domingo, 23 de março de 2014

BOM DIA! BOA TARDE! BOA NOITE! - OREMOS: Senhor Deus, nosso Pai, nós cremos em vós. Nós esperamos em Vós. Nós Vos amamos. Nós Vos agradecemos este dia que começa. Nós Vos damos graças, por que estamos com vida e nós Vos oferecemos este dia com todas as nossas alegrias e sofrimentos, com todos os nossos trabalhos e divertimentos. Guardai-nos do pecado e fazei de nós um instrumento de Vossa paz e de Vosso amor. Ajudai-nos a observar Vossos mandamentos. Amém.




OREMOS:

Senhor Deus, nosso Pai, nós cremos em vós.

Nós esperamos em Vós.

Nós Vos amamos.

Nós Vos agradecemos este dia que começa.

Nós Vos damos graças, por que estamos com vida e nós

Vos oferecemos este dia com todas as nossas

alegrias e sofrimentos, com todos os nossos trabalhos e divertimentos.

Guardai-nos do pecado e fazei de nós um instrumento

de Vossa paz e de Vosso amor.

Ajudai-nos a observar Vossos mandamentos.

Amém.

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE DEUS TE ACOMPANHE...


ESTA ROSA É PARA PERFUMAR SUA CHEGADA. OBRIGADA POR SUA VISITA.


LEITURA ORANTE DA PALAVRA DE DEUS DOS DIAS 17/03/2014 a 24/03/2014

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LEITURA ORANTE DOS DIAS 17/03/2014 a 24/03/2014

COMENTÁRIOS E REFLEXÕES DOS EVANGELHOS DOS DIAS 17/03/2014 a 24/03/2014

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COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 17/03/2014 a 24/03/2014

LITURGIA DIÁRIA - Leituras dos dias 17/03/2014 a 24/03/2014

Leituras

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LITURGIA DIÁRIA - Leituras dos dias 17/03/2014 a 24/03/2014

TERÇOS – VÍDEOS


Acesse:

1 - Terço da Divina Providência - http://youtu.be/5mzUbLl_P48

2 - Terço de Cura e Libertação - http://youtu.be/TWmZ47JoC0I

3 - Terço da FÉ - http://youtu.be/-I1tuBSDtkU

4 - Terço do Espírito Santo - http://youtu.be/BJqMkwQsOeQ

5 - Terço da Libertação Cantado - http://youtu.be/9ofE4VoEZPU


TERÇO DA MISERICÓRDIA - VÍDEOS - APRENDA A REZAR O TERÇO DA MISERICÓRDIA






"Quando rezarem este Terço junto aos agonizantes, Eu me colocarei entre o Pai e a alma agonizante, não como justo Juiz, mas como Salvador misericordioso".

JESUS, EU CONFIO EM VÓS!!!

APRENDA A REZAR O TERÇO DA MISERICÓRDIA



Para ser rezado nas contas do terço

No começo:

Pai nosso, que estais no céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.

Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.

Creio em Deus Pai, todo poderoso, criador do Céu e da Terra; e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor; que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espirito Santo, na santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna Amém.

Nas contas de Pai Nosso, dirás as seguintes palavras usando o terço de Maria:

Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro.

Nas contas de Ave Maria rezarás as seguintes palavras:

Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro.

No fim, rezarás três vezes estas palavras:

Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro” 
(Diário, 476).

Oração do Angelus - Padre Antonello - VÍDEO - Como rezar o Ângelus






Como rezar o Ângelus:

1) O Anjo do Senhor anunciou a Maria
- E Ela concebeu pelo poder do Espírito Santo.
Ave Maria...

2) Eis aqui a serva do Senhor.
- Faça-se em Mim segundo a vossa palavra.
Ave Maria...

3) E o Verbo Divino se fez homem,
- e habitou entre nós.
Ave Maria...

4) Rogai por nós, Santa Mãe de Deus,
- para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oremos: Derramai ó Deus, a Vossa graça em nossos corações, para que, conhecendo pela mensagem do anjo a encarnação do Vosso filho, cheguemos por Sua Paixão e Cruz à glória da ressurreição. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.

Glória ao Pai... (repete-se 3 vezes)

LITURGIA DAS HORAS

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Mensagens diárias prá vc

Terço - Mistério Gozosos - Segunda-Feira e Sábado


Terço do Rosário: Mistérios Gozosos




DESEJO A TODOS UMA SEMANA ABENÇOADA COM A GRAÇA DA INTERCESSÃO DA VIRGEM SANTÍSSIMA. PAZ E BENÇÃO...

BOM DIA! - EXISTEM PESSOAS QUE ESPALHAM LUZ POR ONDE PASSAM, TRAZEM PAZ, ALEGRIA E FORÇA NO OLHAR. NO CÉU RECEBEM NOME DE ANJO, AQUI CHAMAMOS DE AMIGOS.

SENHOR, OBRIGADO POR MAIS UMA SEGUNDA-FEIRA! COLOCO ESTA SEMANA EM TUAS MÃOS, SEJA FEITA A TUA VONTADE.

LITURGIA DIÁRIA - O Domingo – Crianças

Sede de Deus!


Compromisso da Semana:
Lição de vida: ter sonhos é ter idéias, ideais e esperanças.

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 23/03/2014

23 de Março de 2014

ANO A



Comentário do Evangelho

Iluminada e saciada, ela se torna discípula.

Com o evangelho de hoje estamos, certamente, diante de uma das páginas mais belas do evangelho. Aquela mulher samaritana, ao redor do poço de Jacó, nasceu para a fé em Jesus Cristo, como nós na fonte batismal fomos gerados para a vida de fé, a fim de vivermos como um povo consagrado ao Senhor.
O trecho do livro do Êxodo nos recorda um momento da longa travessia do povo de Deus pelo deserto, ao longo de quarenta anos. O povo que empreendeu a travessia pôde experimentar, não obstante sua infidelidade e suas resistências, a fidelidade de Deus, sua paciência, sua generosidade, seu cuidado, sua ternura. O povo murmura porque não tem água. Nós que ouvimos o evangelho, e renascemos nas águas do Batismo, sabemos que aquela água que faltava ao povo e que lhe foi dada por Deus era a prefiguração da água dada por Jesus Cristo, uma água que mata definitivamente a sede. Sem água a vida está profundamente ameaçada. Não só a vida pessoal, mas a unidade do povo de Deus. Queriam, diz o nosso texto, apedrejar Moisés. Diante da dificuldade, duvidaram de Deus, da sua promessa e da sua fidelidade. Só põe em questão a fidelidade e a lealdade de Deus quem não é capaz de ser fiel e leal. É preciso, sustentados pelo cuidado de Deus que nos acompanha na travessia da história, lutarmos contra o medo, o desespero, a murmuração.
Era meio-dia quando do encontro de Jesus com a samaritana, ao redor do poço de Jacó, lugar de tantos encontros que transformaram a vida das pessoas. Foi lá que Jacó se apaixonou por Raquel. A observação da hora parece querer fazer o leitor compreender que, diante de Jesus, estamos em plena luz do dia. Aquele que é a “luz do mundo” ilumina também a Samaria, desprezada pelos outros judeus. O diálogo entre Jesus e aquela mulher é catequético, cuja finalidade é despertar a fé, o desejo da água que ela não podia recolher de nenhum poço; água que é dada somente pelo único Senhor da vida. Dando ouvidos a Jesus, ela poderá exprimir o desejo pela água que faz viver. O cântaro da purificação é superado pela água do Espírito Santo derramado no coração dela, lei interna da caridade. Iluminada e saciada, ela se torna discípula, testemunha de Jesus Cristo. Essa mesma água nos foi dada por ocasião do nosso Batismo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, em Jesus, tu nos destes um dom precioso. Dá-me a graça de reconhecê-lo e acolhê-lo, cheio de fé, e deixar minha vida ser transformada por ele.

