quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

AO ENTRAR QUE VENHA COM DEUS... AO SAIR QUE DEUS TE ACOMPANHE…

Homilia Diária | Quaresma, tempo de “morte” (Quinta-feira depois das Cinzas) - Padre Paulo Ricardo


Canal do Youtube: Padre Paulo Ricardo

Publicado 22 de fev. de 2023

A Quaresma é um tempo propício para, em meio a nossos exercícios de penitência, nos lembrarmos de uma verdade que tem sido cada vez mais abafada e deixada de lado: não há ressurreição sem as dores da Paixão e a morte na Cruz. Esse itinerário, percorrido pelo próprio Salvador, é um caminho pelo qual todos nós, sem exceção, temos de passar, se quisermos alcançar um dia a glória eterna. Assista à homilia do Padre Padre Paulo Ricardo para esta quinta-feira, dia 23 de fevereiro, e entenda de que maneira podemos, no nosso dia-a-dia, associar-nos ao sacrifício do nosso Redentor.

Homilia Diária | Um “roteiro” para a Quaresma (Quarta-feira de Cinzas) - Padre Paulo Ricardo


Canal do Youtube: Padre Paulo Ricardo

Publicado 21 de fev. de 2023

O tempo da Quaresma, a que damos início nesta Quarta-feira de Cinzas, apóia-se em duas grandes virtudes sobrenaturais, que apontam para uma mesma finalidade: a penitência e a fé, pelas quais nos afastamos do pecado e nos aproximamos de Deus, são como que os dois “pulmões” de nossa santificação pessoal, que a Igreja, ao longo destes próximos quarenta dias, quer promover e alimentar intensamente em nossas almas. Assista à homilia do Padre Paulo Ricardo para esta quarta-feira, dia 22 de fevereiro, para entender mais a fundo a espiritualidade quaresmal e descobrir como tirar proveito deste período de preparação para a Páscoa do Senhor.

Homilia Diária | É grande quem se faz pequeno (Terça-feira da 7.ª Semana do Tempo Comum) - Padre Paulo Ricardo


Canal do Youtube: Padre Paulo Ricardo

Publicado 20 de fev. de 2023

Os discípulos finalmente voltam de viagem e, ao entrarem em casa, em Cafarnaum, se embaraçam com a pergunta do Senhor: Que discutíeis pelo caminho?, pois tinham debatido quem deles era o maior. O que Jesus lhes diz em seguida é não só surpreendente, mas contra-intuitivo, porque não diz, repreendendo-os: Que ninguém queira ser o primeiro, mas, sim, exortando-os: Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos. Assista à homilia do Padre Paulo Ricardo para esta terça-feira, dia 21 de fevereiro, e entenda como e por que só cresce quem diminui, e só se torna grande quem se faz pequeno.

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) – Lc 9,22-25 - 23/02/2023


Retire do seu coração todo sentimento de egoísmo

“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: ‘O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia’. Depois, Jesus disse a todos: ‘Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará. Com efeito, de que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro, se se perde e se destrói a si mesmo?’” (Lucas 9,22-25)



O tempo da Quaresma é um tempo para tornarmos uma firme decisão em renunciar a si mesmo, aceitando a nossa cruz diária. Renunciar a si mesmo é deixar as nossas próprias vontades que, em sua maioria, são vontades egoístas, que visam somente os nossos interesses pessoais, o nosso bem-estar e o nosso comodismo.
O egoísmo é essa atitude que nos faz pensar somente em nós próprios, tornando-se a fonte e a raiz de muitos outros pecados. E renunciar a si mesmo e tomar essa firme decisão de deixar esse amor exagerado aos próprios interesses para amar concretamente a Jesus Cristo e ao próximo é a proposta de Jesus no dia de hoje.

O egoísmo é esse desequilíbrio do amor de si mesmo ao desprezo do próximo

O egoísmo é a desordem do amor. A pessoa egoísta vive um exagero do amor a si mesmo, a ponto de desprezar a Deus e ao próximo. O que mais importa para o egoísta é o seu ego, por isso ele não é capaz de doar-se aos outros, e não se doando aos outros, o egoísta não assume a sua própria cruz.
O egoísta fará de tudo para conservar a sua própria vida, ele fará de tudo para fugir do sofrimento, ainda que seja necessário desprezar a vida do outro. Jesus, ao contrário, nos ensina que para segui-Lo é preciso deixar toda desordem do amor a si mesmo, do amor a si próprio para segui-Lo e amar o próximo, deixando toda a forma de egoísmo, todo o pensar em si mesmo para se doar ao próximo.
Jesus viveu o oposto do egoísmo; se o egoísmo é esse desequilíbrio do amor de si mesmo ao desprezo do próximo, Jesus viveu a perfeição do amor ao próximo, no desprezo e esquecimento de si mesmo, dando-se por inteiro na cruz.
Neste tempo quaresmal, meus irmãos, tomemos a firme decisão de abandonar toda forma de egoísmo na firme esperança dessa promessa de que aqueles que perdem a sua vida por causa de Jesus Cristo ganharão a vida eterna.
Desça sobre você a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Bruno Antônio
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) – Mt 6,1-6.16-18 - 22/02/2023


Viva com profundidade o tempo quaresmal

“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: ‘Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus’” (Mateus 6,1)



Hoje, iniciamos o tempo da Quaresma; que são esses 40 dias de preparação para a celebração da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.
A Quaresma é tempo privilegiado de conversão, de combate espiritual, de jejum medicinal e caritativo, mas, sobretudo, é tempo de oração e de profunda escuta da Palavra de Deus.
São estes os exercícios espirituais: a esmola, a oração e o jejum. E, neste tempo, nós somos chamados a realizá-los, com o intuito de estarmos preparados e em condições de colhermos os frutos da redenção que nos foi oferecido pelo sacrifício de Jesus.

