ANO B
Mt 20,17-28
Comentário do Evangelho
Solicitação de um privilégio
É o terceiro anúncio da paixão no evangelho segundo Mateus. Já o dissemos: o anúncio da paixão, morte e ressurreição de Jesus é uma prolepse que interessa, sobretudo, ao ouvinte ou leitor do evangelho. A mãe dos filhos de Zebedeu, juntamente com seus dois filhos, entra em cena para pedir um favor que, na verdade, é a solicitação de um privilégio: "Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda". O pedido dela é fruto da incompreensão. A verdadeira recompensa está em participar da vida de Jesus e de sua paixão, pois "ao discípulo basta ser como o Mestre" (Mt 10,25), que "não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate de muitos".
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, transforma-me em servidor de meus semelhantes, fazendo-me sempre pronto a doar minha vida para que o teu amor chegue até eles.
Vivendo a Palavra
O texto nos consola e anima, porque João e Tiago, que conhecemos como os mártires tão admirados, mostram-se aqui humanos como nós, em busca de posições privilegiadas no Reino que Jesus anuncia. Mas o Mestre adverte “Entre vocês não deve ser assim...” Temos que ser diferentes.
VIVENDO A PALAVRA
Acompanhamos Jesus naquela que seria a sua última subida para Jerusalém. É tempo para ouvir as derradeiras lições do Mestre. Ele fala daquilo que Ele sempre foi e sempre fez: servir; aceitar com humilde a perseguição, sem trair a Verdade; entregar a Vida por Amor aos irmãos. Esta é a nossa diretriz de discípulos missionários.
Reflexão
Nós todos, que nos dizemos discípulos e discípulas de Jesus, não podemos deixar os critérios do Evangelho para viver segundo os critérios do mundo. No mundo, autoridade significa ocasião para a tirania, a opressão e a busca da satisfação dos próprios interesses, sejam de quais naturezas forem. O próprio Jesus nos fala que entre nós não deve ser assim. Ele é o modelo de autoridade para todos nós, pois sendo verdadeiro Deus, o Senhor de tudo, se fez servidor dos homens e despojou-se de tudo, desde a sua condição divina até a sua vida humana, para nos resgatar e nos fazer participantes da vida divina.
Reflexão
Ao seguir para Jerusalém, Jesus corre sério risco de vida. Sabe que os chefes do povo estão ansiosos para capturá-lo. E o final já se prevê: prisão, condenação e morte. Jesus não se entrega à morte como algo inevitável ou fatal. Sua coerência de vida, seu pacto com a verdade, sua fidelidade aos planos do Pai, tudo isso o impele a prosseguir caminho. Eis que uma mulher desvia a atenção de Jesus para os filhos: quer para eles lugar de honra. O Mestre esclarece que vai entregar a vida por amor; enquanto a mãe fala de buscar segurança e posto importante para os filhos. Voltando-se para ela e seus dois filhos e para os demais discípulos, Jesus lhes esclarece o que significa segui-lo: assumir atitude de serviço na comunidade e entregar a própria vida por todos.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Reflexão
Jesus chama de lado seus apóstolos para confidenciar-lhes algo importante. Comunica-lhes que, em Jerusalém, ele será entregue aos chefes, que o condenarão à morte. Sua Paixão é descrita com três verbos: será “desprezado, açoitado e crucificado”. Mas virá também sua glorificação: “no terceiro dia ele ressuscitará”. Cenário sombrio, capaz de despertar aflição entre seus amigos, mesmo porque o caminho do Mestre é o caminho dos discípulos. Não é o que pensam a esposa de Zebedeu e seus dois filhos, também apóstolos. Querem lugar de honra no Reino de Jesus, ao passo que ele lhes fala de sua morte na cruz. Os demais apóstolos também anseiam por ocupar os primeiros lugares. Negativo. Na comunidade de Jesus, “quem quiser tornar-se grande, seja aquele que serve” aos demais. Aí, o menor é o maior.
