2 de Dezembro de 2013
ANO A
Mt
8,5-11
Comentário do Evangelho
Fé e universalidade da salvação
Este
episódio, presente também em Lucas e João (Lc 7,1-10; Jo 4,46-53), é a ocasião
para afirmar a universalidade da salvação trazida por Jesus e a eficácia de sua
palavra. No centro do episódio está a fé do centurião na palavra do Senhor, que
o cristão deve imitar.
O centurião, chefe de cem soldados, é um pagão. A
súplica do centurião a Jesus é por um servo seu, que ele estimava muito. Para o
centurião o valor essencial parece ser a vida. Ele mesmo não se diz impuro,
pois isso é um conceito judaico-religioso. Ele parece conhecer as normas dos
judeus quanto à pureza, por isso diz: “Senhor, eu não sou digno…” (v. 8).
Dizer-se indigno é reconhecer a autoridade de Jesus. O Senhor acolhe a todos e
pretende ir à casa do centurião. No entanto, o chefe pede que Jesus
simplesmente dê uma ordem, pois é o poder da palavra que importa. A fé do
centurião causa uma profunda admiração em Jesus. A fé do pagão ultrapassa à
manifestada em Israel. O v. 11 aponta para a universalidade da salvação:
“Muitos virão do oriente e do ocidente e tomarão lugar à mesa no Reino dos
Céus, juntamente com Abraão, Isaac e Jacó” (v. 11).
Carlos
Alberto Contieri, sj
ORAÇÃO
Pai,
que a purificação da fé predisponha-me para ir ao encontro do Senhor. Como o
homem pagão, quero manifestar uma fé imensa no poder salvífico de teu Filho
Jesus.
Vivendo a
Palavra
O oficial romano
reconhecia que sua patente militar lhe conferia um poder superior às próprias
forças e sua fé lhe dizia que naquele homem – Jesus de Nazaré – estava
encarnada a Palavra do Pai, o Verbo Criador e, por isto, era possível a cura do
seu empregado ainda que sem a presença física do Mestre.
Reflexão
A presença de Jesus no meio dos homens
significa a chegada dos tempos messiânicos e o pleno cumprimento de todas as
profecias do Antigo Testamento. Os sinais que Jesus realiza atestam este fato.
Mas para que as pessoas participem do Reino de Deus de modo a usufruir dos dons
que lhes são oferecidos nestes tempos messiânicos, faz-se necessária a
aceitação plena de Jesus e de sua palavra, assim como a adesão à causa do Reino
de Deus. Não basta ser católico para participar das coisas do alto, é
necessário assumir a fé e ter uma vida coerente com ela.
Recadinho
Será que damos
chance a Jesus para que entre em nossa casa, em nosso coração? - Reconhecemos
que sem ele nada podemos fazer? - É possível ter fé e não demonstrar um grande
amor para com o próximo? - Tem consciência de que quanto mais voltarmos nossa
atenção para com o próximo menores se tornarão nossos problemas? - Reflita
sobre a frase: “Deus consertará um coração partido se lhe levarmos os pedaços!”
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
REFLEXÕES DE HOJE
02 de DEZEMBRO
– SEGUNDA
Liturgia comentada
E tomarão lugar à mesa... (Mt 8,5-11)
Desde o banquete servido por Abraão aos
Três visitantes (Gn 18) até a Ceia do Cordeiro (Ap 19,9), a Sagrada Escritura
sugere que Deus nos convida a sua mesa. O Povo escolhido era o convidado de
honra, mas os estrangeiros – os não-povo! – acabaram ocupando os lugares que
ficaram vagos...
Neste Evangelho, um centurião romano,
chefe de cem soldados, está acostumado a dar ordens e a vê-las cumpridas. Uma
só palavra e basta! Por certo, já está informado sobre Jesus, o Rabi da
Galileia que cura enfermos e liberta possessos. Reconhece sua autoridade sobre
os males físicos e espirituais. Este reconhecimento (um tipo de fé?) o anima a
rogar pelo servo doente.
Ao ver que Jesus faz menção de ir à sua
casa, o romano se espanta: não precisa tanto, basta uma palavra! Afinal, um
judeu que entrasse no ambiente “impuro” do estrangeiro, ficaria também ele
ritualmente impuro. E o centurião tem um argumento invencível para que Jesus de
Nazaré não visite seu lar, a casa de um estrangeiro, invasor e “pagão”:
“Senhor, eu não sou digno!”
