sábado, 25 de janeiro de 2020

BOM DIA! BOA TARDE! BOA NOITE! Oração da noite, Oração da manhã e Oração do entardecer - Deus te abençoe!



Oração da Noite

Boa noite Pai.
Termina o dia e a ti entrego meu cansaço.
Obrigado por tudo e… perdão!!
Obrigado pela esperança que hoje animou meus passos, pela alegria que vi no rosto das crianças;
Obrigado pelo exemplo que recebi daquele meu irmão;
Obrigado também por isso que me fez sofrer…
Obrigado porque naquele momento de desânimo lembrei que tu és meu Pai; Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa, pela comida, pelo meu desejo de superação…
Obrigado, Pai, porque me deste uma Mãe!
Perdão, também, Senhor!
Perdão por meu rosto carrancudo; Perdão porque não me lembrei que não sou filho único, mas irmão de muitos; Perdão, Pai, pela falta de colaboração e serviço e porque não evitei aquela lágrima, aquele desgosto; Perdão por ter guardado para mim tua mensagem de amor;
Perdão por não ter sabido hoje entregar-me e dizer: “sim”, como Maria.
Perdão por aqueles que deviam pedir-te perdão e não se decidem.
Perdoa-me, Pai, e abençoa os meus propósitos para o dia de amanhã, que ao despertar, me invada novo entusiasmo; que o dia de amanhã seja um ininterrupto “sim” vivido conscientemente.
Amém!!!

Oração da manhã

Bom-dia, Senhor Deus e Pai!
A ti, a nossa gratidão pela vida que desperta, pelo calor que
cria vida, pela luz que abre nossos olhos.
Nós te agradecemos por tudo que forma nossa vida, pela terra, pela água, pelo ar, pelas pessoas. Inspira-nos com teu Espírito Santo os pensamentos que vamos alimentar,as palavras que vamos dizer, os gestos que vamos dirigir,a comunicação que vamos realizar.
Abençoa as pessoas que nós encontramos, os alimentos que vamos ingerir.
Abençoa os passos que nós dermos, o trabalho que devemos fazer.
Abençoa, Senhor, as decisões que vamos tomar, a esperança que vamos promover,a paz que vamos semear,a fé que vamos viver, o amor que vamos partilhar.
Ajuda-nos, Senhor, a não fugir diante das dificuldades, mas a abraçar amor as pequenas cruzes deste dia.
Queremos estar contigo, Senhor, no início, durante e no fim deste dia.
Amém.

Oração do entardecer

Ó Deus!
Cai à tarde, a noite se aproxima.
Há neste instante, um chamado à elevação, à paz, à reflexão.
O dia passa e carregam os meus cuidados.
Quem fez, fez.
Também a minha existência material é um dia que se passa,
uma plantação que se faz, um caminho para algo superior.
Como fizeste a manhã, à tarde e a noite, com seus encantos,
fizeste também a mim, com os meus significados, meus resultados.
Aproxima de mim, Pai, a Tua paz para que usufrua desta
hora e tome seguras decisões para amanhã.
Que se ponha o sol no horizonte, mas que nasça
em mim o sol da renovação e da paz para sempre.
Obrigado, Deus, muito obrigado!
Amém!

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 26/01/2020

ANO A



3º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano A - Verde

“Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”. Mt 4,19

Mt 4,12-23

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A liturgia de hoje apresenta Jesus Cristo como a luz que brilha entre as nações e elimina as trevas do pecado e da morte. Da mesma forma, Jesus continua hoje, por meio da Igreja, reunindo o povo e convocando discípulos para a missão de anunciar o Evangelho até que a salvação seja proposta à humanidade inteira.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, viemos aqui para celebrar o mistério pascal de Cristo. Esse mistério nos envolve com sua luz e ilumina toda nossa existência. Jesus, luz do mundo e Palavra Eterna do Pai se manifestará à sua Igreja reunida nesta assembleia santa. Nesse Domingo da Palavra de Deus, deixemo-nos guiar por Ela, Sabedoria de Deus e alimento de nossa fé. Acolhendo-a na vida e no coração, sejamos por Ela transformados para que também nós sejamos luz na vida de nossos irmãos e irmãs.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A luz é uma das necessidades primordiais do home. Não é apenas um elemento necessário à vida, mas como que a imagem da própria vida. Isso influi profundamente na linguagem, para aqual "ver a luz", "vir à luz" significa nascer; "ver a luz do sol" é sinônimo de viver... Ao contrário, quando um homem morre, diz-se que "apagou", que "fechou os olhos à luz"... A Bíblia usa esta palavra como símbolo da salvação. O salmo responsorial põe a luz em estreita relação com a salvação. "O Senhor ´eminha luz e minha salvação". "Deus é luz e nele não há trevas" (1Jo 1,5) "Habita uma luz inacessível" (1Tm 6,16). Em Jesus, a luz de Deus vem brilhar sobre a terra: "Veio ao mundo a luz verdadeira que ilumina todo homem" (Jo 1,9). "Eu como luz vim ao mundo, para que todo o que crê não permaneça nas trevas" (Jo 12,46). Com Jesus passamos das trevas para a luz. Evangelização é luz. Conversão é luz.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Irmãos e irmãs, viemos aqui para celebrar o mistério pascal de Cristo. Esse mistério nos envolve com sua luz e ilumina toda nossa existência. Jesus, luz do mundo e Palavra Eterna do Pai se manifestará à sua Igreja reunida nesta assembleia santa. Nesse Domingo, deixemo-nos guiar pela Palavra, Sabedoria de Deus e alimento de nossa fé. Acolhendo-a na vida e no coração, sejamos por Ela transformados para que também nós sejamos luz na vida de nossos irmãos e irmãs.