Oração
Senhor e Mestre, a caminho de Jerusalém, falas da doação de tua própria vida. Enquanto isso, teus apóstolos discutem quem deles é o maior. Deixas claro que vieste para servir e que, no teu Reino, maior é o que serve a todos. Ajuda-nos, Senhor, a prestar generoso serviço à comunidade. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Reflexão
É a terceira predição de Jesus a respeito do seu futuro em Jerusalém: condenação, morte e ressurreição. Enquanto o Mestre anuncia seu fi m trágico, a mãe dos dois filhos sinaliza o desejo dos doze: um lugar privilegiado no Reino de Jesus. O homem de Nazaré chama a atenção para não seguirem o exemplo “das autoridades e dos grandes”, que dominam e se impõem sobre o povo, e propõe uma alternativa: que não haja mais últimos e primeiros nem privilegiados: “Entre vocês não deve ser assim”. Essa exigência dos discípulos mostra claramente que eles ainda estão longe de entender a proposta de Jesus: o importante – se existe no projeto de Jesus – é aquele que se coloca a serviço dos outros. O Mestre se apresenta como exemplo a ser seguido pelos seus: não patrão, mas servo; não ser servido, mas servir; doar a própria vida.
Oração
Senhor e Mestre, a caminho de Jerusalém, falas da doação de tua própria vida. Enquanto isso, teus apóstolos discutem quem deles é o maior. Deixas claro que vieste para servir e que, no teu Reino, maior é o que serve a todos. Ajuda-nos, Senhor, a prestar generoso serviço à comunidade. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Meditando o evangelho
A LIÇÃO DO SERVIR
Os discípulos de Jesus não estavam isentos do vírus da ambição que afeta o coração humano.
Os filhos de Zebedeu, imaginando que Jesus haveria de restaurar o trono de Davi, deixaram-se levar pela ilusão de poder ocupar postos de destaque no reino a ser instaurado. A mãe deles encarregou-se de abordar Jesus para solicitar-lhe nada menos do que o lugar à direita e à esquerda do futuro rei.
Jesus chamou-os à realidade, fazendo-os refletir sobre o verdadeiro sentido de Reino. Eles, porém, acompanharam mal o raciocínio de Jesus. Quando o Mestre falava em beber o cálice, aludindo à sua futura paixão, imaginavam tratar-se da taça usada pelos reis. E se mostraram dispostos a beber do cálice do qual Jesus beberia. Este não se deu ao trabalho de desfazer o mal-entendido. Por sua vez, os discípulos não foram capazes de atinar para o sentido das palavras do Mestre: o futuro lhes reservava a mesma sorte dele.
O incidente deu margem para Jesus apresentar os sentimentos a serem acalentados no coração dos discípulos: quem quiser ser o maior, deve distinguir-se como servidor de todos; quem quiser ocupar um lugar de destaque, deve tornar-se como que escravo dos outros.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, tira do meu coração toda ambição egoísta e faze-me descobrir a alegria de servir.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. DUAS ATITUDES CONTRASTANTES
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
É fácil perceber o contraste entre as duas atitudes apresentadas no Evangelho. Fica, em aberto, a questão: com qual delas mais nos identificamos?
A primeira atitude é a de Jesus, o Filho do Homem, cuja vida está a ponto de ser entregue, como sinal de seu total desprendimento e de sua absoluta fidelidade à vontade do Pai. Caminhando para a morte, tem consciência de não ter dado espaço ao egoísmo, em seu coração. Sua existência definiu-se como serviço generoso aos que viviam oprimidos pelo pecado e precisavam libertar-se.
Contrastando com Jesus, está a atitude dos filhos de Zebedeu. Ambiciosos, querem garantir um lugar de destaque no reino messiânico, que está para ser instaurado, e assim, receber honrarias e serem servidos. Têm apenas ideais de grandeza, postos a serviço do próprio egoísmo. Não lhes interessa o bem que poderão fazer, e sim, os benefícios dos quais irão usufruir. Não lhes passa pela cabeça sacrificarem-se pelos outros, mas exigir que os demais se sacrifiquem por eles.
