ANO C
Mc 1,29-39
Comentário do Evangelho
Toda a vida humana é lugar da atuação do Senhor
Nosso texto deve ser dividido em duas partes: cura da sogra de Pedro (vv. 29-31) e sumário (vv. 32-39). Do lugar público (sinagoga), Jesus se desloca para a casa de Simão e André, acompanhado dos outros dois discípulos, Tiago e João. Os discípulos são testemunhas oculares de tudo o que Jesus fez e ensinou. Todo âmbito da vida humana é lugar da atuação do Senhor: o público (sinagoga de Cafarnaum) e o privado (casa de Simão Pedro). Falaram a ele do mal da sogra de Pedro: a febre. Informado, ele toma a iniciativa de curá-la. A cura se dá pelo gesto simbólico de tomar pela mão, que pode ser compreendido como gesto de transmissão de força e como gesto pelo qual se desperta alguém do sono, que, em várias passagens da Sagrada Escritura, é símbolo da morte. O gesto de Jesus tira a sogra de Pedro da sua situação de enfermidade e a põe em pé, em condições de servir e celebrar o descanso sabático. O sumário, por sua vez, tem por finalidade ampliar hiperbolicamente a atividade e o sucesso da atuação de Jesus sobre o mal.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Senhor Jesus, eu te procuro com sinceridade, na certeza de encontrar, em ti, palavras que façam reviver a esperança no meu coração.
Fonte: Paulinas em 16/01/2013
Vivendo a Palavra
Um pormenor quase perdido no meio deste texto tão rico: a sogra de Pedro, tão logo fica curada, põe-se a serviço dos irmãos. Um exemplo para nós, que nos dizemos seguidores do Cristo, e que somos constantemente curados pelo Mestre: que nos coloquemos também a serviço dos irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/01/2013
VIVENDO A PALAVRA
Um pormenor quase perdido e que não deve passar despercebido no meio deste texto tão rico: a sogra de Pedro, tão logo fica curada, põe-se a serviço dos irmãos. Um exemplo para nós, que nos dizemos seguidores do Cristo, e que somos constantemente curados pelo Mestre: nós também devemos nos colocar a serviço dos irmãos.
Reflexão
A centralidade da missão de Jesus encontra-se na revelação do Reino de Deus, de modo que para ele é mais importante a pregação do que a realização de curas e outros tipos de milagres. Os milagres estão relacionados com a revelação, pois explicitam o conteúdo principal da pregação de Jesus que é o amor que Deus tem por todos nós e o bem que ele concede a nós como manifestação desse amor. Sendo assim, o mais importante não é o milagre em si, mas a revelação que ele traz junto de si: Deus ama a todos nós com amor eterno e tudo faz pela nossa felicidade, e isso deve ser anunciado a todos os povos.
Fonte: CNBB em 16/01/2013
Reflexão
Jesus se desloca da sinagoga até a casa de Simão e André. Informado sobre a febre da sogra de Simão, Jesus a cura, tomando-a pela mão. Estender a mão ao necessitado é um gesto que Jesus repete em outras circunstâncias. Quando foi que estendemos a mão para reerguer alguém do desânimo e da tristeza? Recuperada a saúde, a mulher se pôs a serviço da comunidade. Jesus, em sua missão, segue alguns critérios. Primeiramente, ele se faz solidário com os doentes e as pessoas dominadas por maus espíritos; depois, retira-se para rezar. A oração o põe em sintonia com a vontade do Pai e torna mais eficaz sua obra libertadora; enfim, não se instala no mesmo lugar, mas vai à procura dos que estão afastados, a fim de anunciar também a eles o Evangelho: “Foi para isso que eu vim”.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Meditando o evangelho
DO CULTO AO SERVIÇO
Como bom judeu, Jesus não se furtava de participar da assembléia sinagogal, em dia de sábado. A celebração do culto oferecia-lhe a possibilidade de exercer o ministério da palavra. Servindo-se de um direito facultado às pessoas adultas, do sexo masculino, ensinava na sinagoga, com uma autoridade desconhecida até então. Sua doutrina deixava os ouvintes admirados, pois era de qualidade diferente daquela dos rabinos tradicionais.
