sábado, 19 de julho de 2025

LITURGIA DIÁRIA - 19/07/2025


Tema do dia

SENHOR, ILUMINA-NOS COM TEU SANTO ESPÍRITO

Os filhos de Israel iniciam a longa marcha que duraria quarenta anos pelo deserto. Saem do Egito com seus bens e rebanhos, apressadamente – como indica a recomendação dos pães sem fermento. O êxodo é o episódio central e marcante da história de Israel e será lembrado pelos tempos afora.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/07/2021

As palavras dos Papas

Os Cânticos do Servo de Javé encontram ampla ressonância "no Novo Testamento", desde o início da atividade messiânica de Jesus. Já a descrição do batismo no Jordão permite estabelecer um paralelismo com os textos de Isaías. Escreve Mateus: "Batizado, (Jesus)... os céus se abriram, e ele viu o Espírito de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele" (Mt 3, 16); em Isaías é dito: "Pus sobre ele o meu espírito" (Is 42, 1). O evangelista acrescenta: "Uma voz vinda do céu dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (Mt 3, 17), enquanto em Isaías Deus diz do servo: "o meu eleito em quem tenho prazer" (Is 42, 1). João Batista aponta para Jesus que se aproxima do Jordão, com as palavras: "Eis o Cordeiro de Deus, eis aquele que tira o pecado do mundo" (Jo 1, 29), exclamação que representa quase uma síntese do conteúdo do terceiro e do quarto Cântico sobre o servo sofredor de Javé. [...]
Assim como os Evangelhos, também os Atos dos Apóstolos demonstram que a primeira geração dos discípulos de Cristo, a começar pelos apóstolos, está profundamente convencida de que em Jesus se cumpriu tudo o que o profeta Isaías anunciou em seus Cânticos inspirados: que Jesus é o eleito Servo de Deus (cf. por exemplo At 3, 13.26; 4,27.30; 1 Pe 2, 22-25), que cumpre a missão do servo de Javé e traz a Nova Lei, é luz e aliança para todas as nações (cf. At 13, 46-47). (São João Paulo II, Audiência Geral de 25 de fevereiro de 1987)

Oração para antes de ler a Bíblia


Meu Senhor e meu Pai! Envia teu Santo Espírito para que eu compreenda e acolha tua Santa Palavra! Que eu te conheça e te faça conhecer, te ame e te faça amar, te sirva e te faça servir, te louve e te faça louvar por todas as criaturas. Fazei, ó Pai, que pela leitura da Palavra os pecadores se convertam, os justos perseverem na graça e todos consigamos a vida eterna. Amém.

Sábado, 15ª Semana do Tempo Comum, Ano Ímpar (I)
Cor: Verde


Primeira Leitura (Êx 12,37-42)
15ª Semana do Tempo Comum | Sábado - 19/07/2025

Leitura do Livro do Êxodo

Naqueles dias, 37os filhos de Israel partiram de Ramsés para Sucot. Eram cerca de seiscentos mil homens a pé, sem contar as crianças. 38Além disso, uma multidão numerosa subiu com eles, assim como rebanhos consideráveis de ovelhas e bois.
39Com a massa trazida do Egito fizeram pães ázimos, já que a massa não pudera fermentar, pois foram expulsos do Egito, e não tinham podido esperar, nem preparar provisões para si.
40A permanência dos filhos de Israel no Egito foi de quatrocentos e trinta anos. 41No mesmo dia em que se concluíam os quatrocentos e trinta anos, todos os exércitos do Senhor saíram da terra do Egito. 42Aquela foi uma noite de vigília para o Senhor, quando os fez sair da terra do Egito: essa noite em honra do Senhor deve ser observada por todos os filhos de Israel em todas as suas gerações.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Responsório Sl 135(136),1 e 23-24.10-12.13-15
15ª Semana do Tempo Comum | Sábado - 19/07/2025

— Eterna é a sua misericórdia.
— Eterna é a sua misericórdia.

Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia.

— Demos graças ao Senhor, porque ele é bom: porque eterno é seu amor! De nós, seu povo, humilhado, recordou-se: porque eterno é seu amor! De nossos inimigos libertou-nos: porque eterno é seu amor!
— Ele feriu os primogênitos do Egito porque eterno é seu amor! E tirou do meio deles Israel: porque eterno é seu amor! Com mão forte e com braço estendido: porque eterno é seu amor!
— Ele cortou o Mar Vermelho em duas partes: porque eterno é seu amor! Fez passar no meio dele Israel: porque eterno é o seu amor! E afogou o Faraó com suas tropas: porque eterno é seu amor!

Evangelho (Mt 12,14-21)
15ª Semana do Tempo Comum | Sábado - 19/07/2025


Eis meu servo. a quem escolhi, meu amado, em quem me comprazo

— Aleluia, Aleluia, Aleluia.
— Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou esta reconciliação.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 14os fariseus saíram e fizeram um plano para matar Jesus. 15Ao saber disso, Jesus retirou-se dali. Grandes multidões o seguiram, e ele curou a todos. 16E ordenou-lhes que não dissessem quem ele era, 17para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: 18“Eis o meu servo, que escolhi; o meu amado, no qual ponho a minha afeição; porei sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará às nações o direito. 19Ele não discutirá, nem gritará, e ninguém ouvirá a sua voz nas praças. 20Não quebrará o caniço rachado, nem apagará o pavio que ainda fumega, até que faça triunfar o direito. 21Em seu nome as nações depositarão a sua esperança”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.


