ANO C
Mt 13,36-43
Comentário do
Evangelho
Em Cristo, o mal é vencido
À parte, em casa, os discípulos pedem uma
explicação da parábola do joio (vv. 24-30). Trata-se de uma aplicação posterior
da parábola que anteriormente explicamos.
É bastante provável que a explicação da parábola
não remonte a Jesus, mas às necessidades da pregação cristã posterior.
Jesus explicita um a um os termos da parábola
(vv. 37-39). Apoiado por imagens de Sofonias 1,3 e de Daniel 12,3, Jesus
compara a colheita ao juízo final (vv. 40-42). O versículo final afirma que o
mal não triunfará: “Os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai” (v.
43).
É preciso tirar para vida cristã a conclusão e as
consequências desta afirmação. Para os cristãos perseguidos e ameaçados por
causa de sua fé, é preciso manter viva a esperança de que, em Cristo, o mal já
foi vencido, por isso não há o que temer, por que ele mesmo nos faz
participantes de sua vitória sobre o mal e a morte.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que as pressões dos filhos do Maligno jamais
sejam suficientemente fortes para me levar a renunciar à minha condição de
filho do Reino. Quero estar sempre a teu serviço.
Vivendo a Palavra
Não poucas vezes nós sentimos a tentação de
arrancar o joio antes do tempo. Diante dos acontecimentos do mundo, em que
vemos irmãos maltratando e até matando irmãos, temos o desejo de fazer justiça
com as próprias mãos. Lembremos do Evangelho, que nos ensina a aguardar o tempo
da colheita. Mais do que justo, nosso Pai é misericordioso.
VIVENDO A PALAVRA
Não poucas vezes nós sentimos a tentação de
arrancar o joio antes do tempo. Diante dos acontecimentos do mundo, em que
vemos irmãos maltratando e até matando irmãos, temos o desejo de fazer justiça
com as próprias mãos. Lembremos do Evangelho, que nos ensina a aguardar o tempo
da colheita. Muito mais do que justo, nosso Pai é misericordioso!
Reflexão
Jesus contou a parábola do trigo e do joio para
toda a multidão, mas depois, os discípulos o procuram para uma maior
compreensão da parábola. Assim, existem aquelas pessoas que apenas ouvem o que
Jesus tem a dizer e se dão por satisfeitas, porém, existem aquelas pessoas que
querem sabem mais, querem aprofundar a fé. Existem as pessoas que não valorizam
plenamente a fé, então aprendem o mínimo e se dão por satisfeitas. Para quem
quer verdadeiramente ser discípulo de Jesus, sempre há oportunidade para ir
além no conhecimento das verdades da fé com a finalidade de agir melhor segundo
os critérios do Evangelho.
Reflexão
A
seus discípulos Jesus explica a parábola do joio no campo. Jesus instrui,
fortalece e espalha no mundo os filhos do Reino. Mas também o Maligno tem seus
adeptos. É o bem e o mal em constante enfrentamento. É a justiça esforçando-se
para encontrar espaço onde também vigora a injustiça. Esse jogo de forças entre
o bem e o mal prossegue ao longo dos séculos até o dia da “colheita”. Então, os
praticantes da justiça, construtores da paz e fiéis seguidores de Jesus Cristo,
terão endereço certo e prêmio garantido: vão viver na glória de Deus. Bem outra
é a sorte dos que praticaram o mal. Enquanto o fim não chega, vivemos o tempo da
paciência de Deus. Ele espera que os bons perseverem praticando o bem e os maus
se convertam. E quem de nós não precisa converter-se para Deus a cada dia?
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
Deus é infinitamente paciente! E eu? Procuro
praticar a paciência? - Procuro ser trigo ou... sou uma verdadeira “cizânia” no
mundo? - Há “cizânias” entre os que convivem comigo? - Há muito “trigo” também?
- Contribuo para que meus irmãos sejam “trigo” no grande campo de Deus?
Padre Geraldo Rodrigues,
C.Ss.R
Meditando o evangelho
DUAS SORTES DISTINTAS
A explicação da parábola do joio e do trigo ofereceu a Jesus a ocasião
para explicitar o destino final de quem se identifica com a má semente, e de
quem se identifica com a boa semente.
Os primeiros são chamados de escandalosos, pois praticam a iniqüidade,
ou seja, recusam-se a pautar suas vidas pelos parâmetros do Reino. São
indivíduos sem lei, e só fazem o que mais lhes convém. Como só lhes convém a
maldade, seu destino será a condenação eterna.