Nós conhecemos muito bem a doutrina de Jesus. Ele falava do amor, da necessidade de viver reconciliado, da urgência de ser solidário com os pobres e pequeninos, por serem os preferidos de Deus, enfim, falava do Reino do Pai a ser implantado num mundo marcado pela impiedade.
Das palavras Jesus passava à ação. E comprovava, com a vida, a força de seus ensinamentos. De certa forma, o culto prosseguia no serviço aos doentes, na libertação dos oprimidos pelos maus espíritos, na sua vida de profunda comunhão com o Pai, mediante a oração, no seu zelo incansável em ajudar a todos. Por isso, recusava-se a ficar preso a um só lugar, ou a esperar que viessem até ele. Pelo contrário, ia pelas cidades e aldeias exercendo o ministério da palavra e o ministério da caridade, duas faces da mesma moeda.
A íntima relação entre palavra e ação dava credibilidade ao ministério de Jesus. Sua vida consistia numa demonstração perfeita do que ensinava. Por conseguinte, ao deixar a sinagoga, só lhe restava fazer o bem.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, faze minha vida espelhar-se no testemunho de Jesus, o primeiro a pôr em prática seus próprios ensinamentos, mostrando como é possível vivenciá-los.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A PERIGOSA FÉ DA MAGIA...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Gosto muito de ouvir histórias de pessoas que montaram um pequeno negócio, e após muito esforço foram bem sucedidas, tornando-se gestores de grandes empresas, agindo sempre com ética e honestidade.
O bom empreendedor é sempre ousado e pensa “grande”, tendo uma visão audaciosa do futuro, atitude muitas vezes até criticada e questionada pelos acomodados que pensam “pequeno”, porque têm medo de arriscar. Se o empreendedorismo é fator dos mais importantes no desenvolvimento de uma nação, de uma empresa ou de qualquer negócio, no reino de Deus não poderia ser diferente, porém, é preciso ter os pés no chão, trabalhando a cada dia com vistas à grandiosidade que se vislumbra, pois o homem de fé, mais do que ser otimista, já vai construindo no hoje da história, o reino de Deus alicerçado pelo próprio Cristo.
No evangelho de hoje podemos perceber nitidamente essa diferença no modo de pensar e agir, entre Jesus e os seus discípulos. Enquanto o mestre pensa em algo grandioso, querendo expandir o projeto recém-iniciado, os discípulos estão seguros de que já alcançaram o sucesso e demonstram grande interesse em montar ali, na casa de Simão, uma “Tenda dos Milagres”, pois o carisma de Jesus já tinha atraído uma grande e imensa clientela, ao curar os enfermos e expulsar os demônios, por isso aonde ele ia, a multidão maravilhada com os sinais prodigiosos, o seguia.
Há nesta fé da magia, a perspectiva de um negócio altamente lucrativo em todos os sentidos, pois Jesus tem o perfil do Messias esperado, poderia ser ele o salvador da pátria, capaz de dar a grande virada na história de Israel, e um populismo assim, era tudo que eles queriam para concretizar a libertação com que sonhavam.
Não conseguiam vislumbrar em Jesus algo além dos seus ideais humanos, que também eram importantes e tinham o seu valor, mas Jesus não veio para ser o Rei dos Milagreiros, nem para ser um libertador político, pensar assim é pensar “pequeno”, ter uma fé com essa expectativa de um Cristo prodigioso, que interfere com seu poder na vida das pessoas, quando essas fazem por merecer, realizando milagres e curas inexplicáveis, é menosprezar toda a obra da Salvação, é fazer da Igreja uma simples tenda dos milagres, é abusar de certos carismas recebidos, explorando assim a boa fé das pessoas, e Cristianismo não é isso.
