quinta-feira, 28 de junho de 2012

O Terço - Mistérios Dolorosos - Terça-feira e Sexta-Feira.


Terço do Rosário: Mistérios Dolorosos 


 

São Pedro e São Paulo Apóstolos - 29 de Junho


Hoje a Igreja do mundo inteiro celebra a santidade de vida de São Pedro e São Paulo apóstolos. Estes santos são considerados "os cabeças dos apóstolos" por terem sido os principais líderes da Igreja Cristã Primitiva, tanto por sua fé e pregação, como pelo ardor e zelo missionários.Pedro, que tinha como primeiro nome Simão, era natural de Betsaida, irmão do Apóstolo André. Pescador, foi chamado pelo próprio Jesus e, deixando tudo, seguiu ao Mestre, estando presente nos momentos mais importantes da vida do Senhor, que lhe deu o nome de Pedro. Em princípio, fraco na fé, chegou a negar Jesus durante o processo que culminaria em Sua morte por crucifixão. O próprio Senhor o confirmou na fé após Sua ressurreição (da qual o apóstolo foi testemunha), tornando-o intrépido pregador do Evangelho através da descida do Espírito Santo de Deus, no Dia de Pentecostes, o que o tornou líder da primeira comunidade. Pregou no Dia de Pentecostes e selou seu apostolado com o próprio sangue, pois foi martirizado em uma das perseguições aos cristãos, sendo crucificado de cabeça para baixo a seu próprio pedido, por não se julgar digno de morrer como seu Senhor, Jesus Cristo.
Escreveu duas Epístolas e, provavelmente, foi a fonte de informações para que São Marcos escrevesse seu Evangelho.
Paulo, cujo nome antes da conversão era Saulo ou Saul, era natural de Tarso. Recebeu educação esmerada "aos pés de Gamaliel", um dos grandes mestres da Lei na época. Tornou-se fariseu zeloso, a ponto de perseguir e aprisionar os cristãos, sendo responsável pela morte de muitos deles.
Converteu-se à fé cristã no caminho de Damasco, quando o próprio Senhor Ressuscitado lhe apareceu e o chamou para o apostolado. Recebeu o batismo do Espírito Santo e preparou-se para o ministério. Tornou-se um grande missionário e doutrinador, fundando muitas comunidades. De perseguidor passou a perseguido, sofreu muito pela fé e foi coroado com o martírio, sofrendo morte por decapitação.
Escreveu treze Epístolas e ficou conhecido como o "Apóstolo dos gentios".
São Pedro e São Paulo, rogai por nós!

São Pedro e São Paulo

Apóstolos
+ século I

A solenidade de são Pedro e de são Paulo é uma das mais antigas da Igreja, sendo anterior até mesmo à comemoração do Natal. Já no século IV havia a tradição de, neste dia, celebrar três missas: a primeira na basílica de São Pedro, no Vaticano; a segunda na basílica de São Paulo Fora dos Muros e a terceira nas catacumbas de São Sebastião, onde as relíquias dos apóstolos ficaram escondidas para fugir da profanação nos tempos difíceis.
E mais: depois da Virgem Santíssima e de são João Batista, Pedro e Paulo são os santos que têm mais datas comemorativas no ano litúrgico. Além do tradicional 29 de junho, há: 25 de janeiro, quando celebramos a conversão de São Paulo; 22 de fevereiro, quando temos a festa da cátedra de São Pedro; e 18 de novembro, reservado à dedicação das basílicas de São Pedro e São Paulo.
Antigamente, julgava-se que o martírio dos dois apóstolos tinha ocorrido no mesmo dia e ano e que seria a data que hoje comemoramos. Porém o martírio de ambos deve ter ocorrido em ocasiões diferentes, com são Pedro, crucificado de cabeça para baixo, na colina Vaticana e são Paulo, decapitado, nas chamadas Três Fontes. Mas não há certeza quanto ao dia, nem quanto ao ano desses martírios.
A morte de Pedro poderia ter ocorrido em 64, ano em que milhares de cristãos foram sacrificados após o incêndio de Roma, enquanto a de Paulo, no ano 67. Mas com certeza o martírio deles aconteceu em Roma, durante a perseguição de Nero.
Há outras raízes ainda envolvendo a data. A festa seria a cristianização de um culto pagão a Remo e Rômulo, os mitológicos fundadores pagãos de Roma. São Pedro e são Paulo não fundaram a cidade, mas são considerados os "Pais de Roma". Embora não tenham sido os primeiros a pregar na capital do império, com seu sangue "fundaram" a Roma cristã. Os dois são considerados os pilares que sustentam a Igreja tanto por sua fé e pregação como pelo ardor e zelo missionários, sendo glorificados com a coroa do martírio, no final, como testemunhas do Mestre.
São Pedro é o apóstolo que Jesus Cristo escolheu e investiu da dignidade de ser o primeiro papa da Igreja. A ele Jesus disse: "Tu és Pedro e sobre esta pedra fundarei a minha Igreja". São Pedro é o pastor do rebanho santo, é na sua pessoa e nos seus sucessores que temos o sinal visível da unidade e da comunhão na fé e na caridade.
São Paulo, que foi arrebatado para o colégio apostólico de Jesus Cristo na estrada de Damasco, como o instrumento eleito para levar o seu nome diante dos povos, é o maior missionário de todos os tempos, o advogado dos pagãos, o "Apóstolo dos Gentios".
São Pedro e são Paulo, juntos, fizeram ressoar a mensagem do Evangelho no mundo inteiro e o farão para todo o sempre, porque assim quer o Mestre.

Santos Pedro e Paulo

Comemoramos no dia 29 de Junho o dia dedicado ao príncipe dos Apóstolos e primeiro Papa da Igreja, São Pedro. Esta festa foi instituída por volta do século IV, antes mesmo de ser definida a data atual do natal. Ele era um pescador, e seu nome originalmente era Simão, filho de Jonas e irmão de André. Mas Jesus mudou-lhe o nome para Pedro que significa pedra, pois ele seria a rocha forte sobre a qual Jesus edificaria sua Igreja. Por isso comprovadamente ele foi o primeiro Papa da Igreja Católica Apostólica Romana. Morreu crucificado como Jesus, mas de cabeça para baixo, pois não se achava digno de morrer de maneira igual ao mestre.

São Pedro, primeiro Papa 

Pontificado - c. 30 a 67

Comemoração litúrgica:  29 de junho (*)

Também nesta data:  São Paulo ,  Santa Judite e Santa Ema

* Caindo em dia da semana,  a comemoração de S. Pedro e S. Paulo é festejada no Domingo subseqüente (Dia do Papa).

Quem é que não conhece a  vida de São Pedro, daquele pescador da Galiléia, escolhido por Nosso Senhor para ser o primeiro Apóstolo? São Pedro, forte na fé, dedicado ao Divino Mestre a  ponto de querer  defendê-lo com a espada!  São Pedro que, fraco na tentação, negou o Mestre, mas pela contrição se  levantou e  por Jesus  foi nomeado chefe da Igreja! Não é tanto que  a  vida de São Pedro que hoje se nos apresenta, senão mais o seu pontificado.
Na primeira  vocação do Apóstolo, Jesus o fitou e  disse: " Tu és Simão, filho de Jona; serás chamado " Cefas", que quer dizer Pedro, isto é, pedra".  (Jo I, 42). Essa  mudança de nome  é significativa. Jesus  mesmo deu a explicação desse nome, quando em Cesaréia de Filipe disse: "... Tu és Pedro, e sobre esta pedra  edificarei a  minha Igreja e  as portas  do inferno não prevalecerão contra ela.  Dar-te-ei as  chaves do reino dos céus;  tudo que ligares na terra, será ligado nos céus; e tudo que desligares na terra será desligado nos céus". (Mt. 16, 18).
Noutras palavras Jesus anuncia, entre outras cousas: que Pedro é a rocha inabalável, que serve de  fundamento à Igreja; na mesma recebe o supremo poder e a ela são entregues as chaves do céu.
Depois da gloriosa Ressurreição, da pesca milagrosa, do repasto misterioso na praia do lago Genesaré, Jesus dirigiu-se a Pedro, perguntando-lhe: "Simão, filho de Jonas, amas-me mais que estes?" Ele respondeu:  "Sim, Senhor, sabeis que vos amo". Jesus disse-lhe: "Apascenta os meus cordeiros". (Jo. 21,16 - 17). Com estas palavras Pedro foi pelo divino Mestre instituído pastor do seu rebanho.
Assim São Pedro o compreendeu, e pelos Apóstolos foi reconhecido Chefe da Igreja. Logo depois da Ascensão de Jesus  Cristo, Pedro propôs a eleição de um substituto de Judas. Na festa de Pentecostes, Pedro  tomou a palavra e  falou com tanta convicção e tanto poder, que no mesmo dia  três mil judeus pediram o batismo. Foi Pedro também o  primeiro que  com grandes milagres confirmou a verdade da fé, que pregava. Ao pobre paralítico que, sentado na porta do templo, lhe pediu esmola,  disse o Apóstolo: "Prata e ouro não possuo, mas o que tenho te dou: Em nome de Jesus  de Nazaré, levanta-te e anda".
No mesmo momento o paralítico se levantou e andou. Além destes Pedro operou ainda muitos milagres. Doentes que lhe tocavam  a  orla do manto, ou se lhe colocavam na sombra, ficaram curados. As autoridades  do templo do templo quiseram proibir a  Pedro a  pregação da nova doutrina. Este, por'm,  respondeu: "É preciso obedecer a  Deus de  preferência aos homens". Assim, Pedro pregou o Evangelho com toda a franqueza, não temendo cárcere e  açoites. Foi também o primeiro  dos Apóstolos que pregou aos gentios, como prova a conversão de  Cornélio.
É difícil resumir em poucas  palavras  o que o grande Apóstolo fez pela propagação da santa fé. Atravessou toda a Palestina, pregou e fez milagres estupendos, onde quer que chegasse. Curou instantaneamente a  Enéas  da  paralisia, de que sofria  havia oito anos;  chamou à vida a Tabitha, ordenou sacerdotes e sagrou bispos. Fixou residência em Antioquia, onde permaneceu durante sete anos. Preso por ordem de Herodes em Jerusalém, foi por um anjo libertado da prisão. Depois disto se dirigiu a  Roma, a sede da idolatria. De lá mandou missionários  para a França, Espanha, Sicília e Alemanha. Nove anos depois, sendo expulso de Roma, voltou a Jerusalém, onde pouco tempo ficou,  para procurar  outra vez a  capital do império. Em Roma vivia um grande  feiticeiro chamado Simão. Tendo muito prestígio entre os romanos e sendo protegido de Nero, marcou um dia em que,  para comprovar a  verdade da sua doutrina,  diante de  todo o povo ia elevar-se ao céu. Chegou o dia determinado e Simão de fato subiu aos ares. Pedro  fez o exorcismo e  ordenou aos maus espíritos que se afastassem, e Simão caiu de  uma altura considerável, fraturando as pernas.  Este  fato abriu os olhos a muita  gente,  que em seguida muitos  vieram pedir  o Sacramento do Batismo. Mas serviu este  fato também para que se desencadeasse uma furiosa tempestade contra a jovem Igreja.
O Imperador  Nero atiçava as  paixões contra os cristãos. Pedro  conservara-se  algum tempo escondido da sanha do tirano e  projetara a  fuga de Roma. Saindo da  cidade - assim conta a lenda - teve uma visão. Viu diante de si o divino Mestre. "Senhor, para onde ides?" perguntou-lhe o Apóstolo. " A Roma, para ser crucificado outra vez",  respondeu Jesus. Pedro  compreendeu o sentido das palavras e voltou para trás. Foi preso e  levado ao cárcere mamertino, onde se achava também São Paulo.
A prisão durou oito meses. Nesse meio tempo, São Pedro converteu os carcereiros Martiniano e  Processo, que, com mais  quarenta e oito neo-cristãos, sofram o martírio. Escreveu duas Epístolas,que são as  primeiras cartas pastorais dirigidas à Cristandade.
Condenado à morte, São Pedro  foi, como o  divino Mestre, cruelmente açoitado e  em seguida levado à colina vaticana para ser crucificado. Estando tudo pronto para a execução, São Pedro pediu aos algozes que o pregassem na cruz com a cabeça para baixo, porque se achava indigno de  morrer como o divino Mestre. Assim morreu o primeiro Papa da Igreja Católica. No lugar do suplício foi mais tarde edificada a  Basílica de  São Pedro. Os restos mortais do Príncipe dos Apóstolos e  primeiro Papa se acham na mesma Basílica.

