ANO A
Jo 8,1-11
Comentário do Evangelho
O rosto misericordioso de Deus
O Templo é para Jesus o lugar de ensinamento, cujo conteúdo, ao menos no texto de hoje, desconhecemos em parte. Em parte porque a reação de Jesus ante os fariseus que lhe trouxeram uma mulher apanhada em adultério é um verdadeiro ensinamento e revelação do rosto misericordioso de Deus, ao mesmo tempo que exige que o discípulo seja imitador da misericórdia do Senhor. Para a mulher levada diante de Jesus, a cena é dramática, pois ela tem a certeza do apedrejamento até a morte em razão do seu delito (Lv 20,10; Dt 22,22-24). Surpreende que o homem envolvido no mal não fosse igualmente levado pelos acusadores. São escribas e fariseus que levam a mulher diante de Jesus. O tom é de provocação e desafio. A primeira resposta de Jesus é o silêncio e um gesto simbólico que mostra sua irritação e indignação diante da falta de misericórdia. Mas não compreenderam nem se contentaram com o gesto. Diante da insistência deles, Jesus o traduz em palavras que revela a verdade sombria de cada um. Por isso, vão se retirando um a um. A mulher, agora, tem diante de si a vida. A misericórdia venceu a dureza do coração. A palavra do Senhor liberta e revela o rosto misericordioso de Deus, oferecendo a possibilidade de uma vida resgatada e transformada pelo amor.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, tira do meu coração a maldade e a hipocrisia que me tornam juiz iníquo do meu semelhante, não me permitindo ver a necessidade de pôr em ordem a minha vida.
VIVENDO A PALAVRA
Seria tão mais fácil, simples e seguro entrar no coro dos acusadores e condenar aquela mulher! Foi pega em flagrante cometendo crime previsto na Lei; portanto, estava condenada. Mas, não era assim para Jesus. Por isto, estamos diante de uma das páginas mais bonitas escritas por mãos humanas sobre Misericórdia, Perdão, Compaixão – ou, se quisermos: sobre o Amor.
Reflexão
Quando falamos em pecado, sempre nos referimos aos pecados que os outros cometeram, jamais aos nossos, porque os outros precisam ser condenados pelos seus erros e nós somos diferentes, precisamos ser compreendidos. Quando fazemos isso, geralmente escondemos dos outros a face amorosa e misericordiosa de Deus, porque esta face e só para nós, e lhes mostramos um Deus que pune e é vingativo, que quer o castigo de todos, e esta face não é para nós. Com isso, nos tornamos um obstáculo para a conversão dos outros e, em conseqüência disso, Deus não agirá com misericórdia e amor conosco.
Reflexão
Ansiosos por “testarem Jesus e terem motivo de o acusar”, os chefes do povo parecem satisfeitos por tornar público um ato que se dá na intimidade. Pior: desejando que a adúltera seja apedrejada. O que diz o Mestre a esse respeito? Jesus abaixa-se, escreve no chão com o dedo, ouve repetidas vezes a mesma maliciosa pergunta. Com soberania, ele se põe de pé e dispara a inesperada sentença capaz de provocar total reviravolta: “Quem de vocês não tiver pecado, atire nela a primeira pedra”. Golpe certeiro. Desmantela a arrogância dos acusadores e faz cair de suas mãos as pedras destinadas ao homicídio. O Mestre, que veio para salvar e não para condenar, livra da morte a mulher, e aos doutores da Lei e fariseus, afundados no pecado, dá a possibilidade de refletirem sobre seus atos e se converterem.
Oração
Ó incomparável Mestre, tua atitude diante da mulher adúltera desconcertou os escribas e fariseus que buscavam motivos para te acusar. Teus gestos e sábia resposta vêm atravessando os séculos, confirmando que ninguém está autorizado a matar uma pessoa por um pecado cometido ou um erro praticado. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Meditando o evangelho
UM JULGAMENTO FRUSTRADO
O episódio do julgamento frustrado da mulher flagrada em adultério chama a atenção para o tipo de juízo a que Jesus será submetido, chegando até ser condenado à morte. A malícia e a hipocrisia que condenaram a mulher haveriam de recair também sobre Jesus.