O DOMINGO DA PALAVRA DE DEUS

Com a Carta Apostólica sob forma de Motu Proprio, denominada Aperuit Illis” (“Abriu-lhes’), no dia 30 de setembro de 2019 o papa Francisco instituiu este domingo, o Terceiro Domingo do Tempo Comum, como O Domingo da Palavra de Deus. Já na conclusão do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, em sua Carta Apostólica “Misericórdia Et Misera”, dizia o papa: “É meu vivo desejo que a Palavra de Deus seja conhecida e difundida, para que se possa, por meio dela, compreender melhor o mistério de amor que dimana daquela fonte de misericórdia”.(MM 7).
O objetivo do papa com esta iniciativa é o de responder aos inúmeros pedidos feitos a ele por parte do Povo de Deus para que fosse instituído um dia em que a Palavra de Deus fosse celebrada com unidade de intenções.(cf.Aperuit Illis, 2). Para nós católicos do Brasil o mês de setembro já é tradicionalmente conhecido como “o mês da Bíblia”, dada à memória litúrgica do tradutor e exegeta das sagradas escrituras, São Jerônimo, que se celebra no dia 30 de setembro.
Diversas iniciativas são encontradas entre as comunidades eclesiais que celebram este dia como o “dia da Bíblia”, além de haver durante este mês a promoção de estudo, reflexão e divulgação da Sagrada Escritura. Com esta nova Carta Apostólica Aperuit Illis, o papa Francisco cria para toda a Igreja um domingo que será dedicado inteiramente à Palavra de Deus.
Como recorda o apóstolo São Paulo: “Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para argumentar, para corrigir, para educar conforme a justiça”(2Tm 3,16). Certo da importância da Palavra de Deus na vida da Igreja e das pessoas, o papa Francisco enfatiza: “É bom que não venha jamais a faltar na vida do nosso povo esta relação decisiva com a Palavra viva, que o Senhor nunca se cansa de dirigir à sua Esposa (Igreja), para que esta possa crescer no amor e no testemunho da fé.”(Aperuit Illis, 2).
O papa, então, passa a indicar sugestões práticas para este dia: “estabeleço que o III Domingo do Tempo Comum seja dedicado à celebração, reflexão e divulgaçãoda Palavra de Deus.
Este Domingo da Palavra de Deus colocar-se-á, assim, num momento propício daquele período do ano em que somos convidados a reforçar os laços com os judeus e a rezar pela unidade dos cristãos”[...] “As comunidades encontrarão a forma de viver este Domingo como um dia solene...”[...]“- Que na celebração eucarística se possa entronizar a palavra de Deus...” [...] “Neste Domingo, será útil colocar em evidência a sua proclamação e adaptar a homilia para se por em destaque o serviço que se presta à Palavra do Senhor.
Neste Domingo, os Bispos poderão celebrar o rito do Leitorato ou confiar um ministério semelhante, a fim de chamar a atenção para a importância da proclamação da Palavra de Deus na liturgia”.[...] “... que se faça todo esforço possível no sentido de preparar alguns fiéis para serem verdadeiros anunciadores da Palavra com uma preparação adequada” [...]“De modo a fazer emergir a importância de continuar na vida diária a leitura, o aprofundamento e a oração com a Sagrada Escritura...”(Aperuit Illis, 3).
Agradecemos ao Papa Francisco pela criação do Domingo da Palavra de Deus, mediante o Motu Proprio “Aperuit Illis”. Agradecemos também a ele por seu amor e zelo para com a igreja, pelos presentes a ela concedidos, tais como as Exortações Apostólicas Evangelii Gaudium, Amoris Laetitia, Gaudete Et Exultate, bem como as Cartas Encíclicas Laudato Sí e Misericórdia Et Misera, entre tantos outros. Que pela intercessão da Virgem Maria, Deus o abençoe e o conserve no pastoreio da sua Igreja.

Dom Eduardo Vieira dos Santos
Bispo auxiliar de São Paulo

A luz brilhou e iluminou todo o povo oprimido

Encerrada a missão de João Batista, começa a missão de Jesus. É como se a história da salvação fosse dividida em dois períodos (cf. Lc 16,16). Ao texto de Marcos (Mc 1,14-15.16-20), Mateus acrescenta Is 8,3–9,1. A Galileia é iluminada pela presença de Jesus. A citação do trecho do livro do profeta Isaías, que inclusive temos como primeira leitura, no interior do texto de Mateus serve para indicar que a profecia de Isaías é realizada. Em Jesus, a promessa de Deus se realiza, não é preciso esperar mais (cf. Mt 4,17). O texto de Isaías é uma profecia messiânica. O ponto culminante do texto encontra-se num versículo mais adiante do trecho que nos é proposto, a saber, em 9,5, que anuncia o nascimento de um menino que é um dom de Deus e garantia da continuidade da dinastia davídica. Se a guerra cessou, se a luz brilhou e iluminou todo o povo oprimido, se foi devolvida a esperança e a alegria, é porque esse menino nasceu; a ele se atribui os títulos: “Conselheiro Admirável”, “Deus Forte”, “Chefe Perpétuo”, “Príncipe da Paz” (Is 9,5). A comunidade cristã que relê a Escritura à luz da Páscoa de Jesus Cristo reconhece nesse texto a profecia que diz respeito ao próprio Jesus. Nele eles identificam os atributos conferidos ao menino de Is 9,5.
O início do ministério público de Jesus está em continuidade com a pregação e o Batismo de João: trata-se de um apelo à conversão (cf. Mt 3,2; 4,17). A conversão é necessária para poder reconhecer e acolher o Reino de Deus como dom e que já se faz presente na pessoa de Jesus. No início de sua vida pública, Jesus associa a si um grupo que ele chama por sua própria iniciativa. A tarefa é dupla: acompanhar Jesus onde quer que ele vá e aceitar participar da missão de Jesus de arrancar as pessoas do mal (cf. Mt 4,19). A pronta resposta das duas duplas de irmãos revela, por um lado, o poder de atração de Jesus e, por outro, a necessidade de uma resposta sem demora. Para seguir o Senhor é preciso desapego, não permitir que os laços afetivos nem o apego às coisas impeçam de segui-lo incondicionalmente.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, faze-me compreender que os pobres e os marginalizados são os destinatários privilegiados do Evangelho do Reino; para eles tua luz deve brilhar em primeiro lugar.
Fonte: Paulinas em 26/01/2014