Como não pensar no publicano da
parábola (cf. Lc 18,9ss), que sequer se aproximava do altar e, lá do fundo do
Templo, olhos no chão, batia no peito e se rebaixava diante do Senhor: “Tem
piedade de mim, que sou pecador”?
Não é sem motivo que nossas eucaristias
começam por um ato penitencial. É, talvez, a tentativa desesperada da Igreja
para nos recordar nossa condição de pecadores. Espera-se que, batendo no peito,
examinando a própria consciência, nós desistamos da impropriedade de cobrar alguma
coisa de Deus, ou de apresentar-lhe nossos méritos (aliás, inexistentes) ou,
mesmo, reclamar asperamente do Senhor pela má qualidade dos serviços que Ele
nos presta...
Como faz falta esse sentimento de
indignidade! O sentimento do pródigo que volta a casa com um discurso ensaiado:
“Já não sou digno de ser chamado filho... Trata-me como um dos empregados...”
(Lc 15,19.) E ouve, surpreso, a resposta do Pai: “Não tem jeito, filho!
Enquanto eu for Pai, tu serás meu filho!”
É assim que se descobre a verdade
fundamental em nossa relação com Deus: não somos amados porque somos bons;
somos amados porque somos filhos... Não é por mérito nosso. É pelo amor do
Pai...
Existe uma mesa à minha espera. Nela
cabem todos os estrangeiros, chamados também eles à filiação. Mas eu preciso
achar um meio de abrir espaço para o irmão que também tem fome...
Orai sem cessar: “Junto ao Senhor se
acha a misericórdia!” (Sl 130,7)
Texto de Antônio Carlos Santini, da
Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Reflexão
A
presença de Jesus no meio dos homens significa a chegada dos tempos messiânicos
e o pleno cumprimento de todas as profecias do Antigo Testamento. Os sinais que
Jesus realiza atestam este fato. Mas para que as pessoas participem do Reino de
Deus de modo a usufruir dos dons que lhes são oferecidos nestes tempos
messiânicos, faz-se necessária a aceitação plena de Jesus e de sua palavra,
assim como a adesão à causa do Reino de Deus. Não basta ser católico para
participar das coisas do alto, é necessário assumir a fé e ter uma vida
coerente com ela.
HOMILIA
A Palavra de Jesus é sempre
eficaz
Os
santos são homens e mulheres que se deixaram conduzir pela Palavra e pelo
Espírito de Deus e, por isso, alcançaram a santidade. Celebramos hoje a memória
de São Francisco Xavier.
O
Evangelho de hoje é o de Mt 8,5-11. Estamos diante da narrativa do milagre que
também aparece nos Evangelhos de Lucas e de João com diferenças sensíveis entre
si.
O
milagre em favor de um pagão, excluído do povo de Deus, é prova de uma fé que
não havia sido mostrada em Israel. Assim, Jesus o apresenta como um membro do
novo povo de Deus que não mais será formado por aqueles que pertencem a uma
raça (a de Abraão), mas por aqueles que têm fé como Abraão: “Em verdade vos digo: nunca
encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé”.
Por
isso, cabe dizer que o conteúdo principal da mensagem de Jesus, neste
Evangelho, é a grande manifestação de fé de um gentio e a cura à distância, sem
o toque direto d’Ele. A fé do gentio contrasta com a incredulidade dos
israelitas. Com esta cura à distância, fica destacada a eficácia da Palavra de
Jesus.
Além
deste episódio com o centurião, a cura à distância acontece apenas com outra
pagã: a mulher cananéia. Assim, é fortalecida a fé dos discípulos nas
comunidades, em todo o mundo, que darão continuidade ao ministério de Jesus,
sem a sua presença sensível.
Com
Jesus, todos os povos de todos os tempos têm seu lugar à mesa de Deus, em
comunhão com sua vida divina e eterna. Trata-se, portanto, de uma refeição, um
banquete aberto para todos os povos, nações, línguas, tribos e raças desde que
tenham como elemento fundamental a fé na Palavra do Filho do Homem: “Senhor … dizei somente uma
‘Palavra’ o meu criado ficará curado”.
Foi
a partir da fé deste centurião que, hoje – antes de comungarmos -, professamos
a nossa fé no Corpo e no Sangue de Jesus presentes na hóstia e no vinho
consagrados: “Senhor, eu não sou digno de entreis em minha morada, mas dizei
somente uma palavra e serei salvo”.