Reflexões:
São Paulo  é chamado o Apóstolo dos  Gentios. realmente é admirável sua atividade na propagação da fé. De perseguidor de  Jesus  Cristo fez-se um Apóstolo da Igreja, um missionário, o modelo dos missionários  de todos os tempos. As Epístolas de São Paulo dão-nos uma imagem nítida das suas lutas, dificuldades, provações e tribulações de toda a sorte. Mas em tudo venceu o amor a Jesus, a Jesus crucificado. São Paulo é um gigante no amor ao Salvador. "Jesus é minha vida", confessa ele, e para Jesus não havia trabalho que não fizesse, dificuldade que não vencesse. No fim da vida, pôde, em verdade, dizer: "Combati o  bom combate, terminei a carreira e conservei a fé". Para que possamos afirmar a mesma coisa, é preciso que imitemos o grande Apóstolo no imenso amor a  Jesus e à Santa Igreja. É preciso que com ele, sacrifiquemos a nossa carne., demos desprezo ao mundo, tenhamos amor aos nossos irmãos, sejamos castos e  puros, e da nossa vida façamos um hino de louvor a Deus. Destarte, seremos herdeiros da coroa, que nos dará o justo juiz no dia da recompensa. 

São Pedro e São Paulo
NascimentoNo séc. I
Local nascimentoBetsaida
OrdemApóstolos de N.S. Jesus Cristo
Local vidaCom Jesus pregando
EspiritualidadeNeste dia a Santa Igreja comemora as duas grandes colunas da Igreja nascente: São Pedro, Príncipe dos Apóstolos e Vigário de Jesus Cristo, e São Paulo, o Apóstolo dos Gentios. Sabemos por aqueles Evangelhos que Pedro era Galileu, que vivia em Betsaida, que estava casado, era pescador e irmão do Apóstolo São André. Portava o nome de Simão, porém o Senhor, em ao primeiro encontro a qual teve com a ele, disse-lhe que se chamaria Cefas, que em aramaico significa "pedra" e que, na forma espanhola, mudou até converter-se para Pedro. Pedro, o primeiro Papa, apesar de ter negado a Jesus três vezes, foi sempre o entusiasta pelo Cristo e pela sua missão. Foi assim que aprendeu a servir e não a ser servido. Apesar de distinguido pelo Cristo, após a tríplice profissão de amor, continuou com seu temperamento impulsivo, mas humildemente apegado ao Mestre. Depois de Pentecostes, foi o primeiro a falar ao povo. Também foi ao Templo para rezar, e aí fez o milagre pela fé em Jesus ressuscitado. Falou às autoridades do Templo. Julgou a Ananias e Safira. Visitou as diversas comunidades e decidiu que a Igreja devia ocupar-se também dos gentios, recebendo os não-judeus. Depois do Concílio de Jerusalém, pelos idos de 49, pouco se ouve falar, nos Atos dos Apóstolos, desse príncipe, dessa Pedra, que é Pedro. Sabemos, pela história, que foi Bispo de Roma. E a ele se atribuem duas Cartas preciosas, do Novo Testamento. São Paulo entra em cena por ocasião da morte do diácono Estevão. Daí por diante, podemos acompanhá-lo passo a passo em suas viagens de evangelização e, também, pelos Atos dos Apóstolos e pelas 14 Epístolas ou cartas, dirigidas às comunidades cristãs de ontem e de hoje. A "paixão" de São Pedro teve local em Roma, durante o reinado de Nero. De acordo com uma antiga tradição, encerraram Pedro no presídio Mamertina, onde agora encontra-se a Igreja de São Pietro em Cárcere. Morreu crucificado de cabeça para baixo, a pedido do próprio Pedro, quando iriam crucificá-lo igual a Jesus. É impossível resumir tudo o que São Paulo fez em favor do cristianismo em todos os tempos. Uns, o apresentam como o maior promotor da liberdade do cristianismo. Outros, como autor da síntese mais completa do mistério de Cristo. E ninguém consegue resumir a grandeza e a sublimidade de sua pessoa. São Paulo, é o "Apóstolo dos Gentios" e Protetor da família Paulina. Não somente possuímos um análise exterior de seus feitos, proporcionado por seu discípulo São Lucas nos Atos dos Apóstolos, como contamos com as revelações íntimas de suas cartas, que se bem que tinham o propósito de beneficiar aos destinatários, refletem também sua alma. Em sua terceira viagem, entre os anos 52 e 56, logo após atravessar Galácia, retrocedeu o caminho para Macedônia onde embarcou para fazer uma quinta visita a Jerusalém. Em Éfeso, ocorreu o distúrbio promovido por Demétrio, o platero e do talhador, quando as prédicas de Paulo arruinaram as lucrativos transações dos mercadores na compra e venda das imagens da deusa Diana. Em Jerusalém foi recebido de maneira indigna e realizou uma grande comoção popular, quando o Apóstolo fez uma visita ao Templo. Ali foi detido, maltratado, preso. Seu cativeiro em Cesárea durou dois anos. Vendo que não encontravam provas contra ele e que Paulo exigiu seus direitos de cidadão romano, sua causa foi vista pelo próprio imperador, Nero. Parece que em seguida ao julgamento foi posto em liberdade. Realizou então uma quarta viagem. A Tradição diz que a Paulo condenaram-no cortando-lhe a cabeça, em um lugar da Via Ostiense chamado Aquae Salviae (a atual Tre Fontane) perto do local onde hoje se levanta a basílica de São Paulo e onde se venera a tumba do Apóstolo. É crença comum dizer que São Paulo foi executado no mesmo dia e ano que São Pedro.
Local morteRoma
MorteNo séc. I
Fonte informaçãoOs santos de cada dia
OraçãoSenhor, Deus Todo-Poderoso, pela intercessão dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, eu vos peço que envieis o Espírito Santo para que me defenda de todos os perigos, me ilumine o entendimento e me leve a conhecer a verdade de Vossa doutrina. Por Nosso Senhor Jesus Cristo na unidade do Espírito Santo. Amém.
DevoçãoÀ evangelização
PadroeiroDos apóstolos, chaves da casa e longevidade
Outros Santos do diaMarcelo e Anastácio (mártires); Ciro, Cássio (bispos); Benta, Ema de Gurk (virgem); Maria, mãe de Marcos; Coca (abade).
FONTE: ASJ



São Pedro




São Pedro
1º papa
Nome de nascimentoSimão Pedro
NascimentoBetsaidaca. 1 a.C.
Eleição53 d.C.
Fim do pontificado67 d.C.
MorteRoma67 (67 anos)
SucessorSão Lino
Dia consagrado29 de junho
São Pedro (Papa)
Dürer-Petrus.jpg
São Pedro e as Chaves do Reino dos Céus
PapaPrincípe dos Apóstolos, Kepha (que quer dizer Rocha) e Pescador de Homens
Nascimento? 1 ano a.C em Betsaida
Morte67 d.C em Roma
Veneração porToda a Cristandade
PrincipaltemploBasílica de São Pedro,Vaticano
Festa litúrgica29 de junho
Atribuiçõesduas chavescruz invertida, rede de pescador
Padroeiro:dos Papas e dos pescadores
"E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus."[1]

Jesus (Evangelho de São Mt. 16. 18-19)
São Pedro (do grego: Πέτρος, Pétros, "pedra", "rocha";[2]Betsaidaséculo I a.C., — Roma, cerca de 67 d.C.)[3] foi um dos dozeapóstolos de Jesus Cristo, segundo o Novo Testamento e, mais especificamente, os quatro Evangelhos. Os católicos consideram Pedro como o primeiro Bispo de Roma[4][5], sendo por isso o primeiro Papa da Igreja Católica.

Nome e importância


SegundoBíblia, seu nome original não era Pedro, mas Simão. Nos livros dos Atos dos Apóstolos e na Segunda Epístola de Pedro, aparece ainda uma variante do seu nome original, Simeão. Cristo mudou seu nome para כיפא, Kepha (Cefas em português, como em Gálatas 2:11), que em aramaico significa "pedra", "rocha", nome este que foi traduzido para o grego como Πέτρος,Petros, através da palavra πέτρα, petra, que também significa "pedra" ou "rocha", e posteriormente passou para o latim comoPetrus, também através da palavra petra, de mesmo significado.
A mudança de seu nome por Jesus Cristo, bem como seu significado, ganham importância de acordo com a Igreja Católica em Mt16, 18, quando Jesus diz: "E eu te declaro: tu és Kepha e sobre esta kepha edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão nunca contra ela." Jesus comparava Simão à rocha.[6] Pedro foi o fundador, junto com São Paulo, da Igreja de Roma, sendo-lhe concedido o título de Príncipe dos Apóstolos. Esse título é um tanto tardio, visto que tal designação só começaria a ser usada cerca de um século mais tarde, suplementando o de Patriarca (agora destinado a outro uso). Pedro foi o primeiro Bispo de Roma. Essa circunstância é importante, pois daí provém a primazia do Papa e da diocese de Roma sobre toda a Igreja Católica; posteriormente esse evento originaria os títulos "Apostólica" e "Romana".

