segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE D EUS TE ACOMPANHE…

LEITURA ORANTE DO DIA 26/02/2024



LEITURA ORANTE

Lc 6,36-38 - "Tenhamos misericórdia uns com os outros": como o Pai!


Passo a passo, a caminho com Jesus,
preparamo-nos para a Leitura da Palavra orando:
Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Divino Espírito Santo, amor eterno do Pai e do Filho,
eu te adoro, louvo e amo.
Peço-te perdão por todas as vezes que te ofendi
em mim e no meu próximo.
Espírito de verdade, consagro-te a minha
inteligência, imaginação e memória, ilumina-me.
Dá-me conhecer Jesus Cristo Mestre.
Revela-me o sentido profundo do seu Evangelho e
de  tudo o que ensina a Santa Igreja.

1. Leitura (Verdade)
- O que a Palavra diz?
A Palavra hoje vai nos falar  da misericórdia de Deus e da nossa misericórdia. Quando a Sagrada Escritura usa a expressão misericórdia está falando de uma bondade essencial, um envolvimento do coração, uma ternura sem limites.
Na Bíblia misericórdia revela a natureza íntima de Deus, a misericórdia é uma outra expressão típica do Amor. Deus é misericórdia. É a expressão que melhor revela o coração do Deus Pai de infinita bondade.
Lemos, atentamente, o texto de hoje: Lc 6,36-38.
Tenham misericórdia dos outros, assim como o Pai de vocês tem misericórdia de vocês.
- Não julguem os outros, e Deus não julgará vocês. Não condenem os outros, e Deus não condenará vocês. Perdoem os outros, e Deus perdoará vocês. Deem aos outros, e Deus dará a vocês. Ele será generoso, e as bênçãos que ele lhes dará serão tantas, que vocês não poderão segurá-las nas suas mãos. A mesma medida que vocês usarem para medir os outros Deus usará para medir vocês.
Refletindo
Jesus nos recomenda  a ser misericordiosos como o Pai é conosco.
E explica o que é ser misericordioso: é ser como o Pai, ou seja, não julgar, não condenar, perdoar, numa palavra: ser bom!
A palavra misericórdia significa etimologicamente,  possuir um coração (cor) que se compadece da miséria (miseri) do outro porque a sente profundamente como sua.
Em hebraico é ainda maior forte, porque a palavra misericórdia (rahamim) significa "ter entranhas de uma mãe"


2. Meditação(Caminho)
- O que a Palavra diz para nós? 
O Deus de Jesus não é um juiz com um catálogo de leis que tem necessidade de mandar, controlar, verificar. Basta-lhe a misericórdia e a compaixão., tem colo! É maravilhoso!
Deus não apenas tem um coração que ama. O que já é extraordinário. Mas também tem entranhas de misericórdia.
Olhemos para o mundo de hoje. Parece que este mundo morre por falta de misericórdia. Os crimes estão globalizados. Por outro lado, a misericórdia de Deus, que é infinita, também está por toda parte. Basta aceitá-la. Mas, muitos a rejeitam, ou a desconsideram.
Coloquemo-nos no horizonte da misericórdia: Deus é misericórdia continuamente.
Deixemo-nos envolver por esta misericórdia divina, criativa, original, pessoal, que me chama, que chama você, que nos chama à existência.
Ao revelar seu rosto misericordioso em Jesus, Deus cria em nós um coração novo feito à semelhança do seu, um coração capaz de viver a misericórdia.
Coisa maravilhosa: Deus nos ama a ponto de nos criar e nos enviar ao mundo para sermos presenças misericordiosas. Uma  misericórdia superabundante, generosa que se expressa  em encontro, acolhida, cordialidade, tudo isto vivido no cotidiano, como hábito de vida.
Meditando
São João Paulo II dizia: “Ajudem o homem moderno a experimentar o amor misericordioso de Deus! Lá onde dominam o ódio, a sede de vingança, lá onde a guerra semeia a dor e a morte de inocentes, a graça da misericórdia é necessária para apaziguar os espíritos e os corações e fazer jorrar a paz. Lá onde falta respeito à vida e à dignidade do homem, o amor misericordioso de Deus é necessário. A misericórdia é necessária para fazer com que cada injustiça do mundo encontre seu fim no esplendor da verdade”.
São Paulo nos lembra: "Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos pelos nossos pecados, deu-nos a vida por Cristo"( Ef 2,4-5)

3. Oração (Vida)
- O que a Palavra nos leva a dizer a Deus?
"Sede misericordiosos como o Pai é misericordioso" (Lc 6,36), diz Jesus.
Rezemos

Pai misericordioso e compassivo,
que governais o mundo com justiça e amor,
dai-nos um coração sábio para reconhecer
a presença do vosso Reino entre nós.

Em sua grande misericórdia, Jesus,
o Filho amado, habitando entre nós
testemunhou o vosso infinito amor
e anunciou o Evangelho da fraternidade e da paz.

Seu exemplo nos ensine a acolher
os pobres e marginalizados, nossos irmãos e irmãs
com políticas públicas justas,
e sejamos construtores de uma sociedade humana e solidária.

O divino Espírito acenda em nossa Igreja
a caridade sincera e o amor fraterno;
a honestidade e o direito resplandeçam em nossa sociedade
e sejamos verdadeiros cidadãos do “novo céu e da nova terra”

Amém.

4. Contemplação(Vida/ Missão)
- Qual o nosso novo olhar a partir da Palavra?
A cada pessoa que  encontrarmos, em nosso trabalho, estudo, em casa, no metrô, no ônibus, na rua, vamos ter um olhar de misericórdia e dizer-lhes ainda que em silêncio o que São Paulo sugere: “Quando for ter com vocês levarei muitas bênçãos de Cristo” ( Rm 15,29). Vou revelando o lado luminoso da minha natureza, humanizando as relações com as pessoas.
Anotemos no nosso diário, nossas atitudes e empenhos para sermos parecidos com o Pai: misericordiosos.

Bênção
Senhor, nosso Deus, concedei-nos nesta quaresma a graça da conversão e da reconciliação por meio da oração, da penitencia e da caridade. Dai-nos a graça de aprender convosco a  ser livres para amar, acolhendo a vida como dom e compromisso, valorizando e defendendo a vida, especialmente onde ela se encontra mais fragilizada e sofrida. Isto vos pedimos, em nome do Pai, e do Filho e do Espirito Santo. Amém.

Ir. Patrícia Silva, fsp

Palavra se fez carne - 26 de fevereiro, 2ª feira, 2ª Semana da Quaresma


26 de fevereiro, 2ª feira, 2ª Semana da Quaresma


- Hoje é dia 26 de fevereiro, 2ª feira da 2ª Semana da Quaresma

- A Palavra de Deus sempre nos convida à vivência da misericórdia. Hoje é o próprio Jesus que nos pede: “Sede misericordiosos como o Pai é misericordioso.” A referência para o exercício da misericórdia é o próprio Deus, o Pai misericordioso, que em Jesus transborda de compaixão e misericórdia para com todos e todas. Peça ao Senhor a graça de escutar a Palavra e torná-la ação em sua própria vida, para que ela te ajude a viver a misericórdia, a exemplo do Pai.

- Escuta o Evangelho Segundo Lucas, Capítulo 6, versículos 36 a 38.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos.'

