segunda-feira, 20 de novembro de 2023

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE DEUS TE ACOMPANHE…

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) – Lc 18,35-43 - 20/11/2023


Saiba escutar a voz de Deus que fala ao seu coração

“Quando Jesus se aproximava de Jericó, um cego estava sentado à beira do caminho, pedindo esmolas. Ouvindo a multidão passar, ele perguntou o que estava acontecendo.  Disseram-lhe que Jesus Nazareno estava passando por ali. Então, o cego gritou: ‘Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!’” (Lucas 18,35-38)



Meus irmãos e minhas irmãs, estamos hoje diante desta Palavra de Deus, diante de um episódio na vida de Jesus e na vida deste cego. Jesus estava a caminho de Jerusalém… E Jericó era uma cidade que, antigamente, era a entrada para a terra prometida. Recorde-se que o povo de Deus, antes de entrar na terra prometida, teve um último obstáculo: a cidade de Jericó, as famosas muralhas de Jericó.
Comumente, fazemos a espiritualidade do “Cerco de Jericó”, é justamente para vencer os obstáculos que nos impedem de entrar na terra prometida, ou seja, viver na graça de Deus. Jericó era essa entrada para a terra prometida, mesmo lugar onde chegou o povo israelita, vindo da escravidão do Egito, daquele regime de mendicância e de cegueira espiritual. Falar disso é importante para entender o porquê desse cego estar aqui.

Não percamos nunca a capacidade de escuta, de nos colocar perguntas e a capacidade de rezar

O homem era cego e era mendigo, duas condições de total perda de sentido de viver: não vejo, não tenho nada, logo, não sou ninguém. Era isso que estava no coração daquele homem, mas esse homem, mesmo em meio a tudo isso, conserva coisas muito importantes dentro do seu coração, que nós também precisamos cultivar: a capacidade de escuta, de fazer perguntas e a capacidade de rezar.
Em meio às nossas tribulações, não percamos nunca isto: a capacidade de escuta, de nos colocar perguntas e a capacidade de rezar. Nos momentos de crise, saber escutar a voz de Deus que fala no nosso interior; nos momentos de treva, saber buscar ajuda no lugar certo; no momento de desespero, suplicar a Deus, em oração, que Ele tenha piedade de nós, como fez aquele homem.
Uma escuta atenta, uma inquietude saudável e uma oração insistente, é o que nos ensina o episódio do cego de Jericó, é o que podemos fazer para sair das nossas crises e contemplar as promessas de Deus em nossa vida, contemplarmos a ação de Deus na nossa história e pararmos com aquela postura de vitimismo, aquela postura de prostração, de desânimo, porque Jesus está passando no nosso meio, como passou na vida desse homem.
Ouçamos a Sua voz, vamos até Ele e peçamos com toda a fé e com toda confiança: Filho de Davi, tem piedade de nós!
Sobre todos vós desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre DonizetHeleno
Missionário da Comunidade Canção Nova

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) – Mt 25,14-30 - 19/11/2023


Não recuse os talentos que Deus concedeu a você

“Naquele tempo, Jesus contou esta parábola a seus discípulos: ‘Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou. O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles e lucrou outros cinco. Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. Mas aquele que havia recebido um só saiu, cavou um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu patrão’” (Mateus 25,14-18)



Meus irmãos e minhas irmãs, hoje é domingo, Dia do Senhor. É o 33º Domingo do Tempo Comum, é a penúltima semana do Tempo Comum. E recebemos, hoje, como proposta, a parábola dos talentos.
No domingo passado, vimos a parábola das dez virgens, as cinco previdentes e as cinco imprevidentes; hoje, vemos a parábola dos talentos e, na semana que vem, vamos ver a parábola do juízo final — são parábolas escatológicas, que falam da recusa sobre a proposta de Deus.
Como eu disse: no domingo passado, as dez virgens esperavam o esposo; neste domingo, vemos essa realidade dos talentos e, na próxima semana, finalizando o Tempo Comum vemos o juízo universal.
No centro da parábola de hoje, evidencia a função de administrar um patrimônio. O critério é aquele da economia humana. É importante lembrarmos que o talento, aqui, no Evangelho, não corresponde ao conceito de qualidade como um dom, não é isso! Para não causar confusão, como se Deus fosse injusto, desse cinco para um, dois e um para outro. Então, não confundamos talento com qualidade.

Não recuse os talentos que Deus te concedeu. Vamos frutificar as bênçãos de Deus na vida dos nossos irmãos

Aqui, talento indica uma unidade de medida monetária. Só para exemplificar: um talento são 10 mil denários, um denário era uma jornada de trabalho; o salário mínimo era, então, 30 denários, era o salário recebido por um trabalhador. Um talento são 10 mil dias de salário, um talento era, mais ou menos, 30 anos de salário, era uma aposentadoria, era uma geração inteira.
Porque, naquele tempo, você sabe que a expectativa de vida era muito menor do que nos tempos atuais, ou seja, aquele servo tinha a bênção de Deus para toda a sua vida, era só colocar em prática aquilo que ele recebeu.
Todos eles, tanto o que recebeu cinco, quanto o que recebeu dois ou o que recebeu um, tanto que o primeiro recebeu 50 mil dias de salário. O que recebe dois, do mesmo jeito; e aquele que recebe um também é abençoado.
Não falamos aqui de cifra, não falamos de prosperidade pagã, ensinada por alguns por aí —  Deus me abençoando com carros, casa, dinheiro e o meu irmão passando fome. Não é isso, e nós não podemos chamar isso de prosperidade! Rico sou quando compartilho com o outro aquilo que tenho; sou próspero quando consigo enxergar a necessidade do meu irmão.
Os dois primeiros trabalharam e dobraram o que foi recebido, foram bons mesmo com a diferença, mas o terceiro é medroso, é fechado, é preguiçoso e enterra o seu talento como um morto; desistiu de viver. Com isso, Jesus nos apresenta, hoje, a necessidade de acolhermos o dom que Deus nos concedeu, não importa aquilo que você faz ou o quanto você faz, importa que você coloque o que Deus te concedeu a serviço dos seus irmãos.
Não recuse a graça de Deus, não recuse os talentos que Deus te concedeu, Ele te abençoou muito. Vamos frutificar as bênçãos de Deus na nossa vida, na vida dos nossos irmãos!
Sobre todos vós desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Heleno
Missionário da Comunidade Canção Nova

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 20/11/2023

ANO A


Lc 18,35-43

Comentário do Evangelho

Por onde Jesus passa suscita fé e vida.