O cristão, tem diante de si, estas duas possibilidades. A fidelidade à sua vocação cristã dependerá da capacidade de optar pela atitude de Jesus. Embora devendo passar pela cruz, esta é a atitude que corresponde à vontade de Deus.
Oração
Espírito de desprendimento, não me deixes cair na tentação de buscar as honras deste mundo. E concede-me força para eu seguir sempre as pegadas de Jesus, o qual veio para servir.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. Podeis beber o cálice que eu vou beber?
Jesus chama os Doze Apóstolos de lado e explica-lhes o que vai acontecer em Jerusalém. Apóstolos e discípulos não entenderam quando Jesus lhes anunciou que, em Jerusalém, devia sofrer, morrer e depois ressuscitar. Não era o que esperavam. Esperavam o primeiro lugar no Reino de Davi. É o pedido interesseiro que a mãe dos filhos de Zebedeu faz a Jesus. Que seus filhos ocupem os primeiros lugares, quando Jesus estiver em sua glória.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Disputas por cargos influentes...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Os evangelhos são escritos produzidos muito tempo depois da morte de Jesus e não são portanto escritos sequenciais do tipo relatório fiel dos fatos e de tudo o que Jesus falou. O evangelho de hoje mostra muito bem isso.
A Mãe de Tiago e João vai falar com Jesus em um momento bastante impróprio (não se ela era muito influente junto a Jesus, ou se o evangelista, para não ficar feio para os dois irmãos “pidonhos”, inventou que a conversa foi com a Mãe. Veja bem...
Dá-se a impressão de que Jesus está ali falando com os doze sobre o trágico desfecho de sua vida e a mulher chega para fazer o pedido especial: um cargo de confiança no primeiro escalão do novo Reino. Se fosse assim, os demais discípulos iam olhar para ela e balançar a cabeça em reprovação. O mestre acabou de dizer que tudo vai dar errado, será humilhado, agredido, torturado e morto em uma cruz e os dois querem um cargo de honra? É no mínimo estranho um pedido desse.
Mas tratando-se de um escrito pós-pascal, como são todos os evangelhos, percebe-se que é um ensinamento. O pedido da Mãe dos dois rapazes sonhadores contrasta totalmente com a missão de Jesus e o modo como ele vai realizar a obra da Salvação, plantando definitivamente o Reino de Deus em meio aos homens, e que tem como fundamento o Amor do serviço e da doação da própria vida. Portanto, cargos de confiança ou de honra estão fora de cogitação.
Quando se lê que os outros dez se indignaram contra os dois, ninguém se iluda, achando que eles conheciam a verdade. Não! De modo algum... Mas é que perceberam que os dois irmãos espertos estavam querendo passar-lhe a perna.
Esse é contexto das comunidades de Mateus setenta a oitenta anos após a morte de Jesus, e podemos dizer, sem medo de errar, que é também o contexto das nossas comunidades cristãs implicando todos os ministérios, ordenados e não ordenados, pastorais e movimentos, onde há sim certas disputas acirradas por cargos influentes.
Jesus corrige-nos sobre esse mal entendido, essa interpretação equivocada sobre o Reino que Ele inaugurou, e sobre a Vida em Comunidade, ontem e hoje: Quem quiser ser grande, seja o servo de todos, e quem quiser o primeiro, se faça escravo de todos. Jesus não extingue os cargos e coordenações para os quais são necessários carismas e dons que o próprio Espírito concede, mas afirma que eles devem e precisam sempre ser exercidos como Serviço, gratuito e incondicional...
Em nossas comunidades há sim, pessoas generosas que dão testemunho e agem com esse espírito de serviço humilde, mas há também aqueles que têm a mesma conduta reprovável dos discípulos, naquele momento da reflexão de São Mateus. Pelos primeiros, louvemos a Deus, pelos demais, que não nos falte a misericórdia...