- Jesus no Evangelho nos ensina a viver a misericórdia como medida para todas as nossas ações. Por exemplo: as ações de não julgar; não condenar; perdoar e ser generoso. Estas ações nos põem em sintonia com o projeto do Pai, pois tudo o que praticarmos com os outros será a medida para que também o Pai e os outros façam conosco. Afinal a misericórdia é o amor que plenifica o coração, transbordando sobre os outros, para aproximar o Reino de Deus das pessoas, e as pessoas do Reino. É a prática da misericórdia que dignifica o ser humano: tanto para quem a dá, quanto para quem recebe. Peça ao Senhor a graça de um coração misericordioso, capaz de não julgar, nem condenar, mas sim de perdoar e amar.

- Misericórdia é o nome de Deus, e Jesus é o Rosto da misericórdia revelado entre nós pelo seu modo de agir. Você tem agido como uma pessoa misericordiosa? Tem feito aos outros o mesmo que deseja que lhe façam? Com que você tem transbordado a sua medida: com misericórdia ou intolerância?

- “Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso.”, disse Jesus. Sermos misericordiosos, perdoando-nos mutuamente, é uma forma de nos assemelharmos ao Senhor nosso Deus e Pai e atender ao pedido de Jesus para sermos misericordiosos como o Pai. Afirma o Papa Francisco:

“A misericórdia vai além, faz a vida de uma pessoa de tal modo que o pecado é colocado à parte. É como o céu. Nós olhamos para ele e vemos tantas estrelas, mas quando vem o sol, pela manhã, com tanta luz, não as vemos mais. Assim é a misericórdia divina: uma grande luz de amor, de ternura. Deus perdoa não com um decreto, mas com um carinho, acariciando as nossas feridas do pecado. É grande a misericórdia de Deus, é grande a misericórdia de Jesus. Ele nos perdoa e nos acaricia”

- Termina a tua oração agradecendo ao Senhor pela sua infinita misericórdia, pelo amor e pela compaixão que Ele tem derramado sobre a humanidade, sobre sua família e sobre você. Peça ao Senhor a graça de se assemelhar a Ele e agir sempre com misericórdia e com amor para com as pessoas que de ti se aproximam.

- Pai Nosso que estais nos céus, santificado seja vosso nome, venha nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade, assim, na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.


Julgar o próximo te condenará | Lc 6,36-38 | Padre Adriano Zandoná (26/02/24)



Canal do Youtube - Padre Adriano Zandoná

Publicado em 25 de fev. de 2024

Evangelho (Lc 6,36-38)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

Como é difícil ser misericordioso | (Lc 6, 36-38) #1901 - Frei Gilson




Publicado em 26 de fev. de 2024

Agradar a Deus | Mãe Maria (26/02/2024) - Dom Walmor



Canal do Youtube: TV Horizonte

Publicado em 26 de fev. de 2024

Homilia Diária - 26.02.2024 | "Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso." - Padre Roger Araújo



Canal do Youtube: Padre Roger Araújo

Publicado em 26 de fev. de 2024

Lucas 6,36-38

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”.

Palavra da Salvação, 26/02/2024 com o Padre Rafael dos Santos



Canal do Youtube: WebTV Redentor

Publicado em 25 de fev. de 2024

Segunda-feira, 2ª Semana da Quaresma

Evangelho (Lc 6,36-38)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 36 “Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. 37 Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. 38 Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

Homilia Diária | O “preço” da misericórdia de Deus (Segunda-feira da 2.ª Semana da Quaresma) - Padre Paulo Ricardo



Canal do Youtube: Padre Paulo Ricardo

Publicado em 25 de fev. de 2024

O nosso tempo se preza de ser muito compreensivo e tolerante. Gostamos de olhar no espelho da história e contemplar como somos bons e evoluídos, enquanto os que nos precederam não passam de uns selvagens desalmados. Para eles, tudo eram pecados, tudo eram culpas, tudo eram motivos para pedir perdão; para nós, tudo são licenças, tudo são liberdades, tudo são razões para pedir mais permissão. Mas, se nos orgulhamos de ter jogado fora essa velharia chamada pecado, como é que queremos ainda falar de misericórdia? Se as virtudes nos escandalizam e os vícios nos edificam, como iremos entender o que custou a Cristo alcançar o perdão de que nem nós cremos mais necessitados? Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta segunda-feira, 26 de fevereiro, e supliquemos a Deus que nos inspire um sentimento muito profundo de arrependimento, porque foram as nossas culpas que pregaram na Cruz o Filho de Deus encarnado.

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) – Lc 6,36-38 - 26/02/2024


Abra seu coração para a misericórdia de Deus

“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: ‘Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados’.” (Lucas 6,36-37)



Neste tempo da Quaresma, insistentemente, somos convidados a um profundo exame de consciência. Com certeza, você já ouviu muito falar de fazermos um exame de consciência, de examinarmos as nossas atitudes, de fazer enxergar as nossas inúmeras faltas e, assim, corrigi-las, repará-las através do perdão, da confissão, do sacramento.
O Evangelho de hoje traz uma excelente contribuição para esse processo de mudança de vida. Lucas pede que sejamos misericordiosos porque Deus é misericordioso conosco.
Quando, humildemente, colocamo-nos diante de Deus com todas as nossas faltas, os nossos pecados, Deus está ali, prontamente, para nos perdoar. Ele nos acolhe sempre porque é um Deus de misericórdia, Ele não sabe fazer outra coisa a não ser exercer a Sua misericórdia sobre nós.
A grande dificuldade está em nós mesmos, que possuímos essa dificuldade em perdoar, muitas vezes, até de se autoperdoar, de ter compaixão consigo. O nosso coração ainda é muito fechado à misericórdia de Deus, não buscamos a misericórdia de Deus e não exercemos a misericórdia para com o próximo; não somos misericordiosos como Deus quer que sejamos.

Se quisermos de Deus a Sua misericórdia, também devemos ser misericordiosos uns com os outros

Muitas vezes, preferimos julgar os outros, preferimos nos esconder atrás desses julgamentos e isso revela uma grande incoerência de nossa parte. Às vezes, queremos o perdão de Deus, queremos que Ele nos perdoe, mas não nos esforçamos para perdoar o nosso irmão que está ao nosso lado. Quanta incoerência!
Todavia, a Palavra de hoje nos afirma que: se quisermos de Deus a Sua misericórdia, também devemos ser misericordiosos uns com os outros. É isso que Jesus nos fala hoje. E diz mais: se não quisermos ser julgados por Deus e pelos outros, também não devemos fazer julgamentos.
Quem julga o seu próximo coloca-se num patamar diferente do seu, achando-se melhor do que ele; e não somos melhor do que ninguém. Meu irmão é igual a mim, merecedor também da misericórdia tanto quanto eu sou merecedor da misericórdia.
Os nossos erros e pecados podem até ser diferentes, mas não estamos isentos aos erros e às falhas a ponto de poder julgar o outro, a ponto de julgar o pecado do outro, não é isso que Deus quer de nós. É cômodo se esquivar dos nossos próprios erros, julgar o outro, mas, neste tempo da Quaresma, somos chamados a voltar o nosso olhar para nós mesmos, a perceber as nossas falhas, incoerências, erros e buscarmos a misericórdia de Deus. E, a partir disso, também ser misericordioso com o outro.
Deus nos compreende, mas também precisamos aprender a compreender os nossos irmãos. Peçamos esta graça: a de sermos misericordiosos, assim como Deus Pai é misericordioso conosco.
Sobre você, desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Bruno Antonio
Padre Bruno Antonio de Oliveira é Brasileiro, nasceu no dia 18/10/1987, em Lavras, MG. É Membro da Associação Internacional Privada de Fieis – Comunidade Canção Nova, desde 2012 no modo de compromisso do Núcleo.