Oração pardepois dler a Bíblia


Dou-Te graças, meu Deus, pelos bons propósitos, afetos e inspirações que me comunicastes nesta meditação; peço-Te ajuda para colocá-los em prática. Minha Mãe Imaculada, meu protetor São José e Anjo da minha guarda, intercedem todos por mim. Amém.

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 18/07/2025

ANO C


Mt 12,1-8

Comentário do Evangelho

Sábado na Bíblia: A Misericórdia Acima da Lei


Embora a Lei permitisse colher e comer espigas na plantação do próximo (Dt 23,26), a ação realizada no sábado era proibida por ser um dia consagrado ao descanso. No entanto, os fariseus se incomodam com essa atitude dos discípulos. Sua observância escrupulosa da Lei parece estar acima de uma necessidade básica, como a fome.
Jesus, ao perceber essa atitude, recorda o comportamento de Davi, que, movido pela fome, transgrediu uma lei cultual ao comer os pães da proposição, que eram destinados aos sacerdotes, e não fez recair culpa sobre ele e os seus (1Sm 21,2-7). Se nesse episódio Davi está acima da Lei, quanto mais o Cristo, que está acima do Templo e é Senhor do sábado. O descanso sabático é essencial, mas deve estar sempre em função da vida e da dignidade humana.
Jesus, ao citar Oseias 6,6, exorta os fariseus a focarem no essencial da Lei e na obediência à vontade de Deus, em vez de se apegarem ao sacrifício de observâncias rigorosas que oprimem o próximo. Os mandamentos de Deus, longe de oprimir, devem nos conduzir à misericórdia, para que possamos colaborar na salvação do ser humano.
https://catequisar.com.br/liturgia/sabado-na-biblia-a-misericordia-acima-da-lei/

Reflexão

No seu significado original, a palavra “páscoa” significa “passagem”. Na passagem de Deus pela terra do Egito, o Senhor liberta o povo eleito da escravidão, transformando, assim, a realidade em que o povo hebreu se encontrava. Na passagem de Jesus, também é possível perceber uma transformação, porque a sociedade deixa de estar escravizada pelos sacrifícios impostos pela Lei, para encontrar, em Cristo, a verdadeira libertação. Os fariseus, no entanto, não estão preparados e não aceitam a novidade trazida por Cristo, que dá novo sentido à Lei e aos Profetas. Em cada Eucaristia, somos convidados a deixar que Cristo passe novamente pela nossa vida, porque só ele pode transformar nossa existência, tantas vezes escravizada pelo pecado, numa nova realidade, livre para acolher a misericórdia de Deus.
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)
https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/18-sexta-feira-11/

Reflexão

«Misericórdia eu quero, não sacrifícios»

Rev. D. Josep RIBOT i Margarit
(Tarragona, Espanha)

Hoje, o Senhor se aproxima do campo cultivado da sua vida, para recolher frutos de sua santidade. Encontrará caridade, amor a Deus e aos demais? Jesus, que corrige a casuística meticulosa dos rabinos que tornava insuportável a lei do descanso sabático, por acaso terá que lhe lembrar que a ele só interessa o seu coração, a sua capacidade de amar?
«Olha, os teus discípulos fazem o que não é permitido fazer em dia de sábado!» (Mt 12,2). Disseram-Lhe isto convencido, isso é o que é incrível. Como proibir alguém de fazer o bem sempre? Alguma coisa deve-lhe lembrar que nada o desculpa de não ajudar aos demais. A caridade verdadeira respeita as exigências da justiça, evitando a arbitrariedade ou o capricho, mas impede o rigorismo, que mata o espírito da lei de Deus, que é um convite contínuo a amar, a dar-se aos demais.
«Misericórdia eu quero, não sacrifícios» (Mt 12,7). Repete-o muitas vezes, para gravá-lo em teu coração: Deus, rico em misericórdia, nos quer misericordiosos. «Que próximo Deus está de quem confessa sua misericórdia! Sim, Deus não anda longe dos contritos de coração» (Santo Agostinho). E quão longe estamos de Deus quando permitimos que o nosso coração se endureça como uma pedra!
Jesus Cristo acusou os fariseus de condenar os inocentes. Grave acusação. E você? Você se interessa de verdade pelas coisas dos demais? Os julga com carinho, com simpatia, como quem julga a um amigo ou a um irmão? Procure não perder o norte da sua vida.
Peça à Virgem que o faça misericordioso, que saiba perdoar. Seja benévolo. E se descobre na sua vida algum detalhe que destoe dessa disposição de fundo, agora é um bom momento para retificar, formulando algum propósito eficaz.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Doce é o nome da misericórdia; e se o nome é assim tão doce, quanto mais doce o será ela própria? Aquele que desejar alcançar misericórdia no céu deve praticá-la neste mundo» (São Cesáreo de Arles)