Dados biográficos


Antes de se tornar um dos doze discípulos de Cristo, Simão era pescador. Teria nascido em Betsaida e morava em Cafarnaum. Era filho de um homem chamado João ou Jonas e tinha por irmão o também apóstolo André. Simão e André eram "empresários" da pesca e tinham sua própria frota de barcos, em sociedade com TiagoJoão e o pai destes, Zebedeu[7].
Pedro era casado e tinha pelo menos um filho [8]. Sua esposa era de uma família rica e moravam numa casa própria, cuja descrição é muito semelhante a uma vila romana[9], na cidade "romana" de Cafarnaum[10].
Segundo o relato em Lucas 5:1-11, no episódio conhecido como "Pesca milagrosa", Pedro teria conhecido Jesus quando este lhe pediu que utilizasse uma das suas barcas, de forma a poder pregar a uma multidão de gente que o queria ouvir. Pedro, que estava a lavar redes com Tiago e João, seus sócios e filhos de Zebedeu, concedeu-lhe o lugar na barca, que foi afastada um pouco da margem.
No final da pregação, Jesus disse a Simão que fosse pescar de novo com as redes em águas mais profundas. Pedro disse-lhe que tentara em vão pescar durante toda a noite e nada conseguira mas, em atenção ao seu pedido, fá-lo-ia. O resultado foi uma pescaria de tal monta que as redes iam rebentando, sendo necessária a ajuda da barca dos seus dois sócios, que também quase se afundava puxando os peixes. Numa atitude de humildade e espanto Pedro prostrou-se perante Jesus e disse para que se afastasse dele, já que é um pecador. Jesus encorajou-o, então, a segui-lo, dizendo que o tornará "pescador de homens".
Nos evangelhos sinóticos, o nome de Pedro sempre encabeça a lista dos discípulos de Jesus, o que na interpretação da Igreja Católica Romana deixa transparecer um lugar de primazia sobre o Colégio Apostólico. Não se descarta que Pedro, assim como seu irmão André, antes de seguir Jesus, tenha sido discípulo de João Batista.
Outro dado interessante era a estreita amizade entre Pedro e João Evangelista, fato atestado em todos os evangelhos, como por exemplo, na Última Ceia, quando pergunta ao Mestre, através do Discípulo amado (João), quem o haveria de trair ou quando ambos encontram o sepulcro de Cristo vazio no Domingo de Páscoa. Fato é que tal amizade perdurou até mesmo após a Ascensão de Jesus, como podemos constatar na cena da cura de um paralítico posto nas portas do Templo de Jerusalém.
Segundo a tradição defendida pela Igreja Católica Romana e pela Igreja Ortodoxa, o apóstolo Pedro, depois de ter exercido oepiscopado em Antioquia, teria se tornado o primeiro Bispo de Roma. Segundo esta tradição, depois de solto da prisão emJerusalém, o apóstolo teria viajado até Roma e ali permanecido até ser expulso com os judeus e cristãos pelo imperador Cláudio, época em que haveria voltado a Jerusalém para participar da reunião de apóstolos sobre os rituais judeus no chamado Concílio de Jerusalém. A Bíblia atesta que após esta reunião, Pedro ficou em Antioquia (como o seu companheiro de ministério, Paulo, afirma em sua carta aos gálatas). A tradição da Igreja Católica Romana afirma que depois de passar por várias cidades, Pedro haveria sido martirizado em Roma entre 64 e 67 d.C. Desde a Reformateólogos e historiadores protestantes afirmaram que Pedro não teria ido a Roma; esta tese foi defendida mais proeminentemente por Ferdinand Christian Baur, da Escola de Tübingen. Outros, como Heinrich Dressel, em 1872, declararam que Pedro teria sido enterrado em Alexandria, noEgito ou em Antioquia.[4] Hoje, porém, os historiadores concordam que Pedro realmente viveu e morreu em Roma. O historiador luterano Adolf Harnack afirmou que as teses anteriores foram tendenciosas e prejudicaram o estudo sobre a vida de Pedro em Roma.[4] Sua vida continua sendo objeto de investigação, mas o seu túmulo está localizado naBasílica de São Pedro, no Vaticano, o qual foi descoberto em 1950 após anos de meticulosa investigação.[5]
Alguns pesquisadores acreditam que, assim como Judas Iscariotes, Pedro tenha sido um zelota, grupo que teria surgido dos fariseus e constituía-se de pequenos camponeses e membros das camadas mais pobres da sociedade. Este supostamente estaria comprovado em Marcos 3:18, assim como em Atos 1:13, no entanto, o certo "Simão, o Zelote" é na realidade uma pessoa distinta dentre as nomeações descritas nas referidas citações.

O primado de Pedro segundo a Igreja Católica




Cristo entrega as chaves do céu a Pedro (PeruginoCapela Sistina).
Encontramos o relato do evento em Mateus 16:13-19: Jesus pergunta aos seus discípulos (depois de se informar do que sobre ele corria entre o povo): "E vós, quem pensais que sou eu?".
Simão Pedro, respondendo, disse: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". Jesus respondeu-lhe: "Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue que te revelaram isso, e sim Meu Pai que está nos céus. Também Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei Minha Igreja[11] e as portas do Hades[12] nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus. E o que desligares na terra será desligado[13] nos céus".
João 21:15-17 e Lucas 22:31 também falam a respeito do primado de Pedro dever ser exercido particularmente na ordem da Fé, e que Cristo o torna chefe:
Jesus disse a Simão (Pedro): "Simão, filho de João, tu Me amas mais do que estes?" Ele lhe respondeu: "Sim, Senhor, tu sabes que te amo". Jesus lhe disse: "Apascenta Meus cordeiros". Segunda vez disse-lhe: "Simão filho de João, tu Me amas?" - "Sim, Senhor", disse ele, "tu sabes que te amo". Disse-lhe Jesus: "Apascenta Minhas ovelhas". Pela terceira vez lhe disse: "Simão filho de João, tu Me amas?"Entristeceu-se Pedro porque pela terceira vez lhe perguntara 'Tu Me amas?' e lhe disse: "Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo". Jesus lhe disse: "Apascenta Minhas ovelhas." (João 21:15-17).
«Simão, Simão, eis que Satanás pediu insistentemente para vos peneirar como trigo; Eu, porém, orei por ti, a fim de que tua fé não desfaleça. Quando, porém, te converteres, confirma teus irmãos.» (Lucas 22:31-32)[14]


O apóstolo Pedro, o primeiro Bispo de Roma




São Pedro.

A comunidade de Roma foi fundada pelos apóstolos Pedro e Paulo e é considerada a única comunidade cristã do mundo fundada por mais de um apóstolo e a única do Ocidente instituída por um deles. Por esta razão desde a antiguidade a comunidade de Roma (chamada atualmente de Santa Sé pelos católicos) teve o primado sobre todas as outras comunidades locais (dioceses); nessa visão o ministério de Pedro continua sendo exercido até hoje pelo Bispo de Roma (segundo o catolicismo romano), assim como o ministério dos outros apóstolos é cumprido pelos outros Bispos unidos a ele, que é a cabeça do colégio apostólico, do colégio episcopal. A sucessão papal (de Pedro) começou com São Lino (67) e, atualmente é exercida pelo papa Bento XVI.
Segundo essa visão, o próprio apóstolo Pedro atestou que exerceu o seu ministério em Roma ao concluir a sua primeira epístola: "A [Igreja] que está em Babilônia, eleita como vós, vos saúda, como também Marcos, meu filho."[15]. Trata-se da Igreja de Roma[16]. Assim também o interpretaram todos os autores desde a Antiguidade, como abaixo, como sendo a Roma Imperial (decadente). O termo não pode referir-se à Babilônia sobre o Eufrates, que jazia em ruínas ou à Nova Babilônia (Selêucia) sobre o rio Tigre, ou à Babilônia Egípcia cerca deMênfis, tampouco a Jerusalém; deve, portanto referir-se a Roma, a única cidade que é chamada Babilônia pela antiga literatura Cristã[17].


Testemunhos históricos de Pedro em Roma



Os historiadores atualmente acreditam que a tradição católica esteja correta; igualmente, muitas tradições antigas corroboram a versão de que Pedro esteve em Roma e que ali teria sido martirizado.
  • Clemente, terceiro bispo de Roma e discípulo de Pedro, por volta de (96) d.C., em sua Epístola aos Coríntios, faz clara alusão ao martírio deste e de Paulo em Roma:
"Todavia, deixando os exemplos antigos, examinemos os atletas que viveram mais próximos de nós. Tomemos os nobres exemplos de nossa geração. Foi por causa do ciúme e da inveja que as colunas mais altas e justas foram perseguidas e lutaram até a morte. Consideremos os bons apóstolos. Pedro, pela inveja injusta, suportou não uma ou duas, mas muitas tribulações e, depois de ter prestado testemunho, foi para o lugar glorioso que lhe era devido. Por causa da inveja e da discórdia, Paulo mostrou o preço reservado à perseverança. Sete vezes carregando cadeias, exilado, apedrejado, tornando-se arauto no Oriente e no Ocidente, ele deu testemunho diante das autoridades, deixou o mundo e se foi para o lugar santo, tornando-se o maior modelo de perseverança". .[18]
  • Inácio de Antioquiabispomártir e também discípulo de Pedro, em cerca de (107) d.C., em sua Epístola aos Romanos, a qual fora dirigida à comunidade cristã lá situada, refere-se nos seguintes termos ao martírio de Pedro e Paulo em Roma:
"Não vos dou ordens como Pedro e Paulo; eles eram apóstolos, eu sou um condenado. Eles eram livres, e eu até agora sou um escravo".[19]
"Papias, bispo de Hierápolis, atesta a atribuição do segundo evangelho a Marcos, “intérprete” de Pedro em Roma. O livro teria sido composto em Roma, depois da morte de Pedro (prólogo antimarcionita de século II, Ireneu) ou ainda durante sua vida (segundoClemente de Alexandria). Quanto a Marcos, foi identificado como João Marcos, originário de Jerusalém (At 12,12), companheiro de Paulo e Barnabé (At 12,25; 13,5.13; 15,37-39; Cl 4,10) e, a seguir, de Pedro em “Babilônia” (isto é, provavelmente, em Roma) segundo 1Pd 5,13."[20]
"Tendo vindo ambos a Corinto, os dois apóstolos Pedro e Paulo nos formaram na doutrina do Evangelho. A seguir, indo para a Itália, eles vos transmitiram os mesmos ensinamentos e, por fim, sofreram o martírio simultaneamente."[21]
  • Gaio, presbítero romano, em 199:
"Nós aqui em Roma temos algo melhor do que o túmulo de Filipe. Possuímos os troféus dos apóstolos fundadores desta Igreja local. Ide à Via Ostiense e lá encontrareis o troféu de Paulo; ide ao Vaticano e lá vereis o troféu de Pedro."
Gaio dirigiu-se nos seguintes termos a um grupo de hereges: "Posso mostrar-vos os troféus (túmulos) dos Apóstolos. Caso queirais ir ao Vaticano ou à Via Ostiense, lá encontrareis os troféus daqueles que fundaram esta Igreja."[22]
"Pedro, ao ser martirizado em Roma, pediu e obteve que fosse crucificado de cabeça para baixo"[23]
"Pedro, finalmente tendo ido para Roma, lá foi crucificado de cabeça para baixo."[24]
"Para a maior e mais antiga a mais famosa Igreja, fundada pelos dois mais gloriosos Apóstolos, Pedro e Paulo." e ainda "Os bem-aventurados Apóstolos portanto, fundando e instituindo a Igreja, entregaram a Lino o cargo de administrá-la como bispo; a este sucedeu Anacleto; depois dele, em terceiro lugar a partir dos Apóstolos, Clemente recebeu o episcopado."
"Mateus, achando-se entre os hebreus, escreveu o Evangelho na língua deles, enquanto Pedro e Paulo evangelizavam em Roma e aí fundavam a Igreja."[25]
  • Formado como jurista Tertuliano (155-222 d.C.) falou da morte de Pedro em Roma:
"A Igreja também dos romanos pública - isto é, demonstra por instrumentos públicos e provas - que Clemente foi ordenado por Pedro."
"Feliz Igreja, na qual os Apóstolos verteram seu sangue por sua doutrina integral!" - e falando da Igreja Romana, "onde a paixão de Pedro se fez como a paixão do Senhor."
"Nero foi o primeiro a banhar no sangue o berço da fé. Pedro então, segundo a promessa de Cristo, foi por outrem cingido quando o suspenderam na Cruz."[26]
  • Eusébio (263-340 d.C.) Bispo de Cesareia, escreveu muitas obras de teologiaexegeseapologética, mas a sua obra mais importante foi a História Eclesiástica, onde ele narra a história da Igreja das origens até 303. Refere-se ao ministério exercido por Pedro:
"Pedro, de nacionalidade galileia, o primeiro pontífice dos cristãos, tendo inicialmente fundado a Igreja de Antioquia, se dirige a Roma, onde, pregando o Evangelho, continua vinte e cinco anos Bispo da mesma cidade."
"A sucessão de Bispos em Roma é nesta ordem: Pedro e Paulo, Lino, CletoClemente etc..."[27]
"Lino foi Bispo de Roma após o seu primeiro guia, Pedro."[28]
"Você não pode negar que sabe que na cidade de Roma a cadeira episcopal foi primeiro investida por Pedro, e que Pedro, cabeça dos Apóstolos, a ocupou."[29]
"A cátedra de Roma é a cátedra de Pedro, a Igreja principal, de onde se origina a unidade sacerdotal."[30]
"A Pedro sucedeu Lino."[31]
Logo, apesar das opiniões divergentes que surgiram a partir da Reforma Protestante, era constante, unânime e ininterrupta a tradição segundo a qual Pedro pregou o evangelhoem Roma e lá encontrou o martírio, o que é robustecido pelos escritos dos Pais da Igreja e pela arqueologia.