Os segundos são chamados de justos. Sua justiça corresponde, exatamente,
em optarem pelo Reino como projeto de vida, sem se desviarem do caminho certo.
Os justos norteiam suas vidas pelo amor, e acreditam na força do bem e da
verdade. Jamais pactuam com a injustiça, nem empregam a violência para fazer
valer seus direitos. Eis por que fulgirão como o Sol, no Reino do Pai.
A exortação de Jesus - "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça" -
soa como uma espécie de advertência para os discípulos em vista de uma escolha
a ser feita. A sorte de cada opção já está traçada. Cabe ao discípulo agir com
inteligência.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da
FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Espírito de eqüidade, conduze-me pelos caminhos da justiça, que são os
caminhos do Reino, sem me deixar desviar do rumo certo.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. EXPLICAÇÃO
NECESSÁRIA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir
Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e
disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Os discípulos não compreenderam a parábola do
joio e do trigo. Sendo assim, como acontecera com a parábola do semeador, Jesus
percebeu ser necessário dar-lhes uma explicação. E o fez, identificando cada
elemento da parábola, a partir do horizonte religioso dos discípulos.
A perspectiva escatológica é patente na
interpretação de Jesus. Ou seja, decifra-se o sentido da parábola, a partir do
fim do mundo. Só então não haverá dúvida de quem, ao longo da vida,
comportou-se como filho do Reino, identificado com o trigo, e quem se comportou
como filho do Maligno, identificado com o joio. A diversidade de filiação
depende do direcionamento do coração humano. Quem dirigiu seu coração para
Jesus e permitiu que a semente plantada por ele pruduzisse frutos de amor e
justiça, haverá de brilhar como Sol, junto do Pai. Quem, pelo contrário, optou
por abrir o coração ao demônio e deixá-lo plantar aí sua semente e, por
conseguinte, entregou-se a uma vida de escândalos e iniqüidades, pode contar
com a condenação.
A parábola visava alertar os discípulos. Nada
impedia que o demônio lançasse sua semente também em seus corações,
desviando-os do caminho do amor e lançando-os nas sendas da injustiça. Se
fossem suficientemente inteligentes, não teriam dificuldade em reconhecer
para onde estavam caminhando.
Oração
Senhor Jesus, dá-me inteligência para reconhecer
e repelir a ação do maligno, como também para acolher, com amor, a boa semente
que queres plantar em meu coração.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Casa, lugar do conhecimento
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz -
Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
A palavra “Casa” que aparece no início do evangelho, não é apenas um
advérbio de lugar, mas é uma referência importante tratando-se de um lugar
especial onde os discípulos estão sequiosos por um conhecimento mais
aprofundado da Palavra anunciada por Jesus, que agora, deixando de lado a
linguagem comparativa das parábolas, fala as claras sobre o significado do
ensinamento, poderíamos dizer que, depois de dar “mingau” ou “papinha” a
multidão, vai dar aos seus discípulos um alimento mais sólido.
A nossa Igreja só recentemente é que vem valorizando a formação dos
leigos, em cursos organizados pela arquidiocese, ou nas próprias paróquias, e
assim, comunidade é essa “Casa” onde na nossa experiência com o Senhor, vamos
aprofundando o seu ensinamento nas verdades reveladas por Deus. Comunidade não
deve ser só o lugar do SENTIR, mas também do PENSAR, para que se tenha o
discernimento mais preciso sobre o Reino de Deus, que em forma de semente foi
plantado por Jesus no coração do homem.
Quando não se aprofunda esse rico ensinamento, e se prefere ficar só na
“papinha ou mingau”, a nossa Fé não é tão consistente e acabamos confundindo
joio com o trigo e este Joio, plantado em nós pelo Maligno, nos desfigura
totalmente, tornando-nos imagem do Maligno e não de Deus e quanto menos
conhecimento temos da palavra, mais vamos perdendo a capacidade de discernir, e
mais vamos cultivando o joio em nosso coração, confundindo-o com o trigo.
Daí que um belo dia seremos surpreendidos, no dia da colheita, quando o
Senhor mandar recolher o trigo em seus celeiros, quando descobrirmos que
perdemos tempo em nossa vida, cultivando joio, iremos então sentir um ódio
mortal por termos sido enganados pelo Mal, mas aí será muito tarde e só nos
restará remoer o nosso ódio, com um choro amargo e o ranger de dentes.
