ANO C
Mt 10,24-33
Comentário do
Evangelho
O medo é contrário à fe
O texto do evangelho é composto de duas partes:
uma controvérsia sobre o jejum (vv. 14-15), seguida de duas pequenas parábolas
(vv. 16-17).
Os versículos 24 e 25 são o centro do discurso
sobre a missão. Trata-se da identificação do discípulo com seu mestre; da
dependência radical do servo ao seu Senhor. Toda a vida cristã deve ser vivida
nesse dinamismo de identificação entre o enviado e Aquele que envia.
O ideal para o discípulo, na vida cristã, é a
configuração de sua vida com Jesus Cristo: "... ao discípulo basta ser
como o seu mestre, o servo como seu Senhor" (v. 25a). A causa da
perseguição dos discípulos é sua identificação com o Mestre.
"Não tenhais medo" (vv. 26.28.31). O
medo não pode inibir a proclamação tipicamente cristã, nem intimidar a palavra,
pois ela está destinada às pessoas às quais se é enviado. O medo, não nos
esqueçamos, é contrário à fé. Enquanto não superarmos o medo, não seremos suficientemente
livres para nos deixarmos conduzirpelo Espírito de Deus.
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, que a perseguição malvada dos que pretendem
levar-me a ser infiel à missão recebida de Jesus jamais me impeça de seguir
adiante, com coragem.
Vivendo a Palavra
Nosso Mestre valoriza o testemunho que damos do
Reino do Céu – não só confessando que acreditamos nele, mas vivendo a justiça,
a fraternidade e a misericórdia com todos os peregrinos que o Pai colocou ao
nosso lado na caminhada por este planeta abençoado que devemos usufruir e
preservar.
VIVENDO A PALAVRA
Nosso Mestre valoriza o testemunho que damos do
Reino do Céu – não só confessando que acreditamos nele, mas vivendo a justiça,
a fraternidade e a misericórdia com todos os peregrinos que o Pai colocou ao
nosso lado na caminhada por este planeta abençoado, que devemos preservar para
usufruir e partilhar.
Reflexão
Aos homens, é impossível entrar no Reino de Deus,
mas para Deus, tudo é possível. A salvação não é obra nossa, é ação divina
sobre todos nós e é gratuidade do amor misericordioso do nosso Deus que vem ao
nosso encontro. Mas, se é obra divina, por que devemos desenvolver o trabalho
evangelizador? É porque o próprio Deus, que é amor infinito e poderia ter feito
tudo sozinho, quis que todos nós participássemos da divina missão da salvação
da humanidade, fazendo de todos nós colaboradores seus. Para nós, cabe corresponder
a esse amor através do nosso sim e do anúncio desse Deus amoroso a todas as
pessoas.
Reflexão
Jesus
previne os apóstolos, e os cristãos em geral, sobre como se comportar diante
das perseguições. Não é o caso de ficarem espantados com as reações dos
adversários do Reino. Basta inteirar-se de como trataram o Mestre. Os que
praticam a injustiça usarão todos os meios, no intuito de frear ou eliminar os
cristãos. Mas a prática da justiça põe a descoberto as fraudes e disfarces,
mostrando a fraqueza e maldade dos que oprimem o povo. Isso os deixará ainda
mais agressivos. Qual a saída? Confiar no Pai. Ele cuida dos passarinhos;
cuidará muito mais dos fiéis seguidores de seu Filho. Os inimigos são capazes
de matar o corpo, mas não têm poder para matar a consciência e a intenção dos
que querem permanecer fiéis a Cristo até o fim. Estes contarão com a incontestável
defesa do Pai.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
Ao longo de meus dias, o que mais temo? - Nem
tudo depende de mim, mas posso fazer alguma coisa para melhorar o mundo? O que,
por exemplo. - Para melhorar o mundo em que vivo, por onde devo começar? - Faço
minha parte para que haja paz e compreensão? - Dou testemunho do
Evangelho? Como e quando?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Meditando o evangelho
O MESTRE E O DISCÍPULO
Na perspectiva de Jesus, o ideal do discípulo é ser como o mestre. Em
outras palavras, é no mestre que o discípulo deve se espelhar.