É
comungando o Corpo e o Sangue de Jesus que o homem e a mulher se tornam fortes
e comprometidos com a missão de anunciá-Lo aos seus irmãos. E, dentre estes
homens ilustres, a Santa Mãe Igreja nos faz, hoje, meditar nas qualidades de
São Francisco Xavier. Homem de uma fé verdadeira e sincera, o maior missionário
dos nossos tempos. Com a garra de um verdadeiro “facho ardente”, São Francisco
Xavier levou o Evangelho de Cristo para junto das culturas orientais,
adaptando-as ao seu modo de compreender a Palavra da Salvação.
Que
São Francisco Xavier nos inspire o seu jeito certo de hoje evangelizar, tal
como ele se inspirou em Cristo nosso Senhor.
Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça
Reconheçamos
a nossa fragilidade
A primeira coisa a fazer é termos a capacidade
de reconhecer a nossa fragilidade, a capacidade de reconhecer nossos limites,
ou seja, que nós não podemos tudo.
“Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa. Dizei uma
só palavra e o meu empregado ficará curado” (Mt 8,8).
O oficial romano sabe o que Jesus pode fazer pelo seu empregado,
sabe que o seu empregado está de cama. Por outro lado, ele, com todos os
recursos financeiros que tem, com todo o poder que possui, sabe que não pode
fazer nada para dar a vida ao seu empregado. Mas tem confiança por saber quem é
Jesus. Ao mesmo tempo, ele reconhece sua indignidade, sua fragilidade,
reconhece os seus pecados, e é por isso que confessa: “Eu não sou digno,
Senhor, de que entres em minha casa”, isto é, ele sabe que é digno de que o Senhor
se aproxime dele.
A primeira coisa a fazer é termos a capacidade de reconhecer a
nossa fragilidade, a capacidade de reconhecer nossos limites, ou seja, que nós
não podemos tudo. Quando nos portamos movidos
pelo nosso orgulho, pela nossa autossuficiência, por nos acharmos santos e
justificados, Deus realmente não pode fazer muito por nós, porque a nossa
autossuficiência é barreira para que Ele entre em nossa casa e faça a Sua obra.
Mas se aprendermos, com esse oficial, a reconhecer nossa
indignidade, nossa miséria, a batermos no peito e a dizer: “Senhor, eu não sou
digno! Mas eu creio, eu tenho confiança, tenho a convicção e certeza de que
basta uma palavra Sua para que a minha casa fique transformada. Basta uma
palavra Sua, Senhor, para que a minha vida seja curada. Basta uma palavra Sua,
Senhor, para que eu seja salvo da situação de pecado em que vivo, da opressão
pela qual estou passando. Nesses tormentos, Senhor, pelos quais, muitas vezes,
estou passando na minha vida. Eu não sou digno, Senhor! O Senhor não vai fazer
a graça acontecer por causa da minha dignidade, mas é por causa da Sua
misericórdia, do Seu poder, que vem em auxílio à minha fraqueza, em auxílio à
minha pequenez”.
Hoje, eu coloco diante do Senhor o quão pequeno eu sou, o quão
indigno eu sou. O quão pecador eu sou! Confesso a grandeza de Deus, o poder
d’Ele, o quanto Ele pode fazer pela minha pequenez, pela minha miséria. Eu não
sou digno, Senhor, mas uma palavra Sua e todas as coisas poderão mudar!
Deus abençoe você!
LEITURA ORANTE
Em união com todos
que se encontram neste ambiente virtual, iniciamos nossa Leitura Orante do
Advento, com a
Canção do Advento
Ó vem, Senhor, não tardes mais!
Vem saciar nossa sede de Paz!
1. Ó vem, como chega a brisa do vento,
Trazendo aos pobres justiça e bom tempo!
2. Ó
vem, como a chuva no chão
Trazendo fartura de vida e de pão!
3. Ó
vem, como chega a luz que faltou
Só tua palavra nos salva Senhor!
4. Ó
vem, como chega a carta querida
Bendito carteiro do Reino da Vida!
5. Ó
vem, como chega o filho esperado
Caminha conosco Jesus Bem amado!
6. Ó
vem, como chega o Libertador
Das mãos do inimigo nos salva Senhor
Veja a melodia desta
canção em:
1.
Leitura (Verdade)
O
que diz o texto do dia?
