domingo, 14 de julho de 2019

BOM DIA! BOA TARDE! BOA NOITE! Oração da noite, Oração da manhã e Oração do entardecer - Deus te abençoe!



Oração da Noite

Boa noite Pai.
Termina o dia e a ti entrego meu cansaço.
Obrigado por tudo e… perdão!!
Obrigado pela esperança que hoje animou meus passos, pela alegria que vi no rosto das crianças;
Obrigado pelo exemplo que recebi daquele meu irmão;
Obrigado também por isso que me fez sofrer…
Obrigado porque naquele momento de desânimo lembrei que tu és meu Pai; Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa, pela comida, pelo meu desejo de superação…
Obrigado, Pai, porque me deste uma Mãe!
Perdão, também, Senhor!
Perdão por meu rosto carrancudo; Perdão porque não me lembrei que não sou filho único, mas irmão de muitos; Perdão, Pai, pela falta de colaboração e serviço e porque não evitei aquela lágrima, aquele desgosto; Perdão por ter guardado para mim tua mensagem de amor;
Perdão por não ter sabido hoje entregar-me e dizer: “sim”, como Maria.
Perdão por aqueles que deviam pedir-te perdão e não se decidem.
Perdoa-me, Pai, e abençoa os meus propósitos para o dia de amanhã, que ao despertar, me invada novo entusiasmo; que o dia de amanhã seja um ininterrupto “sim” vivido conscientemente.
Amém!!!

Oração da manhã

Bom-dia, Senhor Deus e Pai!
A ti, a nossa gratidão pela vida que desperta, pelo calor que
cria vida, pela luz que abre nossos olhos.
Nós te agradecemos por tudo que forma nossa vida, pela terra, pela água, pelo ar, pelas pessoas. Inspira-nos com teu Espírito Santo os pensamentos que vamos alimentar,as palavras que vamos dizer, os gestos que vamos dirigir,a comunicação que vamos realizar.
Abençoa as pessoas que nós encontramos, os alimentos que vamos ingerir.
Abençoa os passos que nós dermos, o trabalho que devemos fazer.
Abençoa, Senhor, as decisões que vamos tomar, a esperança que vamos promover,a paz que vamos semear,a fé que vamos viver, o amor que vamos partilhar.
Ajuda-nos, Senhor, a não fugir diante das dificuldades, mas a abraçar amor as pequenas cruzes deste dia.
Queremos estar contigo, Senhor, no início, durante e no fim deste dia.
Amém.

Oração do entardecer

Ó Deus!
Cai à tarde, a noite se aproxima.
Há neste instante, um chamado à elevação, à paz, à reflexão.
O dia passa e carregam os meus cuidados.
Quem fez, fez.
Também a minha existência material é um dia que se passa,
uma plantação que se faz, um caminho para algo superior.
Como fizeste a manhã, à tarde e a noite, com seus encantos,
fizeste também a mim, com os meus significados, meus resultados.
Aproxima de mim, Pai, a Tua paz para que usufrua desta
hora e tome seguras decisões para amanhã.
Que se ponha o sol no horizonte, mas que nasça
em mim o sol da renovação e da paz para sempre.
Obrigado, Deus, muito obrigado!
Amém!

HOMÍLIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) - Lc 10,25-37 - 14/07/2019


Usemos de misericórdia para com todos

“E Jesus perguntou: ‘Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?’ Ele respondeu: ‘Aquele que usou de misericórdia para com ele’. Então Jesus lhe disse: ‘Vai e faze a mesma coisa’” (Lucas 10,36-37).


O exemplo maravilhoso, que o Evangelho de hoje nos dá, é para responder uma das questões mais importantes da vida humana: “quem é o nosso próximo?”. Temos o sentido de proximidade na língua portuguesa, as pessoas que são próximas a nós, quem vive conosco, quem mora conosco, aquele que compartilha o mesmo leito que você, os filhos que você gerou, os amigos que você tem intimidade.
Muitas vezes, até confundimos intimidade com proximidade. Evangelicalmente falando, próximo é aquele que nós permitimos nos aproximar de nós e que nós levamos a Ele a graça do Evangelho.
A verdade é que têm pessoas que moram conosco, mas estão distante de nós, porque criamos barreiras que nos distanciam; são ressentimentos, mágoas, situações mal resolvidas. A verdade é que as pessoas estão cada vez mais distantes. E, se levarmos em conta aqueles que estão à beira do caminho, esses é que estão cada vez mais distantes de nós.
O Evangelho veio para aproximar as pessoas de Deus e aproximar os irmãos uns dos outros. A religião de Jesus é a que aproxima, e não a que distancia.

É com misericórdia que podemos salvar o mundo e nos aproximarmos uns dos outros

Podemos ser como os sacerdotes muito ocupados com as coisas de Deus, muito ocupados em falar d’Ele, mas não criarmos relação de proximidade uns com os outros. Sempre passamos adiante porque estamos apressados, temos muitas orações para fazer, temos práticas de piedade para cumprir. Temos uma lista grande de compromissos religiosos, as nossas obrigações de casa, as nossas tarefas, os nossos afazeres.
Podemos ser, também, como os levitas, legalistas, pessoas da lei tão preocupadas em fazer as leis se cumprirem, inclusive, as leis religiosas. Estou vendo as pessoas brigarem por causa de dogmas, crenças e opiniões e, essas brigas, em vez de aproximar, só distanciam mais as pessoas. Pois estão criando muros no meio de nós para que fiquemos cada vez mais distantes. Pessoas que creem no mesmo Cristo não se falam, não comungam, não podem sentar a mesma mesa.
Um homem que foi separado da religião judaica, um samaritano, foi ele que parou para cuidar do seu próximo, ele deu atenção, cuidou das feridas, cuidou de tudo aquilo que aquele homem estava sofrendo e passando.
Jesus se aproximou de nós para que nos aproximemos uns dos outros, para que cuidemos daqueles que estão feridos e machucados. Inclusive, estamos feridos e machucados, e, o Senhor, veio curar as nossas feridas, então, precisamos fazer o mesmo.
Não é falar de misericórdia, e sim agir com misericórdia, começando com aqueles que estão próximos de nós mas que as circunstâncias tornaram distante; todos aqueles que estão às margens da vida, marginalizados pelas situações da vida, eles precisam estar próximo de nós. Precisamos usar de misericórdia para com todos, porque foi com misericórdia que o Senhor nos tratou. E é com misericórdia que podemos salvar o mundo e nos aproximarmos uns dos outros, porque só assim estaremos próximos do Reino dos Céus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova


Boa Noite! Que o Espírito Santo de Deus te proteja e te cubra de bençãos!