Vivendo a Palavra

Jesus ensina a superar preconceitos e a substituir discriminação por inclusão, ainda que surpreendendo ao próprio beneficiado como, no caso, a samaritana. Ele goza da plena liberdade de Filho do Pai Misericordioso e quer que também nós desfrutemos dela com alegria e confiança, nascidas na certeza de que somos filhos muito amados.

Recadinho


Sua vida é um testemunho público de “Jesus que passa”? - Há preocupação com o essencial ou apenas em coisas externas e secundárias? - Você busca sempre a “água” e o “pão” da vida? - Seu exemplo de vida é um testemunho de fé? - Cite um exemplo de como você anuncia que Jesus é o Redentor!
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R

Comentário do Evangelho

O DOM DE DEUS

Jesus tornou-se o dom de Deus na vida da mulher que ele encontrou junto ao poço de Siquém. A descoberta do dom divino deu-se de maneira gradativa. A reação inicial da mulher foi de rejeição, fruto de preconceitos. Ela não podia compreender como um judeu tivesse a ousadia de dirigir-se a uma samaritana, dado a inimizade histórica entre estes dois grupos.
O comentário de Jesus, diante desta negativa, despertou nela um certo interesse. A alusão à possibilidade de obter "água viva" suscitou um mal-entendido: a mulher entreviu a possibilidade de ver-se livre da obrigação de buscar água, naquele poço tão profundo. Assim, quando Jesus falou de uma água que jorra para a vida eterna, ela manifestou o desejo de obtê-la. Para isso, o Mestre colocou como condição que trouxesse consigo seu marido. Foi quando Jesus começou a penetrar na vida pessoal da samaritana, mostrando conhecê-la muito mais do que ela pensava. O Mestre manifestou seu interesse por aquela mulher desconhecida. A partir daí ela começou a se abrir para a fé. O tema da água foi substituído pela questão da adoração a Deus. De modo pedagógico e delicado, Jesus conduziu-a nos meandros da fé, a ponto de fazê-la compreender que tinha diante de si o Messias longamente esperado.
Assim que ela acolheu o dom de Deus na pessoa de Jesus, tornou-se proclamadora de sua presença como Messias salvador. E muitos acreditaram, a partir do testemunho da mulher.
Oração
Pai, em Jesus, tu nos destes um dom precioso. Dá-me a graça de reconhecê-lo e acolhê-lo, cheio de fé, e deixar minha vida ser transformada por ele.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, fonte de toda misericórdia e de toda bondade, vós nos indicastes o jejum, a esmola e a oração como remédio contra o pecado. Acolhei esta confissão da nossa fraqueza para que, humilhados pela consciência de nossas faltas, sejamos confortados pela vossa misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

REFLEXÕES DE HOJE


23 DEMARÇO – DOMINGO

VEJA AQUI MAIS HOMILIAS PARA O PRÓXIMO DOMINGO
23 de março – 3º DOMINGO DA QUARESMA
Por Celso Loraschi

I. INTRODUÇÃO GERAL

Deus é a fonte de todos os bens. Acompanha com carinho os seus filhos e filhas na caminhada desta vida. Fornece-lhes alimento e força a fim de que seu projeto de vida digna para todos se realize no mundo. É preciso caminhar com a certeza de conquistar a terra prometida por Deus, onde a justiça e a paz se abraçam. O povo de Deus não pode cair na tentação de voltar atrás e acomodar-se dentro de sistemas que exploram e matam. Deus caminha com seu povo e o liberta das opressões. Os conflitos e as dificuldades fazem parte do processo de construção de um mundo novo (I leitura). Jesus é “Deus-conosco”, a água viva que sacia a nossa sede de plenitude. Ele nos ensina o caminho de superação dos legalismos e nacionalismos que dificultam a aproximação e o diálogo entre pessoas e povos. Ele nos proporciona a possibilidade de reconhecer o rosto de Deus nas tradições e culturas diversas e, assim, adorá-lo “em espírito e verdade” (evangelho). São Paulo, na carta aos Romanos, demonstra que a fé em Deus torna a pessoa justa. Isso acontece por meio de Jesus Cristo, que entregou sua vida por amor a todos nós, pecadores (II leitura). Por ele, caminhamos na esperança que não decepciona, pois ele nos salvou gratuitamente.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1. I leitura (Ex 17,3-7): Deus caminha com seu povo

O povo de Israel caminha pelo deserto, em processo de libertação da escravidão do Egito. O tempo passa, as dificuldades aumentam. O entusiasmo dos primeiros momentos do êxodo dá lugar a reclamações. Aparece a tentação do desânimo e da volta ao regime anterior. De fato, a água é elemento essencial para a sobrevivência do povo. Como não reclamar numa situação dessas?
O povo põe-se na dependência da liderança. Jogam as dificuldades aos pés de Moisés e o condenam por tirá-los do Egito. Moisés poderia argumentar que ninguém os obrigou a sair de lá. Porém não os condena e dirige-se a Deus para expor-lhe o problema que os aflige. Deus sempre ouve a oração quando acompanhada do empenho pelo bem comum. Junto com as demais lideranças (os anciãos), Moisés testemunha a ação gratuita de Deus em favor dos que murmuram. Estes estão em processo de aprendizagem. Ao chegarem à terra prometida, organizados em tribos, saberão organizar uma sociedade nova de forma participativa e administrá-la de forma corresponsável.
A vida itinerante caracteriza-se por inseguranças, perigos, cansaços… A formação do povo de Israel deu-se num processo de caminhada, de tensões entre grupos e de descoberta de princípios orientadores para uma convivência pacífica. A utopia da terra prometida conservou-lhe a resistência e o ânimo para caminhar. Isso seria impossível sem a fé na providência divina.
A rocha representa a impossibilidade radical do ser humano de encontrar, por si só, saídas para suas crises e problemas de toda ordem. É a ilusão de achar que tudo se pode solucionar com os recursos inventados pela lógica humana. Porém, somente a fé em Deus possibilita as verdadeiras soluções que garantem vida para todos os povos. Somente a certeza de sua presença viva faz que a história humana se torne história de libertação. Deus é fonte de vida. É generosamente providente: oferece gratuitamente todos os recursos necessários à vida de seus filhos e filhas.