- «Esta palavra de Deus [Jesus] chegou-nos através dos Evangelhos, como uma das sínteses de toda a mensagem cristã: a verdadeira religião consiste no amor a Deus e ao próximo» (Bento XVI)

- «Proporcionando, com autoridade divina, a interpretação definitiva da Lei, Jesus colocou-Se numa situação de confronto com certos doutores da Lei (...), Isto vale sobretudo para a questão do sábado: Jesus lembra, e muitas vezes com argumentos rabínicos, que o repouso sabático não é violado pelo serviço de Deus ou do próximo (...)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 582)
https://evangeli.net/evangelho/feria/2025-07-18

Reflexão

A misericórdia aperfeiçoa a justiça

Rev. D. Josep RIBOT i Margarit
(Tarragona, Espanha)

Hoje, o Senhor corrige a meticulosa casuística dos rabinos, que tornava insuportável a lei do descanso sabático. “Os teus discípulos fazem o que não é permitido fazer ao sábado”, disseram convencidos: isso é incrível!
Nenhum motivo dispensa de ajudar os outros. A verdadeira caridade respeita as exigências da justiça, evitando a arbitrariedade ou o capricho, mas impede o rigorismo, que mata o espírito da lei de Deus, que é um convite contínuo a amar, a dar-se aos outros. Deus, rico em misericórdia, quer-nos misericordiosos. E que longe está Deus quando o coração endurece como uma pedra! Jesus acusou os fariseus de condenar os inocentes. Grave acusação! Interessemo-nos de verdade pelas coisas dos outros e julguemos com carinho, com simpatia, como quem julga um amigo ou um irmão.
—Peço à Virgem que me faça misericordioso, que eu saiba perdoar e ser benévolo.
https://evangeli.net/evangelho-master/feria/2025-07-18

Comentário sobre o Evangelho

Jesus nos diz: «Misericórdia eu quero, não sacrifícios»


Hoje, temos de aguentar outra vez a raiva de alguns fariseus. Jesus e os seus discípulos estavam a atravessar uma seara. Talvez já fosse meio-dia e tinham fome. Começaram a apanhar espigas para comerem. Normal, não é? Pois alguns começaram a criticá-los. O problema não era comer o grão das espigas, mas é que era sábado… e ao sábado - segundo eles - não era lícito arrancar espigas (??).
- Se não rezarmos pomo-nos no lugar de Deus, inventamos leis e, em lugar de usarmos de misericórdia, começamos a perseguir os “inocentes que não pensam como eu”.
https://family.evangeli.net/pt/feria/2025-07-18

Meditação

A Palavra: dos ouvidos ao coração!

As leis devem servir às pessoas e coordená-las em seus interesses, mas não devem escravizar o ser humano e roubar-lhe a dignidade. Deus age de maneira a valorizar o ser humano como Ele criou: com dignidade e feliz, íntegro e maduro para cumprir sua missão. A missão de Moisés, junto de Aarão, foi tirar o povo de Israel do Egito para libertá-lo da opressão do faraó. Essa missão não foi fácil por conta do duro coração do faraó. Porém, a presença de Deus conduziu o povo e o libertou, e Deus reestabeleceu com ele sua Aliança. E agora essa Aliança é renovada em cada celebração eucarística realizada no mundo. No Evangelho, Jesus se coloca como o Senhor do sábado para valorizar a dignidade da pessoa humana que, muitas vezes, era colocada em segundo plano. O Senhor, portanto, abre seu coração para nós, dizendo: “Quero a misericórdia e não o sacrifício” (Mt 9,13). Desse modo, Jesus não isenta o ser humano da lei, mas o coloca no lugar que Deus deu para ele.
Oração
Ó DEUS, que mostrais a luz da vossa verdade aos que erram, para retornarem ao bom caminho, dai aos que professam a fé, rejeitar o que não convém ao cristão e abraçar tudo o que é digno deste nome. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=18%2F07%2F2025&leitura=meditacao

COLETÂNEA DE HOMÍLIAS DIÁRIAS, COMENTÁRIOS E REFLEXÕES DO EVANGELHO DO DIA, DE ANOS ANTERIORES - 18/07/2025

ANO C


Mt 12,1-8

Comentário do Evangelho

O sábado é dom de Deus

Com poucas variantes, este relato se encontra também nos outros dois sinóticos (Mc 2,23-28; Lc 6,1-5). Trata-se de uma controvérsia acerca do descanso sabático: “… os teus discípulos fazem o que não é permitido fazer em dia de sábado!” (v. 2). Os fariseus são, aqui, os adversários.
Mas o que é permitido fazer em dia de sábado? A cena se passa numa plantação de trigo. Segundo podemos compreender da objeção dos fariseus, em dia de sábado era proibido arrancar as espigas. Jesus responde recorrendo, em primeiro lugar, à história de Davi (1Sm 21,1-10). A fome e a necessidade de manterem em boas condições a vida justificam a atitude de Davi.
Este fato da história de Davi é um exemplo que justifica e ilustra a defesa que Jesus faz de seus discípulos. Jesus interpreta corretamente à Torá, pois ela é dada ao povo de Deus para proteger o dom da vida e da liberdade. O sábado é dom de Deus (cf. Ex 16,29) para recordar a escravidão do Egito e a libertação do povo por Deus (cf. Dt 5,15). Exatamente por isso, no sábado é permitido fazer o bem e salvar uma vida.
Jesus é mais que o Templo, pois nele Deus habita plenamente. Citando Os 6,6, Jesus põe a misericórdia, que supera todo sacrifício, como princípio da ação (ver: Is 58,3-8). O sábado é tempo privilegiado de manifestação do poder salvador do Filho do Homem, poder de dar vida, de fazer viver.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, faze-me misericordioso no trato com o meu semelhante, e livra-me de toda tendência ao legalismo sem piedade, que se coloca a serviço da morte.
Fonte: Paulinas em 19/07/2013