Opiniões discordantes




Baldaquino da Basílica moderna de São Pedro, de Bernini. O túmulo de São Pedro encontra-se diretamente abaixo desta estrutura.
Há linha de pensamento contrária. O testemunho mais antigo indicado é o de 1 Pedro 5:13: “Aquela que está em Babilônia, escolhida igual a vós, manda-vos os seus cumprimentos.” Numa nota ao pé da página, na Nova Bíblia Americana (em inglês), uma moderna tradução católica romana, identifica-se esta “Babilônia” do seguinte modo: “Roma, a qual, assim como a antiga Babilônia, conquistou Jerusalém e destruiu seu templo.” No entanto, esta mesma tradução católica reconhece que, se Pedro escreveu a carta, “ela deve datar de antes de 64-67 A. D., período em que se deu sua execução sob Nero”. Mas, Jerusalém só foi destruída pelos romanos em 70 E.C. De modo que, no tempo em que Pedro escreveu a sua carta, não existia nenhuma correlação entre Babilônia e Roma.
De maneira que a idéia de que Babilônia significa Roma simplesmente é interpretação, mas sem apoio de fatos. Isto foi questionado por eruditos católicos romanos dos séculos passados, incluindo Pedro de Marca, João Batista Mantuan, Miguel de Ceza, Marsile de Pádua, João Aventin, João Leland, Charles du Moulin, Luís Ellies Dupin e o famoso Desidério (Gerhard) Erasmo. O historiador eclesiástico Dupin escreveu:
“A Primeira Epístola de Pedro é datada de Babilônia. Muitos dos antigos compreenderam este nome como significando Roma; mas não aparece nenhum motivo que pudesse induzir S. Pedro a mudar o nome de Roma para o de Babilônia. Como poderiam aqueles a quem escreveu entender que Babilônia significava Roma?” Além das referências a “Babilônia, a Grande”, no livro de Revelação ou Apocalipse, apenas uma cidade é chamada Babilônia nas Escrituras Sagradas. Esta cidade é a Babilônia situada junto ao Eufrates. Teria sido de lá que Pedro escreveu?
Evidência histórica mostra que sim. Embora Babilônia entrasse em decadência depois de sua queda diante dos medos e dos persas, ela continuou a existir. Havia uma considerável população judaica na vizinhança de Babilônia, nos primeiros séculos da Era Comum. A enciclopédia The International Standard Bible Encyclopedia diz: ‘Babilônia permaneceu um foco do judaísmo oriental durante séculos, e, das discussões nas escolas rabínicas ali foi elaborado o Talmude de Jerusalém no quinto século de nossa era, e o Talmude de Babilônia, um século depois.’
Pedro deve ter querido dizer exatamente o que escreveu. Isto se torna evidente da decisão que tomou alguns anos antes de escrever sua primeira carta inspirada. Numa reunião com Paulo e Barnabé, ele concordou em continuar a devotar seus esforços para divulgar o evangelho entre os judeus. Lemos: “Viram que a evangelização dos incircuncisos me era confiada [i. e., a Paulo], como a dos circuncisos a Pedro, (por que aquele cuja ação fez de Pedro o Apóstolo dos circuncisos, fez também de mim o dos pagãos [gentios]). Tiago, Cefas e João, que são considerados as colunas, reconhecendo a graça que me foi dada, deram as mãos a mim e a 
Barnabé em sinal de pleno acordo: iríamos aos pagãos, e eles aos circuncidados [judeus].” (Gál. 2:7-9, Centro Bíblico Católico) Por conseguinte, Pedro teria razoavelmente trabalhado num centro do judaísmo, tal como Babilônia, em vez de em Roma, com a sua população predominantemente gentia ou pagã.
O texto, porém, acaba sendo a única fonte de Pedro em Babilônia, deixando a questão ainda como objeto de estudo histórico.




Os textos escritos pelo apóstolo

Novo Testamento inclui duas epístolas cuja autoria é atribuída a Pedro: A "Primeira epístola de São Pedro e a Segunda epístola de São Pedro".


Indícios arqueológicos




Crucifixão de São Pedro (Santa Maria del Popolo, Roma, Caravaggio, 1600).
A partir da década de 1950 intensificaram-se as escavações no subsolo da Basílica de São Pedro, lugar tradicionalmente reconhecido como provável túmulo do apóstolo e próximo de seu martírio no muro central do Circo de Nero. Após extenuantes e cuidadosos trabalhos, inclusive com remoção de toneladas de terra que datava do corte da Colina Vaticana para a terraplanagem da construção da primeira basílica na época de Constantino, a equipe chefiada pela arqueóloga italiana Margherita Guarducci encontrou o que seria uma necrópole atribuída a Pedro, inclusive uma parede repleta de grafitos com a expressão Petrós Ení, que, em grego, significa "Pedro está aqui".
Também foram encontrados, em um nicho, fragmentos de ossos de um homem robusto e idoso, entre 60-70 anos, envoltos em restos de tecido púrpura com fios de ouro que se acredita, com muita probabilidade, serem de Pedro. A data real do martírio, de acordo com um cruzamento de datas feito pela arqueóloga, seria 13 de outubro de 64 d.C. e não 29 de junho, data em que se comemorava o traslado dos restos mortais de Pedro e São Paulo para a estada dos mesmos nas Catacumbas de São Sebastião durante a perseguição do imperador romano Valeriano em 257.

Notas e referências

  1.  (Mt 16. 18-19)
  2.  Bible Lexicon. Bible Lexicon. Página visitada em 12-9-2010.
  3.  segundo a tradição bíblica
  4. ↑ a b c Josef Burg Kontrover-Lexikon Fredebeul&Coenen, Essen, 1903.
  5. ↑ a b Oxford Dictionary of the Christian Church (Universidade de Oxford - 2005) ISBN 978-0-19-280290-3), artigo "Pope"
  6.  Existem diversas interpretações protestantes sobre o significado deste versículo. As igrejas doprotestantismo histórico, argumentam que a "pedra" referida seria a confissão de fé de Pedro, isto é, que Cristo é o Messias (Religion: Peter & the Rock." Time," Dec. 07, 1953). As igrejas pentencostais eneopentencostais argumentam recentemente que a pedra é o próprio Jesus. Em ambos os casos afirma-se que na tradução da Bíblia em grego, a palavra para pedra é "petra", que significa uma "rocha grande e maciça", a palavra usada como nome para Simão, por sua vez, é "petros", que significa uma "pedra pequena" ou "pedrinha". Porém em grego, inicialmente as palavras "petros" e "petra" eram sinônimos noprimeiro século e no Evangelho segundo Mateusoriginal em aramaico, língua falada por Jesus e pelos apóstolos, a palavra para rocha ou pedra é Kepha, enquanto a palavra para pedrinha é evna, o que Jesus disse a Simão foi “tu és Kepha e sobre esta kepha construirei minha igreja.”
  7.  Lucas 5:1-11
  8.  Stromata III, VI
  9.  Lucas 5:17-26
  10.  A cidade de Cafarnaum possuía status de cidade romana
  11.  O termo semítico que traduz o termo gregoεκκλησία, "ekklesia" é assembléia, freqüentemente encontra-se no Antigo Testamento para designar a comunidade do povo eleito (Deuteronômio 4:40, por ex.).
  12.  Hades (hebraico Sheol), cujas "portas" personificadas evocam as potências do Mal que Cristo garante que jamais prevalecerão contra Sua Igreja. Cristo para designar todo o poder do Mal usou o termo "portas", da mesma forma o Reino de Deus tem portas, na sequência Pedro recebe suas chaves. É por esta razão que Pedro é, geralmente representado com chaves na mão e como porteiro do Paraíso
  13.  . Cabe a Pedro abrir ou fechar o acesso ao Reino dos Céus, por meio da Igreja. "Ligar" e "desligar" são dois termos técnicos da linguagem rabínica que referem-se primeiramente ao domínio disciplinar da excomunhão, também referem-se as decisões doutrinais ou jurídicas. Responsável por administrar a comunidade em matéria de Fé e de moral.
  14.  Segundo a Tradução Brasileira da Bíblia
  15.  I Epístola de Pedro 5,13
  16.  Cf. Ap. 14,8 ; 16,19 ; 17,5.
  17.  Apoc., xvii, 5; xviii, 10; "Oracula Sibyl.", V, versos 143 e 159, ed. Geffcken, Leipzig, 1902, 111.
  18.  http://www.earlychristianwritings.com/text/1clement-lightfoot.html
  19.  Coleção, Patrística, Vol. 1, Padres Apóstólicos, 1ª Edição, Ed. Paulus, 1995, pág. 105
  20.  em Introdução ao Evangelho Segundo Marcos, contido na TEB - versão que segue a edição francesa tanto nas Introduções como nas Notas, Edições Loyola, pag. 1234
  21.  Fragmento conservado na História Eclesiástica deEusébio, II,25,8.
  22.  Eusébio, História Eclesiástica, 1125, 7.
  23.  Com. in Genes., t. 3
  24.  Fragmento conservado na "História Eclesiástica" de Eusébio, III,1.
  25.  L. 3, c. 1, n. 1, v. 4
  26.  Scorp. c. 15
  27.  ii. 27 - Sales, St. Francis de, The Catholic Controverse, Tan Books and Publishers Inc., USA, 1989, pp. 280-282.
  28.  In: Syn.
  29.  De Sch. Don.
  30.  Epístola 55,14.
  31.  Ep. 53, ad. Gen.




Precedido por
Emblem of Vatican City State.svg
Papa

1.º
Sucedido por
Lino


http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Pedro

São Paulo
Rembrandt Harmensz. van Rijn 163.jpg
Paulo ( por Rembrandt)
Apóstolo dos Gentios e Mártir
Nascimentoca. 5[1] em Tarso, na Cilícia[nota a]
Morte67 (62 anos)[2]:p. 411
Veneração porToda cristandade
PrincipaltemploBasílica de São Paulo Extra-Muros, naVia OstienseRoma
Festa litúrgica29 de junho (Festa de São Pedro e São Paulo[3]
Atribuiçõesum homem segurando uma espada e um livro[3]
Padroeiro:autores, Imprensa, editoras e escritores[3]
PolêmicasControvérsia da circuncisão




Paulo de Tarso


Paulo de Tarso, também chamado de Apóstolo PauloSaulo de Tarso e São Paulo, foi um dos mais influentes escritores do cristianismo primitivo, cujas obras compõem parte significativa do Novo Testamento. A influência que exerceu no pensamento cristão, chamada de "paulinismo", foi fundamental por causa do seu papel como proeminenteapóstolo do Cristianismo durante a propagação inicial do Evangelho pelo Império Romano[4].
Conhecido como Saulo antes de sua conversão, ele se dedicava à perseguição dos primeiros discípulos de Jesus na região de Jerusalém[nota b]. De acordo com o relato na Bíblia, durante uma viagem entre Jerusalém e Damasco, numa missão para que, encontrando fiéis por lá, "os levasse presos a Jerusalém", Saulo teve uma visão de Jesus envolto numa grande luz. Ficou cego, mas recuperou a visão após três dias e começou então a pregar o Cristianismo[nota c].
Juntamente com Simão Pedro e Tiago, o Justo, ele foi um dos mais proeminentes líderes do nascente cristianismo[5]. Era também cidadão romano, o que lhe conferia uma situação legal privilegiada[6].
Treze epístolas no Novo Testamento são atribuídas a Paulo, mas a sua autoria em sete delas é contestada por estudiosos modernos[4]Agostinho desenvolveu a ideia de Paulo que a salvação é baseada na fé e não nas "obras daLei"[4]. A interpretação de Martinho Lutero das obras de Paulo influenciou fortemente sua doutrina de "sola fide"[4].
A conversão de Paulo mudou radicalmente o curso de sua vida. Com suas atividades missionárias e obras, Paulo acabou transformando as crenças religiosas e a filosofia de toda a região da bacia do Mediterrâneo. Sua liderança, influência e legado levaram à formação de comunidades dominadas por grupos gentios que adoravam o Deus de Israel, aderiam ao código moral judaico, mas que abandonaram o ritual e as obrigações alimentares da Lei Mosaica por causa dos ensinamentos de Paulo sobre a vida e obra de Jesus e seu "Novo Testamento", fundamentados na morte de Jesus e na sua ressurreição[nota d].
A Bíblia não relata a morte de Paulo.

