nosso espírito para enfrentar as ondas das paixões. Como viandantes retomamos a viagem rumo ao céu e como atletas preparamo-nos para a luta com o despojamento de tudo” (Homilias ao povo antioqueno, 3).
Meu irmão, minha irmã, a partir destas palavras do Santo Padre, desejo que você tenha uma santa Quaresma!
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 13/02/2013

Oração Final
Pai Santo, faze de nossa vida uma grande preparação para recebermos o teu abraço misericordioso. Ajuda-nos, Pai amado, a viver desde esta quaresma que hoje iniciamos o jejum, a esmola e a oração que nos foram ensinados pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/02/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, o apóstolo Paulo nos diz que “é agora o momento favorável.” Faze-nos atentos aos sinais que tua Providência coloca em nosso caminho e que eles nos ajudem a fazer da vida uma permanente quaresma – tempo de oração, jejum e partilha – preparando-nos para viver no Reinado do Amor. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

LITURGIA DIÁRIA - 06/03/2019


Tema do dia

QUARTA-FEIRA DE CINZAS: QUARESMA, TEMPO DE JEJUM,PARTILHA E ORAÇÃO

Pois agora – oráculo do Senhor – voltem para Mim. Rasguem o coração, e não as roupas! Voltem para o Senhor, pois Ele é piedade e compaixão, lento para a cólera, cheio de amor e Se arrepende das ameaças. Quem sabe, Ele volte atrás e Se arrependa, deixe para nós bênção. Toquem a trombeta em Sião, proclamem um jejum. Reúnam o povo, organizem a comunidade, chamem os velhos, reúnam os jovens e crianças de peito. O jovem esposo saia do quarto, a jovem esposa deixe o seu leito. Os sacerdotes, ministros do Senhor, venham chorar e digam: «Senhor, tem piedade do teu povo! Não entregues a herança à vergonha, à caçoada das nações». Por que se deveria dizer entre os povos: «Onde está o Deus deles?» O Senhor teve ciúmes da sua terra e se compadeceu do seu povo. (Jl 2,12-18)

Oração para antes de ler a Bíblia


Meu Senhor e meu Pai! Envia teu Santo Espírito para que eu compreenda e acolha tua Santa Palavra! Que eu te conheça e te faça conhecer, te ame e te faça amar, te sirva e te faça servir, te louve e te faça louvar por todas as criaturas. Fazei, ó Pai, que pela leitura da Palavra os pecadores se convertam, os justos perseverem na graça e todos consigamos a vida eterna. Amém.

Quarta-feira de Cinzas da Quaresma
Cor: Roxo


Primeira Leitura (Jl 2,12-18)
Quarta-feira de Cinzas - 06/03/2019

Leitura da Profecia de Joel:

12“Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos; 13rasgai o coração, e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo”.
14Quem sabe, se ele se volta para vós e vos perdoa, e deixa atrás de si a bênção, oblação e libação para o Senhor, vosso Deus?
15Tocai trombeta em Sião, prescrevei o jejum sagrado, convocai a assembleia; 16congregai o povo, realizai cerimônias de culto, reuni anciãos, ajuntai crianças e lactentes; deixe o esposo seu aposento, e a esposa, seu leito.
17Chorem, postos entre o vestíbulo e o altar, os ministros sagrados do Senhor, e digam: “Perdoa, Senhor, a teu povo, e não deixes que esta tua herança sofra infâmia e que as nações a dominem”. Por que se haveria de dizer entre os povos: “Onde está o Deus deles?”
18Então o Senhor encheu-se de zelo por sua terra e perdoou ao seu povo.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Responsório (Sl 50)
Quarta-feira de Cinzas - 06/03/2019

— Misericórdia, ó Senhor, pois pecamos.
— Misericórdia, ó Senhor, pois pecamos.

— Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!/ Na imensidão de vosso amor, purificai-me!/ Lavai-me todo inteiro do pecado/ e apagai completamente a minha culpa!
— Eu reconheço toda a minha iniquidade,/ o meu pecado está sempre à minha frente./ Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei,/ pratiquei o que é mau aos vossos olhos!
— Criai em mim um coração que seja puro,/ dai-me de novo um espírito decidido./ Ó Senhor, não me afasteis de vossa face,/ nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!
— Dai-me de novo a alegria de ser salvo/ e confirmai-me com espírito generoso!/ Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar,/ e minha boca anunciará vosso louvor!