 2. Evangelho (Jo 4,5-42): Jesus, a água viva

Como sabemos, os samaritanos são considerados inimigos históricos dos judeus. São um povo de raça mista e possuem outra concepção religiosa. Para um judeu, ser chamado de “samaritano” era enorme ofensa. A origem dessa hostilidade remonta ao tempo da invasão assíria no Reino do Norte, em 722 a.C., quando a cidade de Samaria foi destruída e boa parte da população deportada. A região foi povoada por colonos assírios que se casaram com hebreus. Mais tarde, no período pós-exílico, o sistema religioso do templo de Jerusalém exclui os samaritanos.
Jesus passa pela região de Samaria, na cidade de Sicar (antiga Siquém), onde fora enterrado Josué, o sucessor de Moisés. Jesus está fatigado e senta-se à beira do poço que era do patriarca Jacó. Na tradição judaica, o poço representa a garantia da água oferecida por Deus ao povo, como a água jorrada da rocha durante o êxodo. O poço é figura do culto e da Lei judaica, cuja autoria era atribuída a Moisés. Da observância da Lei e do culto brotava a água viva da Sabedoria. A ideia dominante era que o poço da água viva era o próprio templo de Jerusalém.
Jesus está em caminhada. Chega ao local do poço à “sexta hora”, o que corresponde ao meio-dia. É a mesma hora em que Jesus vai ser condenado à morte (19,14). É o final de sua caminhada. Com sua morte, Jesus se torna o Caminho para todos os que o seguem. Jesus, ao sentar-se no poço, está na verdade revelando que ele mesmo é o poço da água viva. Toma o lugar da Lei, do culto, do templo… João vai dizer que Jesus, ao morrer, vai ser traspassado por uma lança e do seu lado sairão sangue e água (19,34).
A mulher representa o povo samaritano com sua tradição religiosa. Os seus “cinco maridos” são uma referência aos cinco deuses cultuados pelos antepassados (cf. 2Rs 17,29-32). Jesus oferece à mulher o verdadeiro culto, que é ele próprio. De fato, quem toma a iniciativa do diálogo é o próprio Jesus, que pede água. Corresponde à atitude do próprio Deus da aliança, que sempre busca o seu povo, apesar de suas infidelidades. A samaritana (o povo impuro e marginalizado), não os líderes religiosos de Jerusalém, reconhece Jesus como o Messias, fonte de onde jorra água para a vida eterna.
A grande novidade de Jesus é a proposta de total mudança de mentalidade com relação a Deus: ele o chama de Pai. E, como Pai de todos, não necessita de determinado lugar para ser cultuado: nem na Samaria, nem em Jerusalém. A mudança de mentalidade também significa entrar numa nova relação com o próximo, a qual derrubará as barreiras entre judeus e samaritanos. Ambos os povos poderão adorar a Deus já não com rituais fixados pela rigidez legalista, mas “em espírito e verdade”.
Sendo Deus a fonte de todo amor e de toda vida, Pai de todos os povos, deseja ser adorado de modo verdadeiro em todos os lugares. Ele busca pessoas que o adorem com lealdade. Jesus, o Filho, viveu o amor desta maneira: na fidelidade ao Pai, deixou-se conduzir pelo Espírito da Verdade. Do coração de todos os que seguem Jesus brotam rios de água viva, pois saberão amar como ele amou.

3. II leitura (Rm 5,1-2.5-8): A nova condição humana

Paulo, nos capítulos anteriores ao texto da liturgia deste domingo, procurou convencer os judeus de que a justificação se dá pela fé, sem a necessidade das obras da Lei. Percebe-se que, mesmo no interior da comunidade cristã, há pessoas de origem judaica, apegadas à tradição legalista, com dificuldades de aceitar a doutrina da graça divina.
A partir do capítulo 5, vemos Paulo debruçado sobre os traços que caracterizam uma pessoa que, pela fé em Jesus Cristo salvador, passou a ser nova criatura. Ele parte da certeza de que fomos justificados pela fé, de forma definitiva. Aceitar essa verdade é entrar numa nova condição humana conferida pela graça de Deus. O primeiro efeito desta é a paz com Deus. Podemos viver agora permanentemente sob abundantes bênçãos divinas. É um estado de bem-estar e alegria. A graça nos confere inteireza pessoal e capacidade de relacionamento fraterno com o próximo.
A paz que provém da fé e é graça de Deus, concedida plenamente em Jesus Cristo, também nos liberta do medo da condenação. Aproxima-nos de Deus de tal modo, que podemos amá-lo e glorificá-lo em tudo o que somos e fazemos. Portanto, o estado de graça nos conserva na harmonia com nós mesmos, com os outros, com a natureza e com Deus. O ser humano, assim, está revestido de imortalidade já nesta vida mortal.
O pecado já não tem poder sobre a graça. A inimizade com Deus foi definitivamente derrubada pela reconciliação que Jesus, pela sua morte, trouxe à humanidade pecadora. Essa regeneração do gênero humano o torna capaz de viver na vontade divina, na certeza da realização plena. Vive-se, então, na esperança que não decepciona. Ela firma nossos passos e não nos deixa na confusão, nem na dispersão, nem na timidez, nem no desapontamento. Ela se alicerça na certeza do amor sem limites de Deus, derramado em nossos corações pelo Espírito Santo e não por meritocracia. Tanto judeus como gentios recebem o dom da reconciliação e da paz. O amor de Deus derramado sobre todos os povos é força ativa, capaz de mudar o mundo.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

– Deus liberta o povo da escravidão do Egito. Caminha com ele pelo deserto. Mesmo quando o povo se queixa e duvida da presença de Deus, este não o condena nem o abandona. Ouve a oração de Moisés e das outras lideranças e faz nascer água da rocha. Sacia a sede do povo para que este não desanime na caminhada para a terra prometida. Essa caminhada de 40 anos é lembrada pela Igreja, de modo especial, neste tempo da Quaresma. É preciso caminhar com perseverança, confiando na presença de Deus. Ele ouve nossas preces, perdoa-nos e nos acompanha na caminhada de nossa vida. É tempo de superar os queixumes e arregaçar as mangas para que a terra que Deus nos deu seja realmente a casa de todos, conforme nos interpela a Campanha da Fraternidade, sem que ninguém seja escravizado, vendido como mercadoria ou explorado.
– Jesus tomou a iniciativa de ir ao encontro dos samaritanos, inimigos dos judeus. Estabelece um diálogo com a mulher, representante do povo da região da Samaria. Do diálogo nasce a mútua compreensão. Por meio do diálogo, Jesus se revela: ele é a fonte de água viva. Para manter a intimidade com Jesus, bebemos de sua palavra e nos alimentamos de seu corpo na eucaristia. Além de nos saciar, tornamo-nos fonte de água viva. Como fez a samaritana, tornamo-nos discípulos missionários, portadores da boa notícia da salvação de Deus para todos.
– Uma vez reconciliados com Deus, é impossível não irradiar seu amor. Assim fez são Paulo, a ponto de entregar-se totalmente como ministro da reconciliação. Muitos caminhos que o mundo moderno nos oferece dificultam a compreensão e a acolhida da graça divina e a paz entre pessoas e povos. Vivemos dispersos, divididos, confusos, inseguros, apegados aos bens materiais, à fama, ao que nos satisfaz momentaneamente… Somente a paz que vem do amor de Deus é capaz de construir a família humana e nos realizar verdadeiramente. Para isso, precisamos resgatar o valor do silêncio, da meditação da palavra de Deus, da oração pessoal, familiar e comunitária, da contemplação, do cuidado e da promoção dos direitos comuns.