Vivendo a Palavra

Mergulhemos no sentido das leituras: o atendimento ao chamado feito por Jesus e a união em seu Nome, pedida por Paulo aos discípulos de Corinto. Seguindo o Mestre, nós vencemos o egoísmo e nos esquecemos da vaidade, do desejo de sermos reconhecidos e valorizados... Pois tudo é dom de Deus!
Fonte: Arquidocese BH em 26/01/2014

VIVENDO A PALAVRA

Mergulhemos no sentido das leituras, que é o atendimento ao chamado feito por Jesus e a união em seu Nome. É o que foi pedido por Paulo aos discípulos de Corinto. Seguindo o Mestre, nós vencemos o egoísmo e nos esquecemos da vaidade, do desejo incontido de sermos reconhecidos e valorizados… Pois tudo é dom de Deus!

Reflexão

VÓS SOIS A MINHA LUZ E A MINHA SALVAÇÃO

I. INTRODUÇÃO GERAL

Mateus, ao iniciar a narrativa da atividade apostólica de Jesus, viu a profecia de Isaías tornar-se realidade perante seus olhos. A luz que ilumina a Galileia e de lá se difunde para o mundo inteiro é Cristo e o Reino por ele anunciado. Cristo e o Reino são inseparáveis. O início da pregação de Jesus é que o Reino está próximo, não porque está chegando, como afirmava o Batista, mas porque está ali ao lado, o Reino está em Jesus. A vocação dos apóstolos e a cura das enfermidades são sinais de que o Reino chegou e sua luz está se expandindo e dissipando as trevas do pecado e do mal. A resposta imediata e o generoso abandono das redes por parte dos primeiros discípulos significam que a propagação desse Reino é urgente. Na atividade missionária, há muitos carismas e ministérios que não devem ser concorrentes, pois a todos foi dado o mandato de anunciar o evangelho de formas diversificadas.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Mt 4,12-23): O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz

O tema da luz, já mencionado na narrativa da infância de Jesus, continua aqui, no relato inicial de sua atividade na Galileia. A atuação pública de Jesus apresenta-se como realização das promessas de Deus para salvar seu povo. As cidades de Zabulon e Neftali, que no Antigo Testamento estavam dominadas pelos estrangeiros, representam agora a realização da profecia messiânica. Deus realiza a salvação prometida: uma luz surge onde há sombras e trevas, porque o Reino de Deus está próximo, está presente no Cristo.
Na atuação de Jesus na Galileia, cidade miscigenada por diversos povos que viviam nas trevas do pecado e do politeísmo, a luz começa a brilhar e se expandir, pois o Reino de Deus é anunciado. A cura dos enfermos testemunha a expansão desse Reino. Mas esse é só o início, pois o Reino deve ser anunciado a todos os povos. Por isso, o apelo de Jesus é forte, o chamado dos apóstolos é urgente. Para que a luz chegue a todas as nações, é necessário que os cristãos se empenhem em responder prontamente ao chamado de Cristo, como fizeram os apóstolos, que, deixando suas redes de pesca, o seguiram.

2. I leitura (Is 8,23b-9,3): Aos que viviam na sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz

A Galileia era sempre a primeira região a sofrer os estragos provocados pelos impérios estrangeiros que guerreavam contra a terra de Israel. Isso porque era uma rota mais acessível que o deserto ou o mar Mediterrâneo.
Além de ser a primeira região a sofrer o ataque dos inimigos, a Galileia é a região por onde o povo de Israel foi deportado para o estrangeiro. Por isso, as expectativas messiânicas concentravam a atenção na Galileia como cenário da primeira manifestação da luz messiânica, já que seria a primeira região a receber a libertação, como antes tinha sido a primeira a experimentar a escravidão.
O “caminho do mar” ficava na região da Galileia. Era uma estrada entre a terra de Neftali (ao norte) e a terra de Zabulon (ao sul). Os judeus acreditavam que nessa estrada se manifestaria o Messias, trazendo de volta para a Terra Prometida os judeus dispersos pelo mundo. Essa região sombria, testemunha de tantos sofrimentos, converter-se-ia em cenário de alegria. Porque o cetro (o poder) dos inimigos seria totalmente destruído pelo Messias. A vitória messiânica é apresentada em analogia com o “dia de Madiã”, quando Gedeão venceu o inimigo de modo excepcional (Jz 7,16-25).