Vivendo a Palavra

Nada mais natural e espontâneo para um grupo que caminha feliz por um campo de trigo na manhã de sábado do que colher algumas espigas para serem degustadas. Mas os fariseus não pensavam assim: eles seguiam a religião da letra da lei e viam pecado em tudo. Como é a nossa Igreja? Buscamos o sacrifício ou a misericórdia?
Fonte: Arquidiocese BH em 19/07/2013

VIVENDO A PALAVRA

Nada seria mais natural e espontâneo para um grupo que caminha feliz pelos campos de trigo em uma manhã ensolarada de sábado, do que colher algumas espigas para serem degustadas. Mas os fariseus não pensavam assim: eles seguiam a religião da letra da Lei, que via pecado em tudo. Como é a nossa Igreja? Buscamos o sacrifício ou a misericórdia?
Fonte: Arquidiocese BH em 19/07/2019

Reflexão

Existem pessoas que acham que é difícil seguir Jesus por causa da radicalidade das exigências evangélicas, no entanto, essas mesmas pessoas ficam criando uma série de dificuldades a partir de um legalismo ritual, moral e religioso que acabam por fazer do seguimento de Jesus uma causa de sofrimento e de dor e não uma causa de alegria e felicidade de quem descobre os valores que o conduz para a vida eterna. Muitos cristãos vivem colocando proibições e ficam contentes quando podem falar "não" a alguém. De fato, essas pessoas não entenderam o Evangelho de hoje, muito menos o amor que Deus tem para com seus filhos e filhas.
Fonte: CNBB em 19/07/2013

Reflexão

Na época de Jesus, o sábado era instituição religiosa válida, que o próprio Jesus sempre respeitou e praticou. A mesma atitude ele adotou em relação a outras instituições da religião judaica. Mas às vezes ele as colocava em questão. O que Jesus questionava não era a instituição religiosa em si, mas a escala de valores daqueles que tornavam absoluto o que era relativo e esqueciam o que era mais importante. Jesus argumenta que certas urgências e necessidades do ser humano têm preferência sobre a Lei. O centro é a pessoa. As leis foram criadas para favorecê-la e ajudá-la a viver dignamente. Se não cumpre tal objetivo, de que vale tal lei? O verdadeiro culto agradável a Deus se expressa mediante obras de misericórdia: “Quero misericórdia e não sacrifício”. Dar de comer é obra de misericórdia.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 19/07/2019

Reflexão

Na época de Jesus, o SÁBADO era instituição religiosa válida, que o próprio Jesus sempre respeitou e praticou. A mesma atitude ele adotou em relação a outras instituições da religião judaica. Mas às vezes ele as colocava em questão. O que Jesus questionava não era a instituição religiosa em si, mas a escala de valores daqueles que tornavam absoluto o que era relativo e esqueciam o que era mais importante. Jesus argumenta que certas urgências e necessidades do ser humano têm preferência sobre a Lei. O centro é a pessoa. As leis foram criadas para favorecê-la e ajudá-la a viver dignamente. Se não cumpre tal objetivo, de que vale tal lei? O verdadeiro culto agradável a Deus se expressa mediante obras de misericórdia: “Quero misericórdia, e não sacrifício”. Dar de comer é obra de misericórdia.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)
Fonte: Paulus em 21/07/2023

Reflexão

«Misericórdia eu quero, não sacrifícios»

Rev. D. Josep RIBOT i Margarit
(Tarragona, Espanha)