Lucas tomou de Marcos (Mc 10,46-52), com poucas modificações, o relato da cura do cego. Marcos informa que o nome do cego era Bartimeu – o filho de Timeu (Mc 10,46).
“Jesus Nazareno está passando”, dizem ao cego (v. 37). Jesus está se aproximando de Jerusalém, passando por Jericó, um verdadeiro oásis em meio ao deserto da Judeia. Jesus está sempre de passagem, é um Messias itinerante. Por onde passa desperta interesse e atrai as pessoas: querem ouvi-lo, ser tocados por ele e tocá-lo, pois dele “saía uma força que curava a todos” (Lc 6,19). Por onde passa ele faz viver, ele suscita a fé na vida. Ao ouvir que era Jesus quem estava passando, o cego insistentemente grita por compaixão e exprime confiança no Messias davídico: “Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim!” (v. 38; cf. Jr 33,15; Ez 34,23-24; 37,24). A insistência em ser ouvido revela a sua confiança em poder receber a visão (cf. v. 39). Na sua passagem Jesus para, como no episódio em Naim (cf. Lc 7,11-17), pois ele é compassivo; como Deus, ouviu o clamor do seu povo escravo no Egito (cf. Ex 3,7-9).
“Jesus perguntou: ‘Que queres que eu te faça?’” (v. 41), ao que o cego respondeu: “Que eu veja, Senhor” (v. 41). Ele exprime o que todo discípulo devia desejar ver. Mas de que visão se trata? “Vê, a tua fé te salvou” (v. 42). Trata-se da iluminação pela fé que faz ver. O cego é, aqui, modelo do discípulo que, iluminado pela fé, segue Jesus (v. 43).
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, infunde em mim uma fé profunda como a do pobre cego, cujo desejo de ser curado por Jesus levou-o a se abrir para a verdadeira visão que leva à salvação.
Fonte: Paulinas em 18/11/2013

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

TUA FÉ TE SALVOU


Jesus está a caminho de Jerusalém. Jericó é a última etapa. O homem é cego, mendigo e está sentado à beira do caminho. Essa imagem tem uma força plástica impressionante. Ele está à margem da sociedade e da estrutura político-religiosa, que o exclui. Em Jesus, ele encontra sua única esperança. Ele reconhece Jesus como Messias. Isso contrasta com a verdadeira cegueira dos discípulos, que o afastam do Senhor.
Primeiro, ele chama Jesus de “Filho de Davi”. Muitos esperavam um Messias que viesse restaurar a dinastia davidica e cuidar dos problemas cotidianos da população. Ele grita e pede piedade. Depois, o cego chama Jesus de “Senhor”. No final, depois da cura, ele dá graças e glorifica o Senhor, e ajuda outros a reconhecerem o poder de Deus.
O cego, que no começo estava à beira do caminho, termina a cena seguindo Jesus pelo caminho. Na cura desse cego, está presente o processo catecumenal que conduz ao Batismo, além de inspirar o processo missionário e pastoral de nossas comunidades. O cego, um dia, já enxergou. Ele deseja enxergar de novo, reencontrar o encanto da fé, a presença amorosa de Jesus.
Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa

Vivendo a Palavra

Para qualquer um de nós tudo pareceria tão óbvio, o cego deveria querer ver... Mas Jesus quis respeitá-lo e procura saber dele próprio qual era o seu desejo maior. Sigamos o Mestre no relacionamento com os companheiros de jornada, procurando dar-lhes aquilo que desejam e não o que está sobrando para nós.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/11/2013

VIVENDO A PALAVRA

A fé nos diz que Jesus não passava apenas por aqueles caminhos que levavam a Jericó. Ele continua passando pelos lugares por onde andamos, carregando a nossa cegueira. Chegando a nós, o Evangelho nos encoraja para pedir: “Jesus, eu quero ver de novo!” Se verdadeiramente cremos, o milagre acontece e a alegria pode ser compartilhada com os irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/11/2017

VIVENDO A PALAVRA

Para qualquer um de nós pareceria óbvio: o cego deveria querer ver… Mas Jesus quis respeitá-lo e procura saber dele próprio qual era o seu desejo maior. Sigamos o Mestre no relacionamento com os companheiros de jornada, procurando ouvir deles aquilo que desejam e não lhes oferecendo o que nós resolvemos ser o melhor para eles...
Fonte: Arquidiocese BH em 18/11/2019

Reflexão

Jesus passou toda a sua vida fazendo o bem para manifestar o amor de Deus para conosco. Quando Jesus realiza curas, quer mostrar que o amor de Deus pelos homens faz com que as pessoas não fiquem à margem do caminho pedindo esmolas, mas com que cada um tenha condições de seguir o seu próprio caminho. É por isso que ele tem compaixão do cego e o cura. Após o processo de libertação, todos são convidados a seguir o próprio caminho, sendo que alguns, como é o exemplo do cego do Evangelho de hoje, resolvem seguir o caminho de Jesus. Quando Jesus cura, não tira a liberdade da pessoa. Aqueles que depois de curados resolvem segui-lo, o fazem de livre e espontânea vontade, mas tornam-se um motivo para que todos glorifiquem a Deus.
Fonte: CNBB em 18/11/2013

Reflexão

No século IV, Constantino fez edificar, em Roma, uma basílica dedicada ao glorioso mártir São Pedro e uma construção de menores dimensões dedicada a São Paulo. A basílica atual (São Paulo fora dos Muros), erigida no mesmo lugar da anterior, data do ano 1854. As duas igrejas, cuja dedicação hoje celebramos, nos recordam que Pedro e Paulo são considerados as colunas da Igreja de Cristo. O Prefácio da festa dos dois apóstolos apresenta os traços principais de cada um deles: “Pedro, o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel. Paulo, mestre e doutor das nações, anunciou-lhes o Evangelho da Salvação. Por diferentes meios, os dois congregaram a única família de Cristo e, unidos pela coroa do martírio, recebem hoje, por toda a terra, igual veneração”.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 18/11/2019