BOA NOITE!!! - VOCÊ PODE ESTAR TRISTE HOJE, MAS O AMANHÃ PERTENCE A DEUS... E ACREDITE QUE ELE PODE SER DE GRANDES VITÓRIAS...LEMBRE-SE QUE SEMPRE DEPOIS DE UMA TEMPESTADE, BRILHA O ARCO-ÍRIS DA FELICIDADE... E QUANTO MAIOR FOR A SUA LUTA... MAIOR É A VITÓRIA QUE DEUS TEM PREPARADO PRA VOCÊ. TENHA UMA NOITE TRANQUILA, BEIJOS.

"Quando a noite esconde a luz, Deus acende as estrelas!" (Pe, Fábio de Melo)

Boa Tarde! Aproveite muito e não se esqueça de agradecer por mais este dia!

BOA TARDE! "A beleza e o sentido da vida estão contidos em gestos de carinho e delicadeza, oferecidos nos momentos em que mais precisamos." Bjsss!!!

BOA TARDE! Receba a minha Bênção.

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 14/07/2019

ANO C


15º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano C – Verde

“E quem é o meu próximo?” (Lc 10, 29)

Lc 10,25-37

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A Liturgia deste domingo nos confrontará com o ensinamento de Jesus sobre o amor fraterno. Ele, imagem visível do Deus invisível, aproximou-se de nossa humanidade tornando-nos verdadeiramente seus. Celebremos, portanto, a manifestação redentora do amor divino, e supliquemos a capacidade de sermos próximos aos mais necessitados.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs em Cristo Jesus. Como assembleia eucarística, formamos o Corpo místico de Cristo na intimidade com o Pai. Cristo, o bom samaritano, vem até nós e, movido pela compaixão de Deus, cura nossas feridas, restitui-nos a dignidade humana e nos integra na convivência divina pela entrega de sua vida. Que esta celebração nos ajude a afirmar o nosso compromisso de sermos, como o Senhor Jesus, bons samaritanos, atentos, solidários e compassivos com quem sofre.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER:O O homem da religião natural, experimentando "dentro" da existência a fragilidade da vida, pensa encontrar fora de sí, em Deus, a segurança. Procura então atingir a Deus, tornar-se como ele, divinizar-se através de ritos e do culto. A imitação do Pai deve ser feita através de Cristo. O cristão se configura a ele no batismo e nos outros sacramentos, mas essa configuração deve ser vivida plenamente nos acontecimentos, nos encontros da vida cotidiana. O sacrifício de sí e o amor gratuito e universal pelo próximo fazem resplandecer na face do cristão a própria face de Cristo e de Deus.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A Liturgia deste domingo nos confrontará com o ensinamento de Jesus sobre o amor fraterno, supremo mandamento da vida cristã. Trata-se, sem sombra de dúvida, do ponto fulcral, isto é, decisivo da vida cristã. Jesus Cristo é a imagem visível do Deus invisível, aquele que realizou em nosso benefício tudo o que o Pai tinha previsto fazer. Na humanidade de Jesus feito pão e vinho, "frutos da terra e do trabalho humano", descobrimos o rosto misericordioso do Pai. Por isso, na Eucaristia aprendemos que a lei de Deus é a lei da vida. Ela não está fora do nosso alcance, pois com as mãos tocamos e com a boca saboreamos o dom que nos é feito. Celebramos, portanto, o amor que se tornou mais próximo e mais íntimo a nós que a nós próprios, conscientes de que quem ama descobre logo a quem amar.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O homem da religião natural, experimentando "dentro" da existência a fragilidade da vida, pensa encontrar fora de si, em Deus, a segurança. Procura então atingir a Deus, tornar-se como ele, divinizar-se através de ritos e do culto. A imitação do Pai deve ser feita através de Cristo. O cristão se configura a ele no batismo e nos outros sacramentos, mas essa configuração deve ser vivida plenamente nos acontecimentos, nos encontros da vida cotidiana. O sacrifício de si e o amor gratuito e universal pelo próximo fazem resplandecer na face do cristão a própria face de Cristo e de Deus.
Fonte: NPD Brasil em 14/07/2013

“VAI E FAZE A MESMA COISA...”