Hoje, o Senhor se aproxima do campo cultivado da sua vida, para recolher frutos de sua santidade. Encontrará caridade, amor a Deus e aos demais? Jesus, que corrige a casuística meticulosa dos rabinos que tornava insuportável a lei do descanso sabático, por acaso terá que lhe lembrar que a ele só interessa o seu coração, a sua capacidade de amar?
«Olha, os teus discípulos fazem o que não é permitido fazer em dia de sábado!» (Mt 12,2). Disseram-Lhe isto convencido, isso é o que é incrível. Como proibir alguém de fazer o bem sempre? Alguma coisa deve-lhe lembrar que nada o desculpa de não ajudar aos demais. A caridade verdadeira respeita as exigências da justiça, evitando a arbitrariedade ou o capricho, mas impede o rigorismo, que mata o espírito da lei de Deus, que é um convite contínuo a amar, a dar-se aos demais.
«Misericórdia eu quero, não sacrifícios» (Mt 12,7). Repete-o muitas vezes, para gravá-lo em teu coração: Deus, rico em misericórdia, nos quer misericordiosos. «Que próximo Deus está de quem confessa sua misericórdia! Sim, Deus não anda longe dos contritos de coração» (Santo Agostinho). E quão longe estamos de Deus quando permitimos que o nosso coração se endureça como uma pedra!
Jesus Cristo acusou os fariseus de condenar os inocentes. Grave acusação. E você? Você se interessa de verdade pelas coisas dos demais? Os julga com carinho, com simpatia, como quem julga a um amigo ou a um irmão? Procure não perder o norte da sua vida.
Peça à Virgem que o faça misericordioso, que saiba perdoar. Seja benévolo. E se descobre na sua vida algum detalhe que destoe dessa disposição de fundo, agora é um bom momento para retificar, formulando algum propósito eficaz.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Doce é o nome da misericórdia; e se o nome é assim tão doce, quanto mais doce o será ela própria? Aquele que desejar alcançar misericórdia no céu deve praticá-la neste mundo» (São Cesáreo de Arles)

- «Esta palavra de Deus [Jesus] chegou-nos através dos Evangelhos, como uma das sínteses de toda a mensagem cristã: a verdadeira religião consiste no amor a Deus e ao próximo» (Benedito XVI)

- «Proporcionando, com autoridade divina, a interpretação definitiva da Lei, Jesus colocou-Se numa situação de confronto com certos doutores da Lei (...), Isto vale sobretudo para a questão do sábado: Jesus lembra, e muitas vezes com argumentos rabínicos, que o repouso sabático não é violado pelo serviço de Deus ou do próximo (...)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 582)
Fonte: Evangeli - Evangelho - Feria em 21/07/2023

Reflexão

A misericórdia aperfeiçoa a justiça

Rev. D. Josep RIBOT i Margarit
(Tarragona, Espanha)

Hoje, o Senhor corrige a meticulosa casuística dos rabinos, que tornava insuportável a lei do descanso sabático. “Os teus discípulos fazem o que não é permitido fazer ao sábado”, disseram convencidos: isso é incrível!
Nenhum motivo dispensa de ajudar os outros. A verdadeira caridade respeita as exigências da justiça, evitando a arbitrariedade ou o capricho, mas impede o rigorismo, que mata o espírito da lei de Deus, que é um convite contínuo a amar, a dar-se aos outros. Deus, rico em misericórdia, quer-nos misericordiosos. E que longe está Deus quando o coração endurece como uma pedra! Jesus acusou os fariseus de condenar os inocentes. Grave acusação! Interessemo-nos de verdade pelas coisas dos outros e julguemos com carinho, com simpatia, como quem julga um amigo ou um irmão.
Peço à Virgem que me faça misericordioso, que eu saiba perdoar e ser benévolo.
Fonte: Evangeli - Evangelho Master - Feria em 21/07/2023

Meditação

O que o domingo significa para mim? - Como transcorro o “dia do Senhor?” - Coloco as coisas de Deus em primeiro lugar? - Viver a religião é para mim um peso ou algo que me realiza como pessoa humana? - Trato a todos com bondade e misericórdia?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 19/07/2013

Meditação

Quero a misericórdia e não o sacrifício.” Os fariseus acusaram os discípulos de desobedecer ao mandamento do sábado, só porque tinham apanhado algumas espigas de trigo. Em sua defesa, Jesus usa uma frase do profeta Oseias (6,6). Seu sentido é claro: para Deus o amor e a misericórdia são mais importantes do que a obediência mecânica a mandamentos e o cumprimento minucioso de ritos e cerimônias. Vivamos a dinâmica do Reino presente na Palavra, e não percamos tempo com o que não é essencial.
Oração
Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão, e abraçar tudo o que é digno desse nome. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: a12 - Reze no Santuário - Deus Conosco em 21/07/2023

Comentário sobre o Evangelho

Jesus nos diz: «Misericórdia eu quero, não sacrifícios»


Hoje, temos de aguentar outra vez a raiva de alguns fariseus. Jesus e os seus discípulos estavam a atravessar uma seara. Talvez já fosse meio-dia e tinham fome. Começaram a apanhar espigas para comerem. Normal, não é? Pois alguns começaram a criticá-los. O problema não era comer o grão das espigas, mas é que era sábado… e ao sábado - segundo eles - não era lícito arrancar espigas (??).
- Se não rezarmos pomo-nos no lugar de Deus, inventamos leis e, em lugar de usarmos de misericórdia, começamos a perseguir os “inocentes que não pensam como eu”.
Fonte: Family Evangeli - Feria em 21/07/2023