Os mestres da Lei e os fariseus, ao surpreenderem a mulher em adultério, conheciam perfeitamente a providência a ser tomada. Aliás, eles mesmos se confessaram conhecedores da Lei, a qual ordenava a lapidação imediata das adúlteras. Portanto, não tinha sentido interrogar Jesus a este respeito. O que os adversários visavam era colher provas contra ele, saídas de sua própria boca. De fato, quem estava sendo julgado era Jesus, não a mulher adúltera.
O gesto sereno do Mestre, apesar da insistência de seus inquisidores, foi uma clara demonstração de que ele não os temia. Continuou a escrever no chão. Depois, ergueu-se para confrontá-los com uma pergunta fulminante: "Quem de vocês não tiver pecado, seja o primeiro a apedrejar esta mulher!". Então, toda a malícia de seus adversários ficou patente, pois foram se retirando, um por um, a começar pelos mais velhos. É porque não tinham moral para julgar a adúltera, e muito menos para julgar Jesus. Que tratassem de se corrigir, antes de se arvorarem em juizes do próximo!
A mulher teve Jesus para defendê-la da malícia e da hipocrisia dos seus acusadores. Quanto a Jesus, haveria de ser condenado por pecados que não cometeu.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, tira do meu coração a maldade e a hipocrisia que me tornam juiz iníquo do meu semelhante, não me permitindo ver a necessidade de pôr em ordem a minha vida.
HOMILIA
JESUS TOCA A CONSCIÊNCIA DOS ACUSADORES
Com a expressão: "Quem não tiver pecado atire a primeira pedra", Jesus toca a consciência daqueles homens e mulheres que se consideravam justos, sem pecados e por isso sem motivos de censura.
Na passagem de hoje, uma mulher que foi apanhada em adultério foi trazida à presença de Jesus pelos escribas e fariseus. Jesus estava pregando no templo e havia muitas pessoas ao redor. E essa mulher foi posta no meio dessa multidão. Com certeza, ela passou muita vergonha. É provável que ela estivesse com os olhos fechados de tanta vergonha. E segundo a Palavra de Deus, ela só esperava as pedras voando em cima dela, como punição. Mas no fim, quando ela percebeu, não tinha mais ninguém ao seu redor. Jesus pregou para essa mulher? Não, ele não pregou para essa mulher. Houve alguém que a condenasse? Não. Então ele disse: “Eu também não te condeno. Vai e não peques mais”. Se fosse ao meu caso, como eu sou padre provavelmente eu aproveitaria essa oportunidade e passaria um sermão nessa mulher nos seguintes termos: “O que você estava pensando ao fazer uma coisa dessas? Você conhece os mandamentos da Bíblia. Você sabe que se você adulterar, seu castigo será o apedrejamento. Por que você fez isso? Falta juízo na sua cabeça! Não tem jeito, a Palavra diz isso.” Mas somos convidados a contemplar o silêncio de Jesus e a Sua misericórdia. “Mulher, onde estão eles”? Ninguém te condenou? - Ninguém, senhor! - respondeu ela. E Jesus conclui - Pois eu também não condeno você. Vá e não peque mais!
Por outro lado, a mulher poderia ter dito: “Mas Jesus, segundo a lei, eu adulterei então eu preciso morrer”. Não se preocupe, vá. Pode ser que a mulher não tenha compreendido o que aconteceu com ela. Mas, quando Jesus foi crucificado, é provável que ela estivesse lá naquela multidão ou olhando de longe a triste cena. E nesse momento, talvez ela tenha entendido: “Segundo as leis de Deus, eu é que tinha que ser morta pelo meu pecado”. Eu fui salva, mas, no meu lugar, aquele homem que me salvou está sendo crucificado”. E eu penso que, quando ela percebeu e entendeu o que tinha acontecido, ela chorou.
O cristianismo tem muitos princípios bons, muitos mandamentos, mas ele não se restringe somente a isso. Ele é, sobretudo, misericórdia, perdão, piedade e amor de Deus entre os homens.