2. Manda que meus filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda - Mt 20,17-28
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Jesus será entregue às autoridades dos judeus. Elas o condenarão à morte e o entregarão aos pagãos, que zombarão dele, o açoitarão e crucificarão. Mas ele ressuscitará no terceiro dia. Parece que ninguém entendeu o que Jesus estava dizendo. A mãe de Tiago e João se aproxima e pede para eles os primeiros lugares no Reino de Jesus. Os outros apóstolos não gostaram do que ouviram, porque também queriam o primeiro lugar. Para quê? Para servir melhor?
HOMILIA DIÁRIA
No Reino dos Céus, o maior tem de ser aquele que serve a todos
Postado por: homilia
fevereiro 27th, 2013
Deus educa-nos à prática do bem e da humildade. Entregando sua vida ao Pai, Jesus preparava os discípulos para o anúncio do Reino: “Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos sumos sacerdotes e aos mestres da Lei. Eles o condenarão à morte”.
O Mestre toma a decisão livre e também responsável. Digo “livre e responsável”, porque só os homens livres é que são responsáveis pelos seus atos. E o viver de Jesus entre nós foi uma liberdade total na obediência à vontade de Deus, Seu Pai. Chegada a hora crucial, Cristo decide dirigir-se para Jerusalém para fazer Seu anúncio e consumar os mistérios pascais. Para tanto, o Mestre empenha-se em esclarecer aos Seus discípulos sobre os riscos que lá o aguardam, pois sabia que os chefes judeus haviam decidido a Sua morte.
Por outro lado, vemos os discípulos como que desconhecendo tudo o que Jesus falava. E o mais grave é que eles pensavam que Jesus – dirigindo-se para Jerusalém – consolidaria o poder político anunciado pelos profetas, o que também não passava de um mal entendido sobre o real messianismo do Ungido do Senhor. É o que eles esperavam e expressavam nos bastidores como sendo a “glória”.
Portanto, pensavam tomar parte do poder político de Jesus e, talvez, até serem nomeados “ministros”, “senadores”, “governadores” enfim.
Jesus, porém, descarta o poder político, caracterizado como opressor e tirânico. No Reino dos Céus, o maior tem de ser aquele que serve a todos. O primeiro tem de ser o último. Cristo renova nos discípulos a proposta de consagrarem sua vida ao serviço dos mais necessitados, pelo que os excluídos são reintegrados na vida e Deus é glorificado. Pois o Seu ministério é de comunhão. É partilha e serviço. É vida e compromisso.
De outra parte, a mãe dos filhos de Zebedeu faz-lhe um pedido de privilégio, de destaque para seus filhos, porque, também ela pensava, se fizer um pedido Àquele que em breve terá “a faca e o queijo na mão”, os meus filhos terão um cargo importantíssimo no Seu governo. Todavia, Jesus mostra-lhe como eles podem conseguir. Será à custa de muito sacrifício. O cálice de fel, de mortificação, de jejum, de penitência e oração.
Estando nós no tempo da Quaresma, não podemos nem devemos almejar outro cálice, senão o de conversão e misericórdia.
Padre Bantu Mendonça
HOMILIA DIÁRIA
O servo do Reino de Deus sempre está com o coração disposto
O servo é aquele que está à disposição das causas do Reino de Deus com o coração livre, animado e desejoso
“Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo. Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos” (Mateus 20,26-28).
O contexto do Evangelho de hoje nos mostra um espírito de confusão no meio dos discípulos de Jesus. A mãe dos filhos de Zebedeu estava preocupada com o lugar que seus filhos ocupariam no Reino de Deus, pois, uma vez que as mães deram seus filhos para seguir Jesus, elas vão lá querer que eles ocupem o primeiro lugar, um à direita e o outro à esquerda.
Essa, no entanto, não é a preocupação de Jesus; a preocupação d’Ele é salvar. Os discípulos ficaram muito incomodados com a atitude da mãe de João e Tiago, por isso, antes que começassem a discutir e fazer deferência negativa um ao outro, Jesus intervém dizendo: “O Reino de Deus não consiste em primeiro ou segundo lugar, em quem está à direita ou à esquerda. No Reino de Deus, é maior aquele que serve, aquele que se coloca a serviço, aquele que se desgasta, morre para si para que o outro possa ser salvo”.