Meditando o evangelho

O IMPERATIVO DA VIDA

Jesus foi firme ao rebater as críticas dos fariseus quando viram os discípulos colhendo espigas de trigo e comendo-as, em dia de sábado. Para os fariseus, este fato configurava-se como um aberto desrespeito à Lei. E, pior ainda, praticado com a anuência do Mestre Jesus. Algo de errado estava acontecendo: alguém, pensando ensinar em nome de Deus, mostrava-se incapaz de respeitar uma Lei dada pelo mesmo Deus. Daí podia-se concluir, sem perigo de errar, que Jesus não vinha da parte de Deus.
Entretanto, este desrespeito à Lei de Deus era só aparente. Jesus estava em perfeita comunhão com Deus ao concordar que, quem estivesse com fome, podia encontrar um meio de saciá-la, mesmo atropelando uma Lei religiosa. O imperativo da vida estava perfeitamente de acordo com a vontade de Deus. Errado seria obrigar os discípulos do Mestre a desfalecer pelo caminho, embora tivessem alimento à mão, só porque a colheita estava no rol das atividades proibidas em dia de sábado.
O gesto de Jesus teve um antecedente no Antigo Testamento, na pessoa de Davi. Fugindo da perseguição de Saul, chegara faminto a um santuário, cujo sacerdote, na falta de outro pão, ofereceu ao fugitivo o pão consagrado, que só aos sacerdotes era permitido comer. Gesto sensato, pois o pão consagrado destinava-se a garantir a vida de um ser humano. Portanto, a atitude do sacerdote foi plenamente agradável a Deus. O mesmo aconteceu com Jesus.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Espírito de flexibilidade, que eu não seja contaminado pela subserviência à Lei, sabendo que, para Deus, o imperativo da vida é mais importante.
Fonte: Dom Total em 19/07/2019

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. A SUPREMACIA DA MISERICÓRDIA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês)

Deixando de lado o legalismo farisaico, Jesus guiava-se pelo princípio da misericórdia, no trato com os seus discípulos. Esta opção prática levava-o a relativizar as exigências da Lei, sempre que estivesse em jogo a sobrevivência do ser humano, quando se tratava de garantir a vida.
O episódio relatado pelo Evangelho revela o entrechoque de posições. Por um lado, os fariseus expressam seu desacordo ao verem os discípulos de Jesus fazerem, em dia de sábado, o que não era permitido – colher espigas. Este gesto era interpretado como um trabalho agrícola. Por outro lado, Jesus aprova a iniciativa dos discípulos, por saber que comiam as espigas para matar a fome.
A atitude de Jesus encontrava um precedente no Antigo Testamento. Quando Davi, fugindo da perseguição de Saul, chegou ao santuário de um lugarejo, o sacerdote não hesitou em dar a ele e a seus companheiros os pães consagrados que, por Lei, só ao sacerdote cabia consumir. Tendo diante de si um bando de fugitivos famintos, o sacerdote teve a sensatez de colocar a Lei em segundo plano.
A piedade orgulhosa dos fariseus, sempre pronta a condenar quem não se submetesse a seus ditames, devia dar lugar a uma visão humanitária da religião. Afinal, as leis existem em função da vida. Seria contraditório que, por causa delas, alguém viesse a morrer.
Oração
Pai, faze-me misericordioso no trato com o meu semelhante, e livra-me de toda tendência ao legalismo sem piedade, que se coloca a serviço da morte.
Fonte: NPD Brasil em 19/07/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Os policiais da comunidade...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A exemplo dos moralistas de plantão, os Fariseus eram naquele tempo, aquilo que poderia ser chamado hoje de “policiais da comunidade”, só de olho no que os outros fazem para poder acusá-los perante a autoridade. Claro que a Policia Militar faz esse trabalho, e os bons policiais o fazem com todo zelo, e se perceber uma atitude suspeita de alguém, imediatamente irá abordá-lo, pois faz parte do seu trabalho.
Os moralistas também agem dessa forma, seguem á risca a lei e julgam-se no direito de fiscalizar as demais pessoas, para que também o façam e não admitem que alguém venha a violar algum preceito da lei. Pessoas assim tornam-se insuportáveis para os outros, porque são como uma engrenagem sem lubrificante; são secas, rigorosas, até que um dia a “casa cai”, quando os outros descobrem que esse grupo só enganava, porque lhes faltava o essencial: o amor e a misericórdia na relação com os demais.
Esse grupo de Fariseus parece que tiravam o dia para “fiscalizar” as pessoas suspeitas, principalmente Jesus e seus discípulos e neste evangelho, em um dia de sábado o flagram colhendo espigas para comerem, pois no meio da caminhada sentiram fome. Querendo mostrar a Jesus o Santo caminho da Lei de Moisés (quanta pretensão) acusam os discípulos de estarem fazendo algo que é proibido em dia de sábado: trabalhar!
Jesus toma então alguém importante da História de Israel, o grande Rei Davi, de cuja estirpe viria o Messias, e mostra-lhes que o próprio Davi infligiu aquela lei, quando junto com seus companheiros entrou no templo e comeu dos pães sagrados, exclusivos dos sacerdotes. O ensinamento de Jesus é exatamente esse: que acima de qualquer lei está a Lei do Amor e da preservação da Vida, e toda lei autêntica deve ter ao centro a Vida do Homem. Jesus não revoga a Lei de Moisés, mas lembra do que está no centro dela, e que os Fariseus há muito tinham esquecido. Não se coloque nenhuma Lei ou norma acima do amor e da misericórdia para com as pessoas.
Os membros dos nossos Conselhos Pastorais, bem como os Coordenadores e Cooperadores, devem estar atentos e muito abertos á Palavra de Deus, para que não se corrompam com o velho Farisaísmo que tanto Jesus condenou.