Só saber os ensinos que estão escritos na Bíblia é ser um fariseu. É condenar e matar. Mas praticar o amor de Cristo nos torna testemunhos e testemunhas de Jesus. Convido-te a te desfazer das multidões, nós gostamos de juntar pessoas, para criticar, fofocar, censurar e condenar. Aprendamos com Jesus e d’Ele o ir à procura da ovelha perdida, do filho pródigo, da pecadora, a excluída, e marginalizada dando-lhe uma oportunidade na vida. Pois a Glória de Deus é que o homem viva e viva para sempre.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
HOMILIA DIÁRIA
A misericórdia de Deus é maior do que qualquer pecado!
A graça do perdão de Deus, a graça da misericórdia de Deus, perdoa qualquer pecado por mais duro e por maior que ele seja!
”Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra” (João 8,7).
Que cena maravilhosa é essa da passagem bíblica! No primeiro momento ela parece ser dura para nós: uma mulher pega em adultério é apresentada diante de Jesus. Primeiro, vemos a má intenção que tiveram aqueles que a levaram; pois o que eles queriam, na verdade, não era condenar a mulher, mas colocar Jesus em apuros. A lei mandava apedrejar quem fosse pego em flagrante adultério.
No entanto, Jesus, o Senhor da vida, prega o perdão, prega a misericórdia. E agora? Ele vai se opor à lei dos judeus, se opor à lei de Moisés? Jesus simplesmente se abaixa e começa a escrever algo no chão; alguns padres da Igreja dizem que Ele estaria escrevendo os pecados cotidianos que os homens cometem. Mas, o mais importante é o silêncio que o Senhor provoca, é o silêncio que tem que ser provocado dentro de nós, para que possamos refletir um pouco mais sobre a nossa vida antes de atirar a pedra ou pensar na vida dos outros.
E o que acontece é justamente isso, porque Jesus levanta e diz: ”Aquele que não tiver pecado que se já o primeiro a atirar uma pedra”. A começar pelos mais velhos, um por um foi se retirando.
Sabem, meus irmãos, não é nosso dever, não cabe a nós atirarmos pedras em ninguém. O nosso dever é apontar o caminho da vida, da misericórdia e o caminho da salvação. Podemos até ajudar os outros a refletirem sobre o que têm feito em sua vida, mas, primeiro, pensemos na nossa!
A pior escuridão é aquela em que nós reconhecemos os erros dos outros pecadores, os pecados dos outros e não temos a capacidade de reconhecer os nossos próprios pecados! Jesus é bondoso para com essa mulher, a acolhe no Seu coração; no Seu jeito de profeta, de Messias, Ele provoca uma reflexão no coração dos outros para que ninguém faça mal a ela. Por isso Ele mesmo diz: ”Então Jesus se levantou e disse: “Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?” Ela respondeu: “Ninguém, Senhor”. Então Jesus lhe disse: “Eu, também, não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais” (João 8, 10-11).
A graça do perdão de Deus, a graça da misericórdia de Deus, perdoa qualquer pecado por mais duro e por maior que ele seja! A mesma graça da misericórdia de Deus nos chama a não nos enveredarmos novamente pelos caminhos do pecado e do erro para que não nos aconteça coisa pior.
Não existe coisa pior do que voltar à vida velha, ao pecado velho, ao “angu” velho; não existe coisa pior do que voltar para a vida passada! Somos tentados e chamados a fazer isso, mas, o importante a cada dia é lavarmos o nosso coração para que a vida nova de Deus esteja em nós. E mesmo que caiamos em pecados ou em erros maiores do que outrora, maior é a misericórdia de Deus! Não tenhamos medo de recorrer a essa graça; nós só podemos ter medo de morrer no pecado e permanecer nele!
Que Deus nos lave e nos purifique de todas as nossas faltas!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que a lição recordada hoje jamais seja esquecida por nós: ternura e compaixão estejam sempre presentes nos nossos encontros com os irmãos. Que sejamos sempre ágeis para perdoar, lentos para acusar e imunes à condenação de qualquer um de nossos irmãos. Pelo Cristo Jesus, Teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
OU
Jo 8,12-20
Comentário do Evangelho
Vivendo a Palavra
O Evangelho de João é salpicado de declarações de Jesus, definindo-se: “Eu Sou...”. Hoje, Ele nos conta que é a Luz do Mundo e quem O segue não andará nas trevas. A nossa missão de Igreja é refletir essa Luz para iluminar os caminhos da humanidade rumo ao Lar Paterno, a Morada Santa do Pai Misericordioso.