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 26/02/2024

ANO B


Lc 6,36-38

Comentário do Evangelho

Deus é misericordioso.

Nosso texto é parte do que no evangelho segundo Lucas denomina-se “sermão da planície” (6,17-49); é a sequência do chamado dos Doze sobre a montanha, onde Jesus passou a noite inteira em oração (6,12-16). A nossa perícope é parte do trecho tematicamente dominado pelo imperativo do amor aos inimigos (vv. 27-35). A primeira parte do v. 36 equivale ao que no evangelho segundo Mateus é o imperativo à perfeição (Mt 5,48). Em primeiro lugar, é preciso compreender que o imperativo se baseia no que Deus é: misericordioso. Sua misericórdia se manifesta na sua bondade para com todos, ingratos e maus (cf. v. 35). A misericórdia de Deus se exprime na acolhida dada por Jesus aos pecadores (cf. Lc 5,29-32; 7,36-50; 15,1ss; 19,1-10). Cada um, independentemente de sua situação, pôde ou pode experimentar a misericórdia de Deus em relação a si mesmo. É com essa mesma misericórdia que se exige tratar os outros. O amor aos inimigos não é uma ideia; ele se concretiza na renúncia a julgar, isto é, condenar alguém (v. 37a-37b), na disposição permanente e renovada de perdoar (v. 37c) e de entregar-se a si mesmo (v. 38a), como o Senhor se entregou para a salvação de toda a humanidade.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dispõe meu coração para o perdão, pois este é o caminho pelo qual estabeleço minha comunhão contigo.
Fonte: Paulinas em 17/03/2014

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Sede compassivos como vosso Pai


Quaresma é tempo de nos aproximarmos mais de Deus e sentir a sua perfeição. Ouvimos em São Mateus que é preciso ser perfeito como o Pai celeste é perfeito, e nos perguntamos: como isso é possível? São Lucas nos ajuda e nos esclarece quando escreve: “Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso”. A perfeição de Deus se mostra na sua misericórdia; por isso, mais do que compreendê-la, nós a sentimos.
O que quer dizer na prática ser misericordioso? Temos uma resposta no texto de São Lucas: não julgar, não condenar, perdoar, dar com generosidade, medir com largueza são ações da misericórdia. Dizem que nossas ações são concebidas primeiro na mente e depois no corpo. A concepção mental viria antes da concepção no ventre. Temos então um bom exercício quaresmal, que consiste em examinar e purificar a nossa mente.
Nela se elaboram os julgamentos e as condenações, mas também o perdão. Depois vem a concepção no corpo. Mãos e pés se movimentam para a ação: doar com generosidade, medir com largueza. O resultado é que não seremos julgados, não seremos condenados, seremos perdoados. Sirva-nos de estímulo pensar que seremos medidos com a medida que usamos para medir os outros. Misericórdia não pode ser apenas uma palavra que repetimos à exaustão. Ela existe e se deixa ver em atitudes concretas, muitas vezes silenciosas.
Cônego Celso Pedro da Silva,

Vivendo a Palavra

Ouçamos a Promessa do Pai e ofereçamos tudo o que temos e somos. E Ele nos retribuirá com generosidade uma ‘medida boa, calcada, sacudida e transbordante’ de Graça – que é a sua própria Presença Misericordiosa em nós, desde já, nesta caminhada pela terra abençoada que Ele nos empresta para cuidado e partilha.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/03/2014

VIVENDO A PALAVRA

A ‘pregação na planície’, em Lucas, corresponde ao ‘sermão da montanha’, em Mateus. São ensinamentos que devemos receber com gratidão, guardar com carinho e viver com zelo e amor. O exercício da Misericórdia, que define o Pai, deve ser a regra do nosso relacionamento com nós mesmos, com o próximo e com a natureza.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/02/2018

VIVENDO A PALAVRA

Ouçamos a Promessa do Pai e ofereçamos a Ele tudo o que temos e somos. E Ele nos retribuirá com generosidade uma ‘medida boa, calcada, sacudida e transbordante’ de Graça – que é a sua própria Presença Misericordiosa em nós, desde já, nesta caminhada pela terra abençoada que Ele nos empresta para ser cuidada, usufruída e partilhada com a humanidade.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/03/2020

VIVENDO A PALAVRA

Lucas coloca nos lábios de Jesus o preceito de seguir a Misericórdia do Pai. Não diz aqui, a sua Perfeição. A misericórdia convive com os nossos pecados, com o processo de conversão; a busca da perfeição, não. A misericórdia nos faz humildes, visando à simplicidade e ao despojamento; ao passo que o desejo de sermos perfeitos nos envaidece: queremos prestígio, esperamos o reconhecimento dos nossos méritos.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/03/2021

Reflexão

A justiça de Deus é muito diferente da justiça dos homens. A justiça dos homens parte de dois pressupostos: o primeiro diz que a cada um deve ser dado o que lhe pertence, e o segundo afirma que cada pessoa deve receber os méritos pelo bem que promovem e os castigos pelos males que causa. A justiça divina é aquela que distribui gratuitamente todos os bens e dá todas as condições para que o homem possa ser feliz e ter uma vida digna e é por isso que Deus criou todas as coisas e as deu gratuitamente para os homens que não viveram a gratuidade e se apossaram do mundo segundo seus interesses. A justiça divina é aquela que não nos trata segundo as nossas faltas, mas age com misericórdia e nos convida a fazer o mesmo.
Fonte: CNBB em 17/03/2014

Reflexão

Modelo de compaixão é o Pai celeste: “Sejam misericordiosos, como o Pai de vocês é misericordioso”. Mas o é também Jesus, a quem recorriam os sofredores, implorando: “Filho de Davi, tem piedade de nós” (Mt 9,27), “Senhor, tem piedade do meu filho” (Mt 17,15). O Mestre nunca negou uma resposta traduzida em boa obra em favor de quem, com fé, lhe pedisse ajuda. Quanto ao julgamento, corremos o risco de errar, já que as aparências enganam. E não conhecemos profundamente o ser humano. Aviso de Jesus: Pratiquem boas obras com generosidade, sem nada esperar como reconhecimento ou recompensa. É assim que Deus age: de modo abundante. Quanto mais formos gratuitos e generosos para com os outros, mais o Senhor nos cumulará de bens espirituais. E materiais.
Oração
Ó Jesus Mestre, aprendemos que no Reino de Deus não há lugar para mesquinharia ou estreiteza de espírito. Ao contrário, somos convidados a sermos generosos, compassivos e capazes de perdoar. Tais atitudes são garantia de que Deus será bondoso, abundante em graças e rico em misericórdia conosco. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 09/03/2020