2. Quero misericórdia!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

No Evangelho de Mateus, Jesus é o Senhor do sábado por ser Deus. Para Marcos, basta ser homem para ser senhor do sábado, pois o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. O sábado, o dia do descanso do Senhor, quando foram concluídas todas as obras da criação, era o sétimo dia. Com ele, fechava-se o ciclo do tempo de uma semana, a primeira da criação. Passado o sábado, no oitavo dia, o primeiro da nova semana, Deus pode ver toda a sua obra. Na Bíblia hebraica, esse dia não é chamado de primeiro, mas de dia Um, assim como Deus é Um. Ele rompe o ciclo fechado do tempo da semana, que se repete ininterruptamente. É o oitavo dia, que abre o tempo para a eternidade. O ser humano, preso na semana de sete dias, é libertado na imensidão da eternidade. Libertos de toda e qualquer dominação do tempo e do espaço, passamos do sétimo dia para o oitavo, o Dia do Senhor.
Fonte: NPD Brasil em 19/07/2019

HOMILIA DIÁRIA

Não permita que seu coração seja endurecido

Não deixe seu coração endurecer pela incredulidade. Mesmo que a sua fé seja provada, não afaste o seu coração do Senhor

Moisés e Aarão realizaram muitos prodígios diante do Faraó; mas o Senhor endureceu o coração do Faraó, e ele não deixou que os filhos de Israel saíssem da sua terra.” (Ex 11, 10)

Nós estamos acompanhando a história da salvação através da leitura do livro do Êxodo. Moisés, escolhido para libertar o povo de Deus, com seu auxiliar Arão, vai diante do faraó para ser porta-voz do Senhor.
Ele diz que o Deus de Israel, deseja tirar o seu povo da escravidão do Egito. Mas é óbvio que o faraó não dará ouvido a Moisés e irá endurecer seu coração, obrigando o profeta a realizar muitos prodígios diante do próprio faraó.
A Palavra diz que Deus endureceu o coração do faraó. Isso acontece porque, diante dos milagres que Deus realizava, por meio de Moisés, o faraó se sentia desmoralizado e refém do poder do Senhor.
O fato é que cada vez parecia mais difícil a libertação do povo, pois o governante do Egito estava cada vez mais irredutível. E aos olhos humanos não havia esperança.
Quantas vezes as pessoas veem as obras do Senhor, mas fecham o coração para não reconhecê-las. Por causa disso, sofrem até entender que está diante da vontade do Senhor; assim foi com o faraó, quando perdeu seu primogênito.
Não deixe seu coração se endurecer pela incredulidade. Mesmo que a sua fé seja provada, não se afaste do Senhor. Pelo contrário, abra seu coração para a graça de Deus e você poderá contemplar as Suas maravilhas.
Que Deus hoje lhe conceda um dia abençoado!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 19/07/2013

HOMILIA DIÁRIA

A vida está perecendo por falta de misericórdia

“Quero a misericórdia e não o sacrifício’, não teríeis condenado os inocentes. De fato, o Filho do Homem é senhor do sábado.” (Mateus 12,7)

Os fariseus estavam preocupados, porque os discípulos de Jesus, tendo fome, começaram a apanhar espigas para comer, e era dia de sábado. A preocupação deles, no entanto, não era com a fome dos discípulos, mas com o sábado. A preocupação deles não era com a situação da pessoa humana, mas era a preocupação da lei pela lei.
Não podemos fazer pouco-caso das leis humanas nem das leis divinas, que são sagradas para a existência das relações humanas e da nossa própria relação com Deus.
As leis do Senhor são sagradas, mas nada é mais sagrado do que a lei da vida; mas a lei da vida não é só a vida enquanto o direito de nascer. Não, não podemos impedir que a vida humana nasça. A união do óvulo com o espermatozoide gera uma nova vida, e essa vida tem de ser respeitada, acolhida e amada. A vida, desde o momento de sua concepção até o entardecer, quando um irmão nosso está no leito de uma cama, de um hospital, padecendo à enfermidade, ele tem vida.