Segunda Leitura (2Cor 5,20-6,2
Quarta-feira de Cinzas - 06/03/2019

Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios:

Irmãos: 20Somos embaixadores de Cristo, e é Deus mesmo que exorta através de nós. Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus. 21Aquele que não cometeu nenhum pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornemos justiça de Deus.
6,1Como colaboradores de Cristo, nós vos exortamos a não receberdes em vão a graça de Deus, 2pois ele diz: “No momento favorável, eu te ouvi e, no dia da salvação, eu te socorri”. É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Anúncio do Evangelho (Mt 6,1-6.16-18)
Quarta-feira de Cinzas - 06/03/2019


Quando orardes entra no teu quarto

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 1“Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus.
2Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 3Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita, 4de modo que a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa.
5Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar de pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 6Ao contrário, quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta, e reza ao teu Pai que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa. 16Quando jejuardes, não fiqueis com o rosto triste como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto, para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 17Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, 18para que os homens não vejam que estás jejuando, mas somente teu Pai, que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.


Oração para depois de ler a Bíblia


Dou-Te graças, meu Deus, pelos bons propósitos, afetos e inspirações que me comunicastes nesta meditação; peço-Te ajuda para colocá-los em prática. Minha Mãe Imaculada, meu protetor São José e Anjo da minha guarda, intercedem todos por mim. Amém.

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 05/03/2019

ANO C


Mc 10,28-31

Comentário do Evangelho

No seguimento de Cristo tudo adquire sentido

“... nós deixamos tudo e te seguimos” (v. 28). Podemos interpretar este versículo de duas formas: a) nós deixamos tudo e te seguimos, qual será a nossa recompensa?; b) nós deixamos tudo e te seguimos, então, teremos a vida eterna.
A resposta de Jesus vai noutra direção. As “cem vezes mais” prometidas para esta vida (v. 30) significam que no seguimento de Cristo tudo adquire sentido e ocupa o seu devido lugar. A “recompensa é dom”. A “vida eterna”, comunhão plena com o Pai e o Filho, no Espírito Santo, é dom que, como num espelho, se experimenta aqui, em nossa peregrinação terrestre, e tende ao definitivo, na vida transfigurada em Cristo.
A vida eterna não é conquista, é dom de Deus. A recompensa do discípulo é seguir Jesus Cristo (cf. Mc 10,21).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me a graça de entregar-me totalmente ao serviço do Reino, sem esperar outra recompensa além de saber-me amado por ti.
Fonte: Paulinas em 28/05/2013

Vivendo a Palavra

Jesus ensina um jeito novo de posse: dar e receber. Dar por amor, sem interesse de retribuições, por pura gratuidade. E receber da misericórdia do Pai a Paz que só Ele é capaz de nos dar; a alegria que brota da certeza de que caminhamos, já nesta vida, nas terras do Reino de Deus.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/05/2013

VIVENDO A PALAVRA

Deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos e campos… esta ideia nos espanta e enche de medo. Mas Jesus nos encoraja: se nossa decisão for ‘por causa dele e da Boa Notícia do Reino de Deus’, não precisamos nos preocupar: vamos receber tudo isso desde agora e, no futuro, a abraço terno e definitivo do amado Pai.

Reflexão

Eu posso contribuir para a minha salvação na medida em que eu faço de Deus o centro da minha vida e a causa da minha felicidade, submetendo-me totalmente a ele. Se eu vivo apegado às coisas do mundo, eu vivo em função delas e coloco nelas a minha felicidade, fechando o meu coração à ação divina e a minha vida ao projeto do reino dos céus. Para conseguir o desapego das coisas do mundo, é necessário que a gente procure assumir uma nova hierarquia de valores que faz com que sejamos capazes de desprezar os bens materiais, mas rejeitar os valores do mundo significa sofrer perseguições nesta vida. É preciso renunciar aos valores do mundo para ter a vida em Cristo.
Fonte: CNBB em 28/05/2013