Não desperdicemos este tempo, esta oportunidade de recebermos os bens eternos de Deus

Chamamos de exercícios espirituais porque, de fato, exigem um esforço pessoal para serem realizados, não somente como uma prática externa, mas principalmente em sua devida intenção: como algo interior, visível somente para Deus. E se nós não fazemos com o verdadeiro sentido, esses exercícios espirituais se tornam vazios e externos, ou seja, visíveis aos homens, mas estéreis diante de Deus.
E Jesus, no Evangelho de hoje, nos alerta para termos cuidado com aquilo que pode esterilizar os exercícios espirituais: a vaidade, a ostentação, a hipocrisia em fazer somente para ser visto, ser notado, ser elogiado, pois isso tornam toda prática espiritual estéril e vazia diante de Deus.
Tomemos cuidado, meus irmãos, e não desperdicemos este tempo, esta oportunidade de recebermos os bens eternos de Deus. Vivamos com profundidade esse tempo quaresmal, deixando de lado as vaidades que nos afastam de Deus e nos impedem de receber os Seus bens.
Aqueles que fazem dos exercícios espirituais e das práticas de oração um palco de exposição de suas vaidades, esses não terão de Deus Pai a recompensa reservada para aqueles que os praticam no escondimento.
Desça sobre você a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Bruno Antônio
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) – Mc 9,30-37 - 21/02/2023


Coloque-se em último lugar e alcance o melhor em Deus

“Estando em casa, Jesus perguntou-lhes: ‘Que discutíeis pelo caminho?’ Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior. Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse: ‘Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!’ Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles, e abraçando-a disse: ‘Quem acolher em meu nome uma dessas crianças, é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está acolhendo, não a mim, mas aquele que me enviou’” (Marcos 9,33-37).



No Evangelho de hoje, Jesus, pela segunda vez, fala aos Seus discípulos sobre a Sua paixão, ou seja, diz a eles que deveria ser entregue nas mãos dos homens, que Ele seria morto, mas, depois de três dias de Sua morte, Ele ressuscitaria.
Jesus ensina que Seu caminho seria um caminho de sofrimento, de morte, mas que a Sua morte geraria vida, pois Ele ressuscitaria. Contudo, Jesus também percebe que no coração dos Seus discípulos existiam outras preocupações completamente contrárias à proposta do caminho de salvação que Ele lhes propunha.
Os discípulos estavam tomados pela rivalidade, pela busca do primeiro lugar. Queriam um lugar de destaque, de prestígio, visibilidade, ou seja, estavam tomados pelos sentimentos puramente humanos, contrários aos seguimentos de Jesus.

Segue verdadeiramente a Jesus quem se coloca no último lugar

E Jesus, como um bom formador, com toda paciência e amabilidade, senta-se, chama os Seus discípulos e lhes diz que, dentro da lógica do Seu seguimento, aquele que quiser ser o primeiro deve ser aquele que se coloca no último lugar e, se colocando no último lugar, deve ser aquele que serve a todos.
Seguir a Jesus Cristo é sair da lógica deste mundo e se colocar na lógica do Reino de Deus, onde aprendemos que o maior é aquele que serve. Quem quiser ser o primeiro deve ser o primeiro em servir, em acolher os pequeninos que são como as crianças que necessitam de amparo dos adultos.
Disputas, rivalidades por busca de prestígio e destaque não são coisas que combinam com o discipulado de Jesus Cristo. Na verdade, é justamente esse tipo de comportamento que nos impede de compreender que, quando aceitamos seguir Jesus, precisamos fazer exatamente como Ele fez: acolher o menor de todos, assim como Jesus acolheu.
Jesus pega essa criança, coloca-a no seu meio, para dizer justamente isto: Ele veio para acolher os pequenos, os menores, os simples e os humildes. Segue verdadeiramente a Jesus quem se coloca no último lugar, dando a própria vida para que o outro tenha a vida.
Desça sobre você a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Bruno Antônio
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 23/02/2023

ANO A


Lc 9,22-25

Comentário do Evangelho

O caminho dos discípulos não pode ser outro que o do Mestre.