Leio
atentamente o texto na minha Bíblia: Mt 8,5-11 - Jesus
cura sem limites
Quando Jesus entrou
na cidade de Cafarnaum, um oficial romano foi encontrar-se com ele e pediu que
curasse o seu empregado. Ele disse:
- Senhor, o meu
empregado está na minha casa, tão doente, que não pode nem se mexer na cama.
Ele está sofrendo demais.
- Eu vou lá curá-lo!
- disse Jesus. O oficial romano respondeu:
- Não, senhor! Eu
não mereço que o senhor entre na minha casa. Dê somente uma ordem, e o meu
empregado ficará bom. Eu também estou debaixo da autoridade de oficiais
superiores e tenho soldados que obedecem às minhas ordens. Digo para um:
"Vá lá", e ele vai. Digo para outro: "Venha cá", e ele vem.
E digo também para o meu empregado: "Faça isto", e ele faz.
Quando Jesus ouviu
isso, ficou muito admirado e disse aos que o seguiam:
- Eu afirmo a vocês
que isto é verdade: nunca vi tanta fé, nem mesmo entre o povo de Israel! E digo
a vocês que muita gente vai chegar do Leste e do Oeste e se sentar à mesa no
Reino do Céu com Abraão, Isaque e Jacó.
O oficial romano,
por ser pagão, era para os judeus “ impuro”, isto é, inaceitável. Um judeu
observante não falava com um pagão e, muito menos, entrava na sua casa. Era o
preconceito, por ser ele considerado impuro. O oficial romano é também
chamado “centurião”, derivado de “cento”, ou seja, chefe de um batalhão de cem
soldados. Pela sua fé, elogiada por Jesus, o centurião se
torna representante de todos os pagãos que crerão em Jesus. Fica também
entendido que as fronteiras do Reino de Deus vão muito além das fronteiras que
criamos. A fronteira é a fé. Sem esta fé não se entra no Reino.
2. Meditação
(Caminho)
O que o texto diz
para mim?
O texto do Evangelho
lido me fala de Não discriminar a ninguém e também, de fé. Os bispos, em
Aparecida, usaram uma expressão interessante: "a formosa aventura da
fé": " A Igreja, como “comunidade de amor” é
chamada a refletir a glória do amor de Deus que, é comunhão, e assim atrair as
pessoas e os povos para Cristo. No exercício da unidade desejada por Jesus, os
homens e mulheres de nosso tempo se sentem convocados e recorrem à formosa
aventura da fé. “Que também eles vivam unidos a
nós para que o mundo creia” (Jo
17,21). A Igreja cresce, não por proselitismo mas “por ‘atração’: como Cristo
‘atrai tudo a si’ com a força de seu amor”72. A Igreja “atrai” quando vive em
comunhão, pois os discípulos de Jesus serão reconhecidos se amarem uns aos
outros como Ele nos amou (cf. Rm 12,4-13; Jo 13,34)."
(DAp 159 ).
3.Oração (Vida)
Vivo esta fé que
cria também a comunhão?
O que o texto me
leva a dizer a Deus?
Rezo,
espontaneamente, com salmos e concluo com a canção do Pe. Zezinho
Eu não sou digno
Eu não sou digno, ó
meu Senhor
Eu não sou digno,
De que tu entres, ó meu Senhor, na minha casa
porque és tão Santo e eu pecador
eu nem me atrevo a ti pedir este favor
Eu não sou digna, ó meu Senhor
Eu não sou digna,
De que tu entres, ó meu Senhor, na minha casa
meu coração é tão pecador
eu nem me atrevo a ti pedir este favor
Mas se disseres uma palavra,
a minha casa se transformará
Uma palavra é suficiente
suavemente ela nos salvará (2x)
Álbum: Canções que a
fé escreveu
Faixa: 14 , Paulinas/COMEP
4.Contemplação (Vida e
Missão)
Qual meu novo olhar a
partir da Palavra?
Na vida, vou me
empenhar para lançar sobre cada situação ou pessoa um olhar de fé
Bênção Bíblica
O Senhor o abençoe e
guarde!
O Senhor lhe mostre
seu rosto brilhante e tenha piedade de você!
O Senhor lhe mostre
seu rosto e lhe conceda a paz!’ (Nm 6,24-27).
Em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo. Amém.
Ir. Patrícia Silva,
fsp
Oração
Final
Pai Santo,
nós cremos, mas aumenta a nossa fé! Não leves em consideração a pequenez e a
fragilidade do nosso acreditar, mas a grande vontade de ouvir, acolher e seguir
os ensinamentos e a vida do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e
contigo reina na unidade do Espírito Santo.