O Reino de Deus é desgastar-se para resgatar muitos. O Reino não é feito de títulos nem reconhecimento humano, não são palmas nem aplausos. O Reino de Deus é servir, é dar tudo o que podemos para que o outro seja salvo.
Uma virtude evangélica fundamental que precisamos aprender, a cada dia, no seguimento de Jesus, é servir. O servo é aquele que cuida do serviço do Reino, é aquele que está à disposição das causas do Reino de Deus com o coração livre, disposto, animado e desejoso de entregar-se, de fazer o bem ao outro, de aspirar que o outro seja mais importante do que ele, de fazer de tudo para que o outro seja elevado e reconhecido. O servo está ali apenas para servir, para prestar o melhor para o outro; ele não espera reconhecimento de forma nenhuma, não espera ser bem tratado nem elogiado.
O discípulo espera sempre carregar a sua cruz na alma, no peito e no coração, sem jamais buscar o reconhecimento nem se deixar levar pelo sentimento de grandeza.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
HOMILIA DIÁRIA
Doemos a nossa vida em favor dos irmãos
“Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo. Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos” (Mateus 20,26-28).
Olhamos para Jesus, o servo servidor, Aquele que, de fato, serve a todos. Ele não veio ao nosso meio para ser cortejado e elevado, mas Ele se coloca aos pés dos homens, Ele serve toda a humanidade: pobres, doentes, enfermos, sofredores e pecadores. Tamanho é o amor do nosso Deus por nós.
Quando Jesus, na última Ceia, lava os pés dos Seus discípulos, Ele sintetiza o que fez em toda a Sua vida: Ele serviu a todos. E quem quiser segui-Lo precisa aprender a escola do serviço, precisa entrar na escola da caridade. A escola que nos ensina a nos colocar aos pés uns dos outros, não querer ser o maior, o grande, não querer tornar-se o mais importante, não querer elevar-se, não querer títulos, não buscar reconhecimentos, mas se colocar no último lugar, se colocar no lugar daquele que serve sem esperar nada em troca.
Vivemos na sociedade onde tudo que se faz tem um interesse, até as pessoas quando vão servir aos outros, estão servindo por interesses, para receber algo em troca, para ter reconhecimento, para ser valorizado, para buscar as honrarias humanas.
O servidor do Evangelho tudo faz por amor, a sua recompensa e motivação é o amor; o seu impulso é o amor divino no seu coração. Ele aparece para servir e desaparece quando é para ser reconhecido. Ele aparece para se colocar à disposição e desaparece para a hora das honrarias.
Dar a vida é doar o esforço, é doar o melhor de si, é doar-se por inteiro para que o outro seja cuidado, amado e valorizado
O servo servidor, a exemplo de Jesus, nosso Mestre e Senhor, é aquele que não busca o primeiro lugar, é aquele que não busca os aplausos humanos, é aquele que não busca simplesmente levar vantagens sobre os outros. A única vantagem para ele é poder doar-se mais, servir mais, estar ao serviço dos outros. Essa é a graça, é o sentido e a razão de ser daquele que se faz discípulo seguidor de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Dar a vida é muito mais do que estar presente, vivo em algum lugar; dar a vida é doar o esforço, é doar o melhor de si, é doar a própria honra e doar-se por inteiro para que o outro seja cuidado, amado, valorizado e tenha vida.
Jesus deu a vida por nós! Aprendamos com Ele a dar, doar e entregar a nossa vida em favor dos irmãos.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, dá-nos força para não nos acomodarmos, coragem para nos tornarmos diferentes, discípulos missionários de tua Igreja, anunciadores do teu Reino de Amor já presente neste mundo, pois foi vivido e anunciado pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que o jejum, a esmola e a oração a que nos propomos nesta quaresma (e em toda nossa vida…) não sejam apenas ritos externos, mas esforço profundo para dominar nossas paixões, vivendo em harmonia com nós mesmos, com os irmãos, com a natureza e contigo, amado Pai. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.