A vida humana está perecendo por falta de amor, de cuidado e misericórdia

É nossa responsabilidade cuidarmos da vida, é nossa responsabilidade darmos o melhor para a vida. Não importa se é sexta-feira, sábado ou domingo, não importa que dia seja, o que importa é a vida acima de toda e qualquer situação.
Façamos o melhor de nós. Demos o melhor de nós por causa da vida, porque se o Senhor está dizendo: “Eu quero a misericórdia e não o sacrifício”, é porque nós podemos fazer muitos sacrifícios para agradar a Deus.
Quando queremos, fazemos promessas, penitências e cumprimos preceitos religiosos – que os façamos! –, mas que tudo isso esteja a serviço da vida. Se temos tempo para rezar, para fazer penitência, façamos as nossas orações, mas não descuidemos da vida humana. Não descuidemos daquele que passa fome, daquele que passa necessidade e aflição, porque a vida humana está perecendo por falta de amor, de cuidado e misericórdia.
Se o irmão morre de frio, não é porque faltou cobertor, mas é porque faltou o calor humano para cuidar dele. Se o irmão padece de fome, não é porque falta alimento no mundo, mas falta misericórdia, bondade e cuidado. Estamos preocupados com os nossos preceitos religiosos, estamos preocupados apenas em cumprir as nossas obrigações religiosas, ficamos no devocionismo, mas não voltamos a cuidar uns dos outros.
É nossa missão cuidarmos dos nossos irmãos, é nossa missão não restringirmos a nossa religião às leis e aos preceitos religiosos. “Vou à missa todo domingo. Rezo meu terço. Faço a minha adoração”. Mas como fazemos adoração e não fazemos adoração para cuidar de Jesus sofredor? Como rezamos, como fazemos jejum, mas não nos preocupamos com quem não tem o que comer nenhum dia da vida?
A religião de Jesus é a religião da vida em Deus, que nos leva a cuidar do próximo seja qual for a necessidade que ele passe.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 19/07/2019

HOMILIA DIÁRIA

Alargue o seu coração e experimente a misericórdia de Deus

“Naquele tempo, Jesus passou no meio de uma plantação num dia de sábado. Seus discípulos tinham fome e começaram a apanhar espigas para comer. Vendo isso, os fariseus disseram-lhe: ‘Olha, os teus discípulos estão fazendo o que não é permitido fazer em dia de sábado!’ Ora, eu vos digo: aqui está quem é maior do que o Templo. Se tivésseis compreendido o que significa: ‘Quero a misericórdia e não o sacrifício’, não teríeis condenado os inocentes.” (Mateus 12,1-2.6-7)

Vejam, meus irmãos e minhas irmãs, o trecho que nos é apresentado é daquele famoso episódio em que os discípulos de Jesus estão apanhando espigas para comer. O problema aqui não são as espigas, mas é o dia de sábado, é o preceito, é a lei. E nós tomamos sobre essa realidade uma lição muito forte para a nossa vida.
Você já pensou se o amor de uma mãe se resumisse apenas a dizer para o seu filho a regra de lavar as mãos antes de comer? Teríamos aí uma mãe muito chata, muito cruel, só apegada às regras. Porque o amor de mãe não se resume a apontar as regras da casa, da boa conduta e dos modos.
O amor de mãe é aquele abraço no choro de uma nota ruim; é aquele sopro no machucado provocado por uma queda de bicicleta; é aquela comida favorita feita no dia de domingo. A expressão do amor de mãe vai muito mais além das regras.

A regra que Deus criou foi a misericórdia e o perdão para alcançar os nossos corações

As regras existem e precisam ser observadas! Ninguém segue uma regra lendo apenas um manual; a regra é relacional, ela só existe se for para promover o bem dos indivíduos. Uma lei, uma norma numa sociedade em que os indivíduos se relacionam, ela só tem razão de ser se for justamente para mediar o bom relacionamento entre os cidadãos. Então, a regra é relacional.
A Lei de Deus existe para nos fazer experimentar o Seu amor, a nossa religião não é a memória das tábuas da Lei, mas é a memória de Deus que salvou o Seu povo e continua agora a salvá-lo pela vida do Seu Filho Jesus. Esse é o fundamento da nossa religião!
E Jesus, no Evangelho, parece romper, mais uma vez, com os esquemas. “Não é lícito, em dia de sábado, fazer tal coisa”, disseram os fariseus. Sabiamente, aprendemos que toda regra tem a sua exceção. Essa exceção não desqualifica a regra, mas a torna humana e vivível. Porque pode existir um ser humano nesse mundo necessitado de uma compreensão ainda maior, mais alargada, mais flexível que o torne, de fato, humano. Aí sim é capaz de aderir a toda a Lei.
Então, a Lei não é aplicada de forma igual para todo mundo, por isso o perdão e a misericórdia são expressões fortes da exceção de uma regra. Diz o Salmo 78: “Deus não nos trata como exigem as nossas faltas”, estamos na exceção.
A regra que Deus criou foi a misericórdia e o perdão para alcançar os nossos corações. Se o coração de Deus se alargou, flexibilizou-se, não posso também fazer diferente! Para que eu e você pudéssemos entrar no Seu coração, Deus alargou o coração d’Ele, tirou o peso que pesava sobre nós para nos dar a possibilidade de viver tudo aquilo que nós precisamos. Então, peçamos ao Senhor também essa graça de alargar o nosso coração, de nos fazer viver os preceitos e as regras, mas sempre no aspecto relacional, na nossa intimidade com Ele.
Sobre vós desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 21/07/2023

Oração Final
Pai Santo, nós te damos graças pela liberdade que nos foi outorgada por Jesus. Que nós sejamos rigorosos no cumprimento de tua Lei, mas que saibamos distinguir entre o seu espírito, que dá vida, e a sua letra, que mata. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 19/07/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, nós te damos graças pela liberdade que nos foi outorgada por Jesus. Que nós sejamos rigorosos no cumprimento de tua Lei, mas que saibamos distinguir entre o seu Espírito, que dá vida, e a sua letra, que mata. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 19/07/2019