Reflexão

Jesus acabara de comentar com seus apóstolos como é difícil um rico entrar no Reino de Deus. Eles não alimentam ilusões, sabem que o Mestre vive pobremente, não possui bens materiais, não paga salário. Pedro, representando os demais, quer saber qual será a situação dos que deixam tudo em vista de assumir as exigências do Reino. Jesus conta a própria experiência de vida: deixou sua família de sangue, mas tem uma família bem mais ampla, unida pelos laços da fé. Não tem sua própria casa; porém, como missionário do Reino, está sempre em casa, não lhe faltam alimento nem roupa. Na nova sociedade, sem desigualdade nem opressão, haverá afeto e abundância para todos. Neste mundo, os seguidores de Jesus terão sua recompensa multiplicada por cem, acompanhada de perseguições. E no futuro, herdarão a vida eterna.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

A RECOMPENSA PROMETIDA

Os discípulos não se contentaram de seguir Jesus na gratuidade e lhe apresentaram a questão da recompensa pela ajuda prestada a ele. Pensando bem, os discípulos tinham razão. Para seguir Jesus, tiveram que romper os laços familiares, abandonar as atividades profissionais, deixar para trás suas propriedades e por-se à disposição do Mestre. Era justo quererem conhecer, de antemão, o prêmio reservado para si.
Jesus não descarta a questão, mas a responde de maneira enigmática. O discípulo, já nesta vida, receberá o cêntuplo de quanto renunciou e, no futuro, a vida eterna. Esta resposta deve ser interpretada não numa perspectiva puramente materialista e, sim, na perspectiva das nova relações propiciadas pela opção do discípulo. O Reino estabelece vínculos consistentes de comunhão entre seus membros, formando uma grande família onde todos se sentem irmãos, irmãos, mães, pais, filhos e filhas. Ninguém se apega a seus bens a ponto de se tornar insensível à carência do próximo. A solidariedade é um imperativo do Reino. A ruptura exigida pelo Reino, portanto, não deveria deixar o discípulo na insegurança.
A recompensa terrena prometida por Jesus chega em meio a perseguições e dificuldades. O discípulo, neste caso, dá-se conta de que o cêntuplo terreno ainda não é o bem definitivo a ser almejado. O Pai lhe reserva a vida eterna.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, possa eu experimentar, na solidariedade dos irmãos e irmãs, o cêntuplo reservado para mim, sem perder de vista a vida eterna.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Renunciar por causa do Reino, não é perder...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Quando estamos diante de um evangelho como esse, onde fica explicitada a necessidade do discípulo renunciar algo, deixar para trás tantas outras coisas, em um primeiro momento pensamos em uma perda. Lembro-me quando me preparava para a ordenação Diaconal e estava exatamente naquele tempo conseguindo me realizar na área da comunicação, que eu tanto amava, atuando no jornal da minha cidade, fazendo locução de jogos decisivos da nossa Várzea e já dando também os primeiros passos em uma emissora AM participando em um programa de esportes e iniciando uma possível carreira de comentarista esportivo. Lembro-me de uma certa nostalgia nos primeiros domingos em que já tinha me afastado das lides esportivas de repórter varzeano. Acho que isso também aconteceu com os primeiros discípulos que largaram na praia o barco e as redes.
Isso acontece porque olhamos só o Débito e não temos noção, naquele primeiro momento, dos grandiosos Créditos que o Senhor nos dará. Posso testemunhar com alegria, sinceridade e Fidelidade que, decorridos mais de 30 anos desses episódios anteriores a minha ordenação, sinto-me plenamente realizado porque o Trabalho de Comunicação acabou vindo a ser uma diakonia dentro do meu Ministério onde respondo pela Coordenação da Pascom arquidiocesana, como responsável direto pelo Portal, pelo Jornal Arquidiocesano edições impressas e online. É inexplicável a alegria que sinto ao fazer esse trabalho, posso dizer que consegui unir o útil ao agradável, pois, atuar na área de comunicação na vida civil, já me alegrava, agora então, atuando no seio da nossa Mãe Igreja, a alegria é redobrada. Se eu insistisse na carreira de Comunicação, não seria um bom profissional.