Reflexão

Quatro propostas de Jesus para que possamos tornar- nos cada vez mais misericordiosos como o Pai: não julgar, não condenar, perdoar e dar. Os dois primeiros são negativos e andam de mãos dadas. Quando nos tornamos juízes dos outros, a primeira tendência nossa é a condenação. Com facilidade, vemos nos outros o que escondemos dentro de nós. Quando temos o compromisso ou a obrigação de “avaliar” os outros, devemos fazê-lo sempre com muita caridade e amor. Isso não significa que devemos fechar os olhos diante das injustiças e os ouvidos ao clamor do povo. Os dois aspectos positivos: perdoar e dar. Somos egoístas, queremos o perdão de Deus, mas nem sempre conseguimos praticá-lo. Dar e partilhar com os mais necessitados é cada vez mais difícil. A realidade dos grandes centros urbanos mostra claramente isso.
Oração
Ó Jesus Mestre, aprendemos que no Reino de Deus não há lugar para mesquinharia ou estreiteza de espírito. Ao contrário, somos convidados a ser generosos, compassivos e capazes de perdoar. Tais atitudes são garantia de que Deus será bondoso, abundante em graças e rico em misericórdia conosco. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 01/03/2021

Reflexão

Aquilo que Jesus ensinou a seus discípulos atravessou séculos e é válido para nós ainda hoje. Jesus é desconcertantemente prático; contudo, engana-se quem considera que assumir na própria vida suas palavras seja fácil. Jesus pede de seus seguidores, de nós, a conversão do coração e da mente; que rompamos os esquemas que separam e tornam irmãos rivais e nos abramos à fraternidade plena e verdadeira. Não se trata aqui de um “jogo de conveniência”, mas de novo estilo de vida, em que a palavra de ordem é “amor”. Na dinâmica proposta por Jesus, não há maiores ou menores; grandes ou pequenos; superiores e inferiores. Jesus, com suas palavras, seus ensinamentos e sua vida, quer instaurar o Reino de Deus onde todos tenham lugar garantido e sua dignidade assegurada. Não somos juízes de ninguém; somos irmãos uns dos outros.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 14/03/2022

Reflexão

Modelo de compaixão é o Pai celeste: “Sejam misericordiosos, como o Pai de vocês é misericordioso”. Mas o é também Jesus, a quem recorriam os sofredores, implorando: “Filho de Davi, tem piedade de nós” (Mt 9,27), “Senhor, tem piedade do meu filho” (Mt 17,15). O Mestre nunca negou uma resposta traduzida em boa obra em favor de quem, com fé, lhe pedisse ajuda. Quanto ao julgamento, corremos o risco de errar, já que as aparências enganam, e não conhecemos profundamente o ser humano. Aviso de Jesus: pratiquem boas obras com generosidade, sem nada esperar como reconhecimento ou recompensa. É assim que Deus age: de modo abundante. Quanto mais formos gratuitos e generosos para com os outros, mais o Senhor nos cumulará de bens espirituais. E materiais.
(Dia a dia com o Evangelho 2024)

Reflexão

«Dai e vos será dado»

Rev. D. Antoni ORIOL i Tataret
(Vic, Barcelona, Espanha)

Hoje, o Evangelho segundo São Lucas proclama uma mensagem mais densa do que breve, e note-se que é mesmo muito breve! Podemos reduzi-la a dois pontos: um enquadramento de misericórdia e um conteúdo de justiça.
Em primeiro lugar, um enquadramento de misericórdia. Com efeito, a máxima de Jesus sobressai como uma norma e resplandece como um ambiente. Norma absoluta: se o nosso Pai do céu é misericordioso, nós, como filhos seus, também o devemos ser. E como é misericordioso, o Pai! O versículo anterior afirma: «(...) e sereis filhos do Altíssimo, porque Ele é bom até para os ingratos e os maus» (Lc 6,35).
Em segundo lugar, um conteúdo de justiça. Efetivamente, encontramo-nos perante uma espécie de “lei de talião”, nos antípodas (oposta) da que foi rejeitada por Jesus («Olho por olho, dente por dente»). Aqui, em quatro momentos sucessivos, o divino Mestre ensina-nos, primeiro, com duas negações; depois, com duas afirmações. Negações: «Não julgueis e não sereis julgados»; «Não condeneis e não sereis condenados». Afirmações: «Perdoai e sereis perdoados»; «Dai e vos será dado».
Apliquemo-las fielmente à nossa vida de todos os dias, atendendo especialmente à quarta máxima, como faz Jesus. Façamos um corajoso e lúcido exame de consciência: se em matéria familiar, cultural, econômica e política o Senhor julgasse e condenasse o nosso mundo como o mundo julga e condena, quem poderia enfrentar esse tribunal? (Ao regressar a casa e ao ler os jornais ou escutar as notícias, pensemos apenas no mundo da política). Se o Senhor nos perdoasse como o fazem normalmente os homens, quantas pessoas e instituições alcançariam a plena reconciliação?
Mas a quarta máxima merece uma reflexão particular já que, nela, a boa lei de talião que estamos a considerar fica, de alguma forma, superada. Com efeito, se dermos, nos darão na mesma proporção? Não! Se dermos, receberemos — notemo-lo bem — «Uma medida boa, socada, sacudida e transbordante» (Lc 6,38). É pois à luz desta bendita desproporção que somos exortados a dar previamente. Perguntemo-nos: quando dou, dou bem, dou procurando o melhor, dou com plenitude?

Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Deus me deu a sua infinita misericórdia, e através dela contemplo e adoro as outras perfeições divinas ...! Então, todos eles me parecem radiantes de amor; até a justiça (e talvez esta ainda mais que todas as outras) parece-me revestida de amor» (Santa Teresa de Lisieux)

- «Deus não pode simplesmente ignorar toda a desobediência dos homens, todo o mal da história: não pode tratá-lo como algo irrelevante e insignificante. Esse tipo de “misericórdia” e “perdão incondicional” seria uma “graça a preço baixo”. ‘Se formos infiéis, Ele permanece fiel, porque não pode negar-se a si mesmo’ (cf. 2Tm 2,13)» (Bento XVI)

- «Ora, e isso é temível, esta onda de misericórdia não pode penetrar nos nossos corações enquanto não tivermos perdoado àqueles que nos ofenderam. O amor, como o corpo de Cristo, é indivisível: nós não podemos amar a Deus, a quem não vemos, se não amarmos o irmão ou a irmã, que vemos (cf. 1Jn 4,20). Recusando perdoar aos nossos irmãos ou irmãs, o nosso coração fecha-se, a sua dureza torna-o impermeável ao amor misericordioso do Pai. Na confissão do nosso pecado, o nosso coração abre-se à sua graça» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.840)

Reflexão

A misericórdia de Deus não é uma “graça a baixo preço”

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje experimentamos a Quaresma como tempo privilegiado de peregrinação interior para aquele que é a fonte da misericórdia. É uma peregrinação na qual Ele mesmo nos acompanha através do deserto da nossa pobreza, sustentando-nos no caminho para a alegria intensa da Páscoa. Mas, na verdade, que significa “misericórdia divina”?
Diante da Cruz —dolorosa e amorosamente aceite por Jesus— entendemos que a misericórdia divina não é uma espécie de “perdão incondicional” (uma tal “misericórdia” teria sido uma “graça a baixo preço”). Deus não pode ignorar o mal da história, como se fosse algo irrelevante e insignificante. A injustiça não se pode ignorar sem mais; deve-se acabar com ela, vencê-la. Só essa é a verdadeira misericórdia. Deus assume tudo isto na sua paixão e, assim, mostra a bondade divina “incondicional”, uma bondade que não pode estar em contradição com a verdade e a correspondente justiça.
—Devemos deixar-nos submergir na misericórdia do Senhor; então também o nosso “coração” encontrará o caminho certo.