Se consideramos as instruções recebidas pelos discípulos, constatamos
que Jesus propõe-lhes como projeto de vida, os mesmos princípios que pautaram a
sua ação missionária. Como ele, os discípulos teriam a missão de ir pelo mundo
anunciar o Evangelho, e realizar os sinais indicativos da presença do Reino.
Deveriam abrir mão de qualquer recompensa e viver a gratuidade e a pobreza.
Deveriam estar preparados para a rejeição, a perseguição, o martírio. Contudo,
não deveriam se preocupar, pois estariam sob a proteção do Espírito do Pai.
Este lhes inspiraria a respeito do testemunho a ser dado. Por sua vez, o Pai
irá preparar-lhes uma recompensa condigna, por terem vivido o discipulado com
fidelidade.
Tudo isto já tinha sido experienciado por Jesus, desde o início de seu
ministério. Portanto, sua proposta aos discípulos é um projeto existencial, não
uma imposição. Ele a pôs em prática, antes de transformá-la em pauta de ação
para os seus seguidores. No exercício de sua missão, os discípulos encontram em
Jesus um modelo consumado de vivência missionária.
Só quem estiver disposto a partilhar a mesma sorte do Mestre, estará em
condições de se tornar seu seguidor.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado
no Portal Dom Total).
Oração
Espírito de conformidade com Jesus, disponha-me a partilhar a missão do
Mestre, fazendo-me como ele, fiel até o fim, ao projeto do Pai.
COMENTÁRIO
DO EVANGELHO
1. A
QUEM TEMER?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir
Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e
disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
A dura realidade da missão encheria de temor o
coração dos apóstolos. A proclamação da Boa-Nova do Reino em cima dos tetos
teria como efeito atrair o ódio mortal dos inimigos. Como conseqüência do
temor, ficariam bloqueados diante dos perseguidores, e se poriam em fuga.
Esta situação colocava os apóstolos num
verdadeiro dilema: a quem temer? A Deus, senhor do Reino, a cujo serviço se
tinham posto, a partir do mandato recebido de Jesus, ou aos adversários, que
intentavam tirar-lhes a vida? Que fazer: seguir em frente, sem se deixar
intimidar, sofrendo as conseqüências deste gesto de coragem e buscando ser fiel
a Deus ou fugir da missão e acomodar-se, pressionados pela violência dos
inimigos?
A resposta de Jesus é bem pragmática. O máximo
que os perseguidores podem fazer é tirar a vida física dos apóstolos. Mas,
perigo maior, seria perder a vida eterna. Isto pode acontecer a quem se mostra
infiel a Deus. A ação dos adversários atinge um nível superficial – o corpo –,
ao passo que a ação de Deus toca no mais profundo da existência humana – a
alma. Logo, o discípulo deve discernir bem a quem deverá temer.
Jesus encorajou os apóstolos a confiarem na
Providência divina. Suas vidas estavam nas mãos do Pai, que cuida de cada um,
com todo o carinho. É quanto basta para não terem medo de enfrentar os
adversários. Temer, só a Deus!
Oração
Pai, que a perseguição malvada dos que pretendem
levar-me a ser infiel à missão recebida de Jesus jamais me impeça de seguir
adiante, com coragem.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Ser
Cristão é sempre um risco...
(O
comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Muitos nos dias de hoje, ainda confundem cristianismo com a “Pax
Romana”, vivem mudando de igreja e um dia afirmam convictos “Nessa igreja eu me
sinto em paz...” As palavras de Jesus neste evangelho acaba com essa ideia
errônea de que, a pertença á Igreja significa refúgio seguro, livres de
qualquer tempestade. E realmente há muitos que se “escondem” nas comunidades,
pastorais e movimentos, achando que ali estão a salvos dos males do mundo, e
basta esperarem o final dos tempos, porque o “jogo” está ganho, e a salvação é
certa.