Nosso texto de hoje está situado um pouco antes do início da seção central do terceiro evangelho, denominada “subida para Jerusalém”. O anúncio da paixão, morte e ressurreição tem por finalidade preparar os discípulos, como também o leitor, para entrarem no mistério pascal sem esmorecer e preveni-los contra o escândalo da paixão e morte de Jesus. Essa prolepse informa os discípulos acerca das condições do seguimento de Jesus Cristo. O caminho dos discípulos não pode ser outro que o do Mestre. Por essa razão, é preciso liberdade diante da própria vida. A decisão livre de seguir o Senhor deve ser acompanhada da atitude que caracteriza o seguimento: “Renunciar a si mesmo”. Trata-se do desafio de não permitir que seus projetos pessoais se anteponham à vontade de Deus, e exige uma atitude positiva de entregar a própria vida. A vida recebida como dom de Deus não está garantida na defesa das seguranças e privilégios pessoais, mas na disposição da própria vida em favor do “evangelho de Jesus Cristo” (cf. Mc 1,15). Nós não seremos plenamente livres enquanto persistir o medo da morte.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me a firme disposição de renunciar a todos os meus projetos pessoais, para abraçar unicamente o projeto de Jesus, mesmo devendo passar por sofrimentos.
Fonte: Paulinas em 06/03/2014

Vivendo a Palavra

Perder a nossa vida por causa do Cristo significa nos esforçarmos para viver como Jesus viveu: fazendo o bem a todos, lutando pela justiça e a fraternidade, trazendo alívio para quem sofre e consolo para quem chora. Em resumo: esquecidos da nossa própria cruz, ajudando o irmão a carregar a sua.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/03/2014

VIVENDO A PALAVRA

‘Perder’ a nossa vida por causa do Cristo significa nos esforçarmos para viver como Jesus de Nazaré viveu: fazendo o bem a todos, lutando pela justiça, testemunhando a fraternidade, trazendo alívio para quem sofre e consolo para quem chora. Em resumo: esquecidos da nossa própria cruz, ajudando os irmãos a carregarem as deles.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/02/2020

VIVENDO A PALAVRA

Seguir a Jesus não é se amoldar docilmente aos critérios da sociedade egoísta em que vivemos, mas é buscar cristianizá-la, fazendo com que nela germinem e apareçam os sinais do Reino de Deus. Isto não acontecerá sem que nós, discípulos do Mestre, soframos perseguições e condenações. Essa é a nossa Cruz, que devemos assumir e carregar pela vida afora, seguindo a Jesus.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/02/2021

Reflexão

O verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que vive como o próprio Jesus e faz dele o modelo de sua vida. Jesus nunca viveu para si, mas sempre viveu para o Pai e para os seus irmãos e irmãs, fazendo do seu dia a dia um serviço a Deus e ao próximo. A exemplo de Jesus, nós devemos passar por esse mundo não para buscar a satisfação dos nossos interesses e necessidades, mas para deixar de lado tudo o que nos impede de ir ao encontro de nossos irmãos e irmãs que precisam de nós, da nossa presença e do nosso serviço, e que também nos impede de ir ao encontro do próprio Deus para vivermos com ele a sua vida.
Fonte: CNBB em 06/03/2014

Reflexão

Jesus se confronta com as autoridades civis e religiosas e será condenado à morte. Essa é a realidade reservada ao Mestre; este é o itinerário que todo cristão deverá percorrer: “Quem quiser salvar a própria vida, a perderá. Mas quem perder a própria vida por causa de mim, a salvará”. Morrer para viver. Parece atitude absurda, mas a nossa salvação é fruto do extremo sacrifício de Jesus. “Alguém pagou preço alto pelo resgate de vocês” (1Cor 6,20). Essa era a catequese ensinada aos primeiros cristãos: “Nós anunciamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para as nações” (1Cor 1,23). Aos discípulos de Jesus cabe trilhar o caminho percorrido por ele. Quais são os meus projetos pessoais? Quais são os projetos de Jesus para mim?
Oração
Divino Mestre, tu nos revelas o fim trágico que te espera em Jerusalém: serás capturado, condenado e morto pelas mãos dos dirigentes do povo. Mas acrescentas que, no terceiro dia, ressuscitarás. Dá-nos, Senhor, a graça de compreender e viver intensamente os momentos finais de tua vida na terra. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 27/02/2020

Reflexão

Já no início da Quaresma, a Igreja, por meio do Evangelho de hoje, nos alerta sobre o fi m trágico de Jesus e desafia quem estiver disposto a segui-lo. O Mestre não quer enganar ninguém, prometendo “mundos e fundos”, mas fala claramente qual seu destino e apresenta as exigências para segui-lo na fidelidade. O caminho do cristão é seguir a Cristo até as últimas consequências. Não é fácil seguir alguém que não propõe sucesso e aplausos. Também não é fácil assumir a própria cruz diariamente. Por outro lado, Jesus não nos propõe algo impossível, embora possa trazer incompreensões e até perseguições. O discípulo sabe também que a derrota do Mestre não é definitiva, mas aponta para algo glorioso, sua ressurreição. Quaresma é tempo de renovar o compromisso com o projeto de Jesus.
ORAÇÃO
Divino Mestre, tu nos revelas o fi m trágico que te espera em Jerusalém: serás capturado, condenado e morto pelas mãos dos dirigentes do povo. Mas acrescentas que, no terceiro dia, ressuscitarás. Dá-nos, Senhor, a graça de compreender e viver intensamente os momentos fi nais de tua vida na terra. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 18/02/2021