Reflexão

Movido pela fé, o cego de Jericó, ao saber que Jesus de Nazaré está passando, começa a gritar, pedindo-lhe piedade. Não conta com a solidariedade dos que estão ao redor de Jesus; ao contrário, estes querem silenciá-lo. É a prática mais comum em nossa sociedade: em vez de socorrermos os marginalizados, nós os consideramos inconvenientes na vida social e os amordaçamos com silêncio paralisante. Em favor do cego de Jericó, vem a sensibilidade de Jesus (bom ouvido e bom coração), que faz uma parada e manda que o chamem. Jesus lhe dá mais do que simples esmola. Restitui-lhe a visão, e o cego passa a ver duplamente: enxerga Jesus com os olhos físicos e com os olhos da fé. Tanto assim que dá glória a Deus e segue Jesus a caminho de Jerusalém. Qual tipo de cegueira nos afeta?
Oração
Ó Jesus de Nazaré, ao mendigo cego dás a possibilidade de “ver novamente”. Alegria geral. Diante desse fato maravilhoso, o povo dá louvores a Deus, e o que fora cego, exultante, se põe a te seguir pelo caminho. Bendito sejas, Mestre, por iluminares nossas mentes e nossos passos. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 15/11/2021

Reflexão

Movido pela fé, o cego de Jericó, ao saber que Jesus de Nazaré está passando, começa a gritar, pedindo-lhe piedade. Não conta com a solidariedade dos que estão ao redor de Jesus; ao contrário, estes querem silenciá-lo. É a prática mais comum em nossa sociedade: em vez de socorrermos os marginalizados, nós os consideramos inconvenientes na vida social e os amordaçamos com silêncio paralisante. Em favor do cego de Jericó, vem a sensibilidade de Jesus (bom ouvido e bom coração), faz uma parada e manda que o chamem. Jesus lhe dá mais do que simples esmola. Restitui-lhe a visão, e o cego passa a ver duplamente: enxerga Jesus com os olhos físicos e com os olhos da fé. Tanto assim que dá glória a Deus e segue Jesus a caminho de Jerusalém. Qual é o tipo de cegueira que nos afeta?
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

Reflexão

«A tua fé te salvo

Rev. D. Antoni CAROL i Hostench
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje o cego Bartimeu (cf. Mc 10,46) dá-nos toda uma lição de fé, manifestada com franca simplicidade perante Cristo. Quantas vezes nos seria útil repetir a mesma exclamação de Bartimeu!: «Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!» (Lc 18,37). É tão proveitoso para a nossa alma sentir-nos indigentes! O fato é que o somos, mas, infelizmente, poucas vezes o reconhecemos de verdade. E..., claro está: fazemos o ridículo. São Paulo adverte-nos: «Que tens que não tenhas recebido? Mas, se recebeste tudo que tens, por que, então, te glorias, como se não o tivesses recebido?» (1Cor 4,7).
Bartimeu não tem vergonha de se sentir assim. Em não poucas ocasiões, a sociedade, a cultura do politicamente correto querem fazer-nos calar: com Bartimeu não o conseguiram. Ele não se encolheu. Apesar de o «mandarem ficar calado, (...) ele gritava mais ainda: Filho de Davi, tem compaixão de mim!» (Lc 18,39). Que maravilha! Apetece dizer: —Obrigado, Bartimeu, por esse exemplo.
E vale a pena fazê-lo como ele, porque Jesus ouve. E ouve sempre!, Por mais confusão que alguns organizem à nossa roda. A confiança simples -sem preconceitos- de Bartimeu desarma Jesus e rouba-lhe o coração: «Mandou que lhe trouxessem o cego e (...) perguntou-lhe: «Que queres que eu te faça?» (Lc 18,40-41). Perante tanta fé, Jesus não anda com rodeios! E Bartimeu também não: «Senhor, que eu veja!». (Lc 18,41). Dito e feito: «Vê! A tua fé te salvou» (Lc 18,42). Assim, pois, —a fé, se é forte, defende toda a casa— (Santo Ambrósio), quer dizer, tudo pode.
Ele é tudo; Ele dá-nos tudo. Então, que outra coisa podemos fazer perante Ele, se não lhe dar uma resposta de fé? E esta resposta de fé equivale a deixar-se encontrar por este Deus que —movido pelo afeto de Pai— nos procura sempre. Deus não se impõe, mas passa frequentemente muito perto de nós: aprendamos a lição de Bartimeu e ... Não o deixemos passar ao largo!

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Através da oração podemos estar com Deus. A oração é segurança para os navegadores» (S. Gregório de Nisa)

- «Quando o grito da humanidade, como o de Bartimeu, se repete ainda mais alto, não há outra opção senão tornar nossas as palavras de Jesus e, sobretudo, imitar o seu coração. Hoje é tempo de misericórdia» (Francisco)

- «A fé faz que saboreemos, como que de antemão, a alegria e a luz da visão beatifica, termo da nossa caminhada nesta Terra. Então veremos Deus face a face´ (1 Cor 13, 12), tal como Ele é´ (1 Jo 3, 2). A fé, portanto, é já o princípio da vida eterna (...)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 163)

Reflexão

A “Vida” eterna, a “desconhecida realidade conhecida”

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje consideremos nossa própria vida refletida em Bartimeu: como ele, fatigados e "sem vista", assim estamos diante da Vida. Suspeitamos que esta vida terrenal não seja, na realidade, a Vida. E como ele, nos abrimos com Jesus, pedindo-lhe "ver", porque ao homem que está concentrado em si mesmo, deixa escapar a Vida eterna.
A vida do homem, por culpa do pecado, está destinada a um árduo trabalho e a um sofrimento intolerável, de modo que a imortalidade seria aqui mais uma carga que um bem… Há momentos, no entanto, em que, de repente, percebemos "algo" de como deve ser a "Vida". Por contraste, o que cotidianamente chamamos "vida", na realidade, não o é.
—Desejamos a "Vida" mesma, a verdadeira, mas não conhecemos isso para o que nos sentimos impulsados. Não podemos deixar de atendê-la, mesmo sabendo que tudo o que podemos experimentar não é o que desejamos. Esta "realidade" desconhecida é a verdadeira esperança que nos anima. A "Vida" eterna é esta "desconhecida realidade conhecida".