Fontes de informação




Conversão do procônsul Sérgio Paulo, de quem Saulo pode ter tomado emprestado o nome.

A principal fonte para informações históricas sobre a vida de Paulo são as pistas encontradas em suas epístolas e nos Atos dos Apóstolos. Os Atos recontam a carreira de Paulo, mas deixam de fora diversas partes de sua vida, como a sua alegada execução em Roma[4].
Estudiosos como Hans Conzelmann e o teólogo John Knox (não deve ser confundido com John Knox do século XVI), disputam a confiabilidade histórica dos Atos dos Apóstolos[7][8]. O relato do próprio Paulo sobre seu passado está principalmente na Epístola aos Gálatas. De acordo com alguns acadêmicos, o relato dos "Atos" sobre a visita de Paulo a Jerusalém, em Atos 11:27-30, contradiz o relato nas epístolas paulinas[4]. Outros consideram o relato de Paulo nas epístolas como sendo mais confiável do que os encontrados nos "Atos"[2]:p. 316-320.

Nomes


O nome original de Paulo era "Saulo" (em hebraicoשָׁאוּלSha'ultiberiano: Šāʼûl - "o que se pediu, o que se orou por" e traduzido em grego antigoΣαούλ - Saul - ou Σαῦλος - Saulos)[9][10], nome que divide com o bíblico Rei Saul, um outro benjaminita e primeiro rei de Israel, que foi sucedido pelo Rei Davi, da tribo de Judá[6][11]. Segundo suas próprias palavras, era um fariseu[nota e].
O uso de "Paulo" (em gregoΠαῦλος - Paulos; em latimPaulus ou Paullus - "baixo"; "curto"[12]) aparece nos "Atos" pela primeira vez quando ele começou sua primeira jornada missionária em território desconhecido. Em Atos 13:6-13, Paulo aparece, juntamente com Barnabé e João Marcos, conversando com Sérgio Paulo, um oficial romano em Chipre que será convertido por ele. Paulus era um sobrenome romano e alguns argumentam que Paulo o adotou como seu primeiro nome[13]. Outra teoria, apontada pelo Vaticano, afirma que era costume para os judeus romanizados da época adotarem um nome romano e o pai de Paulo provavelmente quis agradar à família dos Pauli[14]. Por fim, há ainda os que consideram possível a homenagem a Sérgio Paulo e mais provável que a mudança esteja mais relacionada a um desejo do apóstolo em se distanciar da história do Rei Saul, que perseguiu Davi[15].

Antes da conversão


Em "Atos dos Apóstolos", Paulo afirma ter nascido em Tarso (na província de Mersin, na parte meridional da Turquia central) e faz breves menções à sua família. Um sobrinho é mencionado em Atos 23:16 e sua mãe é citada entre os que moram em Roma em Romanos 16:13. É ali também que o apóstolo confessa que «Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas e, arrastando homens e mulheres, os entregava à prisão.» (Atos 8:3)[16] [nota f].
Mesmo tendo nascido em Tarso, foi criado em Jerusalém, "aos pés de Gamaliel"[nota r], que é considerado um dos maiores professores nos anais do Judaísmo" e cujo equilibrado conselho em Atos 5:34-39, para que os judeus se contivessem na fúria contra os discípulos, contrasta com a temeridade de seu estudante que, após a morte de Estevão, saiu num rompante perseguindo os "santos" [nota g].

Conversão e a sua missão


Conversão de Saulo.

Em Damasco, na Síria.
A conversão de Paulo pode ser datada entre os anos de 31 e 36[17][18][19] pela referência que ele fez em uma de suas epístolas[4]. De acordo com os "Atos dos Apóstolos", sua conversão (metanoia) ocorreu na "estrada para Damasco", onde ele afirmou ter tido uma visão de Jesus ressuscitado que o deixou temporariamente cego [nota h].

Testemunho pós-conversão


Nos versículos iniciais da Epístola aos Romanos, Paulo nos dá uma litania de sua própria alegação apostólica e de suas convicções pós-conversão sobre a ressurreição de Cristo.
Os seus próprios textos nos dão alguma ideia sobre o que ele pensava de sua relação com o Judaísmo. Se por um lado se mostrava crítico, tanto teologicamente quanto empiricamente, das alegações de superioridade moral ou de linhagem dos judeus[nota s], por outro defendia fortemente a noção de um lugar especial reservado aos filhos de Israel[nota t].
Ele ainda afirmou que recebeu as "boas novas" não de qualquer um, mas por uma revelação pessoal de Jesus Cristo[nota i]. Por isso, ele se entendia independente da comunidade de Jerusalém[2]:p. 316 - 320 (possivelmente no Cenáculo), embora alegasse sua concordância com ela no que tangia ao conteúdo do Evangelho [nota j]. O que é mais impressionante nessa conversão é a mudança na forma de pensar que ocorreu. Ele teve que mudar seu conceito sobre quem o Messias era e, particularmente, aceitar a ideia, então absurda, de um Messias crucificado. Ou talvez o mais difícil tenha sido a mudança de seus conceitos sobre a superioridade dos judeus. Ainda há debates sobre se Paulo já se considerou como o veículo de evangelização dos gentios no momento de sua conversão ou se isto se deu mais tarde[20].

Primeiros anos de ministério



Batismo de Paulo por Ananias.

Na casa de Ananias, em Damasco, na Síria.

Após a sua conversão, Paulo foi para Damasco, onde os "Atos" afirmam que foi curado de sua cegueira e batizado por Ananias de Damasco[21]. Paulo afirma em 2 Coríntios 11:32 que foi em Damasco que ele escapou por pouco da morte, indo em seguida primeiro para a Arábia e depois de volta para Damasco[nota u][22]. Esta viagem de Paulo para a Arábia não é mencionada em nenhum outro lugar no Novo Testamento e alguns autores acreditam que ele tenha na realidade viajado até o Monte Sinai para meditar no deserto[23][24]. Ele descreve em Gálatas como, três anos após a sua conversão, ele viajou para Jerusalém, onde se encontrou com Tiago, o Justo, e ficou com Simão Pedro por 15 dias[nota v].
A narrativa em Gálatas continua afirmando que, quatorze anos após a sua conversão, ele foi de novo a Jerusalém[nota w]. Não se sabe exatamente o que aconteceu neste período, conhecido como "anos desconhecidos", mas tanto os Atos quanto os Gálatas nos dão algumas pistas[25]. Ao final deste período, Barnabé foi ao encontro de Paulo e o trouxe de volta para Antioquia[nota x]. O autor F. F. Bruce sugeriu que os quatorze anos podem ser contados a partir da conversão de Paulo ao invés de sua primeira visita a Jerusalém[26].
Quando uma grande fome ocorreu na Judeia[27], Paulo e Barnabé viajaram para Jerusalém para entregar a ajuda financeira da igreja de Antioquia[28]. De acordo com os Atos, Antioquia já tinha se tornado um centro importante para os fiéis após a dispersão dos crentes que se seguiu ao martírio de Estêvão[2] e foi lá que os seguidores de Jesus foram, pela primeira vez, chamados de cristãos[nota k]

Primeira viagem missionária




Primeira viagem.
Nos Atos, relatam-se três viagens de Paulo: a primeira, liderada primeiro por Barnabé, levou Paulo de Antioquia até Chipre, passando depois pela Ásia Menor (Anatólia) e de volta a Antioquia. Em Chipre, Paulo refuta e cega Elimas, o mago, que estava criticando seus ensinamentos. Deste ponto em diante, Paulo é descrito como sendo o líder do grupo[29].

Segunda viagem missionária


Segunda viagem.

Concílio de Jerusalém


Paulo partiu para sua segunda viagem de Jerusalém, onde estava sendo realizado o concílio com os outros apóstolos no qual aobrigatoriedade da circuncisão foi retirada. A maior parte dos acadêmicos concorda que houve uma reunião vital entre Paulo e a igreja de Jerusalém em algum momento entre os anos de 48 e 50[4], descrita em Atos 15:2 e geralmente entendido como o mesmo evento mencionado por Paulo em Gálatas 2:1[4]. A principal questão discutida ali foi se os gentios convertidos precisavam ou não ser circuncidados, conforme o relato nos Atos e em Gálatas. Paulo alega em sua epístola que terá sido neste encontro que Pedro, Tiago eJoão aceitaram a missão de Paulo aos gentios[30].
Com o objetivo de levar a Antioquia o resultado do concílio, os fiéis realizaram uma eleição para escolher dois mensageiros que acompanhariam Paulo e Barnabé nessa missão. Os eleitos então foram Silas e Judas, "chamado Barsabá"[nota y].
Paulo, Barnabé, Judas e Silas partiram então de Jerusalém levando os decretos dos apóstolos aos fiéis em Antioquia e nas províncias romanas da Síria e Cilícia. Chegando a Antioquia, eles cumprem a missão que lhes foi dada, sendo que Judas retorna para Jerusalém e desaparece da história, enquanto Silas permanece na cidade[nota z].
Paulo e Barnabé em Listra.

Por Nicolaes Berchem, 1650. Atualmente no Musée d'Art et d'Industrie, em Saint-Étienne, na França.

Paulo e Silas


Em Antioquia, Paulo e Barnabé tiveram uma dura discussão sobre se deveriam levar João Marcos com eles. Nos Atos, é mencionado que o menino já os tinha deixado em uma viagem anterior para retornar para casa. Paulo acreditava que ele ainda não estava pronto para este tipo de evangelização e, por isso, ele e Barnabé decidiram se separar. Barnabé acabou levando João Marcos consigo e Silas se juntou a Paulo[31].
Paulo e Silas viajaram para diversas cidades diferentes, como Tarso, Derbe e Listra (todas na Ásia Menor). Nesta última, eles encontraram Timóteo, um discípulo que tinha uma boa reputação, e decidiram levá-lo com eles. Em Filipos (na Grécia), uma multidão incitada por homens insatisfeitos com a conversão de uma escrava que dava muitos lucros aos seus patrões com suas adivinhações se insurgiu contra os missionários, açoitando e prendendo Paulo e Silas. Após um milagroso terremoto, os portões da prisão se abriram e os dois puderam escapar, o que levou por sua vez à conversão do carcereiro[nota a1]. Eles seguem então para Bereia, de onde Paulo segue para Atenas, deixando ali Silas e Timóteo[nota b1]. Na capital grega, Paulo prega no areópagocontra os muitos ídolos que encontra, converte Dionísio, o Areopagita e parte [nota c1].
Por volta de 50 a 52, Paulo passou 18 meses em Corinto[4], onde reencontrou Timóteo e Silas. A referência nos Atos ao procônsulGálio permite inferir a data (vide Inscrição de Gálio[4]). Lá ele trabalhou com Silas e Timóteo[4] e Paulo conheceu Priscila e Áquila, que se tornaram fiéis crentes e ajudaram Paulo em suas viagens missionárias. A dupla seguiu Paulo e seus companheiros atéÉfeso e o grupo permaneceu ali para iniciar aquela que seria a mais forte e fiel igreja cristã daquele tempo. A cidade foi um importante centro da cristandade a partir do ano 50. Em 52, os missionários viajaram para Cesareia Mazaca para cumprimentar a igreja que se formara ali, viajando em seguida para o sul até Antioquia, descansando ali por um ano antes de iniciarem uma terceira viagem missionária[31].