Reflexão

Contrariamente à mentalidade da época, Jesus não veio implantar um reinado com base em violência, guerra e expulsão dos ocupantes estrangeiros. Veio para entregar sua vida por amor. Com linguagem dura, porém realista, Jesus fala de sua morte, em Jerusalém, pelas mãos dos chefes do povo. Obediente aos planos do Pai, ele seguirá até o fim, sem fugir nem esmorecer. E exige que o acompanhemos nesse itinerário. Isso implica tomar a cruz de cada dia. Não se trata de buscar o sofrimento, como se Deus tivesse prazer em nos ver sofrer. Trata-se, isto sim, de cumprir a missão que assumimos como seguidores de Jesus Cristo. Desse modo, daremos testemunho de nossa fé, mesmo que tenhamos de enfrentar adversidades, para “salvar a própria vida”.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

Reflexão

«Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me»

Fray Josep Mª MASSANA i Mola OFM
(Barcelona, Espanha)

Hoje é a primeira quinta-feira da Quaresma. Ainda temos fresca as cinzas que a Igreja nos punha ontem sobre a testa, e que nos introduzia neste tempo santo, que é uma trajetória de quarenta dias. Jesus, no Evangelho, nos ensina duas rotas: o Via Crucis que Ele deve recorrer, e nosso caminho em seu seguimento.
Sua senda é o Caminho da Cruz e da morte, mas também o de sua glorificação: «E acrescentou: «O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto, e ressuscitar no terceiro dia» (Lc 9,22). Nossa senda, não é essencialmente diferente da de Jesus, e nos assinala qual é a maneira de seguí-lo: «Depois Jesus disse a todos: «Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga» (Lc 9,23).
Abraçado a sua Cruz, Jesus seguia a Vontade do Pai; nós, carregando a nossa sobre os ombros, o acompanhamos em sua Via Crucis.
O caminho de Jesus se resume em três palavras: sofrimento, morte, ressurreição. Nosso Sendero também é constituído por três aspectos (duas atitudes e a essência da vocação cristã): negarmos a nós mesmos, tomar cada dia a cruz e acompanhar a Jesus.
Se alguém não se nega a si mesmo e não toma a cruz, quer afirmar-se e ser o mesmo, quer «salvar sua vida», como diz Jesus. Mas, querendo salvá-la, a perderá. Em compensação, quem não se esforça por evitar o sofrimento e a cruz, por causa de Jesus, salvará sua vida. É o paradoxo do seguimento de Jesus: «De fato, que adianta um homem ganhar o mundo inteiro, se perde e destrói a si mesmo?» (Lc 9,25).
Esta palavra do Senhor, que encerra o Evangelho de hoje, agitou o coração de Santo Inácio e provocou sua conversão: «Que aconteceria se eu fizesse o que fez São Francisco e isso que fez Santo Domingo?». Tomara que nesta Quaresma a mesma palavra nos ajude também a converter-nos!

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Fixemos com atenção o nosso olhar no sangue de Cristo e reconheçamos quão preciosa foi aos olhos de Deus, seu Pai, pois, derramada pela nossa salvação, alcançou a graça da penitencia para todo o mundo» (S. Clemente Romano)

- «Não podemos pensar na vida cristã fora deste caminho que Ele percorreu primeiro. É o caminho da humildade. O estilo cristão sem cruz não é, de forma alguma, cristão e se a cruz é uma cruz sem Jesus, não é cristã» (Francisco)

- «A conversão realiza-se na vida quotidiana por gestos de reconciliação, pelo cuidado dos pobres, o exercício e a defesa da justiça e do direito, (...) a aceitação dos sofrimentos, a coragem de suportar a perseguição por amor da justiça. Tomar a sua cruz todos os dias e seguir Jesus é o caminho mais seguro da penitência» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.435)

Recadinho

Jesus é claro ao questionar-nos: Que adianta ganhar o mundo inteiro? - Para que serve tanta ganância na busca dos bens deste mundo se não tiverem um fim social? - Renunciar! Tomar a cruz! Que experiência tenho de cruzes em minha vida? - Aceito minhas cruzes espelhando-me na caminhada do crucificado? - Faço com que a fé me sustente ao carregar as cruzes da vida?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 06/03/2014

Meditação

Fomos criados por amor, para sermos felizes agora e sempre na participação da vida de Deus. Fora de Deus e fora de nós, nada e ninguém nos pode dar felicidade. Pode apenas ajudar nossa caminhada e nosso amadurecimento. Ou pode atrapalhar e até impedir, se colocarmos nossa felicidade nas pessoas, nas coisas, nas posições, no mundo que engloba tudo fora de nós e fora de Deus. Abandonar Deus é a maior tristeza para a humanidade.
Oração
Inspirai, ó Deus, as nossas ações e ajudai-nos a realizá-las, para que em vós comece e termine tudo aquilo que fizermos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Meditando o evangelho

O CAMINHO DO MESTRE

Quem se propõe a seguir Jesus, não pode escusar-se de refazer o caminho do Mestre. Este caminho tem uma dinâmica bem definida. Jesus começa recusando-se a se apegar à sua igualdade com Deus, e, por conseqüência, dispondo-se a assumir, plenamente, a condição humana. Passa pelo testemunho radical do Pai e de seu Reino, sem se importar com a opinião de quem o critica. E se consuma na morte de cruz, como desfecho natural de uma vida de total renúncia de si mesmo.
Também do seguidor de Jesus exige-se a disposição de abrir mão de seus projetos pessoais, escolhendo somente os que são compatíveis com o Reino, sem poupar-se ou estabelecer limites, quando se trata de executá-los. Põe em risco a própria salvação, quem se deixa levar pela prudência humana, e procura salvaguardar certas dimensões de sua vida, temendo colocá-las em jogo.
À imitação de Jesus, seu seguidor tem um coração desapegado, livre dos ideais mesquinhos de ganhar o mundo inteiro, ao preço da própria condenação. Esta liberdade capacita-o a trilhar o caminho de Jesus, embora tendo de enfrentar a cruz, com seu componente de rejeição e de morte.
O seguimento exige disposição e coragem para não nos determos na metade do caminho. Como seguidores do Mestre, somos desafiados a concluir, com ele e como ele, a sua mesma caminhada.