Celso Loraschi
Mestre em Teologia Dogmática com Concentração em Estudos Bíblicos, professor de evangelhos sinóticos e Atos dos Apóstolos no Instituto Teológico de Santa Catarina (Itesc).
E-mail: loraschi@itesc.org.br
23 de março: 3º Domingo da Quaresma
ÁGUA VIVA PARA SEMPRE
Foi transformador o encontro de Jesus com a samaritana junto ao poço de Jacó. O encontro pessoal com Jesus, o diálogo profundo com ele sobre a sede de Deus e de vida, simbolizados pela água, permitiram à samaritana rever a própria vida e testemunhar a novidade de uma água que sacia a sede para sempre.
Num mundo em que a palavra de ordem é a autossuficiência, Jesus se mostra necessitado. Pede água a uma mulher da Samaria, terra considerada impura pelos judeus. Provoca nela a abertura à sua palavra, chamando ao encontro pessoal, ao diálogo, que é a única forma de as pessoas se conhecerem verdadeiramente. E assim faz a samaritana reconhecer-se necessitada também, não de uma água de poço, mas de algo que sacie a sede de Deus, a sede de vida eterna.
No encontro com Jesus, a samaritana é levada a rever a própria vida revendo as relações, pois a Deus não se alcança num intimismo individualista. Dá pena ver cristãos dizerem que encontraram Jesus apenas quando começaram a frequentar outras denominações cristãs. O que faltou para que tais pessoas tivessem um encontro pessoal e transformador com o Mestre? Por que, para além de doutrinas e regras, não puderam encontrar a pessoa concreta do Filho de Deus?
Um compromisso sério com Jesus é exigente e implica a construção de relações fraternas na comunidade. Exige revisão de vida, para tomarmos consciência dos nossos anseios mais profundos. Afinal, para além da sede de água, que tipo de sede buscamos saciar na vida?
Jesus é a Água Viva que mata a nossa sede de Deus. E a água que ele nos dá se torna em nós fonte de água que jorra pela eternidade. Na comunidade dos que celebram fisicamente em templos de pedra e que adoram espiritualmente na fidelidade ao Espírito Santo, somos chamados a dar ao mundo o testemunho de nossa fé, a exemplo da samaritana. Para que o próprio Espírito continue se derramando pela vida do mundo, por meio de nossa intimidade com Jesus. Uma intimidade que constrói comunidade.
Pe. Paulo Bazaglia, ssp
23 de março – 3° Domingo da Quaresma
O ENCONTRO TRANSFORMADOR
Os evangelhos estão cheios de episódios sobre pessoas que tiveram sua vida transformada para sempre ao encontrar-se com Jesus Cristo. Ter um encontro pessoal com Cristo leva a ter a certeza da cura, da libertação, da solidariedade, da salvação, de uma vida nova… Com a samaritana do evangelho deste domingo não foi diferente. O encontro com Jesus no poço de Jacó mudou radicalmente a vida dessa mulher.
É interessante observar o seu progresso na descoberta da pessoa de Cristo. Para ela, no começo, ele era somente um viajante judeu, depois se torna senhor; depois é um profeta, em seguida é oMessias; por fim, juntamente com sua gente, proclama-o salvador do mundo.
“Uma característica comum a todas estas narrações é a força transformadora que encerram e manifestam os encontros com Jesus, visto que desencadeiam um autêntico processo de conversão, comunhão e solidariedade. E um dos encontros mais significativos é o da samaritana”, como dizia João Paulo II. Tudo mudou para ela naquele dia graças ao encontro com o Senhor Jesus, que a deixou abalada a ponto de abandonar o pote de água e correr para anunciar às pessoas da aldeia a sua descoberta e a sua felicidade: “Vinde ver um homem que me disse tudo quanto fiz. Não será ele o Messias?” Por causa do seu testemunho, muitos samaritanos abraçaram a fé em Jesus e ele teve de ficar ali por dois dias.
A exemplo da samaritana, nós também nos encontramos com Jesus Cristo no nosso dia a dia, na celebração da Palavra, na oração pessoal, no trabalho, no campo ou pelas estradas, e ele se manifesta na pessoa de um amigo, de algum desconhecido… Nesses encontros, Jesus tem sempre algo para nos dizer, tem sempre orientações para nos propor que guiam a nossa vida rumo à felicidade e à plena realização. Será que esses encontros com o Senhor transformam o nosso ser? Porque, na verdade, o fato de encontrar Jesus deveria nos transformar em oferendas vivas, em testemunhas vivas de Cristo. E ser testemunha de Jesus é refletir, viver e praticar tudo que ele ensinou: o amor, o perdão, a solidariedade…
Irmãos e irmãs, este tempo da Quaresma é particularmente favorável para que cada um de nós faça um bom exame de consciência e descubra se a própria vida e conduta têm refletido o rosto amável de Jesus Cristo.
Pe. Gilbert Mika Alemick, ssp


“UMA FONTE DE ÁGUA QUE JORRA PARA A VIDA ETERNA”

Primeira Leitura: Ex 17,3-7;
Sl 94,1-2.6-7.8-9;
Segunda Leitura: Rm 5,1-2.5-8;
Evangelho: Jo 4,5-42

Situando-nos brevemente

No Ano A, a partir do terceiro domingo da Quaresma, a liturgia da Palavra assume uma vertente mais claramente batismal, acompanhando gradativamente os catecúmenos a celebrar a iniciação cristã na grande vigília Pascal, e toda a comunidade a redescobrir e renovar a graça da própria iniciação. Esta é, pois, um processo dinâmico que nos acompanha ao longo da vida, até a páscoa/passagem definitiva da morte à vida plena no Senhor, constituída por nosso “êxodo” pela morte natural.

O primeiro e o segundo domingo, nos três ciclos A, B, C, temem comum a narração de Jesus tentado no deserto e o evento de sua transfiguração: clara alusão à frágil situação humana, marcada pela original criação à imagem e semelhança de Deus, mas exposta à tentação da auto-suficiência. Deus, porém, não abandona seus filhos e os chama a recuperar aquela beleza original, através da conformação a Jesus, na sua páscoa e morte e ressurreição.
A partir do terceiro domingo, as leituras e em particular os textos do evangelho iluminam os vários aspectos do processo interior que a participação na Páscoa de Jesus, através da iniciação cristã, ativa em nós.
No diálogo com a mulher de Samaria (3º domingo), Jesus revela a si mesmo como a água viva que alimenta a existência da páscoa. Desvela que a nascente desta água perene se encontra dentro do poço profundo e obscuro da própria pessoa, pela presença e pela energia vital de seu Espírito.
O próprio Jesus é a luz: ele mesmo deixa vislumbrar a meta da vida e ilumina o caminho. Com dom do Espírito, Jesus não somente cura, no batizado, a cegueira do pecado, mas também cria nele a capacidade da visão, para enxergar a vida e avaliar as coisas, segundo a verdade de Deus (4º domingo – cura do cego de nascença).
O encontro com Jesus na fé, acolhendo com amor e confiança sua presença de amigo e sua palavra, ativa, no batizado, o princípio de vida nova, a vida segundo o Espírito, que é início de ressurreição desde o presente (5º domingo – ressurreição de Lázaro).
A Quaresma, com o dinamismo interior que se exprime na estrutura ritual, constitui um precioso itinerário espiritual. As celebrações dos domingos, com a sucessão das características próprias, desenvolvem uma pedagogia espiritual capaz de sustentar o crescimento pessoal de cada um e o caminho de toda a comunidade do povo de Deus.