Recadinho

Será que não me faço de cego diante de tantos problemas que acontecem ao meu redor? - Ou procuro estar de olhos abertos e atentos às necessidades de minha comunidade, de meu próximo? - Compreendemos que a vida não é fácil. Mas que lugar dou para Deus nela, para que minha cruz seja menos pesada? - Se tenho limitações em minha vida, procuro me adaptar sentindo a presença e ação de Deus em tudo? - A cura do cego simboliza a fé. De olhos abertos para nova maneira de ver e agir, ele segue a Jesus. Não fiquemos sentados à beira da estrada da vida! Sejamos como o cego de Jericó! Paremos, escutemos e gritemos como o cego: Senhor, eis-me aqui, para te servir em meus irmãos!
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 18/11/2013

Meditação

Sempre que lemos esta passagem, certamente ficamos a nos perguntar por que as pessoas que caminhavam à frente de Jesus não queriam que o cego gritasse. Não queriam que um mendigo cego e esfarrapado perturbasse sua piedosa tranquilidade? Queriam evitar que Jesus fosse importunado? Ou talvez se sentissem incomodados com aquela manifestação de fé tão confiante, que lhes parecia muito ingênua. Como compreendemos a realidade das pessoas excluídas?
Oração
Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa, servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Comentário sobre o Evangelho

O cego Bartimeu: Jesus o cura vendo sua fé em Deus


Hoje nos unimos ao grito de Bartimeu. Muitos nos querem calados! Pois, não!, valentia e a gritar. Outros gritam. Por que vamos ficar calados? Além disso, a fé não é para ser guardada em um bolso.
—Podemos gritar a “botar a boca no trombone” como Bartimeu. Mas temos que gritar, sobretudo, com o exemplo. As palavras movem, mas o exemplo arrasta.

Meditando o evangelho

O CEGO DE JERICÓ

O homem cego, sentado à beira do caminho para Jericó, padecia de cegueira física, não, porém, de cegueira espiritual. Seu interesse em saber quem estava passando era mais que simples curiosidade. Deu mostras de intuir estar passando exatamente a pessoa com quem queria se encontrar: Jesus de Nazaré.
Por isso, quando lhe deram a notícia desejada, pôs-se a gritar freneticamente, sem se importar com quem o intimava a se calar. Quanto mais se esforçavam para reduzi-lo ao silêncio, tanto mais alto gritava. Afinal, não podia deixar escapar a chance, há tanto tempo esperada.
Mais uma vez, Jesus mostrou-se solidário com os pobres e os marginalizados dos quais o cego era um bom exemplo. Os gritos lancinantes chegaram não só aos seus ouvidos, mas principalmente ao seu coração. E se fez todo ouvido aos apelos do homem desejoso de cura.
O desejo do cego – ver – recebeu dupla resposta. Por um lado, o homem viu-se curado da deficiência física, tendo recuperado a visão. Por outro, abriram-se-lhe também os olhos da fé. Daí a constatação de Jesus: "A tua fé te salvou!" E como manifestação disto, o ex-cego tornou-se seguidor de Jesus, louvando a Deus pelas maravilhas operadas em seu favor. Levou, igualmente, a multidão a dar glória a Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Pai, infunde em mim uma fé profunda como a do pobre cego, cujo desejo de ser curado por Jesus levou-o a se abrir para a verdadeira visão que leva à salvação.
Fonte: Dom Total em 20/11/201718/11/2019 15/11/2021

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. “Que queres que eu te faça?”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

No caminho de Jericó, Jesus se encontra com um cego e lhe pergunta: “Que queres que eu te faça?”. O cego respondeu: “Senhor, que eu veja”. Eis o pedido que não pode faltar em nossas preces: Que eu veja o Senhor e veja o meu próximo. O cego de Jericó representa todos os discípulos que precisam ver com olhos bem abertos quem é Jesus, para que ele veio ao nosso mundo, o que acontece em torno dele, que meios ele frequenta, com quem fala, com quem anda. O discípulo procura ver as pessoas na sua realidade de vida, no seu contexto, na sua história, para amá-las e compreendê-las. Outra bela prece do mesmo cego, que nossos irmãos cristãos do Oriente repetem com fé: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!”. Invoque Jesus e encha-se dele. Peça compaixão e esvazie-se de seu pecado. O homem não era cego, ficou depois, e recuperou a vista ajudado por Jesus que ouviu o seu grito, parou, mandou que trouxessem o cego até ele. Todos gestos de súplica e de resposta atenciosa. Outros não escutam e passam adiante.
Fonte: NPD Brasil em 20/11/2017

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Uma entrevista esclarecedora com  o “Ex-Cego”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

(Será que o problema desse homem era apenas a cegueira física, ou havia algo a mais que o fazia infeliz?”

___O que você queria mesmo, era apenas enxergar?
___Não! Além de enxergar eu queria um sentido para a minha vida, enxergar era importante, mas eu, além do mundo, das coisas e objetos e das pessoas, queria ver algo mais, vislumbrar algo que me desse uma boa razão para viver.

___Então você está falando de uma escuridão mais terrível que a cegueira física?
___Sim, exatamente isso, a Vida de quem não descobriu uma razão e um sentido para o existir, é uma escuridão terrível, você não sabe de onde veio e para onde caminha, não imagina que rumo tomar... Por isso fica á beira do caminho a espera de alguma referência, alguma orientação, alguém que te dê uma luz...

___Ah então começo a perceber uma coisa importante, a narrativa da cura da sua cegueira é mais teológica do que jornalística?
___Mas é claro, Lucas o evangelista sabia de como aquela experiência com Jesus o Filho de Davi, mudou totalmente a minha vida.

___E por que você o chama por esse nome de "Filho de Davi"?
___Ah meu amigo, "Filho de Davi" era o grito dos pobres e pequenos daquele tempo, e não só isso, mas também de todo homem ou mulher que não tinha mais nenhuma esperança nesta vida, de quem estava no fundo do poço. E eu sabia que era ele... que estava se aproximando e gritei com todas minhas forças...