Curas de enfermidades o Cristo as realizou ontem, e realiza também hoje, mas estas são simples sinais de algo maior, de um empreendimento mais arrojado, com o qual todos têm de se comprometer, acreditar, deixar de ser um torcedor para entrar em campo e “suar a camisa” por aquilo em que se acredita. E como é que podemos, com nossas limitações e fraquezas, sermos parceiros de Deus nesse projeto tão arrojado, que plenifica e ao mesmo tempo transcende, qualquer empreendimento humano?
O evangelho responde em seu início, logo que Jesus sai da sinagoga e vai á casa de Simão, onde os discípulos correm para lhe falar que a sogra de Pedro estava acamada e com muita febre. Era uma pessoa debilitada, entregue ao desânimo, que muitas vezes chega à vida de alguém, que doença seria essa? O comodismo e o desânimo, o egocentrismo, a indiferença na relação com as pessoas, nas comunidades cristãs há pessoas assim, que precisam de ajuda, para cair na realidade. Jesus não diz uma só palavra, mas apenas estende a mão e a ajuda a levantar-se do seu leito. Como é bom quando sentimos que o outro nos estende a mão, em um grandioso gesto de ajuda...
Como é bom agarrar com firmeza a mão amiga, que nos permite levantar e dar a volta por cima, diante de tantas situações difíceis da nossa vida.
Amor que se traduz em gestos de solidariedade, um toque de mão que transmite segurança, afeto, ânimo e esperança, sem muito ritual pomposo, sem êxtases arrebatadores. Como resultado desse gesto de ajuda, a mulher se levanta a febre a deixa e agora se põe a servir a comunidade. É na oração íntima com Deus Pai, que Jesus de Nazaré fortalece a sua missão, cumprindo a vontade daquele que o enviou, pois sem a oração, a nossa igreja seria apenas um Posto de atendimento de serviço religioso ou balcão de Sacramentos.
É na oração que acontece este colóquio com o Pai, aonde vai se descortinando para nós a plenitude do Reino, que humildemente vamos construindo com gestos simples como o de Jesus, capaz de erguer as pessoas que estão ao nosso lado.
Os discípulos, encantados com o carisma e o Poder do mestre, querem urgentemente abrir um “pequeno negócio”, um salãozinho de fundo de quintal, onde eles teriam naturalmente o monopólio sobre Jesus e seus milagres, mas o Mestre pensa grande, ele não veio para que as pessoas o buscassem, mas para ir ao encontro delas, curando de suas enfermidades e as libertando dos males físicos e espirituais, como um sinal da libertação plena.
É esse o Cristo que devemos anunciar como Igreja missionária, pois qualquer outra imagem diferente da que nos apresenta o evangelho, seria apenas uma caricatura grotesca, uma cópia falsificada de um mero “Salvador da pátria”, desses que vez ou outra, o povo gosta de aclamar como Rei...
2. Jesus sai da sinagoga e vai para a casa de Pedro
Jesus sai da sinagoga e vai para a casa de Pedro. Estão com ele Pedro, André, Tiago e João. A sogra de Pedro estava com febre e Jesus a cura. No fim do sábado, Jesus curou ainda muitos doentes e possessos. De madrugada, ele se levanta e vai rezar num lugar deserto. Todos o procuram, mas ele sai para as aldeias da redondeza. “Foi para isso que eu saí”, diz ele, “para pregar”. Jesus pregava e expulsava demônios. A maldade do demônio se manifesta de muitas maneiras. Jesus enfrenta o poder demoníaco. Ele cura, liberta e prega. Prega para não precisar mais curar nem libertar. Deixa a tarefa para os quatro apóstolos que o acompanham e para os que formarão a sua Igreja “em saída”. Ensinarão a encontrar soluções humanas para os problemas da vida.
HOMILIA DIÁRIA
Você já reconheceu seu problema?
Postado por: homilia
Janeiro 16th, 2013
Jesus andou por toda a Galileia ensinando nas sinagogas, anunciando a Boa Nova do Reino e curando as enfermidades e doenças graves do povo. As notícias a respeito d’Ele se espalharam por toda a região da Síria. Por isso, o povo levava a Jesus pessoas que sofriam de várias doenças e de todos os tipos de males, isto é, epiléticos, paralíticos e pessoas dominadas por demônios; e Ele curava todos. Grandes multidões O seguiam; eram gente da Galileia, das dez cidades, de Jerusalém, da Judeia e das regiões que ficam no lado leste do Rio Jordão.