A Parábola do Bom Samaritano, contada por Jesus, elucida a questão fundamental da fé em Deus: esta manifesta-se, essencialmente, no amor ao próximo.
Questionado pelo astuto mestre da lei que, testando e tentando Jesus, indaga “o que devo fazer para receber em herança a vida e eterna?” e “quem é meu próximo?”, nosso Senhor define com precisão a abrangência do vínculo fraterno que une toda a humanidade. Para Ele, a condição de proximidade não se limita às razões de parentesco, amizade ou ideologia comum e, é nesta perspectiva que contrapõem a justificativa do mestre da lei perguntado “qual dos três foi o próximo do homem que caiu na mão dos assaltantes?”. Percebamos que, para o Senhor, não se trata de saber quem é meu próximo ou não, trata-se de mim mesmo. Eu tenho que me tornar próximo, porque o outro conta comigo como eu mesmo (Ratzinger). O diálogo termina com a resposta imperativa de Jesus “vai e faze a mesma coisa”, ou seja, a exemplo do samaritado, torna-te próximo dos que de ti necessitarem!
E o que significa ser próximo na visão de Jesus? A resposta do mestre da lei auxilia-nos na compreensão. O próximo “é aquele que usou de misericórdia”, que tendo seu coração rasgado e, suas entranhas e alma atingidas pela dor e insuficiência do outro, foi capaz de assumir o sofrimento alheio agindo concretamente em seu favor. A capacidade de compadecer-se não é estranha a nós; plantada pelo criador no mais íntimo do homem, está ao nosso alcance, e é a partir de dentro que devemos aprender a sermos próximos.
A parábola contada por Jesus pode, também, ser comparada ao agir de Deus. Os padres da Igreja viram no percurso de Jerusalém à Jericó a imagem da história do mundo; o homem, quase morto à beira do caminho, “Adão”, a humanidade destroçada pelo pecado e a morte; o sacerdote e levita, talvez o perfil religioso da época, fechado à graça de Deus e alienado ao legalismo; e, por fim, o samaritano, imagem do Cristo rejeitado pelos judeus, capaz de ver, ouvir os sofrimento do povo e descer ao encontro de suas feridas, tratando-as e curando-as.
Deus se fez próximo de nós com o intuito de curar nossos males e, resgatados, enviou-nos aos mais pobres e necessitados para que façamos o mesmo!
Pe. Anderson Candido Bento

QUEM É O BOM SAMARITANO?

Jesus é um grande pedagogo. Na parábola do bom samaritano (Lc 10,25-37), Ele responde ao Doutor da Lei, que lhe pergunta: “Quem é meu próximo?” E mostra que essa não pode ser uma questão retórica, que se perde em definições e discussões infinitas. No final da história, Jesus inverte a pergunta: “Quem se fez próximo do homem que caiu nas mãos dos ladrões?” E o próprio Doutor da Lei é quem responde. Não se trata de perguntar “quem é meu próximo”, mas acima de tudo, da nossa própria atitude: de quem nos fazemos próximos?
Ao sairmos de casa ou da igreja, encontramos muita gente pela rua e no trânsito e passamos pela maioria das pessoas sem nos fazermos próximos delas. Fazer-se próximo dos outros, é reconhecer em cada pessoa um semelhante a nós, um irmão, um filho do Pai do céu, digno de todo o nosso respeito e atenção. Mais ainda, quando a pessoa está em situação de necessidade e sofrimento. Fazer-se próximo, respondeu Jesus, é sentir com as pessoas, fazer próprios os seus sofrimentos, ter compaixão delas.
Nossa Arquidiocese está realizando o sínodo arquidiocesano para renovar a consciência sobre a vida e a missão da Igreja na cidade de São Paulo. Como cristãos e católicos, temos a missão de ser testemunhas do Evangelho na Cidade através de nossas muitas formas de presença e ação em cada paróquia e organização eclesial e na vida pessoal: Ser testemunhas da caridade e da misericórdia de Cristo em relação a todos os “próximos”, uma “Igreja samaritana” diante dos muitos irmãos caídos e espoliados ao nosso redor. Não podemos ficar indiferentes diante dos sofrimentos e necessidades dos irmãos.
A pesquisa feita em 2018 em todas as nossas paróquias mostrou algumas situações que nos devem questionar: Apenas 50,47% dos católicos conhecem algum trabalho social feito nas paróquias. Os outros 49,53% disseram que não conhecem. Nesse caso, ou porque não há trabalho social, ou porque, absolutamente, esse trabalho não aparece, ou não chega a interessar a metade dos nossos católicos. Mais claramente ainda, em outra pergunta, 62,46% dos católicos responderam que não costumam colaborar com os trabalhos de caridade social na paróquia. E menos da metade dos entrevistados estariam dispostos a se envolver em alguma ação de voluntariado, ou de caridade social.
O sínodo arquidiocesano nos propõe um “caminho de comunhão, conversão e renovação missionária”. Aqui temos muito caminho a fazer para nossa conversão e renovação pastoral e missionária. Somos chamados a ser testemunhas da caridade de Cristo e do amor misericordioso de Deus para com todos. Cada um de nós deve ser o bom samaritano da parábola...
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo

Comentário do Evangelho

“E quem é o meu próximo”