Recadinho

O Evangelho para o dia de hoje é breve, mas se estende ao infinito! Misericórdia! Compaixão, solidariedade, ternura, perdão, bondade, acolhida! Qual destas palavras mais lhe toca o coração no momento? - Lembro-me do testemunho do bom samaritano? A misericórdia não tem fronteiras! - No caminho de Emaús, à beira do lago da Galileia, Jesus toma o pão, abençoa-o e o reparte. Tenho condições de partilhar meus bens espirituais? E os materiais? - Os discípulos reconheceram Jesus. Eu o reconheço em meus irmãos? - Meus irmãos o reconhecem em mim? - Como as pessoas que cruzam meu caminho reconhecem que vivo uma vida cristã?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 17/03/2014

Meditação

“Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso.” Depois de ensinar que devemos amar até os que não nos amam, Jesus manda que sejamos misericordiosos como o Pai. Nosso conceito de misericórdia quase sempre se resume em compaixão e perdão. O conceito bíblico é mais rico. Misericórdia é amor que nasce das entranhas, do coração; é ternura, afeição fiel quase instintiva, piedade, bondade, clemência, é sofrer e sentir com o outro.
Oração
Ó DEUS, que para nossa salvação nos ordenais a prática da mortificação, concedei que possamos evitar todo pecado e cumprir de coração os mandamentos do vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Comentário sobre o Evangelho

Jesus aos discípulos: «Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso»


Hoje, não o esqueceremos! Jesus Cristo segue subindo para Jerusalém, onde entregará sua vida por nossa salvação. E, de novo, nos repete uma ideia muito importante: «Sejam compassivos», sejam misericordiosos, sejam pacientes… Porque Deus é assim porque o Amor é assim. Não existem amores vingativos, amores críticos, amores imoderados…
—Deus é assim e a vida é assim: «Porque com a medida com que você se mede, será medido». Quem não perdoa também não se deixa perdoar!

Meditando o evangelho

PERDOAR E SER PERDOADO

A reconciliação foi um tema fundamental do ministério de Jesus. Tudo quanto fazia visava restaurar os laços de amizade dos seres humanos entre si e com Deus. Ele foi, por excelência, um construtor de reconciliação. Portanto, um bem-aventurado!
No seu ensinamento, o Mestre mostrou a transcendência do perdão que rompe os limites do puro relacionamento humano para levar ao relacionamento das pessoas com Deus. No ato de perdoar, o discípulo do Reino decide seu destino eterno.
A ordem de Jesus – "Perdoai, e sereis perdoados!" – não expressa a reciprocidade do perdão no nível puramente humano, como se ele dissesse: na medida em quem vocês perdoarem o próximo, serão perdoados por ele. Pelo contrário, o perdão oferecido ao próximo tem, como contrapartida, o perdão recebido de Deus. Quem abre o coração e oferece o perdão a seu semelhante, restabelecendo o relacionamento fraterno encontrará no Pai um coração aberto para perdoá-lo e acolhê-lo.
Conclui-se da ordem de Jesus que, quem não perdoa, não receberá o perdão do Pai, pois a falta de comunhão com o semelhante é indício de ruptura com o Pai. Assim, o discípulo do Reino busca construir um relacionamento sólido com o Pai, por meio da comunhão com o seu semelhante. É ilusório querer trilhar um caminho diferente.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, dispõe meu coração para o perdão, pois este é o caminho pelo qual estabeleço minha comunhão contigo.
Fonte: Dom Total em 17/03/201426/02/201809/03/202001/03/2021 14/03/2022

Oração
Deus, que para remédio e salvação nossa nos ordenais a prática da mortificação, concedei que possamos evitar todo pecado e cumprir de coração os mandamentos do vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 17/03/2014

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A nossa medida para com os outros
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Um lugar onde podemos ver e comprovar como nós não somos Misericordiosos como o Pai, é  no trânsito. Não adianta fingir que não é com a gente, todos somos assim, olhamos para os outros condutores de veículos com extremo rigorismo, mas quando nos olhamos ao volante, sempre amenizamos ao máximo nossas falhas. Sempre vamos ter razões de sobra para justificar o nosso erro, cometido em uma ultrapassagem perigosa, em um excesso de velocidade, em uma fechada que demos no outro, ou em qualquer norma de segurança que quebramos, nós temos necessidade e justificativa para falar ao celular no volante, mas se flagramos o outro, dirigindo desatentamente por estar falando ao celular, rapidamente o condenamos.
O trânsito é só um exemplo bem concreto de que, a nossa medida com o próximo é bem pequena e miserável. O que nos falta é exatamente aquilo que em Deus é sempre abundante e eterna: a Misericórdia! Mas esse comportamento anticristão não é só pessoal, mas tudo e todos que nos rodeiam na Família e na comunidade, amenizamos os erros e pecados, abrandamos o impacto da ação ou do escândalo, se o fato ocorreu com um filho ou filha, ou um irmão da nossa igreja, mas se for com o Filho ou a Filha do outro, que não é parente e nem membro do nosso grupo da Igreja, ah meu irmão, olhamos com uma lupa de aumento e apregoamos aos quatro cantos o pecado escabroso que tal pessoa cometeu.
Misericórdia é acolher o outro em nosso coração, e o Judeu tem um significado ainda mais bonito, é acolher o outro em nosso útero, para dar-lhe uma vida nova com o nosso amor, é também sermos solidários com a miséria do outro, caminhar junto, sorrir  e chorar junto e foi essa misericórdia do PAI , que Jesus manifestou por todos nós.
Não julgar, não condenar, perdoar, dar e acolher são palavras chaves do evangelho, colocadas como prática cristã em nossa relação com o próximo no dia a dia. E o próximo são todas aquelas pessoas que passam por nós na rua, no Banco, na Feira Livre, no ônibus, na escola, no trabalho, na política, no futebol, na torcida. Na comunidade somos capazes de disfarçar a nossa raiva, impaciência e intolerância com o outro, mas fora da Igreja somos quem somos, e é exatamente nesses lugares e ambientes que nos relacionamos com as pessoas.
O evangelho traz uma exortação final muito séria, se a nossa medida com o próximo (com todas as pessoas com quem cruzamos em nosso dia a dia, não é só com o irmãozinho da comunidade...) não for larga, cheia e generosa, Deus também nos olhará com rigorismo e não vamos poder contar com a sua bondade e misericórdia sem limites. Isso porque estamos deturpando a imagem, de Deus para o irmão.
E fica aqui, no final da reflexão uma boa pergunta: as pessoas com  quem convivemos, acreditam em um Deus amoroso e misericordioso, ou em um Deus intolerante e implacável? Se a resposta for negativa, é bom não nos esquecer de que essas pessoas simplesmente refletem a imagem de Deus que a ela passamos com a nossa conduta...