Terceira viagem missionária




Terceira viagem.
Paulo iniciou sua terceira viagem missionária passando por toda a região da Galácia e da Frígia para reforçar a fé e ensinar para os fiéis, além de repreender os que estavam em erro. Quando ele chegou em Éfeso, ficou ali por pouco menos de três anos e realizou uma série de milagres, como curas e exorcismos. O apóstolo seguiu então para a Macedônia[32], passando novamente por Corinto, onde permaneceu por três meses. Quando ele estava pronto para retornar para a Síria, mudou de ideia por conta de um plano que os judeus tinham feito contra sua vida, voltando então para a Macedônia e terminando sua viagem em Cesareia[33].
Embora Paulo tenha escrito sobre uma visita que fez a Illyricum, ele estava se referindo ao que hoje chamamos de Illyria Graeca[34], parte da província romana da Macedônia, onde hoje está atualmente a Albânia[35].

Viagem a Roma

Paulo e seus companheiros seguiram então para Roma, naquela que foi provavelmente a última das viagens missionárias, em 60. A viagem começou em Jerusalém, onde os irmãos foram recebidos em festa. Lá, Paulo foi espancado e quase morto, preso e enviado para Cesareia Marítima, onde esteve detido durante aproximadamente um ano e meio. Foi transferido depois para Roma, a seu pedido, e solto após o comandante saber que ele era um cidadão romano. Paulo passou então a pregar na capital imperial[36].

O Incidente em Antioquia


Apesar do acordo encontrado no Concílio de Jerusalém, como tinha entendido Paulo, o apóstolo relata como ele depois confrontou publicamente Pedro, no que ficou conhecido como "Incidente em Antioquia", por causa da relutância dele em realizar suas refeições com os cristãos gentios em Antioquia[37].
Escrevendo depois sobre o incidente, relata ter dito a Pedro e os demais presentes «Se tu, sendo judeu, vives como gentio, e não como judeu, como obrigas os gentios a viver como os judeus?» (Gálatas 2:11-14)[16]. Paulo também menciona que até mesmo Barnabé, seu companheiro de viagem até aquele momento, ficou do lado de Pedro[37][nota l].
O resultado final do incidente permanece incerto. A Enciclopédia Católica afirma que "o relato de Paulo sobre o incidente não deixa dúvidas de que Pedro viu justiça na reprimenda". Em contraste, a obra "From Jesus to Christianity", de L. Michael White, alega que "o confronto com Pedro foi um falha completa, uma bravata política, e Paulo logo deixou Antioquia como persona non grata para nunca mais voltar"[38].

Visitas a Jerusalém nos Atos e nas Epístolas


Esta tabela foi adaptada da obra de White, From Jesus to Christianity[30]. Este pareamento entre as viagens de Paulo como narradas nos Atos e nas Epístolas não é consenso entre os acadêmicos.
Atos dos ApóstolosEpístolas
  • Primeira visita a Jerusalém[nota d1]
    • "Decorridos muitos dias" da conversão em Damasco
    • Prega abertamente em Jerusalém com Barnabé
    • Encontra os apóstolos
  • Primeira visita a Jerusalém[nota e1]
    • Três anos após a conversão de Damasco
    • Vê apenas Pedro (Cefas) e Tiago
  • Segunda visita a Jerusalém[nota f1]
    • Levando a ajuda financeira por conta da fome
  • Há um debate sobre se a viagem de Paulo em Gálatas 2 se refere à visita para ajudar na fome ou sobre o Concílio de Jerusalém. Se for à primeira, então esta é a visita feita «depois de quatorze anos» (Gálatas 2:1)[16].
  • Outra [nota m] visita a Jerusalém[nota i1]
    • 14 anos depois (após a conversão de Damasco?)
    • Com Barnabé e Tito
    • possivelmente o "Concílio de Jerusalém"
    • Paulo concorda em "se lembrar dos pobres"
    • Seguida pela confrontação com Pedro e Barnabé em Antioquia[nota j1]
  • Quarta visita a Jerusalém[nota k1]
    • Para cumprimentar a igreja
  • Aparentemente não é mencionada.
  • Quinta visita a Jerusalém[nota l1]
    • Após uma ausência de muitos anos[nota m1]
    • Para "trazer esmolas à minha nação, e fazer oferenda"
    • Paulo é preso

Prisão e morte




Tiago, irmão de Jesus[nota q], líder dos cristãos de Jerusalém, que avisou Paulo sobre os riscos de pregar contra a Torá em Jerusalém[4].
Paulo chegou em Jerusalém em 57 com uma coleta de dinheiro que tinha feito para a comunidade local[4] e, segundo Atos, ele foi recebido calorosamente. Porém, o relato continua afirmando que ele foi interrogado por Tiago por ensinar a «...todos os judeus que estão entre os gentios a apostatarem de Moisés, dizendo-lhes que não circuncidem seus filhos nem andem segundo os nossos ritos» (Atos 21:22)[16]. Paulo então realizou um ritual de purificação para não dar aos judeus nenhum motivo para acusá-lo por não seguir os mandamentos da Lei[4].
Paulo porém continuava a pregar contra a circuncisão, contra as restrições alimentares e contra os requerimentos da Torá e isto provocou o rompimento final com os judeus[4]. Paulo causou um alvoroço ao aparecer no Templo e somente escapou da morte por ter sido preso[4]. Ele foi então mantido prisioneiro por dois anos em Cesareia até que um novo governador reabrisse seu caso em59[4]. Quando Paulo foi acusado de traição apelou ao César, alegando seu direito, como cidadão romano, de ser levado a um tribunal apropriado e de se defender das acusações[4].
Atos 28:1 relata que no caminho para Roma, Paulo sofreu um naufrágio em "Melite" (Malta)[4], onde ele se encontrou comPúblio[nota o1] e foi recebido pelos habitantes da ilha com "muita humanidade"[nota p1]. Ele chegou a Roma por volta do ano 60 e passou mais dois anos em prisão domiciliar[nota q1]. Contando esta vez, Paulo passou entre cinco e seis anos preso em celas ou prisioneiro em casa.
Ireneu de Lyon acreditava que Pedro e Paulo tinham sido os fundadores da Igreja de Roma, sendo eles a nominarem São Linocomo bispo e sucessor:
...Igreja fundada e organizada em Roma pelos dois mais gloriosos apóstolos, Pedro e Paulo; também [ensinando] a fé pregada aos homens, que chegou aos nossos dias através da sucessão dos bispos....Os abençoados apóstolos, então, tendo fundado e abençoado a Igreja, entregaram nas mãos de Lino o episcopado.
Paulo, porém, não foi bispo de Roma e nem levou o cristianismo para lá, pois já havia cristãos em Roma quando ele chegou lá[nota r1]. É evidente também que Paulo já tinha escrito uma epístola para a Igreja de Roma antes de ter visitado a cidade[nota o]. Porém, Paulo pode ter tido um importante papel na formação da Igreja na capital romana.

Tradição sobre a morte de Paulo




Decapitação de São Paulo.

Por Enrique Simonet, 1887
Nem a Bíblia e nem outra história qualquer conta explicitamente como ou quando Paulo morreu. De acordo com a tradição cristã, Paulo foi decapitado em Roma durante o reino do imperador Nero em meados dos anos 60 na Abadia das Três Fontes (emitalianoTre Fontane)[40]. O tratamento mais "humano" dado a Paulo, em contraste com a crucificação invertida de São Pedro, foi graças à sua cidadania romana[41].
Vários autores cristãos da Antiguidade já propuseram mais detalhes sobre a morte de Paulo. I Clemente, uma carta escrita pelobispo de RomaClemente, por volta do ano 90 d.C. relata o seguinte sobre Paulo[42]:
"Por causa de inveja e brigas, Paulo, pelo exemplo, mostrou a recompensa da resistência paciente. Após ele ter sido preso por sete vezes, ter sido exilado, apedrejado e ter pregado no ocidente e no oriente, ele recebeu o reconhecimento que era o prêmio da sua fé, tendo ensinado a retidão para o mundo inteiro e tendo chegado aos confins do ocidente. E quando ele já tinha dado seu testemunho perante os governantes, partiu deste mundo e foi para um lugar sagrado, tendo encontrado um notável padrão de resistência paciente.
— I Clemente, Clemente de Roma
Basílica de São Paulo Extra-Muros com a estátua de Paulo na frente. Na basílica encontram-se as alegadas relíquias do apóstolo.

Em Roma.
Comentando sobre esta passagem, Raymond Brown escreve que, ainda que ela não afirme categoricamente que Paulo foi martirizado em Roma, "...algo assim é a mais provável interpretação".[43]
Eusébio de Cesareia, que escreveu no século IV d.C., afirma que Paulo foi decapitado durante o reino do imperador romanoNero[44]. Este evento tem sido datado ou no ano de 64 d.C., quando Roma foi devastada por um incêndio, ou alguns anos depois, em 67 d.C. A festa de São Pedro e São Paulo, da Igreja Católica, é comemorada em 29 de junho, o que pode refletir uma data tradicional para o seu martírio. Outras fontes também apontaram uma tradição de que Pedro e Paulo teriam morrido no mesmo dia (e, possivelmente, no mesmo ano)[45].
apócrifo Atos de Pedro sugere que Paulo sobreviveu a Roma e viajou para o oeste, para a Hispânia[46]. Alguns mantém o ponto de vista que ele poderia ter visitado a Grécia e a Ásia Menor após a sua viagem à Hispânia e que ele pode ter sido finalmente preso em Troas e enviado a Roma para ser executado[47](veja-se a discussão acima sobre as epístolas a Timóteo).

Túmulo e relíquias


tradição cristã mantém que Paulo foi enterrado com São Pedro ad Catacumbas na Via Ápia e lá permaneceu até seu corpo ser levado para a Basílica de São Paulo Extra-Muros, em Roma. O venerável Beda, em sua Historia ecclesiastica gentis Anglorum, escreveu que o Papa Vitaliano, em 665, deu algumas relíquias de Paulo (incluindo a cruz feita com as correntes que o prenderam) ao rei Oswiu da Nortúmbria, no norte daInglaterra[48].
Ainda segundo a tradição, o túmulo de Paulo estaria localizado na Basílica de São Paulo Extra-Muros, em Roma[49]. Escavações foram realizadas conforme o relato feito em um comunicado da Agência Católica Internacional de Imprensa (APIC - Agence de Presse Internationale Catholique), de 17 de fevereiro de 2005[50]:
Um sarcófago que pode conter as relíquias do apóstolo Paulo foi identificado na Basílica de São Paulo Extra-Muros, de acordo com Giorgio Filippi, chefe do departamento epigráfico do Museu do Vaticano.
Sob o altar elevado, está uma laje de mármore do século IV, que sempre esteve visível, contém uma inscrição PAULO APOSTOLO MART (Paulo Apóstolo Mártir). A placa tem três furos e provavelmente está relacionada com o culto funerário de São Paulo. De acordo com Giorgio Filippi, esses buracos foram usados para a "criação de relíquias" por meio de simples contato com o túmulo do apóstolo.
Ao longo da Via Ostiense, um santuário foi erguido sobre o túmulo do apóstolo Paulo ainda no século I d.C. Como já fizera com São Pedro, o imperador romanoConstantino, o Grande, começou, no início do século IV, a construir uma basílica para abrigar o túmulo. Então, em 386, meio século após a do imperador e por conta do afluxo de peregrinos, uma basílica ainda maior foi construída por ordem dos imperadores Valentiniano IITeodósio I e Arcádio.
Em junho de 2009 o Papa Bento XVI anunciou os resultados das escavações ali realizadas. O sarcófago em si não foi aberto, mas foi examinado por meio de uma sonda e revelou pedaços de incenso e de linho, azul e púrpura, assim como pequenos fragmentos de osso, que foram datados por radiocarbono como sendo do século I ou II d.C. De acordo com o Vaticano, isto é uma evidência a favor da tradição de que ali está efetivamente o túmulo de Paulo.[51].