Oração
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Torna-me, Espírito Santo, capaz de renunciar aos meus projetos pessoais e colocar-me, corajosamente, no seguimento de Jesus, até a cruz.
Fonte: Dom Total em 06/03/2014 27/02/2020

Oração
Inspirai, ó Deus, as nossas ações e ajudai-nos a realizá-las, para que em vós comece e termine tudo aquilo que fizemos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 06/03/2014

Meditando o evangelho

A PERDA É SALVAÇÃO

A conclusão da caminhada terrena de Jesus escondia um sentido dificilmente compreensível pelos discípulos. O horizonte messiânico no qual se moviam e com o qual interpretavam a pessoa do Mestre impedia-os de compreender, em profundidade, o que o fato requeria. Para ser entendida, em sintonia com o pensar de Jesus, era preciso fazer uma violenta inversão de valores. O esquema tradicional era insuficiente para explicá-la.
Na lógica de Jesus, ou seja, na lógica do Reino, a perda é penhor de salvação, ao passo que a salvação, entendida à maneira do mundo, é fator de perda. Daí ser possível esperar que, da humilhação de Jesus resulte exaltação, do abandono por parte dos amigos e conhecidos provenha a solidariedade do Pai, do sofrimento redunde a mais plena alegria, e a morte seja superada pela ressurreição.
O contraste entre o projeto de Jesus e a mentalidade de seus discípulos era flagrante. Não lhes passava pela cabeça a possibilidade de existir um Messias cuja glória fosse alcançada em meio a sofrimentos e, muito menos, num contexto de morte violenta.
Só a fé na ressurreição pode nos levar a dar crédito às palavras de Jesus. Com ela, o Pai deu seu aval às palavras do Filho, assegurando-lhe sua veracidade. Jesus provou ser impossível experimentar a misericórdia do Pai sem abrir mão das ambições mundanas. Só quem é capaz de renunciar-se a si mesmo como ele, experimentará a salvação.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, dá-me a firme disposição de renunciar a todos os meus projetos pessoais, para abraçar unicamente o projeto de Jesus, mesmo devendo passar por sofrimentos.
Fonte: Dom Total em 18/02/2021

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. De que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se e a arruinar a si mesmo? - Lc 9,22-25
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Jesus sofreu fisicamente e foi rejeitado. A rejeição é certamente mais dolorosa do que a dor física, e deixa mágoas. Se a sua cruz está pesada, renuncie a si mesmo e será mais fácil carregá-la. Deixe de ser o centro das preocupações, esqueça um pouco de si mesmo e coloque sua causa nas mãos do Pai. Dizia o Irmãozinho Arturo Paoli que as palavras de Jesus: “Quem quiser salvar a sua alma, deve perdê-la” é um conselho radical. “Quer livrar-se da angústia? Perca a sua alma, assim a angústia não saberá onde pousar”. Jesus sofreu, por isso compreende a nossa dor. Entre na dor de alguém que lhe é próximo, ou de alguém que está distante, e “sinta como é belo viver quando se ama, quando a vida não é mais nossa”, concluía Arturo. “Que adianta ganhar o mundo inteiro e acabar se perdendo?” A vida é cheia de contrariedades. Deixe, por um instante, de ser o personagem contrariado e viva o momento presente como ele é. “Quem perder a vida por causa de mim, a salvará”. Perder a vida pode significar ser morto por causa de Cristo e de seu Evangelho. É a sorte dos mártires. Pode também significar a libertação dos pensamentos que povoam a mente e tornam a cruz mais pesada. Comprometa-se já com a vida sem se deixar abater pelos aborrecimentos e pelas aflições.
Fonte: NPD Brasil em 27/02/2020