O texto do evangelho deste domingo é próprio a Lucas e pode ser dividido em dois episódios: a) questão sobre a vida eterna (vv. 25-28); b) questão sobre o próximo e como proceder em caso de conflito entre dois mandamentos da Lei (vv. 29-37).
Os dois estão estreitamente relacionados pela observação do narrador: “… e, querendo experimentar Jesus…” e a pergunta do legista: “E quem é o meu próximo” (v. 29). A perícope tem um tom de controvérsia: “Um doutor da Lei se levantou e, querendo experimentar Jesus, perguntou...” (v. 25).
A resposta de Jesus com uma pergunta faz com que o doutor da Lei responda citando os mandamentos fundamentais da Lei mosaica (cf. Dt 6,4-9; Lv 19,18). A apresentação unitária destes mandamentos é uma leitura da Lei: “Que está escrito na Lei? Como lês (= interpreta)?” (v. 26). Segundo Lucas, Jesus encontra nas próprias palavras da Escritura o conselho, o mandamento fundamental para a vida do cristão: “Faze isso e viverás” (v. 28), isto é, ajudando dessa maneira poderás herdar a vida eterna. O amor é o caminho para herdar a vida eterna.
Motivado pela pergunta do legista, Jesus conta a parábola do “bom samaritano” (vv. 30-37). Tal parábola é uma discussão haláquica (precisa e legal) acerca do conflito entre a Lei da pureza (Lv 21,1-3; 22,3-7) e o amor ao próximo (Lv 19,18). Numa situação como a que a parábola nos apresenta, qual dos dois mandamentos tem precedência sobre o outro? Se a resposta, hoje, é evidente para nós cristãos, não o era, certamente, para os contemporâneos de Jesus.
Sem podermos nos delongar, estudando cada um dos personagens da parábola, passemos à resposta: se o ouvinte e/ou leitor julga que o sacerdote, mesmo obrigado pela Lei da pureza, deveria ter ajudado o moribundo, pois neste caso o mandamento do amor ao próximo tem precedência sobre a Lei de pureza, a consequência não é que as leis de pureza são inválidas ou podem ser ignoradas, mas que a Lei do amor ao próximo é o mandamento-chave que precisa ser escolhido entre qualquer outro mandamento, em caso de conflito. O amor ao próximo é uma exigência primordial da Torá. A presença do samaritano na parábola confirma que a questão é a da correta obediência à Lei de Moisés. O samaritano, não aceito pelos judeus, conhece a mesma Torá que o judeu, e está obrigado a obedecer todos os mandamentos. Ajudando o homem quase morto, ele está obedecendo ao mandamento. Sua compaixão não é uma alternativa ao legalismo; ela é o que o mandamento do amor ao próximo exige dele.
Ele ilustra o que significa obedecer a este mandamento, nesta situação concreta. Quem cumpre o mandamento do amor cumpre a Lei plenamente.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me um coração cheio de misericórdia, como o de teu Filho Jesus, pois só assim terei certeza de estar em comunhão contigo, a caminho da vida eterna.
Fonte: Paulinas em 14/07/2013

Vivendo a Palavra

O bom samaritano não nos foi apresentado para ser só admirado, mas para ser seguido. Essa história se repete hoje. Muitos irmãos nossos, como aquele homem que ia para Jericó, estão à margem do nosso caminho, talvez sem a visibilidade daquela cena, mas igualmente espoliados pelo próprio homem. Será que temos consciência disso e nos fazemos próximos deles?
Fonte: Arquidiocese BH em 14/07/2013

VIVENDO A PALAVRA

O bom samaritano não nos foi apresentado para ser só admirado, mas para ser seguido. Essa história se repete hoje. Muitos irmãos nossos, como aquele homem que ia para Jericó, estão à margem do nosso caminho, talvez sem a visibilidade daquela cena, mas igualmente espoliados pelo próprio homem. Será que temos consciência disso e nos fazemos próximos deles?

Reflexão

MISERICÓRDIA QUE APROXIMA

Com a pergunta que faz a Jesus, o mestre da lei mostra-se preocupado em garantir para si a vida eterna. Uma resposta que o entendido em leis conhecia de cor e salteado: o destino eterno de nossa vida tem que ver com o amor que demonstramos a Deus e ao próximo nesta terra.
Mas a segunda pergunta do mestre da lei era quanto ao limite desse amor: quem é meu próximo, ou seja, quem eu devo amar para cumprir a lei de Deus e receber dele a vida eterna? Uma resposta que ele também já conhecia, pois, no ambiente de então, o próximo de um judeu era alguém igual a ele, ou seja, outro judeu. Não, definitivamente, um samaritano, considerado impuro e inimigo.
É a ocasião para Jesus contar uma parábola, a fim de mostrar ao mestre da lei o que realmente importava: não se trata de saber quem é o próximo, mas de fazer-se concretamente próximo dos outros, superando inclusive preconceitos e barreiras culturais e religiosas.
A misericórdia daquele bom samaritano salva o homem assaltado e deixado quase morto no caminho. É o espelho da misericórdia de Deus, que Jesus vem mostrar e realizar no amor que não conhece limite, na solidariedade que supera a hipocrisia.
A resposta de Jesus, portanto, fez o entendido na lei de Deus refletir sobre suas atitudes para com quem estava necessitado. No amor pelos necessitados se demonstra o amor a Deus, que leva à vida eterna. Pensamos hoje em tantos bons samaritanos que fizeram a diferença, que mudaram o mundo porque ajudaram a mudar vidas concretas. Pensamos, sobretudo, no Bom Samaritano, o Mestre que nos ensina a fazer o bem sem olhar a quem. Suas palavras ressoam hoje: “Vá e faça o mesmo”.
Declarar-se por uma religião e por uma vida piedosa não é garantia de nada, sobretudo se passamos adiante, alheios aos filhos de Deus caídos em nosso caminho.
Pe. Paulo Bazaglia, ssp
Fonte: Paulus em 14/07/2013

Reflexão

Na viagem para Jerusalém, onde será julgado e condenado, Jesus se defronta com um mestre da lei, o qual quer saber o que fazer para herdar a vida eterna. Jesus não responde diretamente, mas pergunta sobre o que está escrito na Lei. Como é conhecedor das leis, o rabino responde sabiamente, mas resta uma dúvida: quem é “meu próximo”? A partir dessa pergunta, Jesus conta a bela parábola do “bom samaritano”. O homem caído à beira da estrada é ignorado pelo sacerdote e pelo levita, os quais, provavelmente, estavam voltando para casa depois de terem cumprido seus deveres religiosos. Não querem se tornar impuros se aproximando de um ferido. Um samaritano, detestado pelos judeus, talvez indo para seu trabalho, defronta-se com o moribundo, tem compaixão dele e lhe oferece cuidados. O diálogo entre Jesus e o especialista em leis leva à conclusão de quem é o nosso próximo. A parábola, contada por Jesus, talvez não tenha tanto a pretensão de definir “quem é o próximo”, mas “como tornar-se próximo” de alguém necessitado. Jesus, ao contar essa parábola, tem em mente sua própria vida. Ele anuncia que “tornar-se próximo” é a razão de sua encarnação, fazendo da humanidade o lugar predileto da sua presença. A compaixão e a misericórdia são a genuína solidariedade que conduzem para a vida.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Reflexão