3. II leitura (1Cor 1,10-13.17): Cristo me enviou para pregar o evangelho

Paulo agradece a Deus por não ter batizado nenhum coríntio. Isso não significa que desvalorize o batismo, mas apenas que recebeu outro encargo, a pregação do evangelho aos gentios (os não judeus). Encargo que ele exercia com base no conteúdo fundamental do evangelho, e não na eloquência da retórica (sabedoria das palavras), tão valorizada pelos coríntios. A vida, morte e ressurreição de Cristo constituem o núcleo básico (o conteúdo fundamental) da proclamação do evangelho, e nisso Paulo desejava que os coríntios concentrassem toda a atenção.
Além do uso da retórica, os destinatários supervalorizavam alguns missionários. Isso causava sério problema de divisões dentro da comunidade. A formação de grupos e a antipatia entre eles impediam a unidade da comunidade.
Com a expressão “vós sois de Cristo”, o apóstolo condena o partidarismo dentro da Igreja. Pelo batismo, os cristãos se identificam com Cristo, não com o ministro que está a serviço da comunidade. Já que a Igreja é o corpo de Cristo, não deve estar dividida sob nenhum pretexto.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

Enfatizar a união dos membros da Igreja. A unidade na Igreja não pode ser entendida como simples união de pessoas afins ou com os mesmos ideais, como se fossem membros de um sindicato ou partido político. É algo mais profundo. É uma união misteriosa; em palavras teológicas, é uma união mística. Mas não metafórica, e sim vital e real, que supera todas as realidades que causam a divisão. Cada membro é distinto dos demais e os carismas são diversos, mas isso não significa divisão, e sim que Deus respeita a identidade de cada ser humano. A união entre os diversos membros da Igreja é como o feixe de luz, cuja diversidade não é notada a olho nu, mas no prisma ou no arco-íris é visto em cores variadas. A união na Igreja deve-se ao Espírito Santo presente como vínculo que une e vivifica cada membro em função da edificação do Reino de Deus. Se há divisão entre os membros da Igreja, isso significa que as trevas do pecado estão tomando o espaço destinado à luz. A unidade na Igreja é luz que irradia para o mundo a fraternidade universal instaurada por Cristo.

Aíla Luzia Pinheiro Andrade
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail: aylanj@gmail.com.
Fonte: Vida Pastoral em 26/01/2014

Reflexão

NOVAS PORTAS SE ABREM

É impressionante como Deus usa os acontecimentos cotidianos para nos ensinar nova forma de ver a vida. O evangelho deste domingo se inicia falando da prisão de João Batista, e poderíamos perguntar-nos qual a importância desse fato. Como sabemos, Jesus admirava o zelo com que João se dedicava à missão que havia assumido — até se deixou batizar por ele. A prisão de João poderia ser vista, portanto, como uma porta que se fechava na vida de Jesus, pois era o testemunho do Batista que preparava o povo para a chegada do Messias. Mas, em vez de ficar ali parado, esperando alguma reviravolta – quem sabe, o surgimento de outra testemunha –, Jesus se propõe iniciar novo caminho, abrir nova porta em sua vida.
Olhemos para nossa vida, principalmente se somos jovens! Um dia – se é que ele já não chegou –, vamos necessitar sair de casa, deixar nossos pais, seja porque fomos convidados para trabalhar em outra cidade, porque passamos no vestibular ou até mesmo porque encontramos o homem ou a mulher de nossa vida ou o rumo que queremos dar à nossa história. De repente, vamos perceber que não teremos a presença deles para facilitar nosso dia a dia, seja para prover nossas necessidades materiais, amparar-nos nas dificuldades, preparar a comida, lavar a roupa ou cuidar de nós quando estivermos doentes. Isso não poderá ser visto como uma porta que se fechou em nossa vida? Talvez sim, mas calma! Em vez de nos revoltar e bater a cabeça contra essa porta, comecemos a vislumbrar a perspectiva de que muitas outras portas se abrirão.
Jesus não ficou indiferente à prisão de João. Certamente sofreu com o acontecido, mas não se deixou paralisar por esse infortúnio.Viu que uma porta tinha se fechado, mas imediatamente abriu outra. Sua primeira iniciativa foi chamar dois irmãos, depois mais dois. Vejam que cena bonita! Jesus abriu nova porta, mas não fez isso sozinho. Foi em busca de pessoas acostumadas com a luta do cotidiano; com certeza, acostumadas a ver muitas portas se fechar à sua frente.
Parece ser esta a lição que o evangelista nos quer transmitir neste domingo: que, ao deparar-nos com as dificuldades, as transformemos em novas oportunidades e em crescimento, a exemplo de Jesus. E façamos isso de coração aberto aos outros, permitindo-lhes entrar em nossa vida e nos ajudar a abrir novas portas. Pois abrir novos horizontes, por mais difícil que seja, amadurece nosso coração, renova nossa esperança e, o mais importante, ajuda-nos a renovar a esperança de outras pessoas.
Jorge Alves Luiz, SSP
Fonte: Paulus em 26/01/2014

Reflexão

BRILHA PARA O POVO UMA LUZ

No cenário de Mateus aparecem novos atores: sai João Batista e entram Jesus e seus colaboradores. Jesus se despede de sua comunidade de Nazaré e passa a morar em Cafarnaum, provavelmente na casa de Pedro. Com a presença de Jesus, a comunidade começa a ver uma luz que brilha em meio aos sinais de morte e traz nova esperança ao povo. A luz é imagem da vida e do poder salvífico de Deus lá onde a opressão impera.
Antes de iniciar sua missão, Jesus deixa de lado o centro do poder, abandona a elite urbana e se dirige para a periferia, unindo-se ao povo sofrido, que vive em meio às trevas…
No Evangelho de Mateus, Jesus, sem dar nenhuma explicação, inicia sua pregação com estas palavras: “Convertei-vos, porque o reino dos céus está próximo”. Sua mensagem é bem resumida – o reino dos céus está próximo – e acompanhada do imperativo: convertei-vos! O reino é a presença salvífica de Deus. Em Jesus, Deus vem para suscitar esperança e vida no povo dominado pelo poder opressor de Roma. É no meio de pessoas vulneráveis que o reinado de Deus se manifesta primeiro.
Diante das necessidades do povo e da missão, Jesus, aos poucos, vai formando um grupo de colaboradores que o auxilie na tarefa. Chama alguns pescadores e os desafia a segui-lo. Pescadores de peixes, são chamados a “pescar homens”. Abandonam redes e barcas para assumir nova tarefa. Deixam para trás a “mentalidade pesqueira” para abraçar o reino, que exige mentalidade nova e novo jeito de atuação. Por isso, abandonam imediatamente tudo e seguem os passos do Mestre. Pedro e André largam as redes e o barco: símbolo do próprio sustento; Tiago e João deixam também o pai: raízes e afetos familiares.
Jesus convida pessoas para segui-lo não por capricho ou simplesmente para se tornarem seus discípulos, mas tendo em vista uma missão: comprometerem-se com seu reino, com seu projeto de libertar os envolvidos pelas forças do mal (mar) e levá-los à plenitude da vida (luz).
Pe. Nilo Luza, SSP
Fonte: Paulus em 26/01/2014