Deus Pai presente em Jesus Cristo, nos carismas do Espírito Santo, nunca vai nos chamar para fazer algo para o qual não temos a mínima inclinação, mas dentro do próprio carisma vai pedir de nós uma renúncia, um deixar algo para trás, algo que gostamos muito de fazer. Em uma linguagem bem popular, nãop se trata aqui de “Trocar seis por meia dúzia”, pois quando descobrimos o que Deus quer de nós, no mesmo lugar onde estamos, e com o carisma que dele recebemos, sempre saímos no lucro, deixamos “pouco” e ganhamos “muito”. Evidentemente que o retorno é total e completo, pois não se restringe a esta Vida Terrena, mas a supõe, como caminho para a Plenitude de uma Vida Eterna, quando daí sim, nos realizaremos de maneira perfeita como pessoas e como Filhos e Filhas de Deus.Os que se realizam, ou pensam se realizar sem essa opção pelo Reino de Deus e pela adesão total a Jesus Cristo, são os “Primeiros” citados nesse evangelho, que buscam desfrutar o máximo dessa vida, sem se importar com a possibilidade de uma outra, super melhor, e os “Últimos” são os que, pacientemente, com muita Fé, vão construindo a História, vivendo intensamente esta Vida, com todas as alegrias que ela pode nos oferecer, mas muito conscientes de que o “Melhor” ainda está por vir.
Fonte: NPD Brasil em 28/05/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Riqueza, concorrente do Reino dos Céus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Dá-se a impressão de que o Jovem mencionado no evangelho anterior, ainda estava se afastando muito triste, quando Jesus começou a falar com os Discípulos "Em verdade vos declaro, é difícil um rico entrar no Reino dos Céus... É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha” Como já refletimos anteriormente, não é proibido ter Fé e ser Rico, o único problema, é que a tal Riqueza é forte concorrente do Reino dos Céus, a riqueza me faz pensar que posso ter tudo e fazer tudo. Tive um amigo de Fábrica muito equilibrado, íntegro e de boa índole, ele acabou fazendo fortuna fácil, por conta da loteria, e algum tempo depois, quando já tinha saído da Fábrica para tocar seu próprio negócio, chegou até mim a informação de que não era mais o mesmo, separara da esposa, deixou a Família para ir embora com uma jovem que dele se enamorou, e ainda aumentou seus rendimentos com alguns negócios ilícitos.
O Dinheiro nos garante tudo, temos todos os desejos alcançados, e desfrutamos de todos os prazeres, mesmo aqueles proibidos, pois nossas ações se baseiam na falsa segurança que o poder econômico nos dá e em um caso assim, o Reino dos Céus nada representa, e a religião não passa der uma prática religiosa sem nenhum comprometimento de nossa vida.
Há também ricos que tentam comprar Deus e aliviar suas consciências, participando de projetos sociais ou Filantrópicos, onde fazem uma espécie de investimento a longo prazo para comprar um "lugarzinho" nesse Céu que Jesus promete.
A indagação do Apóstolo Pedro parece meio interesseira: Nós que tudo deixamos para te seguir, o que havemos de ganhar, em outras palavras, que vantagens levamos? Em nosso contexto de uma Sociedade que faz apologia do Consumismo exacerbado, essa pergunta não cai bem, mas no tempo de Jesus a Realidade era outra, Pedro quer saber se estão no caminho certo, se a escolha que fizeram de serem seguidores de Jesus, traria a eles alegria e satisfação interior.
Só pode julgar se as escolhas estão certas ou não, quem tem uma referência segura, e os Discípulos tem em Jesus Cristo a única referência, por ele tudo deixaram e por isso, a alegria que lhes está reservada, ainda nesta vida, não dá para ser dimensionada. Retomando o evangelho anterior, o jovem que no final da história ficou triste, não queria trocar a alegria imediata desse mundo, pela posse dos bens materiais, por uma alegria escatológica, alimentada pela Esperança de algo que ainda virá, e que nem toda riqueza do mundo poder é nos dar...Que os Bens materiais e os poderes desse mundo, nos dá alegrias, isso é indiscutível, o único e maior problema é que lá um belo dia, ela se acaba no Nada...