Jesus pede para que não nos escondamos, mas que façamos o anúncio á luz
do dia, de cima dos telhados, sem medo. Na América latina ainda temos o
privilégio de professarmos livremente a nossa Fé, vivendo em nossas
comunidades, mas há regiões do mundo onde isso não é permitido, as igrejas são
invadidas, destruídas, incendiadas, e seus membros, homens, mulheres, jovens e
crianças, são mortos de maneira covarde.
O pensamento e o espírito do evangelho serão sempre combatidos pelas
forças contrárias, os poderes do mal pensam de maneira ingênua como pensaram os
opositores de Jesus, que a morte do anunciador do evangelho é o fim do projeto
cristão, e por isso Jesus lembra que o Pai não descuida um momento sequer, dos
que combatem pelo Reino. E poderíamos concluir com uma frase bela e bastante
conhecida, que nesse caso é autêntica e verdadeira “Os poderosos poderão
arrancar algumas flores, mas não conseguirão impedir que o jardim floresça”.
Exatamente assim é o Reino de Deus.
2. Vós valeis muito mais!
O Mestre foi perseguido, o discípulo também será. Basta que o discípulo
seja como o Mestre. Nada de estranho, portanto, se nos chamam de demônios ou tentam
nos matar. Críticas, não aceitação, rejeição fazem parte do ministério da
Igreja. Não ter medo, porque tudo acabará sendo anunciado, tudo será conhecido.
A Palavra de Deus não está acorrentada. Não ter medo de quem só pode matar o
corpo. Valemos o Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual, no dia do juízo,
se posicionará em nosso favor. A Palavra de Deus que parece oculta vai ser
revelada; os projetos de evangelização, que parecem escondidos, serão
conhecidos.
HOMILIA DIÁRIA
Testemunhar o Evangelho com convicção
Nosso olhar precisa estar
fixo no Senhor, pois é n’Ele que colocamos a nossa confiança
“Todo aquele que se declarar a meu favor, diante
dos homens, também eu me declararei a favor deles diante do meu Pai que está no
céu” (Mt 10, 32)
Temos de ter coragem, ousadia e convicção para
testemunhar Jesus e o que Ele fez em nossa vida, sem temer os homens. Muitas
vezes, a nossa vida, a nossa convicção e a nossa fé não serão aceitas por eles.
Como diz o Evangelho, seremos rejeitados, não
seremos amados nem queridos; mas, nem por isso, negaremos o nome do Senhor.
Os cristãos que querem viver uma vida de acordo
com o Evangelho, de uma forma convicta e legal, sofrerão ou já estão sofrendo,
assim como sofreram demais, no passado, perseguições e rejeições por parte
daqueles que não aceitam nosso modo de vida.
O mais importante é não negarmos o Senhor, mesmo
quando nos pressionam e nos colocam contra a parede. Nós precisamos viver com
convicção a nossa fé.
Pode ser que até em nossa casa existam aqueles
que não aceitarão nossa forma de viver, mas o nosso olhar precisa estar fixo no
Senhor, pois é n’Ele que colocamos a nossa confiança.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
- Comunidade Canção Nova
Oração Final
Pai Santo, dá-nos coragem para vivermos o Amor
como o de Jesus de Nazaré: espontâneo, indiscriminado, gratuito e libertador.
Que tenhamos a consciência de que o teu Reino já está em nós, ainda que não em
sua plenitude, e a certeza de que um dia nele estaremos com o Cristo Jesus, teu
Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos coragem para viver o Amor,
como o de Jesus de Nazaré: espontâneo, indiscriminado, gratuito e libertador.
Que tenhamos a consciência de que o teu Reino já está em nós, ainda que não em
sua plenitude, e a certeza de que um dia nele estaremos, com o Cristo Jesus,
teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.