O MANDAMENTO QUE CONDUZ À VIDA ETERNA

I. INTRODUÇÃO GERAL

A liturgia deste domingo nos confronta com o ensinamento de Jesus sobre o amor fraterno, supremo mandamento da vida cristã. Trata-se do ponto fulcral da prática cristã. As leituras apresentam dois aspectos principais: o que é amar e a quem se dirige nosso amor? As duas perguntas fundem-se numa só compreensão: quem ama descobre logo a quem amar. Como lema, que pode ser repetido na homilia e nos comentários, sugerimos: “Torne-se próximo de seu irmão necessitado”, ou a sabedoria popular: “A melhor maneira de ter amigos é ser amigo”.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. I leitura (Dt 30,10-14)

A primeira leitura funciona como verdadeira abertura solene para a liturgia da Palavra. O livro mais imponente da Torá, o Deuteronômio, ensina-nos que o mandamento de Deus não está fora de nosso alcance. Deus fez de Israel seu povo, não por este ser importante, mas por amor e fidelidade à sua promessa (Dt 7,7-8). O amor de Deus por Israel não tem explicação, mas tem consequências: Israel deve amar a Deus com todas as suas forças (Dt 6,4-5). Deve escutar sua voz e não se afastar de suas orientações; e, quando se afasta, deve “voltar”, converter-se (30,10). E, se o povo diz que a Lei é difícil, Deus responde que não: não é coisa de outro mundo. Está perto, ao alcance de quem o ama (30,11-14; cf. Jr 31,33; Br 3,15-29; Rm 10,6-8).
Hoje importa redescobrir que lei e mandamentos não são coisas do passado, inimigas da liberdade moderna. O termo que traduzimos por lei (torah) deveria, na realidade, ser traduzido como ensinamento, instrução. É uma sabedoria (cf. Sl 19 e Sl 119!). Ora, um bom conselho vale mais do que ouro. Para os teólogos que redigiram o livro do Deuteronômio (no século VIII-VI a.C.), a Lei de Moisés era inigualável tesouro de sabedoria, um rumo seguro para a vida, em todas as circunstâncias. Para tê-la sempre diante dos olhos, deviam colocá-la numa faixa amarrada na testa (Dt 6,8; cf. Ex 13,9 etc.). Os “deuteronomistas” enfrentavam um tempo de afrouxamento em Israel, mais ou menos como nós, hoje. A quem achava difíceis as orientações de Deus, respondiam: “Não é verdade. A Lei não é coisa do outro mundo, ninguém a precisa procurar no céu ou no inferno, ela está perto de ti”. Dificilmente poderia estar mais perto do que naquela faixa na testa. Mas não é só por meio dessa faixa que ela pode estar perto. Ela é uma palavra viva, lembrada continuamente pelos próprios profetas, que viviam no meio do povo. E em Cristo ela se torna mais próxima do que nunca.

2. Evangelho (Lc 10,25-37)

No evangelho ouvimos o ensinamento do grande mandamento do amor e a parábola do bom samaritano. O trecho faz parte de um conjunto do Evangelho de Lucas (Lc 10,26-11,13) que apresenta três exigências fundamentais do ser cristão: 1) o “grande mandamento” do amor a Deus e ao próximo (10,25-37); 2) o “único necessário” (10,38-42); 3) a “oração por excelência” (11,1-13). O “grande mandamento” responde à pergunta pelo caminho da vida eterna: amar a Deus e o próximo. Defrontamo-nos com um especialista da Lei que procurava, em meio à multidão de prescrições, saber o que devia fazer para “herdar a vida eterna”, a vida da era vindoura, do reino que Deus estabeleceria no mundo para sempre (pois era assim que se concebia a vida eterna) (Lc 10,25-28; cf. Mt 22,35-40; Mc 12,28-31). Jesus o remete à Lei ensinada por Moisés. Pergunta o que aí se encontra. O escriba responde: amar a Deus acima de tudo (cf. Dt 6,5) e o próximo como a si mesmo (cf. Lv 19,18). “É isso mesmo que deves fazer”, responde Jesus. Novamente: não é coisa de outro mundo!
Depois, porém, o escriba pergunta quem é seu próximo. A resposta de Jesus revoluciona suas categorias: o próximo não é um arbitrário “objeto de caridade”; é todo homem, desde que eu me torne próximo dele. Todos nós estamos de acordo em que devemos amar nosso próximo. Mas quem é ele? Minha velha tia rica, prestes a ceder sua herança, ou meu empregado, com cuja família nada tenho que ver? Visto que argumentar não adianta, Jesus conta uma história. Um homem cai nas mãos de ladrões. Passa um sacerdote, mas não tem tempo para parar, pois deve celebrar um sacrifício. Passa um especialista das leis de pureza (um levita): este tem medo de sujar as mãos com o sangue do homem que ficou semimorto na beira da estrada. Passa, depois, um inimigo, um samaritano, talvez um comerciante concorrente do homem que foi assaltado. E esse samaritano, inimigo dos judeus, cuida do homem à sua própria custa. Nesse ponto da narrativa, Jesus pergunta não quem é o próximo a quem se devem fazer obras caritativas, mas quem é o próximo do homem que foi assaltado. A inversão da pergunta é significativa, porque o especialista da Lei é obrigado a responder que um vil samaritano é o próximo de um judeu assaltado. Para todos nós, isso significa: eu sou próximo de quem encontro no meu caminho, sou chamado a ser solidário com ele, a me tornar próximo dele.
Ao analisar o texto, aparecem detalhes mais significativos ainda. O samaritano “comiserou-se”, “aproximou-se”: uma linguagem que poderia ser aplicada ao próprio Deus. Deus comiserou-se do ser humano, tornou-se próximo dele e salvou-o à sua própria custa: custou a vida de seu Filho. O próximo, “aquele que se comiserou do homem” (Lc 10,37), é Deus mesmo. “Vai e então faze a mesma coisa”, e já não precisarás perguntar quem é teu próximo. E terás a vida eterna, porque desde já estarás vivendo a vida de Deus mesmo.
Gostamos de escolher nossos próximos. Está errado. Somos próximos de quem encontramos. Deus nos colocou perto deles para os tratarmos com o mesmo amor gratuito que ele nos dedica.