REFLEXÃO

A luz brilhou e iluminou todo o povo oprimido

A primeira leitura, a mesma da noite de Natal, nos fala do domínio dos assírios sobre Israel. Na verdade, duas tribos que viviam ao norte do país, na Galiléia, e eram esquecidas, oprimidas, vilipendiadas em seus direitos. Viviam, de fato, em total escuridão. É a esses povos que o Senhor socorre com sua luz. Ele destrói a escuridão, quebra o jugo opressor e alegra seu povo com a libertação de todo e qualquer sofrimento. Na liturgia da noite de Natal, a leitura ia mais adiante, e falava do nascimento de um menino, do qual a luz era a sua representação.
No Evangelho, Jesus vai morar nessa região do norte. Mateus cita a profecia que ouvimos na primeira leitura. A promessa é cumprida 700 anos depois, por Jesus Cristo, a Luz do mundo.
Há muito os assírios haviam deixado Israel, mas não a situação de morte, de pecado, através das más ações dos homens. Por isso Jesus prega: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo!”
Ele vai anunciar a necessidade da mudança de coração, onde as pessoas se encontram, ali no trabalho, no seu dia a dia. É Deus companheiro, o Deus visitador, aquele que solicita nossa companhia, nosso trabalho, nossa amizade. Ele nos quer como colaboradores em sua missão de Luz que destrói as trevas. Recordo a cerimônia batismal quando o sacerdote acende uma vela no círio pascal, o sinal expressivo do Cristo Ressuscitado, e a entrega ao batizando, dizendo para ele ser luz. Temos todos a missão cristã de iluminar com nossa fé, esperança e serviço a parcela do mundo em que vivemos, fazendo o bem a todos. Aí sinalizaremos que chegou o Reino de Deus, Reino de Justiça, do Amor e da Paz.
A vocação, o chamado que Jesus dirige a Pedro e a André, a Tiago e a João, dirige também hoje, agora a cada um de nós, onde estivermos, fazendo o que quer que seja. Ele nos diz: “Segui-me e eu vos farei pescadores de homens,” colaborando na sua missão: libertar a Humanidade do mal que impede o Reino de Deus de se aproximar e dos seres humanos de irem até Deus.
Vivamos nossa vocação de luz. Sejamos construtores da paz, de uma sociedade alicerçada no amor e no perdão.
Pe. César Augusto dos Santos SJ

Reflexão

João Batista sai de cena, e Jesus, após o batismo e a prova no deserto, entra de cheio na missão: estabelece morada em Cafarnaum; proclama o arrependimento e a proximidade do Reino; convoca alguns auxiliares; ensina e prega nas sinagogas, e cura o povo de suas enfermidades. O Mestre resume sua missão inicial com o imperativo: “Arrependam-se”, e proclama a chegada do Reino, sem explicar em que este consiste. Contudo, talvez se possa dizer que o arrependimento e a cura das enfermidades são a base do seu reinado. Ao chamar os primeiros seguidores, Jesus já indica sua proposta de discipulado: o convite como iniciativa dele, o desapego à segurança do trabalho (Pedro e André) e aos afetos familiares (Tiago e João), e, por fim, a comunhão com o Mestre, para depois se tornarem pescadores de gente, discípulos que libertam o povo de tudo aquilo que o degrada e destrói. Toda religião (a católica deveria ser a primeira) deveria buscar a defesa e a justiça para os pobres, pois só assim terá a bênção de Deus.
Oração
Ó Jesus, notável pregador da Galileia, chegas provocando saudável reviravolta ao teu redor. Anuncias que o Reino de Deus já está presente e nos convidas à verdadeira conversão. Dá-nos, Senhor, disposição e sensibilidade para sermos pescadores de gente, onde quer que estejamos. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

Recadinho

Consegue cumprir com generosidade a missão que Deus lhe propõe? - Cite uma tarefa que Deus pede de você? - Você se considera uma pessoa generosa? - As tarefas que Deus lhe pede são muito exigentes? - Em linhas gerais, em que consiste seu apostolado?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 -Santuário Nacional em 26/01/2014

Meditando o evangelho

DE NAZARÉ A CAFARNAUM

Ao deixar Nazaré onde fora criado e vivera por longos anos, Jesus escolheu como base de sua pregação a cidade de Cafarnaum, às margens do lago da Galiléia. Ele poderia ter-se dirigido a Jerusalém, na Judéia, a Cidade Santa do judaísmo. Todavia, a escolha da Galiléia como ponto de partida de sua pregação foi intencional, devido ao simbolismo ligado àquela região.
No passado, os habitantes do norte de Israel foram vitimados por tropas estrangeiras, que invadiram o território judeu. Além disso, para impor sua dominação, trocaram a população local por outra, trazida do exterior. Daí em diante, apelidou-se de "Galiléia dos Pagãos" o território ocupado por populações não judaicas, tendo abatido sobre elas, desde então, um grande desprezo.
O texto de Isaías, citado no Evangelho, tem como pano de fundo este fato. Falando do futuro, o profeta diz que o país mergulhado nas trevas haveria de contemplar uma grande luz. Um passado de humilhação daria lugar a um futuro glorioso, com a chegada do Messias que poria fim à história tenebrosa do norte de Israel.
Jesus escolheu começar e concluir seu ministério entre os pagãos, os marginalizados e as vítimas de preconceitos. À Judéia, onde se pensava viverem os judeus fiéis, o Mestre foi apenas para morrer. Depois de ressuscitar, ele retornou à Galiléia para enviar os apóstolos por todo o mundo, a fim de pregar o Evangelho do Reino.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, faze-me compreender que os pobres e os marginalizados são os destinatários privilegiados do Evangelho do Reino; para eles tua luz deve brilhar em primeiro lugar.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. JESUS, NOSSA LUZ.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