Obras


Quatorze epístolas do Novo Testamento são atribuídas a Paulo, das quais sete têm a autoria quase que universalmente aceita, enquanto que as outras sete são disputadas: EfésiosColossenses2 Tessalonicenses1 TimóteoTito e Hebreus. Destas, quatro são consideradas como sendo de outro autor que não Paulo por razões textuais e gramaticais, enquanto que as outras três são disputadas por alguns acadêmicos[2]. Paulo aparentemente ditou todas as suas epístolas (exceto Gálatas) através de um secretário (ou amanuense), que geralmente parafraseava o tom de sua mensagem, como era a prática entre os escribas do século I d.C.[2]:316-320[52].
Estas epístolas circularam entre as comunidades cristãs e eram lidas em público por membros da igreja, juntamente com outras obras[53]. Elas foram citadas ainda no século I, por volta de 96 d.C., por Clemente de Roma em sua epístola Clemente aos Coríntios[42].

Atribuição de suas obras




Paulo escrevendo suas epístolas.

Valentin de Boulogne ou Nicolas Tournier, século XVI, atualmente na Blaffer Foundation Collection, Houston,Texas.
As epístolas paulinas foram na sua maioria escritas para igrejas que Paulo visitou e o apóstolo era um grande viajante. Ele passou por Chipre, por toda a Ásia Menor, pela GréciaCreta e Roma. Elas estão repletas de exposições sobre o que os cristãos deveriam acreditar e como deveriam viver, ao passo que ele não relata ao destinatário (e aos leitores modernos) muito sobre a vida de Jesus. Suas mais explícitas referências são passagens sobre a Última Ceia[nota s1] e a crucificação e ressurreição[nota t1]. As referências aos ensinamentos de Jesus são também esparsos[nota u1], levantando a questão, ainda em disputa, sobre o quão consistente é seu relato sobre a fé com o que está nos quatro evangelhos canônicos, os Atos e a Epístola de Tiago. O ponto de vista de que o Cristo de Paulo é diferente do Jesus histórico foi proposta pelo teólogo Adolf Harnack[54]. De toda maneira, ele nos dá o primeiro relato escrito do que é ser cristão e da espiritualidade cristã.
Das catorze cartas atribuídas a Paulo e incluídas no cânone do Novo Testamento, há pouca ou nenhuma disputa de que Paulo tenha escrito pelo menos sete[55]:p. 411:
Epístola aos Hebreus, que foi atribuída a ele ainda na antiguidade, já era questionada na época, e atualmente não é considerada como tendo sido escrita por ele pela maior parte dos especialistas (veja Antilegomena). A autoria das demais epístolas tem variados graus de disputa a respeito da autoria[56].
A autenticidade da Epístola aos Colossenses tem sido questionada[57] por conter uma descrição de Jesus não encontrada em nenhuma outra de Paulo, descrevendo-o como a "imagem do Deus invisível"[nota v1], uma cristologia que só tem paralelo no Evangelho de João[nota w1]. Evidências internas demonstram uma conexão próxima com a Epístola aos Efésios[58], que é muito similar a Colossenses (dos 155 versículos, 78 são idênticos[58]), mas quase sem referências pessoais. O estilo de Colossenses é único entre as epístolas paulinas, não se encontrando a ênfase na cruz que se vê nas demais e nem referência à Segunda vinda de Cristo, além de uma exaltação do casamento que contrasta com a encontrada em 1 Coríntios 7:8-9. Finalmente, segundo R.E. Brown, ela exalta a Igreja de uma forma que só se tornaria comum numa segunda geração de cristãos,"construída sobre a fundação deixada pelos apóstolos e profetas", já passada[59]. Os defensores da autoria paulina argumentam que ela foi escrita para ser lida uma quantidade grande de igrejas (daí a similaridade com Efésios) e marca um estágio final do desenvolvimento de Paulo de Tarso. Deve ser lembrado também que a porção moral da epístola, que é composta dos dois últimos capítulos, tem uma afinidade muito maior com os trechos equivalentes em outras epístolas enquanto que o restante casa perfeitamente com os detalhes que conhecemos sobre a vida de Paulo, dando-nos ainda mais pistas sobre ela[58]. Ela confirma, por exemplo, que ele estava preso quando a escreveu[nota x1].

Paulo de Tarso.

Estátua na Praça de São Pedro, no Vaticano.
As epístolas pastorais1 Timóteo2 Timóteo e Epístola a Tito também já tiveram a autoria questionada. As três principais razões são:
  • As diferenças em vocabulário, estilo e teologia em relação às demais obras de Paulo. Os defensores da autenticidade afirma que elas foram provavelmente escritas em nome do apóstolo sob sua autoridade por algum de seus discípulos, a quem ele teria explicado claramente o que deveria ser escrito, ou a quem ele havia passado um sumário por escrito dos pontos a serem desenvolvidos, e que, uma vez escritas, Paulo as teria lido, aprovado e assinado[47].
  • A dificuldade de alinhá-las com a biografia conhecida de Paulo[60]. Estas epístolas, assim como as dirigidas aos Colossenses e aos Efésios, foram escritas no período em que Paulo estava preso, mas ao contrário delas, afirmam que o apóstolo foi solto e viajou depois disso. Os defensores argumentam que Paulo foi preso pela primeira vez não por algum crime contra os romanos, mas para salvá-lo da prisão. Em Filêmom, ele parece ter a esperança de ser libertado logo[nota y1] e haveria bastante tempo para ele ter visitado Creta e escrever as epístolas a Timóteo antes de sua segunda - e final - prisão pelos romanos[47].
  • Finalmente, foram levantadas diversas objeções sobre o estado avançado da Igreja que a epístola deixa transparecer. Novamente, os defensores alegam que a epístola usa termos como "bispo", "diácono" e "padres" como sinônimos para indicar os que foram legados pelos apóstolos com a missão evangélica e não no sentido organizacional que termo viria a adquirir nos anos seguintes. Alegam também que se estas epístolas fossem mesmo, como alegam os críticos, uma defesa da sucessão apostólica pelos bispos, elas já deveriam ter sido atacadas como fraudes na antiguidade, argumenta que não encontra nenhum suporte evidencial[47].
O principal argumento contra a autoria de Paulo da Segunda Epístola aos Tessalonicenses é que a sua escatologia parece contradizer a da Primeira Epístola aos Tessalonicenses[61]. Enquanto a primeira epístola parece indicar que a parousia é iminente[nota z1], na segunda ele a coloca num futuro desconhecido[nota a2], o que implicaria num "erro" do apóstolo em uma epístola que, segundo os crentes, teve inspiração divina. A defesa principal é que a frase mais polêmica, «Então nós que estivermos vivos, e formos deixados, seremos arrebatados em nuvens...» (1 Tessalonicenses 4:17)[16] teve tradução problemática já na Vulgata (em latimNos, qui vivimus, qui residui sumus), mas que o texto original em grego não deixa dúvidas, hemeis oi zontes oi paraleipomenoi, ama syn autois arpagesometha, que seria melhor traduzido como "Nós, se estivermos vivos - se deixados para trás - [na terra], seremos arrebatados..."[61].

Redenção

A teologia da redenção foi um dos principais assuntos abordados por Paulo[62]. Paulo ensinou que os cristãos foram redimidos da Lei (veja supersessionismo) e do pecado pela morte de Jesus e sua ressurreição[62]. Sua morte foi uma expiação e, pelo sangue de Cristo, a paz foi estabelecida entre Deus e o homem[62]. Pelo batismo, um cristão toma sua parte na morte de Jesus e na sua vitória sobre a morte, recebendo, gratuitamente, uma renovada condição de filho de Deus[62].


Paulo pregando em Atenas.

Pintura na parede do auditório Weise-Gymnasium, emZittau, na Saxônia.

Relação com o judaísmo

A teologia de Paulo sobre o evangelho acelerou a separação da seita messiânica dos cristãos do judaísmo, algo que Paulo não desejava[4]. Ele escreveu que somente a fé em Cristo (como Messias) era suficiente e decisiva para a salvação, tanto de judeus quanto de gentios, tornando o cisma entre os cristãos e os judeus não só inevitável, mas permanente[4]. Ele argumentou que os gentios convertidos não precisavam se tornar judeus ou ser circuncidados, nem tampouco seguir as leis alimentares[4]. Porém, emRomanos, ele insiste numa visão positiva do valor da Lei Mosaica como um guia moral[nota b2].

Escatologia


De acordo com Ehrman, Paulo acreditava que Jesus iria retornar ainda durante a sua vida[11]. Ele afirma que Paulo acreditava que os cristãos que tinham morrido nesse meio tempo seriam ressucitados para poder participar do Reino de Deus. Acreditava também, segundo ele, que os salvos seriam transformados e assumiriam formas sobrenaturais[11].
O ensinamento de Paulo sobre o fim do mundo aparece muito claramente nas suas epístolas à igreja de Tessalônica. Muito perseguidos, é possível que eles tenham escrito para o apóstolo primeiro perguntando sobre os que já tinham morrido e sobre o que deveriam esperar no final. Paulo então os assegura que os mortos se levantarão primeiro e serão seguidos pelos que ainda estão vivos[nota c2]. Veja a discussão mais acima sobre as epístolas aos tessalonicenses), o que pode sugerir uma iminência do fim, mas ele não foi específico sobre a cronologia e encoraja seus ouvintes a terem paciência na epístola seguinte[63]. O final dos tempos será uma batalha entre Jesus e o "Homem da iniquidade[nota p], cuja conclusão será o triunfo final de Cristo.

Papel das mulheres


Ícone de São Paulo.

No mosteiro de Spaso-Preobrazhensky, emIaroslavl, na Rússia.

Um verso na 1 Timóteo[nota d2], tradicionalmente atribuída a Paulo (vide acima), é frequentemente utilizada como maior fonte de autoridade na bíblia para que às mulheres seja vedado o sacramento da ordem, além de outras posições de liderança e ministério no cristianismo. A Epístola a Timóteo é também muitas vezes utilizada por muitas igrejas para negar-lhes o voto em assuntos eclesiásticos e posições de ensino para público adulto e também a permissão para o trabalho missionário[64].

11A mulher aprenda em silêncio com toda a sujeição;
12pois não permito à mulher que ensine, nem que tenha domínio sobre o homem; mas que esteja em silêncio.

13Pois Adão foi formado primeiro, depois Eva.
14Adão não foi seduzido, mas a mulher é que, deixando-se iludir, caiu na transgressão;
Esta passagem parece estar dizendo que as mulheres não devem ter na igreja nenhum papel de liderança frente aos homens[65]. Se ela também proíbe as mulheres de ensinar outras mulheres ou crianças é duvidoso, pois até mesmo nas igrejas católicas que proíbem o sacerdócio feminino, permitem que abadessas ensinem e tenham posições de liderança sobre outras mulheres. Qualquer interpretação desta parte das escrituras tem que se confrontar com as dificuldades teológicas, contextuais, sintáticas e léxicas destas poucas palavras[66].
O teólogo J. R. Daniel Kirk encontrou um importante papel para as mulheres na igreja antiga, como por exemplo quando Paulo elogia Febe por seu trabalho como diaconisa[nota e2] e também Júnia[nota f2], considerada por alguns como sendo a única mulher citada no Novo Testamento entre os apóstolos[67][68]. Kirk aponta para estudos recentes que levaram alguns a concluir que a passagem que obriga as mulheres a "ficarem caladas nas igrejas" em 1 Coríntios 14:34foi uma adição posterior, aparentemente por um autor diferente e não era parte da carta original de Paulo à igreja de Corinto. Outros, como Giancarlo Biguzzi, alegam que a restrição de Paulo sobre as mulheres em Coríntios é genuína, mas aplica-se ao caso particular de proibi-las de fazerem perguntas ou de conversar, e não uma probição generalizada contra as mulheres falarem, pois em 1 Coríntios 11:5 Paulo afirma o direito das mulheres de profetizar[69].