___O que você diz dos que tentaram fazer você se calar...
___Eles achavam que eu não tinha a menor chance de dar uma "guinada de 90 graus" na minha existência, o Nazareno não iria perder tempo comigo, que era considerado impuro, desgraçado, sem nenhuma perspectiva futura de mudar para melhor... Igual hoje, pois vocês aí do Terceiro Milênio também têm uma multidão de cegos á beira do caminho, gente que parou de andar porque não sabe para onde vai. Tendo a luz que é Jesus Cristo, e nada fazendo para que estes também conheçam a Luz, é omissão muito grave...

___E sobre a pergunta de Jesus, "O que queres que te faça?", parecer que ele foi irônico, claro que você queria enxergar, não é?
___Não foi irônico não, ele só queria saber se o que eu desejava era apenas uma cura física ou estava a procura de um novo rumo para a minha vida, por isso me fez essa pergunta...

___Nossa! Essa eu não sabia, a coisa mais lógica de um deficiente visual é querer enxergar...
___Pois é, mas a deficiência espiritual é mil vezes pior, então na minha resposta o Mestre percebeu que eu queria mais do que isso, queria ser seu seguidor e discípulo, porque sabia no meu coração que Ele era a Verdadeira Luz, aquele que dá sentido e razão a nossa existência, pois muitos recebem a graça de uma cura física, Jesus não se nega a fazê-lo, porque sempre age com compaixão e misericórdia, mas as vezes o que foi curado continua com a doença grave que é a descrença e o pecado.

___Olha “Sêo” ex-Cego, o seu testemunho foi ótimo, pois a gente aqui do Terceiro Milênio, fica olhando só a cura física e não percebe esse algo mais que você falou, e que foi na verdade o que levou a multidão a dar glórias a Deus...
___Isso mesmo, eu entrei para a comunidade me sentindo um homem novo, que agora vê e enxerga esse Reino que Jesus inaugurou em nosso meio, aquele dia foi uma Festa inesquecível, o dia em que encontrei com Jesus e a minha vida mudou, porque descobri o sentido e a razão da minha existência. Vê se vocês cristãos aí do terceiro milênio, levam Jesus a esse monte de cegos e cegas que perambulam sem rumo, ou se acomodam á beira do caminho e da sociedade, paralisados pela cegueira, pelo desânimo e falta de esperança. Vê se vocês cristãos das comunidades cristãs, facilitam o acesso á salvação, e não tenham a conduta daqueles que queriam fazer calar a minha voz, o meu grito.

___Pode deixar meu irmão: Essa sua entrevista vai revolucionar a vida de muita gente aqui dos nossos tempos.

2. Que eu veja! - Lc 18,35-43
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Na sexta e última etapa da subida para Jerusalém, Jesus se aproxima de Jericó. Informado de que era Jesus quem estava passando, um mendigo, que era cego, se pôs a gritar: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!”. O cego sabia quem era Jesus. Não o tinha visto, por ser cego, mas ouvira falar dele. Jesus era conhecido e comentado, e já havia perguntado aos discípulos o que as pessoas, e eles próprios, diziam a respeito dele. Jesus pede que lhe tragam o cego e se coloca à sua disposição. Sem se impor, pergunta-lhe: “Que queres que eu te faça?”. O que posso fazer por você? Jesus deixa o homem livre para dar a resposta que quiser. O homem não era cego de nascença e pediu para recuperar a visão. Como em outros casos, também ele foi salvo pela fé. Reconhecendo que Jesus é o Filho de Davi, apelou para a sua compaixão. Repita muitas vezes com o cego: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!”. E que a compaixão do coração de Cristo se instale em seu coração.
Fonte: NPD Brasil em 18/11/2019

Liturgia comentada

E se pôs a segui-lo... (Lc 18, 35-43)
Um cego na beira da estrada. Toda uma vida de humilhação e dependência. Seguramente, já ouvira falar daquele estranho Rabi da Galileia que limpava os leprosos e animava os paralíticos. É quando passa a multidão. Ouvindo o burburinho, o cego se informa e fica sabendo que Jesus está passando. É hora de gritar...
Foi Santo Agostinho quem escreveu: “Timeo Iesum praetereuntem et non redeuntem” – isto é, “temo a Jesus que passa e não volta”. Temo perder a hora da graça. A oportunidade imperdível! Por isso mesmo, o cego de Jericó ergue o seu berreiro: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!” Tentam fazê-lo calar, mas ele insiste. Até que Jesus para e o atende. A uma palavra de Jesus, o cego recobra a vista. Com brados de louvor a Deus, ele se põe a seguir Jesus. Isto é, torna-se seu discípulo.
Cabe aqui uma reflexão. Qual a intenção profunda de nossas orações? Quando pedimos a Deus saúde e emprego, dinheiro e cura das enfermidades, que é mesmo que estamos buscando? Pode ser que estejamos apenas em busca de segurança material, sossego, alívio das dores. Não é uma forma de egoísmo? O cego de Jericó podia ter obtido a visão de volta, agradecia a Jesus e seguia sua estrada para cuidar da própria vida. Mas, não... Ele se põe a seguir o médico que o havia curado. Só tem olhos para Jesus... Outra vez, quando Jesus curou dez leprosos, somente um – o estrangeiro – voltou para dar graças. Os outros estavam satisfeitos com a própria cura e nada mais queriam, exceto o atestado de saúde a ser obtido com os sacerdotes do Templo. Egoístas, não?
Se nós queremos cura para servir aos irmãos, ótimo! Se queremos saúde para trabalhar pelo Reino, tudo bem! Mas se queremos emprego só para ter dinheiro no banco, hum-hum... Se queremos passar no vestibular só para “subir na vida”, sei não... Nossas intenções não são das melhores...
É verdade que – como diz o povo simples – Deus não dá asa a cobra. Pode ser que nossa oração não seja ouvida porque Deus avalia nossas intenções e antevê que acabaríamos prejudicados com aquilo que pedimos. Fechados em nosso pequeno mundo, teríamos em mãos mais recursos para nossa perdição.
Se Deus atendesse às nossas preces, nós o seguiríamos?
Orai sem cessar: “Só uma coisa pedi ao Senhor: morar na casa do Senhor  todos os dias de minha vida.” (Sl 27, 4)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 18/11/2013