No meu grupo de reflexão, a Dona Rosa que ajuda na limpeza da igreja, fez uma observação interessante sobre esse evangelho do terceiro domingo do Tempo Comum.
Segundo ela, ao ver que o primo João fora preso, Jesus parece ter desistido de tudo e voltou para o interior, lá  no fim do mundo, na terra de Zabulon e Neftali”. Não vou discordar da Dona Rosa, pois a narrativa nos dá de fato essa impressão. Mas esse encerramento de um ciclo em forma de fracasso, parece ser uma constante na História da Salvação, dando-se a impressão que tudo acabou e está na hora de jogar a toalha. Basta que recapitulemos a história, o pecado de Adão e Eva, por exemplo, que truncou o Projeto de Deus, tornou-se ponto marcante da Salvação que  Deus realiza, a favor do homem, chegando a se cantar no” Exultis” da Vigília Pascal “Oh  culpa tão feliz que há merecido, a graça de um tão Grande Redentor!..”O Povo de Israel, a raça escolhida e Nação Santa, em inúmeras ocasiões de sua história, experimentou essa sensação de ter chegado ao final do caminho, basta-nos lembrar que Deus reconstrói a Nação a partir de um pequeno “resto” no pós exílio.
E depois, em Jesus Cristo, que cumpriu todas as promessas de Deus e era o grande esperado, viria o maior de todos os fracassos: a terrível morte na cruz, o desânimo dos discípulos de Emaús é um retrato fiel das primeiras comunidades,, e aparece Pedro, em um dos evangelhos do Pós-pascal, dizendo aos companheiros “Eu vou pescar....”, essas são evidências muito claras de um gesto de “jogar a toalha” para qualquer leitor menos esclarecido. Parece estranho, mas esse é o jeito de Deus agir.
Quando tudo parece que vai se acabar, e o fracasso é iminente, o Reino renasce em meio as cinzas, Jesus foi para o interiorzão fim de mundo, em lugarejos onde o povo vivia na escuridão, isso é, não conheciam a Verdade, era uma terra de pecadores, de gente perdida e sem recuperação, uma gente sem esperança, entregue ao desânimo. Para certas categorias de pessoas, incluindo-se os pobres, não há muito o que esperar.Qual ideologia ou projeto humano conseguirá mudar os destinos da humanidade e a vida de cada pessoa?
Mas é,  ali, naquele fim de mundo, que o Reino sonhado por Deus, vai começar prá valer, João Batista, sua pregação e o Batismo penitencial, fora apenas um “aperitivo”, uma fase preliminar, agora é que as coisas iriam começar a acontecer do jeito de Deus, precisamente em Jesus de Nazaré.
Muitas luzes brilhavam em Jerusalém, a pomposidade e o Poderio do Império Romano, a suntuosidade do templo onde a luz dos homens ofuscava a Verdadeira Luz que é Deus, a sabedoria e a eloqüência dos Doutores da Lei, a pureza dos Fariseus, mas foi na distante Zabulon e Neftali, além da Galiléia, que os homens viram brilhar a autêntica e única luz, previsto nas profecias, quanto maior a escuridão maior será o brilho da luz! Longe da suntuosidade dos palácios e da grandeza do templo, os excluídos, marginalizados e esquecidos, recebem por primeiro a notícia de que o Reino havia chegado e exigia uma conversão, a metanóia que muda o pensar e o agir do homem, que desmonta e desmascara toda e qualquer falsa segurança para buscar o Reino em primeiro lugar. Olha a estratégia e a pedagogia de Jesus! Os desesperançosos e excluídos do sistema político-econômico e religioso, ouviam o ensinamento de Jesus e começavam a sonhar e ter esperança, com algo novo, que não viria doa poderes constituídos.... As vezes alimentamos muitos sonhos bonitos, mas todos passam pelos poderes instituídos, mudança para melhor sempre depende dos que mandam....Jesus quebra essa falsa premissa....
Nenhuma segurança terrena pode garantir a Vida em sua plenitude ao Ser humano, nenhuma segurança material pode tornar o homem feliz e realizado! Á beira do mar da Galiléia, quatro pescadores aceitaram essa proposta nova e inédita, deixar aquilo que se têm, para se tornar discípulo de Jesus. Em uma perspectiva vocacional, os nomes de Simão Pedro e seu irmão André, Tiago e João, são mencionados como os primeiros chamados, mas eles são também os primeiros a acreditarem no Reino anunciado por Jesus. Os dois primeiros jogavam a rede ao mar, e os dois últimos consertavam as redes. Eram tarefas comuns na vida de um profissional da pesca por aqueles tempos. Os quatro não conheciam outra segurança senão a da sobrevivência, com a atividade pesqueira. Sem dúvida que o trabalho é uma bênção, mas ele nos dá apenas a garantia de uma sobrevivência humana, alimentos, roupa, moradia, bens de consumo. O homem dos nossos tempos, não consegue mais perceber o transcendente, pois o imediatismo da vida moderna, e o consumismo desenfreado o leva a pensar que o propalado “Paraíso” é por aqui mesmo, em uma vida marcada pelo sucesso, por uma carreira bem sucedida, pelo enriquecimento rápido e fácil, pelas mudanças meteóricas que o poder econômico oferece, enfim, pela administração dos bens materiais, investimentos e aplicações, não pensar assim, é expor-se ao ridículo. Fala-se muito em criar oportunidades para as pessoas, mas tais oportunidades limitam-se ao material. E nesse horizonte, a religião, principalmente a cristã, só atrapalha...
Jesus é a Luz do mundo, a única e verdadeira referência para toda a humanidade, não segui-lo, e dar ouvidos as propostas de vida que o mundo de hoje oferece, é arriscar-se a perambular nas trevas, e depois permanecer nelas para sempre. A Luz de Cristo está no coração dos que crêem, e não nas estruturas ou instituições, mesmo as religiosas, passíveis do erro das divisões e das intrigas, como a Comunidade de Coríntios.
A Comunidade Cristã tem que refletir em seu viver e em seu “celebrar”, essa luz que brilha no interior de cada crente, caso contrário corremos o risco de nos iludirmos com as “Luzes da Ribalta” que iluminam o homem como centro de tudo, mas  que um dia, no final do “espetáculo” irão se apagar para sempre, deixando atrás de si a mais terrível de toda escuridão. Mas quando se crê sinceramente que a Salvação vem de Deus e não dos empreendimentos humanos, então pode se rezar com a boca e o coração como o salmista  ”O Senhor é minha Luz e Salvação”.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP

2. Jesus percorria a Galileia anunciando a Boa-Nova do Reino - Mt 4,12-23
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

O povo que estava nas trevas viu uma grande luz. Surgiu uma luz para os habitantes da região sombria da morte. O profeta Isaías assim se referiu ao povo que habitava a região onde estava situada a aldeia de Cafarnaum. Era o território das tribos de Zabulon e de Neftali, ao norte do lago de Genesaré. Os assírios dominaram com força essa região. O povo sofreu com a presença militar estrangeira. O profeta, porém, viu uma luz surgindo no futuro e iluminando a vida daquele povo.
São Mateus não tem dúvida em aplicar essa profecia a Jesus, quando ele sai de Nazaré e vai morar em Cafarnaum. Nesse momento a luz começa a brilhar e iluminar as trevas que envolviam a vida do povo dominado pela potência estrangeira. Jesus é a luz que afugenta as trevas da morte. As trevas da morte são a situação social em que vive uma população, resultante do pecado do mundo. O pecado entra no mundo e se faz sentir nas ações levadas a cabo por cada um e pelas pessoas em sociedade. A dominação assíria foi resultado de uma atitude pecaminosa de dominação do rei e de seu exército, mas foi também resultado do pecado dos israelitas daquela região. Não restrinjamos a noção de pecado às faltas individuais, sobretudo no campo da afetividade.
As trevas da morte são todo e qualquer pecado que diminui o ser humano, criatura de Deus. Vem então o convite proclamado por Jesus no início de sua missão pública: “Convertam-se, pois o Reino de Deus está próximo!”. Convertam-se! Mudem alguma coisa, revejam seus sistemas sociais, geradores da maldade, que tornam impossível ao ser humano a prática do bem. “Convertam-se, eu estou aqui!”, diz Jesus, para iluminar quem quiser sair das trevas para a luz. No início da Igreja, os batizados eram chamados de “iluminados”. Todos nós que fomos batizados fomos iluminados por Cristo. Já não há trevas em nossa vida. Já não há mais canga pesando no pescoço, nem vara batendo nos ombros ou chicotes de capatazes. Ou há? [...]