Recordando a Palavra

As três leituras apresentam uma situação de vida na qual cada um pode, facilmente, reconhecer seu próprio caminho. Uma surpreendente pedagogia divina acompanha e estimula o crescimento rumo à plena libertação de toda humana ilusão.
A sede, como a fome, constitui uma das experiências mais traumáticas da vida humana. A procura para satisfazer suas exigências a transforma em potente motor que impede a pessoa a uma contínua busca, até que seja satisfeita. Nesta luta para a vida, se encontra, porém, a tentação de se apegar a tudo o que parece ar resposta imediata ou de buscar solução no passado.
Diante da aridez do deserto, Israel desconfia das promessas de deus, se queixa de insuportável fadiga e sonha com a água e a carne que o Egito lhe garantia, embora em condição de escravidão. Contudo o Deus de Israel é o Deus que constrói o futuro, não somente do passado; é o Deus da libertação, não o Deus da escravidão. Ordena a Moisés que vá para frente e promete que ele mesmo estará lá, pronto para operar novas maravilhas. “Passa adiante do povo (...). Toma a vara com que feriste o rio Nilo. Eu estarei lá, diante de ti sobre o rochedo (...). Ferirás a pedra e dela sairá água para o povo beber”. (1ª leitura: Ex 17,5-6).
Jesus estará sempre à frente dos discípulos no caminho para Jerusalém, renovando seu compromisso com a missão recebida, e pedindo aos discípulos para “segui-lo”, sem voltar atrás (cf. Lc 9,51-62). Ele está sempre diante de nós e nos convida a segui-lo.
O salmo responsorial (Sl 94) constitui a clássica reflexão sobre a peregrinação e Israel no deserto, marcada por inúmeras oportunidades de experimentar a fidelidade e a potência de Deus e por repetidos endurecimentos do coração do povo, incapaz de se abrir ao futuro de Deus. No contexto da Quaresma, este salmo constitui um convite vigoroso a valorizar este tempo de graça, como tempo rico de novas oportunidades de conversão e de crescimento na relação com  o Senhor.
Na Carta aos Romanos (2ª leitura), Paulo destaca a gratuidade da iniciativa com a qual Deus estabeleceu o conosco uma relação de autêntica renovação em Cristo Jesus, derramando nos nossos corações seu Espírito, princípio de vida nova, fundamento da esperança e penhor da plena participação em sua vida. “Por ele, só tivemos acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes, mas ainda nos ufanamos a esperança da glória de Deus. E a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,2. 5).
Jesus, em seu encontro com a mulher samaritana junto do poço de Jacó (evangelho), revela a absoluta liberdade com a qual ele se doa a todos e a cada pessoa. Ao mesmo tempo, com delicada pedagogia, ele faz a mulher passar da procura de solução insuficiente às exigências mais elementares da vida, como a água, para a atenção aos mais profundos anseios de verdade, de beleza e de vida, que estão em seu coração, escondidos dela mesma.
O próprio Jesus se faz mendicante e companheiro de procura.
“Dá-me de beber”. O gesto de proximidade guia a mulher a descer às profundidades do poço que se encontra nas entranhas de sua própria experiência. “Se conhecesse o dom de Deus e quem é aquele que te diz: ‘Dá-me de beber’, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva” (Jo 4,10). Ela, com surpresa, descobre que o sedento estrangeiro está, de fato, lhe oferecendo uma água que não se pode recolher dentro do balde e sim no coração. “Mas quem beber da água que darei, nunca mais terá sede (...). Senhor dá-me dessa água...” (Jo 4,14-15).
Tal invocação recebe, em resposta, a abertura de uma perspectiva ainda mais inesperada: participar do novo culto a Deus em Espírito e plenitude, superando toda divisão e redução aos critérios religiosos humanos: “Mas vem a hora, e é agora, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade” (Jô 4,23).
Os discípulos são conduzidos a percorrer um caminho de abertura e conversão aos critérios de Deus, parecidos com o caminho feito pela mulher da Samaria. Com estranhamento ao encontrar Jesus falando com a mulher estrangeira, porém solícitos para que o mestre com algo depois de tanta fadiga da viagem, eles são conduzidos por Jesus a mudar de horizonte: “Eu tenho um alimento para comer, que vós não conheceis (...). O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e levar a termo a sua obra” (Jo 4,32. 34).
Esta mudança de horizonte constitui a passagem/páscoa que os discípulos terão dificuldade a cumprir em si mesmos, até que o Espírito converta o coração deles e o próprio Jesus lhes abra a mente depois da ressurreição. Os discípulos, iluminados e fortalecidos pelo Espírito, conseguirão dar testemunho de Jesus, somente depois da Páscoa.
A mulher samaritana, ao contrário, parece mais disponível a deixar-se guiar pela novidade extraordinária encontrada em Jesus, e inicia imediatamente a dar testemunho dele. ‘’Muitos samaritanos daquela cidade acreditaram em Jesus, por causa da palavra da mulher que testemunhava: ‘’Ele me disse tudo o que eu fiz’’  (Jô 4, 39).
Ela se torna  a ‘’primeira evangelizadora’’, antecipando, profeticamente, o alegre anúncio da ressurreição,dado por Maria Madalena e pelas mulheres aos discípulos, na madrugada de Páscoa.

Atualizando a Palavra

A sociedade moderna se torna sempre mais secularizada e espiritualmente árida. Para muitas pessoas, Deus é o ‘’ausente’’. Uma recente análise sobre a situação da pessoa na sociedade atual destaca, todavia, que o homem contemporâneo, mesmo no drama de suas situações existenciais, espera, de maneira confusa, conhecer e encontrar o Deus dos viventes e que dá a vida. Ele sente nostalgia da presença de Deus. Sofre a sede do infinito, embora, muitas vezes, não consiga dar este nome á água que está procurando para saciar sua sede.
A nostalgia nasce das desilusões deixadas pelo que foi imaginado e seguido como ‘’deus’’, capaz de satisfazer a sede de sentido da existência, tão frágil e quase desertificada interiormente. “Em mim desfalece o meu espírito, meu coração se consome (...). A ti estendo minhas mãos, como a terra seca, anseio por ti ‘’(SL 143,4. 6).
O batismo mergulha o cristão na nascente da água viva, que continuará a fecundar toda a sua existência.
Experiência de plenitude, e simultânea urgência de uma sede insaciável, expressão de uma fé, às vezes incipiente, que cresce com o progresso do amor, e leva consigo a força para perseverar na esperança. ‘’Ao pedir à samaritana que lhe desse de beber, Jesus lhe dava o dom de crer. E, saciada sua sede de fé, lhe acrescentou o fogo do amor’’ (prefácio do domingo). A esperança, ao longo do caminho, não decepciona em sua tensão rumo à plenitude, pois ‘’o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado’’ (2º leitura, Rm 5,5).
Jesus dá testemunho do amor de Deus para com todos os homens e mulheres, qualquer que seja a condição deles. Até os ‘’samaritanos’’, os diversos, os problemáticos, os excluídos, segundo as categorias sociais e religiosas vigentes, são destinatários deste amor divino que ‘’tem sede’’ de todos e a todos oferece a possibilidade de encontrar a ‘’água que dá vida’’, aquela que no fundo, eles estão procurando mesmo em seus desvios.
Ao pedir á mulher da Samaria água para saciar sua sede, é o próprio Jesus a se aproximar, partilhando a mesma fraqueza e a mesma necessidade dela e de todo homem e mulher. Com seu gesto, desperta a consciência da samaritana para a procura mais profunda, que ela traz consigo, e acaba oferecendo à sua fé o manancial perene do Espírito que brotará dentro dela mesma (Jo 4,13-15).
‘’Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados dos fardos, e vos darei descanso. Tomais sobre vós o meu jugo e sede discípulos meus, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vós. Pois meu jugo é suave e meu fardo é leve’’ (Mt 11,28-30).
Esta mesma atitude de Jesus está no centro dos gestos e da cotidiana pregação de Papa Francisco, impelindo a Igreja inteira a  assumi-la com os homens e as mulheres do nosso tempo, para que eles possam se encontrar com o coração de Jesus. Alguns bem-pensantes ficam escandalizados, achando que assim se vai enfraquecer a força das leis da Igreja... como acontecia com Jesus.