HOMILIA

UM "ITINERÁRIO DE LUZ"

Na subida a Jerusalém, Jesus aproxima-se de Jericó. À beira do caminho, marginalizado, há um cego pedindo esmola. O sistema de poder que o subjuga tirou-lhe a visão e sua compreensão da vida. Quando Jesus passa, grita por ele, com o título de Filho de Davi. A sua cegueira e a sua indigência estão atreladas à ideologia de poder davídico-judaica.
Jesus o chama, e quando lhe pergunta: "Que queres que eu te faça?", o cego responde: "Senhor, que eu veja". A fé em Jesus faz com que o cego se liberte de sua cegueira e veja Jesus com novos olhos, passando a segui-lo. Na narrativa, o cego simboliza, também, os discípulos que trazem, ainda, marcas da ideologia do poder do sistema do templo e da sinagoga. No momento da humilhação e morte de Jesus em Jerusalém, estes discípulos se confundirão e ficarão inseguros. Suas visões, aos poucos, vão-se clareando.
A cegueira quer seja física, quer espiritual, é um mal indolor. A perda da vista, apesar de nos impedir de nos guiarmos nos espaços físicos segundo nossas próprias deliberações e usando de nossa autonomia, inclina-nos à humildade e submissão aos outros, a confiar em seu auxílio. Por isso, quando bem aceita, ela pode ser um excelente meio de santificação. Muito pelo contrário, a cegueira espiritual priva-nos de elementos fundamentais para nossa salvação - como são as misericórdias que desprezamos - e nos faz correr terríveis riscos, enquanto acumulamos as iras de Deus.
A Bartimeu lhe faltava um dos elementos essenciais para enriquecer-se, por isso caiu inevitavelmente na pobreza passando a viver de esmolas. Ao cego de Deus, entretanto, é possível fazer fortuna; porém, debaixo deste ponto de vista, é ele ainda mais digno de pena: quando se fecharem definitivamente para a luz do dia seus olhos carnais, os espirituais de imediato se abrirão, mas quão tarde será, para ele, ver a grande dimensão de sua real miséria em todo o seu horror. E, tomara, não seja essa a hora do desespero.
Se ao analisar-me, com toda a honestidade de consciência, não encontrarei no fundo de minha alma alguma sombra onde a luz do sobrenatural não chega, um ou outro refolho onde não penetra a voz de Deus? Esse é o momento de eu imitar o pobre Bartimeu. O próprio Jesus continua aqui, nos tabernáculos das igrejas. Por que não aproveitar uma ocasião para d’Ele me aproximar e pedir-Lhe o milagre? Devo temer a Jesus que passa e não volta, e bradar continuamente, porque Ele ouve melhor os desejos abrasados.
Tenhamos por certo este princípio: sempre que um cego de Deus abraça o caminho da conversão, “a multidão” tenta dissuadi-lo de prosseguir, fazendo todo o possível para lhe criar obstáculos. Infelizmente, a essa “multidão” de mundanos se associa a multidão de seus próprios pecados e paixões, para fazê-lo silenciar. Também aqui é oportuno imitar a atitude de Bartimeu, ou seja, não somente não ceder às pressões, como até, pelo contrário, redobrar em ardor, esperança e desejos. Dessa forma, não tardará a comprovar a realidade.
“Senhor, que eu veja!”, deve ser o pedido de quem esteja imerso na tibieza e, sobretudo, de quem é cego de Deus. Bartimeu não pediu a fé, porque já a possuía. Sua cegueira era simplesmente física. Examinemos nossas necessidades espirituais e peçamos tudo a Jesus. Sem duvidar, aguardemos até mesmo o milagre, pois Ele nos assegura: “Tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Eu o farei” (Jo 14, 13).
O número dos que sofrem de cegueira física, no mundo, é insignificante, em comparação com os cegos espirituais. A cegueira de coração atinge uma quantidade assustadora de pessoas em nossos dias. A fé vai se tornando privilégio de minorias. Há cegos não só nos caminhos da salvação, mas até mesmo nas vias da piedade. Estes levam uma vida pseudo-tranquila, submersos nos perigos da tibieza; cometem faltas, mas conseguem muitas vezes, através de inúmeros sofismas, adormecer suas consciências, não experimentando mais os benéficos remorsos. Confessam- se por pura rotina, comungam sem dar o devido valor à substância do Sacramento Eucarístico, rezam sem devoção…
E - quem diria? - há cegos entre os que abraçaram o caminho da perfeição, mas deixaram de aspirar a ela, contentando-se com uma espiritualidade medíocre, esquálida e infrutuosa. Eles nada fazem para atingi-la, procurando-a onde ela jamais se encontra.
Enfim, para não ser cego de Deus, é preciso ser puro de coração. Uma das principais causas da cegueira de nossos dias é a impureza. Nosso Senhor diz no Sermão da Montanha: “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5, 8). Não se trata exclusivamente da virtude da castidade, mas, muito, da reta intenção de nossos desejos. Tanto uma quanto a outra vão-se tornando raras a cada novo dia, nesta era de progressiva cegueira de Deus.
São essas algumas das razões pelas quais a humanidade necessita voltar-se urgentemente para a Mãe de Deus, apresentando por meio d’Ela, ao Divino Redentor, o mesmo pedido de Bartimeu: “Senhor, que eu veja!”
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 18/11/2013

REFLEXÕES DE HOJE

SEGUNDA

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 18/11/2013

HOMILIA DIÁRIA

Voltemos a enxergar aquilo que perdemos de vista

Que a nossa fé venha em nosso socorro para abrir “os olhos do nosso coração”, que nós voltemos a enxergar aquilo que perdemos de vista.