2. Os primeiros serão os últimos
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Jesus estava dizendo que as riquezas podem dificultar a entrada no Reino de Deus. Pedro, então, se adianta e quer saber o que vão ganhar, eles que deixaram tudo para segui-lo. Jesus responde que quem deixar o que o impede de viver por causa de Cristo e de seu Evangelho receberá cem vezes mais neste mundo e, no mundo futuro, a vida eterna. O impedimento pode ser ou a casa, ou os irmãos, ou as irmãs, ou a mãe, ou o pai ou os filhos, ou os campos. Não é para deixar tudo. É para deixar o que se torna obstáculo ao seguimento de Cristo. Receberá cem vezes mais de tudo o que deixou, menos o pai. O pai aparece na primeira lista, mas não na segunda, porque na vida eterna somente Deus é o Pai e nos dará tudo o que for preciso para a nossa plena realização, inclusive o nosso querido pai deste mundo. Tudo, porém, será dado com perseguições. Seremos testados o tempo todo de diversas maneiras. A fidelidade ao nosso projeto de viver por causa de Cristo e do seu Evangelho será testada pelas perseguições. O que se requer é fidelidade ao projeto. Hoje é carnaval. Antigamente era o dia de comer carne, daí o nome “carnaval”, antes da grande abstinência da Quaresma. Brinquemos hoje honestamente e comecemos amanhã, com boa disposição, o sagrado Tempo da Quaresma, que nos levará à Páscoa da ressurreição.

HOMILIA DIÁRIA

Chamados a viver a espiritualidade da renúncia

Todos nós discípulos de Jesus Cristo somos chamados a viver a espiritualidade da renúncia. É impossível sermos discípulos de Jesus Cristo e sermos pessoas apegadas às coisas desse mundo.

“Muitos que agora são os primeiros serão os últimos. E muitos que agora são os últimos serão os primeiros” (Mc 10,31).

Hoje, Jesus nos apresenta a espiritualidade do segmento, daqueles que, de forma radical, são capazes de deixar tudo para seguir o Senhor. Ele mesmo dirá que, aquele que deixou casa, mãe, irmãos, campos, por causa do Evangelho, receberá cem vezes mais, ainda aqui no mundo e também na vida futura, a vida eternaSe olharmos para os consagrados a Deus, vemos que eles tiveram a ousadia da renúncia, a capacidade de entender o chamado de Jesus, deixaram tudo por causa do Senhor e vivem, com fidelidade, a sua vocação, seu chamado, o segmento de Cristo. É o próprio Senhor a sua recompensa, aqui, nessa vida e também na vida futura, o prêmio da bem-aventurança eterna.
Todos nós discípulos de Jesus Cristo somos chamados a viver a espiritualidade da renúncia. É impossível sermos discípulos de Jesus Cristo e sermos pessoas apegadas às coisas desse mundo. Para irmos à Missa, viver o Evangelho a cada dia, a vida de oração, para vivermos no segmento de Jesus Cristo é necessário renúncia, é necessário deixar aquilo que seria mais prazeroso para nós.
Aquilo que o mundo valoriza, aquilo que o mundo diz – ser o primeiro, ganhar muito dinheiro, dar-se bem nas coisas – é contrário à lógica do Evangelho. O que o mundo valoriza, em primeiro lugar, os valorizados como ‘o mais importante’, poderá ficar em último lugar no Reino de Deus, porque os primeiros serão os últimos e vice-versa.
Valorize a simplicidade, dê valor aos pequenos, dê atenção aos que sofrem, àqueles que precisam de presença fraterna, evangélica e amorosa. Seja sinal do Reino do Senhor onde quer que você se encontre. É Deus quem olha o nosso desprendimento, o qual nos deixa mais próximos do coração de Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 28/05/2013

Oração Final
Pai Santo, concede-nos o dom da gratidão pelos bens que nos emprestas nesta vida. E nos dá, Pai amado, desapego e generosidade para partilhá-los com os irmãos que estão ao nosso lado neste planeta encantado que entregaste ao nosso cuidado. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/05/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, abre nosso coração para acolher a contabilidade nova do Reino de Amor. É difícil para nós, acostumados a escriturar débitos e créditos para verificar saldos, compreender, aceitar, amar e viver a gratuidade, o desprendimento e a entrega total aos irmãos de tudo que pertence a Ti, mas por um tempo nos emprestas, para seguir o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.