Reflexão
Na festa das Tendas, era costume acender vários candelabros nos pátios do templo. Ora, Jesus se apresenta como a “luz do mundo”. A luz é símbolo da vida. No prólogo de João, luz e vida se identificam e se aplicam à pessoa de Jesus: “No princípio existia a Palavra… nela havia vida e a vida era a luz dos seres humanos” (Jo 1,1.4). A luz se impõe por si mesma, não precisa ser demonstrada, mas a pessoa pode fechar os olhos à luz. Foi o que aconteceu com os dirigentes incrédulos, diante dos quais Jesus reafirmou sua origem: ele vem do Pai. Deveriam acreditar em Jesus, pois o Pai dá testemunho em favor dele, e o “testemunho de duas pessoas é válido”. Eles, porém, se recusaram a ver e conhecer a luz (Jesus). Seguir a Jesus é caminhar atrás dele, ou seja, é aderir totalmente à sua pessoa.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Recadinho
No contexto social, você procura ser luz para seu próximo? - Testemunha publicamente a fé? - Vivemos em meio a tanta escuridão. Jesus é realmente a luz de seus caminhos? - Você ajuda a consolar os irmãos que sofrem e que choram? - Você “ilumina” o próximo com seu bom exemplo?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Meditando o evangelho
CAMINHANDO NA LUZ
Ao autoproclamar-se "luz do mundo", Jesus reconhecia que este, marcado pelo pecado, não tinha como salvar-se por si mesmo. Foi necessário que o Pai enviasse o Filho com a missão de abrir perspectivas novas para a humanidade, a qual se fechara no próprio egoísmo. Portanto, somente por meio de Jesus é possível chegar à salvação.
Quando a humanidade deixa-se guiar por esta luz, descobre os caminhos que conduzem à vida. Quando vaga nas trevas, seu destino é a morte. Luz e trevas, vida e morte, condenação e salvação são as opções que todos temos de fazer.
O caminho orientado pela luz da vida comporta duas dimensões. A primeira é a dimensão histórica: consiste em trilhar o caminho do amor, da misericórdia e da solidariedade, no trato mútuo. É a vida manifestada num modo de proceder peculiar, próprio de quem possui a vida divina. A segunda corresponde à vida eterna, à comunhão plena com o Deus da vida.
O caminho de quem prefere as trevas também comporta as mesmas duas dimensões. A primeira consiste numa vida pontilhada de injustiças e de maldade para com o próximo. A segunda, por sua vez, corresponde à ruptura definitiva com o Deus da vida, ou seja, à morte eterna.
É sempre tempo de decidir-se, de acolher a luz oferecida por Jesus e, por ela, caminhar.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de luz, não me deixes caminhar nas trevas, e sim, na luz que dá vida - Jesus.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Jesus, Filho de Deus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
As comunidades Joaninas e a comunidade Judaica estavam sempre em conflito por causa de Jesus. A rejeição por Jesus, da parte do Judaísmo era algo definitivo e sem chances de uma abertura ao novo, aquela novidade trazida por Jesus.
O evangelho de hoje apresenta três fontes importantes sobre as quais estava fundamentada a Fé cristã por aqueles tempos, o testemunho de João Batista sobre Jesus, o Pai de Jesus que realizou obras e falou Nele a toda humanidade, e a escritura que sempre trouxe em si, mesmo na escritura antiga, elementos cristológicos que não deixavam dúvidas sobre a Filiação Divina de Jesus.
O evangelista projeta no passado essa rejeição a Jesus Cristo, lembrando de sua injusta condenação onde as falsas testemunhas tiveram credibilidade diante do Sinédrio, que desprezou essas fontes fidedignas sobre Jesus, preferindo acreditar em uma mentira.
Podemos aqui compreender que o Judaísmo tradicional e ultraconservador fazia uma releitura equivocada do Antigo Testamento e não conseguia ver nenhuma relação entre Jesus e o Deus da Antiga Aliança. Houve até mesmo uma heresia que falava em dois deuses, um do antigo testamento e um do Novo Testamento.