Ligando a Palavra com a ação eucarística

Na preparação das oferendas para a Eucaristia, há um pequeno rito talvez percebido por poucos, sobretudo em seu significado simbólico. É o gesto com o qual o sacerdote derrama algumas gotas de água no cálice, misturando-as com o vinho. A água representa nossa frágil realidade humana que se abre ao Senhor, como no mistério da encarnação. O vinho e a água misturados são apresentados ao Senhor, para que, pela força vital de sua Palavra e do Espírito Santo, sejam transformados no sangue vivo de Cristo que sacia a sede de seu povo, pois é a páscoa do Senhor a nascente perene da água viva.
Jesus abre esta animadora perspectiva também para o caminho da nossa vida. Um caminho sujeito a tantas provações, tentações, fadigas e até desvios, como testemunha a dura experiência de Israel no deserto, embora já tivesse experimentado a fiel providência de Deus (1ª leitura - Ex 17,3-7).
No fundo de si próprio, porém, este incerto vagar guarda a saudade de sua nascente e de sua meta, mesmo quando acaba perdendo o contato com a nascente da água viva, para construir, com suas próprias mãos, cisternas rasgadas, atraído por projetos que se revelam inconsistentes e vazios, como lamenta o profeta Jeremias (Jr 2,5).
O salmista, porém, interpreta, com esperança, o que permanece no fundo do coração e que pode abrir novos caminhos: ‘’Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando hei de ir ver a face de Deus?’’ (Sl 42,3).
De onde estamos atingindo nossa água: do manancial do Espírito que fica jorrando dentro de nós ou das cisternas rasgadas que o mundo nos proporciona?
A sede da posse sem medida, a cobiça na exploração dos recursos ambientais estão desertificando a vida do homem, as relações entre as pessoas e os povos, ameaçando o desenvolvimento sustentável.
Ainda pior. O tráfico cruel de pessoas chupa, sem piedade, o sangue inocente das vítimas, como nos lembra a Campanha da Fraternidade de 2014. Participando do único cálice do sangue precioso de Cristo na Eucaristia, somos transformados pelo Espírito Santo no único corpo vivente de Cristo, solidários uns com os outros.

Sugestões para a celebração

Ø  A acolhida atenciosa das pessoas, ao entrarem na igreja para participar da celebração, é um ato de grande relevância humana e pastoral, a ser atuado com fé e com cuidado. Do modo como uma pessoa se sente acolhida, pode depender a qualidade de sua participação na celebração. No irmão e na irmã acolhidos, é o próprio Cristo que é acolhido. N o irmão e irmã que me acolhem é o próprio Cristo que me acolhe. Os fariseus se escandalizam com a acolhida cheia de ternura e misericórdia dos pecadores por parte de Jesus. Os discípulos ficam admirados por Ele falar com a mulher samaritana. Em Jesus, porém, cada um encontra sua casa. Assim seja em nossas comunidades e em nossas assembléias, no meio das quais está o Senhor Ressuscitado.
Ø  Evidenciar a progressiva dinâmica batismal dos próximos domingos (3,4,5), destacando como ela conduz os catecúmenos, que estão se preparando para receber os sacramentos da iniciação cristã na Vigília Pascal, a mergulharem no grande Tríduo Pascal, e a cada membro da comunidade a renovar a graça e as promessas de seu Batismo. O ato penitencial pode ser acompanhado pela benção e a aspersão da água benta, memória da água batismal.
Ø  A partir da atitude carinhosa e evangelizadora de Jesus para com a mulher samaritana, apresentar o sacramento da Reconciliação como um encontro transformador com o próprio Jesus, uma experiência de acolhida sem reserva e de renovação.
Ø  Ao renovar a proclamação da fé, hoje se pode evidenciar que o’’o senhorio’’ de Jesus, destacado com a formulação ‘’Creio em um só Senhor, Jesus Cristo’’, se exprime através do serviço de amor aos mais marginalizados e problemáticos, partilhando suas dificuldades, como fez Jesus com a mulher samaritana.
Ø  Para dar maior coerência interior à celebração, é conveniente escolher hoje a Oração Eucarística sobre Reconciliação I (Como é grande, ó Pai, vossa misericórdia-Missal página 866).
Ø  Os cantos para as celebrações quaresmais podem ser encontrados no CD da campanha da fraternidade 2014: Hino da CF 2014 e cantos para a Quaresma Ano A.

DOMINGO, 23 DE MARÇO DE 2014
Homilia do 3º Domingo da Quaresma,
por Pe. Paulo Ricardo



Chamados para amar a Deus

O Evangelho deste domingo oferece-nos a passagem da samaritana. São João relata que, “cansado da viagem, Jesus sentou-se junto ao poço [de Jacó]”, “por volta de meio-dia” e “chegou uma mulher de Samaria para tirar água”. Essa imagem evoca outros trechos do Antigo Testamento: como o ponto de encontro de Isaac e sua mulher, Rebeca [1]; de Jacó e sua esposa, Raquel [2]; e de Moisés e Sefra, filha de Raguel [3]. O poço está intimamente ligado ao amor esponsal, entre o homem e a mulher.
Lendo a passagem da samaritana a partir de um sentido místico, é possível ler Jesus que pede “Dá-me de beber” como um Esposo que sente sede das almas que desposa. Logo depois, porém, Ele revela que é Ele mesmo quem nos quer dar de beber: “Se tu conhecesses o dom de Deus e quem é que te pede: ‘Dá-me de beber’, tu mesma lhe pedirias a ele, e ele te daria água viva”. A samaritana, não compreendendo o significado profundo das palavras de Jesus, dá-lhe ocasião de explicar que o poço de água viva de que fala não é o poço de Jacó, mas Ele mesmo: “Todo aquele que bebe desta água terá sede de novo. Mas quem beber da água que eu lhe darei, esse nunca mais terá sede. E a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água que jorra para a vida eterna”. Essa “fonte de água” na alma dos que creem no Cristo é, como explica Jesus mais adiante [4], o dom do Espírito Santo.
Neste Evangelho, existe também um paralelo muito próximo com o que acontece na Cruz. Assim como Jesus se senta próximo ao poço, pedindo de beber, pendurado no madeiro da cruz, Ele diz: “Tenho sede” [5]. E assim como, depois, Ele revela ser a fonte de que brota água viva, na Cruz, de seu lado aberto, jorram sangue e água [6]. Nessas passagens, Jesus mostra ser a rocha da verdadeira água; a de Meriba, lembrada na primeira leitura de hoje [7], era apenas uma prefiguração. Mostra também ser a fonte maravilhosa que jorra do templo, profetizada por Ezequiel [8].
Aplicando tudo isso à nossa vida, somos chamados a amar a Deus. Ele tem sede do nosso amor: seja à beira do poço, onde acontece o matrimônio místico entre Cristo e a alma esposa, seja no madeiro da Cruz, onde Ele manifesta seu amor infinito por nós e nos pede que O amemos de volta. Deus tem sede de nós, rebaixa-se de modo a necessitar-Se do nosso amor. Fá-lo porque, em Seu amor, é Ele mesmo quem quer Se dar a nós: “Se tu conhecesses o dom de Deus (...), tu mesma lhe pedirias (...) e ele te daria água viva”.
Mas, como corresponder a esse grande amor divino? Precisamos entender que só Deus pode dar-nos a virtude de amá-Lo com verdadeira caridade. Por isso, é importante que Lhe peçamos essa graça, assim como o fez a samaritana: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede e nem tenha de vir aqui para tirá-la”.
Do mesmo modo que atendeu ao pedido daquela mulher – tanto que, de seu primeiro amor interesseiro, ela passa a reconhecer Jesus como o próprio Messias, abandonando o seu cântaro à beira do poço para anunciá-Lo [9] –, Ele atenderá o nosso pedido, fazendo-nos evoluir do amor dos principiantes – que começa com a luta sincera contra o pecado mortal, contra o “cavar cisternas fendidas” denunciado pelo profeta Jeremias [10] –, passar pelo amor dos mais adiantados – no combate ao pecado venial e às doenças espirituais, na busca de estar mais a sós com Deus e no amor ao próximo – até chegar, finalmente, ao amor dos perfeitos – no qual, como canta São João da Cruz, “sólo en amar es mi ejercicio”.
Por fim, bebendo de Cristo, brotarão de nós mesmos “rios de água viva”, pois Ele mesmo nos configurará a Si.
Deus quer o nosso amor. Amemo-Lo. O amor é o distintivo do cristão. Como fez a samaritana, tenhamos a coragem de abandonar os falsos ídolos e saciar a nossa sede na verdadeira fonte de água viva: Jesus.