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Perder é preciso...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Nos dias de hoje inventaram um CRISTIANISMO sem cruz e sem calvário, criaram um atalho para se chegar à ressurreição, sem que seja preciso passar pelos tropeços e vergonhosa humilhação de se carregar a cruz. Diante de uma sociedade que apregoa e incentiva a busca desenfreada de todos os prazeres, era mesmo necessário se criar um Cristo mais "folgado" e menos exigente, para se ostentar a fachada de um Cristianismo milenar, mas adaptado as conveniências humanas.
Nosso Deus não é masoquista, Jesus, o Filho de Deus, nunca buscou o sofrimento físico ou moral, ao contrário, veio para nos dar Vida Plena, isso significa alegria, felicidade e realização humana na vocação do amor. O sofrimento veio como consequência da sua postura séria e da sua fidelidade aos Desígnios Divinos.
Ser cristão é saber perder e morrer a cada dia, como é que isso pode ser aceito e compreendido em uma sociedade tão competitiva onde somos sempre impelidos a vencer e a dominar? Que morte é essa e que perdas são essas que fala esse evangelho?
A resposta vem da comunidade, melhor lugar para se exemplificar esse ensinamento. Dona Maria - Ministra dos enfermos e das exéquias, já tinha trabalhado arduamente naquela semana, dois velórios na quinta, visita a quatro enfermos na sexta, e no sábado ainda cuidou de uma vizinha enferma que estava acamada e precisava tomar banho não tendo quem o fizesse. No domingo o esposo e os filhos haviam programado um passeio a chácara da Família para um merecido descanso, pois também o esposo e os filhos atuavam na comunidade em trabalhos pastorais… Entretanto...
Justo naquele domingo o Padre convocou os agentes de pastorais para um retiro espiritual e formação, a presença era obrigatória - avisou a coordenadora. Tristeza e desânimo naquela manhã de domingo, cheia de sol e de vida, a família guardou os apetrechos de lazer, roupas de banho para a piscina, varas de pescar, pois na chácara tinha um riozinho que dava bons peixes, a carne do churrasco, e seguiram para a comunidade logo cedo, onde o almoço foi um lanche comunitário em lugar do churrasco. Foi uma perda e tanto, algo morreu dentro deles naquele domingo... O amor pela comunidade e pela Igreja falou mais alto que suas necessidades de lazer, que ficaram para uma próxima oportunidade.
Essa renúncia e desapego, esse esvaziamento de si mesmo e aniquilamento, são as marcas características do Senhor, e que torna autêntica toda e qualquer ação dessa natureza. Essa linguagem e essa conduta, o mundo jamais compreenderá! Não tiremos a cruz de nossa vida, senão não haverá ressurreição…

2. De que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se e a arruinar a si mesmo? - Lc 9,22-25
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

“Tome sua cruz e siga-me.” Estamos começando a Quaresma e queremos chegar à Páscoa da Ressurreição. Para seguir e continuar até o fim é preciso boa disposição e não ter muito peso para carregar. A visão da ressurreição ilumina e dá sentido ao que hoje não é tão claro. É até obscuro e cheio de porquês. Por que tem que ser assim? Por que Deus permite que isso aconteça? Por que para os outros sim e para mim não? Diminua a bagagem, e a caminhada se tornará ágil. Renuncie a si mesmo e caminhe com leveza. Perder a vida por causa de Cristo é salvar-se. É Quaresma, tempo exigente até para compreender o que se espera de nós. Sabemos, porém, pela experiência dos outros, pessoas de heroica virtude, que a oração, a esmola e o jejum aliviam o peso da vida. Somos pó agora e colocamos sobre os ombros cargas pesadas que serão reduzidas a pó. Na semana das Cinzas fica na memória que somos pó e pó nos tornaremos. A vantagem do pó é ser leve e levantar-se com o sopro do vento. Contamos com o Vento e o seu sopro, desde já e depois também. Leves e ressuscitados nos levantaremos na Páscoa da Ressurreição. Salve a sua vida agora e não a perca. Os fortes caminham dia após dia com a cruz às costas. Movidos pelo Amor, que é o mesmo Vento, amam a caminhada.
Fonte: NPD Brasil em 18/02/2021

HOMILIA

A VITÓRIA DA VIDA SOBRE A MORTE

Para Lucas, a morte de Jesus é a garantia da Sua ressurreição. Porque ele vê no anúncio a certeza deste falto. Pela confiança que ele próprio deposita nas palavras de Mestre: O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, no terceiro dia, será ressuscitado.
Portanto, narra a morte de Jesus como vitória sobre o sofrimento e, sobretudo sobre os poderes da morte ,e a de descer aos infernos e lutar com a morte, era uma ideia bem conhecida no oriente e no ocidente. Faz parte da mitologia de muitos povos que a aplicavam aos seus heróis. Esta ideia penetrou no judaísmo tardio e dali passou para o Novo Testamento. Nesta mesma perspectiva, também Cristo tem vencido os poderes da perdição. Ele conquistou a salvação descendo ao reino dos mortos, libertando os que aí estavam presos , desde Adão até o último homem.
“A concepção é de que Cristo, na hora de sua morte, desce até ali e derrota – numa luta – o príncipe dos demônios. No Novo Testamento encontram-se vestígios desta visão mítica. Em Mt 27,51-53 se narra que no momento da morte de Jesus a terra tremeu e se abriu, muitos mortos saíram de suas sepulturas e entraram na cidade. Assim Jesus, pela sua morte liberta os mortos que lá estavam presos. Com esta visão mítica, personifica-se o poder que age sobre a morte. O diabo, a morte e as forças do mal se confundem. A morte de Jesus assim é vista como resgate e a destruição deste poder. Pela sua morte Jesus destruiu a morte (1Cor 15,24.26; 2Ts 2,8; 2Tm 1,10; Hb 2,14). “Assim, pois, já que os filhos têm em comum o sangue e a carne, também Ele participou igualmente da mesma condição, a fim de, por sua morte, reduzir à impotência daquele que detinha o poder da morte, isto é, o diabo” (Hb 2,14).
Através de sua morte, Jesus destruiu o poder da morte, deixando o ser humano livre. Mas, antes da Ressurreição existe a cruz. E Ele quer advertir os seus para que fiquem preparados para ela. Como aos apóstolos também cada um de nós está sendo convidado a segui-lo, passando por tudo o que Ele passou, a fim de que no final possamos ressuscitar com Ele para a eternidade.
Pai, dá-me a firme disposição de renunciar a todos os meus projetos pessoais, para abraçar unicamente o projeto de Jesus, mesmo devendo passar por sofrimentos.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 06/03/2014

REFLEXÕES DE HOJE

QUINTA

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 06/03/2014

HOMILIA DIÁRIA

Uma vida plena em Jesus é feita de renúncias diárias

Quando nós sabemos renunciar à nossa vontade e abraçamos a nossa cruz de cada dia, a nossa vida passa a ter um outro sentido!

”Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me” (Lc 9,23).

Seguir Jesus significa ir atrás dos Seus passos, fazer aquilo que Ele fez. Seguir Jesus não é simplesmente imitá-Lo, copiá-Lo, mas é ir na mesma direção, no caminho da vida, no sentido da vida. E por isso que o Senhor não só ensina o caminho, mas Ele mesmo faz e é o caminho, Ele mesmo desce ao nosso meio e se faz um de nós e caminha para o céu, nos chamando para irmos atrás d’Ele.
Para irmos atrás do Senhor, antes de passarmos pela porta do céu, precisaremos passar por “Jerusalém” como o Senhor mesmo fez. Ali o Senhor viveu a vida no meio de nós, primeiro renunciando a si mesmo: renunciou a Sua condição divina, renunciou aos títulos, às honrarias humanas para viver o projeto do Reino de Deus. E tomou a Sua cruz, a cruz da rejeição, a cruz do peso dos nossos pecados, a cruz da não aceitação e se entregou inteiramente ao Pai.
Quem quiser segui-Lo precisa tomar a mesma atitude: renunciar a si mesmo. Sim, ser capaz de renunciar ao próprio “eu”, muitas vezes, aos afetos, ao desejo de agradar e viver a vida conforme o projeto de Deus para nós.
Como é difícil renunciar a nós mesmos, porque somos tão orgulhosos, egoístas, queremos ver o mundo do nosso jeito, da nossa maneira! Quando sabemos ceder, quando, mesmo nos achando certos, somos capazes de abaixar a nossa cabeça, conseguimos viver renúncias em nossa vida. Renúncia à vontade de ter isso ou aquilo, renuncia a afetos que gostaríamos de viver com mais intensidade e não é possível os viver. Tudo isso devemos fazer como oblação, como entrega, como oferta a Deus.
Quando nós, então fazemos isso tudo, nós pegamos a nossa cruz e vamos atrás de Jesus, mas essa cruz é a mais pesada: a cruz dos nossos dramas pessoais, familiares, a cruz da doença, da enfermidade, dos pequenos sofrimentos, dos aborrecimentos que vivemos em nossa vida, em nosso corpo, em nossa mente. Vivemos tudo isso em um espírito de entrega e oblação a Deus quando nós sabemos renunciar à nossa vontade e abraçamos a nossa cruz de cada dia; dessa forma a nossa vida passa a ter um outro sentido! Não é que deixamos de viver, ao contrário, a nossa vida se torna mais plena, ela passa ter um sentido de eternidade, ela passa a caminhar na direção do céu.
Que nós possamos, em vez de imaginar que estamos perdendo a vida, tomar consciência de que seguir Jesus é perder a vida neste mundo para ganhá-la aqui e para sempre com um sentido mais pleno.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 06/03/2014

HOMILIA DIÁRIA

Renunciar é, acima de tudo, esvaziar a alma

“E Jesus disse: ‘se alguém Me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz de cada dia e siga-Me'” (Lc 9,23).

O convite do mestre Jesus é para segui-Lo, mas todo seguimento exige condições; e para seguir a Jesus não é diferente. Muitos querem segui-Lo e não dão conta, outros começam a segui-Lo, porém, O abandonam, porque os caminhos do mundo parecem mais fáceis e atrativos. Porém, para seguir a Jesus, primeiro, é preciso renunciar a si mesmo.
A palavra “renúncia” parece muito pesada, mas, acima de tudo, ela é abandono, esvaziamento. Nós somos muito “cheios de nós”, “cheios de vontade própria”, “cheios de querer”; e como nós nos “enchemos muito”, nos tornamos incapazes de nos esvaziarmos.
Renunciar é, acima de tudo, esvaziar a alma, a vontade, os pensamentos, os sentimentos, para que, assim, possamos nos encher dos sentimentos de Deus e para que eles estejam em nós! Por isso, trabalhemos a renúncia em cada dia de nossa vida.
Renunciemos as pequenas coisas. Renunciemos a essa vontade que temos de aparecer, a essas discussões que travamos em casa, com a família, nas redes sociais; renunciemos a essas vaidades que nos cercam a cada dia; renunciemos a nossa petulância, o nosso orgulho, nossa soberba; renunciemos o ressentimento, o rancor, a mágoa; renunciemos a esse sentimento de vingança que alimentamos dentro de nós; renunciemos a maldade que está na alma. É necessário renunciar para poder avançar e crescer na intimidade, na espiritualidade e na nossa relação com Deus.