“Então o cego gritou: ‘Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!’” (Lc 18,38)

A Palavra de Deus vem nos chamar à atenção do quanto a cegueira é ruim para nossa vida. Não estou falando da cegueira física, daqueles que nasceram cegos ou que se tornaram cegos por um incidente da vida.
Muitas vezes, a pessoa que é cega enxerga até melhor do que nós que temos dois olhos bem abertos. Existe uma cegueira espiritual que envolve a nossa mente, o nosso coração, que não nos permite ver as coisas como de fato elas são; aquela cegueira de sermos enganados, iludidos, de vivermos no mundo de fantasias, no mundo que não é real. Aquela cegueira que todo mundo vê onde está o mal e só nós não conseguimos enxergar, aquela cegueira de conseguir enxergar o problema da vida de todo mundo, menos o seu próprio problema. Enxerga os defeitos do vizinho, das pessoas que estão ao seu lado, mas não consegue ver os seus próprios.
O problema é que nós não nos enxergamos, pois a cegueira nos envolve e não nos permite abrir os olhos. Nós precisamos, hoje, como o cego do Evangelho, gritar com toda a insistência: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim! Abra meus olhos, Senhor, deixa eu enxergar de novo ou deixa-me enxergar aquilo que eu nunca enxerguei. Por favor, Senhor, não deixe que eu morra na cegueira, na ilusão, no engano, na mentira, mas abra os meus olhos para que eu Te veja. Para que eu contemple aquilo que, de fato, sou, aquilo que, na verdade, eu vivo, para que eu saia da vida mentirosa, que, muitas vezes, eu estou submersa nela”.
Por que este cego foi insistente? Ele disse: “Senhor, eu quero enxergar de novo!”.
Jesus lhe disse: “Enxerga, pois, de novo, porque a tua fé te salvou!”.
Meus irmãos, que a nossa fé venha em nosso socorro para abrir “os olhos do nosso coração”, que nós voltemos a enxergar aquilo que perdemos de vista.
Às vezes, dentro da nossa casa, nós enxergávamos nossos irmãos, o marido enxergava a mulher e ela o enxergava; antes, éramos capazes de viver com mais simplicidade e pureza. Hoje, no entanto, perdemos essa pureza. Só o Senhor, abrindo os nossos olhos, apontando-nos a direção para que possamos novamente enxergar a estrada da vida, o caminho para a salvação, a seta que nos aponta o caminho para o qual nós devemos caminhar.
Que a Palavra de Deus anunciada venha trazer a luz da vida, que é Jesus, para abrir os nossos olhos, para que possamos enxergar a verdade que está em nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 18/11/2013

HOMILIA DIÁRIA

A luz da fé abre os nossos olhos

Se nós queremos enxergar de novo ou, enxergar bem a cada dia, precisamos deixar que a luz da fé guie os nossos passos

“‘Que queres que eu faça por ti?’” O cego respondeu: ‘Senhor, eu quero enxergar de novo’. Jesus disse: ‘Enxerga, pois, de novo. A tua fé te salvou’.” (Lucas 18,41-42)

A cura do cego de Jericó têm lições maravilhosas para a nossa vida. A primeira delas é a ”sede”, a necessidade que esse cego tem na cura; ele com insistência, vai atrás de Jesus. É, também, ele que está no meio da multidão e grita: “Senhor, filho de Davi, tenha compaixão de mim. Eu preciso da sua misericórdia”.
É um grito que vem do fundo da alma, de um coração sedento em ser curado, para voltar a enxergar. Porque esse cego já enxergou um dia, mas, por diversas circunstâncias da vida deixou de enxergar.
Por qualquer coisa, por qualquer descuido, levamos a vida com tantas coisas para fazer, e vamos nos tornando cegos ao longo do caminho. Quando não reparamos, sobretudo, no nosso orgulho e na soberba que são tentações, caímos na cegueira humana e espiritual. Ela não permite enxergar a vida como precisa ser.
Quando estamos cegos, tropeçamos sem ver;  caímos sem reparar e, muitas vezes, nem nos levantamos. Pois não percebemos onde estamos.
A graça de enxergar é a grande graça. Porque muitos cegos que, talvez, não tenham a visão física como nós temos, enxergam a graça de Deus. Eles têm mais discernimento na vida, do que nós que temos os ”olhos arregalados” e não enxergamos o essencial.
Talvez as pessoas que estivessem no contexto do Evangelho, fossem até mais cegas do que o homem cego, porque ele queria tocar em Jesus e ser curado por Ele, e as pessoas o afastavam, o repreendiam e mandavam que ele ficasse calado. Não enxergavam que o irmão precisava dessa graça de Deus.
A grande cegueira da vida, é quando enxergamos somente a nós. Só os nossos problemas, a nossa vida e necessidades. Não conseguimos enxergar quem está ao  nosso lado, pois, nos incomodam com seus gritos,  suas necessidades e, assim, os ignoramos. Está aí, a grande cegueira do mundo que, muitas vezes, envolve cada um de nós.
Esse cego é insistente, ele grita: “‘Senhor, eu quero enxergar de novo’. Jesus disse: ‘Enxerga, pois, novamente. A tua fé te salvou’”.
Se nós queremos enxergar de novo ou, enxergar bem a cada dia, precisamos deixar que a luz da fé guie, conduza e direcione os nossos passos.
Quando perdemos essa luz da fé, enxergamos a vida e o mundo de uma forma ofusca, confusa, errada. Porque é com a luz da fé que nós enxergamos a vida como ela é, e como ela precisa ser vista. É com a luz da fé, que nós enxergamos o mundo com os ”olhos de Deus”. É com essa luz que enxergamos a graças de Deus.
Que a sua luz do Senhor abra os nossos olhos para caminharmos na Sua verdade.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 20/11/2017

HOMILIA DIÁRIA

Jesus é a Luz da nossa vida

“Jesus perguntou: ‘Que queres que eu faça por ti?” O cego respondeu: “Senhor, eu quero enxergar de novo’. Jesus disse: ‘Enxerga, pois, de novo. A tua fé te salvou.’” (Lucas 18,41-42)

Veja o drama desse cego, ele não era um cego de nascença, mas por circunstâncias da vida foi ficando cego. Ele queria novamente enxergar a luz. Ele precisava da luz para guiar os seus passos; e ele foi atrás de Jesus, foi clamar por Jesus. Ele vai dizer: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim”.
Não é um grito de desespero, é um grito de fé. É um clamor de esperança; de confiança; esse é o clamor que deve sair e bradar dos nossos corações, a nossa confiança em Deus em primeiro lugar. Não é cedermos ao desespero, ao desânimo, ao cansaço e as fadigas da vida.
Que a nossa fé leve-nos a clamar e a buscar em Jesus aquilo que nós precisamos, porque, o que necessitamos a cada dia é enxergarmos de novo ou enxergarmos o que não enxergamos até agora, porque, muitas vezes, estamos cegos.