HOMILIA

CONVERSÃO E SEGUIMENTO

Desde as primeiras aparições públicas, Jesus apresenta-se como um missionário itinerante: de aldeia em aldeia, ensina, prega a boa nova do Reino, cura doentes e vai, chamando discípulos. Inicia a sua missão não em lugares importantes e religiosos como Jerusalém, mas em zonas periféricas, entre os afastados, os heterodoxos, os menos religiosos, semi-pagãos, os impuros em contacto com os pagãos. Tais eram (considerados) os habitantes da Galileia. Jesus deixa Nazaré e vai habitar em Cafarnaúm, pequena cidade de fronteira, com uma alfândega para as mercadorias em trânsito ao longo da «via do mar», a estrada imperial que unia Egito, Palestina, Síria e Mesopotâmia. Desde a antiguidade, portanto, a Galileia era uma zona de cruzamento de povos, sujeita à passagem de grupos e ao controlo do comércio, com as conseqüentes contaminações e decadência moral. Compreende-se assim o apelo que o profeta Isaías dirige aos habitantes da região: passar da experiência humilhante da escravidão e do jugo da opressão à vida com liberdade, em grande luz e alegria. Mateus observa que a profecia de Isaías se cumpriu com a presença de Jesus, cuja missão tem um início carregado de esperança, mas baseado num exigente programa de conversão a Deus e empenho pelo Reino.
Com esta escolha inicial, Jesus mostra que os primeiros destinatários do seu Evangelho e do Reino não são os justos, os cumpridores ou os que consideram tais, mas os afastados, os excluídos. É o início humilde de uma missão que terá horizontes universais, e que será levado por diante pelos discípulos e pelos seus sucessores, chamados a seguir Jesus para ser, em toda a parte do mundo, «pescadores de homens».
A vocação missionária comporta sempre uma saída, uma partida, muitas vezes até geográfica, deixar alguém e alguma coisa; há sempre um desprendimento, um sair do seu egoísmo e do seu ambiente restrito. Aqui, Jesus deixa Nazaré e os espaços de intimidade com a sua mãe, Ele que tinha escolhido ser o Emanuel em carne humana. Assim como outrora Abraão foi convidado a abandonar a sua terra e a sua parentela, assim agora dois grupos de irmãos, chamados por Jesus a segui-lo, deixam as redes, o barco e o pai. Em todo o caso, a vocação não é nunca uma partida em direção ao vazio: é um deixar alguma coisa para seguir Alguém, uma partida ao encontro de um Outro. Em primeiro lugar está sempre o encontro e a ligação à pessoa de Jesus.
Esta vocação-missão afunda as suas raízes numa conversão («Convertei-vos…», uma mudança de mentalidade, uma orientação nova em direção a Deus e ao seu Reino, do qual Jesus Cristo é a plenitude. A conversão a Cristo comporta o seguimento e a missão, o estar bem radicados n’Ele e bem inseridos nos caminhos do mundo: «farei de vós pescadores de homens». Assim aconteceu com Paulo, cuja conversão se recorda nestes dias (25 de Janeiro). Uma conversão radical e fiel até ao martírio! No caminho de Damasco não nasceu apenas um cristão, mas também o maior missionário entre os povos, o pregador apaixonado por Cristo crucificado e ressuscitado.
Para Bento XVI «A missão evangelizadora da Igreja é a resposta ao grito “Vinde, Senhor, Jesus!”, que percorre toda a história da salvação e que continua a erguer-se dos lábios dos crentes… O acolhimento da Boa Nova na fé impele por si só a comunicar a salvação recebida em dom… Nada de mais belo, urgente e importante do que devolver gratuitamente aos homens o que gratuitamente recebemos de Deus! Nada nos pode dispensar ou afastar deste oneroso e fascinante compromisso… Que cada cristão e cada comunidade sinta a alegria de partilhar com os outros esta Boa Nova de que “Deus amou de tal modo o mundo, que lhe deu o seu Filho unigênito… para que o mundo seja salvo por Ele” (Jo 3, 16-17)».
A mensagem Paulina é de grande atualidade, no contexto da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, chamados a viver unidos, a evitar divisões e discórdias, a manter-se bem unidos, porque Cristo não está dividido. Tomar consciência da vastidão e da urgência dos problemas do mundo ajuda a sair de egoísmos, divisões, discórdias, tensões locais. Com sabor de atualidade, S. Teresa de Ávila dizia: «o mundo está a arder, não há tempo para tratar com Deus assuntos de menor importância… Quando vejo as grandes necessidades da Igreja, estas afligem-me tanto que me parece uma futilidade perder tempo com outras coisas». Faça suas essas palavras e lança-se à missão.
Pai, faze-me compreender que os pobres e os marginalizados são os destinatários privilegiados do Evangelho do Reino; para eles tua luz deve brilhar em primeiro lugar.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 26/01/2014

Que hoje assumamos a nossa vocação, assumamos o nosso lugar no Reino de Deus! Nós somos chamados a construí-lo onde quer que estejamos.

”Jesus disse a eles: ‘Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”’ (Mt 4, 19).

Meus queridos irmãos e irmãs, o Reino de Deus acontece no meio de nós, porque Jesus, o Filho de Deus, veio morar no meio de nós, veio viver entre nós,  homens, conhecendo nossa realidade, nossos sofrimentos e tudo aquilo pelo qual nós passamos em nossa humanidade.
É Jesus quem hoje deixa a cidade que O criou, a cidade onde Ele cresceu, que foi Nazaré e, naquele momento, vai habitar em Cafarnaum, às margens do mar da Galileia. Um mar que se parece mais com um rio, ao redor do qual se desenvolve a vida do povo; gente que vai, que vem, e no meio deles passa o Senhor. Primeiro, anunciando o Reino de Deus, o anúncio do Reino de Deus comporta dizer uma mensagem de conversão: ”Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo!” Ou seja, que nós mudemos a nossa conduta; mudemos a nossa mentalidade e nosso comportamento, a maneira de agir e de pensar, porque uma Boa Nova está chegando no meio de nós, a Boa Nova do Reino de Deus. E quando essa Boa Nova é anunciada os doentes são curados e as enfermidades são sanadas pela presença abençoada de Jesus no meio de nós.
Mas para que o Reino de Deus aconteça Jesus precisa de colaboradores, de homens e de mulheres que se coloquem à disposição para anunciar este Reino. E Jesus, ao mesmo tempo que sai para pregar, orar, libertar, Ele também chama novos seguidores. Hoje o Senhor chama Pedro e seu irmão, André, naquilo que estão fazendo, lançando suas redes ao mar, Jesus os chama para  os tornar pescadores de homens. Da mesma forma, Jesus também chama Tiago e, também seu irmão João, os dois filhos de Zebedeu, para que se tornem também pescadores, mas agora de homens.
Jesus chamou cada um pelo nome, olhou nos olhos de cada um deles e os chamou para O seguir de perto. Hoje o Senhor está chamando muitos de nós! Um dia eu fui chamado, um dia você também foi chamada, um dia todos nós seremos chamados por este mesmo Deus pelo nosso próprio nome, para nos tornarmos colaboradores, para nos tornarmos agentes no Reino dos Céus, levando a Palavra onde quer que estejamos.
Que hoje assumamos a nossa vocação, assumamos o nosso lugar no Reino de Deus! Nós somos chamados a construir o Reino de Deus onde quer que estejamos. Que nós sejamos operários da messe do Senhor!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 26/01/2014

Oração Final
Pai Santo, como Davi, em seu Salmo, uma só coisa eu peço a Ti, e apenas esta eu procuro: é habitar na tua casa todos os dias de minha vida, para gozar a doçura da tua amizade e contemplar a tua Misericórdia. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/01/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, como Davi, em seu Salmo, uma só coisa eu peço a Ti, e apenas essa eu procuro: é habitar na tua Casa todos os dias de minha vida, para gozar a doçura da tua Amizade e contemplar a tua Misericórdia. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.