2. Sede misericordiosos, não julgueis, não condeneis, perdoai... - Lc 6,36-38
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

O tema da misericórdia é constante nas pregações do Papa Francisco. Por que insistir tanto na prática da misericórdia? Certamente porque não é praticada. Vamos então praticá-la. Jesus nos diz para sermos misericordiosos como Deus Pai é misericordioso. Vamos fazer o dia de hoje um dia de misericórdia com tudo aquilo que a palavra contém: não julgar, não condenar, perdoar, doar. Com a misericórdia andam a compaixão, a clemência, a bondade e a piedade, a mansidão e a paciência. O profeta Jonas não quis realizar a missão que Deus lhe confiou porque, disse ele: “Eu sabia que tu és um Deus de piedade e de ternura, lento para a ira e rico em amor e que se arrepende do mal”. Jonas queria que Deus castigasse e punisse o povo da cidade de Nínive. Os apóstolos Tiago e João queriam fazer chover fogo do céu sobre uma aldeia de samaritanos que não quiseram receber Jesus. Jesus censurou os apóstolos e depois contou a parábola do bom samaritano. Jesus nos ensina que seremos medidos com a mesma medida que usamos para medir os outros. Se formos inteligentes, seremos generosos para com os outros e assim Deus será generoso conosco no dia do julgamento. Hoje queremos abrir o coração para quem tem fome, tem sede, está na rua, não tem roupa, está doente, está preso, está sofrendo por alguém que morreu. Nunca seremos perfeitos como o Pai do céu, mas podemos ser parecidos com ele na prática da misericórdia.
Fonte: NPD Brasil em 09/03/2020

HOMILIA

OS GESTOS DA MISERICÓRDIA

No imenso tesouro do Evangelho, são os gestos da misericórdia. Eles são como uma gema preciosa: sólida e delicada ao mesmo tempo; verdadeira e transparente na sua simplicidade; brilhante pela vida e alegria que difunde. Compaixão, compreensão, solidariedade, ternura e perdão são como seus ângulos de polimento, por onde se reflete – em raios coloridos e acessíveis – o amor regenerador de Deus.
Para mim neste tempo da Quaresma, a misericórdia de Deus se traduz em resgate, cura, abrigo, libertação, sustento, proteção, acolhida, generosidade e salvação – tão marcantes na caminhada do Povo de Deus. No decorrer dos séculos, a comunidade cristã tem atualizado esta experiência em novos contextos, lugares e relacionamentos. A liturgia a celebra; a prece a invoca; a pregação a proclama; os místicos a enfatizam; o magistério a propõe; as obras a cumprem.
Antiga e sempre nova, a misericórdia de Deus se pode entender em outras palavras sob três pontos:  bem-aventurança, profecia e terapia. Como bem-aventurança, a misericórdia aproxima o Reino de Deus das pessoas, e as pessoas do Reino de Deus. É prática que dignifica o ser humano: tanto quem a dá, quanto quem a recebe. Está repleta de gratuidade e alegria, como disse Jesus: “Felizes os misericordiosos, pois alcançarão misericórdia” (Mt 5,7). As obras de misericórdia são também profecias da justiça do Reino, que supera toda fronteira de raça, credo ou ideologia: diante da humanidade ferida e carente, somos servidores da vida e da esperança, dentro e fora da Igreja, para crentes e não-crentes, afim de que “todos tenham vida e vida em plenitude” (Jo 10,10).
Jesus nos indicou o exemplo do bom samaritano para mostrar a todos que a misericórdia não aceita fronteiras! Enfim, a misericórdia é também terapia: compaixão que restaura, toque que regenera e cuidado que aquece. As obras de misericórdia têm eficácia curadora: socorrem nossa humanidade ferida pelo pecado e pelo desamor, restaurando em nós a imagem do Cristo glorioso, para que suas feições resplandeçam na nossa face, na face da Igreja, na face de toda a humanidade redimida.
Se a compaixão é um sentir que nos comove na direção do próximo, a misericórdia se caracteriza como gesto que realiza este sentir solidário. Na compaixão temos um sentimento que mobiliza; na misericórdia temos o exercício deste sentimento. Daí os verbos: cumprir, mostrar, fazer e agir – que expressam a eficácia do amor misericordioso humano e, sobretudo, divino (cf. Êx 20,6; Sl 85,8; Lc 1,72 e 10,37). A misericórdia tem caráter operativo: é amor em exercício de salvação. Se o amor é a qualidade essencial de Deus; a misericórdia é este mesmo amor exercitado para com a criatura humana, revelando a qualidade ativa de Deus. Assim, a misericórdia se mostra muito mais na experiência do dia a dia, do que na conceituação teológica, catequética ou espiritual. E ainda que tal experiência se revista de beleza, o lar da misericórdia não é o discurso e nem explicações. Porque as crianças abandonadas, os andarilhos e os excluídos da sociedade não comem explicações. O lar da misericórdia é a solidariedade. Seu órgão vital é o coração e as mãos: erguem o caído, curam o ferido, abraçam o peregrino, alimentam o faminto.
A misericórdia que Deus exige de ti e de mim não é outra senão a evangélica, que consiste em 14 obras: 7 corporais: dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, acolher o forasteiro, vestir quem está nu, visitar os doentes e assistir aos prisioneiros e sepultar dignamente os mortos. Sete obras, centradas na exortação “cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (25,40). E 7 espirituais: dar bom conselho a quem necessita, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as fraquezas do próximo, rogar a Deus pelos vivos e mortos.
Obras de misericórdia corporais: dar de comer ao faminto, dar de beber ao sedento, vestir os maltrapilhos, abrigar os peregrinos, cuidar dos enfermos, visitar os encarcerados.
Meu irmão, minha irmã, em Emaús e à beira do lago da Galiléia, Jesus toma o pão, abençoa e reparte: os discípulos o reconhecem, por causa de seu tato característico (Lc 24,30; Jo 21,12-13). Que gestos tens feito para que as pessoas te reconheçam como discípulo de Jesus? Saiba que os gestos alimentam, curam e restauram! Eles são toques da misericórdia de Deus.
Pai, dispõe meu coração para a prática da misericórdia a partir dos pequenos gestos, pois este é o caminho pelo qual estabeleço minha comunhão contigo.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 17/03/2014

REFLEXÕES DE HOJE

SEGUNDA

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 17/03/2014

HOMILIA DIÁRIA

Quem somos nós para condenar alguém?

Quem é atingido pela misericórdia de Deus não julga ninguém. Ama, analisa e tenta ajudar, mas não julga ninguém e, acima de tudo, não condena! Quem somos nós para condenar alguém?

”Porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos.” (Lucas 6,38)

Quem foi atingido pelo amor misericordioso de Deus é transformado por esse amor misericordioso, pois esse amor de Deus vai até o fundo da nossa alma, atinge todas as nossas membranas, todas as nossas células são tocadas por este amor maravilhoso. Este amor nos cura e nos liberta. Só quem é atingido pela misericórdia de Deus é capaz de se tornar misericórdia para com o seu próximo, para com o seu irmão.
Este é o convite que Deus  faz a nós neste tempo de graça: que nos deixemos ser moldados pela Sua misericórdia. Que nos permitamos ser atingidos até o profundo do nosso ser por Sua infinita misericórdia e esta graça [misericórdia] irá produzir muitos frutos em nossa vida. Primeiro: seremos misericordiosos uns com os outros, saberemos ter paciência com os limites, com as dificuldades e com o passo que cada um tem. E não é assim que Deus age conosco? Não é Deus que tem paciência conosco? Não é Deus que compreende os nossos limites? Não é Deus que compreende sempre as nossas fragilidades? Por que é que nós não podemos compreender, ter paciência e suportar os defeitos, os limites e as condições que cada um tem?
Quem é atingido pela misericórdia de Deus não julga ninguém; ama, analisa, tenta ajudar, mas não julga ninguém e, acima de tudo, não condena! Quem somos nós para condenar alguém? Quem somos nós para emitir sentença a respeito do outro? Para dizer que ninguém vale nada, para dizer que alguém está perdido? Quem somos nós para excluirmos alguém do coração de Deus ou do Reino de Deus?
Por mais que vejamos os erros que as pessoas cometem, o máximo que devemos fazer é pedir ao Senhor: ”Senhor, guarda o meu coração, previna-me da queda! Senhor, ajuda-me a enxergar os meus próprios erros e os meus próprios limites”. Porque, quem enxerga demais os defeitos e os problemas dos outros, não é capaz de enxergar os seus próprios defeitos e limites! Não se esqueça do que nos ensina a Palavra: é da maneira como nós julgamos, medimos ou respeitamos o próximo que nós também seremos julgados, medidos e respeitados!
Nós, às vezes, somos exigentes demais com as pessoas, cobramos demais delas e  esperamos demais delas. E com essa medida dura, muitas vezes, impiedosa, com que nós lidamos com o outro é que nós também seremos medidos!
Que Deus nos ensine a medida da Sua misericórdia, para que, com essa mesma medida, possamos usar nas relações uns com os outros.
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 17/03/2014

HOMILIA DIÁRIA

Deus quer que sejamos misericordiosos uns com os outros

“Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados.” (Lc 6, 36-38)

A graça desse evangelho é Deus inverter a ordem das coisas, porque o mundo está em desordem, e a desordem do mundo é justamente porque quebrou-se a ordem natural da graça. Deus nos criou para o amor, para o perdão e para a misericórdia e nós aprendemos ao contrário no mundo em que vivemos: olho por olho, dente por dente, a vingança, o ressentimento, a mágoa; aprendemos a não perdoar quem nos fez o mal. São essas coisas que estão por aí, soltas neste mundo no qual vivemos, mas, o bom médico Jesus, quer o nosso coração curado e, a primeira via para a cura da alma, é a via da misericórdia.
Misericórdia é o nome de Deus, o nosso Pai é todo e plenamente misericórdia. Nós mergulhamos na Sua misericórdia e nela somos curados e, só sabemos se uma pessoa é curada ou experimentou a misericórdia de Deus, quando ela sabe exerce-lá com o próximo.
Talvez para alguns é fácil ir diante do padre suplicar o perdão, confessar os pecados, e Deus os perdoa. Então, agora, façamos o mesmo com os irmãos, porque misericórdia é compadecer-se das fraquezas humanas e essas não são poucas, mas Deus compadece-se delas e nós precisamos aprender a nos compadecermos das fraquezas uns dos outros.
Nós estamos nos tornando juízes, julgando, condenando e querendo o mal e não acolhemos a fraqueza do outro. Isso não é divino, é diabólico. O que é divino é a misericórdia, é não julgar, porque o que é divino é não condenar.
O que é mais e sublinearmente divino é perdoar e não viver na mágoa e no rancor, porque o que nós queremos é ser filho de Deus e, sendo assim, aprendamos com o nosso Pai a ter um coração como é o d’Ele.
Pode até ser que tentemos e não consigamos, mas mergulhe em Deus. Entregue-se para ser transfigurado e transformado pela presença do Senhor, porque a cada dia, Ele vai nos ensinar a não viver no rancor, no ressentimento, a não pagar na mesma moeda, não falar mal, não julgar e não condenar, e sim, abraçar e acolher ao outro da forma que ele é.
Tenho comigo uma verdade: se queremos que alguém mude, eu preciso mudar primeiro as coisas dentro de mim e acolher a pessoa do jeito que ela é. Quando acolhemos a pessoa do jeitinho que ela é, e, é assim também, que queremos ser acolhidos, desse modo damos espaço para a graça de Deus chegar e mudar o que precisa ser mudado, mas, a grande mudança acontece em nós quando começamos a acolher quem não gostamos, quando acolhemos aqueles com os quais não concordamos ou nos machucaram.
Deus faz nova todas as coisas pela força da misericórdia e do perdão!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 26/02/2018

HOMILIA DIÁRIA

A misericórdia é a expressão mais profunda do amor divino

“Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso.” (Lucas 6,36)

Se tem um substantivo, e talvez o único substantivo que deveria estar pregado em nós, é a misericórdia; e uma vez que está em nós, torna-nos homens e mulheres misericordiosos, e a graça de Deus está estampada em nós quando vivemos a misericórdia.
O que nos torna as pessoas de Deus não é falarmos d’Ele, não é pregarmos todas as coisas que sabemos sobre Ele. O que nos torna pessoas de Deus não é falarmos novas línguas nem orarmos dessa ou daquela forma. O rosto de Deus em nós resplandece quando vivemos a misericórdia, porque o nome d’Ele é misericórdia.
A misericórdia é a expressão mais profunda do amor divino, é a expressão mais profunda de um Deus que nos cura e nos resgata, que nos coloca de pé sem levar em conta os nossos pecados e os nossos erros, mas que nos trata com o mais profundo amor.
Quais são os traços da misericórdia verdadeira? O Evangelho nos ensina que, primeiro, é não julgar. Uma pessoa misericordiosa não vive julgando os outros.
Criamos verdadeiros tribunais em nossos meios, na sociedade, nos grupos em que vivemos e dos quais fazemos parte. A Igreja não é um tribunal de julgamentos, mas sim a casa da misericórdia.

A misericórdia é a expressão mais profunda de um Deus que nos cura e nos resgata

Em nossa casa, em nossa família, na participação em grupos, inclusive, nas redes sociais (até precisamos sair de muitos para sermos curados), estamos sendo muito mais julgadores em vez de sermos o bálsamo da misericórdia divina para o mundo tão marcado pela violência, pelo combate e pelos embates.
Só é presença de Deus quem sabe ser presença misericordiosa, sem julgar pelas aparências nem pela razão que achamos que temos.
O coração misericordioso é aquele que não condena. O quanto nós, até de forma intuitiva, condenamos uns aos outros! Emitimos sentenças de morte, de prisão, rotulamos as pessoas, e essa é a forma mais clara do nosso julgamento. Dizemos que tal pessoa não presta, não vale nada, jogamos essa pessoa no inferno. Enfim, criamos rótulos de julgamentos e condenação para as pessoas.
Uma coisa é julgar, pois aí já falta a misericórdia, e a falta da misericórdia extrapola quando condenamos, quando excluímos, quando lançamos as pessoas no calabouço do mal de acordo com nossos critérios, de justiça ou a falta dela.
“Perdoai e sereis perdoados”. A face mais extrema e mais bela da misericórdia é a dimensão do perdão. Como Deus nos perdoa e não se cansa de nos perdoar! Como Deus nos perdoa todas as vezes que buscamos a Sua misericórdia, e como o perdão d’Ele não leva em conta os nossos pecados! Como Deus se atreve a nos amar tanto!
Eu não tenho outra coisa para oferecer ao meu irmão a não ser o meu perdão verdadeiro e sincero, o perdão de quem experimentou a misericórdia de Deus e se tornou expressão dela para os outros.
Não amemos com palavras, mas com a profundidade da misericórdia divina.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 09/03/2020