Precisamos da luz para viver e para enxergar a graça de Deus, para enxergar a mão de Deus conduzindo os nossos passos

Acredite que, a pior coisa que pode acontecer a uma pessoa não é perder a visão da luz do sol; o pior que pode  acontecer é ficar cega à graça, é não enxergar a luz de Deus, a ação e a direção de Deus.
É sabermos responder a cada dia pelo questionamento: “O que fazemos da nossa vida a cada dia”. Quando nos encontramos perdidos nas situações da vida, precisamos de luz, e não é a luz do imediatismo, não é a luz que responde às nossas ansiedades para o momento do agora, mas é a luz para viver e para enxergar a graça de Deus, é a luz para enxergar a mão de Deus conduzindo os nossos passos.
Não podemos perder o referencial. Se por acaso tivermos perdido e, de fato, não encontrarmos o sentido da vida, precisamos fazer como esse cego e gritar a cada dia: “Filho de Davi, tem piedade de mim”. E movidos pela fé, ela irá abrir os nossos olhos, a mão de Jesus irá nos tocar para que, primeiro, possamos enxergá-Lo.
Quando enxergamos a Jesus, a mão d’Ele entra em nossa vida. É Ele mesmo quem nos diz: “Eu sou a Luz do mundo, quem Me segue não caminhará nas trevas.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 18/11/2019

HOMILIA DIÁRIA

Enxerguemos a vida com o olhar da graça

“O cego respondeu: ‘Senhor, eu quero enxergar de novo’. Jesus disse: ‘Enxerga, pois, de novo. A tua fé te salvou.’” (Lucas 18,41-42)

Gosto demais desse relato do cego de Jericó! Ele me faz refletir o que nos leva (nós que enxergamos) a nos tornarmos cegos. Na realidade física, você vê que muitas pessoas que enxergavam bem, depois de um certo tempo, já não enxergam tão bem; a própria idade, às vezes, a falta de cuidado ou um acidente… Enfim, fisicamente, até pouco tempo, eu enxergava bem todas as coisas, mas, agora, a idade chegou, e tenho que usar óculos para poder enxergar.
Esse cego está pedindo para enxergar de novo. Ele já não está enxergando mais nada! Mas olho para o mundo espiritual, olho para a realidade emocional e mental da vida em que vivemos; não é só o olhar físico que vamos perdendo ao passar do tempo; vamos, muitas vezes, perdendo a visão sobrenatural, a visão da graça; passamos a ter uma visão tão mundana e tão humana das coisas, que não enxergamos mais as coisas com o olhar da graça, com o olhar de Deus.

Precisamos aprender com esse cego que nós precisamos enxergar de novo, enxergar com o olhar da graça para que a vida não vire uma desgraça

Há pessoas, inclusive, que vivem na outra dimensão, só enxergam desgraças, só enxergam coisas más, coisas azedas e amargas, é de acordo com aquilo que ele tem na visão. Se a sua visão de vida é pessimista, tudo que você vê é no olhar do pessimismo. Se, ao conversar com essa pessoa, nada presta, nada vai dar certo (mas você está bem), ela o coloca para baixo, porque ela só consegue enxergar as coisas negativas. A pessoa que passou por uma frustração e não foi curada, tudo ela enxerga na óptica da frustração, ela frustrou-se e quer levar também os outros a enxergar a vida como uma grande frustração.
Olhando para esse cego, coloco-me também de joelhos aos pés de Jesus suplicando: “Jesus, Filho de Davi, por favor, dê-me a graça de enxergar de novo. Enxergar a Sua presença, enxergar o Seu amor, enxergar a Sua ação, enxergar a Sua misericórdia. Dê-me a graça de enxergar minhas virtudes, a possibilidade de superação que preciso ter a cada dia”.
Que beleza são as pessoas que sabem, mesmo vivendo situações complicadas na vida, enxergar a vida a partir de uma outra óptica. É aquela pessoa que sofreu um acidente e pode olhar para esse acidente com uma tragédia, ou ela pode olhar para ele como uma possibilidade de superação. Vejo pessoas, muitas vezes, acidentadas ou com alguma debilidade física enxergando a vida muito melhor do que as pessoas que tem duas pernas, dois braços, mas estão cegas para tudo, vivem sempre reclamando, sempre azedando, vivem sempre olhando as coisas, e está tudo muito mal.
Que beleza ver aquela pessoa que vive numa vida, muitas vezes, materialmente pobre, mas em tudo enxerga a graça, em tudo ela agradece, em tudo ela vê a bondade, a mão de Deus, a ação de Deus e sabe recomeçar. Que beleza é aquela pessoa que tem pouco para viver, mas ela tem um olhar de partilha, de amor e de bondade que tudo para ela se torna grande.
Que mesquinho é aquele que tem tudo na vida, mas para ele nada presta, nada sabe ver de uma óptica de bondade, ele não sabe ver a necessidade do outro, não sabe repartir o que tem, ele vive se azedando, vive se estragando porque vive reclamando e murmurando.
Precisamos aprender com esse cego que nós precisamos enxergar de novo, enxergar com o olhar da graça, para que a vida não vire uma desgraça; olhar com o olhar de Deus para que a nossa vida seja conduzida na óptica da fé e da graça.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 15/11/2021

Oração Final
Pai Santo, dá-nos a mesma certeza que tinha o cego de Jericó: que vejamos de novo! – E nós, que nos deixamos cegar pela sedução do mundo de consumo e egoísmo, redescubramos o caminho da fraternidade com o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/11/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos discípulos de Jesus e nos dá o poder de enxergar as maravilhas que criaste. E nos dá também, Pai amado, sabedoria e coragem para sermos missionários, levando a mesma cura do Mestre para os nossos companheiros de caminhada. Nós te pedimos pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/11/2017

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos a mesma certeza que tinha o cego de Jericó: que vejamos de novo! – E a nós, que nos deixamos cegar pela sedução do mundo de consumo e pelo egoísmo, ajuda-nos a redescobrir o caminho da fraternidade, seguindo o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/11/2019