Referências:

Cf. Gn 24, 11-14
Cf. Gn 29, 1-30
Cf. Ex 2, 15b-22
Cf. Jo 7, 37-39
Jo 19, 28
Cf. Jo 19, 34
Cf. Ex 17, 3-7
Cf. 47, 1
Cf. Jo 4, 28
Cf. 2, 13
23.03.2014
3º Domingo da Quaresma
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A voz do pastor
3º Domingo da Quaresma
Domingo 23/03/2014
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HOMILIA
O DESEJO DA ETERNIDADE
À samaritana e a todos os que de alguma forma se reconhecem em sua situação, Jesus faz uma proposta radical no Evangelho deste domingo: buscar outra «água», dar um sentido e um horizonte novo à própria vida. Um horizonte eterno! «A água que eu lhe darei se converterá nela em fonte de água que brota para a vida eterna.» Eternidade é uma palavra que caiu em «desuso». Converteu-se em uma espécie de tabu para o homem moderno. Crê-se que este pensamento pode afastar do compromisso histórico concreto para mudar o mundo, que é uma evasão, um «despertar no céu os tesouros destinados à terra», dizia Hegel.
Mas qual é o resultado? A vida, a dor humana, tudo se torna imensamente mais absurdo. Perdeu-se a medida. Se na nossa vida faltar a visão da eternidade, todo sofrimento, todo sacrifício parece absurdo, desproporcionado, nos «desequilibra», derruba-nos. São Paulo escreveu: «A leve tribulação de um momento nos produz, sobre toda medida, um pesado caudal de glória eterna». Em comparação com a eternidade da glória, o peso da tribulação lhe parece «leve» (a ele, que sofreu tanto na vida!) precisamente porque é «passageiro». Com efeito, acrescenta:
«As coisas visíveis são passageiras, mas as invisíveis são eternas» (2 Cor 4, 17-18). Já para o filósofo Miguel de Unamuno, dizia a um amigo que reprovava, como se fosse orgulho ou presunção, sua busca de eternidade, respondia nestes termos: «Não digo que mereçamos um mais além, nem que a lógica o demonstre; digo que precisamos, mereçamos ou não, simplesmente. Digo que o que passa não me satisfaz, que tenho sede de eternidade, e que sem esta tudo me é indiferente. Sem ela, já não existe alegria de viver... É fácil demais afirmar: ‘Devemos viver, devemos conformar-nos com esta vida’. E os que não se conformam?». Não é que quem deseja a eternidade mostra que não ama a vida, mas sim quem não a deseja, dado que se resigna tão facilmente ao pensamento de que aquela deva terminar.
Seria um enorme lucro, não só para a Igreja, mas também para a sociedade, redescobrir o sentido de eternidade. Ajudaria a reencontrar o equilíbrio, a relativizar as coisas, a não cair no desespero diante das injustiças e a dor que há no mundo, ainda lutando contra elas. A viver menos freneticamente.
Na vida de cada pessoa, houve um momento em que se teve certa intuição da eternidade, ainda que confusa. Devemos estar atentos para não buscar a experiência do infinito nas drogas, no sexo desenfreado e em outras coisas nas quais, no final, só permanece a desilusão e a morte. «Todo aquele que beber desta água voltará a ter sede», disse Jesus à samaritana. Deve-se buscar o infinito no alto, não no que é baixo; acima da razão, não por abaixo dela, nas ebriedades irracionais.
Está claro que não basta saber que a eternidade existe; é preciso também saber o que fazer para alcançá-la. Perguntar-se, como o jovem rico do Evangelho: «Mestre, o que devo fazer para ter a vida eterna?». Leopardi, na poesia O Infinito, fala de uma cerca que oculta da vista o último horizonte. Qual é, para nós, esta cerca, este obstáculo que nos impede de olhar para o horizonte último, para o eterno? A samaritana, aquele dia, compreendeu que devia mudar algo em sua vida se desejava obter a «vida eterna», porque em pouco tempo a encontramos transformada em uma evangelizadora que relata a todos, sem hesitar, o que Jesus lhe disse: «Ele disse-me tudo o que eu fiz.».
Fonte Homilia Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
HOMILIA DIÁRIA
Jesus é a fonte da água viva!
Jesus é a água viva, quem d’Ele bebe jamais terá sede! Jesus nos sacia dessa sede de eternidade que nós temos e preenche os vazios da nossa alma e do nosso coração.
”Todo aquele que bebe desta água terá sede de novo. Mas quem beber da água que eu lhe darei, esse nunca mais terá sede. E a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água que jorra para a vida eterna” (João 4, 13-14).