Entretanto, muito mais do que essa releitura equivocada das escrituras antigas, na realidade o Judaísmo tradicional não queria mudanças no modo de pensar e nas normas e preceitos antigos, principalmente porque iriam perder alguns privilégios conquistados na estrutura da Religião tradicional.
Podemos hoje cometer esse mesmo pecado, quando temos medo de dialogar com o mundo, como determina o Concílio Vaticano II, quando preferimos a prática tradicional de ser Igreja, usando ainda métodos arcaicos de evangelização, que não estão convencendo.
Lideranças religiosas e lideranças pastorais que se fecham em uma religião cheirando a mofo, querendo impor ao mundo sua prática religiosa e seu modo de pensar... É bem provável que no fundo estejam defendendo algumas conveniências e interesses particulares e para isso, muitas vezes usam Dogmas e Doutrinas, exatamente como fazia a comunidade judaica primitiva.
2. Eu sou a luz!
Continua a discussão sobre a identidade de Jesus. A discussão não é fácil porque Jesus fala a partir de uma experiência pessoal, que é só dele. As autoridades judaicas discutem a partir do que julgam saber. Em nível puramente humano, os fariseus rejeitam o testemunho de Jesus porque, dizem, ele está defendendo a si mesmo. Ele mesmo diz: “Eu sou a luz do mundo”. Jesus, por sua vez, reafirma que o Pai está com ele. “Eu não estou só, mas o Pai que me enviou está comigo”. É perfeitamente compreensível que os fariseus perguntem: “Onde está teu Pai?”. A revelação se dá aos poucos. É preciso esperar que ela seja posteriormente meditada e explicitada pela inteligência humana, informada pela graça de Deus.
HOMILIA DIÁRIA
A luz de Cristo ilumina nosso coração
Jesus ilumina nossa vida e nosso coração nas incertezas e nas dúvidas, onde muitas vezes não sabemos onde caminhar
“Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (João 8, 13).
Nós, muitas vezes, caminhamos em meio às trevas, em meio à escuridão do mundo; experimentamos o pavor, o temor e andamos na dúvida sem saber por onde caminhar. Muitas vezes, a incerteza bate à nossa porta e em nosso coração, e não sabemos o que devemos fazer. Por isso, precisamos olhar para Jesus e não tirar d’Ele nosso olhar! Não basta somente olharmos para Ele, é preciso nos rendermos, nos entregar, colocarmo-nos em Suas mãos e nos deixarmos conduzir e guiar por Ele.
As Palavras de Jesus iluminam nossa vida e nosso coração nas incertezas e nas dúvidas. Muitas vezes, quando não sabemos por onde caminhar, precisamos da serenidade da alma, do espírito e do coração! E nós encontramos a serenidade em Jesus, não no desespero, no pavor, no pânico, no medo, no receio e na desconfiança. Nós nos entregamos a Jesus e deixamos que Ele conduza nossos passos, que Ele, realmente, contenha os impulsos da alma e do coração que nos levam ao desespero, a viver incertezas, sem saber para onde caminhar.
Deixe que a luz de Jesus guie seus passos e ilumine seus caminhos. Não caminhe em meio às trevas nem em meio às escuridões da vida.
Quando, muitas vezes, não soubermos onde caminhar, quando caímos e tropeçamos, olhemos para Jesus e fixemos n’Ele nosso olhar, coloquemos n’Ele nosso coração e Ele guiará nossos passos e conduzirá, todos os dias, nossa vida!
Reze: “Jesus, tu és a minha luz e salvação! A quem temerei? Porque só no Senhor está o meu refúgio, a minha segurança e proteção!”.
Olhe para Jesus e deixe que Ele ilumine, todos os dias, as trevas do seu coração com a Sua luz!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, que enviaste a nós a tua Luz, ajuda-nos a acolhê-la com gratidão e alegria, seguindo-a pelos caminhos desta terra abençoada rumo à Pátria Celeste, a tua Morada Santa, e levando conosco os peregrinos que colocaste junto a nós. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que enviaste a nós a tua Luz, ajuda-nos a acolhê-la com gratidão e alegria, seguindo-a pelos caminhos desta terra abençoada rumo à Pátria Celeste. Esperamos receber um dia o teu abraço misericordioso, juntamente com todos os peregrinos que colocaste ao nosso lado na passagem por esta vida tão bonita quanto fugaz. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.