HOMILIA DIÁRIA

O coração convertido alcança a misericórdia de Deus

“Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados.” (Lucas 6,36-37)

O Mestre Jesus deseja a nossa conversão, que o nosso coração seja convertido a Jesus, que o nosso coração seja convertido a Deus, um coração verdadeiramente convertido.  Alguns elementos são essenciais para a conversão e para a manifestação da vida nova nesse coração. Em primeiro lugar, com certeza, um coração convertido é um coração misericordioso porque é um coração que alcançou a misericórdia de Deus.
Veja, a misericórdia de Deus é Deus quem alcança a miséria mais profunda do coração humano. E Deus se compadece, Ele não só perdoa, mas lava, purifica e renova o Seu amor nesse coração tão frágil e pecador. É um Deus que se volta para as nossas misérias e de nós se compadece.
Se pudermos traduzir melhor o nome de Deus, traduziremos para “misericórdia”, porque Deus é a mais profunda misericórdia.
Se tivermos um pouco mais de ciência e humildade no coração, não nos comportaríamos com jatância, orgulho e soberba como temos nos comportado ultimamente; julgando, condenando e nos colocando acima dos outros, nos achando melhores que outros, nos esquecendo que Deus se abaixa à nossa condição humana miserável para nos levantar, não para nos tornarmos grandes, e sim para ficarmos de pé pela Sua misericórdia.

Um coração convertido é um coração misericordioso porque é um coração que alcançou a misericórdia de Deus

Se queremos viver como convertidos, a primeira conversão é para a misericórdia. Se queremos ter um coração voltado para Deus, permitamos que a Sua misericórdia se volte para nós.
Aqui tem uma coisa importantíssima: quando a misericórdia de Deus se volta para nós, ela nos dá a consciência e a ciência das nossas fragilidades, pecados, misérias, aquelas que estão escondidas debaixo do tapete do coração, nas penumbras da alma, onde, muitas vezes, não assumimos os pensamentos que tivemos, as ações que fizemos, os desejos que cultivamos, e de todos eles Deus não só nos purifica, como também nos renova.
Vá e faça o mesmo! Viva da forma como Deus vive para conosco: uma relação de amor e misericórdia. Não julgueis e não sereis julgados, pois o julgo que colocamos sobre os outros é um fardo pesado da nossa condenação, do nosso sentimento de sermos juízes do mundo, de sermos melhores que os outros.
Hoje, todo mundo é juiz de todo mundo, todo mundo julga todo mundo, quando o nosso Deus abaixa a cabeça para, misericordiosamente, olhar as misérias do coração humano.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 01/03/2021

HOMILIA DIÁRIA

Ofereça a misericórdia ao coração do próximo

“Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos.” (Lucas 6,36-38)

O pedido de hoje para cada um de nós é saber amar alguém na sua miséria. Isso é realmente o pedido de Jesus no Evangelho de hoje para nós, neste tempo quaresmal: colocar a miséria de alguém dentro do meu coração. Isso é misericórdia; miséria e coração dentro dessa mesma palavra. Colocar a fragilidade do outro dentro do meu coração, fazer com que o outro se sinta acolhido, fazer com que o outro se sinta amado.
Amar a parte boa de alguém ou a melhor parte de alguém é ótimo, é prazeroso, é fácil, mas amar aquela parte falível, aquela parte desagradável é desafiador! Você pode constatar isso com as pessoas que estão mais próximas de você, e realmente acontece assim. As pessoas com quem nós convivemos, com quem nós lidamos todos os dias, revelam para nós o melhor de dentro delas, mas também acabam revelando o pior, a parte frágil, a miséria, a fraqueza. E, para nós, acolher essa parte frágil é um grande desafio, porque a nossa tendência é escolher aquilo que é bom e desprezar aquilo que é ruim nas pessoas.
O oposto da misericórdia que aparece no Evangelho é o julgamento. O julgamento é condenar a falha, é condenar a fraqueza, é dar a sentença. E isso não cabe a nós. Isso jamais é um atributo nosso, o julgamento não pertence ao ser humano. Precisamos entender isso e interiorizar isso.

Só nos realizamos quando oferecemos o amor e a misericórdia para as pessoas

Peçamos ao Senhor que, nessa caminhada quaresmal, aprendamos, de fato, que o julgamento não pertence a nós. Ainda que você conheça a verdade, ainda que você conheça a moral, ainda que você seja muito instruído, que você seja capaz de ver o erro daquela pessoa, não cabe a você julgar, o julgamento cabe somente a Deus.
Agora, quando nós nos colocamos realmente como um dom para a outra pessoa, o Evangelho fala muito bem disso: “Dai e vos será dado”, essa medida transborda porque, na verdade, o dom de si, o dom daquilo que nós somos é para nós a via para a libertação desse julgamento, porque me coloco do lado do outro, coloco-me próximo do outro e ofereço a minha vida para que o outro seja melhor.
Ofereço os meus ouvidos, ofereço os meus conselhos, ofereço as minhas palavras, ofereço a minha acolhida, para que o outro seja melhor. Enquanto eu dou para o outro, enquanto ofereço a minha vida para o outro, Deus faz transbordar o meu coração. Só nos realizamos quando oferecemos o amor e a misericórdia para as pessoas.
Peçamos ao Senhor essa graça, nesse tempo quaresmal, de alargar o nosso coração e aprender, de fato, o que é ser misericordioso.
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 14/03/2022

Oração Final
Pai Santo, dá-nos um coração puro e compassivo. Que em relação ao nosso próximo, nós sejamos incapazes de julgamentos e condenações, mas estejamos sempre prontos para o perdão e a fraternidade. Queremos seguir o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/03/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos fontes de esperança para os companheiros de caminhada. Que superemos o egoísmo e nos tornemos generosos e plenos de misericórdia, guardando no coração o ensinamento e seguindo os passos de Jesus de Nazaré, o Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/02/2018

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos um coração puro e compassivo. Que nas relações com o nosso próximo, nós sejamos incapazes de julgamentos e condenações, mas estejamos sempre prontos para o perdão e a misericórdia. Queremos seguir o Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão em Jesus de Nazaré, e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/03/2020

ORAÇÃO FINAL
Pai muito querido, que és nossa Fonte de Sabedoria, ensina-nos o caminho da simplicidade, da humildade e do despojamento. Ajuda-nos, Pai que muito amamos, a reconhecer o quanto podemos ser felizes, não por nossos méritos, mas pela infinita Graça que manifestaste na encarnação da tua Palavra Criadora em Jesus de Nazaré. Pelo mesmo Cristo, nosso irmão Maior, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/03/2021