O relato do Evangelho de hoje nos mostra o encontro de Jesus com a samaritana, junto ao posto de Jacó. Relato lindo, maravilhoso, cheio de ensinamentos profundos para a nossa vida! Vamos hoje nos deter em um ponto importante: a água que essa mulher vai buscar na fonte.
Como nós precisamos da água, como a água para nós é o símbolo grande da vida, a nossa vida é preenchida pela água, o nosso corpo, o mundo em que nós habitamos! É  impossível pensar na vida sem pensar na água, talvez queiramos viver a vida e não dar tanta importância para ela, mas só existe vida onde a água está. Se a água seca, a vida também seca, por isso, essa mulher vai ao poço, ela vai ali todos os dias buscá-la [água].
Mas, é porque temos a água em nossas casas, tudo canalizado e a água chega com a abundância e nós, muitas vezes, não damos significado e valor a essa beleza da natureza, esse dom, esse presente do céu que significa  para nós.
Entre tantas coisas importantes que a água pode significar, ela é o símbolo da pureza; a água cristalina, pura, límpida; essa água nos lava, cai no nosso corpo, a água com a qual a mamãe lava seu filho,  seu bebê, dá banho nele, é a mesma água que irá nos lavar a vida inteira e não vai permitir que o nosso corpo caminhe em meio a essa terra e seja tomado pelas impurezas e sujeiras deste mundo.
Que dom maravilhoso, que dom precioso é a água! A água, que se faz presente em nosso batismo, como símbolo e como dom do Espírito Santo, a água derramada em nossa cabeça nos purifica e nos lava dos nossos pecados, a água do próprio Espírito, a água que nos redime e faz de nós criaturas novas.
Nesta Quaresma nós precisamos de um banho nessa fonte de água viva, que é o próprio Jesus; Ele vem para nos salvar e nos purificar. E um outro dom maravilhoso da água é que ela sacia a nossa sede. “Dá-me de beber”, diz Jesus.
Essa mulher foi, muitas vezes, buscar essa água para beber, da qual ela bebeu e saciou sua sede, mas você sabe que nós bebemos da água, ela sacia nossa sede momentânea, mas a sede depois volta e nós até, muitas vezes, cansados, ou querendo coisas mais práticas, substituímos água por refrigerante, por sucos, na tentativa de que outras coisas saciem mais a nossa sede.
A nossa alma tem uma sede muito mais profunda, nós temos uma sede de satisfação, nós temos uma sede de realização, nós temos uma sede de eternidade; nós temos sede de coisas mais profundas! Vamos nos preenchendo com coisas momentâneas, vamos nos preenchendo com coisas deste mundo, vamos saciando nossa sede com aquilo que, na verdade, cria um buraco maior dentro de nós e nos deixa ainda mais sedentos.
Jesus é a água viva, quem d’Ele bebe jamais terá sede! Jesus nos sacia dessa sede de eternidade que nós temos, Ele preenche os vazios da nossa alma e do nosso coração e dá sentido à nossa resistência. Que nós também hoje possamos ir ao “poço de Jacó” buscar essa água, que nos lava e sacia a nossa sede!
Que Deus abençoe você!
LEITURA ORANTE

Jo 4,5-42 - O encontro com a Samaritana



Preparo-me para a oração, rezando com todos os internautas:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo.
Trindade Santíssima
- Pai, Filho, Espírito Santo,
presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser,
 
eu vos adoro, amo e agradeço.
E invoco o Espírito Santo para que me ilumine na Leitura Orante:
Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis.
E acendei neles o fogo do vosso amor.
- Enviai, Senhor, o vosso Espírito e tudo será criado.
- E renovareis a f
ace da terra.
Oremos:
Ó Deus, que instruistes os corações dos fiéis com as luzes do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito e  gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo
Senhor nosso. Amém.

1. Leitura (Verdade)
- O que a Palavra diz?
Começo lendo atentamente o texto do dia,  na minha Bíblia : Jo 4,5-42.
Chegou, pois, a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, perto da propriedade que Jacó tinha dado a seu filho José. Havia ali a fonte de Jacó. Jesus, cansado da viagem, sentou-se junto à fonte. Era por volta do meio-dia. Veio uma mulher da Samaria buscar água. Jesus lhe disse: "Dá-me de beber!" Os seus discípulos tinham ido à cidade comprar algo para comer. A samaritana disse a Jesus: "Como é que tu, sendo judeu, pedes de beber a mim, que sou uma mulher samaritana?" De fato, os judeus não se relacionam com os samaritanos. Jesus respondeu: "Se conhecesses o dom de Deus e quem é aquele que te diz: 'Dá-me de beber', tu lhe pedirias, e ele te daria água viva". A mulher disse: "Senhor, não tens sequer um balde, e o poço é fundo; de onde tens essa água viva? Serás maior que nosso pai Jacó, que nos deu este poço, do qual bebeu ele mesmo, como também seus filhos e seus animais?" Jesus respondeu: "Todo o que beber desta água, terá sede de novo; mas quem beber da água que eu darei, nunca mais terá sede, porque a água que eu darei se tornará nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna". A mulher disse então a Jesus: "Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem tenha de vir aqui tirar água"... Senhor, vejo que és um profeta! Os nossos pais adoraram sobre esta montanha, mas vós dizeis que em Jerusalém está o lugar em que se deve adorar". Jesus lhe respondeu: "Mulher, acredita-me: vem a hora em que nem nesta montanha, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis. Nós adoramos o que conhecemos, pois a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora, e é agora, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade. Estes são os adoradores que o Pai procura. Deus é Espírito, e os que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade". A mulher disse-lhe: "Eu sei que virá o Messias (isto é, o Cristo); quando ele vier, nos fará conhecer todas as coisas". Jesus lhe disse: "Sou eu, que estou falando contigo".... Muitos samaritanos daquela cidade acreditaram em Jesus por causa da palavra da mulher que testemunhava: "Ele me disse tudo o que eu fiz". Os samaritanos foram a ele e pediram que permanecesse com eles; e ele permaneceu lá dois dias. Muitos outros ainda creram por causa da palavra dele, e até disseram à mulher: "Já não é por causa daquilo que contaste que cremos, pois nós mesmos ouvimos e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo".

Neste  encontro,  Jesus conversa com uma mulher da Samaria. Ela própria se surpreende, porque os judeus não falavam com os samaritanos, a quem tratavam com hostilidade. O maravilhoso diálogo se desenvolve num jogo de pedir e recusar para chegar ao grandioso "dom de Deus". Falam de água do poço e da água viva, falam da vida familiar, falam da salvação, de culto, até que Jesus se apresenta claramente: "O Messias sou eu que estou falando contigo". Chegaram os discípulos e a mulher foi dizer aos seus vizinhos que encontrara o Messias. Com seu testemunho e também porque escutaram o Mestre, muitos creram nele.

2. Meditação (Caminho)
- O que a Palavra diz para mim?

Como são meus diálogos com Jesus?
Os bispos, na Conferência de Aparecida, disseram: "A admiração pela pessoa de Jesus, seu chamado e seu olhar de amor despertam uma resposta consciente e livre desde o mais íntimo do coração do discípulo, uma adesão de toda sua pessoa ao saber que Cristo o chama por seu nome (cf. Jo 10,3). É um “sim” que compromete radicalmente a liberdade do discípulo a se entregar a Jesus, Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6). É uma resposta de amor a quem o amou primeiro “até o extremo” (cf. Jo 13,1). A resposta do discípulo amadurece neste amor de Jesus: “Te seguirei por onde quer que vás” (Lc 9,57)." (DAp 136).

3. Oração (Vida)
- O que a Palavra me leva a dizer a Deus?
Rezo com toda a Igreja a
Oração da Campanha da Fraternidade de 2014
Ó Deus, sempre ouvis o clamor do vosso povo
e vos compadeceis dos oprimidos e escravizados.
Fazei que experimentem a libertação da cruz
e a ressurreição de Jesus.
Nós vos pedimos pelos que sofrem
o flagelo do tráfico humano.
Convertei-nos pela força do vosso Espírito,
e tornai-nos sensíveis às dores destes nossos irmãos.
Comprometidos na superação deste mal,
vivamos como vossos filhos e filhas,
na liberdade e na paz.
Por Cristo nosso Senhor.
Amém!

4. Contemplação(Vida/ Missão)
- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu olhar de contemplação é um olhar de conversão que cancela tudo aquilo que em minha vida é acomodação, indiferença, omissão, como evitar as pessoas que precisam de mim. Que Deus abençoe este meu propósito.

nção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.

- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz
. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém
.

Ir. Patrícia Silva, fsp
 Oração Final
Pai Santo, que nós façamos o bem sem discriminações. Livra-nos, Pai amado, de julgamentos, condenações, exclusões de irmãos por quaisquer razões que sejam. Queremos amar a todos, como somos amados por Ti e pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.