3. II leitura (Cl 1,15-20)

A segunda leitura apresenta o belo hino cristológico da carta aos Colossenses. Essa carta dá uma resposta à introdução de doutrinas falsas na comunidade. Alguns ensinam que, além de Cristo, devem-se venerar outros seres transcendentes, “espíritos” etc. É difícil ser livre! Por isso, Paulo realça o lugar central exclusivo de Cristo. Ele nos redimiu, dando a sua vida até a morte. Só compreenderemos bem isso quando formos conscientes de que Cristo é também o criador, com o Pai. Ele assume nossa vida e nosso mundo não por fora, mas por dentro. No íntimo do ser homem, ele vive a plenitude de ser Deus. Quando todos chegarem a essa plenitude, a criação estará completa.
Esse hino é uma das obras-primas do Novo Testamento. A ideia principal é a unidade da ordem da criação e da redenção, em Cristo. Ele é a cabeça da redenção, assumindo a todos na sua glória, porque é também a cabeça da criação. O hino expressa isso em termos que lembram fortemente o prólogo de João (Jo 1,1-18) e os textos que falam da Sabedoria como hipóstase unida a Deus desde antes da criação do mundo (Pr 8,22-36; Eclo 24; Sb 7). O hino combina a figura da Sabedoria que preside à criação, identificada a Cristo, com aquela outra imagem paulina de Cristo, cabeça da Igreja, que é seu corpo. No pensamento bíblico, todo o corpo participa da realidade de seu princípio vital (no caso, a cabeça). No sacrifício e na glória de Cristo, assume-se todo o universo na reconciliação com Deus. A “plenitude” (termo helenístico-gnóstico, indicando o “uno”, ou seja, o ser perfeito) mora nele: a plenitude de Deus, englobando todos os seus filhos.
Esse texto pode ser interpretado como elo entre as duas outras leituras, neste sentido: o amor a Deus e a seu ensinamento (primeira leitura) encontra sua plenitude na fé que se concentra em Cristo e sua palavra, proclamada no evangelho. (Um texto que melhor combinaria com o tema da primeira leitura e do evangelho seria, por exemplo, Tg 1,21-25, sobre ouvir e praticar a palavra.)

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

Amor ao próximo e solidariedade: Os profetas de Israel teceram os mais sublimes elogios à Lei, ou melhor, ao ensinamento (torah) de Deus. Era um caminho de vida. Mesmo assim, havia quem achasse a Lei complicada e procurasse um resumo ou pelo menos um mandamento-chave que, por assim dizer, a resumisse. Essa questão foi apresentada também a Jesus, e ele deu, sem hesitar, a resposta. Menciona o mandamento que todo judeu recita diariamente na oração do “Shemá Israel” (Dt 6,4-5) – “Amar a Deus com todas as forças” – e acrescenta: “e ao próximo como a si mesmo” (como está em Lv 19,18.35). Esses dois mandamentos são inseparáveis, pois o amor ao próximo é o dever número um de quem ama a Deus. Paulo (Gl 5,13) e Tiago (Tg 2,8) resumem toda a moral cristã nesse único mandamento. João nos diz ser impossível amar a Deus sem amar o irmão (1Jo 4,21). Não se pode amar o Pai sem amar os filhos. Mas o que é amar? E quem são nossos próximos?
Os judeus consideravam como “próximos”, isto é, como candidatos à sua solidariedade, os membros da comunidade judaica e os estrangeiros residentes que viviam em seu meio (e cooperavam com eles): a esses era preciso “amá-los como a si mesmo” (Lv 19,18.35). No caso dos inimigos, sobretudo dos samaritanos, a esses não se devia amar, pelo contrário (cf. Mt 5,43). Ora, exatamente um samaritano se torna solidário com um judeu jogado à beira da estrada, depois que dois ilustres “próximos” judeus, um sacerdote e um levita, deram uma volta para não se incomodarem com o compatriota assaltado…
Jesus não respondeu diretamente à pergunta do mestre da Lei: “Quem é o meu próximo?”. Ele respondeu por meio de uma parábola, porque a questão não é descobrir, teoricamente, quem é e quem não é próximo. A parábola insere o ouvinte numa nova situação prática, existencial. Coração generoso se torna próximo de qualquer um que precisa; a melhor maneira de ter amigos é ser amigo; a melhor maneira de encontrar o próximo é tornar-se próximo, aproximar-se. A questão não é teórica, mas prática. Ora, nós, na prática, esquecemos a parábola de Jesus e fazemos como o sacerdote e o levita: afastamo-nos do necessitado – mesmo se pertence à nossa comunidade! – e não “nos aproximamos” dele. Tornar-se próximo é ser solidário. Será que somos solidários com os que vivem na margem da estrada de nossa sociedade? Mesmo quando damos uma esmola a um coitado, não é para nos desviarmos dele?
“Vai e faze a mesma coisa”, diz Jesus. Imitar o samaritano exige solidariedade, assumir a vida do outro, não livrar-se dele. Torná-lo um irmão, pois esse é o sentido verdadeiro da palavra “próximo”.
Como fica essa solidariedade nesse tempo em que a doutrina da competição, do lucro e do proveito ilimitado solapou o tecido social, as relações de gratuidade entreas pessoas?