Conversão no caminho para Damasco.
O terceiro exemplo de Kirk de uma visão mais inclusiva está em «Não pode haver judeu nem grego, não pode haver escravo nem livre, não pode haver homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus» (Gálatas 3:28)[16]. Ao anunciar um fim dentro da igreja das divisões que eram tão comuns no mundo todo, ele conclui destacando que "...havia mulheres do Novo Testamento que ensinaram e tinham autoridade na igreja antiga e que estes ensinamentos e esta autoridade eram sancionadas por Paulo e que o apóstolo mesmo oferece um paradigma teológico dentro do qual a superação da subjugação da mulher é um resultado esperado"[70].

Influência no cristianismo

A influência de Paulo no pensamento cristão é possivelmente o mais importante dentre todos os outros autores do Novo Testamento[4]. Paulo declarou que sua fé em Cristo tornou a Torá desnecessária para a salvação, exaltou a igreja cristã como sendo o corpo de Cristo e mostrou o mundo fora da igreja como estando sob julgamento[4].

Tradição oriental

No oriente, os padres da Igreja reduziram a eleição divina presente Romanos 9:11 à onisciência de Deus[4] e o tema da predestinaçãopresente na teologia ocidental não aparece no oriente[4].

Tradição ocidental


As obras fundamentais de Agostinho sobre a "boa nova" como um presente (graça), sobre a moralidade como a vida no Espírito, sobre a predestinação e sobre o pecado original se baseiam todas em Paulo, especialmente na Epístola aos Romanos[4].
Durante a Reforma protestanteMartinho Lutero expressou a doutrina de Paulo sobre a fé como elemento mais importante como justificação para a sua doutrina da sola fide(apenas a fé)[4].

Visões críticas




Reconstituição facial de Paulo feita pelos especialistas do LKA Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.
Elaine Pagels, professora de religião na Universidade de Princeton e uma autoridade reconhecida sobre o gnosticismo, argumenta que Paulo era um gnóstico e que as epístolas pastorais, antignósticas, são falsificações "pseudo-paulinas", escritas para refutar esta crença ainda na antiguidade[71].
O acadêmico britânico e judeu Hyam Maccoby argumenta que o Paulo como descrito nos Atos dos Apóstolos e o Paulo que aparece em suas próprias obras são pessoas muito diferentes. Algumas dificuldades foram apontadas no relato de sua vida, por exemplo. O Paulo dos Atos está muito mais interessado na história factual e menos na teologia e ideias como a justificação pela fé não estão ali, assim como não estão as referências ao Espírito, de acordo com Maccoby. Ele também afirma que não existem referências a João Batista nasepístolas paulinas, enquanto Paulo o menciona diversas vezes nos Atos[72]. Maccoby teoriza ainda que Paulo sintetizou o judaísmo, o gnosticismo e o misticismo para um cristianismo como uma religião com um salvador cósmico. De acordo com ele, o farisaísmo de Paulo foi sua própria invenção e que ele, na verdade, teria se associado com os saduceus. Maccoby atribui ainda as origens do antissemitismocristão a Paulo e alega que a visão das mulheres que o apóstolo defendia, embora inconsistente, refletia seu gnosticismo (em seus aspectos misóginos)[72].
Outros autores lembram que linguagem nos discursos de Paulo é muito parecida com a de Lucas no estilo. Além disso, George Shillington escreve que o autor dos Atos provavelmente criou os discursos de acordo com este estilo e eles contêm sua marca teológica e literária[73]. Contrariamente, o historiador e apologista cristão Christopher Price argumenta que o estilo de Lucas nos Atos representa o estilo dos historiadores da época que reconhecidamente relatavam discursos em suas obras[74].
F. C. Baur (1792–1860), professor de teologia em Tübingen, na Alemanha, o primeiro acadêmico a criticar os Atos e as epístolas paulinas, e fundador da Escola de Tübingen de teologia, argumentou que Paulo, como o "Apóstolo dos gentios", estava em violenta oposição com os doze apóstolos originais. Baur considera os Atos como uma obra tardia e pouco confiável[75]. O debate que ele iniciou continua até hoje, com Adolf Deissmann[76] (1866 - 1937) e Richard Reitzenstein[77](1861–1931) enfatizando a herança grega de Paulo e Albert Schweitzer destacando a sua dependência do Judaísmo[78].
O professor Robert Eisenman da Universidade da Califórnia em Long Beach, argumenta que Paulo era membro da família de Herodes, o Grande[79]. Eisenman faz uma conexão entre Paulo e um indivíduo identificado por Flávio Josefo como "Saulus", um "parente de Agripa"[80]. Outro elemento bastante citado como suporte a esta tese está em «Saudai aHerodião, meu compatriota.» (Romanos 16:11)[16] (em latimSalutate Herodionem cognatum meum.).
Entre os críticos do apóstolo Paulo também está Thomas Jefferson, um dos Pais Fundadores dos Estados Unidos, que escreveu que Paulo foi o "primeiro que corrompeu as doutrinas de Jesus"[81].
F.F. Powell argumenta que Paulo, em suas epístolas, fez uso de muitas ideias do filósofo grego Platão, chegando até mesmo a usar as mesmas metáforas e a mesma linguagem[82]. Por exemplo, em Fedro, Platão colocou Sócrates dizendo que os ideais celestes são percebidos como "se através de um vidro, vagamente"[83]. Estas palavras são ecoadas por Paulo em «Pois agora vemos como por um espelho em enigma» (1 Coríntios 13:12)[16].

Notas


[nota a] ^  Atos 22:3.
[nota b] ^  Atos 8:1Atos 9:13Atos 9:21Atos 26:10.
[nota c] ^  Atos 9:1 e seguintes.
[nota d] ^  «Por isso ele é mediador de uma nova aliança, para que, tendo intervindo a morte para a redenção das transgressões que havia debaixo da primeira aliança, os que têm sido chamados, recebam a promessa da eterna herança.» (Hebreus 9:15)[16].
[nota e] ^  «circuncidado ao oitavo dia, da raça de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus. Quanto à Lei, fui fariseu;» (Filipenses 3:5)[16].
[nota f] ^  Veja também «quanto ao zelo, persegui a igreja, tendo-me tornado irrepreensível quanto à justiça que há na Lei.» (Filipenses 3:6)[16] e «Ouvistes falar do meu modo de viver no judaísmo em outro tempo, de como perseguia excessivamente a igreja de Deus e a assolava,» (Gálatas 1:13)[16].
[nota g] ^  Principalmente «Tendo recebido autoridade dos principais sacerdotes, eu não somente encarcerei muitos santos, como também dei o meu voto contra estes quando os matavam;» (Atos 26:10)[16], mas também Atos 9:13.
[nota h] ^  Atos 9:1-31Atos 22:1-22 e Atos 26:9-24.
[nota i] ^  «pois eu nem o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas sim mediante a revelação de Jesus Cristo.» (Gálatas 1:12)[16].
[nota j] ^  «Somente ouviram dizer: Aquele que dantes nos perseguia, agora prega a fé que outrora combatia;» (Gálatas 1:23)[16].
[nota k] ^  «...e em Antioquia os discípulos pela primeira vez foram chamados cristãos»(Atos 11:26)[16].
[nota l] ^  «Pois antes de chegarem alguns da parte de Tiago, ele comia com os gentios; mas quando eles vieram, subtraía-se e separava-se temendo os que eram da circuncisão. Os outros judeus também dissimularam juntamente com ele, de modo que até Barnabé foi levado com eles na sua dissimulação.» (Gálatas 2:12-13)[16]
[nota m] ^  Paulo não diz claramente que esta foi a sua segunda visita. Em Gálatas, ele lista três importantes encontros com Pedro e este foi o segundo de sua lista. O terceiro encontro se deu em Antioquia. Por outro lado, ele também não nega claramente ter visitado Jerusalém entre a sua "primeira" e "segunda" visitas.
[nota n] ^  Note que Paulo apenas escreve que ele estava a caminho de Jerusalém, ou apenas planejando a visita. Ele pode ou não ter feito visitas adicionais após esta visita, se é que ele de fato esteve lá desta vez.
[nota o] ^  Principalmente nos versículos «todos os que estão em Roma, queridos de Deus, chamados para serem santos» (Romanos 1:7)[16] e «assim, quanto é em mim, estou pronto para anunciar o Evangelho também a vós que estais em Roma.» (Romanos 1:7)[16], entre outras citações na Epístola aos Romanos.
[nota p] ^  «Ninguém de modo algum vos engane; porque o dia não chegará sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição, aquele que se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, de sorte que se assenta no santuário de Deus, ostentando-se como Deus» (2 Tessalonicenses 2:3-4)[16]
[nota q] ^  Como Jesus é chamado por Paulo em «mas dos apóstolos não vi a nenhum, senão a Tiago, irmão do Senhor.» (Gálatas 1:19)[16]. Para uma discussão mais ampla sobre o assunto, veja Tiago, o Justo e Irmãos de Jesus[84].
[nota r] ^  Atos 22:3
[nota s] ^  Como em Romanos 2:16-26
[nota t] ^  Romanos 9-11
[nota u] ^  Gálatas 1:17
[nota v] ^  Gálatas 1:13-24
[nota w] ^  Gálatas 2:1-10
[nota x] ^  Atos 11:26
[nota y] ^  Atos 15:22
[nota z] ^  Atos 15:30-35
[nota a1] ^  Atos 16:16-34
[nota b1] ^  Atos 17:14
[nota c1] ^  Atos 17:34
[nota d1] ^  Atos 9:23-27
[nota e1] ^  Atos 1:18-20
[nota f1] ^  Atos 11:29-30 e Atos 12:25
[nota g1] ^  Atos 15:1-19
[nota h1] ^  Atos 15:36-40
[nota i1] ^  Gálatas 2:1-10
[nota j1] ^  Gálatas 2:11-14
[nota k1] ^  Atos 18:21-22
[nota l1] ^  Atos 21:17 e seguintes
[nota m1] ^  Atos 24:17
[nota n1] ^  Romanos 15:252 Coríntios 8:-9 e 1 Coríntios 16:1-3
[nota o1] ^  Atos 28:7
[nota p1] ^  Atos 28:2
[nota q1] ^  Atos 28:16
[nota r1] ^  Atos 28:14-15
[nota s1] ^  1 Coríntios 11:17-34
[nota t1] ^  1 Coríntios 15:1
[nota u1] ^  1 Coríntios 7:10-11 e 1 Coríntios 9:14
[nota v1] ^  Colossenses 1:15
[nota w1] ^  João 1:1-14
[nota x1] ^  Colossenses 4:3Colossenses 4:10
[nota y1] ^  Filemon 1:22
[nota z1] ^  1 Tessalonicenses 4:14 até 1 Tessalonicenses 5:13
[nota a2] ^  2 Tessalonicenses 2:2-12
[nota b2] ^  Romanos 2:12 e seguintes
[nota c2] ^  1 Tessalonicenses 4:16 e seguintes
[nota d2] ^  1 Timóteo 2:11-14
[nota e2] ^  Romanos 16:1
[nota f2] ^  mais adiante, em Romanos 16:7

Referências

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  52.  Joseph Barber Lightfoot, em seu "Commentary on the Epistle to the Galatians"escreveu: "Neste ponto [ Gálatas 6:11 ] o apóstolo toma a caneta de seu amanuensis e o parágrafo final foi escrito pela sua mão. A partir do tempo que suas cartas passaram a ser falsificadas em seu nome (2 Tessalonicenses 2:2 e 2 Tessalonicenses 3:17) parece que se tornou seu costume finalizar com algumas palavras escritas com sua própria letra como precaução contra elas. No caso em questão, ele escreveu um parágrafo inteiro, resumindo as principais lições da epístola em sentenças concisas, ansiosas e desconexas. Ele escreveu também em letras grandes, negritas (em grego: pelikois grammasin, de forma que sua letra pode refletir a sua energia e a determinação de sua alma.
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