No Evangelho de hoje, vemos Jesus com a concisa precisão que se dirige para uma casa: “Logo que saíram da sinagoga, foram para a casa de Simão”. O evangelista Marcos indica que Jesus descarta a sinagoga e afirma seu ministério no espaço da “casa”. É a casa o lugar onde se reúne a nova comunidade e que se torna o centro de irradiação da missão. Na “casa”, a mulher, libertada de sua exclusão, exerce a prática essencial das novas comunidades, que é o serviço. E é à porta da casa que se reúne a cidade inteira.
Jesus não se deixa reter por uma comunidade particular. Seu ministério missionário é dirigido amplamente a toda a Galileia e aos territórios vizinhos.
A sogra de Simão estava com febre. Identificada a doença, Jesus se aproxima dela e a cura. O que falta para que Ele cure também a sua doença? Identifique-a, procure saber qual é e clame por Jesus. Se for o pecado, lembre-se de que não precisa explicação. Se você quer ser curado do pecado, ele só precisa ser reconhecido. Por favor, não jogue a culpa nos outros: “Eu pequei, porque estava muito sozinho, porque meu marido me abandonou, porque minha mulher me abandonou ou porque o meu pai não me compreende; eu estou nas drogas porque ninguém gosta de mim; eu bebo porque a sociedade é injusta; ou eu faço isso por aquilo”.
Enquanto você estiver tentando explicar, você não deu o primeiro passo. Se você quer ser verdadeiramente curado, transformado, só tem que dar um passo, ou seja, dizer como o ladrão na cruz: “Este não fez nada, mas nós sim; nós merecemos, porque somos ladrões, fizemos mal”.
Pergunto-lhe: você já reconheceu seu problema? Talvez não seja o dinheiro, não seja a saúde nem o marido ou a mulher, nem o filho ou o pai. Talvez seu problema não seja o chefe nem a inflação. Pode ser que todas essas coisas sejam pretextos para esconder seu verdadeiro problema que tem raízes mais profundas.
Se você tomar consciência de sua situação, se a reconhecer e aceitá-la, já deu o primeiro grande passo na recuperação. Mas existe muita gente que, apesar de dar este primeiro passo, sente que nada muda. Por quê?
Em algum momento, temos de parar, reconhecer nossa situação e clamar pedindo ajuda. Fale, em seu coração, com Deus. Fale: “Senhor, o meu problema sou eu, o meu temperamento, o meu caráter. Não tenho paciência, estouro por qualquer coisa. Não tenho sabido dominar meu temperamento. Meu problema não é meu patrão nem que os outros tenham oportunidades; meu problema é o meu temperamento. Sou impontual, desorganizado e não tenho forças para sair desta situação sozinho. Preciso de sua ajuda”.
Vejam agora a resposta de Jesus a este ladrão. Ele disse: “Em verdade, em verdade te digo: Estarás comigo no Paraíso”. Percebam, queridos, o ladrão somente pede: “Lembra-te de mim”. Nada mais. Porém, Jesus lhe diz: “Eu te prometo que estarás comigo no Paraíso”. Nunca mais estará sozinho, nunca mais abandonado, rejeitado, nunca mais passará fome, nunca mais um ser querido morrerá. Você estará comigo para sempre, por toda a eternidade.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 16/01/2013
Oração Final
Pai Santo, liberta-nos do comodismo e nos dá coragem para também irmos às ‘aldeias vizinhas’ e ali proclamemos a Boa Notícia de que o teu Reino de Amor já está em nós e entre nós. Ajuda-nos, Pai amado, a seguir o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/01/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, liberta-nos do comodismo e nos dá força, alegria e coragem para irmos às ‘aldeias vizinhas’ e ali proclamarmos a Boa Notícia de que o Reino de Amor já está em nós e no nosso meio. Ajuda-nos, amado Pai, a seguir o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.