Pe. Johan Konings, sj
Nascido na Bélgica, reside há muitos anos no Brasil, onde leciona desde 1972. É doutor em Teologia e licenciado em Filosofia e em Filologia Bíblica pela Universidade Católica de Leuven (Lovaina). Atualmente é professor de Exegese Bíblica na Faje, em Belo Horizonte. Entre outras obras, publicou: Descobrir a Bíblia a partir da liturgia; A Palavra se fez livro; Liturgia dominical: mistério de Cristo e formação dos fiéis – anos A - B - C; Ser cristão; Evangelho segundo João: amor e fidelidade; A Bíblia nas suas origens e hoje.
Fonte: Vida Pastoral em 14/07/2013

Meditação

Como você encara o sofrimento alheio? - Dê algum exemplo que ilustre sua vivência do amor. - É fácil para você praticar a caridade? - Em seu contexto de vida há muitas instituições que se preocupam com os necessitados? - Troque ideias com alguém sobre solidariedade para com o próximo.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 em 14/07/2013

Meditando o evangelho

FAZE TU O MESMO!

Existe uma ligação evidente entre a questão dirigida pelo mestre a Lei a Jesus e a ordem conclusiva do relato. O mestre da Lei queria conhecer os caminhos para se obter a vida eterna, e Jesus ordena-lhe que imite o gesto misericordioso do samaritano.
A preocupação com a vida eterna corresponde a reconhecer os caminhos que conduzem ao Pai, fonte da verdadeira vida. O mestre da Lei estava no bom caminho ao confessar que a via que conduz ao Pai é o caminho do amor. Consciência fenomenal, se levamos em conta a mentalidade legalista, muito difundida na época.
Faltava-lhe apenas refazer sua concepção de próximo. A parábola contada por Jesus não deixa margem para dúvidas: próximo é qualquer pessoa que, encontrada pelos caminhos da vida, carece do nosso amor misericordioso. Diante deste apelo, caem todas as barreiras sociais, culturais, religiosas, étnicas. O próximo carente é a mediação da comunhão com o Pai. Quem tem sensibilidade e é capaz de desfazer-se de seus planos para se mostrar solidário, estará no caminho da vida eterna. Quem, pelo contrário, desvia-se do próximo carente de solidariedade, desvia-se do caminho que conduz ao Pai.
Assim, a vida eterna define-se pela disposição de se tornar servidor do próximo, em quem o Pai é servido. Quem é misericordioso, está no bom caminho.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Espírito de sintonia com o próximo, não me deixes ser insensível ao meu próximo carente de solidariedade, pois a misericórdia me conduz à vida eterna.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Os Feridos à beira do caminho
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Nas nossas comunidades cristãs há um caminho igual a esse que descia de Jerusalém a Jericó, bastante movimentado e por onde passam pessoas importantes como o Sacerdote e o Levita, são nossos Ministros Ordenados, os Ministros leigos, os coordenadores, leitores, salmistas, líderes de pastorais, catequese e movimentos. Todos sempre muito ocupados com seus afazeres. Quase não se tem tempo de olhar para os lados, muitos há que olham para o seu “Ego”, inchados de orgulho, sempre vaidosos com aquilo que fazem na comunidade, e que chama atenção sobre si.
Nem sempre prestamos atenção á beira do caminho onde estão os que, por alguma razão não podem caminhar, os feridos e machucados por neuroses, dores morais ou físicas, gente simples, ferida por certos acontecimentos que fogem ao nosso controle. Pessoas que são da comunidade, mas estão á margem. Casais recasados, mães solteiras, pessoas com má fama no campo da moral cristã. Irmãos e irmãs com quem ninguém quer perder tempo, estão ali mas não significam nada para os que se julgam importantes.
Além do que, temos a maldita concorrência para ver quem faz melhor, quem se destaca nos eventos da comunidade, nas grandes celebrações. O veneno da concorrência desleal, que infecta o comércio e o mercado de trabalho, invade nossas comunidades cristãs trazendo as disputas de grupos, a eterna briga entre Pastorais e Movimentos que parece nunca chegar ao fim. Nas pequenas ou grandes comunidades os “Egos” de pessoas do Clero e do Laicato, se incham, e sempre brigam pelos primeiros lugares. Mas quem vai cuidar dos feridos á beira do caminho?
O Doutor da Lei olhava para a Vida Eterna na ótica do Direito. Deveria haver algo que ele pudesse fazer para ter o Direito de Possuir a Vida Eterna. “Esse cargo é meu, me pertence, é coisa muito minha, tenho direito e ninguém pode me tirar” Confundem-se o Céu da Plenitude com os valores terrenos, cargos, funções, títulos e honrarias que o mundo pode nos dar. Jesus direciona a questão para a Palavra de Deus manifestada na Lei onde o ato de Amar a Deus e aos irmãos, exclui a palavra Direito colocando em seu lugar a Doação total de si mesmo, “amarás de todo teu coração, de toda tua alma e de Todo teu entendimento” isso é, de tudo o que somos e temos, deve ser dado a Deus e ao próximo em sua totalidade sem deter nada para si mesmo, ou seja, o Amor não é posse, mas doação, feita em uma total liberdade, independente de quem seja o outro, se ele mereça ou não o nosso amor.
E diante disso, o Doutor da Lei perguntou a Jesus “E quem é o meu próximo?” Na parábola do Bom Samaritano, o homem caído á beira do caminho não tinha nada a oferecer, ao contrário, era um grande problema que iria exigir tempo, atenção e algumas providências. O Sacerdote e o Levita não tinham tempo, estavam muito ocupados com coisas super importantes a fazer no templo. Também os “Profissionais” das nossas pastorais e movimentos estão sempre ocupados e não tem tempo para parar e ver de perto os ferimentos dos irmãos e irmãs caídos à beira do caminho da comunidade.
O Samaritano estava de passagem, talvez aquela pessoa que participa das celebrações mas não está engajada em nenhuma pastoral ou trabalho da comunidade, alguém que até é mal visto porque nada faz. Mas tem um coração generoso, repleto do Amor de Deus, capaz de encher-se de compaixão por aqueles que estão á margem do caminho.
Ele não pensa em encaminhar o Ferido a alguma pastoral de assistência, e nem pensa em fazer apenas a sua parte, perguntando ao homem o que lhe aconteceu, e verificando se os ferimentos são muito sérios, para buscar alguma assistência. Isso não é Cristianismo!
Cristianismo é compromisso total com os Feridos da Comunidade, é estar com eles o tempo todo, é cuidar de suas feridas, é providenciar para que sejam acolhidos e muito bem hospedados na comunidade ou na pastoral. Enfim, é ir além do procedimento habitual, é dar-se de si, tudo o que tem.
Podemos aqui, pensar nos marginalizados e excluídos da sociedade, mas penso que primeiramente devemos cuidar, sempre movidos pela compaixão, dos feridos e marginalizados da nossa Igreja, começando pela nossa comunidade.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP

2. Quem é o meu próximo?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Lucas descreve a subida de Jesus a Jerusalém em sete etapas bem marcadas. A primeira etapa começa e termina com a presença dos samaritanos. Os samaritanos não aceitaram receber Jesus em sua aldeia porque ele estava indo para Jerusalém. Tiago e João, num ímpeto de zelo pelo Mestre, querem destruir com fogo do céu aqueles samaritanos. Jesus repreende os dois apóstolos. Hoje ouvimos a história do bom samaritano contada por Jesus. Ela encerra a primeira etapa da viagem. Os samaritanos que não acolheram Jesus por ser judeu e estar indo para Jerusalém acolhem o homem ferido e jogado na beira da estrada. Seria ele judeu? Seria ele samaritano? Um sacerdote e um levita passam adiante e não dão atenção ao homem ferido. Um samaritano em viagem para e socorre o pobre homem da melhor maneira possível. Os primeiros samaritanos estavam bloqueados por preconceitos de raça e religião. O último samaritano posicionou-se diante de um ser humano maltratado e abandonado. Se todos os samaritanos tivessem sido destruídos com fogo do céu, não haveria um para socorrer o pobre homem.
No Deuteronômio, pela boca de Moisés, Deus nos diz que o que ele nos prescreve não é difícil nem está fora do nosso alcance. A Palavra está ao nosso alcance, em nossa boca, em nosso coração. Podemos cumpri-la. Parece difícil debruçar-nos sobre o infeliz abandonado na beira da estrada, mas não é impossível. A força do Espírito nos impulsiona para a prática da caridade fraterna.
Na Carta aos Colossenses lemos que, por Jesus, Deus quis reconciliar consigo todos os seres, estabelecendo a paz por seu sangue derramado na cruz. Jesus veio fazer de todos os povos uma só família. Veio trazer a paz para que todos possam viver em harmonia. Isso custou o seu sangue derramado na cruz. Seu corpo na cruz, maltratado e ensanguentado, é retrato do que fazemos uns com os outros na maldade do nosso relacionamento distorcido.
A história humana é marcada por matanças violentas, genocídios, retaliações em nível internacional. Em nível local, em nossas vizinhanças, latrocínios, vinganças, ajuste de contas, queima de arquivos. Quando Jesus nos convida a sermos novas criaturas ainda aqui nesta terra, ele está dizendo que isso é possível e que alguém deve trabalhar para o bem de todos.

REFLEXÕES DE HOJE

14 DE JULHO-DOMINGO

VEJA AQUI MAIS HOMILIAS DESTE DOMINGO

HOMILIA DIÁRIA

O desafio de amar como Jesus amou

Que o nosso amor ao próximo seja cada vez mais intenso

“Amarás o Senhor teu Deus, de todo o seu coração e de com toda tua alma, de toda tua força e de toda tua inteligência, e ao teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12, 28)

Aprendemos, hoje, que viver em Deus é viver os mandamentos d’Ele com toda intensidade da nossa alma, do nosso coração, da nossa vontade e da nossa disposição.
Com que intensidade e bravura nós devemos nos colocar para viver a Palavra de Jesus Cristo? Primeiro, amando Deus, fazendo d’Ele a razão única de nossa existência, pois não adianta apenas dizer que amamos se não somos impelidos a amar uns aos outros.
O Evangelho de hoje responde para nós uma questão básica e muito importante: “Quem é o nosso próximo?” Ele é justamente aqueles que rejeitamos ou, por algum motivo, não amamos mais. Talvez por nos ter desqualificado, rejeitado ou simplesmente por algum problema que vivenciamos com essa pessoa.
A ela nós devemos o amor evangélico da oração, do cuidado e da ternura. Que o nosso amor ao próximo seja cada vez mais intenso. E lembre-se: amar quem já gostamos é fácil, o desafio é amar quem não nos ama ou quem nós não temos tamanho afeto.
Que o Senhor nos ensine o caminho da salvação.
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova em 14/07/2013

Oração Final
Pai Santo, faze-nos bons samaritanos, atentos às dores e carências dos irmãos. Assim nós formaremos uma Igreja não só justa e fraterna, mas misericordiosa e compassiva, como Tu és, Pai amado. Que nós tenhamos coragem e força para seguir os passos do Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/07/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos bons samaritanos, atentos às dores e carências dos irmãos. Assim nós formaremos uma Igreja não só justa e fraterna, mas misericordiosa e compassiva, como és Tu, amado Pai. Que nós tenhamos coragem e força para seguir os passos do Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.