A palavra “renúncia” parece muito pesada, mas, acima de tudo,  ela é abandono

Então, a primeira necessidade para seguir a Jesus é a disposição de renunciar; depois, tome e abrace a sua cruz, porque não adianta só a tomar e dizer: “Ai que cruz pesada”, também é preciso abraçá-la. Abraçar a cruz como a salvação da própria vida é dar sentido à própria vida e existência. Em vez de ficar reclamando das circunstâncias da vida, da dor, da enfermidade; das situações que enfrentamos: o casamento que não está tão bem ou está, mas não do jeito que queríamos ou da família que enfrenta “essa ou aquela” situação, abrace a essa cruz. Aquilo que você reclama, rejeita, que não toma para si: você não o abraçou, não amou. Cruz é para ser amada; Cristo abraçou a cruz e a carregou com todo o Seu coração.
Nós somos convidados a vivermos a espiritualidade do Crucificado, é mais do que carregar uma cruz no peito, é abraçar a cruz da vida, da existência com todas as suas circunstâncias e transforma-la pela luz do Evangelho, pela luz de Cristo Jesus. Sem cruz ninguém segue a Jesus.
Sejamos discípulos do mestre, renunciando, a cada dia, o nosso ego e abraçando as cruzes que estão ao longo da vida.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 27/02/2020

HOMILIA DIÁRIA

Renunciemos a nós mesmos e tomemos a nossa cruz

“Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me” (Lucas 9,23).

Jesus está nos chamando para segui-Lo. Ele chama, mas precisamos querer segui-Lo. Seguir alguém – sobretudo seguir o Mestre Jesus – é exigente. Sei que segui-Lo é o caminho da vida, o caminho da salvação; e em nenhum outro caminho encontro vida, em nenhum outro caminho encontro a salvação, pois é seguindo os passos de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo que o encontramos.
Sejamos conscientes do que consiste o seguimento de Jesus, das exigências que Ele mesmo coloca para nós, para que não nos iludamos nem nos enganemos, mas, ao mesmo tempo, não estejamos parados quando o nosso objetivo é segui-Lo.
A primeira exigência para segui-Lo é renunciar a si mesmo. Egoístas como somos, individualistas como a mentalidade mundana nos forma, a necessidade de renunciar a si mesmo é uma exigência para cada dia da nossa vida. Renunciar a si mesmo é não nos prendermos às nossas vontades, aos nossos gostos nem ao que queremos.
Renunciar a si mesmo é ter a capacidade de ceder para saber ouvir, ouvir Deus, ouvir o outro. Renunciar a si mesmo é refletir as suas próprias ideias, concepções, pensamentos e ideologias. Renunciar a si mesmo é deixar de lado as crenças adquiridas ao longo da vida, as convicções que formamos de nós mesmos, para aprender as convicções do Evangelho.

Tomar a cruz significa abraçar a vida como ela é e com as suas exigências próprias

Renunciar a si mesmo é a capacidade de abrir mão do seu discurso, da sua retórica para poder ouvir Cristo acima de tudo. Renunciar a si mesmo é saber silenciar para poder escutar. Renunciar a si mesmo é deixar Deus ser o primeiro sempre em tudo aquilo que faz e realiza.
A segunda exigência é tomar a cruz de cada dia. Tomar a cruz significa abraçar a vida como ela é e com as suas exigências próprias. A vida não é fácil para ninguém, ela tem suas incongruências, tem as situações que, muitas vezes, não compreendemos, mas precisamos abraçar.
A vida, muitas vezes, impõe-nos sofrimentos. Muitas vezes, trazemos sofrimento para nossa vida, e precisamos lidar com essas situações e não fugir dos compromissos, das responsabilidades e da nossa cruz de cada dia.
Não estamos no tempo da glória; a glória espera no corpo quem carrega a sua cruz de cada dia, quem carrega os sofrimentos, o peso da existência. E permita-me tirar o sentido negativo de cruz: quando se fala em carregar a sua cruz, a pessoa logo pensa que cruz é aquela coisa dolorosa, é só aquela coisa que nos faz ter penúria. Mas cruz é vida e salvação.
O casamento é uma cruz. Que cruz abençoada! Ter filhos é cruz, é exigente, mas que bênção é criar filhos, cuidar deles! A vida é uma cruz, por isso a vida é uma bênção, desde que saibamos assumi-la e carregá-la com a graça de Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 18/02/2021

Oração Final
Pai Santo, dá-nos grandeza de alma para compartilhar com os irmãos as suas dores. Que sejamos para cada um deles uma fonte de esperança, exemplo de alegria, de fé e de gratidão pelos dons que nos dás – muito especialmente pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/03/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos grandeza d’alma para compartilhar com os irmãos as suas dores e angústias. Que sejamos para cada um deles uma fonte de esperança, exemplo de alegria, de fé e de gratidão pelos dons que nos ofereces – muito especialmente pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/02/2020

ORAÇÃO FINAL
Pai que tanto amamos, nós confiamos em Ti! Dá-nos sabedoria e coragem para escolher o caminho da Vida. Ajuda-nos a fazer a opção pelo seguimento a Jesus, o Mestre de Nazaré, mesmo conscientes dos obstáculos que serão colocados à nossa frente. Faze-nos, amado Pai, testemunhas fiéis do teu Reinado de Amor. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/02/2021