Que tal começar agora, a fazer uma limpeza no jardinzinho do nosso
coração, arrancando sem piedade o joio, e cultivando com alegrias o trigo bom?
Para isso é preciso buscar o conhecimento da Palavra, nessa casa que é a nossa
comunidade, onde o Senhor nos fala direto ao coração.
2. Os justos brilharão no Reino de seu Pai
Os discípulos pediram que Jesus explicasse a parábola do joio.
Aparentemente as parábolas são claras, mas é preciso ter alguma agilidade
mental para perceber o seu conteúdo crítico. A parábola diz alguma coisa para
alguém. Sabemos que nem todo mundo percebe a graça de uma piada ou a fineza de
uma ironia. O tipo de pergunta que fazemos mostra o tipo de inteligência que
temos. Isso não tem nada a ver com a maldade ou a bondade do coração das
pessoas. Na explicação dada por Jesus entram em cena o Filho do Homem, o mundo,
os que pertencem ao Reino, os que pertencem ao maligno, o diabo, o fim dos
tempos, os anjos. No fim dos tempos, os anjos vão tirar do Reino “toda causa de
pecado e os que praticam o mal”. Os justos vão brilhar como o sol. Causa de
pecado são as pedras que colocamos no caminho dos outros para que caiam.
Praticam o mal os que rejeitam o ensinamento de Jesus. Não basta estar no Reino
ainda não definitivo. Há exigências a serem cumpridas.
HOMILIA DIÁRIA
Evitemos o mal da fofoca
A primeira coisa a ser
evitada é o mal da fofoca. Não fale daquilo que você não sabe. Não diga daquilo
que você não tenha a certeza.
Jesus, hoje, veio explicar para nós a maravilha
que é a parábola do joio. E o próprio Senhor mostra para nós que a boa semente
é Ele mesmo. O campo é o mundo onde nós vivemos. A boa semente, o trigo, são os
que pertencem ao Reino. E o joio são aqueles que pertencem ao Maligno.
Mas o inimigo, aquele que semeia o joio, a coisa
ruim, esse é o diabo. E a colheita onde vai se separar o joio do trigo será o
fim dos tempos.
Mas deixa eu dizer uma coisa a você: quem semeia
o joio é o Maligno, e nós não podemos compartilhar da sua ação, das suas
maldades, das coisas ruins que ele faz na vida das pessoas.
E você sabe o quanto o joio nos atrapalha. E mais
do que isso: o quanto o joio nos destrói! O joio que o Maligno semeia em nosso
meio são as intrigas, as fofocas, as divisões, as mentiras. E as consequências
depois serão desastrosas. Nós já fomos vítimas, e percebemos o quanto as pessoas
também são vítimas da ação do Maligno, porque ele veio – e está agindo – para
separar, dividir, corroer e destruir aquilo que a boa semente, que a Palavra de
Deus, faz em nossa vida.
A bondade de Deus que existe no mundo, o joio
muitas vezes – quando não é combatido – entra com força e faz a sua obra.
Quero chamar a sua atenção para que eu e você não
sejamos objetos do mal, não sejamos usados para semear primeiramente a
discórdia.
Então, a primeira coisa a ser evitada é o mal da
fofoca. Não fale daquilo que você não sabe. Não diga daquilo que você não tenha
a certeza. E mesmo que você saiba, que tenha a certeza, não fale se isso não
fará bem.
Muito cuidado com essas falsas pretensões de
querer ajudar mas, no fundo, nós estamos semeando o mal e a discórdia em nosso
meio. Não sejamos instrumentos do mal. Sejamos o bom trigo do Coração de Jesus.
Que Deus abençoe você.
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e
colaborador do Portal Canção Nova.
Oração Final
Pai Santo, não permitas que duvidemos, por um
momento sequer, de que estás presente na nossa história. Livra-nos da ansiedade
diante das aparentes injustiças da sociedade dos homens e mantém-nos
perseverantes no caminho da conversão. Nós te pedimos pelo Cristo Jesus, teu
Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, não permitas que duvidemos, por um
momento sequer, de que estás presente na nossa história. Livra-nos da ansiedade
diante da injustiça que vemos praticada na sociedade dos homens e nos mantém
perseverantes no caminho da conversão. Nós te pedimos pelo Cristo Jesus, teu
Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.